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MEMORIAL DESCRITIVO. DESCRIÇÃO TÉCNICA. MEMORIAL DESCRITIVO REFERENTE A FÁBRICA DE RAÇÃO E SNACKS PARA CÃES E GATOS, PET REPETE. USP/FZEA- FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS. PIRASSUNUNGA- SÃO PAULO. 1. OBJETIVO. O objetivo geral do presente memorial consiste em fornecer informações necessárias para a construção de uma edificação com o propósito de produzir sneakers de vários sabores para cães e gatos com alto padrão de qualidade. 2. PROJETO. O projeto engloba a construção de uma fábrica de alimentação animais e snacks para pequenos animais, destinada a alimentação de cães e gatos. 3. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO. A fábrica se encontrará localizada na cidade de Pirassununga, interior do estado de São Paulo, localizada a uma latitude 21º 59’ 46’’ a sul e uma longitude de 47º 25’ 3311 a oeste do estado de São Paulo, e sua altitude consiste em 627 metros. A cidade conta com uma área total de aproximadamente 728,78 m². Conta com três grandes polos industriais. Por conta desta localização tanto o escoamento dos produtos, quando a chegada de matéria prima é favorecido, pois é a cidade se encontra perto de grandes polos de distribuição como Campinas e Ribeirão Preto, e está ao lado da rodovia Anhanguera, e a 208 quilômetros da cidade de São Paulo, capital do estado. 3.1. CLIMA. Com clima quente e temperado a cidade, categorizada como “tropical de altitude”, apresenta temperaturas entre 18°C e 26°C. Com índice pluviométrico anual de 1238 mm. Amplitude térmica anual variante entre 7ºC e 9ºC, sem extremos máximos e mínimos (agudos ou não) que possam dificultar e/ou impedir a realização das atividades propostas, configurando, então, clima propício para tal; De acordo com a NBR 15220, norma referente ao desempenho térmico de edificações, Pirassununga está situada na zona 4 do zoneamento bioclimático brasileiro pois possui latitude 21º 59' 46" S e longitude: 47º 25' 33" W. Imagem 1. Zoneamento bioclimático brasileiro Fonte: NBR 15220 Imagem 2. Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimática 4. Fonte: NBR 15220 3.2. ECONOMIA. A cidade conta com o investimento da prefeitura para a instalação de novas empresas, fazendo que seja viável a construção da empresa. Na cidade existem três pólos industriais e um em planejamento, são eles Distrito Industrial, Polo Industrial Orlando Poggi, Polo Industrial Guilherme Müller Filho. O setor industrial segundo censo de 2010, compõe cerca de 302,48 milhões do produto interno bruto municipal, com uma expectativa de crescimento alta, estimando aproximadamente mais de 29%. Os polos industriais da cidade já contam com a existência de outras fábricas de alimentação animal e de snacks diversificados para pequenos animais, como também há a possibilidade de expansão deste mercado com amplo espaço para mais implantação de outras empresas deste mesmo segmento. 3.3. LOGÍSTICA. A cidade de Pirassununga, se encontra próximo a dois grandes polos comerciais como em Ribeirão Preto e Campinas, facilitando o escoamento da produção e distribuição dos produtos. Contando com várias rodovias que auxiliam neste processo como por exemplo SP-330 - Rodovia Anhanguera, a SP-225 - Rodovia Deputado Ciro Albuquerque (trecho de Aguaí a Pirassununga) e Rodovia Deputado Rogê Ferreira (trecho de Pirassununga a Itirapina), SP-201 - Rodovia Prefeito Euberto Nemésio Pereira de Godoy e por fim a rodovia SP-328 - Rodovia sem denominação (dois trechos, um de Leme a Pirassununga e outro de Pirassununga a Porto Ferreira). 4. CAPACIDADE PRODUTIVA. Com o status de membro familiar o mercado de pets vem crescendo cada vez mais e tem potencial para crescer cada vez mais, em seus diversos segmentos. No ano de 2017, o Brasil era o terceiro maior em faturamento no mercado pet. O tratamento humanizado faz com que seja inúmeras as oportunidades para o crescimento de empresas nesta linha. O mercado consumidor pet, procura cada vez mais alimentação de qualidade e diversificação para os seus animais, a procura por produtos variados como a linha de snacks vem crescendo cada vez mais. Pensando em atender nesse mercado a capacidade produtiva é de 110 kg para cada segmento por dia, com uma média de 70 segmentos diversificados entre alimentação animal e snacks, produzindo 7.700 kg ao dia, ou 7,7 toneladas ao dia; com uma média mensal entre 165 toneladas a 170 toneladas. 5. LEGISLAÇÃO. Em relação a legislação e normativas, podemos levar em conta: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_Anhanguera https://pt.wikipedia.org/wiki/SP-225 https://pt.wikipedia.org/wiki/SP-201 https://pt.wikipedia.org/wiki/SP-328 No município de Pirassununga-SP existem algumas normas que regulamentam a construção de edificações, são elas: ● 072/06 - Código de Obras e Edificações; ● 075/07 - Parcelamento do Solo; ● 076/07 - Zoneamento; ● 080/07 - Zoneamento (constando alterações da lei complementar 076/07). Existem também Normativas para Fábricas de Rações, contidas na Instrução Normativa Nº 14, de 15 de Julho de 2016. A seguinte legislação dispõe sobre o estabelecimento das Boas Práticas de Fabricação (BPF), bem como de inspeção sanitária, Padrões de Identidade e Qualidade, Procedimentos Operacionais Padrão e a Lista de Verificação das BPF: ● Portaria nº. 1.428/1993 do MS; ● Portaria nº. 368/1997 do MAPA; ● Portaria nº. 326/1997 do MS/SVS; ● Resolução RDC/ANVISA nº. 275/2002. Além disso, o projeto também levou-se em conta as legislações, normativas e referências dos seguintes adendos: ● NBR 15.220: Desempenho térmico de edificações; ● NBR 15.575: Edificações habitacionais – Desempenho; ● Instrução Normativa 4/2007: Regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal (junto ao roteiro de inspeção); ● Manual 1/2008 Programa Feed & Food (Boas Práticas de Fabricação – BPF): Gestão do alimento seguro. 6. LAYOUT PRODUTIVO. 6.1. FLUXOGRAMA INDUSTRIAL. Foi elaborado um fluxograma, conforme a Imagem 3, baseado em pesquisas referentes aos processos mais comuns de uma fábrica de alimentação animal. Imagem 3 - Fluxograma industrial do processo básico de uma fábrica de alimentação animal Fonte: Própria autoria. 6.2. NECESSIDADES DE CADA SETOR. ● Recepção de matéria prima: O recebimento da matéria prima se dá por meio de fornecedores, fazendo-se necessário um galpão de estocagem que possibilite o acesso das carretas fornecedoras de matéria prima. ● Quarentena: Consiste no local destinado ao armazenamento da matéria prima de chegada, com a finalidade de aguardarem a inspeção e teste de controle de qualidade, para determinar se está tudo de acordo com as normas e padrões de qualidade exigidos pela empresa, desta forma receber o laudo para que possa ser aprovados ou rejeitados. ● Teste de qualidade: É o local destinado a realização das análises laboratoriais para determinação de qualidade dos insumos, quanto a pureza, pH, caracteristicas fisico- quimicas. ● Dosagem:Para o processo da dosagem são necessários dosadores (compostos de balanças) que consigamproporcionar à mistura principal da ração a porcentagem correta dos alimentos e nutrientes, bem como a adição destes de maneira ideal para que se atinjam as qualidades diferentes das rações oferecidas. ● Mistura de aditivos e matéria prima: Esta etapa é realizada por misturadores de grande porte, para que se consiga misturar toda a farinha de matéria prima aos nutrientes e seus aditivos, de maneira homogênea. ● Moagem: Para a moagem são necessários moedores de alto rendimento para que toda a matéria prima possa ser granulada ao ponto ideal da mistura. ● Extrusão: São utilizadas extrusoras, para que a ração possa tomar conformidade. O modelo mais utilizado para a produção de alimentos pet é a extrusora monorosca. No local da extrusão, é preciso uma pequena declividade de 1 a 2%, para que no momento da lavagem da máquina, os resíduos líquidos gerados, sejam facilmente escorridos para o descarte feito por um ralo sifonado. ● Secagem: Se dá por secadores de alta performance para acelerar o processo natural de secagem. Está etapa é realizada em ambiente controlado a fim de evitar a proliferação de pragas e fungos pela umidade na ração já extrusada. ● Resfriamento: O resfriamento se dará através de um equipamento específico para secagem de rações extrusadas ou peletizadas, tortas e massas expandidas. ● Engorduramento: O processo dá-se pela adição de gorduras e flavorizantes nos extrusados com o uso de torneiras que jorram um líquido que possui gordura e saborizantes e um cilindro rotativo para que todo o alimento fiquei com uma quantidade homogênea e satisfatória. Ao agregar aditivo alimentar, as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais podem ser modificadas com intuito de alcançar melhores resultados finais. No caso da ração, o aditivo é usado para melhorar o aroma, aumentando a palatabilidade para o animal. ● Ensaque, estoque e expedição: As ensacadoras pesam e depositam os grãos de ração e dos snacks em sacos de diversos tamanhos. No final da linha de produção, existe um galpão utilizado para o armazenamento dos sacos prontos de ração, os quais deverão ser enviados à expedição, sendo este o último processo do fluxograma produtivo, onde são encaminhados aos caminhões com destino aos compradores. Em suma, faz-se necessárias instalações laboratoriais para fins de formulação das rações desenvolvidas na fábrica, de acordo com as necessidades alimentares dos cães em cada segmento das rações e snacks, e sistemas de controle da qualidade eficazes durante toda a cadeia produtiva. 7. PLANTA BAIXA DA SEÇÃO INDUSTRIAL. As instalações devem ser projetadas de maneira favorável ao fluxo de operações e condições higiênicas, desde a chegada da matéria-prima até a obtenção do produto final. Deve-se considerar a legislação em vigor, uma vez que a mesma destaca pontos como a separação de locais como o refeitório e estoque. A Imagem 4 abaixo, apresenta a planta baixa da fábrica de ração Pet Repete. Imagem 4- Planta baixa da Pet Repet. Fonte: Própria autoria. A Imagem 5, a seguir apresenta a planta com nomenclatura e apresenta o que será utilizado em cada setor da da fábrica Pet Repete. Imagem 5- Planta com nomenclatura. Fonte: Própria autoria. 8. SISTEMA ESTRUTURAL. 8.1. PILAR E VIGAS. A fábrica é construída com sistema tradicional com muros de bloco 14 x 19 x 39 cm, que consiste na alvenaria tradicional. A estrutura da viga consiste em um sistema de concreto armado reforçado que compõem as colunas de dimensão 0,4x0,4m. As vigas contendo a mesma dimensão das colunas e a sapatas com dimensão de 1,0x1,0x0,4 m de espessura. As vigas da fundação possuem dimensões de 0,5x0,5 m. Desta forma toda a estrutura estão unidas formando um sistema de “Diafragma” com o propósito de distribuir a energia ou esforços no solo através das colunas, vigas e fundações. Estas escolhas foram baseadas nas necessidades das instalações e nas vantagens em se usar esse tipo de sistema estrutural por ser mais econômica, durável, estruturalmente segura e mais versátil. Esse tipo de estrutura será utilizado em todos os itens do projeto. Para a escolha tomou-se como base os seguintes documentos: ● NBR 9062 (Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado) ● ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto — Procedimento. ● Item 6.1.3.1 do “Manual 1/2008 Programa Feed & Food (Boas Práticas de Fabricação – BPF): Gestão do alimento seguro” do Sindirações ● Item 4 da Instrução Normativa 4/2007 A Imagem 6 a seguir mostra a disposição das vigas e pilares na fábrica Pet Repete. Imagem 6- Disposições de vigas e pilares. Fonte: Própria autoria. 8.2. LAJE. Para o projeto utilizou-se Laje pré-fabricada mista vigota treliçada/lajota cerâmica - LT 12 (8+4) e capa com concreto de 25 MPa. Para a escolha tomou-se como base os seguintes documentos: ● ABNT NBR 14861:2011- Lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido — Requisitos e procedimentos ● ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto — Procedimento 9. VEDAÇÕES. O sistema de vedação é essencial para manter uma boa qualidade dos insumos e produto final, evitando contaminação externa, mantendo uma boa climatização interna e perfeito estado de higienização. Neste processo contamos com a construção dos muros feitos de alvenaria tradicional, com bloco de 14 x 19 x 39 cm e concreto reforçado, nas áreas de recepção de matéria prima, quarentena, análise de qualidade, sala de descanso, sala de armazenagem de matéria prima, linha de produção, banheiros, controle da qualidade, laboratórios, sala de armazenagem de produto final e sala de expedição. Já o escritório, refeitório, sala de descanso e sala de esterilização, serão feitas com divisória em placas de gesso acartonado, com espessura 100/70mm. A Imagem 7 a seguir, apresenta a disposição de onde ficaria os tipos de vedações Imagem 7- Tipos de vedações presentes na Pet Repete. Fonte: Própria autoria. 10.COBERTURA. Para a cobertura foi selecionado uma uma estrutura de aço com esmalte sintético e telhas de polipropileno, com cobertura de duas águas, possuindo canaletas para a condução e captação de água da chuva, estas águas serão captadas e armazenadas em tanques subterrâneos, para que possam ser utilizadas na edificação como exemplo vasos sanitários, jardinagem entre outros serviços ao qual não exijam água potável . A instalação também contará com a instalação de painéis solares para o fornecimento de energia elétrica de mesma área e de baixa tensão. A escolha destes materiais se dá por ser uma estrutura mais economica, duravel e resistente e sustentável. 11.REVESTIMENTO. 11.1. REVESTIMENTO VERTICAL. Referente ao revestimento vertical, em toda linha de produção, que vai desde a chegada da matéria prima até a expedição será aplicado tinta acrílica, a fim de facilitar a lavagem e manter o máximo de higiene possível. No laboratório e banheiros, será aplicado revestimento em placa cerâmica esmaltada de 20x20 cm, tipo monocolor. No escritório e corredores será aplicado tinta látex. Em toda área externa na fábrica teremosrevestimento em pedra Miracema. Ambos os locais que são feitos de alvenaria estrutural contam com chapisco fino peneirado, emboço comum e reboco. 11.2. REVESTIMENTO HORIZONTAL- PISO. O revestimento horizontal na linha de produção e locais com maior trânsito de pessoas deverá ser do tipo piso epóxi autonivelante, de múltiplas camadas, com espessura total de no mínimo 4mm. Este piso foi escolhido pela facilidade de limpeza e garantia de resistência. Nos locais como banheiros, escritório, refeitórios, laboratório e corredores, foi escolhido revestimento em porcelanato esmaltado antiderrapante. E escritório, refeitório e corredor, contarão com rodapés em porcelanato esmaltado antiderrapante. 12.REFERÊNCIAS. ABNT NBR 14861:2011. Lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido – Requisitos e procedimentos. ABNT NBR 15.220. Desempenho térmico de edificações. ABNT NBR 15.575. Edificações habitacionais – Desempenho. ABNT NBR 9062. Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado. ABNT NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. ESTADÃO. Mercado pet dribla a crise econômica. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mercado-pet-dribla-a-crise-economic a-imp-,1673676>. Acesso em: 20 ago. 2019. FERREIRA, E.M., MACEDO, E. R., LEAL, E.A., OLIVEIRA, M.B. Concepção de pilares em concreto armado e de pilares em aço. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/inic/inic/07/INIC000071ok.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2019. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo tem nova das 10 melhores rodovias do país. Disponível em: < http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/sao-paulo-tem-nove-das-1 0-melhores-rodovias-do-pais/>. Acesso em: 27 ago. 2019. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007. Regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e o roteiro de inspeção. Disponível em: <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz arAtoPortalMapa&chave=1864199569>. Acesso em: 12 de out. 2019. PET BRASIL. Mercado brasileiro. Disponível em: < http://www.petbrasil.org.br/mercado-brasileiro>. Acesso em: 20 ago. 2019. PINHEIRO, L.M., MUZARDO, C.D., SANTOS, S.P. VIGAS – Capítulo 15 – Vigas.Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~almeida/cv714/Vigas.pdf>. Acesso em: em 15 de out. 2019. SINDIRAÇÕES. Programa Feed & Food: Gestão do alimento seguro. Manual 1/2008 – Boas Práticas de Fabricação. Disponível em: <http://sindiracoes.org.br/wpcontent/uploads/2012/03/manual_pffsgas_versao4_0.pdf >. Acesso em: 27 ago. 2019. http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/inic/inic/07/INIC000071ok.pdf http://www.fec.unicamp.br/~almeida/cv714/Vigas.pdf SOUZA, Nelson B. Mercado pet food: rumo à saturação. Revista PetCenter, 06 de agosto de 2013, Campinas, São Paulo. Disponível em: < http://www.revistapetcenter.com.br/materias/ler-materia/75/mercado-pet-food-rumo-a -saturacao>. Acesso em: 2 de set. 2019.
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