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Análise das Demonstrações Contábeis Waldir Jorge Ladeira dos Santos, Doutor wladeira@crcrj.org.br Sumário 1. Programa da disciplina 1.1 Ementa 1.2 Carga horária total 1.3 Objetivos 1.4 Conteúdo programático 1.5 Metodologia 1.6 Bibliografia recomendada 1.7 Curriculum resumido do professor 2. Introdução 3. Sistema de Informação 4. Principais Usuários 5.Evidenciação Contábil 6. Análise Econômico Financeira 7. Exercícios e Cases 1. Programa da disciplina 1.1 Ementa Interpretação das demonstrações contábeis, através do uso de indicadores econômico-financeiros. Estudo dos indicadores tradicionais utilizados pelo mercado, através da abordagem dos aspectos de liquidez, endividamento, rentabilidade e atividade. 1.2 Carga horária total 80 horas/aula 1.3 Objetivos Proporcionar ao aluno conhecimento básico das técnicas de análise das demonstrações contábeis, com a utilização de instrumental que permita calcular e interpretar os indicadores econômicos financeiros, bem como realizar a análise com a utilização da técnica complementar de análise vertical e horizontal. Estudo da Liquidez, Endividamento, da Rentabilidade e do Capital de Giro. 1.4 Conteúdo programático I. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES II. ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL III. INDICADORES DE LIQUIDEZ IV. INDICADORES DE ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO V. INDICADORES DE ATIVIDADE VI. INDICADORES DE RENTABILIDADE 1.5 Metodologia Aulas expositivas com várias sessões de exercícios e estudos dirigidos; trabalhos em grupo e/ou individual. Apresentação de estudos de casos com empresas listadas na B3. 1.6 Bibliografia recomendada - ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: Um Enfoque Econômico-Financeiro, 11ª. ed. São Paulo: Atlas, 2015. - MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 8ª. ed. Ed. Atlas, SP, 2019. - MARTINS, Eliseu. DINIZ, Josedilton Alves. MIRANDA, Gilberto José. Análise Avançada das Demonstrações Contábeis. Uma Abordagem Crítica. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2018. - MATARAZZO Dante C. Análise Financeira de Balanços. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. - SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. 13 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. - MARTINS, Eliseu; DINIZ, Josedilton Alves; MIRANDA, Gilberto José. Análise Didática das Demonstrações Contábeis. 2ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2018. 1.7 Curriculum resumido do professor Waldir Jorge Ladeira dos Santos é Doutor em Políticas Públicas pelo PPFH/UERJ, Mestre em Contabilidade Financeira pela FAF/UERJ, Pós-graduado em Auditoria Interna pela UNESA, em Administração de Recursos Humanos e em Docência Superior pela FABES/ISEP, Contador pelo Instituto Superior de Estudos Sociais Clóvis Beviláqua e Administrador de Empresas pela UNESA. Sua experiência profissional inclui os cargos de Oficial do Exército Brasileiro na 1ª. Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Professor Universitário, Secretário Municipal de Fazenda, de Controle Interno e Executivo, Coordenador em diversas IES e Co-autor de livros do CEDERJ (Contabilidade Geral I e II), da FGV (Contabilidade dos Investimentos em Participações Societárias e Contabilização de Ativos Financeiros em Participações Societárias) e da Interciência (Planejamento, Controle e Informação). Atualmente é sócio da WL Capital Intelectual, Capacitação e Treinamento, Consultor, Professor Associado da Faculdade de Administração e Finanças - FAF/UERJ desde 2002, onde leciona no Mestrado de Ciências Contábeis e nas Graduações de Administração e Ciências Contábeis, Professor Adjunto da UFRJ desde 2014 e Professor Convidado de Pós Graduação MBA da Fundação Getúlio Vargas – FGV desde 1999. Membro de Bancas de Concursos Públicos, Membro do Conselho Editorial da Revista Científica Pensar Contábil do CRCRJ e da Revista Educação e Pesquisa em Contabilidade do CFC, Conselheiro e Presidente do CRC/RJ (2018/19) e Vice Presidente (2020/21), Acadêmico da Academia de Ciências Contábeis do Estado do Rio de Janeiro – ACCERJ e da Academia Nacional de Economia e Políticas Públicas – ANE, detentor das Medalhas Tiradentes da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Pedro Ernesto da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e de Mérito Contábil da Câmara Municipal de Duque de Caxias-RJ. 2 Introdução Contabilidade para decisões A Contabilidade deve conhecer como são tomadas as decisões e ser capaz de manter um banco de dados para atender às necessidades do gestor. O gestor tem na Contabilidade um rico banco de dados que representa o principal instrumento de informações econômico – financeiras sobre sua administração. É sobre a informação oportuna e exata fornecida pela Contabilidade, que o gestor deve tomar suas decisões. Hendriksen (1999, p. 150) relata que alguns dos objetivos do estudo da tomada individual de decisões em um contexto contábil, incluem: - uma possível aplicação da capacidade da informação financeira de representar com precisão os eventos ou objetivos reais (a importância preditiva do conjunto de informações); - uma compreensão do modo pelo qual o volume, o tipo e o formato das informações contábeis financeiras afetam os julgamentos ou predições do investidor ou analista (uso como sinal); - uma compreensão da capacidade, de quem tomará uma decisão, de reagir adequadamente a uma percepção do ambiente (precisão de resposta); e - uma compreensão de como os indivíduos lidam com a complexidade na tomada de decisões e uma compreensão do efeito de estilos diversos de tomada de decisões sobre a maneira pela qual a informação é utilizada (fatores comportamentais). A tomada de decisões, antes apenas baseadas nas intuições, recebe hoje uma quota de lógica na busca de melhor emprego para esses eventuais vislumbres. A complexidade do mundo moderno, a grande densidade de eventos, as relações endógenas e exógenas a que a administração está sujeita, a velocidade temporal das ações, a otimização das informações, as ricas relações de comunicações, o progresso tecnológico cada vez mais abundante, os diversos métodos de ações que se encontram à disposição do administrador, contribuem como prova irrefutável da necessidade de uma tomada de decisão científica e não apenas empírica, como durante muito tempo foi praticada. Atualmente, não é admissível um gestor que siga apenas suas “estrelas” para alcançar a eficiência desejada de suas ações, é necessário que se produzam modelos e projeções que se aproximem ao máximo da realidade, capazes de sustentar discussões quanto a que decisão tomar. Tais modelos devem ser entendidos como a soma basilar da intuição e da lógica. Hendriksen estrutura uma hierarquia de qualidades da informação em Contabilidade para fins de utilidade de tomada de decisões, conforme a Figura 1. Figura 1 - Hierarquia de qualidades em Contabilidade -5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5 NCG CDG ST ST/NCG Usuários de informações contábeis Restrição geral Qualidades específicas a usuários Principais qualidades específicas a decisões Elementos das qualidades -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5 NCG CDG CDG/NCG ST ST/NCG principais Qualidades secundárias e interdependentes Limites de reconhecimento Fonte: (Hendriksen, 1999, p. 96) 3 Sistema de informações A informação, sob qualquer aspecto, é diferente de dado, pois este não traz consigo a capacidade de compreensão, já que é uma forma primária e rudimentar de apresentação de uma futura informação, condicionada ao processamento ou transformação. Um dado, quando trabalhado ou processado, gera uma informação. A informação é o dado que, transformado, assume a capacidade de subsidiar o tomador de decisões. A informação oportuna e na medida certa que o tomador de decisões necessita e pode interpretar, é a razão da eficiência de um bom sistema de informação. O processamento do dado em informação apresenta custos altos, e em alguns casos,custos mais elevados do que o benefício da própria informação. A informação prestada pelo sistema deve ser capaz de inteirar-se com o processo decisório da empresa. Como ilustração dessa interação, a Figura 2 apresenta o esquema elaborado por Oliveira. Figura 2 - Interação da informação com o processo decisório 31/12/201931/12/201831/12/201931/12/2018 18.970.62917.883.6047.156.9849.638.918 303.019177.0816.477.4769.186.486 3.484.7831.758.69765.22957.680 3.672.3653.060.95022.514- 10.778.49811.272.514119.629118.419 313.119286.472472.136276.334 Devedores Diversos-2.053.379 Contas Correntes de Tributos122.880632.227 295.965321.901 ANC REALIZÁVEL A LP1.754.0161.679.6171.015.0001.058.061 Financiamentos1.015.0001.058.061 2.734.3502.901.59315.287.01211.767.835 -1.53512.100.0008.660.382 2.445.3582.445.35843- 1.976.4081.896.8743.186.9693.107.453 -1.687.416-1.442.174 23.458.99522.464.81423.458.99522.464.814 31/12/201931/12/2018 Receita Bruta de vendas50.842.11751.298.860 ICMS nas vendas-8.009.276-8.160.463 Devolução de Vendas-1.515.527-1.495.609 PIS/FINSOCIAL nas Vendas-1.545.804-1.445.412 RECEITA LÍQUIDA39.771.51140.197.37636.691 Custo das Vendas-26.194.611-28.296.842624.812 LUCRO BRUTO13.576.89911.900.5342.860 Despesas Administrativas-2.951.639-2.600.550779.389 Despesas Tributárias-106.487-78.054157.282 Despesas Financeiras-1.116.521-914.972147.202 Despesas de Depreciação-245.243-241.527228.173 Despesa com Pessoal-5.386.287-5.230.363 Despesas com Transportes-266.203-246.403 Despesas com Vendas-1.899.340-2.074.893 Despesas com Marketing-213.258-141.266 Receitas de Aplicações1.067.0431.539.197 Receitas Diversas33.68153.740 Receitas Financeiras372.570282.060 Receitas de Serviços1.247.3791.451.231 LUCRO OPERAC LIQUIDO4.112.5943.698.732 LUCRO ANTES DO IR4.112.5943.698.732 Provisão p/ Imposto de Renda-1.057.463-952.418 Provisão p/ Contribuição Social-399.372-34.480 2.655.7592.711.835LUCRO LÍQUIDO EXERCÍCIO 2- Composição do imobilizado de uso= 1.976.409 1-Oresultadoéapuradopeloregimedecompetênciaeincluia depreciação calculada segundo às taxas normais vigentes. Ferramentas NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31/12/19 Móveis e Utensílios Veículos Máquinas e Motores DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RELATÓRIO DA DIRETORIA - EMPRESA AVALIAÇÃO Srs. Acionistas: Na forma da legislação em vigor e, de acordo com os Estatutos Sociais, submetemos a consideração de V. Sas. O Balanço PatrimonialeDemonstraçãodoResultadodoExercícioencerradosem31/12/19.Asnotasexplicativasesclarecemaposiçãoadotadanos procedimentos contábeis ATIVO PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019 E 31 DE DEZEMBRO DE 2018 CIRCULANTE Caixa e Banco Conta Movimento Aplicações financeiras Depreciação Acumulada Outros Créditos ANC (Antigo PERMANENTE) Clientes Estoques Depósitos Judiciais TOTAISTOTAIS Reservas de Lucros Terrenos Imóveis para Renda Imobilizado de Uso Tributos a Recolher Fornecedores CIRCULANTE Empréstimos Outras Contas Provisão p/ Imposto de Renda Equipamentos de Telefonia Equipamentos de Proc. de Dados Instalações NAO CIRCULANTE Reservas de Capital Capital Social PATRIMÔNIO LÍQUIDO Fonte: (Oliveira, 1997, p. 40) Um sistema de informações deve ser capaz de captar ou receber as entradas de dados, através do responsável pelo input, compilar e processar os dados e entregar, quando solicitado, as informações de forma oportuna e exata para o usuário desse sistema. O sistema de informações é decomposto em quantos subsistemas forem necessários para melhor processar o dado e oferecer uma informação mais detalhada possível. Como exemplo existem os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), que é o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, bem como proporcionam a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados (Oliveira, 1997, p. 39) e apresentam os componentes listados na Figura 3. Figura 3 - Componentes do SIG -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5 NCG CDG CDG/NCG ST ST/NCG Fonte: (Oliveira, 1997, p. 140) 4 Principais Objetivos de cada tipo de Usuário USUÁRIO TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos. Acionista majoritário fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação. Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. Emprestadores em geral geração de fluxo de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital mais os juros, com segurança. Entidades governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável. Empregados em geral, como assalariados fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção de salários, com segurança; liquidez. Média e alta administração retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido; situação de liquidez e endividamentos confortáveis. “UM LEITOR BEM INFORMADO É CAPAZ DE SELECIONAR A INFORMAÇÃO DE QUE ELE PRECISA E FAZER UMA ESCOLHA E DECISÃO ADEQUADAS”. 5 Evidenciação Contábil As Ciências Contábeis têm como finalidade principal informar sobre seu objeto de estudo aos diversos tipos de usuários. Essa informação é fornecida através de evidenciação, que pode ser conceituada como a qualidade ou o caráter do que é incontestável. Os usuários das informações contábeis, internos ou externos, necessitam que estas sejam produzidas com maior qualidade, tempestividade e utilidade. Hoje a necessidade do usuário não é somente pelas informações contidas nas demonstrações obrigatórias pela legislação em vigor. Busca-se outras informações nos relatórios auxiliares ou facultativos, como por exemplo, a Demonstração do Fluxo de Caixa e os Orçamentos: financeiro, operacional e de capital. A Contabilidade deve estudar o modelo ideal de informação para cada classe de usuários e fazer com que esse modelo obedeça aos princípios fundamentais de contabilidade, bem como a outros aspectos qualitativos de conteúdo informativo. Em busca de um modelo de informação para cada tipo específico de usuários, devemos nos preocupar com as seguintes questões: · Que tipo de usuário queremos atender? · Qual o grau de conhecimento contábil do leitor da informação? · Quais as suas necessidades reais? · Qual o enfoque para direcionar os relatórios (Gerencial ou Financeiro)? · Qual o custo da informação? · Qual o grau de exigência da evidenciação quanto: · A evolução do Patrimônio? · Rentabilidade da empresa ? · A análise financeira de curto ou longo prazo? · Qual o grau de compromisso que a evidenciação tem com a Contabilidade da empresa? · Qual a atividade a ser evidenciada: operacional, de investimentos ou de financiamento? · Qual a delimitação de evidência que o usuário suporta para manter a demonstração clara sem confundi-lo? · Das diversas formas de evidenciar os elementos patrimoniais, qual a que melhor atingirá a eficiência e eficácia da informação? É bom salientar que por mais que se queira evidenciar os demonstrativos contábeis, tornando-os muito explicativos, a contabilidade não pode deixar de obedecer suas técnicas de elaboração. Com isso se faz necessário que o usuário tenha algum domínio de interpretação dos demonstrativos contábeis e dos documentos complementares ou tenha um assessoramento de um analista experimentado, principalmente para as grandes tomadas de decisões, pois por mais que se queira evidenciar e facilitar a interpretação, a contabilidade não é a responsável pela tomada de decisão. Evidenciação não se trata de uma convenção, mas admitem alguns autores, de um capítulo especial da Teoria da Contabilidade. Na verdade, o disclosure está ligado aos objetivos da contabilidade, ao garantir as informações diferenciadas para os diversos tipos de usuários. Não se pode esperar e seria tolice pensar que boas decisões de investimentos pudessem emanar de um leitor com vagas noções de contabilidade e de negócios. A interpretaçãodos demonstrativos contábeis é tarefa única e exclusivamente reservada aos experts em contabilidade e finanças, que deveriam ser os intermediários entre as empresas e os donos de recursos, assessorando esse último nas análises. Isto não significa que devam ser truncados os esforços para que o leitor médio se torne possuidor de melhores conhecimentos na área contábil e financeira. Entretanto, pelo menos nas interpretações mais profundas, a entrada em ação dos verdadeiros experts é indispensável. Os relatórios contábeis não são capítulos de novelas empresarias que qualquer pessoa mobralizada possa entender, mas o resumo de um processo, de “uma forma de pensar” da contabilidade que, é muito mais complexa do que possa parecer à primeira vista. A informação qualitativa (não quantitativa) é muito mais difícil de ser avaliada pois envolve vários julgamentos extremamente subjetivos. É muito difícil estabelecer o “ponto de corte” em que uma consideração não quantificável deixa de ser importante no processo decisório de forma que justifique a omissão da evidenciação. Normalmente, a relevância de alguns itens qualitativos emerge de seu relacionamento direto com os quantitativos. Se uma parte da propriedade do imobilizado, por exemplo, foi penhorada em garantia de empréstimos, este penhor deve ser evidenciado se o valor do imobilizado ao qual se refere for relevante; caso contrário, não deveria ser evidenciado. Entretanto, note o perigo de confundirmos, novamente, relevância com desprezo pelo detalhe; a penhora anual, progressiva, de uma pequena parte do imobilizado pode levar a uma situação não favorável para entidade. É importante lembrar a máxima: “forneça a informação relevante para o usuário, mas não pretenda invadir o campo do investidor, substituindo-o em todas as avaliações subjetivas do modelo decisório e do risco". Os quadros demonstrativos obrigatórios brasileiros são complicados de serem lidos. Primeiro, por abrangerem dois modelos em um só – legislação e correção integral. Segundo, compreendem dois tipos: controladora e consolidado; ano corrente e ano anterior. Por último, mudanças frequentes de normas legais e de índices de correção acabam produzindo um excesso de colunas e de quadros explicativos, nem sempre compreensíveis, elaborados de maneira integrada. As qualidades mais importantes da informação contábil são a relevância e a confiabilidade. Se faltar qualquer dos dois atributos a informação não será útil. Para haver relevância o relatório tem que ser pontual, servir para efetuar previsão ou para medir a previsão feita no passado. Informação confiável requer representatividade, ser passível de verificação independente e ser neutra. A comparabilidade é também uma qualidade importante da informação contábil, porém secundária. Interage com a relevância e a confiabilidade, que por sua vez contribuem para a utilidade. Finalmente, todas as qualidades citadas estão sujeitas ao conceito de materialidade, a maior limitação ao trabalho contábil. Vejamos melhor cada um dos citados parâmetros: a) Relevância: Informação relevante é aquela relacionada ao evento examinado. Em contabilidade, toda informação que possibilite a realização de estimativas ou permita confirmar outras anteriormente feitas, facilita a tomada de decisão. Sem o conhecimento do passado, retira-se a base para a previsão, e sem um interesse no futuro investigar a história é um processo estéril. b) Confiabilidade: A informação contábil é confiável, na medida em que seu usuário acredite que ela represente adequadamente os eventos, transações e condições econômicas de uma entidade. Uma informação confiável deve ser representativa do fenômeno a qual pretende espelhar. O segundo elemento da confiabilidade é que a informação seja passível de verificação, que assegure ao usuário a ausência de vício da mensuração dos eventos econômicos. O último elemento de qualidade exigido para uma informação ser confiável é a neutralidade. Significa que o contador responsável por estabelecer os critérios de contabilização de sua empresa, não deve faze-lo pensando em defender um interesse particular, mas sim trazer a tona fatos relevantes e confiáveis. c) Comparabilidade: Comparabilidade é composta de dois elementos: uniformidade e consistência. O primeiro indica que transações iguais serão contabilizadas do mesmo modo. O segundo se refere ao uso por uma empresa dos mesmos procedimentos e regras contábeis de um período para outro. O significado de qualquer informação, especialmente dados quantitativos, depende muito de podermos relacioná-los a uma outra variável ou critério. A informação contábil cresce em utilidade quando pode ser comparada com a de empresas similares ou com a de anos anteriores na mesma empresa. d) Materialidade: Materialidade é exercida diariamente por aqueles que tomam decisões contábeis e pelos auditores que efetuam julgamentos sobre a correção dos relatórios financeiros. As avaliações no campo da materialidade são basicamente de natureza quantitativa. O problema é que a natureza da transação quase sempre afeta a resposta, ou seja, um item pode ser de valor insignificante no meio de transações rotineiras, porém importante se estiver ocorrendo pela primeira vez em circunstancias anormais. 6 Análise econômico-financeira Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa o analista utiliza, pelo menos, os seguintes itens: · Balanço Patrimonial (BP); · Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); · informações complementares; · montante das compras no período a que se referem os demonstrativos; · DMPL e as notas explicativas, quando houver. Os Demonstrativos Financeiros devem conter a assinatura do contador e do responsável pela empresa. Após a análise prévia das informações fornecidas, os dados deverão ser ratificados ou retificados mediante verificação in loco, ajustando-os à realidade da empresa, se necessário. A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico. O processo de tomada de decisões para a análise segue o seguinte fluxo básico: -5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5 NCG CDG ST ST/NCG 31/12/201931/12/201831/12/201931/12/2018 18.970.62917.883.6047.156.9849.638.918 303.019177.0816.477.4769.186.486 3.484.7831.758.69765.22957.680 3.672.3653.060.95022.514- 10.778.49811.272.514119.629118.419 313.119286.472472.136276.334 Devedores Diversos-2.053.379 Contas Correntes de Tributos122.880632.227 295.965321.901 ANC REALIZÁVEL A LP1.754.0161.679.6171.015.0001.058.061 Financiamentos1.015.0001.058.061 2.734.3502.901.59315.287.01211.767.835 -1.53512.100.0008.660.382 2.445.3582.445.35843- 1.976.4081.896.8743.186.9693.107.453 -1.687.416-1.442.174 23.458.99522.464.81423.458.99522.464.814 31/12/201931/12/2018 Receita Bruta de vendas50.842.11751.298.860 ICMS nas vendas-8.009.276-8.160.463 Devolução de Vendas-1.515.527-1.495.609 PIS/FINSOCIAL nas Vendas-1.545.804-1.445.412 RECEITA LÍQUIDA39.771.51140.197.37636.691 Custo das Vendas-26.194.611-28.296.842624.812 LUCRO BRUTO13.576.89911.900.5342.860 Despesas Administrativas-2.951.639-2.600.550779.389 Despesas Tributárias-106.487-78.054157.282 Despesas Financeiras-1.116.521-914.972147.202 Despesas de Depreciação-245.243-241.527228.173 Despesa com Pessoal-5.386.287-5.230.363 Despesas com Transportes-266.203-246.403 Despesas com Vendas-1.899.340-2.074.893 Despesas com Marketing-213.258-141.266 Receitas de Aplicações1.067.0431.539.197 Receitas Diversas33.68153.740 Receitas Financeiras372.570282.060 Receitas de Serviços1.247.3791.451.231 LUCRO OPERAC LIQUIDO4.112.5943.698.732 LUCRO ANTES DO IR4.112.5943.698.732 Provisão p/ Imposto de Renda-1.057.463-952.418 Provisão p/ Contribuição Social-399.372-34.480 2.655.7592.711.835LUCRO LÍQUIDO EXERCÍCIO 2- Composição do imobilizado de uso= 1.976.409 1-Oresultadoéapuradopeloregimedecompetênciaeincluia depreciação calculada segundo às taxas normais vigentes. Ferramentas NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS EM 31/12/19 Móveis e Utensílios Veículos Máquinas e Motores DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RELATÓRIO DA DIRETORIA - EMPRESA AVALIAÇÃO Srs. Acionistas: Na forma da legislação em vigor e, de acordo com os Estatutos Sociais, submetemos a consideração de V. Sas. O Balanço PatrimonialeDemonstraçãodoResultadodoExercícioencerradosem31/12/19.Asnotasexplicativasesclarecemaposiçãoadotadanos procedimentos contábeis ATIVO PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019 E 31 DE DEZEMBRO DE 2018 CIRCULANTE Caixa e Banco Conta Movimento Aplicações financeiras Depreciação Acumulada Outros Créditos ANC (Antigo PERMANENTE) Clientes Estoques Depósitos Judiciais TOTAISTOTAIS Reservas de Lucros Terrenos Imóveis para Renda Imobilizado de Uso Tributos a Recolher Fornecedores CIRCULANTE Empréstimos Outras Contas Provisão p/ Imposto de Renda Equipamentos de Telefonia Equipamentos de Proc. de Dados Instalações NAO CIRCULANTE Reservas de Capital Capital Social PATRIMÔNIO LÍQUIDO ETAPAS: Lembre-se: Ter lucro, independe de ter dinheiro. Daí as expressões: econômico x financeiro. O primeiro representa fatos que não envolvem necessariamente dinheiro, mas valor monetário. Por exemplo: uma doação de um bem imobilizado. Financeiro, representa os fatos que envolvem dinheiro, refere-se a variação de Caixa. Comparativo de significados de econômico e financeiro. Resultado econômico é sinônimo de lucro (ou prejuízo). O lucro aumenta o Patrimônio Líquido, mas não as disponibilidades de dinheiro. Uma empresa pode estar em excelente situação econômica com imóveis, equipamentos, investimentos em outras empresas, mas sem dinheiro para pagar suas dívidas. Algumas receitas e despesas não têm nenhum reflexo em dinheiro no exercício – como, por exemplo, a depreciação - , mas nem por isso deixam de ser lançadas na Demonstração de Resultado. Por essa razão, a análise de uma empresa deve tomar tanto a Demonstração de Resultado – que evidencia o lucro ou prejuízo – como uma entre duas demonstrações de natureza financeira possíveis: Demonstração do Fluxo de Caixa ou Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. AJUSTES De posse das Demonstrações Financeiras e informações complementares, recomenda-se que sejam procedidos ajustes com vistas a padronizar os demonstrativos para análise, entre os quais destacam-se os seguintes: Duplicatas Descontadas - retirar do Ativo Circulante e alocar no Passivo Circulante. O Desconto de Duplicatas é um empréstimo para capital de giro. A reclassificação possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos que a empresa vem utilizando. Empréstimos a Interligadas - quando aparecerem no Ativo Circulante deverão ser reclassificados para Realizável a Longo Prazo. Esses valores até podem retomar à empresa no curto prazo. No entanto, como os devedores exercem influência decisiva sobre a credora, normalmente esses empréstimos não têm data para serem liquidados. Aliás, a própria Lei 6.404/76 determina que os negócios realizados com partes relacionadas (empresas interligadas, diretores, sócios etc.), quando não fazem parte das atividades normais da empresa, devem ser classificados no Longo Prazo. Empréstimos de Diretores e/ou Interligadas - quando aparecer no Passivo Exigível a Longo Prazo, deverá ser reclassificada para o Passivo Circulante. Este caso é o oposto do anterior. Valores que a empresa toma das pessoas ou empresas ligadas, a título de empréstimo, podem ser exigidos a qualquer momento. Por isso, conservadoramente, usa-se lançá-los no Passivo Circulante. Deduções do Patrimônio Líquido - são as contrapartidas dos valores deduzidos do Ativo por representarem valores não realizáveis ou de realização duvidosa. Obs.: A cada valor consignado em Deduções do PL, corresponde a exclusão de parcela equivalente no Ativo. Principais deduções do PL: · Bens Obsoletos: bens que ainda constam na contabilidade da empresa mas não possuem valor de venda ou condições de utilização; · Débitos de Diretores, Cotistas e Solidários: normalmente esses valores constituem retiradas feitas pelos sócios, não contabilizadas como despesa; · Débitos de empresa do mesmo grupo econômico, quando a situação assim o recomendar. Não se incluem neste item os débitos por fornecimento de mercadorias ou serviços (atividade normal da empresa). A dedução somente deve ser feita quando os débitos forem considerados de realização duvidosa; · Depósitos Judiciais: valores depositados em juízo enquanto a empresa discute uma dívida fiscal, trabalhista ou outras; · Excesso na reavaliação de bens do imobilizado: quando for identificado que a empresa reavaliou seus bens em níveis superiores ao seu real valor de mercado; · Provisão para Devedores Duvidosos (no caso de inexistência ou se insuficiente): esse valor representa a estimativa de créditos vencíveis no exercício seguinte que não serão recebidos. · Outros Valores de difícil realização ou incobráveis: outros valores registrados no Balanço que efetivamente não representem bens ou direitos realizáveis (ex.: cheques sem fundos, duplicatas incobráveis, estoques invendáveis). RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO Além dos ajustes anteriores, as contas do Ativo e Passivo Circulantes são classificadas em dois grupos: Financeiro e Cíclico. O Ativo Circulante Financeiro engloba as contas que representam dinheiro e aplicações financeiras em títulos e em ouro. O Passivo Circulante Financeiro engloba as contas representativas de dívidas a curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa. Normalmente estão sujeitas a juros (empréstimos bancários, duplicatas descontadas, impostos renegociados, imposto de renda a recolher etc.). O Ativo Circulante Cíclico compreende as aplicações de recursos em contas que estejam relacionadas com a atividade de compra, transformação e venda. Está relacionado com o ciclo operacional da empresa (clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores etc.). O Passivo Circulante Cíclico compreende as contas que identificam os financiadores normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos (fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos sobre vendas a recolher etc.). BALANÇO TRADICIONAL BALANÇO RECLASSIFICADO AC PC ACF Caixa, Bancos, Aplic Financeiras PCF Empréstimos Instrumentos Financ ACC Estoques, Clientes, Adiantamentos PCC Fornecedores, Impostos a Recolher Salários a Pagar ANC PNC ARLP PELP PL AP PL Análises Vertical e Horizontal Análise Vertical Trata-se de metodologia de análise que mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações financeiras em relação ao somatório de seu grupo. Com esse instrumento podemos visualizar de modo objetivo e direto a representatividade de cada componente das demonstrações, identificando aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto da análise. A análise vertical é de grande importância, principalmente quando aplicada à Demonstração de Resultado do Exercício, porque possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo. Empresa Exemplo S.A. Balanço Patrimonial ( $ mil ) X 1 % ATIVO 9.600 100,00 Ativo Circulante 5.000 52,08 Caixa e Bancos 500 5,21 Clientes 3.500 36,46 Estoque 1.000 10,42 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.600 16,67 Cliente Longo Prazo 1.600 16,67 Imobilizado 3.000 31,25 PASSIVO 9.600 100,00 Passivo Circulante 2.000 20,83 Empréstimos 500 5,21 Fornecedores 1.000 10,42 Salários a Pagar 300 3,13 Impostos a Recolher 200 2,08 Passivo Não Circulante 3.500 36,46 Financiamentos 3.500 36,46 Patrimônio Líquido 4.100 42,71 Capital Social 3.000 31,25 Reservas 1.100 11,46 Demonstração do Resultado do Exercício (ajustada para Análise) ( $ mil ) % Receita Operacional Bruta 16.200 100,00( - ) Impostos sobre Faturamento 3.100 -19,14 ( = ) Receita Operacional Líquida 13.100 80,86 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 5.700 -35,19 ( = ) Lucro Operacional Bruto 7.400 45,68 ( - ) Despesas Comerciais 2.100 -12,96 ( - ) Despesas Administrativas 1.100 -6,79 ( - ) Despesas Gerais 600 -3,70 ( - - ) Outras Receitas Operacionais 30 0,19 ( - ) Despesas Financeiras 1.450 -8,95 ( + ) Receitas Financeiras 50 0,31 ( = ) Lucro Operacional Líquido 2.230 13,77 ( +/- ) Rec. / Desp. Não Operacionais -280 -1,73 ( = ) Lucro Antes do IR 1.950 12,04 ( - ) Provisão IR e Contribuição Social 690 4,26 ( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.260 7,78 No Balanço, verificamos o percentual que representa cada conta, ou grupo de contas, em relação ao Ativo ou Passivo total. Da mesma forma, na DRE faz-se a comparação de cada conta de custo, despesa ou subtotal com a Receita Operacional Bruta. Assim, podemos avaliar a relevância de cada conta ou grupo em relação aos valores totais da empresa. Com base nos demonstrativos da empresa Exemplo S.A. podemos responder às seguintes questões, entre outras: · quais as contas mais significativas do Ativo? Clientes (36,46%) e Imobilizado (31,25%); · quais as contas mais significativas do Passivo? Financiamentos L.P. (36,46%), Capital Social (31,25%); · qual o percentual de custo embutido no faturamento da empresa? 35,19%; · quanto representam as despesas administrativas no faturamento da empresa? 6,79%. Análise Horizontal A análise horizontal é efetuada tomando-se por base dois ou mais exercícios financeiros - todos expressos em moeda constante e em valores monetários da mesma data - com a finalidade de observar a evolução ou involução dos seus componentes. Cumpre ressaltar que é na análise horizontal que podemos observar o comportamento dos diversos itens do patrimônio e, principalmente, dos índices, permitindo a análise de tendência. EMPRESA EXEMPLO S.A. BALANÇO PATRIMONIAL X 1 % X 2 % X 3 % ATIVO 9.600 100 10.100 105 11.300 118 Ativo Circulante 5.000 100 4.200 84 4.500 90 Caixa e Bancos 500 100 700 140 400 80 Clientes 3.500 100 1.500 43 2.600 74 Estoques 1.000 100 2.000 200 1.500 150 Ativo Não Circulante 1.600 100 800 50 400 25 Clientes Longo Prazo 1.600 100 800 50 400 25 Imobilizado 3.000 100 5.100 170 6.400 213 PASSIVO 9.600 100 10.100 105 11.300 117 Passivo Circulante 2.000 100 1.800 90 2.000 100 Empréstimos 500 100 600 120 400 80 Fornecedores 1.000 100 700 70 1.100 110 Salários a Pagar 300 100 300 100 400 133 Impostos a Recolher 200 100 200 100 100 50 Passivo Não Circulante 3.500 100 2.900 -83 2.100 60 Financiamentos 3.500 100 2.900 83 2.100 60 Patrimônio Líquido 4.100 100 5.400 132 7.200 175 DRE ( $ mil ) X 1 % X 2 % X 3 % Receita Operac. Bruta 16.200 100 18.300 112 26.400 163 ( - ) Imposto sobre Faturamento 3.100 100 3.500 112 5.200 168 ( = ) Receita Operacional Líquida 13.100 100 14.800 112 21.200 162 ( - ) Custo Mercadorias Vendidas 5.700 100 6.100 107 7.800 137 ( = ) Lucro Operacional Bruto 7.400 100 8.700 117 13.400 181 ( - ) Despesas Comerciais 2.100 100 2.600 123 3.960 189 ( - ) Despesas Administrativas 1.100 100 1.100 100 1.200 109 ( - ) Despesas Gerais 600 100 700 116 800 114 ( + ) Outras Receita Operacionais 250 100 50 20 200 80 ( - ) Despesas Financeiras 1.450 100 1.150 79 1.100 76 ( + ) Receitas Financeiras 50 100 80 160 70 140 ( +/- ) Outras Receitas ou Despesas (220) 100 (140) 63 (80) 36 ( = ) Lucro Operacional Líquido 2.230 100 3.140 140 6.530 293 ( +/- ) Rec. / Desp. Não Operacionais (280) 100 100 -35 (1.200) 429 ( = ) Lucro Antes do IR 1.950 100 3.240 166 5.330 273 ( - ) Provisão para IR e C. Social 690 100 1.130 163 1.860 270 ( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.260 100 2.100 167 3.470 275 Com os demonstrativos estruturados da forma acima, podemos fazer diversas análises comparativas, tanto da variação dos valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos exercícios, quanto da variação dos índices apresentados pela empresa nos períodos analisados. A análise horizontal dos índices possui a grande vantagem de dispensar a preocupação do analista quanto aos patamares de inflação no período considerado, uma vez que os índices são resultados de comparações de grandezas de uma mesma data. Indicadores Econômico-Financeiros Para o exame da situação econômico-financeira de uma empresa, com vista à avaliação da sua capacidade, em termos de SEGURANÇA, LIQUIDEZ e RENTABILIDADE, o analista deve valer-se de Demonstrativos Financeiros de pelo menos três exercícios sucessivos, e deles extrair os diversos indicadores que lhe forneçam as informações desejadas. O objetivo da análise definirá não só o tipo de INDICADORES a serem utilizados, mas também a postura do analista. Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e pontos fortes existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as oportunidades. Já ao analista externo interessa saber da viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa. A ótica do analista, pois, é que determinará os caminhos a serem trilhados. Num empréstimo de capital de giro de curto prazo, por exemplo, o gerente de um banco - interessado basicamente no retomo seguro dos capitais emprestados - privilegiará os aspectos de LIQUIDEZ e SEGURANÇA. Já em se tratando de empréstimo de longo prazo, o gerente dará, também, ênfase à capacidade de geração de lucro e à eficiência operacional da empresa, ou seja, ao enfoque da RENTABILIDADE. O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira de uma empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas. Os índices estabelecem a relação entre contas ou grupo de contas dos Demonstrativos Financeiros, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-financeira de uma empresa. Os índices, portanto, servem como termômetro na avaliação da saúde financeira da empresa. Para melhor compreensão da influência de cada indicador na análise, faremos seu estudo em cinco grupos. · Índices de Estrutura avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos, bem como sua alocação nos diversos itens do Ativo; · Índices de Liquidez medem a posição financeira da empresa, em termos de capacidade de pagamento; · Índices de Rentabilidade avaliam o desempenho global da empresa, em termos de capacidade de gerar lucros; · Indicadores de Prazos Médios revelam a política de compra, estocagem e venda da empresa; · Necessidade de Capital de Giro (NCG) mostra a carência ou não de capital de giro da empresa. Apresentamos a seguir um exemplo de Balanço e DRE ajustados para análise, cujos dados servirão de base para o estudo dos índices econômico-financeiros, já reclassificados em conformidade com o descrito anteriormente: Empresa: EXEMPLO S.A. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO 9600 PASSIVO 9600 Ativo Circulante 5000 Passivo Circulante 2000 Financeiro 500 Financeiro 500 Caixa e Bancos 500 Empréstimos 500 Cíclico 4500 Cíclico 1500 Clientes 3500 Fornecedores 1000 Estoques 1000 Salários a Pagar 300 Impostos a Recolher 200 Realizável a Longo Prazo 1600 Passivo Exigível a Longo Prazo 3500 Clientes a Longo Prazo 1600 Financiamentos 3500 Ativo Permanente 3000 Patrimônio Líquido 4100 Imobilizado 3000 Capital 3000 Reservas 1100 Empresa: EXEMPLO S.A. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Operacional Bruta (ROB) 16.200 Impostos sobre Faturamento (3.100) Receita Operacional Líquida (ROL) 13.100 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (5.700) Lucro OperacionalBruto (LOB) 7.400 Despesas Comerciais (2.100) Despesas Administrativas (1.100) Despesas Gerais (600) Outras Receitas Operacionais 250 Despesas Financeiras (1.450) Receitas Financeiras 50 Outras Receitas ou Despesas (220) Lucro Operacional Líquido (LOL) 2.230 Receitas/Despesas não Operacionais (280) Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) 1.950 Provisão para IR e Contribuição Social 690 Lucro Líquido do Exercício (LL) 1.260 Montante de Compras: $ 5.300 Índices de Liquidez Os índices de Liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer os compromissos para com terceiros. Evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo período. Entre os índices de Liquidez mais conhecidos estão a Liquidez Corrente, a Liquidez Seca e a Liquidez Geral. Cada um fornece informações diferentes sobre a situação da empresa. De maneira geral, define-se que QUANTO MAIOR a liquidez, MELHOR será a situação financeira da empresa. Devemos ter em mente, no entanto, que um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento. Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta Clientes poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos. Liquidez Instantânea ACDISPON PC A liquidez Instantânea, também chamada de Imediata destina-se a verificar a capacidade de pagamento atual, HOJE, para os compromissos com vencimento até 12 meses (1 ano). Liquidez Corrente AC PC A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de balanços. Indica quanto a empresa PODERÁ dispor em recursos de curto prazo (disponibilidades, clientes, estoques etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar etc.). A Exemplo S.A. apresenta uma liquidez corrente de 2,5 ($ 5.000 / $2.000). Isto é, a empresa poderá dispor de $ 2,50 de AC (bens e direitos de curto prazo) para cada $ 1,00 de PC (obrigações de curto prazo). ATIVO PC PELP PL ATIVO PC PELP PL ATIVO PC PELP PL EG < 50% O endividamento é Menor que o PL. Há predominância de Capitais próprios Investidos na empresa EG = 50% O ativo é financiado em Igual proporção por Recursos de terceiros e Próprios. O PL é igual às Exigibilidades. EG > 50% Há predominância de Capitais de terceiros Investidos na empresa. ATIVO PASSIVO ATIVO PL negativo PASSIVO EG = 100% A empresa não tem PL. Todo o Ativo é financiado por recursos de terceiros EG > 100% Passivo a descoberto. Insolvente. As obrigações perante terceiros superam o total de Ativo. Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas convivem muito bem com endividamento relativamente elevado, principalmente quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo de Curto Prazo não for oneroso, mas fruto de uma adequada administração de prazos de fornecedores. A Exemplo S.A. apresenta um EG de 57,29% [($2.000 + $3.500) / $9.600 x 100]. De onde se pode concluir: · A empresa deve, a curto e/ou longo prazo, o correspondente a 57,29% de seu Ativo; · Há predominância de capitais de terceiros na empresa; · Dos recursos investidos no Ativo, 57,29% provêm de terceiros (fornecedores, bancos etc.) e o restante (42,71%) são recursos próprios (Patrimônio Liquido). A análise da adequação deste índice para a empresa dependerá, entre outros aspectos, de comparações com os índices apresentados por outras empresas de mesmo setor econômico, da tendência demonstrada na análise de diversos exercícios, da composição do endividamento (curto ou longo prazo) e, ainda, do custo financeiro dessas dívidas. Composição das Exigibilidades (CE) PC X 100 PC + PELP O índice de CE é uma medida da qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos. Compara o montante de dívidas no curto prazo com o endividamento total. Admite-se que, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela empresa. De outra forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranqüila no curto prazo. A Exemplo S.A. apresenta uma CE = 36,36% [$2.000 / ($2.000 + $3.500) x 100]. Ou seja, 36,36% do endividamento da empresa concentra-se no curto prazo. Ou, ainda, de cada $l00 de dívidas totais, $ 36 estão no Passivo Circulante. Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) AP X 100 PL O índice exprime o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios. A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado "casamento" dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos das fontes. Assim, convencionou-se dizer que o Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio Líquido (pois são recursos próprios que, também estão "permanentes" na empresa) ou por financiamentos de Longo Prazo. Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus recursos próprios. Assim, não ficarão na dependência de capitais alheios para a movimentação normal de seus negócios. O analista deve atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos de longo prazo para novos investimentos, como, por exemplo, expansão, relocalização ou modernização de seu parque. Nesses casos, o índice IPL poderá apresentar-se em níveis muito elevados. A política de obtenção de fontes de longo prazo, porém, revela decisão administrativa correta dos empresários. Tal fato deverá merecer comentários do analista para melhor subsidiar decisão de crédito. A Exemplo S.A. apresenta uma IPL de 73,17% [ $3.000 / $4.100 x 100]. Isto indica que a empresa está imobilizando 73,17% de seu Patrimônio Líquido. Sobram, portanto, 26,83% de recursos próprios para aplicação no Ativo Circulante/Longo Prazo da empresa. Admitindo-se que o índice de 73,17% seja elevado para esse tipo de empresa, deve-se observar, então, se os Financiamentos de Longo Prazo ($ 3.500) estão financiando o Permanente a um custo compatível com sua capacidade de gerar lucros. Passivo Oneroso sobre Ativo (POSA) PCF + PELP X 100 ATIVO Este índice mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua dependência a instituições financeiras. Estamos supondo que todo exigível a longo prazo seja oneroso. Caso contrário, deverá ser feita a exclusão da parcela não-onerosa. Deve-se observar que, quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras incorridas, influenciando o resultado do exercício. Exemplo S.A. apresentou um POSA de 41,66% [($500 + $3.500) / $9.600 x 100]. Isto representa que 41,66% do Ativo está sendo por recursos onerosos de terceiros. A principio, é um índice bastante elevado. Entretanto, deve-se ponderar o custo financeiro incidente sobre os $3.500 de financiamentos a longo prazo, bem como sua finalidade. É oportuno lembrar, também, que o analista sempre deve tomar um padrão como referência para análise. Esses padrões são divulgados periodicamente através dos normativos das Instituições Financeiras. Índices de Rentabilidade A partir desse momento, passaremos a utilizar, para a nossa análise, não somente o BalançoPatrimonial, mas também a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa. A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos seus administradores, expressando objetivamente o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro atingido. Todos os índices de Rentabilidade devem ser considerados: QUANTO MAIOR, MELHOR. Os principais índices de rentabilidade utilizados são: Rentabilidade do Patrimônio Líquido RPL Margem Operacional de Lucro MOL Margem Liquida de Lucro ML Rotação do Ativo RA Rentabilidade dos investimentos RI Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) Lucro Líquido X 100 Patrimônio Líquido A RPL mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios. Do ponto de vista de quem investe numa empresa, este deve ser o índice mais importante. A RPL permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação. Um investidor, por exemplo, avaliando a RPL, poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média do Patrimônio Líquido para comparar com o Lucro Líquido, de forma a melhor traduzir a rentabilidade do período, tendo em vista que o PL pode sofrer alterações durante o exercício, tais como: aumento de capital, distribuição de dividendos, saída de sócios etc. A empresa Exemplo S.A. apresentou uma RPL de 30,73% [($1.260/ $4.100) x 100]. Isto significa que os sócios obtiveram uma remuneração de 30,73%, no período, sobre o capital investido na empresa. Margem Operacional de Lucro (MOL) Lucro Operacional Líquido X 100 Receita Operacional Líquida A MOL é uma medida de lucratividade das vendas (lucro sobre as vendas). Esta no entanto, avalia o ganho operacional da empresa (resultado antes das receitas e despesas não operacionais) em relação a seu faturamento. A MOL representa a capacidade da empresa em gerar resultado com suas vendas. A Exemplo S.A. apresenta uma MOL de 17,02% [($2.230 / $l3.100) x 100]. Ou seja, a empresa obteve 17,02% de lucro operacional sobre seu faturamento. Margem Líquida de Lucro (ML) Lucro Líquido X 100 Receita Operacional Líquida A exemplo do índice anterior, margem líquida (ML) é uma medida da lucratividade obtida pela empresa. Este índice reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade de venda. A Exemplo S.A. apresentou uma ML de 9,62% [ ($l.260 / $l3.100) x 100]. Ou seja, a margem liquida sobre as vendas eqüivale a 9,62%. Rotação do Ativo (RA) Receita Operacional Líquida Ativo Total Embora não seja um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da rotação ou "giro" do Ativo constitui-se num aspecto importante para o entendimento da rentabilidade do investimento. Este índice indica quantas vezes girou, durante o período, o Ativo Total da empresa. Em outras palavras, comparando o faturamento do período com o investimento total, indica quantas vezes a empresa conseguiu "vender o seu Ativo". Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a média do Ativo Total para comparar com as Vendas (ROL). A Exemplo S.A. apresentou uma RA de 1,36 ( $13.100 / $9.600 ). Ou seja, a empresa vendeu durante o período o equivalente a 1,36 vezes o valor de seu Ativo. Rentabilidade dos Investimentos (RI) Lucro Operacional Líquido X 100 Ativo Total Também conhecida como Taxa de Retorno dos Investimentos (TRI ) ou Poder de Ganho da Empresa (PGE). Esse índice reflete o quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus investimentos totais. A rentabilidade dos Investimentos pode ser estudada de diferentes formas. Aqui optamos por utilizar a fórmula acima por entendermos o que melhor representa o poder de ganho da empresa aos vários exercícios, já que não inclui as receitas/despesas não operacionais (que são eventuais). Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar o Ativo Total médio para comparar com o Lucro Operacional. Exemplo S.A. apresentou uma RI de 23,23% [($2.230 / $9.600] x 100] ou seja, o Lucro Operacional do exercício representa 23,23% do total da empresa. Deve ser obtida, também, pela conjugação da MOL (Margem Operacional de Lucro) e da RA (Rotação do Ativo) que podem causar, separadamente ou em conjunto, variações na rentabilidade. Conjugando os dois indicadores, teremos: MOL X RA = RI 17,02 % X 1,36 = 23,15% Indicadores de Prazos Médios Os indicadores de Prazos Médios, também conhecidos como índices de atividade, indicam a dinâmica de algumas verbas do patrimônio, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o exercício (Rotação). Não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto. A análise dos Prazos Médios constitui importante instrumento para se conhecer a política de compra e venda adotada pela empresa. A partir dela pode-se constatar a eficiência com que os recursos estão sendo administrados (Duplicatas a Receber, Estoques e Fornecedores). Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador (estoques, clientes e fornecedores) não sofrem grandes alterações durante o exercício. Assim, por exemplo, se a conta estoques apresenta o valor de $300,00 no Balanço, pressupõe-se que a empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício. Os prazos médios comumente utilizados são: Prazo Médio de Compras PMC Prazo Médio de Estoques PME Prazo Médio de Recebimentos PMR Ciclo 0peracional CO Ciclo Financeiro CF Prazo Médio de Compras (PMC) Fornecedores X 360 Montante de Compras O PMC exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas e/ ou mercadorias. Assim, podemos dizer que Prazo Médio de Compras é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e o respectivo pagamento. Quanto maior for o PMC melhor será a situação da empresa, pois estará financiando o seu giro com recursos não onerosos. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Fornecedores para comparar com montante de compras (MC). Caso não fornecido o montante de compras, este valor poderá ser estimado da seguinte forma: Compras = CPV + Estoque Final - Estoque inicial A Exemplo S.A. apresenta um PMC de 68 dias [($1.000/$5.300) x 360] = 67,92, ou seja, em média, a empresa está pagando seus fornecedores com 68 dias de prazo. Prazo Médio de Estoques (PME) Estoques X 360 Custo dos Produtos Vendidos Exprime o número de dias, em média, em que os estoques são renovados (ou vendidos). Assim, Prazo Médio de Estoques é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e a venda ou, também, o número de dias, em média, em que os estoques ficam parados na empresa. Considera-se ideal que os estoques girem o mais rápido possível. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a média da conta Estoques para comparar com o Custo dos Produtos Vendidos. A Exemplo S.A. apresenta um PME de 63 dias [$1.000 / $5.700 x 360 = 63,15]. Isto é, a empresa, em média, mantém a mercadoria em estoque por 63 dias até a venda. Prazo Médio de Recebimentos (PMR) ClientesX 360 Receita Operacional Bruta Exprime o prazo médio de recebimentos das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso de recursos. O ideal é que o recebimento das vendas se efetue no menor prazo possível. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Clientes para comparar com as Vendas (Receita Operacional Bruta - ROB). Deve-se ter em mente, também, que no valor de Clientes deverão estar contidos os créditos de curto e longo prazo. No caso da Receita Operacional Bruta, deverão ser descontados os valores referentes às Devoluções ocorridas no período. A Exemplo S.A. apresenta um PMR de 113 dias [(($3.500 + 1600) / $16.200) x 360]= 113. Ou seja, a empresa vende para receber, em média, após 113 dias. Ciclo Operacional (CO) PME+PMR Indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa adquire as matérias-primas/mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro relativo às vendas. Graficamente, assim pode ser representado: CICLO OPERACIONAL COMPRA VENDE RECEBE PME = 63 dias + PMR = 113dias = 176 dias 0 30 60 90 120 150 180 dias Ciclo Financeiro (CF) PME + PMR - PMC ou CO – PMC É o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas. É o período em que a empresa necessita ou não de financiamento complementar do seu ciclo operacional. CICLO OPERACIONAL 176 DIAS Compra Vende Recebe PME = 63 d PMR = 113 d PMC = 68 d Ciclo Financeiro = 108 d Compra Paga A diferença entre Ciclo Operacional (PME + PMR) e o Prazo Médio de Compras (PMC) é o "Ciclo Financeiro" e corresponde ao período de tempo entre o pagamento ao fornecedor e o momento em que a empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas. Para este período (Ciclo Financeiro), a empresa precisa conseguir financiamento complementar. Normalmente o Ciclo Financeiro é financiado: a) pelo capital próprio; b) por recursos de terceiros, onerosos. A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dos prazos médios, expressos finalmente através do Ciclo Financeiro. Exemplo S.A. apresentou um CF de 108 dias [PME (63) + PMR 113 - PMC ( 68)]. Isto significa que a empresa paga seus fornecedores 68 dias após a compra e somente 108 dias após esse pagamento receberá o valor da venda a seus clientes. Para financiar seus clientes por 108 dias a empresa poderá, então, utilizar-se de recursos próprios ou recorrer a desconto de duplicatas ou outros empréstimos para capital de giro. Capital de Giro (CG) O capital de giro - ou capital em giro - de uma empresa corresponde aos valores aplicados em seu Ativo Circulante. A empresa compra mercadorias, estoca, vende e recebe. Repetindo esse ciclo permanentemente, ela mantém o giro dos negócios. Existem, no entanto, diversas utilizações para a terminologia do CDG, dependendo do autor e do conceito abordado. As Instituições Financeiras usam a expressão CDG para definir o Capital de Giro Líquido. Isto é, o Ativo Circulante (recursos aplicados no giro) deduzido do Passivo Circulante (fontes de recursos para o giro). CG = Ativo Circulante - Passivo Circulante ou ainda: CDG = (PL + REF + PELP) - (AP + ARLP) O CDG da empresa Exemplo S.A. pode ser definido por: CDG = 5.000(AC) - 2.000(PC) = 3.000 ou CDG = (4.100 + 3.500) - ( 3.000 + 1.600) = 3.000 ( PL + PELP) - ( AP +ARLP) Necessidade de Capital de Giro (NCG) ou Investimento Operacional em Giro (IOG) NCG é a diferença entre as aplicações cíclicas (Ativo Circulante Cíclico - ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico - PCC), que se renovam automaticamente no dia-a-dia. As aplicações cíclicas são valores do Ativo financiados pela empresa até sua realização. As fontes cíclicas são valores exigíveis, financiados por terceiros ligados à área operacional. O ideal seria que a empresa utilizasse os financiamentos de terceiros para cobrir suas aplicações. Quando isso não acontece, há necessidade de se recorrer a fontes não diretamente ligadas à atividade. A análise da Necessidade de Capital de Giro - NCG enfoca o ciclo operacional do sistema empresa, tendo como referencial de pesquisa os demonstrativos financeiros. A ênfase recai sobre as fontes e aplicações cíclicas. NCG= ACC - PCC Essas fontes e aplicações estão intimamente ligadas às atividades da empresa e ocorrem de forma espontânea e natural. Aplicações Cíclicas - ACC É o somatório das contas: · duplicatas a receber (menos provisão para devedores duvidosos); · estoque (matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados); · adiantamentos a fornecedores; · mercadorias em trânsito; · importações em curso (de matéria-prima); · despesas antecipadas. Fontes Cíclicas – PCC Corresponde ao somatório das contas: · fornecedores (de matéria-prima/mercadorias); · salários a pagar; · comissões a pagar; · encargos sociais a recolher (INSS, FGTS); · imposto de renda retido na fonte (sobre a folha de pagamento); · contas a pagar (referentes a despesas operacionais: água, energia elétrica, aluguel, telefone etc.); · adiantamento de clientes; · impostos a pagar. - = POSITIVA - = NEGATIVA Analisando a diferença entre as aplicações cíclicas e as origens de recursos cíclicos no quadro anterior, tem-se as seguintes situações: Quando POSITIVA, significa que a empresa apresenta Necessidade de Capital de Giro, que deverá ser obtido junto a seus proprietários ou junto a terceiros (onerosos). Quando NEGATIVA, significa que a empresa dispõe de sobra de recursos para o giro, que poderá ser destinada a aplicação no mercado financeiro. Tipos de NCG A NCG ou IOG pode apresentar-se de duas maneiras: · Permanente; · Sazonal. NCG ou IOG Permanente - próprio de empresas cujo nível de atividade de produção e vendas é distribuído com certa homogeneidade ao longo do ano. NCG ou IOG Sazonal - característico das empresas com forte concentração de atividades em certas épocas do ano. É o caso das empresas que produzem brinquedos, artigos juninos, natalinos, entre outras. O conhecimento do tipo de NCG das empresas é importante na medida em que oferece ao Banco subsídios para realização de negócios. Fontes de Cobertura da NCG Vimos há pouco que a empresa com NCG negativa não necessita de financiamento bancário. Ao contrário, é indicativo de sobra de recursos para aplicar no mercado financeiro, caso não tenha optado por investimentos no Ativo Permanente ou distribuição de lucros. Quando a NCG é positiva, entretanto, a empresa tem de buscar recursos próprios ou de terceiros (onerosos) para complementar seu capital de giro. Essas fontes podem ser: Fonte Onerosa - o que caracteriza essa fonte é o custo financeiro dos recursos alocados no giro. Geralmente, a empresa recorre a bancos para financiar essa parcela da NCG. Há que se ter presente que eventuais parcelas lançadas inicialmente em "fontes cíclicas" poderão ser reclassificadas como "onerosas". É o caso, por exemplo, de tributos e impostos não pagos nas datas certas. A partir daí, há incidência de correção,juros e multa, descaracterizando, por conseguinte, sua condição de "natural e espontânea". Fonte Operacional - No decorrer do exercício social podem – e devem - acontecer lucros. Esses lucros vão sendo incorporados à conta Caixa, quando do recebimento das vendas e, consequentemente, agregando-se ao giro dos negócios da empresa, constituindo-se fonte operacional de financiamento da NCG. Essa fonte operacional é constituída pelo Lucro Líquido do Exercício, acrescido ou diminuído das receitas ou despesas não monetárias (Ex. : depreciação, provisões), como veremos a seguir: GERAÇÃO INTERNA DE RECURSOS Exercícios X X X Contas 1 2 3 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ( + ) ( - ) Saldo da Correção Monetária ( + ) ( - ) Resultado Equivalência Patrimonial ( + ) Depreciação Amortização Exaustão ( + ) Variações Monetárias Passivas ( - ) Variações Monetárias Ativas ( + ) Provisão para imposto de Renda ( + ) Provisões e Reservas ( + ) ( - ) Outras GERAÇÃO INTERNA DE RECURSOS · Saldo da correção monetária - representa fato econômico que afeta o resultado, embora não corresponda, no momento da sua contabilização, à entrada ou saída de recursos do caixa. Se negativo na DRE, deve ser somado ao lucro (no quadro acima); se positivo, deve ser subtraído. · Resultado da equivalência patrimonial - representa fato econômico decorrente do ajuste das aplicações da empresa no patrimônio de interligadas. Igualmente, não representa entrada ou saída efetiva de recursos do caixa. Apenas registra o reconhecimento de ganhos ou perdas obtidas em outras empresas. Se negativo, deve ser somado; se positivo, deve ser subtraído. · Depreciação/ amortização/ exaustão - as despesas de depreciação, exaustão ou amortização de bens e direitos do Ativo afetam o resultado da empresa. Não representam saída efetiva de recursos do caixa e devem, portanto, ser somadas ao Lucro. · Variações monetárias ativas/passivas - as variações monetárias correspondem à variação cambial ou correção monetária de valores a receber e empréstimos a pagar registrados no longo prazo, desde que não tenha ocorrido entrada ou saída efetiva de recursos do caixa. As variações ativas devem ser deduzidas no cálculo da Geração Interna de Recursos e as variações passivas, somadas. Exemplo: Empréstimo de Longo Prazo $ 3.000 Juros do Período: $ 360 (despesa financeira) Correção Monetária do Empréstimo (capitalizada): $ 1.500 (variação monetária passiva) O valor da correção monetária ($ 1.500) será, neste caso, somado ao Lucro do Exercício, pois não representa saída de recursos da empresa. · Provisão para imposto de Renda - essa provisão afeta o Lucro Líquido da empresa no período em questão, mas somente será desembolsada durante o período seguinte. Portanto, deve ser adicionada. Efeito Tesoura O Efeito Tesoura é um indicador que evidencia o descontrole no crescimento das fontes onerosas de recursos no curto prazo. Ocorre quando o Saldo de Tesouraria apresenta-se cada vez mais negativo a cada exercício, variando em níveis superiores ao crescimento da NCG. Saldo de Tesouraria O ST é obtido pela diferença entre as contas de Ativo Circulante e de Passivo Circulante que não guardam relação com a atividade operacional da empresa. É revelado pelas equações: ST = ACF – PCF Ou ST = CDG - NCG Saldo de tesouraria positivo significa que a empresa tem disponibilidade de recursos que poderão ficar aplicados no mercado financeiro e utilizados a qualquer momento com aproveitamento de oportunidades negociais. Se negativo, demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo. Saldo de tesouraria que, período após período, se revele crescentemente negativo evidencia que a empresa caminha para a insolvência ou overtrade. É importante observar que o fato isolado de o saldo de tesouraria ser negativo não é preocupante. Grave é a tendência. Portanto, o Efeito Tesoura é conseqüência de saldo de tesouraria (ST) cada vez mais negativo, variando em proporção superior à NCG. A tendência é dada pela relação [ ST / NCG], sendo que a NCG deverá ser considerada sem o seu sinal (+/-). Resultado decrescente evidencia que a empresa recorre, cada vez mais, a empréstimos onerosos de curto prazo. Para melhor avaliar o Efeito Tesoura, deve-se observar o comportamento do indicador em diversos períodos. O índice [(NCG /vendas) X 360] indica a NCG em dias de venda. Em outras palavras, indica quantos dias a empresa precisa vender (faturar) para obter os recursos complementares necessários ao seu capital de giro (a NCG). Para melhor compreensão desse assunto, apresentamos, para análise, dois exemplos. Exemplo 1: A empresa Y apresenta os seguintes números nos últimos cinco exercícios ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano5 NCG 250 600 1.200 2.400 4.800 CDG 200 300 400 400 500 ST -50 -300 -800 -2.000 -4.300 ST/NCG -0.20 -0.50 -0.66 -0.83 -0.89 Analisando o gráfico, podemos afirmar: · A NCG da empresa está aumentando substancialmente a cada ano; · O CDG tem-se mantido estável (possivelmente a empresa não está tendo lucro ou o lucro está sendo distribuído); · Como a empresa não consegue financiar sua necessidade de capital de giro com as fontes internas de recursos, vem recorrendo cada vez mais a empréstimos bancários, evidenciado pelo ST negativo e decrescente; · O ST é negativo e está aumentando proporcionalmente em níveis maiores que a NCG (ST/NCG), confirmando, assim, o "Efeito Tesoura". Na prática, significa que, se o banco credor não renovar os empréstimos, a empresa quebra imediatamente. Por outro lado, se o banco continuar a rolar suas dívidas, a empresa quebrará do mesmo jeito, dentro de pouco tempo, pois os encargos financeiros provocarão prejuízos cada vez maiores. A única solução para uma empresa na situação descrita acima é a capitalização (injeção de recursos novos dos sócios) conjugada com uma completa revisão de prazos e margens de lucro. Exemplo 2: Agora analisemos o gráfico da empresa Z. Ela apresenta a mesma NCG da empresa Y e também está com o ST cada vez mais negativo. Uma análise superficial poderia induzir a dizer que a empresa está passando por dificuldade financeira, pois o ST é negativo e a linha da NCG está se distanciando da linha do CDG a cada ano. Ocorre que a relação percentual entre a NCG e o CDG se mantém. Veja no quadro a seguir: ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 NCG 250 600 1.200 2.400 4.800 CDG 200 480 960 1.920 3.840 CDG/ NCG 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 ST -50 -120 -240 -480 -960 ST / NCG -0.20 -0.20 -0.20 -0.20 -0.20 Essa empresa, apesar de apresentar a mesma NCG da empresa Y (exemplo 1 ) em todos os anos, vem financiando essa necessidade de duas formas: capital de giro (maior parte) e financiamentos bancários. O Saldo de Tesouraria (negativo), no entanto, representa 20% da NCG . Isso acontece, normalmente, em empresas que estão aumentando o volume de vendas. O endividamento bancário financia um percentual das vendas e o lucro da atividade, que é reinvestido, garante à empresa boa parte do financiamento necessário. Admitindo-se que, repentinamente, a empresa deixe de contar com o financiamento bancário, bastará a ela fazer uma pequena redução nas suas vendas a prazo, para ajustar sua NCG ao CDG disponível. Causas do Efeito Tesoura: · crescimento real das vendas a prazo, em percentuais muito elevados, sem correspondente obtenção de prazo de fornecedores; · imobilizações com recursos onerosos de curto prazo; · prejuízos; · distribuição excessiva de lucros; · dependência sistemática a empréstimos de curto prazo, com pagamento de altas taxas de juros; · ciclo financeiro crescente. Sinais de Alerta A NCG é um instrumento que nos permite visualizar, com bom grau de confiabilidade, a efetiva necessidade de capital de giro da empresa, mantido seu nível de atividade. Todavia, tal como nos demais sinalizadores econômico-financeiros,há que se observar a performance de outros indicadores - inclusive NCG/vendas - , e estes com o setor, permitindo, assim, verificar o desempenho global da empresa. A NCG positiva, se crescente, período após período, pode ser indicador de anomalia empresarial. O crescimento da NCG pode acontecer, também, por força de expansão dos negócios da empresa. O que não pode (ou não deve) ocorrer é o crescimento da NCG em proporção superior ao volume das vendas. O quadro seguinte constitui instrumento verificador dessa anomalia, com interpretação mais detalhada. NCG – Sinais de Alerta Dificuldades de obtenção de Matéria-prima/produto ( + ) Adiantamento a Fornecedores Concessão de maiores prazos, Novos produtos ( + ) Duplicatas a Receber Especulação, redução da demanda ( + ) Estoques Redução de prazos (oligopólio), escassez de matéria-prima/produtos ( - ) Fornecedores Redução nos prazos de impostos ( - ) Despesas Provisionadas Novos concorrentes ( - ) Adiantamento de Clientes De posse do quadro, vamos tomar como ponto de partida o acréscimo positivo da relação NCG/VENDAS. Caminhando para a esquerda vemos, por exemplo, que o acréscimo na conta "Adiantamento a Fornecedores" pode ser, entre outros ali consignados, fato causador da variação positiva de NCG em proporção superior às vendas. Continuando na investigação, evoluindo ainda mais para a esquerda, observamos que “dificuldades na obtenção de matéria-prima/produtos” foi o elemento causal do "Adiantamento a Fornecedores" já agora tomado como efeito. E, finalmente, a origem da dificuldade de a empresa obter matéria-prima pode estar no ambiente externo. SISTEMA EMPRESA Equilíbrio Dinâmico RENTABILIDADE ESTABILIDADE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO- FINANCEIRA Voltando ao ponto de origem, mas agora caminhando para a direita na planilha, vemos que a evolução da NCG/VENDAS na forma comentada pode provocar variação na dependência de financiamentos onerosos, ocasionando aumento nas despesas financeiras e, por conseguinte, determinar diminuição no lucro da empresa. A combinação crônica desses fatores tende a provocar desequilíbrio econômico-financeiro (overtrade) na empresa, podendo levá-la à morte com repercussão negativa para a economia, com ênfase na subtração de emprego e renda. 7 Exercícios e Cases: 1. Múltipla Escolha 1. Relacione a coluna da esquerda com a da direita e marque a opção que identifica a combinação correta entre as colunas: 1) Capital (x) Fonte ou Origem 2) Empréstimos Bancários (y) Aplicação 3) Caixa 4) Contas a Pagar a. ( ) 1x, 2y, 3y, 4x b. ( ) 1x, 2x, 3x, 4x c. ( ) 1x, 2x, 3y, 4x d. ( ) 1y, 2y, 3x, 4y e. ( ) 1y, 2y, 3y, 4x 2. Alternativa INCORRETA: a. ( ) Os bens e direitos representam a parte positiva do Patrimônio b. ( ) As obrigações representam a parte negativa no Patrimônio c. ( ) Quando o Ativo é menor que as Obrigações temos o Passivo a Descoberto d. ( ) O Patrimônio Líquido representa os Recursos de Terceiros na Empresa e. ( ) Situação Líquida é a diferença entre Ativo e Passivo 3. EMPRESA “A” EMPRESA “B” ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO Caixa 100 Contas a Pagar 80 Caixa 50 Contas a Pagar 60 PL ? SL ? I - Empresa “B” tem Passivo a Descoberto II - Empresa “A” tem Situação Líquida Superavitária III - Empresa “B” tem mais Obrigações que a Empresa “A” a. ( ) I e III corretas b. ( ) I e III incorretas c.( ) II e III corretas d. ( ) I e II incorretas e. ( ) I e II corretas 4. Conceito mais correto para conta: a. ( ) O agrupamento de transações de natureza semelhante b. ( ) O registro do dinheiro que entra e sai da empresa c. ( ) Um elemento contábil que sempre aumenta a débito d. ( ) Um elemento contábil que sempre aumenta a crédito e. ( ) O registro das obrigações da empresa 5. A conta Fornecedores: a. ( ) é conta de resultado do exercício das operações com Mercadorias b. ( ) aumenta toda vez que é tratada como origem da compra de mercadorias a prazo c. ( ) terá saldo devedor indicando o que a Empresa deve d. ( ) é conta pertencente ao grupo do Patrimônio Líquido e. ( ) representa as mercadorias disponíveis para venda 6. Contas do Ativo: a. ( ) Matérias primas, Ações de outras empresas, Contas a Receber b. ( ) Empréstimos Bancários, Caixa, Bancos conta Movimento c. ( ) Estoque, Fornecedores, Duplicatas a Receber d. ( ) Caixa, Bancos Conta Movimento, Capital e. ( ) Reserva de Lucro, Caixa, Bancos conta Movimento 7. Com relação à Receita maior que a Despesa, seja a vista ou a prazo: a. ( ) aumenta a Situação Líquida b. ( ) aumenta o débito c. ( ) aumenta de forma contrária às contas de Passivo d. ( ) aumenta da mesma forma que as contas de Ativo e. ( ) diminui o Resultado 8. Quando na apuração do Resultado as Receitas são menores que as Despesas: a. ( ) O Passivo aumenta b. ( ) há lucro c. ( ) há diminuição da conta Caixa d. ( ) a Situação Líquida diminui e. ( ) há um Superávit 9. As contas de Resultado (receitas e despesas) demonstram: a. ( ) as contas Patrimoniais b. ( ) a Dinâmica Patrimonial c. ( ) o Balanço Patrimonial d. ( ) a Estática Patrimonial e. ( ) apenas o lucro da Empresa 10. As Técnicas de que a Contabilidade se utiliza para alcançar os seus objetivos são: a. ( ) escrituração, planejamento, coordenação e controle b. ( ) escrituração, balanço, inventário, e orçamentos c. ( ) contabilização, auditoria, controle e análise de balanços d. ( ) auditoria, escrituração, análise de balanços e demonstração e. ( ) auditoria, análise de balanço, planejamento e controle 11. Características das Partidas Dobradas: a. ( ) Valor do crédito igual ao do débito b. ( ) débito duplo à conta devedora c. ( ) crédito duplo à conta credora d. ( ) valor do débito igual ao dobro do crédito e. ( ) valor do crédito igual ao dobro do débito 12. Situação Líquida é: a. ( ) o Capital de Terceiros mais Patrimônio Líquido b. ( ) Capital mais Lucro c. ( ) diferença entre soma do Ativo e soma das Obrigações Reais d. ( ) Ativo menos Patrimônio Líquido e. ( ) PL menos Passivo 13. Não é conta de natureza credora ou de origem de recursos: a. ( ) Capital b. ( ) Fornecedores c. ( ) Duplicatas a Pagar d. ( ) Contribuição a Recolher e. ( ) Mercadorias 14. Saldo anterior de Caixa: 1.000 Movimento do dia: Pagto de Despesa de Água e Luz 200 Vales concedidos em dinheiro 100 Pagtº de Obrigações 200 Recebimento de Direitos 300 Saldo atual de Caixa: a. ( ) 1.000 b. ( ) 800 c. ( ) 1.600 d. ( ) 1.800 e. ( ) 1.200 15. Conta que registra Despesas: a.( ) Veículos b.( ) Honorários da Diretoria c.( ) Móveis e Utensílios d.( ) Mercadorias e.( ) Capital 16. Contas pertencentes ao Passivo: a. ( ) Fornecedores – Reserva de Lucro - Receitas de Juros b. ( ) Fornecedores - Capital - Seguros
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