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SEMINÁRIO II - CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO

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Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 
Fernanda Ciancaglio Valentim 
 
SEMINÁRIO II 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO 
 
 
 
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda: 
 a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato ou 
procedimento e qual a sua finalidade. 
 
 A definição legal de lançamento encontra-se no art. 142, do CTN, segundo o qual o 
lançamento consiste em “procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação 
da penalidade cabível.”. Observa-se, pois, que o legislador adotou a tese procedimentalista 
de lançamento. 
 A doutrina, por sua vez, não é pacífica quanto ao tema. O conceito doutrinário de 
lançamento transita entre ato administrativo, procedimento administrativo ou ambos. 
 Paulo de Barros Carvalho adota com a tese não procedimentalista, definindo o 
lançamento como:1 
[...] ato jurídico administrativo, da categoria dos simples, constitutivos e 
vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica brasileira uma 
norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato jurídico 
tributário e, como consequente, a formalização do vínculo obrigacional, pela 
individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da 
prestação, formado pela base de cálculo e correspondente alíquota, bem 
como pelo estabelecimento dos termos espaço-temporais em que o crédito há 
de ser exigido. 
 
 Não coaduno com referido entendimento, já que, ao adotá-lo, é preciso reconhecer que 
os lançamentos por declaração e por homologação, na realidade, não são lançamentos. 
O lançamento compete privativamente à autoridade administrativa e tem por 
finalidade a instituição da obrigação tributária, ou seja, a constituição do crédito tributário. 
 
 
1
 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII., p, 424. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se 
positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia 
uma espécie da outra? 
 
 Sim. De acordo com o CTN estão previstas três espécies de lançamento, a saber: I) 
lançamento direto ou de ofício (art. 149, I); II) lançamento misto ou por declaração (art. 147); 
e III) lançamento por homologação ou autolançamento (art. 150). 
 No lançamento direto ou de ofício, previsto no art. 149,I, do CTN, a autoridade 
administrativa efetua o lançamento dispondo de dados suficientes em seus registros, 
dispensando o auxílio do contribuinte. 
 No lançamento misto ou por declaração, previsto no art. 147, do CTN, o fisco constitui 
o crédito tributário a partir de informações fornecidas pelo sujeito passivo da obrigação. 
 Por sua vez, no autolançamento ou lançamento por homologação, previsto no art. 150, 
do CTN, o contribuinte participa direta e ativamente, efetuando o cálculo e o pagamento do 
tributo, cabendo ao fisco somente o procedimento homologatório. 
 
 c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o 
lançamento por declaração? 
 
 À meu ver o lançamento por homologação é uma espécie de lançamento, na qual há 
uma participação maior e mais ativa do contribuinte, sujeito passivo da obrigação 
tributária. 
Na visão do professor Paulo de Barros Carvalho, contudo, as três espécies de 
lançamento previstas no CNT são, na verdade, espécies de procedimento, in verbis:2 
As modalidades de lançamento, estipuladas no Código Tributário Nacional, 
revelam, no fundo, singularidades procedimentais e, vimos de ver, o 
procedimento não é a essência do lançamento. [...] mesmo nas conjunturas 
em que se desenvolve um procedimento, com o escopo de formalizar o 
crédito tributário, o lançamento será o derradeiro ato da série, com 
peculiaridades intrínsecas que o individualizam, razão pela qual as três 
espécies de que trata o código são, na verdade, espécies de procedimento e 
não de lançamento. 
 
 d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou 
constituído? Quando isso ocorre? 
 
 
2
 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII., p, 460. 
 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 Entendo que o lançamento tem finalidade constitutiva (art. 141 e 142, do CTN), haja 
vista que sua própria finalidade é a de instituir a obrigação, constituindo o crédito tributário. 
 
 e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato. 
 
 Tempo no fato relaciona-se com o momento em que ocorre o evento, é a visualização 
do fato jurídico. Já o tempo do fato, corresponde à data da lavratura, da aplicação do 
direito. 
 
 f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico? 
 
 Erro de fato consiste no erro da aplicação da norma individual e concreta ao caso 
concreto. Há um erro na composição dos suportes físicos probatórios. 
 Por seu turno, o erro de direito está na aplicação da norma geral e abstrata, 
consubstanciado na falha interpretativa do aplicador. 
 Mudança de critério jurídico consiste na alteração de interpretação e/ou entendimento 
da Autoridade Administrativa com efeitos futuros, ou seja, sem a possibilidade de revisão 
do lançamento já efetuado (Súmula 227, do TRF). Ou seja. É a irreversibilidade do 
lançamento por erro de direito prevista nos arts. 145 e 149, do CTN. 
 
2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se: 
 a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de 
infração; 
 
 Os critérios que individualizam a situação do contribuinte no auto de infração em 
comento (Anexo I) são: 
Critério material: Tranferir/ circular mercadorias entre estabelecimentos e não 
recolher o imposto. 
Critério espacial: entre Estados 
Critério temporal: 01 de janeiro de 2014 
Critério pessoal: Sujeito ativo – Fazenda Pública do Estado de São Paulo. Sujeito 
passivo: Bate o Pé Indústria e Calçados Ltda. 
Critério quantitativo: Multa no importe de R$ 5.799,64, correspondente a 50% do 
valor do imposto devido e juros de mora de R$ 1.275,92. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 
 
 b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de 
imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação; 
 
 Auto de infração é o documento que descreve o ilícito praticado pelo sujeito passivo, 
constatando a ocorrência de deveres que não foram cumpridos, bem como, a sanção 
correlata. 
 Ato administrativo de imposição de multa corresponde ao exercício da autoridade 
administrativa de impor uma sanção pecuniária (multa), ou uma obrigação de fazer/não 
fazer, face à prática de um ilícito. 
 Ato administrativo de lançamento corresponde á análise pelo fisco da ocorrência do 
fato gerador, constituindo o crédito tributário decorrente. 
 Ato de notificação é o ato subsequente ao lançamento/constituição do crédito 
tributário, no qual o sujeito passivo toma ciência do ilícito por ele praticado e a sanção 
correspondente. 
 
c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? 
E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”? 
 
 A obrigação tributária nasce com a materialização da hipótese de incidência, ou seja, 
com a ocorrência no mundo do fato gerador do tributo. 
O crédito tributário, por sua vez, conforme já explanado anteriormente, surge com o 
ato do lançamento, responsável por constituir o crédito tributário decorrente da obrigaçãodesencadeada pela constatação do fato gerador. 
 No que se refere à multa, esta consiste na penalidade, na sanção imposta ao sujeito 
passivo que praticou a hipótese de incidência que culminou com o lançamento e 
constituição do crédito tributário. 
 A constituição definitiva corresponde ao momento em que o crédito se torna certo 
líquido e exigível. 
 
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, 
compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o 
pagamento do saldo devedor conforme discriminado abaixo: 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 
 Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora, 
sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida, 
encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do 
aproveitamento indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o 
lançamento de ofício. Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco 
entende cabíveis, além dos juros de mora. Na sua opinião, está correto o proceder da 
Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser equiparado 
a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique 
sua resposta (Vide anexo II e III). (Olhar Súmula 436 – mencionada na aula). - Pode mandar 
direito pra inscrição, vez que a homologação é lançamento (insere no ordenamento norma 
individual e concreta) que constitui o crédito. 
 
 Não. Ao discordar dos valores lançados e recolhidos pelo contribuinte, a Fazenda deve 
instaurar um procedimento administrativo, assegurando o contraditório, e a ampla defesa. 
Ademais, o Fisco deveria ter lançado os créditos que entende ser devido, de ofício, o que não foi 
feito. 
 O aproveitamento de crédito pode ser equiparado a pagamento antecipado, na medida em 
que se constata o lançamento e o pagamento do crédito tributário antes mesmo da homologação 
pelo fisco. 
 A glosa, por sua vez, só poderá ser considerada não pagamento quando a apuração contábil 
apontar que o crédito aproveitado é indevido, ou seja, que inexiste crédito efetivo. 
 No caso em tela, ao que parece, o aproveitamento do crédito não pode ser equiparado a não 
pagamento. 
 
4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se: 
 a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente; (ii) 
a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua 
resposta. 
 
 A homologação é uma espécie de lançamento no qual o contribuinte participa direta e 
ativamente, efetuando o cálculo e o pagamento do tributo, cabendo ao fisco somente o 
procedimento homologatório. Neste ponto, a Administração Pública analisa as informações 
prestadas pelo contribuinte. Uma vez homologado, extingue-se a obrigação existente. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 Tendo isso em vista, pode-se dizer que o contribuinte mensura o valor do tributo 
devido e efetua o pagamento antecipado. Ao mesmo tempo, o que se homologa é toda a 
atividade feita pelo contribuinte. Deste modo, pode-se dizer que ocorre a homologação tanto 
da norma individual e concreta, quanto do pagamento antecipado. 
 
 b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? 
Ainda, é possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a 
possibilidade de pagamento de tributos sem lançamento? 
 
 A o homologação expressa se verifica quando a lei não fixa prazo para a 
homologação, hipótese na qual este será de 05 anos, contados da ocorrência do fato 
gerador. Expirado o prazo sem manifestação da Fazenda Pública, considera-se extinto o 
crédito (art. 150, §4º, do CTN). Trata-se de ato administrativo que poderá ser revisado 
diante da visualização das hipóteses previstas no art. 149, do CTN, desde que não tenha 
ocorrido a decadência. 
 Partindo do pressuposto já explanado anteriormente de que o lançamento constitui o 
crédito tributário, não há se falar em pagamento de tributo sem lançamento, já que, nesta 
hipótese, sequer existiria um crédito a ser adimplido. 
 
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação 
trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida 
pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. 
Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito 
tributário? E, eventuais acordos posteriores entre os litigantes? Há necessidade de 
lançamento? Como ficam os princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide 
anexos IV, V e IV). 
 
 Sim. De acordo com a lei nº 10.035/00 as decisões judiciais, cognitivas e 
homologatórias constituem crédito tributário. Os acordos posteriores, firmados entre os 
litigantes em processo trabalhista constituem novo título executivo extrajudicial, sobre o 
qual incidirá o recolhimento da contribuição previdenciária. 
 O parágrafo único do artigo 876 da lei em comento dispõe que os créditos 
previdenciários decorrentes de condenação ou homologação de acordo proferida pelo Juízo 
do Trabalho serão executados de ofício, não estando sujeitos ao lançamento. 
 Quanto ao contraditório e a ampla defesa, estes serão assegurados por meio da 
impugnação e/ou embargos judiciais nos termos do art. 884, §4º, da CLT. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 
 
 
 
6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda: 
 a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de 
revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento 
fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente 
para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX). 
 
 Não há diferença entre erro de direito e mudança do critério jurídico. Na realidade, 
entendo que a mudança de critério jurídico está inserido no erro de direito. Desta forma, 
não há se falar em revisão de lançamento por erro de direito. Será possível, contudo, que 
ocorra a revisão quando diante de erro de fato, em consonância com o art. 149, do CTN. 
 
 b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser 
feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da 
sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do 
critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, 
XI e XII). 
 
 A alteração da base de cálculo ou da sistemática de apuração do tributo poderá ser 
efetuada somente mediante alteração legislativa. A eleição errônea da base de cálculo 
configura erro de fato, ao passo que o equívoco quanto à sistemática de apuração do tributo 
representa erro de direito. Referidos erros são capazes de ensejar a anulação do lançamento.

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