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AVEi/Neuro Optativa Nathalia Castelan Acidente vascular encefálico Acidente vascular encefálico pode ser isquêmico (80-85% dos casos) ou hemorrágico. Alta morbi-mortalidade. 1. ISQUÊMICO Patogenia e patologia: Isquemia seguida de infarto decorrente de oclusão aguda de uma artéria de médio ou pequeno calibre. Oclusão pode ser embólica (trombo de um local distante ) ou trombótico (trombo formado na própria artéria). EMBÓLICO - 45% dos casos - Cardioembólico: A fonte é o coração. Fibrilação atrial - trombo no AE - Seguida pelo IAM de parede anterior (trombo no VE) e pelas cardiomiopatias dilatadas. - Arterio Embólico: Típico dos pacientes hipertensos. A fonte é, geralmente, uma placa aterosclerótica instável na carótida comum ou na bifurcação carotídea ou na artéria vertebral. TROMBÓTICO: - Lacular: 20%, definido por infarto de tamanho inferior a 2cm. Oclusão de pequenas artérias perfurantes cerebrais → tálamo, cápsula interna e gânglios da base. 1 AVEi/Neuro Optativa Nathalia Castelan Oclusão de ramos arteriais → tronco cerebral. Artérias de médio calibre → raro, 5% dos casos. Nas primeiras 24h do AVE isquêmico, métodos como a RM com estudo de difusão-perfusão permitem delinear as áreas que possuem lesão irreversível e as áreas isquêmicas recuperáveis = PENUMBRA ISQUÊMICA → tamanho variável. Quadro clínico geral: A. Cerebral Anterior – Hemiparesia e parestesia contralateral, principalmente em membro inferior, alterações de comportamento. A. Cerebral Média – Hemiparesia/plegia e parestesia contralateral, principalmente em face e membro superior, afasia (h. dominante), hemianopsia homônima, apraxia. A. Cerebral Posterior – Síndromes talâmicas, distúrbios visuais, ataxia. REGRAS GERAIS DA LOCALIZAÇÃO DO AVEi: → Sugere território carotídeo -irrigado para cerebral média e anterior: afasia, síndromes cerebrais clássicas (Gerstmann, amusia, agnosias, síndrome do lobo frontal… → Sugere território vertebrobasilar - irrigado pela cerebral posterior, tronco: hemianopsia, agnosia visual, síndrome de Balint, síndrome de Anton. Diplopia sugere AVE de tronco. Vertigem e nistagmo sugerem AVE pontino ou cerebelar. Ataxia cerebelar sugere AVE de cerebelo, mesencéfalo (núcleo rubro) ou tálamo. → Síndromes típicas de infartos lacunares: - Hemiplegia fasciobraquiocrural; - Afasia de Broca, hemiparesia; - Hemianestesia; - Disartria com apraxia da mão e braço; - Hemiparesia atáxica. Diagnóstico: Todo paciente com deficit neurológico focal de início súbito que dura mais de 15-20 minutos deve ser encarado como AVE. TC de crânio É o primeiro exame a ser pedido assim que o paciente estiver estável clinicamente. 2 AVEi/Neuro Optativa Nathalia Castelan contrastada → afasta AVE hemorrágico. Nas primeiras 12 a 24h pode não mostrar nada!! Após 24-72h, como uma área hipodensa (“cinza”) acompanhada de edema. Fase Hiperaguda (<12h): para excluir a hemorragia e detectar achados precoces da isquemia cerebral: Perda do contorno insular, indefinição dos núcleos cinzentos, perda da diferenciação da substância branca e cinzenta; artéria cerebral hiperdensa. Fase sugaguda: pode apresentar lesão hipodensa em forma de cunha, envolvendo substância branca e cinzenta e respeitando o limite vascular, bem como edema perilesional e sinais de efeito de massa (desvio de estruturas da linha média para o hemisfério contralateral, apagamento de sulcos e cisternas, compressão ventricular). 3 AVEi/Neuro Optativa Nathalia Castelan Fase crônica: é uma lesão focal hipodensa, bem delimitada, respeitando limites vasculares, com proeminência de sulcos e alargamento dos ventrículos ipsilaterais. Figura 3 - Corte de TC evidenciando lesão fical hipodensa, respeitando limites vasculares. RMN Maior tempo, melhor acesso → difícil, não é a realidade de muitos lugares. Permite avaliar a quantidade e o volume de tecido encefálico comprometido. Exame padrão-ouro porque permite avaliar alterações específicas nas fases mais iniciais. T1 → lesão hipointensa com edema cortical e perda da distinção das substância brancocinzentas. T2 e FLAIR → edema cortical, e a lesão se apresenta hiperintensa em relação ao parênquima. Tardiamente, a lesão se apresenta isointensa em relação ao líquor em T1 e T2. No FLAIR,encontramos áreas de gliose (hiperintensa) e áreas de encefalomalácia (hipointensa). Tratamento: Fase aguda: 3 primeiros dias → é quando dá pra impedir que a penumbra isquêmica se torne um infarto cerebral. 4 AVEi/Neuro Optativa Nathalia Castelan Avaliar sinais vitais. Se torporoso ou comatoso → intubar. Hipotensão arterial → soro fisiológico 0,9%. TC de crânio não contrastada → afastar AVEh → se for normal, é isquêmico. - Medidas de suporte: Paciente deitado nas primeiras 24h; Evitar desnutrição; Evitar desidratação, hiponatremia e hiperglicemia; 1.000 - 1.500ml/dia de Ringer lactato com KCl; Monitorar natremia diarimanete; Monitorar glicemia de 6 em 6h -corrigir prontamente. Monitorar Tax de 4 em 4h. HHipertensão - nao baixar no primeiro dia a nao ser que seja maior que 220x120 mmhG. - Exames: ECG; Hemograma completo; Glicemia plasmática; Eletrólitos; Ureia; Creatinina; Coagulograma; Gasometria arterial; Marcadores de necrose miocárdica. - Medidas específicas Antiagregante plaquetário - Iniciar aspirina (160-300mmg) nas primeiras 48h do início do AVEi. Heparina - dose profilática para prevenção de TVP/TEP. Fase crônica: Depende da etiologia!!! Eames essenciais → ECG, ecocardiograma e doppler de carótidas/vertebrais. Cardioembólico → anticoagulação plena permanente. Arterioembólico → aas 100-300 mg/dia para o resta vida. Controlar HA. Reabilitação - fisioterapia nas primeiras 48h. 2. HEMORRÁGICO PROX GD 5
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