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Módulo Incidência e Crédito Tributário O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. MÓDULO: INCIDÊNCIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEMINÁRIO II - CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO ALUNA: AYLA LOBO QUESTÕES DE PLENÁRIO 1. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza o seu débito fiscal, de acordo com a lei, e realiza o pagamento do saldo devedor remanescente. Em razão de procedimento fiscalizatório posteriormente realizado, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora, sem porém majorar o valor de tributo por ela declarado como devido. Em seguida, encaminha a declaração do contribuinte para inscrição na dívida ativa, para posterior execução fiscal. Uma vez que não há controvérsia no que tange à obrigação de prestar o tributo ou ao quantum devido pela empresa, entende, o Fisco, não ser necessário o lançamento de ofício. A Fazenda, na ação de execução, impõe penalidades que entende cabíveis, além dos juros de mora. Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda? Ainda, a glosa de crédito pode ser equiparada ao caso de ausência de pagamento? Justifique sua resposta (Vide Acórdão CARF 3402003.801). O procedimento utilizado pela Fazenda, no sentido de dispensar o lançamento de ofício, encontra respaldo na doutrina e na jurisprudência. Isso porquê, o ato de ciência inequívoca do contribuinte é requisito para que o ato administrativo se torne público, o que já ocorre antes nos casos de o contribuinte realizar a declaração. Por isso, neste caso, não era necessário ocorrer o lançamento de ofício. A glosa do crédito apurado em determinado período, não necessariamente acarretará em um débito, tendo em vista que, em que pese a glosa seja devida e o resultado do crédito não tenha sido o declarado, todos os débitos podem ter sido recolhidos, tendo em vista que são transações distintas, apuradas apenas ao final do encontro de contas do período. 2. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se: a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua resposta. A homologação é a modalidade de constituição do crédito tributário onde o contribuinte realiza o pagamento antecipado do valor devido e à autoridade administrativa cabe a sua homologação ou não, com previsão legal no art. 150, do Código Tributário Nacional. Módulo Incidência e Crédito Tributário O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Nesta modalidade, homologa-se tanto o pagamento efetivamente recolhido, quanto a norma individual e concreta posta pelo contribuinte, tendo em vista que parte dele toda a análise legal e criação da referida norma. O lançamento por homologação pressupõe uma atividade individual do contribuinte, para apenas posteriormente ocorrer a revisão pela autoridade administrativa, de modo que ela precisa realizar a revisão de tudo. b) Qual o efeito jurídico da ocorrência da “homologação expressa”? Quando se verifica? O desembaraço aduaneiro pode ser considerado caso de “homologação expressa” do pagamento de tributos incidentes quando da importação de bens, mercadorias e serviços? É possível tratá-lo como lançamento por declaração? Se no momento do desembaraço aduaneiro é adotada determinada alíquota, pode ela ser revisada pela administração posteriormente? (Vide Anexo II) O efeito jurídico da homologação expressa do pagamento do contribuinte está previsto no art. 156, VII, do Código Tributário Nacional, que traz o instituto como causa de extinção do crédito tributário, e ocorre quando o crédito declarado pelo contribuinte é homologado por ato administrativo da autoridade competente. O desembaraço aduaneiro é o último ato com relação a entrada de mercadorias importadas no país, momento em que já ocorreu a declaração pelo contribuinte, bem como a conferência pela administração, de modo que poderia ser considerado como uma homologação expressa da correta constituição do débito. Contudo, conforme o O DL nº 37/66, por sua vez, regulamentado pelo Decreto nº 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro) no art. 638, assim dispôs: Art. 638. Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 54, com a redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o; e Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 8º). Sendo assim, a legislação impõe outro momento em que ocorre, de fato, a expressa homologação das informações, posteriormente ao desembaraço. Pode ser considerado um lançamento por declaração, pois se dá com fundamento nas informações prestadas pelo sujeito passivo sobre a ocorrência do fato gerado. 3. Dado o auto de infração (fictício) abaixo (Anexo III): a) Identifique as normas individuais e concretas veiculada no respectivo auto de infração; Módulo Incidência e Crédito Tributário O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Podem ser extraídas duas normas individuais e concretas do auto de infração, sendo elas a constituição do crédito tributário devido pelo contribuinte com o lançamento, bem como a fixação de penalidade pelo não recolhimento na forma e prazo devidos. Vê-se que a matéria semântica do antecedente dessas regras alude a um evento caracterizado, sempre, pelo desatendimento de um dever. b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação; (i) O auto de infração como documento, é o meio pelo qual o Fisco, realizando a subsunção do fato à norma, lança a norma individual e concreta para concretização de determinadas obrigações em face do contribuinte, tendo em vista o não cumprimento de algum mandamento legal no seu tempo e forma devidos; (ii) O ato administrativo de imposição de multa, por sua vez, é uma das normas individuais e concretas que compões o auto de infração, visando à cobrança da multa pela realização do evento previsto em lei como ilícito tributário; (iii) O ato administrativo de lançamento, é a segunda norma individual e concreta a compor o auto de infração, é o ato de lançar de ofício aquilo que cabia ao Fisco ou aquilo que o contribuinte deveria ter recolhido e não o fez; (iv) Por fim, o ato de notificação do sujeito passivo é o momento que que o ato administrativo se perfectibiliza, tendo em vista que a constituição definitiva do débito se dará apenas com a ciência do devedor, momento em que o lançamento se tornará um ato público, caso não tenha sido declarado por ele próprio, inclusive para fins de contagem dos prazos prescricional e decadencial. c) Que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? Nos termos do art. 113,§1, do CTN, “a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”. Por sua vez, o crédito tributário nascerá a partir da atividade do intérprete, que ao observar a ocorrência do fato gerador realizaráa subsunção do fato à norma, nos termos do art. 114, do CNT, e que poderá ser o Fisco, nos lançamentos de ofício, como pelo contribuinte, pelas constituições por homologação e declaração.
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