Buscar

Mapa Musical 2

Prévia do material em texto

EAD Mapa Musical do Brasil 2018 
 
MÓDULO 2 – Sudeste 
 
Introdução 
 
Nossa viagem musical agora irá para o sudeste brasileiro, onde se concentram talvez as mais 
conhecidas manifestações musicais do Brasil, e que levaram o nome da música brasileira para o 
mundo, sobretudo com o samba e a bossa nova. Podemos afirmar que a música urbana se deu 
em grande parte na região sudeste principalmente pelo advento da Rádio Nacional, a qual 
estava localizada no Rio de Janeiro, a capital do Brasil até 1960. Daremos um passeio geral pelas 
manifestações, movimentos culturais e regionalidades encontradas na região sudeste, tanto no 
litoral quanto no interior. 
 
1. Diversidade Musical do Sudeste 
 
As manifestações musicais que precedem a música urbana no Sudeste 
 
Jongo (Sudeste/ RJ e Vale do Paraíba) 
Breve histórico: O Jongo é mais um dos gêneros que fazem parte das manifestações afro-
brasileiras que vem muito antes da música urbana. Muito encontrado até hoje no Rio de Janeiro, 
no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo e em Minas Gerais (onde é chamado de Caxambu), 
o jongo também tem três principais tambores chamados: caxambu (ou tambu), candongueiro e 
ngoma-puíta (que é uma espécie de cuíca bem grave). 
 
De origem bantu, o jongo é considerado um dos ritmos que mais influenciou o nascimento do 
samba. Com suas danças em roda, suas palmas e suas “umbigadas”, o jongo também tem muita 
improvisação nos versos em suas metáforas e adivinhas contidas nos textos dos jongueiros. Um 
dos jongos mais tradicionais do Brasil ainda é o “Jongo da Serrinha” do Mestre Darcy, situado 
no Morro da Serrinha no Rio de Janeiro ligado à escola de samba Império Serrano. 
 
 
 
 
Curiosidades - Os ritmos Afro-brasileiros: 
 
Os portugueses chamavam todos esses ritmos afro brasileiros pelo nome genérico de BATUQUE. 
Entretanto, os ritmos e estilos, como o maracatu, o jongo, o tambor de crioula, o ijexá, entre 
muitos outros, tem suas peculiaridades e idiossincrasias, devendo ser estudados 
separadamente, para que entendamos seus símbolos, ritmos, danças, significados e mensagens. 
 
Além disso, existem também os ritmos usados dentro do ritual do candomblé e que fazem parte 
de nossa cultura, como: o barra vento, o congo de ouro, o kabula (ou samba de Angola), o ilu, o 
agueré de oxossi, entre tantos outros. 
 
Cada nação africana tem também suas peculiaridades. As principais nações (dentre muitas 
outras) são a Ketu, mais ligada à cultura yorubá do noroeste da África e a nação Angola, mais 
ligada à cultura bantu, da região sudoeste africana. No candomblé Ketu são usadas baquetas 
(chamadas de Aquidavi) enquanto na nação Angola, os atabaques são tocados com as mãos. 
 
Encontramos hoje em dia o ritmo Congo de Ouro (que é utilizado no Maculelê da capoeira), 
sendo usado no ‘Funk Carioca’. Seu ritmo é contagiante e quente, o que faz o “funk” ser tão 
atrativo, entretanto, suas letras, timbres e sua excessiva comercialização, banalizando a cultura 
negra e “da favela” são questionáveis. Falaremos mais sobre esse polêmico assunto um pouco 
mais para frente. 
 
Links relacionados 
• Jongo da Serrinha https://www.youtube.com/watch?v=pLO6KWgmPB0 
• Jongo de Guaratinguetá https://www.youtube.com/watch?v=a_1uj0e3bD8 
• Jongo com Antonio Nobrega: https://www.youtube.com/watch?v=jXbEhFrNXMM 
 
https://www.youtube.com/watch?v=pLO6KWgmPB0
https://www.youtube.com/watch?v=a_1uj0e3bD8
https://www.youtube.com/watch?v=jXbEhFrNXMM
 
 
 
Samba de Partido Alto 
 
O partido alto é originalmente o samba improvisado, ou o samba de palma de mão. Ligado 
diretamente ao samba de roda (ou chula raiada), o samba partido alto é o samba mais africano, 
que tem suas origens na Bahia, mas que se desenvolveu e se transformou no Rio de Janeiro, 
sobretudo na chamada “Pequena África”, onde ficavam as casas das “tias” baianas (ver Casa da 
Tia Ciata) em que ocorriam as festas (ou pagodes) em que se tocava o samba de partido alto até 
altas horas da madrugada. Um dos instrumentos típicos desse partido alto mais “antigo” é o 
“prato e faca”, tocado pelo partideiro que improvisa os versos. 
 
Atualmente, o samba de partido alto ganhou uma nova roupagem a partir do “pagode” da 
década de 80 e 90. Um dos mais representativos grupos do partido alto moderno é o grupo 
Fundo de Quintal, que criou uma nova instrumentação para o estilo, incluindo o banjo, o tantã, 
o repique de mão e o repique de anel. Entretanto, vários outros grupos e cantores tem influência 
direta desse samba de partido alto feito no Cacique de Ramos a partir dos anos 70, dentre eles: 
Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, Arlindo Cruz, Nei Lopes e Diogo Nogueira. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M 
 
https://www.youtube.com/watch?v=02me7YeOCYM 
 
https://www.youtube.com/watch?v=BdgXb2luAZI 
 
 
O “interior do Brasil” 
 
Batuque de Umbigada- SP (Tietê, Piracicaba e Capivari) 
 
Há uma série de gêneros brasileiros ligados à umbigada. Podemos citar o Samba angolano 
(cultura Bantu), como uma das origens das umbigadas no Brasil. Tradições como o jongo, o 
tambor de crioula, o coco de umbigada, o samba de roda, entre tantos outros, tem em sua dança 
https://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M
https://www.youtube.com/watch?v=02me7YeOCYM
https://www.youtube.com/watch?v=BdgXb2luAZI
 
a ‘Umbigada’. No interior de São Paulo encontramos o Batuque de Umbigada, encontrado 
sobretudo na região de Tietê, Piracicaba e Capivari. Vejamos abaixo um texto retirado do livro 
“Batuque de Umbigada” da Associação Cultural Cachuera: 
 
“O batuque de umbigada veio da caiumba, dançada em locais afastados das fazendas como meio 
de os negros escravizados poderem manter viva sua cultura. Desde a época do escravismo até 
a atualidade, as modas do batuque discursam contra a opressão, o preconceito e a discriminação 
que atingem os negros da região, e também relatam o dia-a-dia dos batuqueiros, seus amores e 
sonhos”. 
 
Em algumas modas, o forte uso de metáforas e a linguagem simbólica permite manter discrição 
sobre o que está sendo cantado, e para quem. Da mesma forma que a capoeira ludibriava os 
capitães do mato, despertando olhares para a dança ao mesmo tempo que se fortalecia como 
luta e autodefesa, o batuque, considerado simples diversão entre os negros na visão dos donos 
de fazendas, também funcionava como forma de articulação por meio das cantorias. O tambu, 
o quinjengue, a matraca e o guaiá são os instrumentos de percussão que acompanham as 
modas. A dança do batuque tem formação em duas fileiras confrontantes, de homens e de 
mulheres, e tem como principal característica a umbigada trocada pelos casais dançantes. 
 
Fonte: O Batuque de Umbigada de Tietê, Piracicaba e Capivari - SP (2015) 
 
Realizadores: Associação Cultural Cachuera, comunidade do Batuque de Umbigada de Tietê, 
Piracicaba e Capivari. 
 
Umbigada https://www.youtube.com/watch?v=ezODCnOxuJs 
 
Batuque Paulista https://www.youtube.com/watch?v=HR3giW-CkfI 
 
Samba de bumbo de SP (Pirapora) 
https://www.youtube.com/watch?v=MB4HDE-zIMc 
 
As Matriarcas do Samba de bumbo https://www.youtube.com/watch?v=goa3UAWjAlg 
 
Samba Paulista https://www.youtube.com/watch?v=KD1gx9xxVD8 
 
 
Outras manifestações em São Paulo e Minas Gerais 
 
Fonte: Revelando São Paulo 
https://www.youtube.com/watch?v=ezODCnOxuJs
https://www.youtube.com/watch?v=HR3giW-CkfI
https://www.youtube.com/watch?v=MB4HDE-zIMc
https://www.youtube.com/watch?v=goa3UAWjAlg
https://www.youtube.com/watch?v=KD1gx9xxVD8
 
Existem outras inúmeras manifestações do interior da região sudeste brasileiro (SP e MG) que 
tem uma cultura em comum com a região Centro Oeste e também com o Paraná da região sul. 
Podemos caracterizar essas manifestações como a “cultura caipira” do interior do Brasil, com 
suas violas, sanfonas e outras, muitas vezes ligadas às Festas do Divino e às manifestações 
religiosas católicas e afrobrasileiras, espalhadas por todo o país. Vejamos algumas delas: 
Catira ou Cateretê, Ximba, Bate pé ou Fandango (fonte: Revelando São Paulo) 
“Dança de origem indígena, africana e europeia, pois tem influência do Flamenco, do Fado, do 
Vira e da cultura indígena. Nesta dança a música segue o compasso das batidas das mãos e pés 
(sapateado) dos dançarinos. Atualmente ainda é praticada no interior de São Paulo, Mato 
Grosso, Norte do Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul”. 
Conforme a Região, a Catira é rica em estilos e movimentos coreográficos, é uma dança passada 
de pai para filho e pode ser dançada por homens, mulheres e crianças, sempre tem presença 
garantida em Folia dos Reis e Festas do Divino. Os temas cantados na Catira, são vários, amor, 
trabalho, dia a dia, etc. No texto A catira como instrumento de sociabilidade e bem estar, 
MACHADO, Juliana Alves, 2012, diz: "Pode-se ter certeza, que onde tem catira tem muita 
comida, musica, bebida e gente feliz. Pois quem dança fica feliz e quem vê também fica feliz." 
No estado de São Paulo ainda encontramos grupos de catira em Bofete, Guarani d'Oeste, 
Guarulhos, Hortolândia, Itapira, Monteiro Lobato, Ourinhos, Araçatuba, São José dos Campos, 
Serra Negra, Tatuí e Piracicaba”. 
Catira SP https://www.youtube.com/watch?v=f5r5UYRvQwo 
Catira MT https://www.youtube.com/watch?v=HjVMkMfbA34 
Catira MG https://www.youtube.com/watch?v=YWAluRu8Jfo 
 
Caiapó (influência indígena) 
Dança do interior de São Paulo, onde o tema gira em torno do roubo e morte de um curumim, 
por inimigos brancos e sua ressureição por interferência de um pajé. Os instrumentos utilizados 
são todos de percussão. Nesta dança os integrantes usam roupas de palha e o rosto pintado de 
azul, e são guiados pelo cacique e o curumim. 
Caiapó MG https://www.youtube.com/watch?v=RA8paocQVlU 
Caiapó SP (Piracaia) https://www.youtube.com/watch?v=4SwdEsyv6YM 
https://www.youtube.com/watch?v=zyAq5huHSHE 
 
Cavalhadas (MG-SP) 
Os cavaleiros e os cavalos usam vestimentas cor azul ou vermelho. Na Região de SP e MG a 
cavalhada representa a luta entre mouros e cristãos, onde dramatizam a queima do castelo, o 
https://www.youtube.com/watch?v=f5r5UYRvQwo
https://www.youtube.com/watch?v=HjVMkMfbA34
https://www.youtube.com/watch?v=YWAluRu8Jfo
https://www.youtube.com/watch?v=RA8paocQVlU
https://www.youtube.com/watch?v=4SwdEsyv6YM
https://www.youtube.com/watch?v=zyAq5huHSHE
 
roubo da princesa, a submissão e batismo dos mouros. Cada parte da cavalhada é denominada 
de manobra. Esta dança sempre está presente nas festas do Espirito Santo. 
https://www.youtube.com/watch?v=7-oiT6TWBLo 
https://www.youtube.com/watch?v=aXUQITP5eqI 
 
Moçambique (MG-SP) 
Dança formada por um grupo de devotos que se reúnem para homenagear a São Benedito e 
Nossa Senhora do Rosário. Seus integrantes representam reis, capitão, general, meirinho e 
dançadores. No momento da dança, cada integrante batem os guizos que trazem preso nos 
tornozelos (gunga) e fazem coreografia. O Moçambique tem influência direta da cultura africana 
(ainda que miscigenada), sobretudo dos negros provindos de Moçambique. 
https://www.youtube.com/watch?v=F5Im7WsYtys 
https://www.youtube.com/watch?v=1mHiyZEW7xU 
 
Folia de Reis 
 
A Folia de Reis não é um gênero musical, mas sim uma festa ligada ao catolicismo que ocorre 
praticamente em todo o Brasil em homenagem aos reis magos e a Jesus Cristo. 
A Folia de Reis introduzida no Brasil, pelos portugueses na época da colonização, século XVI, por 
volta do ano de 1534, trata de uma festa que homenageia as figuras sacras e no início era 
utilizada pelos Jesuítas, a fim de colonizar os índios e posteriormente os escravos. Nesta festa 
um grupo de foliões saem em visita as residências, que os acolhem, oferecem comida, doações 
e presentes e estes foliões agradecem, dançando (geralmente cateretê e catira), cantando e 
tocando (com viola caipira, acordeom ou sanfona, gaita, reco-reco e flauta) sempre com muita 
alegria, músicas em homenagem a Jesus e aos Santos Reis (Reis Magos). 
Os foliões são liderados por um capitão, e seguem fazendo reverências a bandeira, que carrega 
o símbolo da folia. A bandeira é decorada com figuras do menino Jesus, e os enfeites a ela 
incluídos nunca são amarrados, pois conforme a crença, isto pode segurar/atrapalhar a 
caminhada de seus foliões. Quem carrega a bandeira é considerado bandeireiro, tem também o 
palhaço ou Bastião, que abre a passagem para a folia, recitando poesia e passagens da bíblia, 
ele sempre carrega uma espada e se veste com roupas coloridas e máscara. Algumas cidades de 
São Paulo, que cultivam esta tradição são: Araraquara, Barretos, Bebedouro, Bom Jesus dos 
Perdões, Campinas, Franca, Biritiba Mirim, Caçapava, Cruzeiro, Caraguatatuba, Hortolândia, 
Indaiatuba, Sorocaba, Olímpia, entre outras. 
Congado/congada (MG, SP, ES, GO) 
https://www.youtube.com/watch?v=7-oiT6TWBLo
https://www.youtube.com/watch?v=aXUQITP5eqI
https://www.youtube.com/watch?v=F5Im7WsYtys
https://www.youtube.com/watch?v=1mHiyZEW7xU
 
Assim como nos maracatus, as congadas também simbolizam a coroação do rei do Congo (o rei 
negro), mesclando tradições africanas, sobretudo de Angola e Congo, com tradições católicas 
Ibéricas. As congadas remontam ao Brasil colonial (século XVII e XVIII) e estão presentes em 
praticamente todo o Brasil, tendo destaque em Minas Gerais e interior de São Paulo. Os 
principais temas são dedicados à São Benedito e à Nossa Senhara do Rosário. Os instrumentos 
mais utilizados são as caixas (parecidas com as alfaias do maracatu), os ganzás (que no 
Moçambique é chamado de “folhas”), os tambores menores (chamados tamborins) e as vezes 
reco reco, adufes ou pandeiros. Um instrumento muito interessante usado nas congadas e 
moçambiques é a gunga: que é uma espécie de ganzá amarrado aos pés dos brincantes que 
serve para tocar e dançar ao mesmo tempo. 
http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_26_RBA/grupos_de_trabalho/trabalho
s/GT%2013/renata%20nogueira%20da%20silva.pdf 
https://www.youtube.com/watch?v=5KYT-e8Bp3g 
https://www.youtube.com/watch?v=bHT_SSYcNPg 
https://www.youtube.com/watch?v=B3tN3Azcczg 
 
A modinha portuguesa e música caipira (Sudeste e Centro-oeste) 
Para finalizar esse passeio pelo interior do Brasil, não podemos deixar de citar a música 
“sertaneja” e as modas de viola tão presentes no interior de São Paulo e em toda cultura do 
interior (Goiás, Paraná, MT, MS e MG). Falaremos mais disso no módulo 3, mas aqui daremos 
uma pequena pincelada na música caipira do Sudeste. 
 
A moda de viola 
 
 
 
As “modas” de viola são a essência da música sertaneja e caipira. A música sertaneja em sua 
origem está ligada aos violeiros do Nordeste e do interior do Brasil que cantam suas alegrias e 
suas tristezas embaladas ao som de suas violas. A música caipira é mais característica do interior 
de São Paulo, Minas Gerais e da região Centro Oeste do Brasil, chamada assim principalmente 
na primeira metade do século XX. 
 
http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_26_RBA/grupos_de_trabalho/trabalhos/GT%2013/renata%20nogueira%20da%20silva.pdf
http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_26_RBA/grupos_de_trabalho/trabalhos/GT%2013/renata%20nogueira%20da%20silva.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=5KYT-e8Bp3g
https://www.youtube.com/watch?v=bHT_SSYcNPg
https://www.youtube.com/watch?v=B3tN3Azcczg
 
Entretanto, a indústria fonográfica misturou tudo isso, classificando-os como “sertanejo de raiz”, 
(já que atualmente existem inúmeros estilos de “sertanejo”, como o sertanejo romântico e o 
sertanejo universitário). Podemos citar alguns artistas do “sertanejo raíz” ligados à cultura 
caipira, dentre eles: Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Tião 
Carreiro e Pardinho, Inezita Barroso, as Irmãs Galvão. A viola ainda está presenteem diversos 
cantos do Brasil e há uma nova geração de violeiros (como Ivan Vilela, João Paulo Amaral, Paulo 
Freire, entre tantos outros) que mantém viva a tradição da música caipira e ainda expandem o 
universo da viola tocando também outros gêneros. 
 
Já na década de 80, a chamada “música sertaneja” fugiu muito de sua essência, sofrendo 
influências do country norte americano, da música pop e da música romântica. Sua 
instrumentação mudou, incluindo o uso de guitarra, bateria, teclados, e as letras não mais se 
relacionam com a essência da música caipira ou sertaneja. (*Ver country norte Americano). 
 
Hoje, as novas duplas do chamado “sertanejo universitário” tocam ritmos como o “arrocha”, axé 
music e até funk carioca, falando sobre temas, como bebida, balada, traição, dinheiro, 
relacionamentos conflituosos, entre outros. Esses gêneros, criados pela indústria fonográfica, 
fazem um apelo aos elementos mais presentes no imaginário popular (sobretudo da juventude), 
criando um pastiche com um ritmo ‘contagiante’, uma letra que ‘pega’, e um produto que lhes 
é muito rentável. 
 
Curiosidade 1: 
Os violeiros gostam de contar “causos” interessantes e engraçados sobre os caboclos, caipiras, 
e sobre o povo que vive no interior desse “Brasilzão”. Geralmente sentam em volta de uma 
fogueira e passam a noite cantando e contando histórias muito interessantes sobre a vida no 
campo. 
 
Curiosidade 2: A viola caipira 
 
 
A viola caipira chegou ao Brasil trazida pelos portugueses. Porém, suas origens são bem mais 
antigas, vinda dos instrumentos árabes. A viola tem dez cordas disposta em cinco pares e o 
“ponteio”(jeito de tocar) usa muito as cordas soltas fazendo seu lindo timbre soar ao vento. 
Existem muitas lendas em torno da viola. Uma delas é sobre um jeito de afinar a viola que eles 
chamam de Cebolão. Dizem que esse nome vem por causa das “muié”, que só de ouvir o violeiro 
afinando a viola já choram de emoção, igual quando cortam a cebola. 
 
 
Curiosidade 3: 
Tem um ritmo da viola que se chama “PAGODE” e que não tem nada a ver o samba, e é um ritmo 
muito usado nas modas e nas rodas dos violeiros. Outros dois ritmos que tem o mesmo nome, 
mas que são bem diferentes são: o XOTE do Nordeste, mais ligado ao forró, e o XOTE gaúcho, 
que é uma música típica do Rio Grande do Sul mais ligada às danças europeias, havendo muitas 
peculiaridades e estilos como o “xote carreirinho” e o “xote duas damas”, em que o cavalheiro 
dança com duas mulheres ao mesmo tempo. 
 
Links relacionados 
 
Modas de viola https://www.youtube.com/watch?v=nSAN5W91t1s 
Tião Carreira e Almir Sater https://www.youtube.com/watch?v=Z56slU5fIIE 
Marvada Pinga (Enezita Barroso) https://www.youtube.com/watch?v=HeMEMkgnbng 
A Moda da Mula Preta https://www.youtube.com/watch?v=G1tq5Jz8ypc 
 
2. Gêneros urbanos do Sudeste 
 
A partir do final do século XIX, com o fim da escravidão e o começo da urbanização e da 
modernização das cidades brasileiras, surgem, em meio as mais diversas inovações tecnológicas 
(dentre elas a Rádio Nacional), os mais diversos gêneros musicais urbanos no Brasil. Vejamos 
agora alguns dos principais: 
 
Ver link: Samba paulista e o ‘progresso’ da cidade de São Paulo 
https://www.youtube.com/watch?v=c1lNz8Y9dhs 
Choro 
 O Choro é um dos primeiros gêneros musicais urbanos tipicamente brasileiros. Segundo 
diversos historiadores, ele surge da apropriação dos gêneros europeus pelos músicos populares 
do Rio de Janeiro, no final do século XIX, tendo características muito próximas às músicas de 
salão da época do império, principalmente pelos contrapontos e pela riqueza melódica de suas 
composições. No início, seus principais instrumentos eram a flauta, o cavaco e o violão. 
Entretanto, ao longo do século XX foram introduzidos muitos outros instrumentos, como: o 
pandeiro, o clarinete, o bandolim, o trombone, o sax, o piano e até o acordeon. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nSAN5W91t1s
https://www.youtube.com/watch?v=Z56slU5fIIE
https://www.youtube.com/watch?v=HeMEMkgnbng
https://www.youtube.com/watch?v=G1tq5Jz8ypc
https://www.youtube.com/watch?v=c1lNz8Y9dhs
 
 
Podemos citar como precursores do Choro, os compositores Joaquim Calado, Ernesto Nazareth, 
Anacleto de Medeiros e a compositora Chiquinha Gonzaga. Entretanto, ele se consolidou na 
primeira metade do século XX através de nomes como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Waldir 
Azevedo, entre muitos outros. 
 
O Chorinho é ainda hoje muito presente em todo o Brasil, com seus regionais e suas formações 
mais inusitadas. Podemos destacar o bairro da Lapa no Rio de Janeiro como principal reduto do 
Choro, e também outros locais do Brasil, como São Paulo, Brasília, Goiânia e Vitória. 
 
Curiosidades: Uma das principais características do Choro são as melodias rápidas e exigentes 
para os músicos, com seus contrapontos, improvisações e sobreposições de vozes. Vamos 
ouvir algumas interpretações do grupo Época de Ouro, que é uma das principais referências do 
Chorinho em toda sua história. 
 
 
Links relacionados ao Choro: 
 
• Época de Ouro https://www.youtube.com/watch?v=X5FrC3YQOlI 
https://www.youtube.com/watch?v=2U6kkbgY27o&list=PLFB3DD82A9499917A 
• Pixinguinha https://www.youtube.com/watch?v=98gYhQixXwo 
• Choro atual https://www.youtube.com/watch?v=46M-Eor8D08 
 
Chiquinha Gonzaga (1847- 1935) 
 
Se voltarmos por volta de cento e cinquenta anos atrás, vamos encontrar uma mulher que 
revolucionou a história da música brasileira. Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida 
como Chiquinha Gonzaga, foi a primeira mulher a reger uma orquestra no brasil. Além disso ela 
foi uma das inventoras de algumas das primeiras músicas brasileiras. Chiquinha compôs músicas 
nos vários estilos musicais que surgiam no brasil daquela época, dentre eles: as modinhas, o 
lundu, o tango brasileiro, os maxixes, choros, valsas, polcas e marchas. Ela também foi a criadora 
da primeira marchinha de carnaval a ficar bem conhecida. Era a “Ô Abre Alas”, tocada até hoje 
em alguns salões do brasil. 
https://www.youtube.com/watch?v=X5FrC3YQOlI
https://www.youtube.com/watch?v=2U6kkbgY27o&list=PLFB3DD82A9499917A
https://www.youtube.com/watch?v=98gYhQixXwo
https://www.youtube.com/watch?v=46M-Eor8D08
 
 
 
 
Ernesto Nazareth (1863 – 1934) 
 
Ernesto Nazareth é verdadeiro símbolo da cultura brasileira. Ele estudou piano e conhecia muito 
bem a cultura europeia. Por outro lado, trazia em suas músicas a africanidade e as tradições da 
música popular brasileira. Uma de suas músicas mais conhecidas foi Odeon. Vamos ouvir? 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=DMXgiE238Ms 
 
Samba (Rj, SP/ Brasil) 
Um dos gêneros musicais mais emblemáticos de nossa nação é o samba. Vestido de inúmeras 
formas - do samba de morro até a sofisticada bossa-nova - muitos autores o consideram como 
“a espinha dorsal da música popular brasileira”. Entendendo o samba, passamos a entender 
muito mais nossa própria história e a nossa própria cultura. Sua origem e desenvolvimento estão 
fortemente ligados a questões étnicas (sincretismo/miscigenação), sociais e econômicas da 
nossa população, e também à urbanização das grandes cidades brasileiras e à construção de 
uma identidade nacional. Caymmi cita em entrevista: 
 
A música típica brasileira é samba. E o samba na Bahia era um estilo 
de samba de mote e glosa, é você abrir um estribilho e o outro 
responder. É o samba de umbigada, samba de rua, com influência 
portuguesa e africana (CAYMMI, 2001, p.132-133). 
 
https://www.youtube.com/watch?v=DMXgiE238Ms
 
No livro “O século da Canção”, o autor Luiz Tatit confere caráter significativo ao samba como “a 
primeira triagem que contribuiu para a conformação da canção popular com as características 
hoje conhecidas” (TATIT, 2004). Fortemente ligado ao início da indústria fonográfica no Brasil, o 
primeiro samba a ser registrado foi Pelo Telefone, em 1917, por Donga. Podemoscitar aqui 
alguns dos principais compositores do samba, dentre eles: Sinhô, Noel Rosa, Donga, Heitor dos 
Prazeres, João da Baiana, Sinhô, Bide, Ismael Silva (Estácio), Zé Ketti, Wilson Batista, entre 
muitos outros. 
 
Como cita o estudioso Allessandro Dias: “o samba nasceu na Bahia, cresceu no Rio de Janeiro e 
em São Paulo, e teve filhos por todos os cantos do país”. 
 
 
 
 
O Samba exaltação 
 
O samba sempre foi usado como símbolo de “brasilidade”. Sabemos que o Brasil possui uma 
imensa diversidade de povos, culturas, sotaques e músicas. Entretanto, o samba foi usado para 
se criar uma espécie de “identidade Nacional”, ou seja, para que todos nós nos sentíssemos 
brasileiros quando ouvíssemos samba. Isso ocorreu mais intensamente na época de Getúlio 
Vargas, que apoiava o sentimento de nacionalismo e de patriotismo e queria criar uma 
identidade brasileira. Foi então nessa época que o “samba exaltação” mais fez sucesso. 
 
As suas letras falavam das qualidades do Brasil e de sua beleza natural, além de tentar criar um 
certo “orgulho” de ser brasileiro. Foi também nessa época que foi criado o personagem da 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_da_Baiana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinh%C3%B4
 
Disney “Zé Carioca” e que a cantora Carmem Miranda fez um sucesso incrível nos Estados Unidos 
e em vários lugares do mundo, cantando as coisas do Brasil. Podemos citar o compositor Ary 
Barroso como o principal representante do “Samba exaltação”. Você já deve ter ouvido a música 
“Aquarela do Brasil”. Preste atenção na letra dessa música: 
 
 
Carmen Miranda Zé Carioca Ary Barroso 
 
 
AQUARELA DO BRASIL 
Ary Barroso 
O Brasil, verde que dá 
Para o mundo admirar. 
O Brasil do meu amor, 
Terra de Nosso Senhor. 
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... 
Esse coqueiro que dá coco, 
Onde eu amarro a minha rede 
Nas noites claras de luar. 
Ô! Estas fontes murmurantes 
Onde eu mato a minha sede 
E onde a lua vem brincar. 
Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro 
É o meu Brasil Brasileiro, 
Terra de samba e pandeiro. 
Brasil!... Brasil! 
Links relacionados com o samba 
 
• Cartola: https://www.youtube.com/watch?v=c5sto_qPiQY 
http://letras.mus.br/ary-barroso/
https://www.youtube.com/watch?v=c5sto_qPiQY
 
• Samba no pé com Carlinhos de Jesus: 
https://www.youtube.com/watch?v=OITl_J_FgvM 
• Samba e Jongo https://www.youtube.com/watch?v=hlFHWGFbJM0 
• Roda de Samba 
https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0 
 
Bossa Nova (Rio de Janeiro) 
 
Breve histórico 
 
Considerada por muitos como um estilo de samba (e para outros um gênero à parte), a Bossa 
Nova inventou um jeito muito peculiar de cantar as belezas do Rio de Janeiro, com suas 
interpretações suaves, sua batida envolvente, seu balanço calmo, e uma sofisticação no olhar e 
nas notas que compõem suas canções. Podemos citar como principal símbolo da Bossa Nova o 
interprete João Gilberto, que inovou a forma de cantar, transformando a referência do 
“vozeirão” dos cantores anteriores (sobretudo os cantores de samba canção da Era da Rádio), 
para quase um sussurro nos ouvidos. 
 
A Bossa Nova sofreu uma forte influência do jazz norte americano (sobretudo na harmonia 
sofisticada de seus acordes e em sua instrumentação: piano, baixo acústico, bateria, violão e as 
vezes sopros) e da música erudita (principalmente nas composições do maestro Tom Jobim), 
entretanto, a Bossa se tornou muito popular entre os músicos de jazz norte Americanos que 
incorporaram o estilo em seu repertório, sofrendo também forte influência da música brasileira, 
criando assim uma via de mão dupla. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=OITl_J_FgvM
https://www.youtube.com/watch?v=hlFHWGFbJM0
https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0
 
 
 
Considerada a musa da Bossa, foi Nara Leão quem reunia em sua casa (na Zona Sul do Rio de 
Janeiro), os principais representantes da Bossa Nova, dentre eles: Tom Jobim, Francis Hime, 
Roberto Menescal, Vinicius de Moraes, Ronaldo Boscoli, Carlos Lira, (entre vários outros). Foi, 
portanto, em meados dos anos 50 que criou-se esse “movimento musical” o qual levou o nome 
da música brasileira para o mundo todo. 
 
O marco do início da Bossa Nova foi gravação do disco “Chega de Saudade” de João Gilberto, 
em 1958. Outro ponto alto, foi a gravação de Tom Jobim com Frank Sinatra da música Garota de 
Ipanema. A Bossa começou a perder sua força quando surgiram os “Festivais da Canção” nos 
meados dos anos 60, quando as canções de protesto e a dita “MPB”, se consolidaram, frente a 
forte repressão da ditadura militar. 
 
Links relacionados à Bossa Nova 
 
Chega de Saudade https://www.youtube.com/watch?v=yUuJrpP0Mak 
 
https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0 
 
https://www.youtube.com/watch?v=yUuJrpP0Mak
https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0
 
Jobim e Sinatra https://www.youtube.com/watch?v=XP64PDhcs4Y 
 
João Gilberto e Tom Jobim https://www.youtube.com/watch?v=DmV0TcTNJ3o 
 
 
A Jovem Guarda 
 
 
O movimento “Jovem Guarda” surge de um programa de TV apresentado por Roberto Carlos 
em meados da década de 60. Esse pode ser considerado um segundo momento do Rock´n´roll 
no Brasil, (seguido das primeiras gravações de versões como Estupido Cúpido e Biquíni de 
Bolinha Amarelinha) que tocava o “Iê Iê Iê” e os rockinhos românticos. Podemos citar como 
principal representante o próprio cantor Roberto Carlos, seguido de sua turma: Erasmo Carlos, 
Wanderléia, Golden Boys, Silvinha Araújo, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Ronnie Von, entre 
outros. Enquanto alguns compositores protestavam contra a situação política do Brasil, a Jovem 
Guarda era uma “rebeldia” que não oferecia ameaças ao sistema, com suas letras quase 
“inocentes”, como: “Meu carro é vermelho, não uso espelho para me pentear…”. 
 
Links relacionados à Jovem Guarda 
 
No tempo da Jovem Guarda https://www.youtube.com/watch?v=ejYnrubTqA4 
 
Sobre a Jovem Guarda https://www.youtube.com/watch?v=VeAh7EBnO-I 
 
https://www.youtube.com/watch?v=pxfmaTPAjpE 
 
A MPB e a “Era dos Festivais” 
https://www.youtube.com/watch?v=XP64PDhcs4Y
https://www.youtube.com/watch?v=DmV0TcTNJ3o
https://www.youtube.com/watch?v=ejYnrubTqA4
https://www.youtube.com/watch?v=VeAh7EBnO-I
https://www.youtube.com/watch?v=pxfmaTPAjpE
 
 
Breve histórico 
 
A sigla MPB se consolida nos grandes festivais da canção pós Bossa Nova. Com o advento da 
ditadura no Brasil, surge um novo movimento de compositores com suas canções de protesto e 
suas mensagens subliminares nas letras de suas canções. 
 
 Os festivais tiveram seu auge nos anos 60 e 70 no Brasil, quando surgiram nomes como Chico 
Buarque, Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jair Rodrigues, Edu Lobo, João Bosco, Milton 
Nascimento, Rita Lee, Geraldo Vandré, entre muitos outros. Os Festivais da canção marcaram 
época, e o Brasil todo esteve envolvido em suas acirradas disputas. Muitos dos compositores e 
interpretes foram exilados do Brasil graças as suas mensagens e ideologias. Foi uma época muito 
rica da música brasileira! 
 
Links relacionados aos Festivais da Canção 
 
• Roda Viva (Chico Buarque) https://www.youtube.com/watch?v=fEY9Z8LJfMY 
• Ponteio Edu Lobo) https://www.youtube.com/watch?v=-N8niC2myI0 
• Sérgio Ricardo quebrando o violão https://www.youtube.com/watch?v=OBabT0-V7eM 
• Alegria algria (Caetano) https://www.youtube.com/watch?v=H44xLqXNQ2Y 
https://www.youtube.com/watch?v=OBabT0-V7eM 
https://www.youtube.com/watch?v=FOsXaaW4Pkk 
 
A Tropicália 
Breve histórico: A tropicália foi um movimento musical que mesclava as tendências da 
vanguarda nacional, da contracultura e da “modernidade” dos anos 60 e 70 (como a guitarra 
elétrica e o ritmo Rock´n´roll), com astradições da música brasileira (como a cultura nordestina 
e os ritmos afro brasileiros). Seus principais representantes são Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal 
Costa, Maria Bethânia, Os Mutantes, Torquato Neto, Tom Zé, entre outros. 
https://www.youtube.com/watch?v=fEY9Z8LJfMY
https://www.youtube.com/watch?v=-N8niC2myI0
https://www.youtube.com/watch?v=OBabT0-V7eM
https://www.youtube.com/watch?v=H44xLqXNQ2Y
https://www.youtube.com/watch?v=OBabT0-V7eM
https://www.youtube.com/watch?v=FOsXaaW4Pkk
 
 
O movimento Tropicalista teve sua origem no encontro de vários artistas, principalmente da 
Bahia, nos Festivais da Canção da década de 60. Com suas roupas coloridas, cabelos compridos 
e sua atitude de protesto e deboche às antigas formas do pensar, o Tropicalismo trouxe 
inúmeras contribuições para a música brasileira, tanto na forma quanto no conteúdo, criando 
uma síntese do Brasil dos anos 60 e 70 refletido em suas poesias e músicas. Podemos dizer que 
o Tropicalismo se estendeu ao cinema através de Glauber Rocha e o Cinema Novo, e também às 
artes plásticas através de Helio Oiticica. 
 
Curiosidades: 
Caetano e Gil foram exilados do Brasil após serem acusados de “rebeldia”. Entretanto suas 
músicas não faziam crítica direta à ditadura, como as canções de protesto (de Geraldo Vandré 
por exemplo). Eles questionavam o modo de vida e suas reflexões eram muito mais profundas 
e complexas do que uma simples crítica à ditadura. 
 
Links relacionados: 
 
Caetano – Tropicália https://www.youtube.com/watch?v=WwfwRULbSA8 
 
Panis et circenses – Mutantes https://www.youtube.com/watch?v=WxwQhrfTEc8 
 
Gal, Caetano, Gil, Bethânia https://www.youtube.com/watch?v=O0sJIjE4NnE 
 
 
Clube da Esquina (Minas Gerais/RJ) 
Breve histórico 
 
Esse foi um movimento formado pelo encontro de compositores e músicos mineiros, dentre 
eles: Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, Flavio Venturini, 
Fernando Brant, entre outros. 
 
Apesar de formado por músicos mineiros, o movimento se desenrolou no Rio de Janeiro, e foi 
consagrado pela gravação da música “Canção do Sal” por Elis Regina. Com influências de Beatles, 
Bossa, Jazz, música erudita e música folclórica mineira (sobretudo os tambores e os ritmos afro 
de Minas), o Clube da Esquina teve grande projeção internacional principalmente através de 
Milton Nascimento, que gravou com os grandes músicos de jazz norte Americanos, como o disco 
Native Dancer e Angelus, que reúnem músicos como Wayne Shorter, Pat Metheny e Jack 
DeJohnette. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=WwfwRULbSA8
https://www.youtube.com/watch?v=WxwQhrfTEc8
https://www.youtube.com/watch?v=O0sJIjE4NnE
 
Entretanto os discos mais importantes são o “Clube da Esquina 1”, de 1972, e o “Clube da 
Esquina 2”, de 1978. Os contornos melódicos de suas canções refletem as montanhas e 
paisagens de Minas, seus ritmos e sonoridades sintetizam os pensamentos e sonhos dessa 
geração de grandes poetas, músicos e compositores que fizeram parte desse movimento. 
 
 
 
Curiosidades 
Milton Nascimento teve uma história fantástica: apesar de ter nascido no Rio, ele foi adotado e 
criado por seus pais em Três Pontas (MG). Depois mudou-se para BH, onde trabalhou de 
escriturário e foi lá que conheceu os irmãos Borges (Lô, Márcio e Marilton). 
 
Dos encontros na esquina das Ruas Divinópolis com Paraisópolis surgiram os acordes e letras de 
canções como Cravo e Canela, Alunar, Para Lennon e McCartney, Trem azul, Nada será como 
antes, Estrelas, São Vicente e Cais. Aos meninos fãs do The Beatles e do The Platters vieram 
juntar-se Tavinho Moura, Flavio Venturini, Beto Guedes, Fernando Brant, Toninho Horta e 
criaram esse maravilhoso movimento musical que eleva o nome da música brasileira em todo o 
mundo. 
 
Links relacionados: 
 
• Clube da Esquina: https://www.youtube.com/watch?v=-83HCIbrfWU 
• Documentário sobre Milton: https://www.youtube.com/watch?v=yaNqutgEeGw 
• Documentário sobre o Clube: 
https://www.youtube.com/watch?v=WQ7xTsVJAiQ&list=PLEF2FDEF89D4EE83A 
https://www.youtube.com/watch?v=-
C5cYNMYCus&index=3&list=PLEF2FDEF89D4EE83A 
 
• Girassol da cor de seu cabelo 
https://www.youtube.com/watch?v=ft0lyajlzaw&index=4&list=PLEF2FDEF89D4EE83A 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Para_Lennon_e_McCartney
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Beatles
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Platters
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tavinho_Moura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Flavio_Venturini
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beto_Guedes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Brant
http://pt.wikipedia.org/wiki/Toninho_Horta
https://www.youtube.com/watch?v=-83HCIbrfWU
https://www.youtube.com/watch?v=yaNqutgEeGw
https://www.youtube.com/watch?v=WQ7xTsVJAiQ&list=PLEF2FDEF89D4EE83A
https://www.youtube.com/watch?v=-C5cYNMYCus&index=3&list=PLEF2FDEF89D4EE83A
https://www.youtube.com/watch?v=-C5cYNMYCus&index=3&list=PLEF2FDEF89D4EE83A
https://www.youtube.com/watch?v=ft0lyajlzaw&index=4&list=PLEF2FDEF89D4EE83A
 
Obs: Como o foco desse curso não é a música urbana e a música internacional presente no Brasil, 
mas sim as manifestações musicais de cada região do Brasil, não aprofundaremos na história do 
rock, do funk, do reggae, RAP, entre muitos outros estilos muito importantes e presentes no 
Brasil. Há um foco maior para esses estilos em outro curso que está em homologação - EAD: 
MPB – uma breve história.

Continue navegando