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Resumo S Comunitária II I Unidade

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Saúde Comunitária II
CIPE
O processo de enfermagem é dividido em 5 etapas: coleta de dados; diagnósticos; planejamento; implementação e avaliação.
a) Formação da CIPE:
Necessidade de uma taxonomia única a nível mundial, que tivesse como principal critério ser suficientemente ampla e sensível a diversidade cultural.
b) 7 eixos da CIPE:
· Foco
Área de atenção relevante naquele momento
· Julgamento (juízo)
“O que está acontecendo com o foco?”, ou seja, é a opinião clínica
· Cliente
O sujeito a quem o diagnóstico se refere
Ex: Dona Maria chegou na UBS relatando cefaleia, posteriormente a coleta de dados foi descoberto que o marido dela faz uso abusivo de álcool, logo, um dos diagnósticos será voltado para o esposo
· Meio 
Forma, método ou instrumento usados em uma intervenção
· Ação
Processo intencional aplicado a um cliente; é a ação que será realizada para executar uma intervenção, a primeira palavra da intervenção é uma ação
· Tempo
O ponto, período, intervalo ou duração de uma ocorrência
· Localização
Orientação anatômica ou espacial
c) O que fazer primeiro?
Procurar os termos na CIPE e organizar seguindo os critérios:
· Diagnóstico pela CIPE: foco + julgamento + complementar
Proibido usar ação
· Intervenção: ação + complementar
Proibido usar julgamento
· Resultados: similar ao diagnóstico
Doenças Transmissíveis
As doenças transmissíveis são aquelas causadas por agente infecciosos, que transmitem seus agentes ou seus produtos de um reservatório para um hospedeiro susceptível, de forma direta ou indireta.
Bioagente patogênico reservatório porta de saída modo de transmissão porta de entrada novo hospedeiro
a) Composição dos elos:
 1-Bioagente patogênico:
É um ser vivo que através de uma das formas que assume no seu ciclo reprodutivo é introduzido em outro ser vivo.
Características dos bioagentes:
· Infectividade
Capacidade de certos organismos de penetrar, se desenvolver ou se multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção. Ex. Alta: virus gripe e bacilo hanseníase /Baixa: fungos.
· Patogenicidade
Qualidade do agente infeccioso de produzir sintomas em maior ou menor proporção
· Virulência
Capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves ou fatais. Ex: Alta: HIV, chagas/ Baixa: gripe, rubéola
· Poder invasivo
Capacidade de se difundir através de tecidos, órgãos, e sistemas anatomo-fisiológicos do hospedeiro. 
· Imunogenicidade
Capacidade de induzir imunidade no hospedeiro. Ex: Alta: sarampo, cachumba/ Baixa: gripe, dengue
2- Reservatório:
Todo organismo vivo ou inanimado que abriga um bioagente durante o seu ciclo até que ele seja transmitido para um hospedeiro
3- Porta de saída / via de eliminação:
Via respiratória;
Via oral (boca como representante do sistema digestório);
Via intestinal (fezes);
Via cutâneo-mucosa;
Transmissão vertical (transplacentária, parto ou aleitamento materno)
 4- Modo de transmissão:
 4.1- Vertical (mãe filho)
 4.2- Horizontal (pessoa para pessoa)
 4.2.1- Direta: 
Imediata: que não passa pelo ambiente, ou seja, via sexual
Mediata: passa pelo ambiente, como doenças respiratórias, conjuntivite, etc
 4.2.2- Indireta:
Vetor
Veículos: substâncias ou objetos
5- Porta de entrada/via de penetração:
Mesma classificação da porta de saída
6- Novo hospedeiro:
Indivíduo ou animal que não oferece resistência à penetração e multiplicação ou desenvolvimento do bioagente
 6.1- Hospedeiro doente: apresenta manifestações clínicas decorrentes da infeccção
 6.2- Portador são: possui a infecção e transmite, mas não apresenta sintomatologia
Características do hospedeiro:
6.3- Resistência: capacidade do sistema de defesa do hospedeiro, de impedir a difusão ou multiplicação do agente infeccioso ou de seus produtos tóxicos
6.4- Susceptibilidade: ausência de resistência do hospedeiro 
6.5- Imunidade: capacidade de resistir ao agente infeccioso
b) Cadeia de transmissão:
1- Tuberculose: 
Bioagente: Mycobaterium tuberculosis
Reservatório: homem doente bacilífero
Porta de saída: via respiratória
Modo de transmissão: direta imediata 
Porta de entrada: via respiratória
Novo hospedeiro: qualquer pessoa com problema na resposta imune
2- Hanseníase: 
Bioagente: mycobacterium leprae 
Reservatório: homem doente
Porta de saída: via respiratória 
Modo de transmissão: direta
Porta de entrada: via respiratória
Novo hospedeiro: pessoa que convive no mesmo domicílio
Vigilância epidemiológica
1975 – Regulamentado SNVE (Sistema Nacional de Vig. Epidemiológica) – Lei 6.259/75 e Decreto 78.231/76;
Nessa lei fica determinado que a VE é responsável pelas doenças transmissíveis e a VS (vigilância sanitária) pela fiscalização
Posteriormente, em 1990- Lei 8080/90
A vigilância é conhecedora da situação epidemiológica de todo o país e consegue se programar e preparar medidas de prevenção e controle de doenças e agravos, para cada região, de acordo com suas necessidades.
a) Atividades básicas:
· Coletar os dados e notificar;
· Fazer a investigação epidemiológica;
· Consolidar, analisar e interpretar os dados;
· Implantar e implementar medidas de controle;
· Tomar decisões;
· Fazer a distribuição das informações e dos resultados das medidas aplicadas (retroalimentação);
Incidência= casos novos
Prevalência: casos novos + casos antigos
b) Medidas de controle das doenças transmissíveis:
1- Busca ativa: 
Procura de casos ou de suspeitos; objetiva diagnosticar precocemente os casos e adotar medidas de tratamento ou controle
2- Cobertura de foco:
Realização de ações para bloquear a propagação de doenças no local onde está situado o foco
3- Investigação epidemiológica:
Obtenção de mais informações sobre a doença
4- Ficha de notificação:
Comunicação de caso suspeito ou confirmado, e sua descrição
5- Isolamento:
Segregação de um caso de DT durante o período de transmissibilidade 
6- Quimioprofilaxia:
Tratamento para aqueles que estiveram em contato com o paciente com DT
7- Vacinação de bloqueio:
Vacinação realizada nos comunicantes de um caso de DT imunoprevinível 
c) Sistemas de informações:
O mais utilizado: SINAN- sistema de informações de agravos de notificação
Por meio dele todos os profissionais de saúde informam sobre situações e a partir daí são tomadas decisões 
· SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade 
· SINASC - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos 
· SIH - Sistema de Informações Hospitalares
· SIA - Sistema de Informações Ambulatorial
· SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
· SI-PNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
· SISAB – Sistema de Informação da Atenção Básica e tem e-SUS como software.
d) FIN e FII:
Ficha individual de notificação e ficha individual de investigação
· Notificação de surto
· Notificação negativa
São fichas enviadas semanalmente de acordo com o calendário epidemiológico (semana 1 a 52, 53 em casos de ano bissexto)
FNI:
FII:
As informações coletadas chegam ao sistema da SMS, posteriormente chegam a SES e só então são enviadas para o MS
e) Principais indicadores da saúde coletiva:
· Morbidade
Refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao adoecimento, é sua prevalência e a incidência
Ainda se subclassifica em:
1- Endemia: presença contínua de uma enfermidade, ou agente infeccioso convencionada para uma população e época determinadas
Áreas endêmicas 
2- Surto: súbito aumento de uma doença numa área geográfica estritamente limitada
3- Epidemia: elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em um determinado lugar e período de tempo, caracterizando, de forma clara, um excesso em relação à frequência esperada
4- Pandemia: epidemia generalizada, que ultrapassa os limites de um país
· Mortalidade
Relação entre o número de óbitos e o número de pessoas exposta ao risco de morrer
· Letalidade
Capacidade de levar a morte
f) Atuação da enfermagem:
· Consulta de enfermagem;
· Coleta de material para diagnóstico;
· Desenvolver plano de enfermagem de acordo com a patologia;
· Aplicação correta da técnica de isolamento;
· Orientar corretamente a equipe quanto aos cuidados na realização de procedimentos;Tuberculose
a) Características:
A tuberculose é uma doença infecciosa, considerada a mais mortal do mundo, ela afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir qualquer parte do corpo (extrapulmonar)
b) Transmissão:
A transmissão ocorre por via respiratória e muitas pessoas expostas à TB nunca desenvolvem os sintomas, uma vez que a bactéria pode viver na forma inativa dentro do corpo.
Apesar de também atingir vários órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver doente com o bacilo nos pulmões. 
Crianças, geralmente não transmitem.
c) Formas clínicas da tuberculose:
· Pulmonar
· Pleural
· Ganglionar
· Urogenital
· Meningoencefálica
· Óssea
· Miliar
· Renal
Também conhecida como tuberculose hematogênica generalizada, a tuberculose miliar ocorre quando uma lesão tuberculosa ulcera em um vaso sanguíneo, disseminando milhões de bacilos da tuberculose pela circulação sanguínea e ao longo do corpo.
d) Sinais clínicos:
· Tosse por mais de três semanas;
· Expectoração (hemoptise); 
· Febre vespertina;
· Sudorese noturna;
· Dor torácica;
· Fadiga;
· Anorexia;
· Perda de peso
e) Diagnóstico:
e.1) História clínica:
· Ter tido contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose;
· Apresentar sintomas e sinais sugestivos de tuberculose; 
· História de tratamento anterior para tuberculose;
· Presença de fatores de risco para o desenvolvimento da TB doença (Infecção pelo HIV, diabetes, câncer, etilismo)
· Sintomáticos respiratórios- pessoas com tosse por mais de 3 semanas
e.2) Exame bacteriológico:
Coleta de duas amostras de escarro: 
A primeira na ocasião da primeira consulta; a segunda, independente do resultado da primeira, na manhã do dia seguinte ao despertar. 
Teste Rápido Molecular para Tuberculose - fica pronto em 2 horas
e.3) Cultura do bacilo de Koch:
Indicada para:
· Os suspeitos de tuberculose pulmonar negativos ao exame direto do escarro;
· O diagnóstico das formas extrapulmonares – como meningoencefálica, renal, pleural, óssea ou ganglionar;
· Os casos de suspeita de resistência bacteriana às drogas quando deve ser realizado o teste de sensibilidade (TS);
e.4) Exame radiológico
e.5) Prova tuberculínica:
Indicada como método auxiliar no diagnóstico da tuberculose; a prova tuberculínica quando reatora, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o diagnóstico da tuberculose doença.
A leitura da prova tuberculínica é realizada de 72 a 96 horas após a aplicação, medindo-se com régua milimetrada o maior diâmetro transverso da área de endurecimento palpável. 
· Não reator (<5mm): indivíduo não infectado pelo M. tuberculosis ou com hipersensibilidade reduzida
· Reator (> 5mm): indivíduo vacinado com BCG ou infectado pelo M. tuberculosis (que pode estar doente ou não ) ou por outras micobactérias;
f) Classificação dos casos de tuberculose:
f.1) Caso novo: é o doente com tuberculose que nunca se submeteu à quimioterapia antituberculosa, o que fez uso de tuberculostáticos por menos de 30 dias
f.2) Retratamento: a prescrição de um esquema de drogas para o doente já tratado por mais de 30 dias, que venha a necessitar de nova terapia por recidiva após cura (RC), retorno após abandono (RA)
f.3) Abandono: o doente que após iniciado o tratamento para tuberculose, deixou de comparecer à unidade de saúde por mais de 30 dias consecutivos, após a data aprazada para seu retorno
f.4) Caso de recidiva: o doente com tuberculose em atividade que já se tratou anteriormente e recebeu alta por cura, independentemente do tempo decorrido do primeiro episódio
f.5) Falência: a persistência da positividade do escarro ao final do 4.º ou 5.º mês de tratamento, tendo havido ou não negativação anterior do exame. Significa que os medicamentos não estão sendo eficazes.
A todo doente com diagnóstico de tuberculose confirmado, deve ser oferecido o teste sorológico anti-HIV. Caso o exame seja positivo, o doente deve ser encaminhado para uma Unidade de Referência para AIDS capacitada a tratar as duas infecções. 
g) Notificação:
O caso deverá ser notificado e investigado através do preenchimento da ficha de notificação e investigação do SINAN, pelo profissional de saúde da UBS que atendeu o paciente.
h) Tratamento:
As drogas deverão ser administradas preferencialmente em jejum, em uma única tomada ou, em caso de intolerância digestiva, junto com uma refeição.
RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol
RHZE= nomes do RIPE em inglês; na fase intensiva se usa as 4 substâncias e na manutenção só usa a rifampicina e isoniazida (RH)
COXIP-4= medicação que possui todos os integrantes do RIPE
O esquema básico dura 6 meses e é dividido em duas fases:
· Fase intensiva- 2 meses
· Fase de manutenção- 4 meses
A quantidade de comprimidos varia de acordo com o peso (de 2 a 5)
A TB meningoencefálica e osteoarticular são tratadas na referência e o tratamento dura 12 meses (2 intensivo e 10 de manutenção)
No tratamento de crianças <10 anos- não tem etambutol
Após 15 dias do início do tratamento já considera que o paciente não transmite a doença
i) Reações adversas ao tratamento:
· Intolerância gástrica
· Manifestações cutâneas variadas (prurido, icterícia)
· Hiperuricemia (presença de altos níveis de ácido úrico)
· Artrite e artralgia
· Neuropatia periférica (queimação extremidades)
· Cefaléia e mudança de comportamento
· Febre
· Suor e urina cor alaranjados
j) Prevenção:
1- Investigação e acompanhamento dos contatos
Os sintomáticos respiratórios deverão submeter-se à rotina prevista para o diagnóstico de tuberculose; os assintomáticos deverão realizar radiografia de tórax quando houver disponibilidade desse recurso. 	
2- Vacinação BCG
Protege das duas formas mais graves (meningoencefalica e miliar)
3- Quimioprofilaxia da tuberculose/ Tratamento da ILTB (Infecção Latente da Tuberculose)
4- Identificar sintomáticos respiratórios
k) TDO:
Consiste na observação da ingestão dos medicamentos, preferencialmente todos os dias, ou seja, de segunda a sexta-feira, na fase de ataque e no mínimo três vezes por semana na fase de manutenção do tratamento, administrado por profissionais de saúde ou eventualmente por outra pessoa, desde que devidamente capacitada e sob monitoramento do enfermeiro. Nos finais de semana e feriados os medicamentos são autoadministrados.
l) ILTB:
A ILTB ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, sem manifestação da doença ativa. Em geral, as pessoas infectadas permanecem saudáveis por muitos anos, sem transmitir o bacilo, e com imunidade parcial à doença. Estima-se que um quarto da população mundial esteja infectada.
Para fins de vigilância epidemiológica, será considerado um caso de ILTB o indivíduo infectado pelo Mycobacterium tuberculosis, identificado por meio de prova tuberculínica (PT) ou IGRA (Interferon-Gamma Release Assays), desde que adequadamente descartada a TB ativa
A indicação do tratamento da ILTB depende de vários fatores, a saber: resultado da PT ou do IGRA, idade da pessoa, probabilidade de ILTB e risco para o desenvolvimento de TB ativa.
Atualmente, no Brasil, dois esquemas terapêuticos são recomendados para o tratamento da ILTB: um com isoniazida e outro com rifampicina.
Não se recomenda repetir o tratamento da ILTB em pessoas que já fizeram o curso completo de tratamento ou que já se trataram para TB, a não ser em casos especiais, sob decisão médica. Como exemplo, PVHIV que já fizeram o tratamento da ILTB no passado e foram reexpostas a um outro caso de TB pulmonar com confirmação laboratorial podem, sob indicação médica, ter indicação de retratamento da ILTB.
Hanseníase
a) Agente etiológico:
Causado pelo micobacterium leprae, que tem afinidade por células cutâneas e nervos periféricos 
b) Características:
· Infectocontagiosa 
· Alta infectividade e baixa patogenicidade
· Doença neurológica e dermatológica
· Período de incubação de 2-7 anos
Doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória; a notificação deve ser feita pelo SINAN
c) Como definir casos de hanseníase:
Deve apresentar 1 ou + sintomas
·Manchas ou lesões na pele com alteração de sensibilidade
· Espessamento de nervos
· Baciloscopia positiva
A baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase
d) Transmissão:
Pelo contato íntimo e prolongado com a pessoa infectada; é dada principalmente pelas vias respiratórias
Os riscos de contaminação aumentam nos casos de:
· Condições individuais
· Níveis de endemia
· Condições socioeconômicas
· Condições precárias de vida (agrupamentos populacionais)
Após o início do tratamento a doença não é mais transmitida
e) Patogenia:
90% não desenvolvem a doença
Será classificada quanto a quantidade de lesões:
· Paucibacilar (até 5)
· Multibacilar (+5)
E também quanto ao seu aspecto de apresentação:
· Tuberculoide 
· Indeterminada 
· Dimorfa
· Virchowiana 
f) Diagnóstico:
f.1) Diagnóstico das lesões cutânea:
· Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas, com alteração da sensibilidade (1° térmica, 2° tátil, 3° dolorosa)
· Pápulas, infiltrações ou nódulos geralmente sem sintomas
· Ausência ou diminuição de pelos
· Ausência de sudorese no local
As principais queixas apresentadas por pessoas com hanseníase são: manchas dormentes na pele, dores, câimbras, formigamento, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés
A partir da identificação de uma pessoa com hanseníase, é de extrema importância que as pessoas que tem contato com ela também sejam examinadas
f.2) Diagnóstico das lesões neurológicas:
Os principais troncos nervosos periféricos acometidos na hanseníase são:
Face – Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no nariz 
Braços – Radial, Ulnar e Mediano: podem causar alterações nos braços e nas mãos 
Pernas – Fibular e Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés
Nos nervos acometidos será possível identificar dor ou espessamento dos nervos, além de diminuição ou perda da sensibilidade e força
Principais nervos:
g) Algumas alterações:
· Lagoftalmo inicial
· Lagoftalmo avançado
Lagoftalmo é a incapacidade parcial ou total de fechar os olhos
· Triquíase (cílios voltados para dentro)
· Úlcera de córnea
· Entrópio (inversão da margem palpebral superior ou inferior)
· Ectrópio (eversão e desabamento da pálpebra inferior)
h) Sequelas:
· Mão em garra
· Pé equino
· Dedos em garra
· Mal perfurante plantar
· Fissuras (pé seco)
i) Exames complementares:
· Baciloscopia da linfa
· Exame histopatológico
j) Hanseníase paucibacilar:
Indeterminada e tuberculoide
· Diminuição ou ausência de sensibilidade cutânea
· Manchas ou placas (até 5)
· Baciloscopia negativa
· Ausência ou 1 tronco nervoso acometido
k) Hanseníase multibacilar:
Dimorfa e virchowiana
· Diminuição ou ausência de sensibilidade cutânea
· Manchas, placas, nódulos, infiltrações (+ 5 lesões)
· Baciloscopia positiva
· Mais de 1 tronco nervoso acometido
l) Exame físico:
· Questionar ao indivíduo se sente ardor, coceira, vista embaçada, ressecamento dos olhos, pálpebras pesadas, lacrimejamento, ou outros sintomas
· Verificar se existem nódulos, infiltrações, secreção, hiperemia, madarose, triquíase, ectrópio e lagoftalmo, ou opacidade da córnea
· Verificar se há alteração no contorno, tamanho e reação das pupilas, e se as mesmas apresentam-se pretas ou esbranquiçadas
Na hanseníase a lesão do nervo trigêmeo leva principalmente à diminuição da sensibilidade da córnea e do nariz.
· Teste de sensibilidade:
Utiliza-se régua e fio dental fino ou extra fino, SEM sabor, com cerca de 5 cm de comprimento
Posicionar-se na frente do paciente e pedir a ele que olhe para sua testa ou desviar o olhar lateralmente sem levantar a cabeça 
Colocar o fio perpendicular à córnea e tocá-la no quadrante inferior externo
Observar se o piscar do paciente é imediato, demorado ou ausente
· Avaliação do nervo facial
Elevar a pálpebra superior usando o dedo mínimo sentindo a resistência. Soltar e observar a velocidade do retorno à posição inicial
Pedir ao paciente para fechar os olhos com força. Observar o pregueamento (rugas) comparando um lado com o outro
Perguntar se o nariz está entupido e se há sangramento ou ressecamento do mesmo. Inspecionar o nariz, verificando as condições da pele, da mucosa e do septo nasal, bem como se há perfuração do septo nasal, desabamento do nariz ou outros sinais característicos da doença. Verificar se há alteração na cor, na umidade (muita secreção ou ressecamento), e se há crostas, atrofias, infiltração ou úlceras na mucosa
· Inspeção dos membros inferiores:
A inspeção dos membros inferiores verifica os sinais e sintomas decorrentes do comprometimento dos nervos que inervam os pés
Existência de dor, dormência, perda de força, inchaço, ou outros sintomas
Verificar se há ressecamento, calosidades, fissuras, ferimentos, úlceras, cicatrizes, reabsorções ósseas, atrofias musculares, ou outros sintomas
A observação da marcha do paciente que pode apresentar características de comprometimento neural (pé caído) não pode deixar de ser feita
· Inspeção dos membros superiores:
Esses procedimentos permitem a verificação de espessamento dos nervos
Verificar em cada nervo palpado:
1. Se há queixa de dor espontânea no trajeto do nervo
2. Se há queixa de choque ou de dor nos nervos durante a palpação
3. Se há espessamento do nervo palpado com o nervo correspondente, no lado oposto
4. Se há alteração na consistência do nervo 
5. Se há endurecimento e/ou amolecimento
6. Se há alteração na forma do nervo
7. Se existem abcessos e nódulos
8. Se o nervo apresenta aderências
· Avaliação da força muscular:
Tem como objetivo verificar se existe comprometimento funcional dos músculos inervados pelos nervos que passam pela face, membros superiores e inferiores.
m) Tratamento:
O tratamento é feito com poliquimioterápicos (PQT)
· PQT-PB (para paucibacilar)
6 cartelas em até 6 meses, podendo se estender por mais 3 meses
· PQT-MB (para multibacilar)
12 cartelas em 12 meses, podendo se estender por mais 6 meses
Apesar do diagnóstico ser clínico, ainda se faz a baciloscopia, se o resultado dela for positivo significa que é multibacilar, se for negativo- paucibacilar.
n) Efeitos colaterais das medicações:
· Rifampicina: febre, náuseas, calafrio, astenia, mialgias, artralgias, alteração da coloração da urina
· Clofazimina: ressecamento, alteração da coloração da pele, suor, urina e secreção respiratória
· Dapsona: icterícia, náuseas, vômitos, cefaléia, cianose, dispnéia, taquicardia, insônia, etc
o) Estados reacionais:
Os estados reacionais são a principal causa de lesões dos nervos e de incapacidades provocadas pela hanseníase
Ocorrem antes, durante ou depois do tratamento (geralmente até 5 anos depois).
p) Recidivas:
Ocorrência de sinais e sintomas de atividade clínica da hanseníase após a alta por cura
Geralmente após 5 anos da alta
q) Avaliação do grau de incapacidade:
· Grau 0
 Não há incapacidades devido à hanseníase
· Grau 1
 Diminuição ou ausência da sensibilidade nos olhos, mãos e pés devido à hanseníase
· Grau 2
 Presença de deformidades e /ou incapacidades nos olhos, mãos e pés devido à hanseníase
HIV/AIDS
	
AIDS
É a doença causada pelo HIV
	
≠
	
HIV
É o agente causador da AIDS
a) AIDS:
Doença emergente, que evolui para grave disfunção do sistema imunológico, pela destruição dos linfócitos TCD4 +
Sinônimo: SIDA- síndrome da imunodeficiência adquirida
b) Grupos de risco:
4 H’s: 
· Hemofílicos (que precisavam de doação de sangue)
· Homossexuais
· Haitianos 
· Usuários de heroína
Antes somente esses 4 H’s eram vistos como grupo de risco, onde ainda se tinha uma faixa etária específica: 20-45 anos
Posteriormente foi visto que o grupo de risco precisava ser expandido:
· Heterossexuais 
· Mulheres 
· Envelhecimento (muitos idosos começaram a contrair o vírus)
· Pauperização (quando a epidemia saiu da população rica e chegou aos pobres)
· Interiorização (quando saiu das capitais e foi para o interior)
· Jovens HSH (homem que faz sexo com homem)
Em estudos mais recentes a detecção por faixa etária mostrou um aumento do HIV na população jovem (15-29 anos) e idosos (55, +60), onde ainda se viu que o aumentomais gritante foi entre os jovens
Por região se viu um aumento no Norte e Nordeste, enquanto Sul e Sudeste tiveram uma baixa
	Obs: PVHA: pessoas vivendo com HIV/AIDS
Os PVHA de Sergipe são atendidos no CEMAR ou HU
c) Agente etiológico:
É um RNA vírus ou Retrovírus da família Lentiviridae, denominado de Vírus da Imunodeficiência Humana, com 2 tipos conhecidos: o HIV-1 e o HIV-2
O RNA vírus consegue fazer cópias dele mesmo
O vírus infecta os linfócitos TCD4 e utiliza essas células para se reproduzir
A carga viral do HIV mostra o quanto o vírus já conseguiu destruir as células de defesa. Quanto maior a carga, menor a quantidade de linfócitos TCD4. Quanto menor a carga, maior a quantidade de linfócitos. Ou seja, o valor é inversamente proporcional.
d) Modo de transmissão:
· Horizontal
-Direta- imediata: relação sexual 
-Indireta- utiliza um veículo: por mucosas; seringas; alicates; etc.
· Vertical 
Da mãe para o filho (intra-útero ou pela amamentação)
	Incubação
	5 a 30 dias (entre a infecção e os sintomas da fase aguda)
	Janela imunológica
	30 dias, da infecção até a detecção
	Período de latência
	3 a 10 anos, com média de 6 anos, entre a infecção e os sintomas característicos da doença
A contaminação pode ocorrer em qualquer fase da doença; por sexo sem o uso da camisinha, de qualquer tipo; seringas, agulhas e outros instrumentos contaminados; mãe->filho
Os 4 fluidos que transmitem: sangue, secreção vaginal, sêmen e leite materno.
Lembrando= não é transmitido pelo beijo
Se considera que o risco é proporcional a magnitude da viremia; nas infecções recentes a carga viral será maior
e) Fatores de risco:
· Carga viral (> infecção aguda e doença avançada)
· Processos infecciosos e inflamatórios (principalmente IST)
· Gestação
· Tipo de prática sexual
· Uso de sangue, órgãos e sêmen não testados
· Reutilização de seringas e agulhas
· Não utilização de EPI’s 
· Transmissão vertical
A susceptibilidade: geral, qualquer pessoa está propicia a ter
Entretanto existe os grupos mais vulneráveis: 
· Ligados ao comportamento de risco
· Presidiários
· Usuários de droga
· Profissionais do sexo
· Caminhoneiros
· Garimpeiros
· HSH
· Adolescentes
· Mulheres
· Índios
· População de baixa renda
Esse grupo de vulnerabilidade são identificados por serem os que mais praticam os comportamentos de risco
f) Fases da doença:
1. Infecção aguda
Apresenta manifestações variadas em 50% dos identificados
Se dá algumas semanas após a infecção inicial
Dentre os sintomas:
· Febre
· Adenopatia
· Faringite
· Artralgia (dor articular)
· Fotofobia
· Mialgia
· Ulcerações em mucosa oral, esôfago e genitália
· Cefaleia
· Perda de peso
· Hepatoesplenomegalia
· Náusea
· Vômitos, etc
2. Infecção assintomática
Pode durar de alguns meses a alguns anos (3 a10 anos, média de 6 anos)
A sorologia vai ser reagent e a contagem de linfócitos pode estar estável ou em declínio
Sintomas mínimos ou inexistentes
3. Doença sintomática
É a fase mais grave
Apresenta sintomas inespecíficos e sem causa identificada, por 1 mês:
· Febre prolongada
· Diarreia crônica
· Candidíase oral
· Perda de peso
· Sudorese noturna
· Astenia (fraqueza muscular)
· Adenomegalia
A contagem de linfócitos vai estar muito baixa, abaixo de 350 cel/mm3
Consequentemente a carga viral vai estar elevada, com mais de 100.000 cópias
g) Doenças oportunistas:
· Candidíase
· Tuberculose
· Toxoplasmose
· Pneumonia
· Herpes simples
· Criptococose
· Manifestações neurológicas
h) Diagnóstico:
· ELISA (mais utilizado)
· Western Blot e imunofluorescência (para confirmar o ELISA no caso de falso positivo)
· Testes rápidos 
· DPP HIV (fluido oral)
· Contagem de linfócitos TCD4
· Quantificação da carga viral
· Outros
Mesmo os pacientes assintomáticos irão testar positivo para o vírus
Os pacientes diagnosticados devem fazer o PPD, que é o teste tuberculínico.
É mais simples tratar uma ILTB do que uma TB, principalmente no caso das PVHA.
i) Tratamento: TARV
O tratamento é feito com antirretrovirais, que reduzem a carga viral e permitem um aumento na contagem de linfócitos TCD4, melhorando a qualidade de vida
Os fármacos usados para adultos, adolescentes e crianças:
Abacavir (ABC), Didanosina (ddI), Estavudina (d4T),
Lamivudina (3TC), Tenofovir (TDF), Zidovudina (AZT).
Efavirenz (EFV), Nevirapina (NVP) e delavirdina (DLV)
Amprenavir (APV), Indinavir (IDV), Lopinavir/r (LPV/r),
Nelfinavir (NFV), Ritonavir (RTV), Saquinavir (SQV)
Quando usados em conjunto são chamados de coquetéis.
Até 2014 só tinham direito ao tratamento os pacientes sintomáticos, e os assintomáticos com a contagem de LTCD4 abaixo de 300/mm3. Atualmente todos os casos diagnosticados são tratados, independente da sintomatologia
j) Medidas de controle:
j.1) Camisinha:
Garante a prática do sexo seguro
j.2) Prevenção na transfusão de sangue:
Realização de testes antes da coleta e uso do sangue doado
j.3) Não reutilização de objetos pérfuro-cortante:
Como seringas e agulhas
j.4) Prevenção da transmissão perinatal:
Uso de zudovidina (AZT) durante gestação e parto
Uso de AZT xarope por crianças expostas
As crianças filhas de mãe infectada não devem ser amamentadas, a alimentação deve ser por fórmula infantil
Além disso, o parto cesáreo diminui o risco de transmissão
j.5) Triagem de doadores:
Rigorosa triagem de doadores de sêmen e órgãos
j.6) Atuação da enfermagem:
· Realizar consulta de enfermagem
· Solicitar exames
· Aconselhar e convocar parceiros
· Encaminhar para tratamento
· Orientar o uso correto das medicações
· Orientar quanto a realização de exames
· Orientar e disponibilizar medidas de redução de danos
k) PEP:
Profilaxia pós-exposição
Se tomada até 2 horas após a situação de risco apresenta eficácia de 100%
Pode ser tomado em até 72 horas após a situação de risco, onde, da mesma forma da pílula do dia seguinte, tem sua eficácia diminuída a medida que o tempo vai passando
Possui um ciclo de 28 dias, onde irá apresentar diversos efeitos colaterais
l) PrEP:
Profilaxia pré-exposição:
Utilizada por pessoas que estão sempre expostas a situação de risco.
Com o uso dela o vírus não consegue se estabelecer no corpo
Entretanto uma vez que esse medicamento é utilizado, não pode ser interrompido. Ele deve ser tomado pelo resto da vida, pois caso a pessoa pare o seu uso e se contamine, a TARV não terá efeito, ou terá um efeito muito reduzido.
A dosagem dele é muito inferior a da PEP, uma vez que necessita que seu uso seja contínuo e que o organismo não rejeite a medicação; consequentemente também tem menos efeitos colaterais.
Em Sergipe, nos casos de exposição:
-Se consentida: SAE/CEMAR
-Se não consentida: MNSL (Maternidade Nossa Senhora de Lurdes)
-Exposição por pérfuro-cortante: UPA Augusto Franco
m) Quantificação dos LTCD4:
Os valores são considerados alterados quando as contagens seriadas estão abaixo de 500 células/mm3 (ou < 24-28%). 
Pacientes com contagens abaixo de 200 células/mm3 (ou < 14-16%) apresentam um risco bastante aumentado para processos oportunistas como a pneumocistose e a toxoplasmose. 
Já pacientes com contagens abaixo de 50-100 células/ mm3 (ou < 5-10%) apresentam um quadro de imunodeficiência mais grave e um risco bastante elevado para infeções disseminadas, como as doenças por citomegalovírus e micobactérias atípicas.
n) HIV em gestantes e crianças expostas:
Alguns estudos sugerem que pode haver uma incidência maior de resultados falso-reagentes em gestantes, devido à produção de aloanticorpos, como acontece em pacientes com histórico de transfusão sanguínea. A aloimunização muitas vezes leva à produção de anticorpos que podem reagir de forma cruzada com os antígenos empregados nos ensaios utilizados para o diagnóstico da infecção pelo HIV
Recomenda-se a realização imediata da quantificação da carga viral do HIV-1, com o objetivo de complementar o diagnóstico da infecção pelo HIV.
O teste para o HIV deve ser oferecido no primeiro trimestre de gestação ou no início do pré-natal na Unidade Básica de Saúde. Caso este seja negativo, deve ser continuada a rotina de pré-natal e realizado novo teste no terceiro trimestre.Caso a primeira testagem resulte positiva, realiza-se o aconselhamento pós-teste, orientando a gestante sobre a importância de usar anti-retrovirais para prevenir a transmissão vertical e de evitar a amamentação, além de efetuar-se a notificação de caso de gestante com HIV. Tendo-se o diagnóstico da infecção pelo HIV estabelecido, deve ser solicitada contagem de Linfócitos T CD4+ e carga viral da gestante, referenciando-a para acompanhamento simultâneo com a unidade de saúde de referência, conforme fluxo estabelecido.
Durante o acompanhamento pré-natal, é importante orientar a gestante quanto aos cuidados necessários para a redução da transmissão vertical, através da utilização correta dos medicamentos anti-retrovirais, cuidados durante o trabalho de parto, via de parto, uso de inibidores de lactação, enfaixamento das mamas e impedindo a amamentação. 
A terapia anti-retroviral combinada está indicada para as gestantes que preencham os critérios para início de tratamento. Estes critérios dependem da idade gestacional, clínica, terapia anti-retroviral prévia, carga viral, CD4. Esta prescrição deverá ser realizada pelos serviços de referência.
As UBS com profissionais capacitados e com experiência no seguimento podem monitorar a gestante até que seja necessário iniciar TARV.
Quando a via de parto for a cesariana eletiva, o AZT intravenoso deve ser iniciado no mínimo três horas antes do procedimento e mantido até a ligadura do cordão umbilical. Já no parto vaginal, a infusão deverá ser instituída desde o início do trabalho de parto e mantida até o clampeamento do cordão umbilical.
No puerpério imediato deve-se inibir a amamentação com o enfaixamento das mamas e fornecer a mãe fórmula infantil suficiente para duas semanas, onde nesse período ela deve ir a uma consulta no centro de referência de HIV. 
Logo ao nascer, as vias aéreas do recém-nascido devem ser aspiradas delicadamente, se necessário, evitando traumatismos em mucosas. Lava-se o RN imediatamente após o parto, com água morna e sabão, para evitar o contato prolongado com o sangue e secreções maternas.
Mesmo que a mãe não tenha recebido anti-retrovirais, deve ser iniciada a quimioprofilaxia do recém-nascido de puérpera portadora de HIV com a Zidovudina (AZT) imediatamente após o nascimento (ainda na sala de parto ou nas duas primeiras horas de vida), podendo ser iniciada dentro das primeiras oito horas de vida, caso a parturiente tenha recebido este medicamento durante o trabalho de parto. Não há comprovação de benefícios do início da quimioprofilaxia com a zidovudina após 48 horas do nascimento. 
A dose recomendada é de 2mg/kg/dose de AZT (0,2ml/kg/ dose), VO, de seis em seis horas durante seis semanas (42 dias). Caso a criança não tenha condições de receber o medicamento por via oral, utiliza-se o AZT injetável, na dose de 1,5mg/kg IV de 6/6 horas.
Na 6ª semana (42 dias de vida), suspender o uso do AZT solução oral, solicitar hemograma e provas de função hepática (AST, ALT, GGT, FA) e introduzir sulfametoxazol+trimetro pim até os 12 meses de idade ou até o estabelecimento do diagnóstico.
Caso a criança tenha as duas cargas virais indetectáveis, confirmar com uma sorologia após os 12 meses de idade. Se esta for negativa, a criança será considerada não infectada, sendo referenciada à UBS, com retorno anual à unidade especializada.
PNI
1904- Oswaldo Cruz e a Revolta da Vacina (contra a varíola, no Rio de Janeiro) deram início a primeira campanha de vacinação em massa no Brasil. Os métodos utilizados naquela época eram outros, e o fato de não haver diálogo entre os profissionais da saúde e a população, houve a revolta.
Somente em 1973 o PNI surgiu, sendo regulamentado em 1975. 
Os objetivos do PNI:
· Contribuir para a manutenção do estado de erradicação da poliomielite
· Contribuir para o controle ou erradicação das doenças imunopreveníveis
· Contribuir para o controle de outros agravos
a) Estabelecimento de estratégias:
1- Vacinação de rotina
2- Campanhas de vacinação
3- Vacinação de bloqueio:
Utilizada em épocas de surto quando se identifica um caso dentro de uma comunidade; todos em torno da pessoa contaminada devem ser imunizados.
4- Ações extramuros:
Ações realizadas fora da UBS
b) Rede de Frio:
A rede frio é classificada em: federal, estadual, regional e municipal. Envolve toda a sistematização do transporte, distribuição, armazenamento e uso das vacinas.
A nível Nacional, Estadual e Regional: 
· Conservação das vacinas com adjuvante a +2ºC 
(Tríplice viral, VIP, Dupla viral, BCG, DTP, Tetravalente, dT, Pneumo 10, HB, Anti-rábica, Rotavírus, Influenza, Penta valente, Tetraviral, HPV, HA) 
· E as sem adjuvante a -20ºC 
(VOP e Febre amarela) – ver fabricante
A nível Municipal:
· Conservação das vacinas entre +2°c e +8°c
O transporte das vacinas de um local para outro deve sempre ser feito em caixas térmicas dentro da temperatura adequada, para garantir a manutenção dos componentes, ao chegar em locais a nível estadual, regional e municipal, é preciso que haja um local adequado para o seu armazenamento que também atenda a temperatura adequada
b) Algumas regras da sala de vacina:
· O refrigerador deve ficar a 20 cm de distância da parede
· Tomada exclusiva para cada equipamento
· Temperatura interna entre +2°c e +8°c
· A temperatura da geladeira deve ser verificada duas vezes ao dia 
· Os equipamentos devem ser usados exclusivamente para armazenar os imunobiológicos
· Não pode faltar uma pia com torneira
· NÃO pode ser usado refrigeradores duplex 
· A limpeza do refrigerador deve ser feita a cada 15 dias ou semanalmente caso a camada de gelo >0,5 cm
· Na falta de energia elétrica, caso o refrigerador aponte temperatura >7°c os imunobiológicos devem ser transferidos para as caixas térmicas
Principais funções da equipe da sala de vacina:
Manter a ordem e a limpeza da sala, prover periodicamente as necessidades de materiais e imunobiológicos, além de manter as condições ideais dos imunobiológicos
c) Organização da geladeira:
1- Primeira prateleira: vacinas virais
Vacinas que podem ser submetidas a temperaturas negativas
2- Segunda prateleira: vacinas bacterianas
Vacinas que não podem ser submetidas a temperaturas negativas
3- Terceira prateleira: água com corantes
No congelador deve ser armazenado o gelo reciclável, utilizado nas caixas térmicas
O refrigerador não pode ser aberto toda hora, por isso no início de cada manhã a equipe monta uma caixa térmica com as vacinas que serão usadas
d) Vacinas virais:
· Rotavírus
Até 7 meses e 29 dias
· Hepatite B
· Vacina inativada Poliomielite (VIP)
· Vacina oral Poliomielite (VOP)
Até 4 anos, 11 meses e 29 dias
· Tetra viral
· Tríplice viral
5 a 29 anos não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto devem ser vacinadas com a triviral de acordo com a situação vacinal encontrada com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses
Pessoas de 30 a 59 anos que não tiverem comprovação vacinal pode tomar uma dose da triviral
Vale também para a tetra viral e varicela
· Varicela
· Influenza
· Raiva
· Febre Amarela
Após 5 anos de idade sem comprovação vacinal - dar uma dose da vacina e reforço após 10 anos;
· HPV
· Hepatite A
Pode até 4 anos, 11 meses e 29 dias
e) Vacinas bacterianas:
· BCG
Até 4 anos, 11 meses e 29 dias
· dT
· Pneumocócica 23 valente (para idosos)
· Pneumocócica 10 valente
Entre 12 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, sem comprovação a dose é única
· Pentavalente
Até 6 anos, 11 meses e 29 dias
· dTpa
Contraindicada em criança com mais de 7 anos
· Meningicócica C
Entre 12 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, sem comprovação a dose é única
f) Administração das vacinas:
· Higienização das mãos
· Procedimentos básicos na utilização do material descartável
· Procedimentos básicos segundo a via de administração
-Procedimento básico para homogeneização das vacinas:
-Procedimento de aspiração:
-Vias de administração:
· Oral
· Subcutânea
· Intradérmica
· Intramuscular 
Quanto a via IM: nunca no glúteo, geralmente no deltoide ou vasto lateral da coxa
g) Contraindicações gerais para vacinação:· Ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) à dose prévia da vacina ou seus componentes
· Gestantes não devem receber vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivos atenuados
Existem também algumas situações que indicam o adiamento da vacinação:
· Tratamento com imunodepressores ou com corticoides em dose imunossupressora
· Doenças Agudas Febris
h) Calendário básico infantil- 2020:

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