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PÓS GRADUAÇÃO EM
PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL
ÉTICA, RESPONSABILIDADE SOCIAL
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 CEZAR L F PIRES
AGOSTO/2018
1
Cezar L F Pires
Facebook: Cezar L F Pires
Email: cpires@uva.br
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Objetivos Principais
Perceber a complexidade, a amplitude e a interdisciplinaridade inerente às questões ambientais, inserindo-se nas ciências da natureza como também nas ciências humanas;
Compreender a partir de um processo histórico/epistemológico a crise e a crítica ambiental, identificando padrões de comportamento e questionando paradigmas estabelecidos;
Objetivos Secundários
Motivar e estimular o corpo discente para conhecer as várias linhas do pensamento ambiental;
Estimular a participação na causa ambiental – o vestir a camisa verde – respeitando a diversidade e a visão de mundo de cada indivíduo;
Entender o potencial transformador das questões ambientais que pode trazer um novo paradigmas universal Ecocêntrico.
Política Nacional de Educação Ambiental Lei 9795/99
6.1 - Desenvolver a consciência crítica e incentivar a tomada de atitudes frente à problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução dos problemas ambientais.
Meio Ambiente
Trigueiro (2003) no livro Meio Ambiente no Século XXI observa:
“meio ambiente, ... reuni dois substantivos redundantes: meio (do latim mediu) significa tudo aquilo que nos cerca, um espaço onde nós também estamos inseridos; e ambiente, palavra composta de vocábulos latinos: a preposição amb(o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Ambiente, portanto, seria tudo o que vai à volta.”
10
Meio Ambiente
	Podemos fazer duas análises sobre meio ambiente.
A primeira é perceber que a redundância indicada, pode ser útil no sentido de enfatizar a amplitude e a abrangência da questão ambiental.
Meio Ambiente
Trigueiro (2003) complementa:
“Mas dizer que meio ambiente é tudo seria simplificar demais a questão”
e sugere, dentre muitas definições, a de Lima e Silva (1999):
“é um conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles”.
Meio Ambiente
	A segunda reflexão, mais profunda, consiste em perceber a externalização que tanto a palavra meio quanto a palavra ambiente nos remete.
 Isto é, as palavras parecem expressar uma percepção de que o meio ambiente é apenas o entorno, o externo ao homem.
13
Meio Ambiente
	Na definição de Lima e Silva acima é, portanto, muito importante observar a presença do homem, quando meio ambiente é definido como formado por fatores naturais, mais também por fatores “sociais e culturais que envolvem um indivíduo”.
14
Meio Ambiente
Outra boa conceituação, a de D'Avila Neto e Maciel (1995) enfatiza corretamente a inserção do homem, trazendo assim uma dimensão sociocultural.
"O meio ambiente não pode ser encarado como um dado isolado, mas sim como um dado da cultura sobre o meio ambiente, isto é, como um processo de interação entre o sociocultural - gerado pelo homem - e a natureza.”
15
Meio Ambiente
Meio Ambiente: profundas/complexas relações sistêmicas entre o meio biótico (microorganismos, flora e fauna, incluindo o ser humano), meio abiótico (litosfera, hidrosfera e atmosfera) e o clima (balanço da energia do planeta).
16
Evolução
 Energia
 Matéria
 Vida
 Consciência 
Separatividade
	Padrão: desde sempre o homem percebe a realidade de forma dualística. Vivemos, pois num planeta dual.
Homem/Sujeito – Natureza/Objeto
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
“26Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra”.– Bíblia (Gn 1:26).
19
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
28Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”. 29Deus disse: “Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contem em si mesmas a suas semente, para que vos sirvam de alimento. 30E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda a erva verde por alimento.” – Bíblia (Gn 1:28 a 30).
20
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
“15O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar.” – Bíblia (Gn 2:15).
21
Paradigma
	“Um paradigma, ..., é um conjunto de premissas implícitas que não se pretende testar...; 
	São essencialmente inconscientes. São parte do nosso modus operanti como indivíduos, como cientistas ou como sociedade.” – Arntz, Chasse e Vicente (2007).
22
Paradigma
Modelos a serem seguidos.
Um pressuposto filosófico matriz.
Crenças, referências a serem seguidaspor indivíduos e sociedades.
Considerado inquestionável, absoluto transforma-se num dogma.
23
Paradigma Geocêntrico – o homem é o centro do Universo. Tornou-se um dogma.
Paradigma de Posse – a natureza/objeto pertence ao homem/sujeito. Portanto, pois, utilizá-la da forma que quisermos.
Paradigmas Importantes
Terra
Vênus
Marte
Mercúrio
Plutão
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
Júpiter
Saturno
Urano
Netuno
Terra
Plutão
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
Sol
Júpiter
Terra
Plutão
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
Sol
Júpiter tem a proporção de 1 pixel
Nessa escala a terra é invisível
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
Antares é a 15ª estrela mais brilhante no céu. E está a mais de 1000 anos-luz de distância. 
Sol (1 pixel)
Nessa escala Júpiter é invisível
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
1 de Janeiro:            Big Bang (Energia);
Fevereiro:               Via Láctea (Matéria);
13 de Agosto:          Sistema solar;
Setembro:          Vida na Terra;
13 de Dezembro:     Vida macroscópica;
25 de Dezembro:      Dinossauros;
30 de Dezembro:      Extinsão dos dinossauros.
Paradigma Antropocêntrico/de Posse
31 de Dez.:
 9:00 pm
Aparecem os primeiros hominídeos.
     
11:58 pm   
Aparece o Homo sapiens.
11:59:42 pm
Pirâmides – primeiras civilizações.
Valor da Natureza
Valor Biológico (Valor Vital)
Biologicamente determinado, compartilhado com outras espécies de vida.
Acompanha o homem desde os primórdios.
Ex.: ar para respirar, água para beber, solo para pisar, alimento, calor do sol… 
32
Valor da Natureza
Valor Político/Econômico (Valor de Poder)
Socialmente determinado, só o ser humano possui.
Acompanha o homem desde os primórdios, mas se intensifica após o capitalismo.
Ex.: sentimento de poder (reforço do ego) por posse de terra, e demais recursos naturais. Status social por posse de riquezas materiais. 
33
Valor da Natureza
Valor Científico (Valor Racional)
Socialmente determinado, só o ser humano possui.
Torna-se relevante a partir da revolução científica do séc. XVI, principalmente após a Teoria da Evolução de Darwin.
Ex.: importância dos ecossistemas, dos ciclos biogeoquímicos e dos equilíbrios naturais.
34
Valor da Natureza
Valor Intrínseco
Valor emocional, sentimental, simbólico, intuitivo, sem expressão econômica.
De caráter ético, estético, poético e espiritual.
Socialmente determinado, só o ser humano possui.
Torna-se relevante a partir da revolução urbano/industrial do séc. XVIII (Romantismo), quando o homem se afasta da natureza para morar em cidades e trabalhar na indústria.
Ético - o reconhecimento do direito à vida de outras espécies.
Valor Intrínseco/Sentimental
Estético - a beleza de um por do sol, as flores dos campos...
Valor Intrínseco/Sentimental
Foto Humberto Delgado
Poético - a paisagem nostálgica e romântica, a árvore da infância...
Valor Intrínseco/Sentimental
Espiritual - a natureza como janela para o Divino, natureza mistério e reverência. Natureza sacra.
Valor Intrínseco/Intuitivo
E. F. Schute - Cachoeira Paulo Afonso / 1850
Homo sapiens
	G. Blaniney (2008) descreve.
	Há dois milhões de anos, viviam na África e eram poucos.
	Mudança climática começada de 1 a 2 milhões de anos antes, fez os pastos substituírem boa parte das florestas, incentivando esses hominídeos a gradualmente descer das árvores e deixar a companhia de seus parentes primatas.
Homo sapiens
	Os primeiros hominídeos alimentavam-se de sementes e vegetais e começavam a consumir carne, o que talvez tenha explique substancial crescimento do cérebro.
Possuíam impressionante adaptabilidade ao meio.
	
Homo sapiens
	A 60 mil anos surge o despertar da humanidade descrita como “O Grande Salto” provocado por um novo grupo humano:
Homo sapiens
Relação Homem/Natureza
Por muito tempo a raça humana esteve em desvantagem: fisicamente era menor, mais fraca e lenta e muito menos numerosa que outras espécies.
O Homo-Sapiens consegue evoluir graças a sua capacidade mental aliada ao instrumento de pinça proporcionado pela mão humana. 
Relação Homem/Natureza
Dorst (1973) resume:
“... a luta da nossa espécie contra o meio em que se insere e sua emancipação progressiva relativamente à natureza e a algumas de suas leis, como o domínio progressivo do homem sobre o mundo com seu solo, suas plantas e seus animais, submetidas às invenções do gênero humano.”
44
Relação Homem/Natureza
É comum, hoje em dia, afirmar que os serem humanos... viviam em harmonia com o meio ambiente e não matavam sem necessidade ou com imprudência,... essa afirmação tem que ser tratada com cuidado, devido à falta de provas e conclusões. G. Blaniney (2008) 
Relação Homem/Natureza
A suposta comunhão integral entre o ser humano e o mundo natural nunca chegou a se manifestar nos dias mais antigos de nossa existência terrestre. Nunca foi uma realidade histórica, objetiva. Enfim, nunca existiu.
Gilberto Gil/Trigueiro
Meio Ambiente no Século XXI (2003) 
Relação Homem/Natureza
A cada nova ação humana, com objetivo de melhorar as condições externas para sua sobrevivência e conforto, efeitos colaterais crescentes, hoje chamados de impactos ambientais, aparecem, exigindo do homem mais desenvolvimento e mais técnica.
Este é um padrão que acompanha o homem desde o início.
Impactos Ambientais
Homem primitivo – temor e sacralização dos fenômenos naturais. Deuses do trovão, da chuva, dos mares...
Paleolítico e no Neolítico
Santos (2005) dividi em três fases distintas a evolução do homem no paleolítico:
homem coletor/caçador;
homem pastor;
homem agricultor.
48
Impactos Ambientais
	Homem Coletor/Caçador
	A fase coletor/caçador baseia-se na colheita de vegetais e inicialmente na caça de animais fáceis de capturar. Com a invenção de instrumentos, passa a pescar e caçar maiores animais. Dorst (1973) explica que neste estágio, “o homem é parte integrante do meio natural, do qual depende exclusivamente”. Sem técnicas de conservação de alimentos e suscetível as variações climáticas e de escassez de alimentos, nesta fase o homem é nômade.
Impactos Ambientais
O impacto ambiental do homem coletor/caçador foi de acordo com Dorst (1973) insignificante. As árvores eram abatidas somente para alimentar o fogo e abrir clareiras para acampamentos.
50
Impactos Ambientais
Homem Pastor
O impacto do homem pastor, segundo Dorst (1973) foi “incomparavelmente mais profundo do que o dos caçadores”. Este impactos pode ser traduzido pela regressão das florestas substituídas por habitats abertos, savanas e estepes. O elemento comum desse processo de transformação foi a utilização do fogo.
Nas aldeias o convívio e a proximidade com os animais domesticados provocaram o surgimento da varíola e do sarampo transmitidos através dos rebanhos.
51
Impactos Ambientais
Homem Agricultor
Segundo Santos (2005), o impacto principal da agricultura é o desmatamento em grande escala, primeiro estágio da degradação do solo. O aperfeiçoamento das técnicas e a invenção do arado de ferro, aumenta gradualmente a extensão de áreas cultivadas, provocando profundas transformações no ambiente e trazendo o crescimento da população humana.
52
Impactos Ambientais
Ao inventar a agricultura, abandonamos a vida nômade para nos estabelecer em pequenos aldeamentos à espera da colheita. A agricultura exigiu a remoção sistemática de florestas, a irrigação artificial e o aumento da domesticação de animais, todas essa atividades resultaram em drásticas modificaçõesno meio ambiente natural, inclusive com emissão significativa de CO2 e de metano. 
Impactos Ambientais
Schneider (1999) resume bem esta evolução:
“... depois de ter sido, durante 600.000 anos caçador e catador, isto é, errante animal de rapina, o homem começou em alguns férteis vales fluviais, entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico a lavrar o chão e juntar-se em cidades. ... com essa evolução surgiram a História e a Civilização.”
54
Impactos Ambientais
Antiguidade
Eram abatido cedros-do-líbano para construção de navios fenícios e para a construção de edificações. Por causa da madeira usada na construção, vastas regiões do Mediterrâneo ficaram desarborizadas. - Santos (2005).
Impactos Ambientais
Nas civilizações gregas e romanas a demanda de madeira para a construção de edificações e de navios era grande. A madeira também era consumida como lenha para aquecimento, principalmente dos banhos públicos a vapor com assoalhos aquecidos, banhos hipocausto, muito comum nessas civilizações. - Santos (2005).
Impactos Ambientais
A demanda de madeira era tão grande que o desmatamento na Grécia e me Roma assumiu “proporções devastadoras”. - Liebmann (1979).
No processo erosivo resultante do desmatamento, o solo era levado pelas chuvas e se depositava nos estuários dos rios e no litoral, formando amplas extensões pantanosas que “provocavam alterações nas associações vitais locais, do que, por exemplo, resultava a malária em larga escala”. Esse processo ocorreu em Pesto no Sul da Itália, em Mileto e Éfeso na Ásia Menor. - Liebmann (1979). 
57
Impactos Ambientais
Idade Média - Desmatamento
Na Idade Média o desflorestamento atingiu proporções sérias. O homem medieval associava a floresta à barbárie, para ele era conveniente reduzi-la, isto è, desmatá-la, para benefício da civilização “representada pelas culturas e pelos biótipos “humanizado””. - Dorst (1973).
Impactos Ambientais
Na orla mediterrânea a destruição da floresta prolongou-se durante toda a Idade Média, em função das culturas agrícolas e da criação de gado, além do suprimento da indústria e dos estaleiros navais na época do esplendor de Bizâncio, Veneza, Genôva e outras cidades italianas. Nessas regiões a floresta era pouco densa, formada essencialmente por carvalhos e pinheiros, ambos com fraco poder de regeneração. Extensas áreas de floresta mediterrânea foram substituídas pela charneca (terreno árido de vegetação de pequeno porte) e os maquis (terrenos áridos cobertos de arbustos), enquanto a erosão atingia essas superfícies transformadas. - Dorst (1973).
59
Impactos Ambientais
	A queima de madeira ou lenha nos fornos das oficinas de vidro e ferro fundido e na construção de edifícios propiciou a escassez. O desmatamento foi tão intenso que autoridades da França e da Inglaterra criaram leis para proibir o desmatamento abusivo. Na Itália, o governo da cidade de Montaguloto, no século XIV, obrigou cada proprietário a plantar dez árvores por ano. A Inglaterra chegou a importar madeira da Escandinávia no século XV. – Macedo (2001).
60
Impactos Ambientais
	A redução do desflorestamento só não foi maior devido à ação dos grandes senhores feudais que conservaram florestas para suas caçadas.
61
Impactos Ambientais
Saneamento
	Em relação à Antiguidade houve um grande retrocesso nas questões sanitária na idade medieval.
62
Impactos Ambientais
	Para Liebmann (1979) “os conhecimentos que, do ponto de vista higiênico e técnico, que tinham sido alcançados na Antiguidade iam se perdendo cada vez mais na era medieval.”
63
Impactos Ambientais
A água potável vinha de poços construídos muitas vezes próximos de montes de adubos e fossas. Muitos poços inativos eram usados como depósito de estercos e detritos.
64
Impactos Ambientais
	As cidades medievais eram muito carentes de banhos. Os banhos públicos foram fechados gradativamente, acreditava-se na época que eram lugares propício ao contágio de doenças infecciosas (a água abria os poros e deixava a pele suscetível à doenças), sobretudo a sífilis. Também contribuiu para o fechamento o elevado consumo de madeira usada no aquecimento. Liebman (1979)
Impactos Ambientais
“Na idade média evitavam-se banhos. A sujeira tornou-se virtude. Qualquer coisa que tornasse o corpo mais atraente era um incentivo ao pecado. Há relato de freiras que passaram 53 anos sem tomar banho, só lavando as pontas dos dedos.” (R.N.Lins 2012)
 Somente o amor a Deus era valorizado sendo o amor entre homens mulheres considerado inferior.
Impactos Ambientais
Segundo Liebmann (1979), a população rural que emigrava para as cidades estava acostumada a jogar todos os dejetos no monte de esterco, até urina e fezes. Montes de estercos eram encontrados em plena cidade medieval.
Impactos Ambientais
	O insuficiente sistema de eliminação de lixo foi responsável pela proliferação de roedores e diversas espécies de pulgas causadoras de epidemias. Pessoas podiam ser atingidas por lixo jogado das janelas em certos horários. Animais mortos eram jogados nas ruas sem pavimentação. As ruas eram freqüentemente usadas como latrinas.
Flautista de Hamelin
Impactos Ambientais
A Fome
Segundo Dorst (1973), a fome “é um problema tão antigo quanto a humanidade”. No Oriente a fome é “tragicamente clássica”. Desde o início da era cristã, a China sofreu 1828 penúrias.
69
Impactos Ambientais
	A Peste
	“A conseqüência deste quadro foi o aparecimento de várias doenças como gripes, pneumonias, coqueluche, varíola, desinteria, cólera, tifo e bulbônica, muitas causadas pela fome e as guerras e principalmente oriundas direta ou indiretamente à ausência de condições sanitárias de água, esgoto e lixo. Foram chamadas de maneira genérica de peste. Definiu-se peste como “as mais variadas doenças que assumissem caráter epidêmico e provocassem elevadas taxa de mortalidade.”
Impactos Ambientais
	A peste negra, assim denominada devido “as escuras bolhas que surgiam em todo o corpo e, ainda, pelo fato de ser, na maioria dos casos fatal” Liebmann (1979) surgiu nos portos italianos e avançou rapidamente para as cidades do interior e para a França e a Península Ibérica no final de 1348. 
71
Impactos Ambientais
	Seus agentes transmissores, as pulgas dos ratos, não eram conhecido na época. Trazidos do Oriente antes do século XII, pelos cruzados e pelas migrações, os ratos encontraram, graças ao insuficiente sistema de eliminação do lixo na Europa, grande facilidade de alastramento.
72
Impactos Ambientais
	Aproximadamente um terço da população européia pereceu com a peste negra. Bastos (1988) propõe que seus efeitos, guardadas as devidas proporções, podem ser comparados com uma atual guerra atômica.
Impactos Ambientais
Ano
(d.c.)
População (em milhões de habitantes)
600
200
700
210
800
220
900
240
1000
265
1100
270
1300
360
1400
350
1500
400
74
Impactos Ambientais
Na Dinastia Tang (618-907) a capital da China era Chan’an no oeste. Depois mudou-se para Luoyang, no leste. A razão principal da mudança foi buscar uma região menos explorada do país. Todas as florestas no oeste já haviam sido cortadas, o que levou à erosão do solo e às frequentes inundações. Também já não haviam plantações suficientes e era preciso trazer alimentos de outras partes do país. Ou seja, no século VII a China viveu uma crise ambiental.
Segundo Cardoso (1995), a análise do processo evolutivo nos remete aos dois paradigmas universais:
	
TEOCÊNTRICO
ANTROPOCÊNTRICO
Paradigmas Universais
PARADIGMA TEOCÊNTRICO
Para Cardoso (1995) esse paradigma supõe o reino (a verdade) no outromundo (mundo de Deus). 
Dominante entre a Antiguidade e a Idade Média. 
Suas fontes primárias: os pensamentos de Orfeu (séc. VI a.C.) (Orfeu optou por vida de pregações, tornando-se guia espiritual) e a doutrina judaico-cristã.
O conceito de universo era o geocêntrico.
Paradigmas Universais
Buscava conciliação entre razão e fé subordinada ao dogmatismo cristão. Interpretação, por São Tomás de Aquino (1225-1274), dos preceitos filosóficos de Aristóteles (384-322 a.C.).
Não cabia ao homem felicidade neste mundo. Deveríamos espera-la, caso merecêssemos, no paraíso judaico-cristão.
O desenvolvimento do saber e da técnica eram tidos como um desafio a ordem divina, fruto da arrogância (hybris) humana e portanto sujeito a punição.
Paradigma Teocêntrico
Exemplo Zoja (2000): mito grego de Dédalo e Ícaro.
A hybris de Dédalo, pai de Ícaro, ..., consiste em ter usado a técnica (construção de asas) de modo a enganar e perverter a natureza, o que resulta na exigência mítica de castigo e restauração da ordem perturbada.
Paradigma Teocêntrico
Ludibriando Zeus, Prometeu rouba o fogo (no sentido de luz e conhecimento) do Olimpo.
Prometeu, “aquele que pensa em antecipação” representa para nós,..., o personagem que abriu o caminho à razão e aos princípios do pensamento iluminista.
Paradigma Teocêntrico
Prometeu com o Fogo Divino. Pintura de Heinrich Fueger (1817).
É punido por Zeus. Durante 30 mil anos seria diariamente bicado por uma águia, que destruiria seu fígado. Como era imortal, seu órgão regenerava constantemente e o ciclo destrutivo reiniciava a cada dia. Posteriormente Hércules o libertou.
Paradigma Teocêntrico
Emilio Jorge Moufrarrige Jr.
No Renascimento e na Rev. Científica viu-se constituir uma contraposição a esse dogmatismo.
É o início de uma autonomia científica até então oprimida e perseguida pela Santa Inquisição.
Paradigma Antropocêntrico
Processo de enantiodromia (literalmente ir contra), isto é, a passagem de um extremo ao seu oposto, detonado depois de fermentar durante longo tempo nos espaços inconscientes da mentalidade dominante.
Conceito introduzido na psicologia por Jung no qual a superabundância de qualquer força inevitavelmente produz o oposto do que é esperado.
Mudança de Paradigma
C. G. Jung (1875/1961), psiquiatra suíço.
Mudança de Paradigma
	Galileu Galilei (1564-1642) Julgado pela Inquisição, mas, por ser amigo pessoal do papa, apenas o mantiveram em prisão domiciliar (aos 70 anos) até morrer.
	É chamado de “pai da ciência moderna” por definir o método científico:
observação empírica;
uso da matemática.
	Francis Bacon (1561-1626), criador do método empírico: razão subordinada a experimentação. 
	Conhecimento científico: servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. 
	A ciência deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas.
	Conhecimento/saber: meio vigoroso e seguro de conquistar poder sobre a natureza.
	“A natureza devia ser caçada, posta para trabalhar, escravizada. Torturada para obter seus segredos”. 
Mudança de Paradigma
 René Descartes (1596-1650) arquiteto da visão docosmos como um relógio. 
Deus criou o universo como um perfeito mecanismo que funcionava deterministicamente.
Natureza constituída de dois pólos excludentes:
mente (res cogitans) e a matéria (res extensa)
Com base nessa divisão, as ciências humanas dedicaram-se à mente; e as naturais à matéria.
Método racionalista: dedução - construção que parte do geral para o particular, com base na matemática e a análise - decomposição do objeto de seu componentes básicos. 
“Vejo o corpo como nada mais que uma máquina”
Mudança de Paradigma
	A natureza e suas leis jaziam ocultas na noite. Disse Deus:
 “Faça-se Newton” e tudo foi luz.
	Estudos de Isaac Newton (1642-1727), guiaram a física pelos 200 anos seguintes. 
	“Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” (“Principia”) - leis da gravidade e dos movimentos.
	Mundo era constituído de objetos, partículas sólidas e indestrutíveis (átomos).
	Feito tão incrível para a época que as Leis de Newton foram adotadas como teoria correta da realidade: leis finais da natureza.
“Descobriu-se o segredo de Deus” 
Mudança de Paradigma
Iluminismo
Movimento intelectual (Séc. XVIII) - centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico. Recusa todas as formas de dogmatismo, incluindo o político e o de tradições religiosas.
Mudança de Paradigma
	Até a revolução industrial do séc. XVIII, o nível de desenvolvimento produtivo e populacional eram pequenos e não ameaçavam o equilíbrio do meio natural.
	A revolução industrial, surge após o Renascimento, a Revolução Científica e a Reforma Protestante na Europa, com base em dois grandes pilares:
89
Mudança de Paradigma
Martinho Lutero (1483-1546) monge agostiniano alemão, teólogo e professor universitário. Publica 95 teses em que preconiza reformas no interior da Igreja Católica. Pai do Protestantismo, suas ideias influenciaram a Reforma Protestante e mudaram o curso da Civilização Ocidental.
A Revolução Industrial
Base Tecnológica - de posse dos conhecimentos teóricos desenvolvidos durante a revolução científica o homem superou o temor inicial pelas forças da natureza e rompe com o processo de verticalização das ciências naturais procurando modelar a natureza, de forma racional, com base no novo paradigma mecânico. Desta forma, passou a ter cada vez maior capacidade técnica de intervir e modificar a natureza. 
Natureza Mecânica, Instrumental e Material.
91
A Revolução Industrial
Base Econômica – com a reforma protestante, o lucro considerado pecado pela igreja católica da época, passa a ser bem visto aos olhos da divindade. Como conseqüência temos o fortalecimento da classe burguesa que adota o protestantismo. O bens estar social e o sucesso passam a ser sinônimo de prosperidade econômica.
Capitalismo, Lucro e Sociedade de Consumo.
92
A Revolução Industrial
	A Revolução Industrial trouxe grande otimismo e fé do homem na sua própria capacidade. Trazendo uma visão extremamente antropocêntrica.
Fábricas da Basf – Alemanha (1881)
93
A Revolução Industrial
	A natureza passou a ser dessacralizada e considerada um meio externo, hostil e selvagem ao homem, que deveria modificá-la e civilizá-la pela sua ótica materialista e utilitária, com base em seus conhecimentos e sua inteligência racional.
	O bem estar social passa ser função do PIB de um país. A felicidade passa ser sinônimo de consumo material.
94
Antropocentrismo
No século XIX Nietzche decreta:
“Deus está morto”.
“Eu vos anuncio o Super-Homem”.
“Todos os deuses morreram; agora viva o Super-Homem.”
Assim Falava Zaratrusta – Friedrich Nietzche
Sociedade de Consumo
	Com a competição de mercado capitalista, uma empresa necessita de lucros crescentes para poder financiar os gastos com a sua expansão e renovação técnica, que lhes vão garantir sua posição no mercado. Tem por base o acúmulo de capital obtido com a produção, que será reinvestido no crescimento da própria produção. Cria-se um círculo vicioso, baseado sempre na expansão da produção.
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	Ideologia Vigente
 Crescimento Ilimitado
	Crescimento acelerado, sem limites da produção material não é só possível como necessário e define o nível de progresso de um país.
 
	Aceito por todos os regimes de governos, de esquerda ou de direita.” - Lago e Pádua (1989).
Sociedade de Consumo
97
Sociedade de Consumo
98
Sociedade de Consumo
	Uma economia requer quatro tipos de capital para funcionar adequadamente:
capital humano – na forma de trabalho e inteligência, cultura e organização;
capital financeiro – consiste em dinheiro, investimentose instrumentos monetários;
capital manufaturado – inclui a infra-estrutura, as máquinas, as ferramentas e as fábricas;
capital natural – constituído de recursos (matéria e energia), sistemas vivos e os serviços dos ecossistemas.
99
Sociedade de Consumo
 Adam Smith (1723 – 1790)
decretou que a produção teria como fim intrínseco o consumo e então aumentá-lo passou a ser um objetivo da economia, fazendo com que isto fosse entendido culturalmente como sinônimo de bem-estar.
Paradigma Mecânico – o mundo máquina.
Paradigma Tecnológico – crença total na capacidade tecnológica criada pelo homem, capaz de resolver todos os problemas da humanidade.
Paradigma Consumista – o bem estar de um país é função direta do aumento da produção (PIB) e do consumo. A felicidade é alcançada pelo acumulo de riqueza e bens materiais.
Paradigmas Importantes
O Pensamento Ambiental
	A preocupação ambiental não vai aparecer no século XX, como muitos pensam. Pode parecer paradoxal, mas o nascer do pensamento ambiental acontece simultaneamente com o surgimento da sociedade urbano industrial e a intensificação da ciência moderna.
O Pensamento Ambiental
	O homem moderno perde contato com o mundo natural. Passa a trabalhar, por mais de 10 horas diárias, num ambiente fabril sem cuidados trabalhistas, altamente poluído.
O Pensamento Ambiental
	Em seus poucos momentos de folga depara-se com um ambiente urbano degradado, rios poluídos, cidade crescendo e engolindo as áreas verdes. O fog londrino não era um fenômeno natural e sim resultante da queima de carvão, primeiro combustível da revolução industrial altamente poluente.
O Pensamento Ambiental
O pensamento ambiental surge de forma pouco crítica, dado o otimismo reinante com a revolução industrial. Surge tal como uma primeira reação à degradação (efeito colateral) que começava a ocorrer.
O Pensamento Ambiental
“... no começo da revolução industrial, a vida nas cidades, antes valorizada como sinal de civilização em oposição a rusticidade da vida no campo, passou a ser criticada, pois o ambiente fabril tornava o ar irrespirável. A vida no campo passou a ser idealizada sobretudo pelas classes sociais não diretamente envolvidas na produção agrícola. ...o crescimento populacional, principalmente nas cidades inglesas, teria originado um certo sentimento anti-social ou antiagregativo, originando uma atitude de contemplação da vida selvagem, lugar de reflexão e de isolamento espiritual.” – Diegues (2001).
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O Movimento Romântico
“Foi nesse novo contexto que um movimento estético-filosófico-literário, o romantismo, começou a reagir, passando a celebrar e mesmo a “sacralizar”, digamos assim, os espaços naturais. A transfigurar a realidade ambiental do planeta..., na natureza sagrada, divina, de que falavam os românticos alemães, passando, naquela época, a influenciar poetas do mundo inteiro, inclusive o Brasil. - Trigueiro e Gil (2003).
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O Movimento Romântico
“Essas idéias, sobretudo a dos românticos do século XIX, tiveram, portanto, grande influência na criação de áreas naturais protegidas, consideradas como “ilhas” de grande beleza e valor estético que conduziam o ser humano à meditação das maravilhas da natureza intocada.” – Diegues (2001).
O Conservacionismo
“Gifford Pinchot, norte-americano, engenheiro florestal treinado na Alemanha, criou o movimento de conservação dos recursos, apregoando o seu uso racional. Pinchot agia dentro de um contexto de transformação da natureza em mercadoria. Na sua concepção, a natureza é frequentemente lenta e os processos de manejo podem torná-la eficiente; acreditava que a conservação deveria basear-se em três princípios: o uso dos recursos naturais pela geração presente; a prevenção de desperdícios; e o uso dos recursos naturais para benefício da maioria dos cidadãos. Essas idéias foram percussoras do que hoje se chama de “desenvolvimento sustentável”. – Diegues (2001).
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O Conservacionismo
“O conservacionismo de Pinchot foi um dos primeiro movimentos teóricos-práticos contra o “desenvolvimento a qualquer custo.” – Nash (1989).
O Preservacionismo
“O preservacionismo norte-americano foi muito influenciado pelos escritos e obra de Henry David Thoreau que, em meados do século XIX, se baseavam na existência de um Ser Universal, transcendente no interior da Natureza.” – Diegues (2001).
O Preservacionismo
“Usando a intuição, mais que a razão e a ciência, os humanos poderiam transcender as aparências físicas e perceber as correntes do Ser Universal que liga o mundo. Thoreau expressou a percepção resultante: “A terra sobre a qual caminho não é um ser morto, uma massa inerte; é um corpo, um espírito, é orgânico e transparente ‘as influências do espírito.” As florestas, declarou numa viagem em 1857, não são sem dono, mas cheias de espíritos tão bons quanto eu. O que denominamos mundo selvagem, é uma civilização diferente da nossa.” – Nash (1989). 
112
História Natural
“A conservação estética sofreu uma transição crítica quando sentiu a influência da ciência ecológica emergente. ... a ecologia ofereceu tanto a técnica para o manejo do meio ambiente quanto uma apreciação elegante e artística da totalidade na natureza. Para uma sociedade pragmática, a ecologia forneceu uma base científica crucial que tinha as características da objetividade e da utilidade. A ecologia se afastou do cênico e do monumental. Ainda que cenários espetaculares devessem ser protegidos, a perspectiva ecológica deu prioridade à preservação de grandes áreas representativas do que se chamou “comunidades bióticas”. – Koppes (1988).
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História Natural
A palavra ecologia, de origem grega, é proposta pela primeira vez pelo biólogo e darwinista alemão Ernst Haeckel, como termo para sugerir uma nova disciplina da áreas de ciências naturais (biologia) criada em 1866, segundo a qual os organismos vivos interagem entre si e com o meio ambiente.
 Em 1935 o termo ecossistema foi proposto inicialmente, apesar do conceito ser mais antigo, pelo ecologista inglês A. G. Tansley.
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Ecologia Ambiental
Oikos/casa passa a ser entendida neste momento como habitat, designando apenas o espaço externo ao homem, excluindo este. Este estudo será chamado de Ecologia, hoje ampliado para Ecologia Ambiental de modo a diferenciar-se de outras formas de Ecologias que só virão aparecer mais tarde, quando oikos/casa passará a ser entendida também como habitat social – Ecologia Social e como habitat interior/homem – Ecologia Pessoal.
Ecologia Ambiental
O estudo da Ecologia inicia-se, portanto pela Ecologia Ambiental. Fato compreensível a luz da história, pois trata-se da intensificação do dualismo primário de Wilber, oriundo da idade da razão e seus paradigmas de mundo máquina e mundo matéria, que reforça o ego-mente humano, tornando a sociedade cada vez mais antropocêntrica.
Parques Nacionais
“Em meados do século XIX, havia o avanço dos colonos para o oeste, com grande destruição florestal, e ação das companhias mineradoras e madeireiras contra as áreas naturais. Esses processos já levantavam os protestos dos amantes da natureza, fascinados pelas montanhas Rochosas e vales de grande beleza. Marsh, em 1864, havia publicado um livro chamado Man and nature, amplamente divulgado e discutido nos Estados Unidos, em que demonstrava que a onda de destruição do mundo natural ameaçava a própria existência do homem sobre a terra. ... Marsh afirmava que a preservação das áreas virgens tinha justificativas tanto econômicas quanto poéticas.” – Diegues (2001).
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PARQUES NACIONAIS
“É significativo que em março de 1872, o Congresso dos E.U.A. criou o Parque Nacional de Yellowstone e também determinou que a região fosse reservada e proibidade ser colonizada, ocupada ou vendida segundo as leis dos E.U.A. e dedicada e separada como parque público...” - Miller (1980)
Parques Nacionais
“Em conformidade com o modelo Yellowstone foram criadas muitas áreas preservadas, destinadas à recreação pública, sem moradores e sem uso dos recursos naturais. A beleza exuberante de Yellowstone, e muitas características naturais tais como o maior lago de montanha nos Estados Unidos, seus geysers, as cachoeiras maravilhosas, picos cobertos de neve e fauna abundante motivaram a criação de milhares de parques em todo o mundo.” – Kemf (1993).
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Parques Nacionais
Em 1934, a Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, possibilitou em 1937, a criação do 1o Parque Nacional Brasileiro, em Itatiaia – RJ, logo seguidos dos Parques Nacionais da Floresta da Tijuca e de Foz do Iguaçu, também nos anos 30.
Pensamento Ambiental no Brasil Escravista
	Para nossa surpresa, Pádua (2002) rastreou a existência de uma reflexão profunda e consistente sobre o problema da destruição do ambiente natural por parte de pensadores que atuaram no País entre 1786 e 1888, muito antes do que convencionalmente se imagina como sendo o momento de origem desse tipo de debate. E não se trata, advirta-se, de uma tradição insignificante, mas de uma linhagem de intelectuais que vai do baiano Baltasar da Silva Lisboa ao pernambucano Joaquim Nabuco, passando pelo paulista José Bonifácio de Andrade e Silva, que empregava sem rodeios a expressão crime quando se referia a delitos ecológicos. E mais: uma tradição que teve a sua singularidade, a sua originalidade, no contexto mundial , por ter sabido pensar a partir de nossa própria realidade.” Trigueiro e Gil (2003).
121
Floresta da Tijuca
Sem dúvida o que favoreceu a ocupação da região que hoje abriga a Floresta da Tijuca foi o café, introduzido no Rio de Janeiro em 1760.
Floresta da Tijuca
A devastação da floresta trouxe gradativamente inúmeras conseqüências como a falta de água, a erosão do solo e o assoreamento dos rios, afetando também os próprios cafezais, pois a perda de solo e a falta de água provocaram um rápido declínio da produtividade. Além disso, em 1844 os cafezais foram acometidos por uma praga chamada borboletinha que roia e apodrecia os grãos de café.
123
Floresta da Tijuca
Tais problemas, sobretudo a falta de água, foram sentidos também pela cidade. A gravidade da situação levou o imperador D. Pedro II a realizar uma série de ações na região.
O reflorestamento do maciço da Tijuca foi uma iniciativa única para a época, pioneira em toda a América Ibérica.
124
Floresta da Tijuca
Sendo elevada a condição de Parque Nacional nos anos 30, hoje a Floresta da Tijuca é considerada a maior floresta urbana do mundo.
125
Thomas Malthus
Thomas Malthus nasceu em 1766, pastor protestante inglês, já no século XIX preocupava-se com o futuro da revolução industrial quando o carvão, matriz energética da época, se esgotasse.
126
Thomas Malthus
Malthus também alertava para o crescimento populacional em taxa geométrica se contrapondo com o crescimento da produção de alimentos (trigo) com base em técnicas agrícolas da época, em taxa de crescimento aritmético, bem menor. A seu ver o crescimento populacional, seria sempre maior que o dos meios de subsistência: fome e miséria só poderiam ser evitadas pela queda da natalidade, por abstinência sexual.
128
Thomas Malthus
Thomas Malthus
			População	
	 Ano		 (número de habitantes)	
1804		1.000.000.000	
1927		2.000.000.000	
1959		3.000.000.000	
1974		4.000.000.000	
1987		5.000.000.000	
1998		6.000.000.000	
2011		7.000.000.000	
2083		10.000.000.000	
Fonte: ONU
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Sociedade Urbano-Industrial
De 1913 a 1927 – Fordismo. Nascia a linha de montagem e os custos de produção desabaram, bem como os preços. Massificação da produção.
131
Sociedade Urbano-Industrial
Após 2º Guerra Mundial - expansão e intensificação do sistema. Japão e os tigres asiáticos. Países emergentes – Brasil, Venezuela, Chile, Argentina, México, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia... e mais recentemente o a Rússia e o leste europeu, a Índia e a China.
132
Sociedade de Consumo
	“Obsolescência planejada” – diminuição proposital do tempo útil (durabilidade) dos produtos (diminuição do preço do produto com aumento da produção), forçando a renovação de seu consumo, criando um fluxo mercantil esbanjador e lucrativo. Ex.: eletrodomésticos, produtos descartáveis, software e hardwares (obsolescência tecnológica).
133
Sociedade de Consumo
“Obsolescência Cultural” mudança de costumes (moda), fabricada pelos veículos de propaganda, que renovam o mercado consumidor.
134
“A nossa enorme economia produtiva exige que façamos do consumo o nosso ideal, a nossa forma de vida [way of life], que tornemos a compra e o uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego no consumo… Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior… O objetivo da economia é produzir cada vez mais bens de consumo”.
Victor Lebow
Sociedade de Consumo
Revisão da Aula 1
Meio Ambiente: meio biótico (Homem) + meio abiótico + clima;
Separatividade/Dual: Homem/Sujeito – Natureza/Objeto;
Energia Matéria Vida Consciência;
Paradigma: modelo/crença não comprovado científicamente;
Paradigma de Posse: natureza pertence ao homem;
Valor da Natureza: biológico, de poder, científico e intrínseco;
Relação Homem/Natureza: emancipação gradual por meio da inteligência e técnica;
Padrão: ação humana na natureza = melhoria nas condições + efeitos colaterais;
Neolítico – impactos insignificativos;
Antiguidade e Idade Média – impactos crescentes.
136
Revisão da Aula
Paradigma Teocêntrico Paradigma Antropocêntrico;
Revolução Industrial: Paradigmas mecanicista, tecnológico e capitalista/materialista/consumista;
Pensamento Ambiental: Romantismo, Conservacionismo, Preservacionismo e História Natural. Parques Nacionais e Abolicionismo no Brasil;
Pensamento Malthusiano – crescimento populacional e escassez;
Intensificação da Sociedade Urbano Industrial - sec. XX;
Sociedade de Consumo Pós 2º Guerra Mundial – obsolescências.
137
Crise Ambiental
	Até a primeira metade do século XX os problemas ambientais não emergiram de forma mais relevante, pois:
os impactos do desenvolvimento industrial ainda eram pequenos e localizados;
relação trabalhador X detentor dos bens de produção eram mais relevantes;
A crença e o otimismo do homem em sua própria capacidade tecnológica, ofuscou as incoerências do modelo urbano-industrial que estava sendo implantado.
138
	Pós Guerra Mundial:
 resgate da crença no modelo urbano industrial para reconstruir o mundo;
começam a surgir os primeiros problemas graves - acidentes ecológicos que mobilizaram a atenção da sociedade.
aparecem as primeiras contradições ecológicas inerentes ao modelo.
Crise Ambiental
Acidentes Ambientais Históricos
1953/Nova York - Chuva Ácida
Possível causa:
testes nucleares realizados em Nevada.
Acidentes Ambientais Históricos
1953/Japão - Baía de Minamata
	Acidente químico de caráter crônico causado pela industria Chisso Corporation - produção de plásticos utilizando mercúrio como catalizador.
	 O despejo de águas residuárias durou até 1968. Com o tempo o mercúrio se transformou em um composto orgânico e entrou na cadeia alimentar, contaminando plâncton, crustáceos, peixes... até chegar ao homem.
141
Acidentes Ambientais Históricos
	A intoxicação por mercúrio desencadeou um síndromeque ficou conhecida como Mal de Minamata: grave desordem neurológica degenerativa, que pode passar geneticamente, acarretando o nascimento de crianças deformadas.
	 Desastres similares foram observados em Mitsui, Niigata e Yokkaichi.
142
Acidentes Ambientais Históricos
	1973: Japão proibi consumo de peixes provenientes de Minamata e investe milhões de dólares: descontaminar áreas afetadas e combater efeitos do envenenamento.
	Resposta: mais de 450 campanhas anti-poluição lançadas no Japão até 1971.
	1997: Japão reconhece mais de 12.500 vítimas de Minamata.
143
Acidentes Ambientais Históricos
1962/EUA – Livro Primavera Silenciosa - Rachel Carson Mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, e do homem, com risco de câncer e dano genético. O livro causou alarme. Provocou a indignação da indústria de pesticidas
	Abriu espaço para o movimento ambiental que se seguiu.
144
Acidentes Ambientais Históricos
	“O homem é parte da natureza e sua guerra contra a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si mesmo... Temos pela frente um desafio como nunca a humanidade teve, de provar nossa maturidade e nosso domínio, não da natureza, mas de nós mesmos.”
145
Acidentes Ambientais Históricos
1967/Inglaterra - naufrágio do petroleiro Torrey Cânion. Centenas de quilômetros da Costa da Comualha foram poluídos. Acontecimento local de dimensões globais;
1969/EUA mais de mil derramamentos de pelo menos 100 barris de petróleo em águas norte-americanas;
146
Acidentes Ambientais Históricos
1976 – Itália - Seveso 
	Indústria de cosméticos Hoffmann-Roche. Vazaram 2 kg de gás extremamente tóxico, provocando danos permanentes em centenas de pessoas, e o sacrifício de mais de 75.000 animais e contaminando o solo. Na região, aumentou o número de má formações em recém nascidos.
147
Acidentes Ambientais Históricos
1980/EUA
	Usina Nuclear Three Miles Island: grave risco de acidente ocasionado por pane.  Após o acidente os EUA não mais construíram novas centrais;
148
Acidentes Ambientais Históricos
1984/Índia – Bhopal
	Vazamento de 25t de gás de isocianato de metila da fábrica da Union Carbide.
	Morte de 3.000 pessoas. Intoxicação de mais de 200 mil;
149
Acidentes Ambientais Históricos
1986/Ucrânia (ex URSS)
	Usina Nuclear de Tchernobil 
	Explosão do reator. Vazamento de radiação 30 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.
	A radiação atingiu vários países europeus chegando ao Japão.
	Previsão de que cerca de 100 mil pessoas sofrerão danos genéticos e câncer nos próximos 100 anos.
	 Por toda a Europa, houve problemas na lavoura e na pecuária, tornando vegetais e leite impróprios;
150
Acidentes Ambientais Históricos
1989/Alasca (EUA) - navio Exxon Valdez depois de colisão em rochas submersas, derramou na Baía do Príncipe Willian, 42.000 m³ de petróleo. Morreram cerca de 260.000 aves, 20 baleias, 200 focas e 3.500 lontras do mar. Até hoje são estudadas consequências sobre a fauna e flora marinhas. 
	Indenizações e gastos com limpeza assumidos pela Exxon chegaram a US$2,5 bilhões. Várias ações judiciais impetradas contra a Exxon;
151
Acidentes Ambientais - Brasil
1980/Cubatão-SP
	Detectados casos de problemas pulmonares, anomalias congênitas e abortos involuntários em moradores da região do pólo petroquímico e siderúrgico;
1984/Cubatão-SP - Vila Socó
	Explosões e incêndio causados por vazamento de gás. Morte de 150 pessoas;
152
Acidentes Ambientais
1987/Goiânia - acidente radiativo com Césio 137.
	Cápsula de desapareceu de Centro de Radioterapia e foi vendida a um ferro-velho. Ao quebrar a cápsula, o dono do ferro-velho liberou o pó radioativo, atingindo sua família e pessoas que frequentavam o local.
 
	Em poucos dias, quatro pessoas morreram. Acredita-se que o número de pessoas que morreram ou adoeceram tenha sido bem maior;
153
Acidentes Ambientais
2000/Baía de Guanabara-RJ
	
	Rompimento de duto da Petrobrás provocou o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo.
	A mancha se espalhou por 40 km².
	Danos na fauna e flora e redução do pescado provocando empobrecimento das comunidades pesqueiras.
Problemas Ambientais
	Problemas ambientais (efeitos colaterais) podem ser resumidos em:
escassez de recurso naturais (ar, água, fauna, flora, minerais,...), incluindo os chamados recursos naturais renováveis, que também podem escassear ou mesmo se extinguir, caso a demanda seja maior que a capacidade da natureza de renová-los.
poluição incluindo acidentes ecológicos.
155
Problemas Ambientais
A escassez dos recursos naturais e a poluição não são problemas excludentes, pelo contrário, uma é conseqüência e influencia o outro. Por exemplo, a poluição de um corpo hídrico leva a escassez deste recurso, que não pode ser usado pois encontra-se degradado e imprestável para a maioria dos usos da água.
156
Movimento Ambiental
Anos 60 - culturalmente efervescente, são marcados de movimentos e modificações sociais, incluindo o movimento ambiental.
 	Grupos distintos provenientes inicialmente dos movimentos: hippie/contracultura, pacifistas, feministas, espirituais e posteriormente dos movimentos socialistas, passam a levantar a bandeira ambiental dando origem a um movimento amplo e heterogêneo.
157
Movimento Ambiental
	“Nos anos 60, ..., marcaram o aparecimento de um novo ecologismo em contraposição à antiga “proteção da natureza”, cujas instituições provinham do século XIX (sociedades de proteção da natureza, da vida selvagem, dos animais, etc.). Esse novo ecologismo provinha de um movimento de ativistas que partiam de uma crítica da sociedade tecnológico-industrial (capitalista e socialista), ... destruidora da natureza.
	A preocupação fundamental da maioria desses movimentos, ..., não era a proteção de uma única espécie de animal ou de um parque nacional isoladamente.” – Diegues (2001).
158
Movimento Ambiental
“O paradigma mecanicista já não conseguia mais dar resposta aos novos problemas, caracterizados pela complexidade e interdisciplinaridade, no contexto de uma racionalidade meramente instrumental e de uma ética antropocêntrica. Em resposta a esse estado de coisas eclodiram vários movimentos questionadores do estilo de vida e relações sócio-econômicas no mundo, entre eles o movimento ambientalista.”
Lago e Pádua (1989).
159
Ecologia Social
	“A Ecologia ultrapassa então os limites da biologia passando a designar também um movimento e uma ciência mais ampla de caráter interdisciplinar, ligada também as ciências humanas e tecnológicas, muitas vezes definida como Ecologia Social.”
	
160
Ecologia Social
	Pode-se dizer que a ecologia social nasce das próprias contradições provocadas pelo modelo urbano-industrial e ao contrário da ecologia, que estuda o equilíbrio dos ecossistemas, a primeira preocupa-se com os desequilíbrios ecológico e suas consequências.
	Lago e Pádua (1989)
161
Eco-Socialismo
	“Gutelman (1974) critica essa noção marxista clássica de natureza como condição invariante da produção ao propor o conceito de forças produtivas da natureza (fotossíntese, cadeias tróficas), em contraposição à noção de forças produtivas históricas. As as forças produtivas naturais... também devem ser incorporadas na análise das capitalistas.” Diegues (2001).
162
Ecologia Profunda
	“O termo “ecologia profunda” foi cunhado por Arne Naess, filósofo norueguês, em 1972, com a intenção de ir além do simples nível factual da ecologia como ciência, para um nível mais profundo de consciência ecológica.” 
	“... a vida humana e não humana têm valores intrínsecos independentes do utilitarismo; os humanos não têm o direito de reduzir a biodiversidade,exceto para satisfazer suas necessidades vitais;...” 
	Diegues (2001).
163
Ecologia Mental - Terapia Ecológica
	“... procura desmontar no ser humano o antropocentrismo, os instintos de utilização meramente objetivísticos da natureza, para deixar lugar a uma relação de gratuidade, de convivência e não só de dominação.
164
Ecologia Mental - Terapia Ecológica
	“Mais do que nunca se faz importante essa Terapia Ecológica para que o ser humano se afine com a natureza.
	Se a Terra está ruim hoje é porque a mente humana está ruim. E a cura da Terra está ligada à cura do ser humano.
	Leonardo Boff (2003)
165
Eco-Espiritualidade
“Graf Dürckheim distingue quatro lugares privilegiados de vibração, de abertura de todo o nosso ser a esta outra dimensão: a natureza, a arte, o encontro, o culto.
166
Eco-Espiritualidade
	Todos nós já experimentamos alguns desses momentos privilegiados de harmonia e de unidade na “Grande Natureza”; esta estreita “interconexão de todas as coisas” descoberta pela física contemporânea, nós pudemos prová-la com todas as fibras do nosso ser: de repente não éramos mais estranhos ao mundo, mas irmãos das galáxias: “poeira de estrelas”. Parecia que a consciência dual que coloca sem cessar o sujeito diante do objeto estava abolida e se revelava a nós uma unidade que não era uma mistura, mas o tutear múltiplo dos seres e das coisas. Estávamos realmente “na” paisagem e não mais “diante”,... - Leloup (2000).
167
Marcos Evolutivos Internacionais
WWF
Worldwide Fund for Nature
 	Uma das mais conhecidas ONGs ambientalistas. Iniciou suas atividades em 1961, por iniciativa de um grupo de cientistas da Suíça preocupados com a devastação da natureza.
Marcos Evolutivos Internacionais
1968 - Clube de Roma
	Gerou o relatório técnico Limites do Crescimento - alinhava inúmeros dados sobre o esgotamento de reservas minerais, aumento de poluição, crescimento populacional,..., demonstrando a inviabilidade da continuação futura do atual modelo de crescimento ilimitado urbano-industrial.
	Foi o primeiro estudo que passou de uma visão qualitativa para quantificação científica em nível planetário;
169
Marcos Evolutivos Internacionais
1968/EUA 
 “The Population Bomb”
de Paul Ehrlich 
	O livro, que teve grande repercussão, discute o conflito intrínseco entre as demandas do crescimento humano e os recursos finitos.
	Resgata a discussão Mauthusiana do sec. XVIII.
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Marcos Evolutivos Internacionais
1969/EUA – NEPA - National Environmental Policy Act primeira legislação federal contendo objetivos e princípios da política ambiental.
	Propostas que afastasse a qualidade ambiental deveria conter: os impactos/efeitos ambientais que poderiam ser evitados; alternativas de ação; etc.
	No ano seguinte Canadá e Comunidade Europeia criam legislações semelhantes;
171
Marcos Evolutivos Internacionais
1971 - a organização não-governamental Greenpeace é fundada para protestar contra testes nucleares no Alasca;
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Marcos Evolutivos Internacionais
1972/Suécia - Estocolmo 
	Conferência da Nações Unidas – ONU sobre Meio Ambiente: marco histórico.
	 Oficializou o surgimento da preocupação internacional com o meio ambiente e a emergência de políticas públicas em muitos países, inclusive no Brasil.
	Criou-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA;
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Marcos Evolutivos Internacionais
1987 - "Nosso Futuro Comum" aprovado e divulgado pela ONU o relatório, também conhecido como "Relatório Brundtland", foi elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, criada pelas ONU e presidida por Gro Brundtland, primeira-ministra da Noruega. 
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Marcos Evolutivos Internacionais
	O relatório não apresenta o mesmo nível de críticas à sociedade industrial como documentos anteriores.
	Preconiza o crescimento tanto em países industrializados como em subdesenvolvidos, inclusive ligando a superação da pobreza nestes últimos ao crescimento contínuo dos primeiros.
	Dessa forma, foi bem aceito pela comunidade internacional.
Marcos Evolutivos Internacionais
	Definiu desenvolvimento sustentável como sendo um modelo onde as ações presentes não devem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas necessidades, com base em que o valor total dos bens disponíveis, tanto produzido pelo homem como aqueles encontrados na natureza, deve permanecer constante de uma geração para a outra.
.
Marcos Evolutivos Internacionais
1992/RIO92
2a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente
	Denominada de Conferência de Cúpula da Terra.
	Reuniu um total de 182 países.
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Marcos Evolutivos Internacionais
	Aprovou documentos tais como:
Carta da Terra;
Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento;
Declaração sobre as florestas;
Convenção sobre a diversidade biológica;
Convenção-quadro sobre as mudanças climáticas;
Agenda 21 - declaração de intenções na forma de documento que estabelece as ações a serem seguidas no séc. XXI, rumo ao desenvolvimento sustentável.
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Marcos Evolutivos Nacionais
1965 - Lei 4.771/65 - institui o Código Florestal. É uma das leis ambientais mais antigas do país. Cria, entre outros aspectos, as áreas de proteção permanente;
1973 - criação da SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente, influenciada pela Conferência de Estocolmo/72;
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Marcos Evolutivos Nacionais
1981 - Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA e do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA
	Início de uma política ambiental mais efetiva.
	Essa Lei funcionou como um elemento integrador dos diversos instrumentos de política ambiental, principalmente os Estudos de Impacto Ambiental e o Sistemas de Licenciamento.
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Marcos Evolutivos Nacionais
1981 - cria-se o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), órgão consultivo e deliberativo, com a composição de diversos Ministérios, órgãos ambientais federais, estaduais e municipais, etc;
Marcos Evolutivos Nacionais
1985 – CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente;
1988 – Constituição Federal;
1989 - IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis;
1998 - Lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais;
182
Desenvolvimento Sustentável
	O conceito de Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável ou Ecodesenvolvimento, vai aparecer de forma mais nítida na 1º Conferência da ONU sobre Meio Ambiente em Estocolmo/72.
	Indicando uma nova referência a seguir, um caminho do meio a ser traçado entre o antagonismo do crescer a qualquer custo, do desenvolvimento clássico e o crescimento zero e paralisação do desenvolvimento, defendida na época por alguns ambientalistas.
Desenvolvimento Sustentável
	Ora não queremos voltar ao nível de desenvolvimento medieval, onde para uma população bem menor havia fome por incapacidade de produtiva, onde a inexistência de conhecimentos médicos e sanitários nos trouxe as pestes que dizimaram um terço da população europeia. Quando a expectativa de vida não passava de 35 anos.
Desenvolvimento Sustentável
Porém o modelo de desenvolvimento atual está nos levando a uma crise sem precedentes. Não se trata de uma crise social ou econômica, como no fim de um regime político, uma sociedade ou até mesmo uma civilização.
O que se discute aqui é uma crise existencial sem precedentes, a extinção do homo sapiens como espécie neste planeta.
Desenvolvimento Sustentável
 “Desenvolvimento Sustentável: é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.” – Relatório Brundtland – Nosso Futuro Comum – ONU/87.
186
DesenvolvimentoSustentável
	Após a Rio/92, o conceito se populariza trazendo maior conscientização mundial.
	Porém, é muitas vezes usado de forma imprecisa e reduzida nos meios de comunicação.
Ex.: desenvolvimento sustentável para caracterizar apenas um favorável ambiente econômico clássico: juros e desemprego baixos, inflação controladas e PIB alto...
Desenvolvimento Sustentável
É importante fazermos distinção entre crescimento e desenvolvimento.
Crescimento denota um processo de aumento quantitativo. O crescimento ilimitado, por traz do modelo clássico de desenvolvimento é inviável.
Nenhum sistema pode crescer quantitativamente de forma ilimitada, dado que para respaldar-se precisa de suportes de um planeta finito.
 
Desenvolvimento Sustentável
Assim a expressão crescimento sustentável é, não somente uma incoerência, como uma impossibilidade.
Já a palavra desenvolvimento traz um conceito qualitativo, por meio de um modelo alternativo de desenvolvimento ecologicamente sustentável.
Desenvolvimento Sustentável
	Apesar da importância e da popularização o Desenvolvimento Sustentável, em termos práticos, é ainda um conceito vago.
	 Analisando a definição do Nosso Futuro Comum, pode-se questionar quais são as necessidades do presente a serem atendidas?
São necessidades para sobrevivência (valor biológico/vital) ou para suprir demandas sociais?
 Dependendo do seu nível cultural e financeiro o homem tem necessidades diferentes. 
E quanto às necessidades das gerações futuras? Serão elas as mesmas de hoje?
Desenvolvimento Sustentável
Diante destas indefinições apresentaremos duas linhas de pensamento: pessimista e otimista.
Pessimista: crença de que o destino do homo sapiens é a extinção.
Não teremos capacidade de impedir o pior.
 Permaneceremos esgotando e impactando a natureza e quando nos dermos conta já será tarde demais.
Não há mais tempo, pois já ultrapassamos um ponto de retorno e os danos ambientais serão cada vez mais irreversíveis.
 O apocalipse será ambiental.
Desenvolvimento Sustentável
Menos pessimistas: cataclismo ambiental estaria por vir.
A escassez prevista por Malthus/Clube de Roma se tornaria realidade e junto com a degradação e desastres ambientais traria uma grave crise mundial.
A população mundial sofreria grande redução, tal como num controle biológico populacional.
 Porém não seria o fim da espécie humana. Após longo período de padecimento, sobreviventes se reergueriam e reconstruiriam uma humanidade mais sensível e igualitária.
Desenvolvimento Sustentável
Otimista: premissa - intelectualidade humana.
Princípio: o homo sapiens faz jus a sua designação - sapiência ao invés de demência (auto extinção).
Nesta visão identificamos 2 grupos não necessariamente excludentes:
Capitalismo Natural
Sociedade Ecológica
Capitalismo Natural
	Inserção da dimensão ambiental no modelo capitalista para corrigi-lo, tornando-o sustentável.
	Sem que este, porém, não perca sua essência e paradigmas.
	Maximizar lucro e acumulo de bens materiais/ monetários individuais no curto prazo, pois permanece a ideia da satisfação, felicidade e sucesso definidos pelo consumo e riqueza material.
194
Capitalismo Natural
	A natureza, já entendida como frágil e finita, continua a ser percebida como um meio material a ser dominado e explorado, agora por técnicas de manejo sustentável.
 	A ótica permanece antropocêntrica. 
Capitalismo Natural
	Investimentos não compulsórios de organizações em meio ambiente (apesar de apresentados por um eco marketing demonstrando preocupação ambiental) não são com base em valores intrínsecos/altruístas e sim objetivando oportunidades de negócios e maximização dos lucros.
Capitalismo Natural
Redução do consumo de recursos naturais cada vez mais caros e instáveis;
Custos ambientais (externalidades) internalizados com o uso de tecnologias mais limpas e corretivas, visando aumento de produtividade e diminuição de impactos ambientais;
Menor risco de acidentes ambientais e assim menor custos com seguros;
Maior abrangência de oportunidade de negócios;
Valorização patrimonial e menor passivo ambiental;
Maior visibilidade por meio do eco marketing...;
Capitalismo Natural
	A preocupação ambiental motivada por valores científicos e intrínsecos não é o fator mais importante.
	 A preocupação ambiental é econômica. Trata-se de impulsionar a produção, reduzir custos e aumentar receitas.
 	Estabilidade e de independência energética e de insumos, por fim de entrar em novos mercados.
Auditoria Ambiental
Ecoeficiência
	Inventado em 1992, ecoeficiência é a colocação no mercado de bens ou serviços que satisfazem às necessidades humanas, trazendo melhor qualidade de vida, reduzindo os impactos ambientais e o uso de recursos naturais, considerando o ciclo inteiro de vida da produção e a capacidade do planeta de suportar tal demanda.
Produção mais Limpa (Cleaner Production)
Abordagem econômica, técnica e ambiental, ampla e detalhada, que considera todas as fases do processo de manufatura ou ciclo de vida do produto, com o objetivo de prevenir ou minimizar os riscos para a humanidade e o ambiente a curto e longo prazo. 
Produção mais Limpa
Sua metodologia requer a criatividade das pessoas para investigar detalhadamente todas as fases dos processos produtivos, e gerar oportunidades de melhorias para conservar energia e matérias-primas, eliminar substâncias tóxicas e reduzir os desperdícios e a poluição.
Produção mais Limpa
ANTES 
Etapa de pintura utilizando pistolas de tinta preparadas para trabalhar com pressão de até 80 lb / in2. 
DEPOIS 
Alteração no parâmetro operacional para aplicação da tinta na pressão adequada.
BENEFÍCIOS OBTIDOS:
 Investimento: Nenhum
 Benefício econômico: R$ 44.633,28 por ano.
 Benefício ambiental: redução da geração da borra de tinta. 
Utilização sustentável e otimizada de recursos naturais e energia;
Redução e reciclabilidade dos resíduos;
Minimização dos impactos ambientais pelo mau uso/pós-uso do produto;
Maior desempenho e valorização da segurança.
Ecodesign
Rotulagem Ambiental
Tipo I
Tipo III
Tipo II
Capitalismo Natural
Série ISO 14.000 - A ISO 14000 tem como principal foco a gestão ambiental e fornece uma estrutura organizada para que as empresas consigam promover ações internas para obter a certificação.
É auditada pelo ISO (International Organization for Standardization), que é a autoridade em certificações em todo mundo.
206
Capitalismo Natural
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) 
certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela Organização não governamental-ONG americana U.S. Green Building Council (USGBC), de acordo com os critérios de racionalização de recursos (energia, água, etc.) atendidos por um edifício.
207
Capitalismo Natural
Atualmente existem inúmeros índices no mundo de qualidade ambiental.
DJSI – Dow Jones Sustainability Index;
BOVESPA – ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial;
Série ISO 14.000; ...
208
Capitalismo Natural
Domini 400 – lançado em 1990 o índice faz o acompanhamento de 400 empresas de capital aberto nos EUA.
Exclui empresas que produzem álcool, tabaco, armas, energia nuclear, e de outros produtos controversos.
Capitalismo Natural
KLD Global Climate 100 Index - Em resposta à crescente demanda de instituições e indivíduos para estratégias de investimento que abordam o aquecimento global, KLD Research & Analytics, Inc., com sede em Boston, Massachusetts, lançou o Índice de Clima Global 100. Este é o primeiro índice global focada em soluções para a mudança climática.
O índice é composto de grandes e pequenas empresas que KLD espera oferecersoluções de curto prazo para o aquecimento global através da energia renovável, combustíveis alternativos, tecnologia limpa e eficiência.
Capitalismo Natural
FTSE4 Good Index Series - índice que avalia a sustentabilidade das empresas cotadas em bolsa.
Existe há cerca de 10 anos diferenciando-se dos índices Dow Jones pelas dimensões da sustentabilidade consideradas e pela forma de avaliação.
Capitalismo Natural
O Programa Bandeira Azul tem como objetivo elevar o grau de conscientização dos cidadãos e dos tomadores de decisão para a necessidade de se proteger o ambiente marinho e costeiro e incentivar a realização de ações que conduzam à resolução dos conflitos existentes.
O Programa teve início em 1987 na Europa (Brasil em 2004) e é aberto a praias marítimas, fluviais e lacustres, além de marinas, sendo necessário a participação dos municípios e envolvimento de instituições locais que representam os vários segmentos da Sociedade Civil (moradores, iniciativa privada, empreendedores, comunidades tradicionais e grupos atuantes, ONGs e demais associações) e que podem colaborar na implantação e efetivação do Programa.
Capitalismo Natural
O sistema "Greenroads" avalia o impacto total de uma estrada, incluindo o ambiental e o social, e leva em consideração desde as práticas e os materiais de construção até a poluição sonora e a existência de ciclovias. 
Nos Estados Unidos, o Greenroads nasceu em 2010. As primeiras estradas com a certificação estão na Califórnia. Atualmente, 38 rodovias já possuem o selo. A maioria está nos Estados Unidos e no Canadá. Em 2015, a Austrália foi o terceiro país a aderir à certificação. Entre os requisitos que o selo exige, os principais são:
– Calçadas com rampas e ilhas para pedestres entre uma via e outra
– Ciclovias
– Substituição do sistema de esgoto sanitário, caso não atenda as normas técnicas
– Uso de pavimento permeável
– Sistema que receba as águas pluviais independente da tubulação que recebe o esgoto
– Sinais de trânsito conectados a controlados, para melhorar o fluxo de tráfego
– Iluminação com lâmpadas de LED, certificadas pela Illuminating Engineering Society
Capitalismo Natural
No livro "A teoria dos Sentimentos Morais", o economista e filósofo escocês Adam Smith argumenta que é natural dos seres humanos buscarem agradar outras pessoas e sentirem-se acolhidos por elas. Segundo Smith, na natureza do homem "há princípios que o fazem interessar-se pela sorte dos outros e considerar a felicidade deles necessária para si mesmo, embora não extraia senão o prazer de assistir à felicidade de seu semelhante".
214
Capitalismo Natural
Empresa B é a empresa que visa como modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental. O sistema B é um movimento que pretende disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo através da certificação de empresas no âmbito global que possuem como objetivo solucionar problemas socioambientais.
215
Capitalismo Natural
Empresas B são aquelas que usam seus negócios para o desenvolvimento de comunidades e para a redução da pobreza, além de buscar também soluções para os problemas ambientais.
O conceito das “B Corps” foi criado pelo B-Lab www.bcorporation.net/ nos EUA em 2006, com a proposta de redefinir o sucesso para os negócios. Hoje, há mais de 950 companhias – 75 delas na América Latina - em 30 países e 60 setores. 
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Capitalismo Natural
No Brasil, esse conceito chegou há pouco tempo, liderado pelo Comitê pela Democratização da Informática (CDI) em parceria com o Sistema B, representante do movimento na América Latina, e já possuí 46 empresas com o certificado.
217
Sociedade Ecológica
Mudança comportamental;
Lógica sócio-ambiental, econômica mais coletiva, de longo prazo, compatível os sistemas naturais;
Mais cooperação do que concorrência;
Valor intrínseco equiparando-se com valor econômico;
Satisfação principal pelo imaterial;
adequação/integração dos processos produtivos aos sistemas produtivos da natureza, com o uso de tecnologias alternativas, sistêmica (holística), compatível com os sistemas naturais;
Descentralização;...
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“...procuram cooperar com os mecanismos do sistema natural, ao invés de tentar dominá-los pela agressão.” – Lago e Pádua (1989).
Sociedade Ecológica
219
Sociedade Ecológica
	“A essência de uma sociedade ecologista seria a opção por menor consumo de recursos naturais e energia e maior consumo científico, cultural, artístico, esportivo, religioso,... com maior tempo para o lazer, convívio familiar e humano. Enfim com maior qualidade de vida em harmonia e contato com a natureza.” Lago e Pádua (1989).
220
Sociedade Ecológica
	“Para teoria econômica, crescimento e bem-estar social sempre estiveram associados. Enquanto o nível de consumo é muito baixo, a correlação entre os dois é muito alta. Faz então sentido usar crescimento do produto, ..., como indicador de bem-estar.
	Sabe-se hoje, que a partir do momento em que as necessidades básicas estão superadas, o aumento de renda e da disponibilidade de bens materiais tem muito pouca correlação com o bem estar.
	Muito mais do que o aumento do consumo material, o bem estar passa então a estar associado à coesão social, à qualidade da vida comunitária e a uma menor desigualdade.
	 Pode-se, com certeza, ter aumento de bem estar sem crescimento do consumo material. Para isso, é preciso romper com o equívoco mais agressivamente promovido na modernidade: o de que para ser feliz é preciso consumir, ainda que coisas cada vez mais desnecessárias.”
	(Andre Lara Resende OGLOBO 05/02/2012)
221
Sociedade Ecológica
	“Vivemos até agora na suposição de que o que era bom para nós era bom para o mundo. Foi um engano. Precisamos alterar nossa existência de modo que seja possível viver com a convicção contrária, de que o que é bom para o mundo há de ser bom para nós. E isso exige que nos esforcemos para conhecer o mundo e aprender o que é bom para ele. Temos de aprender a colaborar com seus processos e compreender os seus limites. Porém, o que é ainda mais importante, devemos aprender a reconhecer que a criação é cheia de mistérios; nunca a entenderemos claramente. Devemos abandonar a arrogância e respeitar. Temos de recobrar o sentido da majestade da criação e a capacidade de honrar sua presença. Pois só nas condições de humildade e reverência perante o mundo é que a nossa espécie será capaz de permanecer nele.”
	Hawken, Lovins e Lovins (1999)
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Sociedade Ecológica
	“O que precisamos é de uma definição operacional de sustentabilidade ecológica. A chave para chegar a esta definição operacional está em reconhecer que não precisamos inventar as comunidades humanas sustentáveis a partir do zero, mas podemos moldá-las de acordo com os ecossistemas naturais, que são comunidades sustentáveis de plantas, animais e microrganismos.”
	Trigueiro e Capra (2003).
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“A sobrevivência da humanidade vai depender de nossa habilidade em entender os princípios da ecologia e viver de acordo com eles”.
Fritjof Capra 
Sociedade Ecológica
Sociedade Ecológica
...mudança de valores:
da autoafirmação e da competição para a cooperação e a justiça social,
da expansão para a conservação, da aquisição material para o crescimento interior.
 Aqueles que começaram a realizar essa mudança descobriram que ela não é restritiva, mas, pelo contrário, libertadora e enriquecedora.
Sociedade Ecológica
Citando Walter Weisskopf (Alienação e Economia) Capra acrescenta: “as dimensões da escassez na vida humana não são econômicas, mas existenciais. Estão relacionadas com nossas necessidades de lazer e contemplação, paz de espírito, amor, vida gregária e auto realização, as quais são todas satisfeitas em graus muito superiores pelo novo sistema de valores.”

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