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resenha sinais de modernidade na era vargas

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO
A CIDADE COMO ESPETÁCULO: DO ENTRETENIMENTO BURGUÊS AO ENTRETENIMENTO POPULAR
BRENDA MARQUES MARTINS
Sinais de Modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio
Rio de Janeiro
2019
O texto de Lúcia Lippi Oliveira aborda a construção da identidade nacional brasileira através de uma alusão a sociedade de massas que se desenvolvia no mundo ao longo do século XX, ou seja, uma sociedade moderna na qual suas bases se adaptava a industrialização.
No Brasil, tal sociedade de massas surgia após a abolição da escravatura, entretanto, ainda assim era uma sociedade rural. Logo, o objetivo do momento era modernizar o país, e como capital, o Rio de Janeiro iniciaria tal processo de modernização. A inspiração era europeia, principalmente proveniente de Paris. O conjunto de transformações empreendida na cidade do Rio de Janeiro ficou conhecido como Reforma Pereira Passos.
Nesse contexto das transformações físicas na cidade, ainda que estivesse ocorrendo mudanças visuais existia um problema: o social. A sociedade brasileira composta essencialmente de negros, mestiços e índios não iria de adaptar as mudanças a ponto de se tornar uma civilização moderna, assim como na Europa. Assim, surge a ideia do ‘’branqueamento’’, isto é, uma mudança na sociedade do ponto de vista racial, através de uma miscigenação proveniente da entrada de imigrantes europeus a fim de que em três ou quatro gerações surgisse uma nova civilização parecida com os europeus, possuindo basicamente duas características: falar idioma de origem latina e praticar o catolicismo.
Essa ideia do branqueamento começou a ser substituída pela ideia do povo cordial em meados da década de 1930. O povo cordial corresponderia a uma nação mestiça em meio a uma ‘’democracia racial’’ como uma alternativa ao branqueamento. Ainda nesse contexto, a Europa passa a ser vista como uma nação antiga e derrotada, pondo fim a antiga ideia de um progresso civilizatório, em virtude das consequências pós Primeira Guerra Mundial, enquanto a América passa a ser entendida como o futuro das civilizações. Tal América pode ser resumida a Estados Unidos, que em pleno contexto imperialista, praticando a Doutrina Monroe – América para os americanos – vê na América Latina seu possível palco para consolidação da hegemonia. A partir dos valores estadunidenses, o brasileiro passa a pensar num estilo de vida baseado no ‘’american way of life’’.
Graças a esse estereótipo o Brasil muda o foco da construção da sua identidade nacional: deve-se abandonar os valores europeus e resgatar as raízes brasileiras.
Essa busca das raízes brasileiras logo se redireciona ao mundo rural, do sertão e da figura do sertanejo. Assim, surge uma valorização aos regionalismos e ao folclore, especificamente no campo literário, sendo o Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, um grande exemplo de personificação ao homem brasileiro.
Nesse contexto de valorização aos regionalismos, em meio a segunda fase do Modernismo, movimento literário da época, a cultura brasileira se dedica a uma valorização da identidade brasileira. Sendo assim, ocorre em São Paulo a Semana de Arte Moderna, em 1922, comemorando o centenário da Independência, e também surgem dois grandes movimentos modernistas: o verde-amarelismo, valorizando a nação, e o antropofágico, a partir de uma ideia canibalista ao ‘’vomitar’’ a cultura europeia.
Com um desenvolvimento cultural surgindo no país, entre as décadas de 1920 e 1940, surge a ideia de nacionalização brasileira através de uma junção do erudito ao popular, surgimento de concursos de músicas de carnaval, desfiles de escolas de samba, além de dois acontecimentos: o samba se torna música nacional e o carnaval se torna o símbolo do Brasil. Nesse contexto, o Rio de Janeiro se torna síntese do Brasil – um argumento que comprova essa análise é a música ‘’Cidade Maravilhosa’’, na qual cita que o Rio de Janeiro é o coração do Brasil.
Durante o Estado Novo, os intelectuais passam suas visões acerca do povo brasileiro. Segundo tais intelectuais o brasileiro era um povo puro, espontâneo e autêntico, entretanto ainda era analfabeto, imaturo e inconsciente, sendo assim, era função do Estado se atentar a questão cultural do país servindo como um agente de modernização, com devidas orientações. É a partir dessa visão que surge a modernização varguista, pautada em três campos: vida literária, cinema e rádio.
1) Vida literária
A vida literária no Brasil se desenvolveu com o crescimento de revistas, editoras e artistas plásticos que pretendiam salvar o país em meio a uma efervescência na vida política do país. Em virtude da crise mundial de 1929 surgiu uma competitividade entre a literatura brasileira e a estrangeira, já que o preço dos produtos se tornava cada vez mais caro, logo, a alternativa aos leitores era a compra de produtos nacionais. Assim, surge um novo público que se interessa por temas do momento e consequentemente cresce o número de editoras e de obras.
Um exemplo de editora da época foi a Editora José Olympio, que publicava frequentemente autores como Jorge Amado, Gilberto Freyre, Rachel de Queiroz e Plínio Salgado. Tal editora sofreu com a censura do Estado Novo varguista.
Ao longo da década de 1930 os romances regionais do Nordeste se tornam literatura nacional e o regional se torna um substrato para a construção do nacional. Tal regionalismo literário se divide entre o nordestino e o paulista. O questionamento entre o regionalismo nordestino e o paulista apesar de não ter uma resposta, se inclina para uma vitória nordestina graças a uma valorização do homem miscigenado, sendo fundamental com as obras de Jorge Amado, na qual o autor apresenta personagens que representam os tipos sociais brasileiros.
2) Cinema
O cinema no Brasil teve impulsão durante a comemoração do centenário da Independência com a criação de documentários e obras de ficção. Nessa época, os filmes mudos são substituídos pelos filmes falados – sem legenda. Por causa dessa ausência de legenda, surgiu um interesse por produções nacionais. Nesse contexto, surgem duas grandes iniciativas cinematográficas, no Rio de Janeiro com a Cinédia e em São Paulo com a Byington, ambas sem iniciativa do Estado.
Somente a partir da década de 1930 que o Estado irá interferir nesse órgão, instituindo a censura do mesmo e a obrigatoriedade da exibição de pelo menos um filme brasileiro de curta metragem por mês. Grandes produções de destaques foram Alô, alô, Brasil e Bonequinha de seda.
Segundo Vargas, tal política cultural, aliando cinema, rádio e culto nacional iriam promover um governo articulado na qual tornará o país com uma raça empreendedora, resistente e varonil. 
3) Rádio
O rádio também surgiu no Brasil durante as comemorações do centenário da Independência com a ópera O Guarany e com a transmissão do discurso do presidente Epitácio Pessoa.
Até 1930 existia 16 emissoras de rádio e transmissão era cobrada mensalmente – tal fase é caracterizada como um experimento. Após a legislação de 1931/1932 que o rádio se consolidou, através de regulamentação das transmissões pelo Estado e por se tornar um mecanismo de propaganda comercial – nessa fase o rádio se torna popular, transmitindo músicas, humor, esportes e propagandas.
Conclusão
Podemos concluir que durante o período do Estado Novo o Brasil encontrou sua identidade nacional. No que se refere ao ‘’modelo’’ a ser seguido, o brasileiro troca o francês pelo ‘’americano’’ – tal aproximação com os Estados Unidos é resultado da Política da Boa Vizinhança de Franklin D. Roosevelt. Essa aproximação teve que superar estereótipos, enquanto o brasileiro via o americano como arrogante, o americano via o brasileiro como ‘’bandoleiro’’. O principal veículo cultural de aproximação foi o cinema – um exemplo foi a produção do filme Alô, amigos, uma clara representação da amizade entre os vizinhos EUA e Brasil. Nesse contexto, mais uma vez se traduz a ideia do ‘’american way of life’’.

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