Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA João Victor Fernandes Tomé MOTORES ASSÌNCRONOS MONOFÁSICOS: PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Belo Horizonte – MG 2020 João Victor Fernandes Tomé MOTORES ASSÌNCRONOS MONOFÁSICOS: PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Trabalho acadêmico, apresentado a Universidade Newton Paiva, como parte das exigências para a obtenção de pontos em Máquinas 1. Belo Horizonte, 10 de maio de 2020. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................04 2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES MONOFÁSICOS...............................................................................................................04 2.1 Aspectos construtivos dos motores de indução monofásicos..................................05 2.2 Teoria do Duplo Campo Girante..............................................................................05 3. MÉTODOS DE PARTIDA.................................................................................08 3.1 Método fase dividida..................................................................................................08 3.2 Método com capacitor de partida.............................................................................08 3.3 Método com capacitor de partida e capacitor de marcha......................................08 3.4 Método com capacitor permanente...........................................................................09 3.5 Método com bobina de arrastamento.......................................................................09 4. MOTOR COM CAPACITOR DE PARTIDA.............................................10 5. CONCLUSÃO.........................................................................................................12 6. REFERÊNCIA........................................................................................................13 1. INTRODUÇÃO O motor monofásico é um tipo de motor que possui apenas um conjunto de bobinas e sua alimentação é feita por uma única fase. Esse tipo de motor de indução é classificado em função de seu método de partida, e usualmente são referidos por nomes que descrevem esses métodos. Este trabalho acadêmico irá desenvolver uma análise qualitativa do principio de funcionamento dos motores de indução monofásicos, dando ênfase ao motor monofásico com capacitor de partida. 2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES MONOFÁSICOS Em um transformador, tem-se um circuito chamado de primário, que é o circuito cede de força magneto-motriz; o fluxo magnético gerado pelo circuito, percorre o núcleo do transformador e chega ao circuito denominado de secundário, e nesse circuito, regida pela lei de Faraday-Lenz, uma força eletromotriz é induzida em suas bobinas; com o surgimento da força eletromotriz, se o circuito secundário estiver fechado, circulará um corrente elétrica que por sua vez produzirá um campo magnético contraria ao campo magnético que a gerou, causando assim um acoplamento magnético entre os dois circuitos, primário e secundário. Esse mesmo principio se repete nos motores de indução, mas neste caso, o circuito primário é denominado de estator, por ser o componente estacionário da máquina e o circuito secundário é chamado de rotor, por ser a parte girante da máquina; diferentemente dos transformadores, nos motores de indução, o fluxo magnético oriundo do circuito primário, não percorre um núcleo de aço dopado a 4% de silício, no caso desses motores, o fluxo magnético do estator tem que atravessar o ar atmosférico para chegar ao rotor. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor https://pt.wikipedia.org/wiki/Bobina 2.1 Aspectos construtivos dos motores de indução monofásicos Todo motor, seja ele qual for, possuem duas partes principais que são o estator e o rotor, como pode ser observado na figura 1. O estator é a parte estacionária da máquina, ele possui ranhuras dispostas uniformemente ao longo do perímetro estatórico e nessas ranhuras se encontram os enrolamentos do tipo concêntrico, que no caso dos motores assíncronos/indução, é o local onde é conectada a rede elétrica. Já o rotor, cujo sua principal característica é girar; O rotor pode ser do tipo Bobinado ou Gaiola de esquilo. Figura 1: Estator e Rotor do Motor de Indução Fonte: Automatismo Industrial (2020) Particularmente no motor de indução monofásico, por ter apenas um grupo de bobinas, não existe um campo magnético girante que puxe o rotor fazendo-o girar, há apenas um campo magnético pulsante. Segundo a lei de Faraday-Lenz, o módulo da força eletromotriz é resultado da taxa de variação de fluxo que percorre a bobina e seu sentido é tal, que produzirá uma corrente elétrico cujo sentido do efeito magnético gerado se oponha a variação que a produziu. Com isso pode-se dizer que o fluxo magnético do estator e o fluxo magnético do rotor se apresentam na mesma direção e sentido contrário, enquanto o rotor permanecer parado. Na figura 2, tem-se um circuito composto por um indutor, circuito este representando o estator que um motor monofásico, e uma esquematização do rotor, apresentando ainda a relação entre o sentido dos campos do estator e rotor. Figura 2: Campos Magnéticos Opostos entre Estator e Rotor Fonte: Universidade de São Paulo (2020). Quando o rotor está em movimento, aparece a chamada tensão rotacional, tensão essa que só se apresenta quando há velocidade e como consequência um conjugado eletromagnético é gerado, mas observando a figura 2, é possível notar que este motor não parte sozinho, é necessário que haja uma defasagem entre o fluxo do estator e do rotor. 2.2 Teoria do Duplo Campo Girante A teoria do duplo campo girante diz que um campo magnético pulsante estacionário, pode ser decomposto em dois campos magnéticos girantes, de mesmo módulo entre si e girando em sentidos opostos. O conjugado líquido resultante da máquina, será a soma vetorial dos conjugados produzidos por cada um desses campos magnéticos, na figura 3 pode ser visto esta teoria. Figura 3: Teoria do Duplo Campo Girante Fonte: Universidade de São Paulo (2020) Na figura 3, tem-se a amostra de como o campo pulsante pode ser decomposto, lançando mão desta teoria, nos motores de indução monofásicos, não há apenas um enrolamento, mas dois, no intuito de decompor o campo Bs em dois, mas ainda assim, o motor não parte sozinho, pois por mais que agora se tenha dois campos separados, a resultante continua pulsante sem defasagem entre o campo do estator e rotor. 3. MÉTODOS DE PARTIDA É necessário partir o motor, é necessário fazê-lo girar, para tanto, foram desenvolvidos dois enrolamentos no motor de indução monofásico, um enrolamento principal e um enrolamento auxiliar. Seguindo a teoria do campo duplo, esses dois enrolamentos decomponhem o campo magnético do estator e dois campos, para o motor começar a girar, é preciso fazer o campo se movimentar. Na figura 3, o campo Bs foi decomposto em dois campos de módulo igual, mas se os módulos dos campos forem diferentes, é possível fazer então o campo Bs se movimentar, fazendo com que o motor inicie o movimento. Com isso foram desenvolvidos os métodos de partida. Todos os métodos serão citados, mas apenas um será melhor explicado. 3.1 Método fase dividida O motor é enrolado com dois enrolamentos o principal e o auxiliar, o auxiliar tem sua resistência maior que o principal, com isso os campos ficam defasados entre as bobinas e surge um campo magnético girante, levando o motor a partida. É importante salientar que o enrolamento auxiliar deve ser desligado quando o motor atinge 85% da velocidade nominal do mesmo, issogeralmente é feito através de um interruptor centrifugo-platinado que desliga o enrolamento ao atingir essa velocidade. 3.2 Método com capacitor de partida Também faz uso de um enrolamento auxiliar só que ligado em série com um capacitor de partida, que faz com que o atraso entre as bobinas seja maior que no método anterior, aumentando o conjugado de partida. 3.3 Método com capacitor de partida e capacitor de marcha Nesse método, como nos outros, também se faz uso do enrolamento auxiliar, só que nesse caso o enrolamento auxiliar não é desligado. O funcionamento é o seguinte: quando o motor é ligado, os dois capacitores estão ligados em paralelo (partida e marcha). Quando o motor atinge 75% da velocidade nominal, o interruptor desliga o capacitor de partida deixando sempre o enrolamento ligado e com o capacitor de marcha ligado com ele. 3.4 Método com capacitor permanente Nesse caso o enrolamento auxiliar (junto com um capacitor de marcha) fica ligado permanentemente, esse método é empregado principalmente em ventiladores de teto. 3.5 Método com bobina de arrastamento O motor não possui enrolamento auxiliar, no estator do motor se constrói duas bobinas (além da principal), geralmente com uma ou duas voltas de fio, com uma espessura razoavelmente grande, essas bobinas ficam curto-circuitadas e se localizam numa porção de cada polo do estator, com a energização do motor a bobina principal induz nessas bobinas uma corrente fazendo que elas criem um campo magnético defasado da principal e inicie o movimento do motor. 4. MOTOR COM CAPACITOR DE PARTIDA Neste tipo de motor, um capacitor é ligado em sério com o enrolamento auxiliar e estes dois são ligados em paralelo com o enrolamento principal, conforme figura 4. Figura 4: Motor com Capacitor de Partida Fonte: Universidade de São Paulo (2020) Nesta configuração, pode-se obter um adiantamento de até 90◦ elétricos entre a corrente do enrolamento auxiliar e a corrente do enrolamento principal. Como importante característica este motor apresenta um elevado torque de partida em relação ao motor em relação ao motor de fase dividida (KOSOW.2015). Como a corrente do enrolamento auxiliar está adiantada em relação a corrente do enrolamento principal, o campo do estator atinge primeiro o máximo no eixo do enrolamento auxiliar e então, um pouco depois, atinge o máximo no eixo do enrolamento principal, reproduzindo o comportamento do motor bifásico para uma alimentação monofásica (FITZGERALD, 2006), observe a figura 5. Figura 5: Defasagem entre Enrolamento Auxiliar e Principal Fonte: Universidade de São Paulo (2020) No gráfico da figura 6, é notório que nesta configuração o toque de partida é da ordem de 340% do torque nominal, o que torna esse tipo de acionamento muito interessante nas aplicações em que a carga possui uma inércia elevada. Figura 6: Torque x Velocidade Fonte: FITZGERALD, 2016 5. CONCLUSÃO Ao longo deste trabalho foi realizada de forma qualitativa o estudo de como funciona um motor monofásico, seu principio de funcionamento e visto brevemente os métodos de partida que esses motores possuem, uma vez que não são capazes de partir sozinhos. Os motores monofásicos são máquinas elétricas complexas, mas que estão presentes do dia a dia de todos. Para essas máquinas é importante conhecer o processo que ela fará parte, para dimensionar corretamente o equipamento e escolher o melhor método de partida do motor. 6. REFERÊNCIAS Automatismo Industrial: <https://automatismoindustrial.com/motores/motores- sincronos/>. Acesso em 10/05/2020 Motor Monofásico: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_monof%C3%A1sico>. Acesso em 10/05/2020 Máquinas Assíncronas Monofásicas: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4155022/mod_resource/content/1/Aula21_ Motmonofasicos.pdf>. Acesso em 10/05/2020 Mancussi.Bruno Eduardo: PULSAÇÃO DE CONJUGADO EM MOTORES MONOFÁSICOS DE CAPACITOR PERMANENTE ALIMENTADOS POR TENSÕES NÃO SENOIDAIS: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/87210/mancussi_bep_me_bauru. pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 10/05/2020 Irving I. kosow: Máquinas Elétricas e Transformadores. Edição 15 https://automatismoindustrial.com/motores/motores-sincronos/ https://automatismoindustrial.com/motores/motores-sincronos/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_monof%C3%A1sico https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4155022/mod_resource/content/1/Aula21_Motmonofasicos.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4155022/mod_resource/content/1/Aula21_Motmonofasicos.pdf https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/87210/mancussi_bep_me_bauru.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/87210/mancussi_bep_me_bauru.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Compartilhar