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FUNDAMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
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PROF. ARTUR NUNES GOMES
Gomes_artur@hotmail.com
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TEMA
A contribuição da Ciência Política às ciências sociais. 
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Entender a estrutura das instituições políticas.
Discutir o conceito de poder e seus componentes.
Compreender a concepção weberiana de dominação e poder.
Entender a visão marxista do papel do Estado na sociedade de classes.
 
OBJETIVOS
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CONTEÚDOS
1. Teorias acerca da origem do Estado:
1.1. Teoria da Origem Familiar - Estado como ampliação do núcleo familiar.
	Aristóteles: “o homem é um animal político” - ‘o homem é por natureza um animal político’, isto é, um ser vivo (zoon) que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, derivado de pólis, a comunidade política). 
	Família → Clãs → Comunidades → Cidades → Estado
	Matriarcal: organização familiar baseada na autoridade materna – Família matrilinear (Morgan)
	Patriarcal: afirmação do poder do pater familias. Ex: Grécia, Roma, Israel
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2. Estado de Natureza, Contrato social e Estado Civil - Hobbes, Rousseau e , Locke .
 Chauí, Marilena. Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pág. 220-223)
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HOBBES
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	Em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
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ROUSSEAU
	Em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.
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	O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis.
	A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania.
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SOCIEDADE CIVIL
	A sociedade civil é o Estado propriamente dito. Trata-se da sociedade vivendo sob o direito civil, isto é, sob as leis promulgadas e aplicadas pelo soberano. Feito o pacto ou o contrato, os contratantes transferiram o direito natural ao soberano e com isso o autorizam a transformá-lo em direito civil ou direito positivo, garantindo a vida, a liberdade e a propriedade privada dos governados. Estes transferiram ao soberano o direito exclusivo ao uso da força e da violência, da vingança contra os crimes, da regulamentação dos contatos econômicos, isto é, a instituição jurídica da propriedade privada, e de outros contratos sociais (como, por exemplo, o casamento civil, a legislação sobre a herança, etc.).
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LOCKE
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	Locke parte da definição do direito natural como direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação de ambas. Esses bens são conseguidos pelo trabalho. 
	Deus, escreve Locke, é um artífice, um obreiro, arquiteto e engenheiro que fez uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse e, ao expulsá-lo do Paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esse motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.
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	O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade.
	Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade.
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3. Formas de governo:
Leva-se em conta a estrutura de poder e as relações entre os vários órgãos dos quais a Constituição solicita o exercício do poder.
3.1. Tipologias Clássicas:
Aristóteles: classificação com base no número de governantes.
Realeza: governo de um só. Degenera em Tirania.
Aristocracia: governo de um grupo ou poucos grupos. Degenera em Oligarquia.
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	Democracia: governo de muitos. Degenera em Demagogia.
	Realeza, aristocracia e democracia seriam formas puras de governo, pois o governante governaria visando o bem comum, o interesse público. Já tirania, oligarquia e demagogia seriam formas degenerativas, onde os governantes só visariam seus interesses próprios.
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	3.2. Formas de governo possíveis a partir da constituição do Estado Moderno: Monarquia (governo de um só) e República (governo de mais de um, podendo ser aristocrática ou democrática). 
	República: a forma republicana adota regras (como a idéia de maioria) para a formação da vontade coletiva.
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	“O principal filósofo antigo a pensar a república foi o orador romano Cícero. A palavra república vem do latim, e quer dizer, literalmente, coisa pública (res = coisa). Para Cícero a república era aquela associação de homens orientada por interesses comuns e dirigida por leis reconhecidas por todos. Enquanto que a idéia de democracia está diretamente vinculada à questão “quem governa?” (Resposta: governa o povo), a idéia de república está vinculada à questão “como governa?”. A resposta, neste caso é “Governa em prol do bem comum”. As decisões, medidas e políticas de uma república devem ser sempre orientadas para o bem comum, isto é, por aquilo que satisfaz a anseios que são comuns a todos os cidadãos.”
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	Características principais da República:
	Temporariedade
	Eletividade (representatividade popular)
	Responsabilidade 
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	Tipos de Monarquias ao longo da História:
	Absolutas – Constitucionais – Parlamentares 
	Características principais da Monarquia:
	Vitaliciedade
	Hereditariedade
	Irresponsabilidade
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4. Sistemas de Governo ou Regimes Políticos
Classificação de acordo com as relações entre Legislativo e Executivo
Presidencialismo
Nítida separação entre a função executiva e a legislativa
Presidente da República é chefe de Estado e de Governo
Eleição direta do Presidente da República
Responsabilidade dos integrantes do governo perante o Presidente e deste perante a população (impeachment)
Presidente é escolhido pelo povo por tempodeterminado
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	Parlamentarismo
	Relações de dependência entre o Executivo e o Legislativo
	A chefia do Executivo é dividida entre chefe de Estado e chefe de governo
	Escolha do chefe de Governo pelo Parlamento (aprovação pela maioria parlamentar)
	Responsabilidade dos integrantes do governo (Gabinete) perante o Parlamento (perda da maioria parlamentar ou voto de desconfiança)
	Responsabilidade do Parlamento (possibilidade de dissolução do Parlamento pelo chefe de Estado)
	Parlamento fixa a política do Estado, ou, pelo menos, decide sobre sua validade
	Chefe de Estado representa o país e é referência de ordem moral
	Chefe de Governo toma todas as decisões políticas
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O Estado na concepção marxista
	Como o Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma época, segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma política. Daí a ilusão de que a lei se baseia na vontade e, mais ainda, na vontade destacada de sua base real – na vontade livre . Da mesma forma, o direito é reduzido novamente à lei.
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	O direito privado desenvolve-se simultaneamente com a propriedade privada, a partir da desintegração da comunidade natural (...) Quando, mais tarde, a burguesia adquiriu poder suficiente para que os príncipes protegessem seus interesses com o fim de derrubar a nobreza feudal por meio da burguesia, o desenvolvimento propriamente dito do direito começou em todos os países – na França, no século XVI – e, todos eles, à exceção da Inglaterra tiveram que ser introduzido princípios do direito romano para o posterior desenvolvimento do direito privado ( em particular no caso da propriedade mobiliária)". 
	( Marx, K. e Engels, F. A idelologia Alemã – Feuerbach. São Paulo: Hucitec, 1987
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WEBER E A DOMINAÇÃO LEGÍTIMA
	Racional-legal – é a dominação baseada na crença na legalidade da ordem e dos títulos que exercem a dominação.
	Tradicional – é a dominação fundamentada na crença do caráter sagrado das tradições antigas, e na legitimidade dos que são chamados pela tradição a exercer sua autoridade.
	Carismática – é a dominação que se baseia no devotamento fora do cotidiano, justificado pelo caráter sagrado ou pela forma heróica de uma pessoa e da ordem revelada ou criada por ela.
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	Ver discurso de Martin Luther King em: http://www.youtube.com/watch?v=q6_zeDrRgXQ&feature=related
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APLICAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA
Questão discursiva:
 Analise a figura a seguir, retirada de NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática, 1995. p.123, e responda as questões apresentadas:
 
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1 -A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de Estado. Neste sentido, explique a relação entre Estado e sociedade na visão marxista.
2– Marx, em sua análise sobre o estado burguês afirma que o “Estado é um coletivo ilusório”. Tendo como base a charge, explique esta afirmativa. 
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	Questão de múltipla escolha:
	Estudo realizado por Weber sobre a dominação salientou a importância da formação de grupos e das crenças, uma vez que a crença na legitimidade de um sistema de dominação pode contribuir para a estabilidade de uma relação de autoridade e indica diferenças bastante reais entre os sistemas de dominação. Com base no exposto, analise o trecho abaixo e marque a única resposta que associa de forma correta os três tipos puros de dominação propostos pelo autor.
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	“Não temas a grandeza: alguns nasceram grandes, outros atingiram a grandeza e outros com ela foram ungidos...” (William Shakespeare, Noite de Reis II, v.159)
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A) Dominação Tradicional, Dominação Racional- legal e Dominação Carismática
B) Dominação Tradicional, Dominação Carismática e Dominação Racional-legal 
C) Dominação Carismática, Dominação Racional-legal e Dominação Tradicional
D) Dominação Racional- legal, Dominação Tradicional e Dominação Carismática
E) Dominação Carismática, Dominação Tradicional e Dominação Racional- legal
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AVALIAÇÃO DA AULA
	RESUMIR AS PRINCIPAIS QUESTÕES ABORDADAS.
	APRESENTAR O TEMA DA AULA SEGUINTE: A "sociedade em rede": mídias e novas tecnologias de informação no mundo contemporâneo. 
	INDICAR LEITURA DO LIVRO DIDÁTICO E ELABORAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DO PLANO DE AULA. 
	SUGESTÃO DE PESQUISA: Analisar discursos dos dois candidatos à Presidência da República sob a ótica das sociologias marxista e weberiana.
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