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DEFINIÇÃO O resfriado comum é uma síndrome respiratória superior caracterizada por rinorreia e obstrução nasal, frequentemente acompanhada por garganta inflamada, espirros e tosse. Essa síndrome viral está entre as enfermidades mais comuns da humanidade, isso porque “Resfriado comum” é um termo que engloba, de maneira genérica, várias doenças identificadas por: rinite infecciosa aguda, rinofaringite/ nasofaringite aguda, coriza aguda e inflamação nasal aguda. EPIDEMIOLOGIA A incidência dos resfriados comuns diminui com a idade, de, pelo menos, 6 episódios por ano em crianças comuns para aproximadamente 2 episódios por ano em adultos. A incidência da doença é mais alta em adultos que têm exposição ocupacional ou doméstica a crianças e em crianças que frequentam creches. O resfriado comum ocorre o ano todo em climas temperados, mas tem um aumento entre o início do outono e o final da primavera. Essa “temporada” de resfriado comum consiste em surtos sequenciais provocados por diferentes vírus respiratórios. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA Quase todas as infecções do trato respiratório superior inespecíficas são causas por vírus, que podem ser de diferentes famílias e tipos antigênicos. Exemplo: há pelo menos 100 imunotipos de rinovírus. O rinovírus é um vírus RNA que infecta o epitélio respiratório e é responsável pela metade dos casos de resfriado comum, o que faz jus a seu apelido: “o vírus do resfriado comum”. Além disso, também pode causar bronquite crônica, asma e associado a bronquiolite em crianças pequenas. Além do rinovírus, há também 3 imunotipos de vírus influenza, 4 imunotipos de vírus parainfluenza, 47 imunotipos de adenovírus, pelo menos 3 imunotipos do coronavírus, vírus sincicial respiratório e metapneumovírus. FISIOPATOLOGIA O resfriado comum é iniciado pela infecção do epitélio. Alguns vírus produzem um dano evidente no epitélio respiratório (influenza e adenovírus), outros tem pouco ou nenhum impacto detectável no epitélio (sincicial respiratório). Além disso, todos os vírus estimulam uma resposta inflamatória não específica do hospedeiro que parece ser responsável por muitos dos sintomas associados com o resfriado comum. O risco de infecção após a exposição aos vírus respiratórios depende da presença de anticorpos neutralizantes específicos. As respostas dos anticorpos para os rinovírus e vírus influenza são protetoras contra a infecção subsequente, mas devido a alta taxa de sorotipos diferentes no rinovírus e a mutação rápida dos antígenos no influenza, ainda ocorre a infecção. Já o vírus parainfluenza, os vírus sinciciais e os metapneumovírus não produzem imunidade protetora, então a reinfecção é comum. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sinais e sintomas são semelhantes a outras infecções do trato respiratório superior, mas não possui uma localização anatômica específica, como, por exemplo, laringite na laringe. Os sinais e sintomas são variáveis e diferem entre os pacientes, mesmo quando causados pelo mesmo vírus. Por outro lado, a variedade talvez reflita as diferenças nas respostas do organismo infectante, como, por exemplo, mialgia e fadiga podem ocorrer nas infecções por influenza e parainfluenza, e a presença de conjuntivite sugere infecção por adenovírus ou enterovírus. A incubação do resfriado comum geralmente é curta, variando de dois a oito dias, embora os adenovírus possam ter a incubação de até 13 dias. Dor ou irritação na garganta é frequentemente a primeira manifestação. A obstrução nasal e a rinorreia desenvolvem-se rapidamente e, 2 ou 3 dias depois, ocorrem os sintomas mais incômodos. A tosse normalmente se desenvolve mais tarde. O resfriado normalmente dura por até 1 semana, e em poucas pessoas até 2 semanas. PRINCIPAIS SINTOMAS: rinorreia (purulenta ou não), congestão nasal, tosse e dor de garganta. SINTOMAS VARIÁVEIS: febre (mais comum em crianças pequenas e lactentes), mal-estar, espirros, linfadenopatia (aumento palpável de linfonodos) e rouquidão. Os achados físicos são limitados ao trato respiratório superior. O aumento da secreção nasal frequentemente é evidente para o examinador. Alteração na cor ou na consistência das secreções é comum durante o curso da doença e não é indicativa de sinusite ou superinfecção bacteriana. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é pouco preciso nos primeiros dias de sintomas. A rinite alérgica tem um conjunto de sintomas parecidos com os do resfriado comum, embora a presença de coceira no nariz ou na conjuntiva sugira doença alérgica. A maioria dos pacientes sabe diferenciar essas enfermidades. Exames laboratoriais de rotina não são úteis para o diagnóstico e tratamento do resfriado comum. Embora os patógenos virais associados com o resfriado comum possam ser detectados por cultura, detecção de antígenos, reação em cadeia de polimerase ou métodos sorológicos, esses exames são de pouca utilidade, exceto se houver possibilidade de instituir tratamento com agente antiviral. TRATAMENTO Há poucas opções específicas de tratamento, apesar das novas modalidades diagnósticas que podem determinar a etiologia viral. Além disso, não vale a pena. Em adultos saudáveis, geralmente não há necessidade de se proceder uma investigação específica para além do diagnóstico clínico. Os antibióticos não são indicados no tratamento das ITRSs inespecíficas, e o seu mau uso facilita o surgimento de resistência aos antimicrobianos. O tratamento deve ser apenas sintomático, com o uso de descongestionantes e anti-inflamatórios não esteroides. Esses medicamentos têm eficácia demonstrada em adultos, mas não claramente benéficas em crianças e não são recomendados para crianças menores de quatro anos. Os ensaios clínicos feitos com zinco, vitamina C, equinácea (planta medicinal) e outros remédios alternativos não demonstram qualquer benefício consistente no tratamento das ITRSs inespecíficas. PROGNÓSTICO O resfriado comum, geralmente, não tem muito significado médico. Contudo, essas enfermidades são frequentemente complicadas por otite média ou sinusite, que podem ser resultado direto da infecção viral ou podem ocorrer em função de uma superinfecção bacteriana. As exacerbações de asma e de bronquite crônica também são complicações importantes do resfriado comum. Os vírus influenza já causaram 5 pandemias de variadas gravidades ao longo dos últimos 120 anos. A pandemia de 1918 a 1919 (pós 1ª Guerra- mundial) provocou, pelo menos, 500.000 mortes nos Estados Unidos e mais de 40 milhões pelo mundo. As epidemias recentes causaram em média mais de 36.000 mortes relacionadas com problemas respiratórios e circulatórios e mais de 200.000 hospitalizações apenas nos Estados Unidos. DEFINIÇÃO O vírus causador infecta o trato respiratório, é altamente contagioso e produz sintomas logo no início da doença. EPIDEMIOLOGIA Influenza é uma doença respiratória febril aguda que ocorre em surtos anuais de gravidade variável e causa epidemias e pandemias imprevisíveis. ETIOLOGIA Agente etiológico: INFLUENZA. Os vírus influenza são divididos em 3 tipos: A, B, C e se distinguem por suas proteínas internas e externas. Enquanto os vírus da influenza B e C são principalmente patógenos humanos, os vírus influenza A infectam principalmente aves aquáticas e às vezes outros hospedeiros animais, incluindo outras aves, suínos, cavalos, mamíferos marinhos, felinos e cães. Os vírus da influenza A são classificados em subtipos de acordo com suas glicoproteínas HA e NA. 16 subtipos de HA e 9 de NA são reconhecidos na natureza, mas apenas 3 HAs (H1, H2 e H3) e 2 NAs (N1 e N2) foram documentadas até agora nos vírus de influenza A humana. Cada cepa é identificada por tipo, subtipo, local, número da amostra e ano do isolamento.FISIOPATOLOGIA A infecção pelo vírus influenza é transmitida de pessoa a pessoa por secreções respiratórias que contém vírus. Uma vez iniciada a infecção viral do epitélio do trato respiratório, ciclos sucessivos de replicação viral infectam grandes números de células e resultam na destruição do epitélio ciliado. MAMIFESTAÇÕES CLÍNICAS SÍNDROME GRIPAL: Um início abrupto de doença, com sensação de febre, frio, calafrios, cefaleia, mialgia e mal-estar ocorre em menos de dois terços dos casos. Sintomas sistêmicos predominam inicialmente, e prostração ocorre nos casos mais graves. Mialgia e cefaleia são os sintomas iniciais mais incômodos, e a sua gravidade é relacionada com o nível de febre. Às vezes, sintomas oculares, incluindo fotofobia, lacrimejamento, ardência e dor à movimentação dos olhos, estão presentes. Sintomas respiratórios, particularmente tosse seca e corrimento nasal, também estão geralmente presentes desde o início, mas são superados pelos sintomas sistêmicos. Obstrução nasal, rouquidão e dor de garganta também são comuns. Cefaleia, mal-estar, mialgia (dor muscular), febre, rinorreia, odinofagia (deglutição com dor), linfadenopatia (aumento palpável dos linfonodos), tosse não produtiva; DIAGNÓSTICO TESTES LABORATORIAIS: testes moleculares (alta sensibilidade, 1 a 8 h), teste antígeno rápido (menor sensibilidade, 15 minutos), cultura viral (alta sensibilidade, 48 a 72h). TRATAMENTO Todos que, em epidemia, que for se beneficiar do tratamento e, em casos esporádicos, apenas em quem ter fator de risco para infecção por gripe (profissionais de saúde ou próximos de quem já teve a gripe). Os testes devem ser feitos o mais rápido possível, pois o pico da transmissão ocorre entre as 24h e 48h dos primeiros sintomas. O tratamento antiviral é recomendado o mais rápido possível para os pacientes com comprovação ou suspeita de influenza que manifestam enfermidade grave, complicada ou progressiva; pacientes hospitalizados; ou com condições subjacentes que aumentem o risco para complicações, incluindo adultos com mais de 64 anos de idade e crianças com menos de 5 anos de idade. PACIENTES EM ALTO RISCO: crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 65 anos, doentes crônicos, imunossupressores, gestantes, obesos mórbidos, residentes em serviço de saúde. Tratamento com OSELTAMIVIR: pacientes de alto risco com internação hospitalar e de baixo risco em menos de 48h dos sintomas. Além disso, para todos deve-se prescrever analgésicos, anti- inflamatórios não esteroides e supressor de tosse. Refere-se ao quadro inflamatório que envolve os seios paranasais. Normalmente o seio maxilar é o mais afetado, seguido pelos seios etmoidais, frontais e esfenoidais. Todos os seios paranasais são revestidos por epitélio respiratório produtor de muco; esse muco é transportado pela ação ciliar para dentro da cavidade nasal. Esse muco, normalmente, não se acumula nos seus paranasais. A deficiência parcial ou total do movimento ciliar ou a obstrução dos óstios dos seios pode resultar na retenção de secreções, desencadeando sinais e sintomas de Rinossinusite. Normalmente é classificada de acordo com a duração da doença (aguda ou crônica), a etiologia (infecciosa ou não) e, quando infecciosa, o tipo de patógeno implicado (viral, bacteriana ou fúngica). DEFINIÇÃO Com duração menor a 4 semanas, representa a grande maioria dos casos. A maior parte dos diagnósticos é feito em ambulatório, e a doença ocorre principalmente como consequência de uma ITRS viral precedente. A distinção entre rinossinusite aguda bacteriana e viral com base apenas nos achados clínicos é difícil. Não surpreende, portanto, que se prescrevam antibióticos com tanta frequência (85-98% dos casos) para essa doença. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA A rinossinusite viral é muito mais comum do que a bacteriana. Os vírus mais encontrados em estudos são: rinovírus, vírus parainfluenza e o vírus influenza. a obstrução dos ostios pode ocorrer por causas infecciosas ou não. As não infecciosas são: rinite alérgica (edema da mucosa ou obstrução por pólipo), barotrauma (mergulho profundo ou viagem aérea) e exposição a irritantes químicos. A obstrução pode ocorrer por tumores nasais ou dos seios (carcinoma de células escamosas) ou doenças granulomatosas, e nas situações de modificação no conteúdo do muco (fibrose cística). As causas bacterianas de rinossinusite são mais bem caracterizadas. MAMIFESTAÇÕES CLÍNICAS Otalgia acompanhada de dor maxilar, hiposmia (perda do olfato), halitose, rinorreia com tosse principalmente noturna, congestão nasal e dor/pressão facial. Em sua maioria, os casos de rinossinusite aguda ocorrem após ou durante ITRS viral, e pode ser difícil diferenciar seus quadros clínicos, sendo que a sucessão dos sintomas é importante para o diagnóstico. Grande parte dos pacientes com resfriado tem inflamação dos seios paranasais, porém apenas 0,2% a 2% evoluem com complicações. Entre os sinais e sintomas comuns à apresentação nos pacientes com rinossinusite, estão corrimento e congestão nasais, dor facial à compressão e cefaleia. Muitos acreditam que um corrimento nasal espesso, purulento ou de cor alterada seja um sinal de rinossinusite, mas esse sinal também ocorre precocemente nas infecções virais, como o resfriado comum, não podendo ser considerado específico da rinossinusite bacteriana. Outras manifestações são tosse, espirros e febre. A dor de dente, principalmente quando afeta os molares superiores, e a halitose ocasionalmente estão associadas à rinossinusite bacteriana. Na rinossinusite aguda, a dor sinusal à compressão muitas vezes tem a mesma localização do seio acometido (particularmente o seio maxilar) e pode se agravar quando o paciente se curva ou se deita. Algumas complicações da rinossinusite potencialmente fatais são meningite, abscesso extradural e abscesso cerebral. Os pacientes com rinossinusite aguda hospitalar com frequência estão em estado crítico e, por esse motivo, não apresentam as características clínicas típicas da doença sinusal. No entanto, deve-se suspeitar do diagnóstico quando pacientes com fatores de risco compatíveis (p. ex., intubação nasotraqueal) evoluem com febre sem outra causa evidente. DIAGNÓSTICO No ambulatório é difícil distinguir entre rinossinusite bacteriana e viral em razão da sensibilidade e especificidade relativamente baixas das manifestações clínicas comuns. É um diagnóstico clínico! Não necessita do uso de exames de imagem, salvo casos suspeitos de complicações. Uma característica clínica tem sido usada para ajudar a orientar as decisões diagnósticas é a duração da doença. Como a rinossinusite bacteriana aguda é incomum em pacientes com sintomas há menos de 10 dias, recomenda-se reservar esse diagnóstico aos casos com sintomas persistentes. Em pacientes que apresentam sintomas de (1) secreção nasal purulenta, (2) obstrução nasal e (3) dor na face, com sintomas há mais de 10 dias nos adultos e 14 dias em crianças, ainda apenas 40 – 50% dos casos apresentam, de fato, rinossinusite bacteriana. IMPORTANTE: Pacientes com double sickening – alguns dias melhorando e piora repentina. TRATAMENTO Irrigação salina, esteroides tópicos (reduzem a vermelhidão e a coceira provocada por determinados problemas da pele – NEOSORO), esteroide oral, analgésicos comuns (dipirona e paracetamol) e antibioticoterapia (amoxicilina). A maioria dos pacientes com diagnóstico clínico de rinossinusite aguda melhora sem antibióticos. A conduta inicial nos pacientes com sintomas leves a moderados de curta duração deve ser a prescrição de medidas terapêuticas para aliviar os sintomas e facilitar a drenagem dos seios paranasais, como uso de descongestionantes tópicos e orais,lavagem nasal com soro fisiológico e – ao menos nos pacientes com antecedentes de rinossinusite crônica ou de alergias – glicocorticoides nasais. Pode-se considerar antibioticoterapia para pacientes adultos que não apresentem melhoras após 10 a 14 dias, e qualquer paciente com sintomas mais graves (independentemente da duração) deve ser tratado com antibiótico. Para os pacientes que não responderem à antibioticoterapia inicial, deve-se considerar a possibilidade de aspiração e/ou de lavagem dos seios paranasais por um otorrinolaringologista. DEFINIÇÃO É caracterizada por sintomas de inflamação sinusal com duração maior que 12 semanas. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA A doença está mais comumente associada a bactérias ou fungos, e, na maioria dos casos, é muito difícil obter a cura clínica. Muitos desses pacientes já receberam várias prescrições de antibióticos e tiveram os seios paranasais operados diversas vezes, fatores que aumentam os riscos de colonização por patógenos resistentes a antibióticos e complicações cirúrgicas. Tais pacientes com frequência apresentam taxas elevadas de morbidade, às vezes durante vários anos. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Otalgia (dor de ouvido), hiposmia (perda parcial do olfato), halitose (mal hálito), rinorreia (secreção do nariz), congestão nasal e dor/pressão facial. TRATAMENTO Cessar o tabagismo (evitar os fatores que causam a lesão tecidual), irrigação salina (custo-benefício bom), esteroide tópico (reduzem a vermelhidão e a coceira provocada por determinados problemas da pele – NEOSORO) e esteroides orais. O tratamento da rinossinusite bacteriana crônica pode ser desafiador e consiste primariamente em vários ciclos de antibióticos com escolha orientada por teste de sensibilidade e duração de 3-4 semanas ou mais; administração de glicocorticoides intranasais; e irrigação do seio paranasal com solução fisiológica estéril. Quando essa conduta falhar, deve-se considerar a indicação de cirurgia dos seios paranasais, procedimento que propicia significativa melhora, ainda que transitória. O tratamento da rinossinusite fúngica crônica consiste na remoção cirúrgica do muco impactado. Infelizmente, a recorrência é comum. A otite média é um distúrbio inflamatório da orelha média que ocorre como resultado de disfunção da tuba de Eustáquio (conecta a orelha média a orofaringe. Tem por função regular a pressão da orelha média, além de retirar líquidos dessa região). Essa estrutura é importante para patologias associadas a crianças. Num adulto, a angulação com a orelha média relativamente grande, em torno de 45 graus, e isso impede que líquidos passem da cavidade oral para orelha média. Em crianças, essa tuba tem uma angulação muito menor, o que possibilita uma maior passagem de líquidos da orofaringe para a cavidade da orelha média, podendo ocorrer casos de otite. DEFINIÇÃO Ocorre quando patógenos da nasofaringe penetram no líquido inflamatório acumulado na orelha média (exemplo: assoar o nariz durante uma TRS). A proliferação de patógenos nesse espaço resulta no surgimento dos sinais e sintomas típicos de infecção aguda da orelha média. No entanto, é mais comum que eles predisponham à otite média bacteriana. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA A otite média aguda em geral sucede uma ITRS viral. Os vírus causadores (vírus sincicial respiratório, influenza, rinovírus e enterovírus) também são capazes de causar otite média aguda. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A presença de líquido na orelha média é confirmada com à otoscopia pneumática. Na ausência de líquido, vê-se a membrana timpânica movendo-se quando se plica pressão positiva ou negativa. No entanto, esse movimento diminui na presença de líquido. Quando há infecção bacteriana, a membrana timpânica também pode se mostrar eritematosa, abaulada ou retraída. Às vezes, ocorre perfuração espontânea. Os sinais e sintomas que acompanham a infecção poder ser localizados ou sistêmicos, incluindo otalgia, otorreia, perda de audição e febre. Outros sinais e sintomas ocasionalmente relatados são vertigem, nistagmo (movimentos involuntários dos olhos) e zumbido. OTITE MÉDIA AGUDA RECORRENTE: Caracterizada por mais de três episódios em 6 meses ou quatro episódios em 12 meses, decorrendo da resistência da infecção. Recomenda-se antibiótico ativo contra microrganismos produtores de b-lactamase. Pode- se fazer profilaxia em pacientes recorrentes com amoxicilina. OTITE MÉDIA SEROSA: É a otite média com efusão, líquido presente na orelha média por muito tempo sem sinais de infecção. Os antibióticos e a miringotomia com inserção de tubo de timpanostomia são reservados aos pacientes nos quais a efusão bilateral (1) tenha persistido por mais de 3 meses ou (2) esteja associada a perda auditiva bilateral significativa. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de otite média aguda exige a demonstração da presença de líquido na orelha média (com imobilidade da membrana timpânica), bem como sinais e sintomas concomitantes de doença local ou sistêmica. TRATAMENTO HOLANDA: médicos tratam com anti-inflamatórios de forma agressiva para tratar a dor, e o antibiótico é administrado somente após 48 – 72h de sintomas contínuos. EUA: recomenda-se antibiótico para crianças maiores de 2 anos se apresentar doença bilateral, perfuração da membrana timpânica, imunocomprometidos, febre ou com vômito; e para maiores de 6 meses se secreção na orelha média e sinais de inflamação da orelha média. Em geral, o tratamento para otite média aguda é considerado empírico, exceto nos poucos casos em que se justifica a timpanocentese. Em geral, o tratamento da otite média aguda não complicada dura 5 a 7 dias nos pacientes maiores de 6 anos. Tratamentos mais longos devem ser reservados a pacientes com doença grave para os quais o tratamento de curta duração pode ser insuficiente. Descongestionantes e anti-histamínicos são usados frequentemente como agentes adjuvantes para reduzir a congestão e aliviar a obstrução da tuba de Eustáquio, embora não haja ensaios clínicos demonstrando evidências significativas de que sejam benéficos. DEFINIÇÃO Inflamação na garganta que pode ser provocada tanto por vírus quanto por bactéria. EPIDEMIOLOGIA Cerca de 50% dos doentes têm menos de 18 anos. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA Uma grande variedade de microrganismos pode causar faringite. A importância relativa dos diferentes patógenos pode ser apenas estimada, pois em muitos casos não é possível identificar o agente. No seu conjunto, os vírus respiratórios são a causa identificável mais comum de faringite aguda, sendo os rinovírus e o coronavírus responsáveis por uma grande proporção dos casos. Os vírus influenza, parainfluenza e adenovírus também causam uma parcela ponderável das faringites casos, sendo os dois primeiros mais sazonais e o último presente em uma síndrome mais grave (febre faringoconjuntival). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Odinofagia (a dor de garganta é o sintoma mais comumente apresentado) + linfonodomegalia, febre, cefaleia, fadiga e mal-estar. A faringite aguda por vírus respiratórios geralmente não ser grave e costuma estar associada a um conjunto de sintomas relacionados com coriza; a febre é rara; Diferentemente, a faringite aguda por vírus influenza pode ser grave, estando muito mais frequentemente associada a febre, mialgias, cefaleia e tosse. DIAGNÓSTICO CAUSAS INFECCIOSAS: viral (a maioria). CAUSAS NÃO INFECCIOSAS: alergia, tabagismo, locais de baixa umidade, trauma de intubação, estiramento vocal. O objetivo básico dos exames diagnósticos é distinguir a faringite, para que os antibióticos sejam prescritos de forma mais efetiva e apenas para os pacientes que possam ser beneficiados. Avaliar sinais de gravidade: obstrução de via aérea(disfonia, estridor, esforço respiratório) e infecção profunda (dor unilateral, edema intraoral, crepitação, trismo trauma penetrante). Se não houveres sinais de gravidade: ESCORE DE CENTOR MODIFICADO. Positivo se 3 ou mais pontos. TRATAMENTO MEDIDAS DE SUPORTE: repouso, hidratação, dieta (apenas alimentos mornos ou quentes), humidade adequada no ambiente (evitar ambientes secos), analgésicos orais e tópicos (ajudar na deglutição) e anti-inflamatórios não esteroides. ANTIBIOTICOTERAPIA: penicilina V (VO: via oral), amoxicilina VO, penicilina G benzatina IM. O tratamento antibiótico é recomendado em pacientes em risco razoável de infecção bacteriana. DEFINIÇÃO Define-se como qualquer processo inflamatório que envolva a laringe, podendo ter várias causas, infecciosas ou não. EPIDEMIOLOGIA Em sua grande maioria, os casos de laringite encontrados na prática clínica de países desenvolvidos são agudos. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA AGUDA: predominantemente viral. CRÔNICA: agentes irritantes (tabagismo, álcool, alergia, refluxo gastroesofágico). Quase todos os vírus respiratórios importantes foram implicados na laringite viral aguda, como rinovírus, influenza, parainfluenza, adenovírus, coxsackie, coronavírus e vírus Sincicial respiratório. Muitas vezes é difícil distinguir laringite do câncer de laringe, em parte pela frequente ausência de sinais e sintomas, bem como de achados radiográficos típicos de lesão pulmonar. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AGUDA: menos de 3 semanas, disfonia (rouquidão), tosse, rinorreia, odinofagia (deglutição com dor), estridor (ruído audível durante a respiração) e dispneia (dificuldade na respiração). CRÔNICA: mais de 3 semanas, disfonia (rouquidão), tosse, pirose (queimação estomacal) e irritação na garganta. A laringite caracteriza-se por rouquidão e, também, por estar associada à redução do timbre da voz ou afonia. Como a principal causa de laringite são os vírus respiratórios, esses sintomas costumam ocorrer junto com outros sinais e sintomas de ITRS, como rinorreia, congestão nasal, tosse e dor de garganta. TRATAMENTO AGUDA: higiene vocal (evitar gritar, falar muito...). CRÔNICA: higiene vocal + tratamento específico para etiologia. A laringite aguda geralmente é tratada apenas com umidificação e repouso da voz. Não se recomendam antibióticos. A escolha do tratamento da laringite crônica depende do patógeno, cuja identificação geralmente exige biópsia e cultura. DEFINIÇÃO Definida como a manifestação de inflamação local na mucosa nasal. EPIDEMIOLOGIA Prevalência de 5% no mundo e, no Brasil, de 20%. Pode ser sazonal em alguns momentos do ano, ou perianual (ano inteiro). Em crianças até 10 anos, há uma prevalência de 20%, diminui ao longo da vida e idosos com uma prevalência de 2%. ETIOLOGIA/ FISIOPATOLOGIA CAUSAS ALÉRGICAS: predominantemente marcada por espirros e pruridos. 70% possuem sintomas de conjuntivite. CAUSAS NÃO ALERGICAS: gravidez (acúmulo de ácido hialurônico na mucosa nasal), causa infecciosa, vasomotora (mudança de ambiente), ocupacional (em um lugar específico), medicamentosa (usuário de neosoro – rebote), doenças sistêmicas (doenças como granulomatose de Wegener – inflamação dos vasos sanguíneos devido a uma vasculite – e o lupos). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Espirros, rinorreia, gotejamento pós-nasal, congestão, prurido. TRATAMENTO ALÉRGICA: anti-histamínicos, esteroides tópicos (reduzem a vermelhidão e a coceira provocada por determinados problemas da pele – NEOSORO), esteroide oral (em casos graves), adrenérgicos (vasoconstrição local por via de alfarepectores). NÃO ALÉRGICA: evitar irritantes, irrigação salina, esteroide tópico (reduzem a vermelhidão e a coceira provocada por determinados problemas da pele) e adrenérgicos (vasoconstrição local por via de alfarepectores).
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