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______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos CLASSE INSECTA ORDEM PHTHIRAPTERA Parasita de aves e mamíferos. Os piolhos mastigadores possuem a cabeça mais larga do que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a cabeça mais estreita que o tórax. Três Subordens: -Amblycera (antena escondida)- Piolhos mastigadores. -Ischnocera (antena livre).- Piolhos mastigadores. -Anoplura – Piolhos sugadores. CARACTERÍSTICAS DOS PIOLHOS MASTIGADORES (MALÓFAGOS): Cerdas pelo corpo. Ausência de asas. Passam toda a vida no hospedeiro, agarrados aos pêlos ou penas. Metamorfose incompleta (hemimetábolos). Certa especificidade para cada espécie, mas o mesmo animal pode ser parasitado por várias espécies. Maior quantidade de piolhos no inverno (por causa da temperatura) pela aglomeração de indivíduos. A fêmea produz uma substância cimentante nas suas glândulas coletéricas que permite que os ovos fiquem colados ao pelo ou penas. IMP. MED.VET DOS PIOLHOS: O animal se coça, não se alimenta bem, fica irritado, com má aparência e podem aparecer Figura 48. Ovo (lêndea) de piolho de aves fixado à pena. PARTE VI Piolhos ____________________________________________________________________________________ Figura 47. Características de um piolho anoplura (sugador). 65 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos infecções secundárias, o que gera perda de peso e queda na produtividade. As espécies que infestam aves são mais daninhas que aquelas ectoparasitas de mamíferos. Quando a infestação é muito grande, o animal torna-se irritadiço, espoja-se na terra, coça-se muito, não descansa, adquire péssima aparência e pouco se reproduz. De tanto se coçarem acabam arrancando as penas ou os pêlos, escarificando a pele, o que resulta em ferimentos agravados por invasão bacteriana. A espécie Trichodectes canis pode servir como hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum um cestódeo parasito do cão e ocasionalmente do homem (através da ingestão do piolho contendo a larva do cestódeo). As espécies que vivem rentes à pele das aves podem causar sérios prejuízos. Menacanthus stramineus (piolho de aves) irrita a pele provocando descamação epitelial e afloramento de sangue do qual se alimentam. PERÍODO EMBRIONÁRIO - Dura cerca de uma semana. CICLO BIOLÓGICO GERAL DOS MALÓFAGOS (PIOLHOS MASTIGADORES): Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – adulto. Ninfas são parecidas com os adultos, exceto pela ausência de edeago no macho e gonopódios nas fêmeas. DURAÇÃO DO CICLO: Mais ou menos 20 dias. ALIMENTAÇÃO: Os piolhos mastigadores se alimentam de bárbulas de penas e de células de descamação da pele. Algumas espécies ingerem sangue que aflora à superfície da pele. DISSEMINAÇÃO: Através de contato direto, fora do hospedeiro morrem em três a sete dias. LONGEVIDADE SOBRE O ANIMAL: 20 a 40 dias ESPECIFICIDADE: Possuem alta especificidade. (Um mesmo hospedeiro pode ser parasitado por várias espécies de malófagos, mas dificilmente 1 sp. de malófago adapta-se a outro hospedeiro que não o seu). São mais ou menos adaptados a determinadas regiões do corpo. CONTROLE: Tratar e manter os animais isolados e em boas condições de higiene. A ocorrência de malófagos é bastante comum, principalmente, nos meses mais frios. Deve-se tratar com inseticidas duas vezes por semana durante três a quatro semanas. Os malófagos passam toda a sua vida entre as penas e os pêlos de seus hospedeiros, onde põem os seus ovos, em grandes massas, sempre colados ao substrato. Tratar com inseticidas repetindo após 10 a 14 dias. SUBORDEM AMBLYCERA CARACTERÍSTICAS: Palpos maxilares presentes. 66 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos Antenas com quatro segmentos. Fossetas antenais (depressão para guardar as antenas). Piolhos mastigadores. FAMÍLIA MENOPONIDAE GÊNERO: Menopon ESPÉCIE Menopon gallinae HOSPEDEIROS: Aves. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Possui a cabeça mais larga que o tórax. Apresenta dois tufos de cerdas no quinto segmento abdominal. Menores que um centímetro. Ápteros. Abdômen com uma fileira de cerdas dorsal em cada segmento. Espinhos gástricos visíveis. Tarso com duas garras. GÊNERO: Menacanthus ESPÉCIE Menacanthus stramineus HOSPEDEIROS: Aves. Parasita de galinhas, perus, faisões e excepcionalmente pombos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Duas fileiras de cerdas longas e curtas nos segmentos abdominais. Fronte provida de processo espinhoso Figura 51. Menopon sp. piolho mastigador das aves. Figura 52. Menacanthus sp. piolho mastigador de aves. Tufos de cerdas Figura 50. Segmento abdominal de Menopon mostrando os tufos de cerdas Figura 49. Cabeça de um Amblycera. Palpo Antena 67 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos recurvo para trás e para baixo. Antenas com quatro segmentos. Possuem palpos. FAMÍLIA BOOPIDAE GÊNERO Heterodoxus ESPÉCIE Heterodoxus spiniger HOSPEDEIROS: Cão CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Dois espinhos na região dorsal da cabeça Cabeça subtriangular Têmporas estreitas, não salientes. Parte inferior da cabeça com 2 ganchos voltados para trás e implantados junto à base dos palpos maxilares Palpos maxilares com 4 artículos Protórax livre Uma fileira de cerdas longas no abdômen com tergitos e pleuritos bem quitinizados Duas garras nos tarsos Parasito de cães SUBORDEM ISCHNOCERA CARACTERÍSTICAS Palpos maxilares ausentes. Antenas filiformes (três a cinco segmentos). Sem fossetas antenais (antenas livres). Piolhos mastigadores. FAMÍLIA TRICHODECTIDAE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Três segmentos antenais. Uma garra ligada ao hospedeiro. GENERO Trichodectes ESPÉCIE Trichodectes canis HOSPEDEIROS: Cão CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça hexagonal. Uma só garra. Antenas com três segmentos. Têmporas sem lobos posteriores. Fronte arredondada. Todos segmentos abdominais com placas pleurais (pleuritos). Estigmas respiratórios do segundo ao sétimo segmento (seis pares). Cerdas abdominais longas. Edeago grande. Não tem palpos. Vetor de Dipylidium caninum para cães. Figura 54. Trichodectes sp., piolho mastigador de cães. Placas pleurais Figura 53. Heterodoxus sp. piolho mastigador de cães. Tergitos Pleuritos 68 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa SilviaGonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos GÊNERO Bovicola ESPÉCIE Bovicola sp. HOSPEDEIROS: Ruminantes CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça arredondada com a “bochecha” repartida. Cerdas abdominais curtas, iguais e em filas transversais. Manchas nos tergitos. Cabeça tão larga quanto longa GÊNERO Felicola ESPÉCIE Felicola subrostrata HOSPEDEIROS: Felinos CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça com aspecto pentagonal, olhos atrás das antenas. Três pares de estigmas respiratórios abdominais. Cerdas abdominais muito curtas. Abdômen do macho com pequena saliência posterior formada pelo último segmento. Antenas sem dimorfismo sexual. FAMÍLIA PHILOPTERIDAE Cinco segmentos antenais com 2 garras ligadas ao hospedeiros. GÊNERO Goniodes ESPÉCIE Goniodes sp HOSPEDEIROS: Aves CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça em forma de chapéu e com 2 cerdas longas nas extremidades laterais. Tarsos com duas garras. Antenas com cinco segmentos imbricados nos dois sexos, o último segmento não Figura 56. Felicola, piolho mastigador de felinos. Figura 57. Goniodes sp., piolho mastigador de aves. Figura 55. Bovicola sp., piolho mastigador de ruminantes. Tergitos 69 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos clavado. Tem apêndices recurvos em gancho na frente GÊNERO Lipeurus ESPÉCIE Lipeurus sp HOSPEDEIROS: Aves. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS -Corpo e cabeça alongados. -Fronte larga, arredondada no ápice. -Mancha mediana no tórax. SUBORDEM ANOPLURA CARACTERÍSTICAS Piolhos picadores-sugadores (hematófagos). Ausência de asas. Garras grandes. Passam toda a vida agarrados aos pêlos do hospedeiro. Metamorfose incompleta (Hemimetábolos). Transmissores de Rickettsia prowasekii causador da febre das trincheiras em situações de guerra, microorganismo que fica no piolho e através das fezes deste, penetra nas feridas. FAMÍLIA PEDICULIDAE GÊNERO Pediculus ESPÉCIE Pediculus humanus HOSPEDEIROS: Humanos LOCAL: Cabeça CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Olhos grandes. Corpo alongado, cabeça ovóide. Tórax sem segmentos aparentes. Cinco segmentos nas antenas. Olhos simples. Abdômen com sete segmentos. Presença de um rostelo ou dentes pré- estomais para cortar a pele. Placas pleurais bem quitinizadas. Presença de gonopódios nas fêmeas (duas saliências côncavas internamente e situadas uma de cada lado do orifício genital) com que se prende aos pêlos durante a ovipostura para o alinhamento dos ovos. Figura 58. Lipeurus sp. piolho mastigador de aves. Figura 59. Olhos de Pediculus sp. Olhos 70 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos BIOLOGIA: A fêmea põe ovos operculados nas bases dos pêlos ou nos fios das vestimentas (conforme subespécie). A fixação no pêlo ou fio se dá por uma substância secretada por glândulas especiais (glândulas coletéricas). Cada fêmea põe cerca de 7 a 10 ovos diariamente (Lêndeas). Período de incubação dos ovos - 8 a 9 dias em condições ideais de temperatura e umidade (33 a 40o C e 90% U. R.). Hemimetabólicos- ovo- ninfa (três mudas) – adulto. Desenvolvimento pós-embrionário: 8 a 9 dias. Longevidade dos adultos – 9 a 10 dias. CICLO TOTAL – Em média 18 dias (em condições favoráveis de temperatura e umidade). Picam o homem intermitentemente (picada dura 3 a 10 minutos ou mais). São mais ativos à noite ou durante o descanso do paciente. IMPORTÂNCIA MÉDICA: São encontrados em indivíduos de baixo escalão social, principalmente que não tem muita higiene. As picadas provocam prurido e erupções na pele, agravadas pela invasão de agentes secundários. Há correlação entre o grau de infestação e o comprimento dos cabelos (Mulheres são mais parasitadas que homens). DOENÇAS QUE TRANSMITEM: 1-Tifo exantemático - Causado pela Rickettsia prowaseki - os piolhos se infectam ao sugarem sangue de um indivíduo doente. A transmissão não se dá pela picada do inseto, nem pela via transovariana. A transmissão da infecção se dá pela contaminação de feridas da pele com as fezes dos piolhos ou pelo esmagamento do conteúdo intestinal em áreas em abrasão. Os piolhos morrem da infecção em poucos dias. (invade os tecidos dos piolhos destruindo as células.) O ato de esmagar o piolho com os polegares possivelmente ocasiona a infecção. A rickettsia pode permanecer viva e virulenta nas fezes do piolho durante 66 dias. 2-Febre das trincheiras- Transmitida pela Rickettsia quintana- O nome surgiu porque a doença apareceu entre os soldados que combatiam nas trincheiras durante a primeira guerra mundial (mais de 1 milhão de casos). O doente apresenta febre com dores generalizadas somente durante cinco dias, por isso é denominada quintana. O sangue, porém é infectante por quase dois meses. Não é injuriosa aos piolhos (se multiplica no lúmem intestinal) Fonte de infecção é a picada ou fezes. Fezes secas conservam poder infectante durante muito tempo, de modo que a infecção pode ser transmitida também por inalações. Figura 60. Pediculus humanus piolho sugador de humanos. Placas pleurais 71 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos 3-Febre recorrente-Transmitida pela Borrelia recurrentis (É uma espiroqueta que se desenvolve na hemocele do inseto). O homem só se infecta pelo esmagamento do inseto e libertação do conteúdo da hemocele em qualquer ferimento da pele. GÊNERO Pthirus ESPÉCIE Pthirus pubis HOSPEDEIROS: Humanos. LOCALIZAÇÃO: Púbis, axilas, sobrancelhas, cílios (regiões de bastante cabelo). CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Garras enormes. Tórax mais largo que o abdômen. Pernas robustas. Primeiro par de patas é menos desenvolvido. Unhas do segundo e terceiro par de patas fortemente recurvadas. Abdômen com os cinco primeiros segmentos fusionados. Abdômen apresenta lateralmente quatro tubérculos salientes com cerdas nas extremidades. Os espiráculos 3, 4 e 5 estão na mesma linha transversal. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS: É chamado de “chato” porque é achatado. Precisam da temperatura corporal para sobreviver. Só suportam dois dias fora do hospedeiro. Ciclo de ± 16 dias (de ovo a ovo ± 30 dias), com 30 dias de vida adulta. BIOLOGIA: Não é de muita atividade, permanecendo preso a dois pêlos durante vários dias, quase sempre com as peças bucais presas na pele do hospedeiro. Além da região pubiana pode ser encontrado em regiões densamente pilosas (cabeça, sobrancelhas, axilas, etc.). Após a cópula que se realiza no hospedeiro, a fêmea põe ovos nos pêlos da região pubiana ou de outras. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 a 8 dias. DESENVOLVIMENTO: 13 a 16 dias. CICLO TOTAL: 30 dias. SOBREVIVÊNCIA FORA DO HOSPEDEIRO: Adultos e ninfas vivem dois a três dias. LONGEVIDADE NO HOSPEDEIRO: 30 dias. Figura 61. Pthirus sp., conhecido por chato, piolho sugador de humanos. Tubérculos 72 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos DISSEMINAÇÃO: Principalmente por via sexual. Também através de toalhas, roupas, assentos de privadas, etc.. OBS: Não se conhece transmissão de doenças, mas sua presença causa prurido mais ou menos intenso, que incomoda o indivíduo. As picadas produzem manchas azuladas na pele devido a saliva das glândulas reniformes. FAMÍLIA HAEMATOPINIDAE GÊNERO Haematopinus HOSPEDEIROS: Ruminantes, suínos, bubalinos e eqüinos. -Haematopinus eurysternus (bovino)- -Ocorre mais freqüentemente em animais adultos. -Clima temperado - No inverno os animais ficam confinados no interior de estábulos ocorrendo aumento considerável da população de piolhos. -Regiões corporais - Pescoço, base da cauda e chifres, nas infestações altas a parasitose se generaliza por todo o corpo. -Verão - os piolhos são raros, limitando-se à orelha e locais onde os pêlos são mais longos. -Brasil - Não constitui problema de grande significação, provavelmente devido ao fato de não resistirem aos raios solares diretos e a temperatura elevada do corpo do animal. -Haematopinus quadripertusus- (bovino) -Ocorre no Brasil (espécie mais prevalecente nos trópicos). -Fêmeas põem ovos quase que exclusivamente nos pêlos da cauda do animal. -Ninfas sobem para regiões da cabeça, do pescoço e outras onde se tornam adultas. -Haematopinus suis-(suínos) -Piolho dos animais domésticos. -Muito comum no Brasil. -Regiões mais freqüentes - Dobras do pescoço, base das orelhas e entre as pernas. -H. asini- (equídeos) -Base da crina e base da cauda. -H. tuberculatus- (búfalos) -Podem parasitar bovinos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Cabeça estreita e alongada. Sem olhos. Antenas com 5 segmentos. Tórax largo. Coxim tibial entre a base da tíbia e tarso. Abdômen alargado. Todas as patas iguais. Placas pleurais e parapleurais. Tubérculos pós-antenais. Machos possuem um pênis ou edeago. Figura 62. Haematopinus sp. piolho sugador de ruminantes, suínos e eqüinos. 73 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos BIOLOGIA: Ectoparasitos de animais domésticos com ciclo biológico parecido ao descrito dos piolhos humanos. Fêmeas põem ovos nos pêlos dos hospedeiros fixando-os com uma substância cimentante. Fêmea põe em média 3 a 6 ovos/dia. Ciclo de 9 a 19 dias. Adultos vivem 30 dias. Concentra-se em pêlos longos. Três estádios ninfais, cada estádio: três a quatro dias. Hemimetabólicos. PERÍODO DE INCUBAÇÃO É de 9 a 19 dias dependendo da espécie, das condições de temperatura e umidade e do meio em que são mantidos os animais (ovos não se desenvolvem em temperatura inferior a 25 o ). PERÍODO DE PRÉ-OVIPOSIÇÃO: É em média de três dias, a fêmea inicia postura que dura vários dias. Número de ovos varia com a espécie (um a quatro por dia). H. suis (mais ou menos 90 ovos, cerca de 3 a 6 por dia). CICLO TOTAL-20 a 40 dias dependendo da espécie e fatores ambientais. IMP.MED.VET: -Leva a perda de produtividade dos animais. -A picada do piolho, com inoculação de saliva irritante, provoca prurido, obrigando o animal a se coçar e morder o local da picada para se livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar ferida que se agrava pela invasão de germes, com evidente prejuízo para saúde dos animais. A pele pode se tornar seca com aspecto de sarna. Os animais parasitados, injuriados permanentemente pelos piolhos, não se alimentam direito nem descansam, o que origina queda de produção e prejuízo para os fazendeiros. FAMÍLIA LINOGNATHIDAE GÊNERO Linognathus Linognathus setosus (cães) L. vituli (bovinos) L. pedalis (ovinos) HOSPEDEIROS: Cães, ruminantes. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Sem placas quitinizadas. Abdômen membranoso. Primeiro par de patas é menor que o segundo e o terceiro. Cinco segmentos nas antenas. HOSPEDEIROS: Figura 63. Linognathus sp., piolho sugador de cães e ruminantes. 74 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos L. vituli - bovinos leiteiros e animais novos. Encontrados no pescoço, barbelas, espáduas, períneo, etc.. L. setosus - Cães (novos e velhos)- mais comum em cães de pêlos longos do que de pelagem curta. BIOLOGIA: Parecida com Haematopinus. Fêmeas depositam ovos nos pêlos do hospedeiro. Três estádios ninfais. Duração do ciclo 30 a 40 dias (depende da espécie). TRATAMENTO DOS PIOLHOS EM GERAL: -Medidas de higiene. -Aplicação de inseticida. -Alguns Inseticidas não agem sobre lêndeas, então, recomenda-se uma segunda aplicação após 10 a 14 dias. ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA: Identificação das espécies, direcionar o tratamento para a espécie afetada (hospedeiro). Importante para o diagnóstico e medidas de controle. CICLO BIOLÓGICO DOS PIOLHOS EM GERAL: No hospedeiro (Anoplura e Mallophaga): ovo- ninfa- adulto (macho e fêmea). Hemimetábolos. Completa-se em 25 a 35 dias. Ovos (lêndeas) são colocados presos ao pêlo e em contato com a pele eclodem as ninfas, passam a adultos que se locomovem pelo corpo do animal (Mastigadores) ou permanecem presos ao pelo (Anoplura). LOCALIZAÇÃO NO HOSPEDEIRO: Preferencialmente na parte superior do corpo, desde a cabeça até a cauda. Há exceções: H. quadripertusus (vassoura da cauda). H. suis (nas dobras da pele atrás da orelha e região púbica= início da infestação). Menopon/Menacanthus - (penas que cobrem o corpo). SAZONALIDADE: Mais freqüente no inverno. O pêlo cresce e forma um micro-habitat. No RS há problemas nesta época do ano por causa do frio (animais ficam mais próximos uns dos outros ou são estabulados). Deve-se tratar antes os animais. IMPORTÂNCIA DOS PIOLHOS: Os anopluras são mais patogênicos do que os mastigadores, pois provocam perda de sangue, tem capacidade de transmitir agentes patogênicos, abrem uma porta de entrada para infecções secundárias, há o enfraquecimento dos animais e irritações na pele. CONTROLE DOS PIOLHOS: -Produtos químicos em banhos de imersão ou aspersão com pressão. Repetir em 10 a 14 dias. -Pente fino. -Inseticida em pó nos ninhos. -Limpeza e esterilização dos fômites. -Produtos pour-on. -Ivermectinas para sugadores. 75 ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro Phthiraptera-Piolhos Trichodectes Heterodoxus Felicola Linognathus Haematopinus Bovicola Struthiolipeurus Lipeurus Columbicola Pediculus Chelopistes Goniodes Pthirus 76
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