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Contratos em Espécies 
Compra e Venda 
Denomina-se compra e venda o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro.
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”.
 OBS.: Em síntese bens corpóreos são os bens possuidores de
OBS : Em síntese bens corpóreos são os bens possuidores de existência física, são concretos e visíveis. Exemplos: uma janela, casa, automóvel, porta, etc. Já os bens Incorpóreos, são bens abstratos que não possuem existência física, ou seja, não são concretos. Exemplos: direitos autorais, crédito, vida, saúde, liberdade, etc. O contrato de compra e venda tem caráter obrigacional. Por ele, os contratantes apenas obrigam-se reciprocamente. Mas a transferência do domínio depende de outro ato: a tradição, para os móveis (arts. 1226 e 1267 CC), e o registro para os imóveis (art. 1227 e 1245 CC).
OBS.: Tradição É a entrega da coisa ao adquirente, com a
NATUREZA JURÍDICA
A compra e venda é o mais importante dos contratos e a origem de quase todo
O direito das obrigações. Na sua caracterização jurídica, pode ser classificado como:
Contrato bilateral (sinalagmático): reciprocidade de obrigações. Vendedor – transferência do domínio; Comprador – pagamento do preço.
Oneroso: ambos obtém proveito, o qual corresponde a um sacrifício (pagamento e recebimento da coisa/ “perda da coisa” e recebimento do pagamento).
Comutativo ou aleatório: comutativo porque de imediato se apresenta certo o conteúdo das prestações recíprocas; as prestações são certas e as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, malgrado se transforme em aleatório quando tem por objeto coisas futuras ou coisas existentes, mas sujeitas a risco.
Solene ou não solene: tem caráter solene quando, além do consentimento, a lei exige uma forma para a sua celebração, como sucede na compra e venda de imóveis, em que a lei reclama a e escritura pública (CC, art. 108) e registro.
Elementos da Compra e Venda
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço
Consentimento: O consentimento pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo,
sob pena de anulabilidade, bem como recair sobre os outros dois elementos: a coisa e o preço.
Preço: Deve ser Certo, Ral e Verdadeiro
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
A coisa: A coisa, objeto do contrato de compra e venda, deve atender a determinados requisitos, quais sejam, os de Existência, individuação e disponibilidade.
É nula a venda de coisa inexistente. São suscetíveis de venda as coisas atuais e futuras, corpóreas e incorpóreas. (Exemplo: venda do bezerro da vaca prenhe). A venda de coisas incorpóreas, como o crédito e o direito à sucessão aberta, por exemplo, é denominada cessão.
O objeto da compra e venda há de ser determinado, ou suscetível de determinação no momento da execução, pois o contrato gera um obrigação de dar, consistente em entregar, devendo incidir, pois, sobre coisa individualizada. Admite-se a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidad (art. 243 CC), que será determinada pela escolha, bem como venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (art.
252 CC).
EFEITOS DA COMPRA E VENDA
Os principais efeitos da compra e venda é:
A. Gerar obrigações recíprocas para os contratantes : para o vendedor, a de
transferir o domínio de certa coisa, e para o comprador, a de pagar -lhe certo
preço em dinheiro (art. 481 CC);
B. Acarretar a responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e
pela evicção*.
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
LIMITAÇÕES À COMPRA E VENDA
Algumas pessoas sofrem limitações, de correntes da falta de legitimação, em razão de determinadas circunstâncias ou da situação em que se encontram, que não se confundem com incapacidade.
1. Venda de ascendentes a descendente:
A lei não distingue entre bens móveis e imóveis, nem proíbe a venda feita por descendente e ascendente. O legislador, ao dispor que os ascendentes não podem vender aos descendentes, referiu - se a todos os descendentes, indistintamente (filho, neto, bisneto, etc) e ao só aos
Descendentes que estiverem na condição de herdeiros.
É possível, portanto, conforme preleciona o art. 496, e válida, a compra e venda feita de ascendente a descente com o consentimento expresso dos demais descendentes, bem como, do cônjuge do alienante. Assim, no caso de venda ao neto, todos os filhos vivos, incluindo o pai ou a mãe do comprador, seus tios e os demais netos do vendedor devem anuir.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
A finalidade da proibição é evitar simulações fraudulentas: doações
Inoficiosas disfarçadas de compra e venda, por exemplo.
Questão controvertida diz respeito a compra e venda sem o consentimento do descendente que ainda não era legitimado ate o momento (como por exemplo, o f ilho que veio a ser descoberto posteriormente em razão d e ação de reconhecimento de paternidade). Parece razoável entender-se que, em casos como esse, e naqueles em
que os filhos já reivindicam o reconhecimento da paternidade, se deve
reconhecer a sua legitimidade para pleitear a anulação da venda
realizada sem a sua anuência.
Somente será dispensável o consentimento do cônjuge se o regime de bens for a da separação obrigatória. A anuência para a venda deve ser expressa. Mas o art. 496 é omisso no tocante à forma. Aplica-se, então, a regra do art. 220 do CC.
2. Aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelo interesse do devedor:
Embora em regra a compra e venda possa ser efetuada por qualquer pessoa capaz, o Código Civil recusa legitimação a certas pessoas, encarregadas de zelar pelo interesse dos vendedores, para adquirir bens pertencentes a estes. A intenção é manter a isenção de ânimo naqueles que, por dever de ofício ou por profissão, têm de zelar por interesses alheios, como o tutor, o curador, o administrador, o empregado público, o juiz e outros, que foram impedidos de comprar bens de seus tutelados, curatelados, etc..;
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
As proibições têm por fundamento a presunção de aproveitamento desleal da situação, na aquisição de bens confiados à sua gestão ou administração, em virtude da especial posição das pessoas a que se refere o texto. A proibição, no caso, É ABSOLUTA!!!!!!!!!
3. Venda da parte indivisa em condomínio:
O condômino,como todo proprietário, tem o direito de dispor da coisa. Todavia,
se o bem comum for indivisível, a prerrogativa de vende -lo encontra limitação
no art. 504, CC:
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
O condômino preterido pode exercer o seu direito de preferência pela ação de preempção***, ajuizando-a no prazo decadencial de 180 dias, contados da data em que teve ciência da alienação, e na qual efetuará o depósito do preço pago, havendo para si a parte vendida ao terceiro. A venda da parte indivisa a estranho somente se viabiliza, portanto,
quando:
1. For comunicada previamente aos demais condôminos
2. For dada preferência aos demais condôminos para aquisição da
parte ideal, pelo mesmo valor que o estranho ofereceu
3. Os demais condôminos não exercerem a preferência dentro do prazo legal. O direito de preferência é de natureza real, pois não se resolve em perdas e danos. O condômino que depositar o preço haverá para si a parte vendida. Tal não ocorrerá se este fizer contraproposta diferente da que ofereceu o estranho.
 OBS. ***: Ação que cabe à pessoa que tem o direito de preferência de compra do bem para obrigar o vendedor a
atender a esta preferência. Se a coisa é divisível, nada impede que o condômino venda a sua parte a estranho, sem dar preferência aos seus consortes, pois estes se não desejarem compartilhar o bem com aquele, poderão requerer sua divisão.
Até a partilha, “o direito dos coerdeiros”, quanto à propriedade e posse da herança é “indivisível” e regula-se “pelas normas relativas ao condomínio”. Podem, portanto, exercer o direito de preferência em caso de cessão de direitos hereditários a estranhos.
4 Venda entre cônjuges:
Um cônjuge, qualquer que seja o regime de bens do casamento, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento.
Pelo que depreende o art. 499, nada mais impede, portanto, que o cônjuge aliene ao outro , bens que estejam sob sua titularidade exclusiva, fora da comunhão. Na realidade, no regime da comunhão universal, tal venda mostra-se inócua, pois, além do que já f oi dito, o numerário utilizado na compra sairia do patrimônio comum. Mas nos
Demais regimes o sistema não impõe proibição. Inadmissível, todavia, a doação entre cônjuges, casados no regime da separação legal ou obrigatória, por desvirtuar as suas características e finalidades.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
VENDAS ESPECIAIS
1 VENDA MEDIANTE AMOSTRA
Amostra é o mesmo que paradigma. Constitui reprodução integral da coisa vendida, com suas qualidades e características, apresentada em tamanho normal ou reduzido. Se a mercadoria entregue não for em tudo igual à amostra, caracteriza -se o inadimplemento contratual , devendo o comprador protestar imediatamente, sob pena de o seu silêncio ser interpretado como tendo havido correta e definitiva entrega
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
2 Venda ad corpus e venda ad mensuram
O art. 500 do Código Civil apresenta regra aplicável somente à compra e venda de imóveis:
“Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço”.
O dispositivo supratranscrito trata da venda ad mensuram, em que o preço é estipulado com base nas dimensões do imóvel (p. ex., tal preço por alqueire).
A venda é ad mensuram, pois, quando se determina o preço de cada unidade, de cada alqueire, hectare ou metro quadrado. Se se verifica, em posterior medição, que a área não corresponde às dimensões dadas, tem o comprador o direito de exigir a sua complementação. Somente se esta não for possível (pois não se oferece uma tríplice alternativa), por não ter o vendedor área remanescente contígua, abre-se para aquele a opção de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
Na venda ad corpus a situação é diferente. O § 3º do citado art. 500 prescreve que “não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus”.
Nessa espécie de venda, o imóvel é adquirido como um todo, como corpo certo e determinado (p. ex.,Chácara Palmeiras), caracterizado por suas confrontações, não tendo nenhuma influência na fixação do preçoas suas dimensões. Presume-se que o comprador adquiriu a área pelo conjunto que lhe foi mostrado, e não em atenção à área declarada. Certas circunstâncias, como a expressão “tantos alqueires mais ou menos”, a discriminação dos confrontantes e a de se tratar de imóvel urbano totalmente murado ou quase todo cercado, evidenciam que a venda foi ad corpus.
CLÁUSULAS ESPECIAIS DO CONTR ATO DE COMPRA E VENDA
· Retrovenda
A retrovenda é instituto atualmente em desuso. Constitui esta um pacto adjeto, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo prazo, “restituindo o preço”, mais as “despesas” feitas pelo comprador, “inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias” (CC, art. 505).
A retrovenda pode ser estipulada com um prazo máximo de três anos. As partes podem estipular prazo menor, se não for colocado prazo vale a regra de três anos, se o prazo for colocado além do limite legal, não será nula, nem anulável a cláusula, porem, somente gerará efeitos por três anos da celebração do contrato. Fixado pelas partes ou presumido pela lei, o prazo é sempre decadencial e, por isso, insuscetível de suspensão ou interrupção.
· Da venda a contento
A venda a contento do comprador constitui pacto adjeto a contratos de compra e venda relativos, em geral, agêneros alimentícios, bebidas finas e roupas sob medida. A cláusula que a institui é denominada ad gustum. Entende-se realizada “sob condição suspensiva, ainda que a coisa tenha sido entregue” ao comprador. E “não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado” (CC, art. 509). A tradição da coisa não transfere o domínio, limitando-se a transmitir a posse direta, visto que efetuada a venda sob condição suspensiva. A compra e venda não se aperfeiçoa enquanto não houver a manifestação de agrado do potencial comprador.
Art 511 “ As obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la”.
· Da Preempção ou Preferencia
Preempção ou preferência é o pacto, adjeto à compra e venda, pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, obriga-se a oferecê-la ao vendedor, na hipótese de pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento, para que este use do seu direito de prelaçãoem igualdade de condições. É, em outras palavras, o direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa.
O prazo para o exercício da preempção pode ser convencionado por lapso não excedente “a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel” (art. 513, parágrafo único). A regra foi introduzida no Código Civil para estabelecer um limite temporal, um prazo máximo de decadência dentro do qual pode ser estipulado o direito de preferência. Diante da inovação, o adquirente está livre para revender o bem sem respeitar o direito de preferência do vendedor, uma vez decorridos os mencionados prazos legais.
Dispõe o art. 516 do Código Civil que, “inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subsequentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor”. Contam-se os prazos não da data da expedição da notificação, mas da do efetivo recebimento
· VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO 
 
A venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o vendedor te a própria coisa vendida como garantia do recebimento do preço. Só a posse é transferida ao adquirente. A propriedade permanece com o alienante e só passa àquele após o recebimento integral do preço. 
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
· Da venda sobre documentos
A venda sobre documentos, ou contra documentos, é disciplinada no Código Civil como cláusula especial à compra e venda. Nas compras e vendas internacionais de mercadorias a sua utilidade ressalta, embora possa ser aplicada também aos negócios realizados internamente. Por sua natureza, pode ter por objeto apenas bens móveis. Dispõe o art. 529 do Código Civil:
“Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado”.
Da Troca ou Permuta
É um contrato em que as partes se obrigam a prestar uma coisa por outra,
excluindo o dinheiro”. A troca é, portanto, o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro. Difere da compra e venda apenas porque, nesta, a prestação de uma das partes consiste em dinheiro.
 Em regra qualquer objeto é suscetível de troca, permuta pode, assim, envolver coisas distintas e quantidades diversas: móveis e imóveis, vários móveis por um imóvel etc. Pode ter por objeto, também, coisas futuras, sendo frequente, hoje, a permuta de um terreno por apartamentos do edifício que nele será construído pelo incorporador permutante
Quando um dos contraentes faz a reposição parcial em dinheiro, a troca não se transmuda em compra e venda, salvo se representar mais da metade do pagamento. Assim, se um contratante recebe coisa que vale R$ 100,00 e entrega outra que vale R$ 30,00, fazendo a reposição da diferença (R$ 70,00) em dinheiro, terá havido compra e venda.
Assim como ocorre na compra e venda, a troca também é um negocio jurídico, sendo Bilateral, Oneroso, Solene, Comutativo e de Carater apenas obrigacional.
Determinou, no art. 533 do Código Civil, que se aplicassem àquela todas as disposições referentes a esta (as que concernem a vícios redibitórios, evicção, perigos e cômodos da coisa etc.), com apenas duas modificações: salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
Se os valores são desiguais, e o objeto que pertence ao ascendente é mais valioso, os demais descendentes devem ser ouvidos e consentir expressamente, pelas mesmas razões que justificam a necessidade de tal consentimento na venda de ascendente para descendente (art. 496). Se os valores são iguais, não há necessidade da referida anuência, pela impossibilidade de haver prejuízo para os demais descendentes. E, embora o Código não mencione, também será dispensável tal anuência se o bem recebido pelo ascendente, na troca, tiver valor superior
ao por ele entregue, pois haverá, na hipótese, aumento de seu patrimônio, não tendo os demais descendentes legítim interesse para discordar do negócio.

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