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Seminário II - João Paulo Batista Lima

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JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO: 
TRIBUTO E SEGURANÇA JURÍDICA 
 
SEMINÁRIO II 
 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
 
 
 JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
 
Respostas – Seminário II 
 
 
a) Questão n° 1. 
 
Conforme define a melhor doutrina, inclusive divergindo da orientação 
majoritária da jurisprudência (teoria da pentapartição), tem-se como coerente a 
classificação jurídica dos tributos subdividida em Impostos; Taxas E Contribuições de 
Melhoria, denomina teoria tripartite/tricotômica. Nesta classificação é importante 
destacar, que o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais estarão 
englobadas nos Impostos ou Taxas, a depender da definição pela lei em relação 
ao seu fato gerador, sendo estes subespécies de tributo. 
Assim sendo, os impostos englobam os tributos não vinculados (não 
assegura qualquer vantagem ou serviço especifico em retribuição ao pagamento) que, 
analisando a hipótese de incidência (Art. 4º CTN) e a base de cálculo, corresponda à fato 
alheio a qualquer atuação do Poder Público, incidindo sobre manifestação de riqueza do 
sujeito passivo, definição esculpido no Artigo 16 do Código Tributário Nacional. 
Por vez, taxa corresponderá ao tributo vinculado, pois prescinde de atuação 
estatal direta e dirigida ao contribuinte, e ainda deverá, a sua base de cálculo, exibir a 
medida da intensidade da participação do Estado, não podendo possuir mesma base de 
cálculo de imposto (Art. 145 §2º CF/88 c/c Art. 77, Parágrafo único do CTN). 
A contribuição de melhoria será identificada a partir da concretização do 
reflexo financeiro positivo imobiliário em favor do contribuinte, em consequência à eventual 
atividade do ente público. 
Haja vista as consignações realizadas nas classificações supra realizadas, 
assim como os preceitos legislativos, o destino que se dê ao produto da arrecadação 
dos tributos é irrelevante para a caracterização das espécies tributárias, devendo 
ser, para tanto, avaliada a hipótese de incidência e a base de cálculo correspondente. 
Por fim, no tocante a compensação tributária, definida como meio de 
extinção de obrigação tributária no Art. 170 do CTN, necessita de regulamentação através 
de lei especifica de cada ente político (União, Estados, Municípios) para sua utilização 
 
 JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
efetiva pelo Contribuinte. Desta feita, pode sim haver legislação que proíba a compensação 
de tributos em virtude da entidade arrecadadora ser distinta, como o caso da antiga Receita 
Federal x INSS, citado no REsp. 1.449.713. 
 
 
b) Questão n° 2. 
 
Taxa é espécie de (i) tributo vinculado, se caracterizando, portanto, por 
apresentar fato revelador de atividade estatal, e dirigida ao contribuinte, na qual sua (ii) 
base de cálculo corresponde à medida de intensidade da participação do Estado. 
Pode se (iii) subdividir em duas espécies, sendo a primeira cobrada pela prestação 
de serviços públicos específicos e divisíveis, de utilização efetiva ou potencial, e a 
segunda em razão do exercício do poder de polícia. 
O serviço público, para fins de cobrança de taxa, corresponde àquele que 
contiver no âmbito de atribuições da pessoa política que instituir esta. Devem, ainda, 
serem prestados aos contribuintes, ou, no mínimo, postos à disposição destes. 
Por vez, o poder de polícia (Art. 78 do CTN) resta configurado com a 
atividade estatal que limita ou disciplina, direito, interesse ou liberdade. Com isso, deve 
disciplinar sobre segurança, higiene, ordem, costumes, mercado, e atividades econômicas 
que dependem de concessão ou autorização do poder público. 
 
A taxa de poder de polícia, conforme já exposto, somente se configura 
com a atividade estatal coerente, mas não está diretamente ligada a utilização ou a 
possibilidade de utilização, mas sim a possibilidade do Estado realizar a fiscalização, 
vislumbrando um benefício coletivo, não individual ao particular. Tendo tal afirmação em 
mente, é possível delimitar que somente com a devida prestação desta atividade é que a 
taxa torna-se exigível. É bem verdade que o poder de polícia resta como um dever estatal, 
e pressupõe, portanto, que está realização é efetivada. Porém, a comprovação negativa 
emerge na possibilidade do contribuinte questionar, e posteriormente ser resguardado, 
quanto a obrigação de arcar com o débito, o que em outras palavras significa dizer que, 
se houver a comprovação de que o Estado não está cumprindo com o devido poder de 
polícia, o contribuinte terá o direito de se socorrer aos meios administrativos e judiciais, 
 
 JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
com o fito de não arcar com o tributo. Neste diapasão, conclui-se que, de forma 
indireta, há a necessidade de comprovação do exercício deste poder para se exigir 
a taxa correspondente. 
 
 
c) Questão n° 3. 
 
A diferenciação entre taxas e preço público reside no compulsoriedade. As 
taxas são compulsórias, pois não se exige utilização, mas sim o simples disposição do (i) 
serviço público e/ou (ii) poder de polícia, há de se lembrar que as mesmas possuem 
limitações constitucionais conforme prevê o art. 150 da CF/88, bem como necessitam de 
previa autorização orçamentaria; Já no preço público, exige-se sua utilização, para que 
nasça a obrigação de pagamento, seja esse consumo através da utilização ou compra de 
bens ou serviços estatais, havendo portanto uma faculdade ao agente, se consome ou não, 
inexiste compulsoriedade de para sua configuração, bem como não há vedações 
constitucionais como a taxa. Referida abordagem foi delineada na Sumula 5451 do STF. 
Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, 
quando prestados pelo próprio Estado, devem ser remuneradas por taxa, haja 
vista sua compulsoriedade, já quando realizadas por meio de concessão, portanto 
operacionalizadas pela iniciativa privada, serão cobradas por tarifa, não havendo, 
portanto, compulsoriedade. 
Os serviços prestados pelo Estado, mesmo havendo monopólio, 
sendo eles suscetíveis de prestação pela iniciativa privada, analisando através do 
prisma concorrencial, devem ser cobrados mediante preço público, haja vista que 
configuram-se contraprestação de serviço público prestado, mesmo que este serviço tenha 
sido autorizado para eventual pessoa jurídica de direito privado. 
 
 
 
 
 
1 Súmula 545 do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente 
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à 
lei que as instituiu.” 
 
 JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
d) Questão n° 4. 
 
Diante da natureza contraprestacional da taxa, através de utilização 
e/ou disposição de serviço público/poder de polícia, é necessária a congruência entre 
o valor cobrado x atuação estatal, sendo imprescindível a razoabilidade entre as 
relações (contraprestação e atividade). Em caso de incongruência entre a taxa e a 
prestação estatal, estaremos diante de uma onerosidade excessiva, afrontando o princípio 
do não confisco, perpetrado pelo Art. 150, IV da CF/88, sendo portanto passível de 
questionamento a alíquota, visando sua adequação, bem como a restituição do montante 
pago indevidamente diante da ausência de referibilidade. 
Diante dos novos paradigmas adotados pelo Supremo Tribunal Federal, 
existe a possibilidade de utilização de base de calculo de impostos em taxas, “é 
constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de 
cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma 
base e outra.”2, em sendo assim, torna-se possível tal utilização, desde que respeitados os 
limites da identidade, havendo a necessidade especial de se respeitar o princípio da 
referibilidade, capacidade contributiva e do não confisco, bem como os demaisprincípios 
do Direito Tributário. 
 
e) Questão n° 5. 
 
(i) A contribuição de melhoria possui como núcleo central o efetivo 
benefício monetário para o contribuinte, em razão da realização de eventual obra 
pública. Importante consignar que o limite será o valor da vantagem que sobreveio 
ao imóvel do contribuinte, em virtude da obra em questão. Também devem 
preencher os requisitos previstos no artigo 81/82 do Código Tributário Nacional. 
(ii) A hipótese de incidência para a contribuição de melhoria é o 
quantum da valorização imobiliária, segundo precedente do STJ e STF. Há autores que 
defendem ser uma hipótese de incidência mista, haja vista que necessitamos (a) realização 
da obra (Ato vinculado ao Poder Público), bem como (b) valorização do imóvel (diz respeito 
ao Contribuinte). No que tange o aspecto temporal da ocorrência do fato gerador, é 
 
2 Sumula Vinculante STF nº 29 
 
 JOÃO PAULO BATISTA LIMA 
22/04/2020 
 
 
 
 
importante frisar que a lei que institua a contribuição de melhoria, seja anterior a 
referida obra pulica. 
(iii) O contribuinte não pode auferir o benefício monetário pela valorização 
do seu imóvel, núcleo deste tributo, sem que haja a conclusão da obra estatal, pois não 
haverá a confrontação do valor antes x depois da obra. Desta feita, não poderá o ente 
público exigir obrigação tributaria antes da ocorrência efetiva de sua hipótese de 
incidência (fato gerador). 
 
 
 
f) Questão n° 6. 
 
(i) Em virtude da filiação a corrente tripartida dos tributos, passamos a 
definir tais adicionais como imposto, haja vista não possuir vinculação alguma com a 
atuação do Estado, bem como seguir com hipótese de incidência e base de cálculo. 
(ii) Em nada afeta a natureza do adicional o fato de ter destinação específica, 
tendo em vista que o binômio (hipótese de incidência e base de cálculo) é o que importa 
na classificação. 
(iii) O adicional poderá ser de natureza diversa do tributo se o binômio 
acima exposto também se tornar diverso. Porém, como no caso ocorrera a manutenção 
das características, a diversidade do adicional também não ocorrera, mesmo que não haja 
qualquer vedação para que tal fato ocorra.

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