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Questões (Organização dos Poderes): 
 
1) Prefeitura de Contagem/MG – Procurador Municipal – 2019 Analise as seguintes 
afirmativas acerca do entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal e assinale 
com V as verdadeiras e com F as falsas: 
( ) Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é 
parte legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente. 
( ) O Tribunal de Contas, ainda que no exercício de suas atribuições, não pode apreciar 
a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. 
( ) A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa. 
( ) Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta 
interventiva por inconstitucionalidade de lei municipal. 
Assinale a sequência correta. 
a) V F V V 
b) V V F V 
c) F V F F 
d) F F V F 
 
Comentários: 
Resposta: Letra A 
Conforme exigido no próprio enunciado da questão, esta exigia o conhecimento 
jurisprudencial do STF. 
 
 
Assim, com relação a primeira afirmativa, a mesma se apresenta verdadeira, uma vez 
que está em plena conformidade com a Súmula 628 do STF, segundo a qual: “Integrante 
de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é parte legítima 
para impugnar a validade da nomeação de concorrente”. 
A segunda assertiva, por sua vez, está incorreta, visto que contraria a Súmula 347 do 
STF, a qual determina que “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode 
apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”. 
 
Aprofundamento: 
Acerca de tal súmula, é preciso fazer um aprofundamento. Em Mandado de Segurança, 
de forma monocrática, decidiu o Ministro Alexandre de Moraes, que o Tribunal de 
Contas da União não pode deixar de aplicar leis que entenda inconstitucionais. Isso 
porque, segundo o Ministro, embora cortes de contas estejam autorizadas a “apreciar a 
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público” pela Súmula 347 do STF, a 
“subsistência” do verbete, “obviamente, ficou comprometida” com a promulgação da 
Constituição, em 1988. A súmula, frise-se, é de 1963. 
Segundo Alexandre de Moraes, permitir que órgão administrativo deixe de aplicar leis é 
deixar que eles façam controle de constitucionalidade, o que viola o princípio da 
separação de poderes. 
A referida sumula, portanto, está em processo de reinterpretação. De toda forma, para 
todos os efeitos, a mesma ainda está sendo aplicada, de forma que, caso venha cobrada 
a sua literalidade em uma assertiva, deve ser considerada verdadeira. 
 
 
 
Quanto à terceira assertiva, a mesma se encontra correta, em conformidade com a 
súmula 245 do STF: A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa 
prerrogativa. 
Acerca da imunidade parlamentar, esta é uma proteção adicional ao direito 
fundamental de todas as pessoas à liberdade de expressão, previsto no artigo 5º, IV e 
IX, da CF/88. Assim, mesmo quando desbordem e se enquadrem em tipos penais, as 
palavras dos congressistas, desde que guardem alguma pertinência com suas funções 
parlamentares, estrão cobertas pela imunidade material do art. 53, caput da CF/88. 
 
 
Aprofundamento: 
Para quem vai fazer concurso de PGM, é importante tecer alguns comentários sobre a 
imunidade dos vereadores. 
A imunidade dos vereadores tem uma importante distinção quanto aos demais 
parlamentares, visto que existe limitação territorial: o limite da circunscrição do 
município 
Nesse sentido, o STF entendeu que, nos limites da circunscrição do município e havendo 
pertinência com o exercício do mandato, garante-se a imunidade do vereador (STF. 
Plenário. RE 600063, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 25/02/2015) 
Lembrem-se também que os vereadores só gozam da imunidade material, chamada de 
inviolabilidade, ou seja, não são detentores da imunidade formal (imunidade 
processual). 
 
 
 
Por fim, a última alternativa também está em conformidade com o entendimento 
jurisprudencial do STF, o qual determinou, na súmula 614 que: “Somente o Procurador-
Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva por 
inconstitucionalidade de Lei Municipal”. 
 
2) Câmara de São Miguel Arcanjo/SP – Procurador legislativo – 2019 Assinale a 
alternativa correta a respeito do processo legislativo brasileiro. 
a) Se a medida provisória não for apreciada em até 30 (trinta) dias de sua publicação, 
entrará em regime de urgência, e não tendo sua votação encerrada em 60 (sessenta) 
dias, sua vigência será prorrogada por igual período. 
b) No tocante às leis delegadas, a delegação ao Presidente da República terá a forma 
de decreto legislativo do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos 
de seu exercício. 
c) A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, 
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
d) Se a lei não for promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Presidente da 
República, após a sanção, o Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não o fizer, 
caberá ao Presidente do Senado fazê-lo. 
e) Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, 
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, e o 
veto parcial poderá abranger artigo, parágrafo, inciso, alínea ou palavra. 
 
Comentários: 
 
 
Resposta: Letra C 
Essa questão demonstra a importância da leitura da legislação e, acreditem, assim são 
a maioria das questões. Passemos a análise individual de cada assertiva: 
Alternativa “a": incorreta. Conforme determina o artigo 62, § 6º, da CF/88, se a medida 
provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, 
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais 
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. 
Alternativa “b": incorreta. Via de regra a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, 
quando atuam de forma isolada, se manifestam por meio de Resolução. Já o Congresso 
Nacional, atua por meio de Decreto. Contudo, especificamente com relação a Leis 
Delegadas, a delegação ao Presidente da República da República terá a forma 
de Resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu 
exercício, conforme disciplina o art. 68, §2º, da CF/88. Decore essa exceção, uma vez 
que vive sendo cobrada. 
Alternativa “c": correta. Segundo dispõe o art. 64 da CF, “a discussão e votação dos 
projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e 
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados”. Assim, decore que, via 
de regra, os projetos terão início pelo Câmara dos Deputados; sendo o início pelo 
Senado Federal uma exceção. 
Alternativa “d": incorreta. Conforme art. 66, §7º, da CF, se a lei não for promulgada 
dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, 
o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao 
Vice-Presidente do Senado fazê-lo. 
 
 
Ressalto que as questões adoram trocar e afirmar que caberá a promulgação ao 
Presidente da Câmara ou, ainda, afirmam que, caso o Presidente do Senado não 
promulgue a lei em análise, caberá ao Presidente da Câmara; o que, conforme 
demonstrado acima, está incorreto! Decore, que nesse caso é sempre o Presidente do 
Senado ou seu Vice. 
Alternativa “e": incorreta. Conforme art. 66, § 2º, da CF, o veto parcial somente 
abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. O dispositivo, 
portanto, não fala em “palavra. Isso porque, bastaria ao presidente mudar ou apagar 
uma única palavra e poder-se-ia ser alterado todo o sentido de uma lei. 
 
Aprofundamento: 
Acercado processo legislativo, tema bastante interessante e que poderia ser cobrado 
em uma primeira ou segunda fase diz respeito ao “contrabando legislativo”. 
Sobre o mesmo, é importante ter em mente que, durante a tramitação de uma medida 
provisória no Congresso Nacional, os parlamentares poderão apresentar emendas. 
Estas, no entanto, deverão ter relação de pertinência temática com a medida provisória 
que está sendo apreciada. Desse modo, conforme já se manifestou o STF, a inserção, 
por meio de emenda parlamentar, de assunto diferente do que é tratado na medida 
provisória que tramita no Congresso Nacional é chamada de “contrabando legislativo”, 
sendo uma prática vedada e incompatível com a Constituição. 
 
 
 
Aprofundamento (parte II): 
 
 
Especificamente sobre as medidas provisórias, o STF entendeu que se for editada MP 
revogando lei que está sendo questionada por meio de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, esta ação poderá ser julgada enquanto a MP não for votada. Em 
conclusão, enquanto esta não for votada pelo Congresso Nacional, não há perda do 
objeto da ADIn, pois aquela está sob condição resolutiva. STF. Plenário. ADI 5717/DF, 
ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 
(Info 935). 
E não esqueçam da súmula vinculante!!!! 
SÚMULA VINCULANTE nº 54 
“A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda 
Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, 
mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.” 
 
 
3) TCE-RO – Procurador do Ministério Público de Contas – 2019 Considerando as 
disposições da CF e o entendimento do STF acerca dos tribunais de contas, julgue os 
itens a seguir. 
(I) É possível a extinção de tribunal de contas dos municípios mediante promulgação de 
emenda à Constituição estadual. 
(II) É vedado aos tribunais de contas sustar diretamente procedimento licitatório 
realizado pelo Poder Executivo. 
(III) É possível a criação de tribunal de contas municipal, desde que seja observado o 
princípio da simetria. 
 
 
(IV) É vedado aos tribunais de contas requisitar documentos relativos a operações que 
envolvam recursos públicos, uma vez que esse tipo de documento é protegido pelo sigilo 
bancário. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está certo. 
b) Apenas o item II está certo. 
c) Apenas os itens I, III e IV estão certos. 
d) Apenas os itens II, III e IV estão certos. 
e) Todos os itens estão certos. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra A 
Os Tribunais de Contas ostentam condição de órgão independente na estrutura do 
Estado Brasileiro, cujas funções estão elencadas nos incisos do art. 71 da CF/88. Suas 
decisões possuem natureza jurídica de ato administrativo passível de controle 
jurisdicional. Tratam-se de tribunais de índole técnica e política, criados para fiscalizar o 
correto emprego dos recursos públicos. 
Feita esta pequena introdução, passemos a análise das assertivas acima elencadas. 
Assertiva I: Correta. Conforme se observa pela leitura do artigo 31, §§1º e 4º da CF/88, 
é possível a extinção de Tribunal de Contas responsáveis pela fiscalização dos Municípios 
mediante a promulgação de Emenda à Constituição Estadual. 
 
Aprofundamento: 
 
 
O tema é passível de muitas dúvidas pelos alunos, motivo pelo qual é importante um 
aprofundamento. Inicialmente, é preciso distinguir Tribunais de Contas dos Municípios 
e Tribunais de Contas do Município. 
Em regra, a fiscalização dos recursos municipais é feita pelo Tribunal de Contas. No 
entanto, a CF/88 autoriza que seja criado um Tribunal de Contas DOS MUNICÍPIOS. Este 
Tribunal de Contas dos Municípios, se criado, tem a função de auxiliar as Câmaras 
Municipais no exercício do controle externo. Contudo, o Tribunal de Contas dos 
Municípios é um órgão ESTADUAL que atua na fiscalização das contas de todos os 
Municípios de determinado Estado. Atualmente, só existem três Tribunais de Contas dos 
Municípios: na Bahia, em Goiás e no Pará. Nos demais Estados onde não há Tribunal de 
Contas dos Municípios, a competência para realizar essa fiscalização é do próprio TCE. 
Vale ressaltar que a CF/88 não proíbe que os Estados criem novos Tribunais de Contas 
dos Municípios. 
Por sua vez, o Tribunal de Contas DO MUNICÍPIO (Tribunal de Contas Municipal) é um 
órgão MUNICIPAL que tem a função de auxiliar uma única Câmara Municipal no 
exercício do controle externo em relação a um determinado Município. Atualmente, só 
existem dois Tribunais de Contas do Município: o Tribunal de Contas do Município do 
Rio de Janeiro e o Tribunal de Contas do Município de São Paulo. A CF/88 proíbe 
expressamente que sejam criados novos Tribunais de Contas do Município, conforme 
art. 31, §4: “É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas 
Municipais”. 
Sobre o tema, o STF já se manifestou da seguinte forma: a Constituição da República 
impede que os Municípios criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de 
contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-membros, mediante 
autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de 
Contas dos Municípios (...) incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de 
 
 
seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º). Esses Conselhos ou Tribunais de Contas 
dos Municípios - embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º) - atuam, 
onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das 
Câmaras de Vereadores. 
 
Voltando à assertiva em análise, o STF já se manifestou, em seu informativo nº 883 de 
2017, da seguinte forma: A Constituição Federal afirmou que cabe aos Tribunais de 
Contas dispor sobre a própria organização e funcionamento, e o fez com o propósito de 
assegurar-lhes a autonomia necessária para exercer atividade fundamental à 
integridade do erário. Isso não impede, contudo, que haja a extinção de Tribunal de 
Contas dos Municípios mediante emenda cujo processo de elaboração tenha sido 
deflagrado por Deputados Estaduais. Não há qualquer dispositivo constitucional que 
leve à conclusão de que é impossível emenda à Constituição, de iniciativa parlamentar, 
tratando sobre a extinção de Tribunal de Contas dos Municípios. Logo, a assertiva está 
correta. 
Assertiva II: Incorreta. O TCU pode sustar procedimento licitatório. Assim, conforme 
decisão proferida no MS 23.550/DF, “o Tribunal de Contas da União - embora não tenha 
poder para anular ou sustar contratos administrativos - tem competência, conforme o 
art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do 
contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou.” 
Ademais, conforme decisão proferida pela Ministra Cármen Lúcia, no exercício do poder 
geral de cautela, o Tribunal de Contas pode determinar medidas, em caráter precário, 
que assegurem o resultado final dos processos administrativos. Isso inclui, dadas as 
peculiaridades da espécie vertente, a possibilidade de sustação de alguns dos efeitos 
decorrentes de contratos potencialmente danosos ao interesse público e aos princípios 
dispostos no art. 37 da Constituição da República. 
 
 
Por fim, é sempre bom lembrar que compete ao Tribunal de Contas sustar a execução 
de ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado 
Federal, conforme art. 71, X, da CF/88. Por sua vez, no caso de contrato, o ato de 
sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de 
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (art. 71, §1º, CF). 
Assertiva III: Incorreta. Quanto a esta assertiva, conforme já demonstrado acima, a 
CF/88, em seu art. 31, §4º veda a criação de novos Tribunais, Conselhos ou órgãos de 
Contas Municipais. 
Assertiva IV: Incorreta. Inicialmente é preciso ter em mente a função precípua dos 
Tribunais de Contas, a saber:fiscalizar o correto emprego dos recursos públicos. Logo, a 
assertiva em analise não poderia estar correta, visto ir de encontro à finalidade 
institucional dos Tribunais de Contas. 
Sobre o tema, inclusive, o STF já manifestou no seguinte sentido: “Sigilo bancário que 
não se aplica a dados inerentes a sociedade de economia mista, enquanto entidade 
integrante da administração pública indireta, nem a operações que envolvam recursos 
públicos. [...] Inviabilidade de invocar sigilo empresarial para sonegar documento 
requisitado por órgão de controle externo.” (MS 23.168-AgR). 
 
Aprofundamento: 
Em decisão emblemática do STF, ficou asseverado que a Corte de Contas tem o prazo 
de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma 
ou pensão; prazo esse contado da chegada do processo à Corte, em razão do princípio 
da segurança jurídica e da confiança legítima. STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967). 
Indo mais além, não vão esquecer da súmula vinculante nº 3 do STF: 
 
 
Súmula Vinculante 3 STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União 
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar 
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a 
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e 
pensão 
Por fim, importante dizer que o ato de concessão de aposentadoria é um ato completo, 
conforme orientação do STF: 
1. Nos termos da jurisprudência do STF, o ato de concessão de aposentadoria é 
complexo, aperfeiçoando-se somente após a sua apreciação pelo Tribunal de Contas 
da União, sendo, desta forma, inaplicável o art. 54, da Lei 9.784/1999, para os casos 
em que o TCU examina a legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, 
reforma e pensão. 2. Inexiste afronta ao princípio do contraditório e da segurança 
jurídica quando a análise do ato de concessão de aposentadoria, pensão ou reforma for 
realizada pelo TCU dentro do prazo de cinco anos, contados da entrada do processo 
administrativo na Corte de Contas. 3. Os princípios do ato jurídico perfeito e da proteção 
ao direito adquirido não podem ser oponíveis ao ato impugnado, porquanto a alteração 
do contexto fático implica alteração dos fundamentos pelos quais o próprio direito se 
constitui. O STF adota o entendimento de que a alteração de regime jurídico garante ao 
servidor o direito à irredutibilidade dos proventos, mas não à manutenção do regime 
anterior. STF. MS 31.704, rel. min. Edson Fachin, 1ª T, j. 19-4-2016, DJE 98 de 16-5-2016. 
 
 
4) TCE-RO – Procurador do Ministério Público de Contas – 2019 No município X, 
emancipado politicamente em 2016, as contas da prefeitura foram publicadas em jornal 
local e afixadas no mural da Câmara Municipal, onde permaneceram por quarenta dias. 
 
 
Em sessão plenária da Câmara de Vereadores, as despesas do prefeito foram 
mencionadas e questionadas por um cidadão com domicílio eleitoral em outro 
município. 
Considerando o exercício do controle da atuação administrativa na situação hipotética 
apresentada, julgue os itens seguintes. 
(I) A atitude do referido cidadão encontra amparo legal, pois está no limite do prazo 
regulamentar de exame e apreciação das contas, portanto, a reinvindicação deve ser 
recepcionada pelo Poder Legislativo local. 
(II) É lícito o município ter um conselho de contas municipal; na situação em apreço, 
cabe a esse conselho apreciar as contas do prefeito, e à câmara municipal julgá-las. 
(III) A câmara municipal poderá desconstituir o parecer do controle externo e julgar as 
contas do prefeito segundo a sua vontade, respeitados os preceitos legais. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item II está certo. 
b) Apenas o item III está certo. 
c) Apenas os itens I e II estão certos. 
d) Apenas os itens I e III estão certos. 
e) Todos os itens estão certos. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra B. 
 
 
A questão em análise não é difícil, porém exige do aluno o conhecimento literal da 
Constituição Federal, especificamente com relação à organização constitucional dos 
municípios. Passemos a análise de cada assertiva. 
Assertiva I: incorreta. Observe que a Constituição Federal, em seu artigo 31, §3º, não 
fala em cidadão, mas sim contribuinte, fato que justifica o erro da afirmativa. 
Art. 31, § 3º, CF/88 - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, 
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual 
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
Assertiva II: incorreta. Conforme demonstrado na questão anterior e, em consonância 
com o art. 31, § 4º da CF/88, é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de 
Contas Municipais. 
Assertiva III: Correta. De fato, a Câmara Municipal pode desconstituir parecer do 
controle externo e julgar as contas do prefeito segundo a sua vontade, conforme art. 
31, §2º, CF/88: O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços 
dos membros da Câmara Municipal. 
 
5) SANASA – Campinas/SP – Procurador Jurídico 2019 Considere que a Câmara 
Municipal tenha editado uma lei, de iniciativa de um de seus vereadores, fixando 
determinadas prioridades governamentais no âmbito do Município de Campinas e 
determinando a prática de várias ações por parte de órgãos municipais, as quais, para 
sua execução, dependerão da contratação de novos servidores e realocação de recursos 
orçamentários. Do ponto de vista da disciplina constitucional aplicável ao processo 
legislativo e à atuação do Poder Executivo e Poder Legislativo, a situação narrada 
 
 
a) indica violação ao princípio da separação de poderes, eis que, não se tratando de 
matéria de reserva de lei e sim própria da atividade de administrar cometida ao 
Executivo, a iniciativa parlamentar exorbitou sua regular competência. 
b) não contempla qualquer inconstitucionalidade, mas apenas vício de forma, eis que 
a matéria seria passível de disciplina mediante decreto, editado pelo Poder Legislativo 
ou pelo Chefe do Executivo. 
c) seria legítima se não importasse aumento de despesa para o Executivo, pois apenas 
as proposições que importem dispêndio de recursos orçamentários são de iniciativa 
privativa do Chefe do Executivo. 
d) encontra respaldo na moderna teoria de separação de poderes, que predica a 
inexistência de uma “reserva da administração” e de “reserva de lei formal”, admitindo 
a competência intercambiável entre os Poderes Executivo e Legislativo. 
e) configura violação ao princípio federativo, pois a atuação exorbitante do Poder 
Legislativo compromete a autonomia do ente municipal para executar as competências 
a este constitucionalmente conferidas, salvo se o Chefe do Executivo convalidar a 
iniciativa parlamentar. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra A. 
A partir da leitura do enunciado da questão acima, é possível observar que a lei em 
questão, de iniciativa de um vereador, fixou as prioridades governamentais no âmbito 
do Município de Campinas e determinou a prática de várias ações por parte de órgãos 
municipais, as quais, para sua execução, dependerão da contratação de novos 
servidores e realocação de recursos orçamentários. 
 
 
Ocorre que, o artigo 61, §1º, da CF/88 estabelece que são de iniciativa privativa do 
Presidente da República as leis que, entre outros, disponham sobre criação de cargos, 
funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua 
remuneração; organização administrativa e judiciária, matéria tributária e 
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; e servidores 
públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade 
e aposentadoria. 
Dessaforma, é possível concluir que a respectiva lei, claramente viola o princípio da 
separação dos poderes, dispondo acerca da própria da atividade de administrar 
cometida ao Executivo, de forma a caracterizar a exorbitância da iniciativa parlamentar 
com relação a sua regular competência. 
O STF, ao apreciar um caso semelhante, entendeu que “a lei em questão, ao definir 
diretrizes de governo e reestruturar órgãos públicos, inclusive prevendo a realocação de 
recursos orçamentários, ofendeu a garantia de gestão superior da administração 
conferida ao chefe do Poder Executivo. De fato, na situação narrada, o Legislativo 
acabou por criar um verdadeiro plano de governo, invadindo o campo de 
discricionariedade e as prerrogativas típicas do Poder Executivo na elaboração das 
políticas públicas”. 
 
Informativos importantes sobre o tema: 
 O STF julgou inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que dispunha 
sobre a carga horária diária e semanal de cirurgiões-dentistas nos centros odontológicos 
do referido Estado-membro. Houve inconstitucionalidade formal já que o projeto de lei, 
que trata sobre servidores públicos, foi iniciado por um Deputado Estadual (e não pelo 
Governador do Estado). O art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88 prevê que compete ao Chefe do 
Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre os direitos e deveres dos servidores 
 
 
públicos. Essa regra também é aplicada no âmbito estadual por força do princípio da 
simetria. O fato de o Governador do Estado ter sancionado o projeto de lei não faz com 
que o vício de iniciativa seja sanado (corrigido). A Súmula 5 do STF há muitos anos foi 
cancelada. STF. Plenário. ADI 3627/AP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 6/11/2014. 
(Info 766). 
 Inconstitucional. Lei estadual, de iniciativa parlamentar, que concede anistia a 
servidores públicos punidos em virtude de participação em movimentos 
reivindicatórios. Existe um vício formal. Isso porque a CF/88 prevê que compete ao 
Chefe do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre direitos e deveres dos 
servidores públicos (Info 763). 
 Inconstitucional. Lei estadual, de iniciativa parlamentar, que impunha obrigação ao 
Procurador do Estado de ajuizar ação regressiva contra o servidor causador do dano 
(Info 754). 
 
A regra de iniciativa privativa do art. 61, §1º, da CF/88, frise-se, também deve ser 
aplicada no âmbito municipal em virtude do princípio da simetria. 
A partir de tais explicações, já se percebe que a única alternativa possível para tal 
questão é a letra A. Porém, importante dispor acerca da alternativa “e”, a qual afirma 
que o Chefe do Executivo poderia convalidar o vício de iniciativa parlamentar. 
Quanto a tal afirmativa, apesar de a Súmula nº 5 do STF dispor que a sanção do projeto 
supre a falta de iniciativa do Poder Executivo, tal entendimento foi veementemente 
superado pelo respectivo Tribunal, segundo o qual: o desrespeito à prerrogativa de 
iniciar o processo de positivação formal do Direito, gerado pela usurpação do poder 
sujeito à cláusula de reversa, traduz vício jurídico de gravidade inquestionável, cuja 
ocorrência reflete típica hipótese de inconstitucionalidade formal, apta a infirmar, de 
 
 
modo irremissível, a própria integridade jurídica do ato legislativo eventualmente 
editado. Dentro desse contexto - em que se ressalta a imperatividade da vontade 
subordinante do poder constituinte -, nem mesmo a aquiescência do Chefe do 
Executivo mediante sanção ao projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa 
usurpada, tem o condão de sanar esse defeito jurídico radical. Por isso mesmo, a tese 
da convalidação das leis resultantes do procedimento inconstitucional de usurpação - 
ainda que admitida por esta Corte sob a égide da Constituição de 1946 (Súmula 5) - não 
mais prevalece, repudiada que foi seja em face do magistério da doutrina (...), seja, 
ainda, em razão da jurisprudência dos Tribunais, inclusive a desta Corte (...). [ADI 1197, 
rel. min. Celso de Mello, P, j. 18-5-2017, DJE 114 de 31-5-2017.] 
 
Aprofundamento: 
Por fim, pergunta-se: os Deputados Estaduais poderão apresentar uma proposta de 
emenda constitucional tratando sobre algum dos assuntos mencionados no art. 61, §1º 
da CF/88 (aplicáveis por simetria para a Constituição Estadual)? 
Não. O STF entende que, se houver uma emenda constitucional tratando sobre algum 
dos assuntos listados no art. 61, §1º da CF/88, essa emenda deverá ter sido proposta 
pelo Chefe do Poder Executivo (no caso, o Governador do Estado). Assim, é incabível 
que os parlamentares proponham uma emenda constitucional dispondo sobre o regime 
jurídico dos servidores públicos, por exemplo (art. 61, §1º, II, c). Se isso fosse permitido, 
seria uma forma de burlar a regra do art. 61, §1º da CF/88. Em suma, matéria restrita à 
iniciativa do Poder Executivo não pode ser regulada por emenda constitucional de 
origem parlamentar. (STF. Plenário. ADI 2.966, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 
06/04/2005. 
 
 
A mesma regra, frise-se, vale para as matérias que sejam de iniciativa do Poder 
Judiciário. 
 
 
6) Câmara de Mauá/SP – Procurador Legislativo - 2019 Considere o seguinte caso 
hipotético: Um determinado órgão público municipal foi criado por meio da legislação 
municipal, tendo a sua estruturação e as atribuições reguladas por Decreto Municipal 
do Prefeito “X”. Após cinco anos de sua criação, já na gestão do Prefeito “Y”, este decide 
extinguir o órgão por meio de Decreto Municipal, passando as suas atribuições a outro 
órgão público municipal. É correto afirmar que 
a) o Supremo Tribunal Federal sumulou que somente a criação de órgãos públicos 
depende de legislação específica, entretanto a sua extinção, estruturação e definição de 
atribuições poderão ser reguladas por Decreto. 
b) a Constituição Federal determina que a criação e a extinção de órgãos públicos, 
assim como a sua estruturação e as atribuições dependerão de lei. 
c) a Constituição Federal determina que a criação e a extinção de órgãos públicos 
poderão ser viabilizadas por Decreto, o qual deverá obrigatoriamente regular a sua 
estruturação, podendo as atribuições específicas serem implementadas por Portaria. 
d) o Superior Tribunal de Justiça sumulou que somente a criação de órgãos públicos 
depende de legislação específica, entretanto a sua extinção, estruturação e definição de 
atribuições poderão ser reguladas por Decreto. 
e) a Constituição Federal determina que tanto a criação como a extinção de órgãos 
públicos dependem de lei, entretanto, a sua organização e funcionamento, quando não 
implicar aumento de despesa, poderão ser reguladas por Decreto. 
 
 
 
Comentários: 
Resposta: Letra E. 
Essa questão exigia do aluno o conhecimento acerca da literalidade da CF/88, 
especificamente no que diz respeito às atribuições dos chefes do Poder Executivo. 
O enunciado trouxe uma situação na qual determinado órgão público municipal, criado 
por meio da legislação municipal, tendo a sua estruturação e as atribuições reguladas 
por Decreto Municipal, foi posteriormente extinto por outro prefeito por meio de 
Decreto Municipal, passando as suas atribuições a outro órgão público municipal. 
Sobre a situação, é correto afirmar que a Constituição Federal determina que tanto a 
criação como a extinção de órgãos públicos dependem de lei, entretanto, a sua 
organização e funcionamento, quando não implicar aumento de despesa, poderão ser 
reguladas por Decreto, conforme dispõem os artigos 61 e 84, in verbis: 
Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: [...] II - 
disponham sobre: [...] e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração 
pública, observado o disposto no art. 84, VI. 
 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] VI - dispor, mediante 
decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quandonão 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção 
de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Embora a previsão constitucional seja voltada para o âmbito federal, o mesmo se aplica 
aos Estados e Municípios, por força do princípio da simetria. 
 
Para ajudar na memorização: 
 
 
O artigo 84 da CF/88 dispõe acera das atribuições do Presidente da República. Por sua 
vez, o parágrafo único do referido dispositivo determina quais dessas atribuições 
poderão ser delegadas e para quais pessoas. Observe: 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos 
incisos VI (VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos), XII (XII - conceder 
indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei) e XXV, 
primeira parte (XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei), aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que 
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
A fim de ajudar na sua memorização, existe um mnemônico bem simples: DIP pro PAM. 
DIP: 
- Decreto autônomo 
- Indulto e comutação de penas 
- Prover cargos públicos federais 
PAM: 
- Procurador-Geral da República 
- Advogado-Geral da União 
- Ministros de Estado 
 
Aprofundamento: 
Princípio do paralelismo das formas (homologia ou princípio da congruência das formas). 
 
 
Pessoal, nesse momento é interessante falarmos um pouco sobre o princípio do 
paralelismo das formas. Primeiramente, esse princípio não só se aplica no Direito 
Constitucional, mas também a vários outros ramos do direito, ex: Direito Tributário, 
Direito Financeiro, Direito Previdenciário e etc. 
Pois bem, entende-se pelo paralelismo das formas quando um instituto jurídico só pode 
ser extinto ou modificado por outro instrumento jurídico que tenha a mesma forma 
daquele que o criou. Dessa forma, se uma lei criou um instituto jurídico, somente uma 
outra lei teria o condão de extingui-lo. 
E como a jurisprudência entende o tema? 
Bem, o STF entende que o princípio do paralelismo das formas não é um princípio 
absoluto. O pretório Excelso entendeu assim para justificar que o INSS pode cancelar 
benefício assistencial concedido pela via judicial caso não mais estejam presentes as 
condições que lhe deram origem. STJ. 2ª Turma. REsp 1.429.976-CE, Rel. Min. Humberto 
Martins, julgado em 18/2/2014. 
 
 
7) Prefeitura de Valinhos/SP – Procurador – 2019 É texto de Súmula do Supremo 
Tribunal Federal: 
a) A extinção do mandato do prefeito impede a instauração de processo pela prática 
dos crimes previstos no art. 1° do Dl. 201/67. 
b) São da competência legislativa dos Estados a definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e 
julgamento. 
 
 
c) Somente o Advogado-Geral da União tem legitimidade para propor ação direta 
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal. 
d) A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes 
de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária 
caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
e) Cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere 
pedido de intervenção estadual em Município. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra D. 
Afirmativa A: Incorreta. Súmula 703 do STF. A extinção do mandato do prefeito não 
impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do Dl. 
201/67. 
Afirmativa B: Incorreta. Súmula 722 do STF. São da competência legislativa da União a 
definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas 
de processo e julgamento (SV 46). 
Frise-se que, conforme decisão do STF, os Estados não podem dispor sobre crime de 
responsabilidade, ainda que seja na Constituição Estadual. 
Afirmativa C: Incorreta. Súmula 614 do STF. Somente o Procurador-Geral da Justiça tem 
legitimidade para propor ação direta interventiva por inconstitucionalidade de Lei 
Municipal. 
Afirmativa D: Correta. Súmula 702 do STF. A competência do Tribunal de Justiça para 
julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos 
demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
 
 
 
Aprofundamento: 
Acerca do foro por prerrogativa de função dos prefeitos, muito alunos possuem dúvidas. 
Assim, é preciso ter em mente, já de início, que os prefeitos possuem sim foro por 
prerrogativa de função, conforme previsto no art. 29 da CF/88. 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo 
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado 
e os seguintes preceitos: (...) X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; 
Desse modo, segundo a CF/88, os Prefeitos deverão ser julgados pelo Tribunal de 
Justiça. 
Vale ressaltar, no entanto, que o Prefeito será julgado pelo TJ se o crime for de 
competência da Justiça Estadual. Se for da competência da Justiça Federal, será julgado 
pelo TRF e se for da Justiça Eleitoral, pelo TRE. Este é o entendimento sumulado do STF 
previsto justamente na Súmula 702 acima exposta. 
Assim, temos que: nos casos de crime comum praticado por prefeito, o julgamento 
ocorrerá pera o TJ, se se tratar de crime estadual; perante o TRF, caso se trate de crime 
federal; e perante o TRE, nos casos de crime eleitoral. 
Frise-se que a regra geral também se aplica às hipóteses de crime doloso contra a vida 
praticado por prefeito. Nesse caso, o julgamento do Prefeito, (não havendo interesse 
federal), também será no Tribunal de Justiça considerando que se trata de previsão 
constitucional específica (art. 29, X, da CF/88). 
Por fim, decidiu ainda o STJ que, caso o crime praticado pelo Prefeito seja em outro 
Município, o prefeito deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado onde se 
 
 
localiza o seu Município eleitoral. Trata-se do que foi decidido pela Terceira Seção do 
STJ no conflito de competência 120.848-PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/3/2012. 
Principais argumentos mencionados no julgado: 
 O Poder Constituinte, ao criar a prerrogativa prevista no art. 29, inciso X, da CF, 
previu que o julgamento dos Prefeitos, em razão do cometimento de crimes comuns, 
ocorre perante o Tribunal de Justiça; 
 A razão teleológica dessa regra é a de que, devido ao relevo da função de um 
Prefeito, e o interesse que isso gera ao Estado em que localizado o Município, a 
apreciação da conduta deve se dar pelo Tribunal de Justiça da respectiva unidade da 
Federação; 
 A Constituição é clara ao prever como um dos preceitos que regem o Município o 
"julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça". Ressalte-se: está escrito no inciso 
X do Art. 29 da Carta Magna "perante o Tribunal de Justiça", e não "perante Tribunal de 
Justiça". O artigo definido “o” que consta na referida redação, conferida pelo Constituinte, 
determina sentido à norma que não pode ser ignorado pelo aplicador da Lei. 
 A prerrogativa de foro, prevista em norma a encerrar direito estrito, visa a 
beneficiar não a pessoa, mas o cargo ocupado. 
 Desta feita, não há nenhuma lógica em reconhecer a competência do TJ do local do 
delito, em detrimento do interesse do TJ do Rio Grande do Norte em apreciar causa 
referente a Prefeito cujo cargo é ocupado em Município daquela unidade da Federação. 
 A regra prevista no art. 70 do CPP (competência do local da consumação) não pode 
ser aplicada ao caso porque prevalecea regra constitucional, hierarquicamente 
superior. 
 
 
 
Afirmativa E: Incorreta. Súmula 637 do STF. Não cabe recurso extraordinário contra 
acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município. 
 
8) AL/GO – Procurador – 2019 Em relação a crimes de responsabilidade, é correto 
afirmar que as infrações político-administrativas, quando cometidas por governador, 
serão julgadas pelo(a) 
a) Superior Tribunal de Justiça, sob a Presidência do presidente do Senado. 
b) Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do presidente da Corte. 
c) Assembleia Legislativa, sob a Presidência do presidente do Tribunal de Justiça local. 
d) Senado Federal, sob a Presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal. 
e) tribunal especial formado por cinco membros do legislativo e cinco 
desembargadores, sob a Presidência do presidente do Tribunal de Justiça local. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra E. 
Para responder essa questão, o aluno precisa conhecer, não só as disposições da CF/88, 
mas também da Lei Federal nº 1.079/50. 
Inicialmente, cabe diferenciar crime comum e crime de responsabilidade. 
Crimes comuns são aqueles tipificados na lei penal (Código Penal e legislação 
extravagante). Ex.: peculato, corrupção passiva... 
A competência para o julgamento destes será: 
• Presidente da República: STF (após autorização de 2/3 da Câmara dos Deputados). 
 
 
• Governador: STJ (não precisa de prévia autorização da ALE). 
• Prefeito: TJ/TRF/TRE, a depender da infração (não precisa de prévia autorização da 
Câmara Municipal). 
Por sua vez, Crimes de Responsabilidade são infrações político-administrativas 
praticadas por pessoas que ocupam determinados cargos públicos. Caso o agente seja 
condenado por crime de responsabilidade, ele não receberá sanções penais (prisão ou 
multa), mas sim sanções político-administrativas (perda do cargo e inabilitação para o 
exercício de função pública). 
Os crimes de responsabilidade estão previstos na Lei Federal nº 1.079/50, para 
Presidente da República e Governador, e no DL 201/67, para prefeitos. 
Nesses casos, a competência para julgamento será: 
• Presidente: Senado Federal (após autorização da Câmara dos Deputados, por 2/3 dos 
votos). 
• Governador: Tribunal Especial (composto por 5 membros da ALE e 5 
Desembargadores, sob a presidência do Presidente do TJ), conforme dispõe o artigo 78 
da Lei Federal nº 1.079/50, in verbis: 
Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que determinar 
a Constituição do Estado e não poderá ser condenado, senão à perda do cargo, com inabilitação 
até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça 
comum. (...) § 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes 
de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, porém, o 
julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco 
desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito 
de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal será feita - a dos membros do legislativo, 
mediante eleição pela Assembleia: a dos desembargadores, mediante sorteio. 
• Prefeito: Câmara Municipal. 
 
 
 
Aprofundamento: 
Apesar de a Lei nº 1.079/50 determinar que caberá às Constituições Estaduais 
determinar a forma de julgamento dos crimes de responsabilidade praticados por 
governadores, segundo a jurisprudência do STF, legislar sobre crime de 
responsabilidade e respectivo processo e julgamento é competência privativa da 
União (Súmula 722). 
Em virtude de tal fato, o que vale é a regra estabelecida pelo §3º exposto acima, ou seja: 
Tribunal Especial, composto de cinco membros do Legislativo (eleitos pela Assembleia 
Legislativa) e de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça (mediante sorteio), sob 
a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso 
de empate. 
Frise-se ainda que algumas Constituições estaduais preveem que, antes de os 
Governadores serem julgados (por crimes comuns ou de responsabilidade), é necessária 
a autorização da Assembleia Legislativa (licença prévia) mediante voto de 2/3 de seus 
membros. É o caso, por exemplo, da Constituição do Estado do Acre. 
Sobre tal exigência, contudo, o STF já se manifestou no sentindo de que não há 
necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o Governador do 
Estado seja processado por crime comum; sendo inconstitucional a respectiva exigência. 
Assim, o STJ pode receber denúncia ou queixa proposta contra o Governador e seguir 
com a ação penal sem que seja necessária autorização prévia da Assembleia Legislativa. 
Dentre os argumentos invocados pelo STF, cinco ganham destaques: 
a) Ausência de previsão expressa e inexistência de simetria; 
b) Princípio republicano (art. 1º); 
c) Princípio da separação dos poderes (art. 2º) 
 
 
d) Competência privativa da União (art. 22, I); e 
e) Princípio da igualdade (art. 5º). 
 
Aprofundamento (parte II): 
Sobre o crime de responsabilidade e sua relação com improbidade administrativa: 
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PREFEITO MUNICIPAL. DUPLO 
REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. PRECEDENTES. 
1. A jurisprudência assentada no STJ, inclusive por sua Corte Especial, é no sentido de 
que, "excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da 
República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal 
(art. 86), não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos 
a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas 
no art. 37, § 4º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo 
infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza" (Rcl 2.790/SC, DJe de 
04/03/2010). (...) STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1099900/MG, Rel. Min. Teori Albino 
Zavascki, julgado em 16/11/2010. 
Nessa linha, os agentes políticos, com exceção do presidente da República, sujeitam-se 
ao duplo regime sancionatório, ou seja, estão sujeitos à responsabilização pelos atos de 
improbidade administrativa e também à responsabilização político-administrativa por 
crimes de responsabilidade. 
Por fim, o STF entendeu que não há prerrogativa de foro nas ações de improbidade 
administrativa, pois as prerrogativas de foro estão previstas na CF/88 e atinge apenas as 
infrações penais. Lembrando que as sanções por improbidade administrativa têm 
 
 
natureza civil. (STF. Plenário. Pet 3240/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, 
julgado em 10/05/2018.) 
 
 
9) AL/GO – Procurador – 2019 Suponha que o Chefe do Executivo tenha editado 
decreto reestruturando determinada Secretaria de Estado. Nos termos do referido 
decreto, operou-se a concentração de atribuições em determinados órgãos da Pasta, 
com a correspondente redução em outros. Além disso, o ato extinguiu cargos vagos, 
efetivos e de livre provimento. Referido decreto foi contestado judicialmente pelos 
servidores, sustentando que o mesmo não encontra base legal, extrapolando, assim, os 
limites do poder regulamentar conferido ao Chefe do Executivo. Considerando as 
competências constitucionalmente estabelecidas, conclui-se corretamente que a edição 
do referido ato afigura-se juridicamente 
a) ilegítima, eis que a extinção de cargos efetivos, ainda que vagos, constitui matéria 
de reserva de lei, não podendo ser operada por decreto. 
b) legítima, eis que se situa no âmbito e nos limites da competência do poder 
normativo do Chefe do Executivo para dispor sobre organização administrativa. 
c) legítima apenas no que concerne à realocação de atribuições internas, porém 
inconstitucional quanto à extinção de cargos, por afronta ao princípio da legalidade. 
d) legítima apenas se precedidade delegação legislativa para o Poder Executivo, ainda 
que de forma genérica, sob pena de afronta ao princípio da separação de poderes. 
e) ilegítima, pois tanto a extinção de cargos como a reorganização de atribuições 
administrativas constituem matéria reservada ao campo da lei em sentido formal, 
cabendo apenas a regulamentação por decreto. 
 
 
 
Comentários: 
Resposta: Letra B. 
Essa questão, apesar de mal escrita e estruturada, não é difícil; bastando o 
conhecimento da CF/88 para responde-la. Na realidade, a questão aborda apenas os 
possíveis limites do decreto autônomo. 
Assim, conforme dispõe o art. 84 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
O decreto, portanto, é legítimo, visto que não extrapolou os limites do art. 84 
supracitado, restringindo seu conteúdo a organização da administração federal e 
extinção de cargos vagos. 
 
10) Prefeitura de Maringá – PR – Procurador Municipal – 2015 Sobre as normas 
constitucionais que dispõem acerca do Poder Executivo, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Dentre as competências privativas do Presidente da República estão nomear e 
exonerar os Ministros de Estado e exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a 
direção superior da administração federal; todavia, não pode o Presidente prover e 
extinguir os cargos públicos federais. 
 
 
b) Nos casos em que a Câmara dos Deputados admita acusação contra o Presidente 
da República, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas 
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
Em ambos os casos, o Presidente ficará suspenso de suas funções até o final do processo, 
sendo nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime, pelo 
Supremo Tribunal Federal; e nos crimes de responsabilidade, após a instauração do 
processo pelo Senado Federal. 
c) Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, 
sendo vedada, entre outras, a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa à 
nacionalidade, cidadania, aos direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; ao 
direito penal, processual penal e processual civil; à instituição ou majoração de 
impostos. 
d) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos 
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o 
Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal 
Federal. 
e) No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, nos 
dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última 
vaga. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para 
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, 
na forma da lei. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus 
antecessores. 
 
Comentários: 
 
 
Resposta: Letra E. 
Para responder esta questão, mais do que qualquer outra coisa, é preciso coragem. Ao 
ver uma questão desse tamanho na hora da prova, o aluno, via de regra, já fica cansado 
e sem vontade de ler com atenção. Observe, porém, que o mais difícil nesse tipo questão 
é justamente o tamanho. A resposta para a mesma está na própria CF/88 e não possui 
um alto nível de dificuldade. Passemos a análise de cada afirmativa. 
Afirmativa A: Incorreta. O erro da assertiva encontra-se ao dispor que o Presidente não 
prover e extinguir os cargos públicos federais. Isso porque, determina o art. 84 da CF/88 
que: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros 
de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção 
superior da administração federal; (...) XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na 
forma da lei. 
Afirmativa B: Incorreta. O inicio da assertiva está correto. O erro da mesma está em 
afirmar que nos crimes de responsabilidade e nos crimes comuns, o Presidente ficará 
suspenso de suas funções até o final do processo. Observe o que dispõe o artigo 86 da 
CF/88: 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos 
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações 
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal 
Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. 
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o 
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
 
 
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da 
República não estará sujeito a prisão. 
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por 
atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Afirmativa C: Incorreta. Essa assertiva está toda correta até quase o seu final. Isso 
porque a mesma afirma que é vedada a edição de Medidas Provisórias sobre matéria 
relativa à: 
1. Nacionalidade – ok 
2. Cidadania - ok 
3. aos direitos políticos - ok 
4. partidos políticos - ok 
5. direito eleitoral - ok 
6. ao direito penal - ok 
7. processual penal - ok 
8. processual civil - ok 
9. à instituição ou majoração de impostos – eis o erro. 
Observe o que dispõe o art. 62 da CF/88: 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
 
 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou 
veto do Presidente da República. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos 
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver 
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
Afirmativa D: Incorreta. O erro desse item está na ordem de sucessão do presidente e 
vice presidente da república. Isso porque o art. 80 da CF determina que “em caso de 
impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, 
serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara 
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal”. 
Lembre-se que a Câmara dos Deputados tem a função de representar o povo, motivo 
pelo qual o seu presidente é o mais adequado para substituir em primeiro lugar o 
Presidente e o Vice-Presidente da República. 
Afirmativa E: Correta. Conforme art. 81 da CF/88. 
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidenteda República, far-se-á eleição 
noventa dias depois de aberta a última vaga. 
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos 
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
 
 
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. 
 
11) Câmara de São Roque/SP – Procurador jurídico - 2019 Corresponde a um 
entendimento sumulado vigente no Supremo Tribunal Federal: 
a) Cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere 
pedido de intervenção estadual em Município. 
b) A Constituição, ao assegurar a contagem integral do tempo de serviço público 
federal, estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade, 
proíbe a União, os Estados e os Municípios mandarem contar, para efeito diverso, tempo 
de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno. 
c) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 
d) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base 
de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. 
e) A Constituição Estadual pode estabelecer limite para o aumento de tributos 
municipais. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra C. 
Afirmativa A: Incorreta. Conforme Súmula 637 do STF, não cabe recurso extraordinário 
contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em 
município. 
 
 
Afirmativa B: Incorreta. Segundo dispõe a Súmula 567 do STF, a Constituição, ao 
assegurar, no § 3º do art. 102, a contagem integral do tempo de serviço público federal, 
estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade não proíbe à 
União, aos Estados e aos Municípios mandarem contar, mediante lei, para efeito 
diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno. 
Afirmativa C: Correta. Conforme a Súmula 646 do STF, convertida na Súmula Vinculante 
49, ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 
Sobre o tema, é preciso ter em mente que os Municípios possuem competência para 
realizar o ordenamento urbano, ou seja, possuem competência para, por meio de lei e 
outros atos normativos, organizar o uso e ocupação do solo urbano. Isso está previsto 
no art. 30, VIII, da CF/88: Art. 30. Compete aos Municípios: (...) VIII - promover, no que 
couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, 
do parcelamento e da ocupação do solo urbano. 
Contudo, o ordenamento e o zoneamento urbanos não podem violar direitos e garantias 
constitucionais, sob pena de serem ilegítimos. Frise-se que, logo que a CF/88 foi editada, 
alguns Municípios, sob o pretexto de fazerem o ordenamento do solo urbano, editaram 
leis proibindo que, em determinados áreas da cidade, houvesse mais de um 
estabelecimento comercial do mesmo ramo empresarial. Ex: no bairro “X” só poderia 
haver um supermercado. O STF considerou que tais previsões são inconstitucionais por 
violarem a livre concorrência, que é um princípio protegido pelo art. 170 da CF/88, o 
qual dispõe que “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da 
justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IV - livre concorrência”. 
Assim, o Município, ao proibir que um estabelecimento comercial se instale em 
determinada área da cidade pelo simples fato de já existir outro ali funcionando, impede 
 
 
a livre concorrência entre os empresários. Além disso, tal medida viola o princípio da 
isonomia e não trará qualquer benefício para o ordenamento urbano nem para a 
população local. 
 
Aprofundamento: 
Exceção à aplicação da Súmula Vinculante 49 por motivo de segurança e de proteção 
à saúde e ao meio ambiente: 
O direito à livre concorrência contido no enunciado da Súmula Vinculante 49 não é 
absoluto, porquanto a própria jurisprudência desta Corte que fundamentou a edição do 
referido verbete sumular trouxe temperamentos a essa prerrogativa, por imperativos 
de segurança e de proteção à saúde e ao meio ambiente. Daí a ausência da estrita 
aderência entre a decisão impugnada e o paradigma sumular apontado, fator 
imprescindível para o conhecimento do pleito reclamatório. Com efeito, a 
jurisprudência desta Corte, que se refletiu na edição da Súmula Vinculante que se alega 
violada, entende legítima a imposição de restrições à localização de determinados tipos 
de estabelecimentos comerciais, como postos de combustíveis. [Rcl 32.229, rel. 
min. Luiz Fux, dec. monocrática, j. 17-10-2018, DJE 223 de 19-10-2018.] 
As razões recursais não conseguem infirmar esses fundamentos. Conforme consignado, 
a jurisprudência pacífica da CORTE é no sentido de que lei municipal que fixa distância 
mínima para a instalações de novos postos de combustíveis, por motivo de segurança, 
não ofende os princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência (RE 
199101, Relator Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, DJ 30/9/2005; RE 
204.187, Relatora Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJ 2/4/2004). Por esse motivo, 
não há estrita aderência entre o ato impugnado e a SV 49. [Rcl 30.986 AgR, voto do rel. 
min. Alexandre de Moraes, 1ª T, j. 21-9-2018, DJE 205 de 27-9-2018.] 
 
 
 
Afirmativa D: Incorreta. Súmula 595. É inconstitucional a taxa municipal de conservação 
de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. 
Afirmativa E: Incorreta. Súmula 69. A Constituição estadual não pode estabelecer limite 
para o aumento de tributos municipais. 
 
12) PGE-SC – Procurador do Estado – 2018 Identifique abaixo as afirmativas 
verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) no que diz respeito ao Poder Judiciário. 
( ) O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 membros com mandato de 2 anos, 
admitida uma recondução. 
( ) O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, 33 Ministros, os quais serão 
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 35 anos de idade 
e menos de sessenta e cinco anos de idade, além de outros requisitos. 
( ) O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos 
mediante eleição, pelo voto secreto, de três juízes dentre os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal; de dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça e, 
por fim, por nomeação do Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados 
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
( ) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, nos 
crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal. 
( ) Lei Complementar, de iniciativa do Superior Tribunal de Justiça, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados princípios previstos na própria Constituição 
Federal. 
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. 
 
 
a) V • V • V • F • F 
b) V • F • V • V • V 
c) V • F • F • F • V 
d) F • V • F • F • F 
e) F • F • V • V • V 
 
Comentários: 
Resposta: Letra A. 
Assertiva I: Verdadeira. Conforme demonstrado na assertiva em análise, o CNJ, de fato, 
é composto por 15 membros com mandato de 2 anos, admitida uma recondução. É o 
que dispõe o artigo 103-B da CF, in verbis: 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 
2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelorespectivo tribunal; 
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da 
República; 
XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República 
dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; 
 
 
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos 
Deputados e outro pelo Senado Federal. 
 
Informativos importantes: 
 Competência originária e concorrente do CNJ A CF conferiu competência originária 
e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares. Assim, a competência do 
CNJ é autônoma (e não subsidiária). Logo, o CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido 
dada oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso (informativo 
875) 
 Utilização no PAD de dados obtidos em descoberta fortuita na investigação criminal 
É possível a utilização de dados obtidos por descoberta fortuita em interceptações 
telefônicas devidamente autorizadas como prova emprestada em processo 
administrativo disciplinar. STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 29/8/2017 (Info 875). 
 O TRF condenou juiz federal à pena de aposentadoria compulsória. Ocorre que, em 
virtude de alguns Desembargadores terem se averbado suspeitos, este juiz foi 
condenado com um quórum de maioria simples. O CNJ reconheceu a irregularidade da 
proclamação do resultado e anulou o julgamento de mérito realizado pelo TRF. Isso 
porque o art. 93, VIII e X, da CF/88 exige quórum de maioria absoluta do tribunal. Ocorre 
que o CNJ, após anular o julgamento de mérito realizado pelo TRF, decidiu avocar o 
processo administrativo para que o magistrado fosse julgado diretamente pelo 
Conselho. O juiz impetrou MS contra essa avocação, mas o STF afirmou que o CNJ agiu 
corretamente. A Constituição, expressamente, confere ao CNJ competência para, a 
qualquer tempo, avocar processos de natureza disciplinar em curso contra membros do 
Poder Judiciário. Assim, não há óbice para que o CNJ anule o julgamento do Tribunal e 
 
 
inicie lá um outro procedimento. Uma das causas legítimas de avocação de 
procedimentos administrativos pelo CNJ é justamente a falta do quórum para proferir 
decisão administrativa por maioria absoluta em razão de suspeição, impedimento ou 
falta de magistrados. O CNJ poderia ter devolvido o processo ao TRF2, mas optou por 
exercer sua competência concorrente, dentro da discricionariedade conferida pela 
Constituição, para julgar o processo e evitar novas questões de suspeição e 
impedimento. STF. 1ª Turma. MS 35100/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão 
Min. Roberto Barroso, julgado em 8/5/2018 (Info 901). 
 CNJ pode determinar que Tribunais de Justiça reduzam o adicional de férias dos 
magistrados para 1/3 O CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato 
normativo de forma a substituir a competência do STF. Contudo, o CNJ pode determinar 
a correção de ato do Tribunal local que, embora respaldado por legislação estadual, se 
distancie do entendimento do STF. Assim, o CNJ pode afirmar que determinada lei ou 
ato normativo é inconstitucional se esse entendimento já estiver pacificado no STF. Isso 
porque, neste caso, o CNJ estará apenas aplicando uma jurisprudência, um 
entendimento já pacífico. As leis estaduais que preveem abono de férias aos 
magistrados em percentual superior a 1/3 são inconstitucionais. Isso porque essa 
majoração do percentual de férias não encontra respaldo na LOMAN, que prevê, de 
forma taxativa, as vantagens conferidas aos magistrados, sendo essa a Lei que deve 
tratar do regime jurídico da magistratura, por força do art. 93 da CF/88. Logo, o CNJ agiu 
corretamente ao determinar aos Tribunais de Justiça que pagam adicional de férias 
superior a 1/3 que eles enviem projetos de lei para as Assembleias Legislativas reduzindo 
esse percentual. STF. 2ª Turma. MS 31667 AgR/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
11/9/2018 (Info 915). 
 
Assertiva II: Verdadeira. Conforme dispõe o art. 104, da CF/88: 
 
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente 
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta 
do Senado Federal, sendo: 
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores 
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, 
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
Assertiva III: Verdadeira. 
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre 
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça. 
Assertiva IV: Falsa. Segundo esta assertiva, compete ao Supremo Tribunal 
Federal processar e julgar, originariamente, nos crimes comuns, os Governadores dos 
Estados e do Distrito Federal. Contudo, conforme se observa na leitura do art. 105, I, a, 
CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, nos 
crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal. 
Assertiva V: Falsa. Nos termos do art. 93 da CF/88, Lei Complementar, de iniciativa do 
STF, e não do STJ, disporá sobre o Estatuto da Magistratura. 
 
 
 
13) Prefeitura de Paranavaí/PR – Procurador do Município – 2018 Com base na 
Constituição Federal e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), é 
INCORRETO afirmar que: 
a) A atualização monetária dos débitos fazendários inscritos em precatórios segundo 
o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança viola o direito fundamental 
de propriedade na medida em que é manifestamente incapaz de preservar o valor real 
do crédito de que é titular o cidadão. 
b) O pagamento prioritário, até certo limite, de precatórios devidos a titulares idosos 
ou que sejam portadores de doença grave promove, com razoabilidade, a dignidade da 
pessoa humana e a proporcionalidade, situando-se dentro da margem de conformação 
do legislador constituinte. 
c) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão 
hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, 
ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com 
preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo daquele 
fixado em lei como de pequeno valor, não sendo admitido o fracionamentopara essa 
finalidade. 
d) A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em favor dos créditos de 
natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los 
da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de 
outra natureza. 
e) A Constituição Federal estabelece que é obrigatória a inclusão, no orçamento das 
entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, 
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários 
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, 
quando terão seus valores atualizados monetariamente. Assim, não incide juros de mora 
 
 
no período entre a expedição do precatório e o pagamento, desde que realizado dentro 
do prazo constitucionalmente estabelecido. 
 
Comentários: 
Resposta: Letra C. 
Inicialmente, é importante observar que esta questão exige do aluno a alternativa 
incorreta! Assim, passemos a análise de cada uma. 
Alternativa A: Correta. Conforme entendimento do STF, exposto no julgamento do ADI 
4.425, a atualização monetária dos débitos fazendários inscritos em precatórios 
segundo o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança viola o direito 
fundamental de propriedade (CF, art. 5º, XXII), na medida em que é manifestamente 
incapaz de preservar o valor real do crédito de que é titular o cidadão. 
 
Aprofundamento: 
Sobre regime de precatórios, percebo que boa parte dos alunos sentem muita 
dificuldade e este é assunto de extrema importância, não só para a prova, mas também 
para a vida de vocês de concursados. Por isso, é importante um aprofundamento maior 
sobre as principais atualizações desse tema. 
Sobre o tema, inclusive, Márcio André Lopes explica de maneira bastante completa e 
simplificada ao mesmo temo, motivo pelo qual partiremos de sua publicação para fazer 
esse aprofundamento. 
 
Regime de precatórios: 
 
 
Precatório, nada mais é do que o pagamento, feito sob regime especial, pela Fazenda 
Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, quando condenada, por sentença 
judicial transitada em julgado (art. 100 da CF/88). 
 
EC 62/2009: 
A EC 62/2009 alterou o art. 100 da CF/88 e o art. 97 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/88 prevendo inúmeras mudanças no regime 
dos precatórios. 
As modificações impostas pela EC 62/2009 dificultaram o recebimento dos precatórios 
pelos credores e tornaram ainda mais vantajosa a situação da Fazenda Pública, motivo 
pelo qual a alteração ficou conhecida, jocosamente, como “Emenda do Calote”. 
 
ADIs: 
Foram propostas quatro ações diretas de inconstitucionalidade contra esta previsão: 
• ADI 4357/DF - Conselho Federal da OAB e Associação dos Magistrados Brasileiros 
(AMB); 
• ADI 4425/DF – Confederação Nacional das Indústrias – CNI; 
• ADI 4400/DF – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho 
(Anamatra); 
• ADI 4372/DF – Associação dos Magistrados Estaduais (Anamages). 
Frise-se, o STF não conheceu (julgou extintas sem apreciação do mérito) as ações 
propostas pela Anamages e pela Anamatra, por considerar que não havia pertinência 
temática (relação direta) entre o assunto tratado pela EC 62/2009 e os fins institucionais 
dessas entidades de classe. 
 
 
 
Caput e § 1º do art. 100 da CF/88: 
No caput do art. 100 consta a regra geral dos precatórios, observe: 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e 
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica 
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de 
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. 
(Redação dada pela EC 62/09) 
É válido ressaltar que não há qualquer inconstitucionalidade no caput do art. 100 da CF, 
que permanece válido e eficaz. 
No § 1º do art. 100 é previsto que os débitos de natureza alimentícia gozam de 
preferência no recebimento dos precatórios. É como se existisse uma espécie de “fila 
preferencial”: 
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, 
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e 
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de 
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais 
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela EC 62/09). 
Da mesma forma que o caput, também não há qualquer inconstitucionalidade no § 1º 
do art. 100 da CF, que permanece válido e eficaz. 
 
§ 2º do art. 100 da CF/88: 
O § 2º do art. 100 prevê que os débitos de natureza alimentícia que tenham como 
beneficiários pessoas com 60 anos de idade ou mais ou portadoras de doenças graves 
terão uma preferência ainda maior. É como se fosse uma “fila com superpreferência”. 
Recapitulando: 
 
 
Os débitos da Fazenda Pública devem ser pagos por meio do sistema de precatórios. 
* Quem é pago em 1º lugar: créditos alimentares de idosos e portadores de doenças 
graves. 
* Quem é pago em 2º lugar: créditos alimentares de pessoas que não sejam idosas ou 
portadoras de doenças graves. 
* Quem é pago em 3º lugar: créditos não alimentares. 
Obs1: a “superprioridade” para créditos alimentares de idosos e portadores de doenças 
graves possui um limite de valor previsto no § 2º do art. 100. Assim, se o valor a receber 
pelo idoso ou doente grave for muito alto, parte dele será paga com “superpreferência” 
e o restante será quitado na ordem cronológica de apresentação do precatório. Esta 
limitação de valor foi considerada constitucional pelo STF. 
Obs2: dentro de cada uma dessas “filas”, os débitos devem ser pagos conforme a ordem 
cronológica em que os precatórios forem sendo apresentados. 
Obs3: os débitos de natureza alimentícia são aqueles decorrentes de salários, 
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários 
e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil. 
Obs4: em que momento é analisada esta idade de 60 anos para que a pessoa passe a 
ter a superpreferência? 
Segundo a redação literal do § 2º do art. 100, para que o indivíduo tivesse direito à 
superpreferência, ele deveria ser idoso (60 anos ou mais) no dia da expedição do 
precatório pelo juízo. Veja a redação do § 2º: 
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou 
mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na 
forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente 
ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento 
 
 
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do 
precatório. 
Ocorre que, entre o dia em que o precatório é expedido e a data em que ele é 
efetivamente pago, são passados alguns anos. Desse modo, é comum que a pessoa não 
seja idosa no instante em que o precatório é expedido, mas como o processo de 
pagamento é tão demorado, ela acaba completando mais de 60 anos de idade durante 
a espera. 
Diante disso, esta expressão “na data de expedição do precatório” constante no § 2º do 
art. 100 da CF/88 foi declarada INCONSTITUCIONAL. O STF entendeu que esta limitação 
até a data da expedição do precatório viola o princípio da igualdade e que esta 
superpreferência deveria ser estendida a todos os credores que completassem 60 anos 
de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatório de natureza 
alimentícia. 
Obs5: o restante do § 2º do art. 100 da CF foi declarado constitucional e permanece 
válido. 
 
§§ 9º e 10 do art. 100 da CF/88: 
Segundo o § 10

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