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Piolhos - Apostila

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______________________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________________ 
Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
CLASSE INSECTA 
ORDEM PHTHIRAPTERA 
 
Parasita de aves e mamíferos. Os piolhos 
mastigadores possuem a cabeça mais larga do 
que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a 
cabeça mais estreita que o tórax. 
 
Três Subordens: 
-Amblycera (antena escondida)- Piolhos 
mastigadores. 
-Ischnocera (antena livre).- Piolhos 
mastigadores. 
-Anoplura – Piolhos sugadores. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS PIOLHOS 
MASTIGADORES (MALÓFAGOS): 
 Cerdas pelo corpo. 
 Ausência de asas. 
 Passam toda a vida no hospedeiro, 
agarrados aos pêlos ou penas. 
 Metamorfose incompleta 
(hemimetábolos). 
 Certa especificidade para cada espécie, 
mas o mesmo animal pode ser 
parasitado por várias espécies. 
 Maior quantidade de piolhos no inverno 
(por causa da temperatura) pela 
aglomeração de indivíduos. 
 A fêmea produz uma substância 
cimentante nas suas glândulas 
coletéricas que permite que os ovos 
fiquem colados ao pelo ou penas. 
 
IMP. MED.VET DOS PIOLHOS: 
O animal se coça, não se alimenta bem, fica 
irritado, com má aparência e podem aparecer 
Figura 48. Ovo (lêndea) de piolho de aves 
fixado à pena. 
PARTE VI 
 Piolhos 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 47. Características de um piolho 
anoplura (sugador). 
65
______________________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________________ 
Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
infecções secundárias, o que gera perda de 
peso e queda na produtividade. 
As espécies que infestam aves são mais 
daninhas que aquelas ectoparasitas de 
mamíferos. 
Quando a infestação é muito grande, o animal 
torna-se irritadiço, espoja-se na terra, coça-se 
muito, não descansa, adquire péssima 
aparência e pouco se reproduz. De tanto se 
coçarem acabam arrancando as penas ou os 
pêlos, escarificando a pele, o que resulta em 
ferimentos agravados por invasão bacteriana. 
A espécie Trichodectes canis pode servir como 
hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum 
um cestódeo parasito do cão e ocasionalmente 
do homem (através da ingestão do piolho 
contendo a larva do cestódeo). 
As espécies que vivem rentes à pele das aves 
podem causar sérios prejuízos. Menacanthus 
stramineus (piolho de aves) irrita a pele 
provocando descamação epitelial e afloramento 
de sangue do qual se alimentam. 
 
PERÍODO EMBRIONÁRIO - Dura cerca de uma 
semana. 
 
CICLO BIOLÓGICO GERAL DOS 
MALÓFAGOS (PIOLHOS MASTIGADORES): 
Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – adulto. 
Ninfas são parecidas com os adultos, exceto 
pela ausência de edeago no macho e 
gonopódios nas fêmeas. 
 
DURAÇÃO DO CICLO: 
Mais ou menos 20 dias. 
 
ALIMENTAÇÃO: 
Os piolhos mastigadores se alimentam de 
bárbulas de penas e de células de descamação 
da pele. Algumas espécies ingerem sangue que 
aflora à superfície da pele. 
 
DISSEMINAÇÃO: 
Através de contato direto, fora do hospedeiro 
morrem em três a sete dias. 
 
LONGEVIDADE SOBRE O ANIMAL: 
20 a 40 dias 
 
ESPECIFICIDADE: 
Possuem alta especificidade. (Um mesmo 
hospedeiro pode ser parasitado por várias 
espécies de malófagos, mas dificilmente 1 sp. 
de malófago adapta-se a outro hospedeiro que 
não o seu). São mais ou menos adaptados a 
determinadas regiões do corpo. 
 
CONTROLE: 
 Tratar e manter os animais isolados e em 
boas condições de higiene. 
 A ocorrência de malófagos é bastante 
comum, principalmente, nos meses mais 
frios. 
 Deve-se tratar com inseticidas duas vezes 
por semana durante três a quatro semanas. 
 Os malófagos passam toda a sua vida entre 
as penas e os pêlos de seus hospedeiros, 
onde põem os seus ovos, em grandes 
massas, sempre colados ao substrato. 
 Tratar com inseticidas repetindo após 10 a 
14 dias. 
 
SUBORDEM AMBLYCERA 
CARACTERÍSTICAS: 
 Palpos maxilares presentes. 
66
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
 Antenas com quatro segmentos. 
 Fossetas antenais (depressão para guardar 
as antenas). 
 Piolhos mastigadores. 
 
FAMÍLIA MENOPONIDAE 
GÊNERO: Menopon 
ESPÉCIE Menopon gallinae 
HOSPEDEIROS: Aves. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Possui a cabeça mais larga que o tórax. 
 Apresenta dois tufos de cerdas no quinto
 
segmento abdominal. 
 Menores que um centímetro. 
 Ápteros. 
 Abdômen com uma fileira de cerdas dorsal 
em cada segmento. 
 Espinhos gástricos visíveis. 
 Tarso com duas garras. 
 
GÊNERO: Menacanthus 
ESPÉCIE Menacanthus stramineus 
HOSPEDEIROS: Aves. Parasita de galinhas, 
perus, faisões e excepcionalmente pombos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Duas fileiras de cerdas longas e curtas nos 
segmentos abdominais. 
 Fronte provida de processo espinhoso 
Figura 51. Menopon sp. piolho mastigador 
das aves. 
Figura 52. Menacanthus sp. piolho mastigador de 
aves. 
Tufos de 
cerdas 
Figura 50. Segmento abdominal de 
Menopon mostrando os tufos de cerdas 
Figura 49. Cabeça de um Amblycera. 
Palpo
Antena 
67
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
recurvo para trás e para baixo. 
 Antenas com quatro segmentos. 
 Possuem palpos. 
 
FAMÍLIA BOOPIDAE 
GÊNERO Heterodoxus 
ESPÉCIE Heterodoxus spiniger 
HOSPEDEIROS: Cão 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Dois espinhos na região dorsal da cabeça 
 Cabeça subtriangular 
 Têmporas estreitas, não salientes. 
 Parte inferior da cabeça com 2 ganchos 
voltados para trás e implantados junto à 
base dos palpos maxilares 
 Palpos maxilares com 4 artículos 
 Protórax livre 
 Uma fileira de cerdas longas no abdômen 
com tergitos e pleuritos bem quitinizados 
 Duas garras nos tarsos 
 Parasito de cães 
 
SUBORDEM ISCHNOCERA 
 
CARACTERÍSTICAS 
 Palpos maxilares ausentes. 
 Antenas filiformes (três a cinco segmentos). 
 Sem fossetas antenais (antenas livres). 
 Piolhos mastigadores. 
 
FAMÍLIA TRICHODECTIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Três segmentos antenais. 
 Uma garra ligada ao hospedeiro. 
 
GENERO Trichodectes 
ESPÉCIE Trichodectes canis 
HOSPEDEIROS: Cão 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça hexagonal. 
 Uma só garra. 
 Antenas com três segmentos. 
 Têmporas sem lobos posteriores. 
 Fronte arredondada. 
 Todos segmentos abdominais com placas 
pleurais (pleuritos). 
 Estigmas respiratórios do segundo ao 
sétimo segmento (seis pares). 
 Cerdas abdominais longas. 
 Edeago grande. 
 Não tem palpos. 
 Vetor de Dipylidium caninum para cães. 
 
Figura 54. Trichodectes sp., piolho 
mastigador de cães. 
Placas pleurais 
Figura 53. Heterodoxus sp. piolho 
mastigador de cães. 
Tergitos 
Pleuritos 
68
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa SilviaGonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
GÊNERO Bovicola 
ESPÉCIE Bovicola sp. 
HOSPEDEIROS: Ruminantes 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça arredondada com a “bochecha” 
repartida. 
 Cerdas abdominais curtas, iguais e em filas 
transversais. 
 Manchas nos tergitos. 
 Cabeça tão larga quanto longa 
 
GÊNERO Felicola 
ESPÉCIE Felicola subrostrata 
HOSPEDEIROS: Felinos 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça com aspecto pentagonal, olhos 
atrás das antenas. 
 Três pares de estigmas respiratórios 
abdominais. 
 Cerdas abdominais muito curtas. 
 Abdômen do macho com pequena saliência 
posterior formada pelo último segmento. 
 Antenas sem dimorfismo sexual. 
 
FAMÍLIA PHILOPTERIDAE 
Cinco segmentos antenais com 2 garras ligadas 
ao hospedeiros. 
 
GÊNERO Goniodes 
ESPÉCIE Goniodes sp 
HOSPEDEIROS: Aves 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça em forma de chapéu e com 2 
cerdas longas nas extremidades laterais. 
 Tarsos com duas garras. 
 Antenas com cinco segmentos imbricados 
nos dois sexos, o último segmento não 
Figura 56. Felicola, piolho 
mastigador de felinos. Figura 57. Goniodes sp., piolho 
mastigador de aves. 
Figura 55. Bovicola sp., piolho 
mastigador de ruminantes. 
Tergitos 
69
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
clavado. 
 Tem apêndices recurvos em gancho na 
frente 
 
GÊNERO Lipeurus 
ESPÉCIE Lipeurus sp 
HOSPEDEIROS: Aves. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
-Corpo e cabeça alongados. 
-Fronte larga, arredondada no ápice. 
-Mancha mediana no tórax. 
 
SUBORDEM ANOPLURA 
CARACTERÍSTICAS 
 Piolhos picadores-sugadores (hematófagos). 
 Ausência de asas. 
 Garras grandes. 
 Passam toda a vida agarrados aos pêlos do 
hospedeiro. 
 Metamorfose incompleta (Hemimetábolos). 
 Transmissores de Rickettsia prowasekii 
causador da febre das trincheiras em 
situações de guerra, microorganismo que 
fica no piolho e através das fezes deste, 
penetra nas feridas. 
 
FAMÍLIA PEDICULIDAE 
GÊNERO Pediculus 
ESPÉCIE Pediculus humanus 
HOSPEDEIROS: Humanos 
LOCAL: Cabeça 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Olhos grandes. 
 Corpo alongado, cabeça ovóide. 
 Tórax sem segmentos aparentes. 
 Cinco segmentos nas antenas. 
 Olhos simples. 
 Abdômen com sete segmentos. 
 Presença de um rostelo ou dentes pré-
estomais para cortar a pele. 
 Placas pleurais bem quitinizadas. 
 Presença de gonopódios nas fêmeas (duas 
saliências côncavas internamente e situadas 
uma de cada lado do orifício genital) com 
que se prende aos pêlos durante a 
ovipostura para o alinhamento dos ovos. 
 
Figura 58. Lipeurus sp. piolho 
mastigador de aves. 
Figura 59. Olhos de Pediculus sp. 
Olhos 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
BIOLOGIA: 
A fêmea põe ovos operculados nas bases dos 
pêlos ou nos fios das vestimentas (conforme 
subespécie). A fixação no pêlo ou fio se dá por 
uma substância secretada por glândulas 
especiais (glândulas coletéricas). 
Cada fêmea põe cerca de 7 a 10 ovos 
diariamente (Lêndeas). 
Período de incubação dos ovos - 8 a 9 dias em 
condições ideais de temperatura e umidade (33 
a 40o C e 90% U. R.). 
Hemimetabólicos- ovo- ninfa (três mudas) – 
adulto. 
Desenvolvimento pós-embrionário: 8 a 9 dias. 
Longevidade dos adultos – 9 a 10 dias. 
 
CICLO TOTAL – Em média 18 dias (em 
condições favoráveis de temperatura e 
umidade). 
Picam o homem intermitentemente (picada dura 
3 a 10 minutos ou mais). São mais ativos à noite 
ou durante o descanso do paciente. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA: 
São encontrados em indivíduos de baixo 
escalão social, principalmente que não tem 
muita higiene. 
As picadas provocam prurido e erupções na 
pele, agravadas pela invasão de agentes 
secundários. Há correlação entre o grau de 
infestação e o comprimento dos cabelos 
(Mulheres são mais parasitadas que homens). 
 
DOENÇAS QUE TRANSMITEM: 
1-Tifo exantemático - Causado pela Rickettsia 
prowaseki - os piolhos se infectam ao sugarem 
sangue de um indivíduo doente. A transmissão 
não se dá pela picada do inseto, nem pela via 
transovariana. A transmissão da infecção se dá 
pela contaminação de feridas da pele com as 
fezes dos piolhos ou pelo esmagamento do 
conteúdo intestinal em áreas em abrasão. Os 
piolhos morrem da infecção em poucos dias. 
(invade os tecidos dos piolhos destruindo as 
células.) O ato de esmagar o piolho com os 
polegares possivelmente ocasiona a infecção. A 
rickettsia pode permanecer viva e virulenta nas 
fezes do piolho durante 66 dias. 
 
2-Febre das trincheiras- Transmitida pela 
Rickettsia quintana- O nome surgiu porque a 
doença apareceu entre os soldados que 
combatiam nas trincheiras durante a primeira 
guerra mundial (mais de 1 milhão de casos). O 
doente apresenta febre com dores 
generalizadas somente durante cinco dias, por 
isso é denominada quintana. O sangue, porém é 
infectante por quase dois meses. Não é injuriosa 
aos piolhos (se multiplica no lúmem intestinal) 
Fonte de infecção é a picada ou fezes. Fezes 
secas conservam poder infectante durante muito 
tempo, de modo que a infecção pode ser 
transmitida também por inalações. 
 
Figura 60. Pediculus humanus piolho 
sugador de humanos. 
Placas pleurais 
71
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
3-Febre recorrente-Transmitida pela Borrelia 
recurrentis (É uma espiroqueta que se 
desenvolve na hemocele do inseto). O homem 
só se infecta pelo esmagamento do inseto e 
libertação do conteúdo da hemocele em 
qualquer ferimento da pele. 
 
GÊNERO Pthirus 
ESPÉCIE Pthirus pubis 
HOSPEDEIROS: Humanos. 
LOCALIZAÇÃO: Púbis, axilas, sobrancelhas, 
cílios (regiões de bastante cabelo). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Garras enormes. 
 Tórax mais largo que o abdômen. 
 Pernas robustas. 
 Primeiro par de patas é menos 
desenvolvido. 
 Unhas do segundo e terceiro par de patas 
fortemente recurvadas. 
 Abdômen com os cinco primeiros 
segmentos fusionados. 
 Abdômen apresenta lateralmente quatro 
tubérculos salientes com cerdas nas 
extremidades. 
 Os espiráculos 3, 4 e 5 estão na mesma 
linha transversal. 
 
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS: 
 É chamado de “chato” porque é achatado. 
 Precisam da temperatura corporal para 
sobreviver. Só suportam dois dias fora do 
hospedeiro. 
 Ciclo de ± 16 dias (de ovo a ovo ± 30 dias), 
com 30 dias de vida adulta. 
 
BIOLOGIA: 
Não é de muita atividade, permanecendo preso 
a dois pêlos durante vários dias, quase sempre 
com as peças bucais presas na pele do 
hospedeiro. 
Além da região pubiana pode ser encontrado em 
regiões densamente pilosas (cabeça, 
sobrancelhas, axilas, etc.). 
Após a cópula que se realiza no hospedeiro, a 
fêmea põe ovos nos pêlos da região pubiana ou 
de outras. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 a 8 dias. 
 
DESENVOLVIMENTO: 13 a 16 dias. 
 
CICLO TOTAL: 30 dias. 
 
SOBREVIVÊNCIA FORA DO HOSPEDEIRO: 
Adultos e ninfas vivem dois a três dias. 
 
LONGEVIDADE NO HOSPEDEIRO: 30 dias. 
 
Figura 61. Pthirus sp., conhecido por 
chato, piolho sugador de humanos. 
Tubérculos 
72
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
DISSEMINAÇÃO: Principalmente por via 
sexual. Também através de toalhas, roupas, 
assentos de privadas, etc.. 
OBS: Não se conhece transmissão de doenças, 
mas sua presença causa prurido mais ou menos 
intenso, que incomoda o indivíduo. As picadas 
produzem manchas azuladas na pele devido a 
saliva das glândulas reniformes. 
 
FAMÍLIA HAEMATOPINIDAE 
GÊNERO Haematopinus 
HOSPEDEIROS: Ruminantes, suínos, bubalinos 
e eqüinos. 
 
-Haematopinus eurysternus (bovino)- 
-Ocorre mais freqüentemente em animais 
adultos. 
-Clima temperado - No inverno os animais ficam 
confinados no interior de estábulos ocorrendo 
aumento considerável da população de piolhos. 
-Regiões corporais - Pescoço, base da cauda e 
chifres, nas infestações altas a parasitose se 
generaliza por todo o corpo. 
-Verão - os piolhos são raros, limitando-se à 
orelha e locais onde os pêlos são mais longos. 
-Brasil - Não constitui problema de grande 
significação, provavelmente devido ao fato 
de não resistirem aos raios solares diretos e a 
temperatura elevada do corpo do animal. 
 
-Haematopinus quadripertusus- (bovino) 
-Ocorre no Brasil (espécie mais prevalecente 
nos trópicos). 
-Fêmeas põem ovos quase que exclusivamente 
nos pêlos da cauda do animal. 
-Ninfas sobem para regiões da cabeça, do 
pescoço e outras onde se tornam adultas. 
 
-Haematopinus suis-(suínos) 
-Piolho dos animais domésticos. 
-Muito comum no Brasil. 
-Regiões mais freqüentes - Dobras do pescoço, 
base das orelhas e entre as pernas. 
 
-H. asini- (equídeos) 
-Base da crina e base da cauda. 
 
-H. tuberculatus- (búfalos) 
-Podem parasitar bovinos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça estreita e alongada. 
 Sem olhos. 
 Antenas com 5 segmentos. 
 Tórax largo. 
 Coxim tibial entre a base da tíbia e tarso. 
 Abdômen alargado. 
 Todas as patas iguais. 
 Placas pleurais e parapleurais. 
 Tubérculos pós-antenais. 
 Machos possuem um pênis ou edeago. 
 
Figura 62. Haematopinus sp. piolho 
sugador de ruminantes, suínos e eqüinos. 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
 
BIOLOGIA: 
 Ectoparasitos de animais domésticos com 
ciclo biológico parecido ao descrito dos 
piolhos humanos. 
 Fêmeas põem ovos nos pêlos dos 
hospedeiros fixando-os com uma substância 
cimentante. 
 Fêmea põe em média 3 a 6 ovos/dia. 
 Ciclo de 9 a 19 dias. Adultos vivem 30 dias. 
 Concentra-se em pêlos longos. 
 Três estádios ninfais, cada estádio: três a 
quatro dias. 
 Hemimetabólicos. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
É de 9 a 19 dias dependendo da espécie, das 
condições de temperatura e umidade e do meio 
em que são mantidos os animais (ovos não se 
desenvolvem em temperatura inferior a 25
o
). 
 
PERÍODO DE PRÉ-OVIPOSIÇÃO: 
É em média de três dias, a fêmea inicia postura 
que dura vários dias. 
Número de ovos varia com a espécie (um a 
quatro por dia). H. suis (mais ou menos 90 ovos, 
cerca de 3 a 6 por dia). 
 
CICLO TOTAL-20 a 40 dias dependendo da 
espécie e fatores ambientais. 
 
IMP.MED.VET: 
-Leva a perda de produtividade dos animais. 
-A picada do piolho, com inoculação de saliva 
irritante, provoca prurido, obrigando o animal a 
se coçar e morder o local da picada para se 
livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar 
ferida que se agrava pela invasão de germes, 
com evidente prejuízo para saúde dos animais. 
A pele pode se tornar seca com aspecto de 
sarna. Os animais parasitados, injuriados 
permanentemente pelos piolhos, não se 
alimentam direito nem descansam, o que origina 
queda de produção e prejuízo para os 
fazendeiros. 
 
FAMÍLIA LINOGNATHIDAE 
GÊNERO Linognathus 
Linognathus setosus (cães) 
L. vituli (bovinos) 
L. pedalis (ovinos) 
 
HOSPEDEIROS: Cães, ruminantes. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Sem placas quitinizadas. 
 Abdômen membranoso. 
 Primeiro par de patas é menor que o 
segundo e o terceiro. 
 Cinco segmentos nas antenas. 
 
HOSPEDEIROS: 
Figura 63. Linognathus sp., piolho sugador 
de cães e ruminantes. 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
L. vituli - bovinos leiteiros e animais novos. 
Encontrados no pescoço, barbelas, espáduas, 
períneo, etc.. 
L. setosus - Cães (novos e velhos)- mais 
comum em cães de pêlos longos do que de 
pelagem curta. 
 
BIOLOGIA: 
 Parecida com Haematopinus. 
 Fêmeas depositam ovos nos pêlos do 
hospedeiro. 
 Três estádios ninfais. 
 Duração do ciclo 30 a 40 dias (depende da 
espécie). 
 
TRATAMENTO DOS PIOLHOS EM GERAL: 
-Medidas de higiene. 
-Aplicação de inseticida. 
-Alguns Inseticidas não agem sobre lêndeas, 
então, recomenda-se uma segunda aplicação 
após 10 a 14 dias. 
 
ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA: 
Identificação das espécies, direcionar o 
tratamento para a espécie afetada (hospedeiro). 
Importante para o diagnóstico e medidas de 
controle. 
 
CICLO BIOLÓGICO DOS PIOLHOS EM 
GERAL: 
 No hospedeiro (Anoplura e Mallophaga): 
ovo- ninfa- adulto (macho e fêmea). 
 Hemimetábolos. 
 Completa-se em 25 a 35 dias. 
 Ovos (lêndeas) são colocados presos ao 
pêlo e em contato com a pele eclodem as 
ninfas, passam a adultos que se locomovem 
pelo corpo do animal (Mastigadores) ou 
permanecem presos ao pelo (Anoplura). 
 
LOCALIZAÇÃO NO HOSPEDEIRO: 
Preferencialmente na parte superior do corpo, 
desde a cabeça até a cauda. 
Há exceções: 
 H. quadripertusus (vassoura da cauda). 
 H. suis (nas dobras da pele atrás da orelha 
e região púbica= início da infestação). 
 Menopon/Menacanthus - (penas que 
cobrem o corpo). 
 
SAZONALIDADE: 
Mais freqüente no inverno. 
O pêlo cresce e forma um micro-habitat. 
No RS há problemas nesta época do ano por 
causa do frio (animais ficam mais próximos uns 
dos outros ou são estabulados). Deve-se tratar 
antes os animais. 
 
IMPORTÂNCIA DOS PIOLHOS: 
Os anopluras são mais patogênicos do que os 
mastigadores, pois provocam perda de sangue, 
tem capacidade de transmitir agentes 
patogênicos, abrem uma porta de entrada para 
infecções secundárias, há o enfraquecimento 
dos animais e irritações na pele. 
 
CONTROLE DOS PIOLHOS: 
-Produtos químicos em banhos de imersão ou 
aspersão com pressão. Repetir em 10 a 14 dias. 
-Pente fino. 
-Inseticida em pó nos ninhos. 
-Limpeza e esterilização dos fômites. 
-Produtos pour-on. 
-Ivermectinas para sugadores. 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Phthiraptera-Piolhos 
 
Trichodectes Heterodoxus
Felicola
Linognathus
Haematopinus
Bovicola
Struthiolipeurus
Lipeurus
Columbicola
Pediculus
Chelopistes
Goniodes
Pthirus
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