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Conceitos Filosóficos: Angústia, Liberdade e Autoconsciência

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DIFERENÇA DE ANGUSTIA E TEMOR:
Kierkegaard (2010) na voz de Vigilius Haufniensis, quando ele diferencia a angustia do temor. O temor ele diz, tem um objeto concreto ao qual se teme. A angustia é inespecífica, uma inquietação cujo objeto é o nada ou a indeterminação da própria existência. 
Kierkegaard, S. A. (2010) O conceito de Angustia (Álvaro Luis Monte negro Valls, trad.) Petrópolis, Rj: Vozes. São Paulo: Editora Universitária São Francisco (Trabalho original pulicado em 1844)
PRESO EM UMA ÚNICA POSSIBILIDADE:
Kierkegaard (2010) na voz de Vigilius Haufniensis, que se refere a essa disposição (aprisionado em uma única possibilidade), como angustia, cujo acento é a não aceitação do aberto na existência. Pois, no espelho só podemos ver a nós mesmos,
Kierkegaard, S. A. (2010) O conceito de Angustia (Álvaro Luis Monte negro Valls, trad.) Petrópolis, Rj: Vozes. São Paulo: Editora Universitária São Francisco (Trabalho original pulicado em 1844)
O PARENTESCO ENTRE O SONHO E A ANGUSTIA:
Medard Boss (1988) ele diz, ‘’mesmo uma criança de três, quatro anos, pode acordar sobressaltada noite após noite’’ vendo aproximar-se algo ameaçador. Ele continua: ‘’este acontecimento onírico corresponde a aproximação turbulenta de todo o seu futuro humano’’ (Boss, 1988, p.27).
 Boss, M (2008), Angustia, Culpa e Libertação. São Paulo: Duas Cidades (trabalho original publicado em 1973)
OCULTAÇÃO DA LIBERDADE:
O que representa, a partir da Daseinanalyse, descrita por Pompeia e Sapienza (2011) em Os dois Nascimentos do Homem, como sendo uma ocultação da liberdade. Pois para o ser do Dasein, a liberdade é dada, é um dom que se manifesta na relação do ser aberto nas possibilidades, o ser fundado nas possibilidades e o ser lançado nas possibilidades (POMPÉIA e SAPIENZA, 2011).
POMPÉIA, J. A. & SAPIENZA, B (2011). Liberdade. In POMPÉIA, J. A. & SAPIENZA, B. Os dois nascimentos do homem: Escritos sobre terapia e educação na Era da Técnica. Rio de Janeiro: Via Verita.
VALORIZAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO 
Fonseca descreve sobre a teoria de Carl Rogers em relação a valorização integral do ser humano. Para ele toda a experiência do ser humano é simbolizada e incorporada em sua personalidade, tornando-o um ser único. Ou seja, as simbolizações que o ser humano faz dentro de si, baseados em suas experiencias vividas vão moldando sua personalidade e, consequentemente, o seu comportamento (FONSECA, 2009).
FONSECA, Maria de Jesus M. Carl Rogers: Uma Concepção Holística do Homem - da terapia centrada no cliente à pedagogia centrada no aluno. In: Millenium: Journal of Education, Technologies, and Haelth. N 39. Maio 2009.
A MEDICALIZAÇÃO E A PERDA DA LIBERDADE COMO SUJEITO
Nessa concepção, o homem fica tolhido da responsabilidade de constituir-se como ser responsável por sua própria existência e, consequentemente, por suas escolhas, assumindo uma posição psicológica de não liberdade (KIERKEGAARD, 1844)
KIERKEGAARD, S. A. 2010. O conceito de Angustia (Álvaro Luis Monte negro Valls, trad.) Petrópolis, Rj: Vozes. São Paulo: Editora Universitária São Francisco (Trabalho original pulicado em 1844).
A AUTOCONSCIÊNCIA 
May encara a autoconsciência como a “capacidade do homem para situar-se fora de si, para conhecer-se tanto como sujeito como objeto da própria experiência, para ver-se como a entidade que atua em um mundo dos objetos” (May, 1968, p.114). 
Logo, esta autoconsciência não é mera consciência de si como se nos percebêssemos como uma coisa entre coisas no mundo, mas como um tipo de compreensão que nos permite darmo-nos conta de nosso ser em situação, atirado no mundo sem planos prévios de como agir, pensar e sentir. Portando, a autoconsciência proporcionaria ao humano abstrair de sua situação e refletir sobre ela tanto como sujeito como objeto.
	
May, R. (et al). (1968). La angustia normal y patologica. Buenos Aires: Editorial Paidós.
ANGUSTIA (ANSIEDADE)
Se não houvesse alguma possibilidade de abertura, alguma potencialidade lutando para ‘nascer’, não experimentaríamos a ansiedade [angústia]. Esta é a razão pela qual ela é tão fortemente ligada ao problema da liberdade. Se o indivíduo não tivesse alguma liberdade, não importa sua brevidade, para dar vazão a uma nova potencialidade, ele não experimentaria a ansiedade (p.123).
May, R. (1988). A descoberta do ser: estudos sobre a psicologia existencial. Rio de Janeiro: Rocco.
O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO 
De qualquer modo, o que podemos desde já afirmar é que concebemos o existencialismo como uma doutrina que torna a vida humana possivel e que, por outro lado, declara que toda verdade e toda ação implicam um meio e uma subjetividade humana. 
‘’O desamparo implica que somos nós mesmos que escolhemos o nosso ser. Desemparo e angustia caminham juntos’’( , p. 9-10)

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