Buscar

periodização-do-treinamento TREINAMENTO-DESPORTIVO 2006 pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Periodização do Treinamento Desportivo para Atletas da Categoria Infantil Masculino de Basquetebol 29
29
Revista Treinamento Desportivo / 2006
Volume 7 • Número 1 • Página 29 a 35
Periodização do Treinamento Desportivo
para Atletas da Categoria Infantil Masculino
de Basquetebol
LEANDRO DE MELO BENELI
EDUARDO FANTATO RODRIGUES
PAULO CÉSAR MONTAGNER
RESUMO
Este artigo busca apresentar possibilidades para o planejamento
do treinamento de jovens atletas e analisar o modelo tradicio-
nal de organização da periodização desportiva. Através da re-
visão bibliográfica, serão apresentados o modelo tradicional e
o modelo contemporâneo e suas principais diferenças teóricas.
Utilizou-se como procedimento metodológico o planejamento
da periodização do treinamento anual realizado em 2004 base-
ando-se no modelo tradicional, aplicado na equipe de basque-
tebol masculina categoria infantil (14/15 anos), que disputou
o Campeonato Regional de Basquetebol no Estado de São Pau-
lo - Brasil. Foram realizados cinco testes em cinco etapas da
periodização como parâmetros para identificar a evolução da
performance da equipe durante o treinamento. Como resulta-
do, a equipe infantil conquistou a 3ª colocação no torneio e
ocorreu aumento em todos os indicadores analisados durante
o planejamento (p < 0,01). Na seqüência, discutiu-se aspectos
relevantes no planejamento desta periodização tradicional para
jovens atletas de basquetebol e os resultados obtidos. Concluiu-
se que a planificação coerente do treinamento desportivo para
jovens atletas, baseado nos referenciais teóricos do modelo tra-
dicional, proporcionou desenvolvimento relevante da
performance da equipe.
Palavras-chave: Treinamento desportivo, basquetebol, jovens
atletas, periodização tradicional.
ABSTRACT
This article objective is to introduce possibilities for youth
athletes training arrangement and analyze the traditional model
of sportive periodization. Through the bibliography research,
will be showed the traditional model and the contemporaneous
model and their theoric differences. As the methodology was
used the 2004 year training organization of the men basketball
team about 14 to 15 years old, who played the São Paulo –
Brazil Regional Basketball League, focusing on the traditional
model. It was realized five tests in five moments of the
periodization for identify the evolution of performance during
the training. As the result, this team overcame the 3rd place and
INTRODUÇÃO
A ciência do desporto obteve uma evolução consi-
derável, e atualmente existem autores tradicionais e con-
temporâneos com diferentes teorias e metodologias para
o treinamento desportivo, porém ainda há grandes difi-
culdades por parte de técnicos e pessoas ligadas ao es-
porte relacionado ao treinamento desportivo de jovens
atletas. Muitos destes profissionais não se apropriaram
dos conhecimentos teóricos científicos para a solução de
complexos problemas do treinamento desportivo, base-
ando-se apenas no empirismo1.
Nota-se a ínfima quantidade de material acadêmico
e científico relacionado ao planejamento da periodização
durante a infância e a adolescência. A maioria dos estu-
dos utiliza modelos de periodização ou de sistematiza-
ção do treinamento como forma metodológica para a
obtenção de determinada capacidade física, porém em
idades mais avançadas, ou então, buscam determinar as
principais capacidades físicas a serem treinadas a partir
das particularidades psicofísicas da fase que os jovens
atletas estão. Não obstante, existem inúmeras divergên-
cias e discussões sobre os modelos tradicionais e con-
temporâneos, e conseqüentemente, sobre qual destes
possibilitaria o melhor desenvolvimento esportivo.
Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP Campinas – SP – Brasil
every indicator analyzed during the plan increased (p < 0,01).
Then it was discussed some topics about the plan of this
traditional periodization and the results. Concluded that the
sportive periodization planning coherent for the youth athletes
based on the theoric referential of the traditional model,
provided the team performance great development.
Key-words: Sportive training, basketball, youth athletes,
traditional periodization.
Leandro de Melo Beneli; Eduardo Fantato Rodrigues; Paulo César Montagner30
Neste sentido, aumenta a necessidade por parte dos
técnicos ligados ao esporte para jovens atletas de ampli-
ar seus conhecimentos teóricos-científicos sobre as
metodologias do treinamento desportivo, respeitando os
fundamentos gerais do crescimento na infância e na ado-
lescência, e a capacidade psicofísica de suportar a car-
ga2. Este artigo torna-se relevante na medida que pro-
põe e analisa uma periodização do treinamento
desportivo para jovens atletas de basquetebol, baseada
no modelo teórico tradicional de MATVEEV3, e possibi-
lita a discussão em torno destas questões mencionadas
anteriormente.
Apesar da existência de procedimentos sistematiza-
dos a partir dos referenciais teóricos e conceitos do trei-
namento desportivo, a palavra periodização surgiu ofi-
cialmente no cenário mundial em 1965 por meio dos es-
tudos elaborados pelo prof. Matveev da antiga URSS
(União Soviética). Assim o principal objetivo da
periodização é conciliar o treinamento de tal forma que
os melhores resultados sejam conseguidos exatamente
no período determinado4. GOMES5 faz uma divisão cro-
nológica de períodos em relação aos modelos de
periodização do treinamento desportivo que foram es-
tabelecidos como: desde sua origem até 1950, de 1950
até 1970 e de 1970 até a atualidade.
MANSO, VALDIVIELSO e CABALLERO6 propuse-
ram a denominação “tradicional” para propostas de
periodização do treinamento desportivo, que embora
antigos ainda são utilizadas, como dos autores Ozolin e
Matveev. Segundo GAMBETTA
7
 estes autores tradicio-
nais possuem grande importância para o desenvolvimen-
to do treinamento desportivo e devem ser reavaliados.
Há também as propostas de autores contemporâneos
como VERKHOSHANKY8, BONDARCHUK9, tendo como
características fundamentais a individualização do treina-
mento, ou seja, cargas de trabalho embasadas nos princípi-
os individuais de adaptação à mesma, e também a caracte-
rística de concentração das cargas de treinamento de uma
mesma orientação em períodos curtos de tempo1.
A mercantilização do desporto moderno e a evolu-
ção da ciência do desporto, assim como ocorreu em ou-
tras áreas do conhecimento, criaram premissas para o
questionamento quanto à aplicação do modelo tradicio-
nal proposto por MATVEEV3. O conflito entre teoria e
prática através da elaboração e aplicação de programas
de treinamento estruturados diferentemente, evidenci-
am nesta teoria, que apesar de possuir muitos adeptos,
alguns pontos que não atendem às exigências do des-
porto moderno10.
As críticas relativas a este modelo tradicional relaci-
onam-se aos seguintes aspectos: excessiva concentração
de trabalho de preparação geral, desenvolvimento simul-
tâneo de diferentes capacidades em um mesmo período
de tempo, uso rotineiro das cargas por períodos prolon-
gados, pouca importância atribuída ao trabalho especí-
fico, reduzidos períodos durante a temporada1. Outras
críticas baseiam-se na fundamentação deste modelo clás-
sico a partir de trabalhos desenvolvidos com desportos
individuais.
MÉTODOS
A partir da literatura a respeito das particularidades
do crescimento, da capacidade psicofísica de suportar a
carga na infância e na adolescência e dos aspectos relaci-
onados à teoria da periodização do treinamento
desportivo, baseando-se no modelo tradicional de
Matveev, foi elaborado e aplicado um planejamento
plurianual para a equipe de basquetebol masculina in-
fantil com 12 atletas de 14/15 anos que disputou o
Campeonato Regional do Interior do Estado de São Paulo
(Brasil) no ano de 2004, organizado pela Associação Re-
gional de Basquetebol (ARB).
MACROCICLOS DA PERIODIZAÇÃO
MATVEEV3 indica a periodização plurianual para
jovens atletas, pois estes necessitam desenvolver as ca-
pacidadesfísicas de forma multilateral. Desta forma a
periodização foi dividida em dois macrociclos e o qua-
dro 1 apresenta o primeiro.
Primeiramente foi organizado o período preparató-
rio, sendo dividido em geral e especial, e este foi ampli-
ado por um tempo maior em relação ao segundo
macrociclo (Fevereiro até Abril), enfatizando principal-
mente as capacidades coordenativas, além de habilida-
des e fundamentos básicos para que obtivesse maiores
ganhos nos períodos posteriores. O período preparató-
rio foi elaborado com quatorze microciclos (semanais),
sendo oito para o preparatório geral e seis para o prepa-
ratório especial.
O processo de desenvolvimento da forma física, se-
gundo MATVEEV
3
, apresenta três fases: aquisição, ma-
nutenção e diminuição temporária da forma desportiva.
Neste sentido, no período competitivo os treinamentos
foram voltados, sobretudo, para a adaptação das aquisi-
ções do período preparatório anterior e sua transferên-
cia para a competição. O treinamento possuía caráter
especial e os aspectos táticos adquiriram relevante im-
portância.
Na organização da periodização do treinamento
desportivo além da preparação física devem ser consi-
derados também o treinamento técnico, tático e psicoló-
gico dos atletas, que não devem ser fragmentados e sim
complementados. Estes aspectos necessitam ser via-
bilizados durante os períodos da periodização para a
obtenção da forma desportiva ótima, não obstante o trei-
namento técnico possuía prioridade no primeiro
macrociclo e o treinamento tático teve ênfase no segun-
do macrociclo.
O quadro 2 mostra a segunda parte da periodização
em que foram feitas alterações em relação ao primeiro
macrociclo da periodização. Desta forma, o período pre-
paratório foi organizado com nove microciclos sendo três
para o preparatório geral e seis para o preparatório es-
pecial. Priorizou-se a aquisição de elementos para o de-
senvolvimento das capacidades físicas especiais da mo-
dalidade, com o aumento da intensidade do treinamen-
to.
Periodização do Treinamento Desportivo para Atletas da Categoria Infantil Masculino de Basquetebol 31
MICROCICLOS DA PERIODIZAÇÃO
Após o planejamento dos períodos, foram determi-
nadas as capacidades físicas prioritárias e em seguida
organizados os microciclos com seus objetivos principais.
O quadro 3 apresenta os microciclos da periodização do
treinamento com as capacidades físicas principais, e a
partir destes dados foram desenvolvidos os treinos diá-
rios.
Observa-se no quadro 3 que os primeiros quatro
microciclos possuíram como característica principal exer-
cícios da preparação geral, ou seja, não específico da
modalidade que desenvolvessem, sobretudo, a resistên-
cia de força. Observando os quatro dias da semana que
aconteceram as sessões de treinamento, nota-se que três
delas possuíram exercícios com estas características e
apenas uma (quarta-feira) possuía exercícios com carac-
terísticas diferentes da preparação geral e também da
resistência de força. Nas sessões de treinamento dos três
microciclos seguintes, os exercícios continuaram sendo
predominantemente gerais, porém tiveram como prio-
ridade à força máxima.
No período preparatório geral a tendência geral da
dinâmica de cargas foi de aumento gradual do volume e
da intensidade com um crescimento preferencial do vo-
lume buscando solidificar a forma física. O treinamento
técnico neste período buscou desenvolver fundamentos
e as habilidades básicas como correr, saltar e lançar.
Os sete microciclos posteriores foram modificados,
pois se iniciou o período preparatório especial, que tam-
bém é uma etapa de aquisição de elementos para a ob-
tenção da forma física ótima, entretanto buscou-se ga-
rantir o desenvolvimento das capacidades específicas da
modalidade.
Quadro 1 – 1º Macrociclo da periodização para a equipe masculina de basquetebol categoria infantil (14/15 anos)
Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho 
2 9 16 23 1 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 24 31 7 14 21 28 5 12 
3 10 17 24 2 9 16 23 30 6 13 20 25 4 11 18 25 1 8 15 22 29 6 13 
4 11 18 25 3 10 17 24 31 7 14 21 26 5 12 19 26 2 9 16 23 30 7 14 
5 12 19 26 4 11 18 25 1 8 15 22 27 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 
6 13 20 27 5 12 19 26 2 9 16 23 28 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 
7 14 21 28 6 13 20 27 3 10 17 24 29 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 
Preparatório Geral Preparatório Especial Competitivo Transição 
Introdutor Desenvolvimento C Desenvolvimento Especial C Competitivo Recuperativo 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
r es or or m ch c es or ch ch or c es co co co co co co co c r r 
Quadro 2 – 2º Macrociclo da periodização para a equipe masculina de basquetebol categoria infantil (14/15 anos)
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
19 26 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 1 8 15 22 29 6 13 20 
20 27 3 10 17 24 31 7 14 21 28 5 12 19 26 2 9 16 23 30 7 14 21 
21 28 4 11 18 25 1 8 15 22 29 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 
22 29 5 12 19 26 2 9 16 23 30 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 23 
23 30 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 29 5 12 19 26 3 10 17 24 
24 31 7 14 21 28 4 11 18 25 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 
Preparatório Especial Competitivo 
Desenvolvimento Pré-comp Estabiliza Competitivo 
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ch ch r es pc pc es c co co co co co co co co c co co co co co co co 
Leandro de Melo Beneli; Eduardo Fantato Rodrigues; Paulo César Montagner32
Os três primeiros microciclos deste período possuí-
ram como capacidade física primordial à força rápida e
os quatro seguintes a força rápida especial. Neste perío-
do houve o aumento da intensidade e o incremento de
outras capacidades como: velocidade, ritmo e potência.
Apesar da diminuição do volume dos exercícios da pre-
paração geral, o desenvolvimento das capacidades
coordenativas e as habilidades básicas foram mantidas
no primeiro macrociclo. O treinamento técnico buscou
aprimorar os fundamentos da modalidade através de
exercícios específicos, e aumentou-se o volume de tra-
balhos táticos.
No período competitivo a preparação geral reduziu
bruscamente e o treinamento adquiriu predominância
dos ajustes táticos e o refinamento das finalizações.
Em seguida ocorreu o período de transição (início
do mês de julho) com interrupção do treinamento, que
retornaram no final do mês de julho.
No quadro 4 observa-se os microciclos do segundo
macrociclo. Os três primeiros microciclos possuíram pre-
dominância de exercícios especiais que desenvolvesse a
resistência de força rápida para que nos quatro microci-
clos seguintes pudesse ser priorizada a força rápida es-
pecial. Além destes aspectos, neste momento também
foram realizados alguns amistosos. O treinamento téc-
nico diminuiu o volume ao longo desta etapa, na mes-
ma proporção que aumentaram os treinamentos táticos
durante este período.
Como característica principal às modalidades cole-
tivas, principalmente para jovens, possuem um período
competitivo longo e devido a este fator a preparação do
treinamento desportivo possuiu mais de um pico ótimo
da forma física, sendo que o maior pico aconteceu nas
fases finais do campeonato. Neste período o treinamen-
to priorizou o refinamento do sistema tático ofensivo e
defensivo, além do treinamento técnico das finalizações.
Evidentemente ocorreram intervenções durante o trei-
Quadro 3 – Microciclos do treinamento – 1º macrociclo.
Períodos Preparatório Geral Preparatório Especial Competitivo 
Capacidade 
Física 
Resistência 
Força 
Força 
Máxima 
Força 
RápidaForça Rápida 
Especial Competitivo 
Microciclos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 
Segunda 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Preparatório 
Especial 
Força Rápida 
Preparatório Especial 
Força Máxima 
Coordenação 
Jogo 
Quarta 
Preparatório Especial 
Força Máxima 
Velocidade 
Preparatório Especial 
Força Máxima 
Velocidade 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
Velocidade 
Preparatório Especial 
Força Rápida 
Pliometria 
Descanso Ativo 
Especial 
Quinta 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Preparatório Geral 
Força Máxima 
Coordenação 
Preparatório 
Especial 
Força Máxima 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Competitivo 
Força Rápida 
Jogo (Coletivo) 
Sexta 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
Geral 
Preparatório.Especial 
Resistência Força 
 
Preparatório 
Especial 
Força Rápida 
Preparatório Especial 
Força Rápida 
Pliometria 
Jogo 
Sábado Descanso Descanso Descanso Descanso Descanso 
Períodos Preparatório Especial Competitivo 
Capacidade Física Resistência Força Rápida Força Rápida Especial Competitivo 
Microciclos 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 
Segunda 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
Coordenação 
Preparatório Especial 
Força Máxima 
Coordenação 
Jogo 
 Quarta 
Preparatório Especial 
Força Máxima 
Velocidade 
Preparatório Especial 
Força Rápida 
Pliometria 
Descanso Ativo Especial 
Quinta 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
RML 
Competitivo 
Força Rápida 
Jogo (Coletivo) 
Sexta 
Preparatório Geral 
Resistência Força 
Velocidade 
Preparatório Especial 
Força Rápida 
Pliometria 
Jogo 
Sábado Descanso Descanso Descanso 
Quadro 4 – Microciclos do treinamento – 2º macrociclo.
Periodização do Treinamento Desportivo para Atletas da Categoria Infantil Masculino de Basquetebol 33
namento com o intuito de corrigir fundamentos e aspec-
tos que demonstravam maior grau de dificuldade.
TESTES
Para identificar e avaliar a evolução da equipe du-
rante o treinamento foram realizados cinco testes em cin-
co etapas da periodização. A primeira bateria de testes
foi realizada ao final do período preparatório geral do 1º
macrociclo (A), o segundo ocorreu ao final do período
preparatório especial do 1º macrociclo (B), o terceiro acon-
teceu no fim do período competitivo também do 1º
macrociclo (C), o quarto foi realizado no final do perío-
do preparatório especial do 2º macrociclo (D), e o último
no final do período competitivo do 2º macrociclo (E). Os
atletas tiveram três tentativas para executar cada teste, e
anotou-se a melhor marca obtida.
3.1– Impulsão Vertical – primeiramente o atleta esti-
cou o braço para marcar o ponto de alcance máximo, em
seguida realizou o salto a partir da posição ereta,
flexionando os joelhos, com os braços semi-flexionados
e os pés totalmente apoiados no solo. Marcou-se a altura
do salto, expressa em centímetros (cm), com um toque
das pontas dos dedos marcadas com giz na régua, e sub-
traiu-se do ponto de alcance máximo. Objetivo: verificar
a impulsão e a força explosiva de membros inferiores.
3.2 – Salto Sêxtuplo - o atleta realizou seis saltos con-
secutivos com as pernas alternadas a partir de uma mar-
ca determinada. Mediu-se à distância do início (marca
determinada) até a última passada expressa em centí-
metros (cm). Objetivo: medir a componente de força rá-
pida nos membros inferiores.
3.3 – Força de Lançamento - o atleta realizou um lan-
çamento com uma medicine-ball de 3 Kg a partir da po-
sição sentada com o dorso, a cabeça e o glúteo encosta-
dos em uma parede e as pernas esticadas. O atleta foi
orientado para iniciar o movimento com a medicine-ball
encostada no peito, e a medida foi expressa em centíme-
tros (cm). Objetivo: avaliar a força explosiva de mem-
bros superiores.
3.4 – Passe na Parede - esse teste consistiu em o atle-
ta ficar de frente para uma parede lisa, a 2 metros de
distância da mesma, e fazer o maior número de passes
(n) durante 20 segundos. Objetivo: medir a componente
de força rápida de membros superiores.
3.5 – Corrida Sinuosa com condução de bola - per-
correr uma distância de 15 metros (ida e volta), no me-
nor tempo possível, expressa em segundos (s), driblando
com uma bola de basquete. Alternar as mãos, e contor-
nar 5 cones dispostos em linha reta distantes 1,5 m entre
si. Objetivo: verificar a agilidade, velocidade, coordena-
ção e técnica especifica do basquetebol.
RESULTADOS
O campeonato da ARB foi disputado por dez equi-
pes que jogaram em turno único no primeiro semestre,
classificando seis equipes para a fase seguinte. A equipe
da Sociedade Hípica de Campinas classificou em 5º lu-
gar nesta primeira fase.
Na fase seguinte, no segundo semestre, as seis equi-
pes jogaram em turno e returno e classificaram apenas
quatro equipes para os play-offs. Após o término da se-
gunda fase entre os seis times, jogos em turno e returno,
esta equipe conseguiu a 4ª colocação e a possibilidade
de disputar os play-offs.
Nos play-offs da semifinal da ARB esta equipe per-
deu para Casa Branca, que mais tarde seria a equipe cam-
peã enfrentando Limeira no play-off final. Entretanto,
ainda restava a disputa do terceiro lugar e confirmação
de que a periodização do treinamento desportivo havia
sido elaborada de forma coerente. A equipe da Socieda-
de Hípica de Campinas não havia vencido nenhum dos
três jogos disputados contra a equipe de Sorocaba nas
fases anteriores, porém neste play-off conseguiu duas
vitórias e conquistou a 3ª colocação no campeonato.
As tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 apresentam as médias dos
resultados em cada etapa, os desvios padrão e Tukey
para os testes de força explosiva de membros inferiores
(Salto Vertical), de força rápida de membros inferiores
(Salto Sêxtuplo), de força explosiva de membros superi-
ores (Força de Lançamento), de força rápida de mem-
bros inferiores (Passe na Parede), e o de agilidade, coor-
denação e técnica especifica do basquetebol (Corrida Si-
nuosa), respectivamente. Percebe-se a partir da análise
estatística nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 que a equipe conse-
guiu obter uma alteração positiva nas médias de resul-
tados em todos indicadores analisados.
DISCUSSÃO
Para organizar uma periodização de treinamento
voltada para adolescentes torna-se relevante o conheci-
mento sobre as particularidades e características do cres-
cimento, desenvolvimento e da maturação destes indi-
víduos. A capacidade de crianças e adolescentes supor-
tarem cargas não podem ser otimizadas exclusivamente
através de uma redução quantitativa da estrutura de car-
gas dos adultos2. Cada faixa etária tem a suas tarefas di-
dáticas especiais, bem como particularidades específicas
do desenvolvimento, portanto, a oferta de estímulos e
aprendizagem deve ser regulada pela fase sensitiva.
Estes aspectos fisiológicos requerem um direciona-
mento correspondente ao treinamento. Neste sentido, o
primeiro período preparatório buscou focalizar esforços
no aumento da capacidade coordenativa dos atletas,
desenvolvendo também os fundamentos e as habilida-
des básicas, para que na fase posterior os atletas estives-
sem preparados de forma múltipla para o treinamento
desportivo.
Além do conhecimento prévio sobre as particulari-
dades e características crescimento dos jovens atletas,
a sistematização e organização da periodização
desportiva por parte de técnicos e/ou pessoas envolvi-
das com o desporto, a partir de referenciais teóricos e
metodologias do treinamento, adquiri também relevan-
te importância para o desenvolvimento individual e
coletivo da equipe.
Leandro de Melo Beneli; Eduardo Fantato Rodrigues; Paulo César Montagner34
Etapa A B C D E 
Média 44,3 45,2 45,7 46,4 46,9 
Desvio Padrão ± 0,96 ± 0,88 ± 0,77 ± 0,77 ± 0,81 
A * * * * 
B * * ** 
C * * * * 
D * * * * 
E * * * * 
Etapa A B C D E 
Média 1490 1530 1546 1573 1597 
Desvio Padrão ± 63,6 ± 56,7 ± 55,1 ± 54 ± 56,6 
A * * * * 
B * * * * 
C * * * * 
D * * * * 
E * * * * 
Etapa A B C D E 
Média 460 475 484 498 504 
Desvio Padrão ± 24,1 ± 23,9 ± 22,7 ± 22,3 ± 23,9 
A * * * * 
B * * * * 
C * * * * 
D * * * * 
E * * * * 
Etapa A B C D E 
Média 26,7 27,4 27,7 28,4 28,9 
Desvio Padrão ± 1,13 ± 1,16 ± 1,28 ± 1,37 ± 1,4 
A * * * * 
B * * * * 
C * * * * 
D * * * * 
E * * * * 
Etapa A B C D E 
Média 7,8 7,42 7,3 7,11 6,98 
Desvio Padrão ± 0,3 ± 0,38 ± 0,31 ± 0,26 ± 0,29 
A * * * * 
B * * * * 
C * * * * 
D * * * * 
E * * * * 
Tabela 1 – Médias, Desvios Padrão e
Tukey para os testes de Força
Explosiva de membros inferiores
(Salto Vertical), onde * = p < 0,01.
Tabela 2 – Médias, Desvios Padrão e
Tukey para os testes de Força Rápida de
membros inferiores (Salto Sêxtuplo),
onde * = p < 0,01.
Tabela 3 – Médias, Desvios Padrão e
Tukey para os testes de Força
Explosiva de membros superiores
(Força de Lançamento),
onde * = p < 0,01.
Tabela 4 – Médias, Desvios Padrão e
Tukey para os testes de Força Rápida
de membros inferiores (Passe na
Parede), onde * = p < 0,01.
Tabela 5 – Médias, Desvios Padrão e
Tukey para os testes de Agilidade,
Coordenação e Técnica especifica do
basquetebol (Corrida Sinuosa),
onde * = p < 0,01.
Periodização do Treinamento Desportivo para Atletas da Categoria Infantil Masculino de Basquetebol 35
No segundo macrociclo ocorreram modificações na
periodização em relação ao primeiro macrociclo devido
ao elevado volume da preparação geral no primeiro pe-
ríodo, ao significativo aumento em todos indicadores
após o primeiro período preparatório especial (B) e a
necessidade de melhorar uma colocação para obter a clas-
sificação para a fase seguinte do campeonato. Neste sen-
tido, adotou-se a exclusão do período preparatório geral
no segundo macrociclo aumentando o período prepara-
tório especial.
Mais importante que observar a colocação final é
verificar o desenvolvimento gradual atingido pela equi-
pe durante a competição. Esta evolução é comprovada
ao analisar o aumento de todos os indicadores na
periodização do treinamento desta equipe.
O questionamento relacionado ao modelo de treina-
mento desportivo utilizado durante o planejamento anu-
al, balizado a partir do modelo tradicional e do modelo
contemporâneo é outro aspecto a ser discutido. O mo-
delo de MATVEEV3 utilizado para a construção da
periodização que, apesar de contestado por autores con-
temporâneos, possui em sua base pedagógico-
metodológica uma grande segurança na administração
do treinamento, sobretudo, quando aplicada para
desportistas iniciantes. Este modelo caracteriza-se pelo
aumento gradual dos índices funcionais e se expressa
como decorrência da utilização de um volume modera-
do e contínuo das cargas de treinamento.
Não obstante, estes aspectos criticados pelos auto-
res contemporâneos necessitam estar presente no plane-
jamento da periodização de jovens atletas. O elevado
volume de trabalho de preparação geral, o desenvolvi-
mento simultâneo de diferentes capacidades físicas em
um mesmo período de tempo, uso de cargas por perío-
dos prolongados e relativa importância atribuída ao tra-
balho específico, são fatores que proporcionam a base
para o desenvolvimento múltiplo destes jovens atletas.
Concluiu-se que, apesar das críticas de autores con-
temporâneos relacionados ao modelo tradicional de
periodização do treinamento desportivo, este modelo
demonstrou relevante eficácia quando aplicado para a
equipe infantil (14/15 anos) masculina de basquetebol,
na medida que proporcionou o significativo desenvol-
vimento da performance da equipe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Oliveira PR; Silva JBF. Dinâmica da alteração de diferentes
capacidades biomotoras nas etapas e micro-etapas do
macro-ciclo anual de treinamento de atletas de voleibol.
Revista Treinamento Desportivo 2001; 6:18-30.
2. Weineck J. Biologia do esporte. São Paulo: Editora Manole,
2000.
3. Matveev LP. Periodizacíon del entrenamiento desportivo.
Madrid, INEF, 1977.
4. Barbanti VJ. Teoria do treinamento desportivo. São Paulo:
Edgard Blücher, 1979.
5. Gomes AC. Treinamento desportivo: estruturação e
periodização. Porto Alegre: Artmed, 2002.
6. Manso JMG; Valdivielso MN; Caballero JAR. Bases teóri-
cas del entreinamiento desportivo – principios y
aplicaciones. Madrid: Gymnos, 1996.
7. Gambetta V. Novas tendências na teoria do treinamento.
Stadium, 1991; 25.
8. Verkhoshanky YV. Entrenamiento desportivo: planificación
y programación. Barcelona: Martinez Roca, 1990.
9. Bondarchuk A. Periodizacíon del entrenamiento desportivo
en los lanzamientos atléticos. Madrid: Consejo científico
metodológico del Comité Estatal de Cultura Física y
Desportes, 1988.
10. Silva F; Martins C; Silva K. Dinâmica competitiva no fute-
bol de alta competição e a teoria da periodização do treino.
Revista Portuguesa de Ciência do Esporte 2004; 4:211-233.
Endereço para correspondência:
Avenida Orozimbo Maia, 2136 – Apto. 102 – Bloco A
Vila Itapura – CEP 13023-001 – Campinas – SP – Brasil
le_beneli@yahoo.com.br

Continue navegando