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Relatório individual Psicologia do Cotidiano

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Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Relatório 1 - Psicologia do Cotidiano
Local de Observação: Terminal de Ônibus				Data: 25/02/2020
Início: 21h00								Término: 23h00
	A observação aconteceu dia 25/02/2020, terça feira de carnaval, das 21h00 as 23h00.
Quando estava a caminho do ponto de ônibus percebi que não havia pessoas na rua. Quando cheguei no ponto observei um carro que encostou na calçada, uma mulher desceu na frente do lado do passageiro, com um travesseiro na mão e uma mochila nas costas; em seguida o homem que estava no banco do motorista também desceu e pegou no porta malas duas bolsas grandes, em seguida ambos entraram na casa onde estacionaram na frente. Deduzi que estavam voltando de viagem, por estarem com bolsas e travesseiro e também por ser feriado.
	O ônibus chegou e eu entrei e passei a catraca, não havia ninguém na parte da frente do ônibus, apenas o motorista. O ônibus estava vazio, exceto por um homem sentado no fundo, ele parecia estar distraído e estava com fone de ouvido. O ônibus continuou assim até chegar no ponto perto da estação de metrô, onde entraram aproximadamente 7 pessoas. Percebi que ninguém entrou acompanhado e não havia nenhuma interação entre as pessoas, embora algumas estivessem concentradas em seus celulares.
	Desci do ônibus no Terminal e fiquei surpresa por ver o terminal vazio, pois costuma estar sempre lotado. Percebi que as pessoas saiam dos ônibus que vinham do centro e iam para as filas dos ônibus sentido bairro. Observei que algumas pessoas pareciam estar voltando do trabalho, enquanto algumas (que aparentavam ser jovens) estavam vindo de blocos de carnaval ou de festas; tive essa percepção por reparar no que as pessoas estavam vestindo.
Dois dos cinco quiosques do terminal estavam abertos, em um deles vi o que julguei equivocadamente ser um casal conversando e comendo e então percebi que não eram um casal, pois o homem saiu sem se despedir, tive essa impressão pois estavam conversando com certa intimidade. As pessoas que estavam nas filas desacompanhadas, em sua maioria estavam no celular; percebi que um rapaz estava andando e mexendo no celular, levantou a cabeça e percebeu que havia passado do ponto, percebi que ele ficou constrangido.
O ônibus que eu estava esperando chegou, desceram apenas duas pessoas; o motorista desceu e as pessoas que estavam na fila subiram, observo que o motorista fica conversando com outros durante sua pausa e fuma um cigarro. Entrei no ônibus e sentei-me perto da janela, um moço de aproximadamente 25 anos senta do meu lado, mas em seguida percebe que tem dois assentos vazios do outro lado, então ele levanta e se senta no assento que está vazio, questionei-me qual motivo o teria levado a fazer isso e deduzo que ele se sinta mais confortável na janela, ou que vai demorar a descer e prefere ficar no canto.
Ao olhar as pessoas em geral que estão no ônibus e no terminal, percebo a ausência de idosos, situação que considero atípica, pois durante o dia há grande presença de idosos. As pessoas que estavam na fila já estão todas acomodadas nos bancos e então o motorista volta de sua pausa.
Percebo que em todos os cenários que narrei até agora, há grande quantidade de pessoas mexendo em seus celulares e desligadas da realidade, percebo em muitas um olhar de cansaço e em outras certo riso ao olharem seus celulares, me pergunto do que estariam rindo.
Uma situação no ônibus me chamou atenção: um moço que estava com quem possivelmente era sua amiga, senta-se ao lado dela, porém do outro lado do corredor - ambos pareciam estar voltando de alguma festa por causa de suas roupas mais casuais. Ele tirou uma gaita do bolso e começou a tocar, conheço a melodia, mas não consigo me lembrar que música é; ele então comenta com a amiga que é Beethoven. Ele toca algumas notas e para para conversar com sua amiga, ele conta que aprendeu muitas músicas enquanto estava de férias e percebo muito entusiasmo em sua fala, como se quisesse impressionar sua colega, que parece não estar muito surpresa. Ele toca algumas notas da música do desenho “Os Flintstones” e comenta com sua amiga que vai descer no mesmo ponto que ela, percebo certo cuidado, pois não parecia ser o trajeto que ele seguiria se estivesse sozinho. Logo em seguida eles descem.
O ônibus segue seu trajeto normalmente, o bairro por onde ele passa aparenta ser muito carente, tenho essa impressão devido a grande quantidade de barracos e casas mal acabadas, além do asfalto extremamente esburacado. Percebo que durante todo o trajeto, há poucas pessoas na rua e os comércios estão fechados. Há três meninos (entre 10 e 14 anos) de bicicleta na rua, todos com a expressão de despreocupados, me pergunto onde estariam os pais dessas crianças, já que estavam num bairro considerado violento.
Percebo que o motorista estava conversando com uma passageira e decido prestar atenção, eles estavam falando sobre a escala de trabalho do motorista e ele comenta que gostaria de estar aproveitando o carnaval como ela; em seguida começam a falar sobre as escolas que desfilaram no carnaval e quais tinham chance de ganhar. Embora a conversa parecesse descontraída, pelo jeito que o motorista falou, tive a impressão de que ele gostaria de trabalhar num local mais flexível, ou com uma carga horária menor, para conseguir aproveitar sua família, já que ele cita seu filho na conversa.
Conforme o ônibus seguia seu trajeto, observei uma pessoa que julguei ser uma mulher (não consegui ter certeza, pois estava de costas para mim), com o cabelo grande e crespo, algum tempo depois levantou para descer e quando virou percebi que era um homem. Senti-me constrangida por identificar este preconceito em mim.
Desci no ponto seguinte e finalizei a observação.
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