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seminário interdiciplinar, prática VIII

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A EDUCAÇÃO E Gestão
Democrática
Silvane tzekowski
Cristiane de Ávila Lopes
	
RESUMO
Esta pesquisa tem como direção a educação e as transformações na sociedade. Traz consigo informações sobre o que é Gestão Democrática e quais os benefícios para a educação, ressaltando principalmente a influência da participação de todos para seu alcance. Deste modo, busca entender quais os elementos que fundamentam a participação da comunidade escolar para a tão sonhada gestão democrática. Através do esteio teórico dos autores paro (2006), Lück (2006), Martins (1999), Demo (2002), Ferreira (1998) e Bacelar (1997), podemos comprovar a importância do presente tema. Para tanto, norteamos nosso trabalho a partir da importância da participação da comunidade escolar na Gestão Democrática dos estabelecimentos de ensino, especificamente nas escolas públicas. Ao findar deste trabalho, podemos considerar que a Gestão Democrática nas escolas é de extrema relevância, uma vez que ela proporciona um trabalho coletivo e compartilhado, onde todos estão juntos em busca de um objetivo em comum: a qualidade de ensino.
Palavras-chave: Sociedade. Educação. Participação. Comunidade Escolar.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda o tema educação e as transformações na sociedade. A abordagem engloba o estudo da escola como uma instituição onde o trabalho do gestor escolar tem papel diferenciado dos gestores de outras áreas. A ênfase na gestão participativa, onde o corpo docente e a comunidade externa devem contribuir com suas habilidades, é um espaço de articulação e de convergência de múltiplas forças.
A realização do trabalho tem por finalidade investigar os fundamentos teóricos da Gestão Escolar para qualificar a participação de todos os sujeitos da comunidade educativa. A gestão desenvolvida com a participação de todos os membros da comunidade escolar resulta numa ação mais qualificada na construção do conhecimento e na estruturação das relações internas e externas. 
Atualmente, percebemos uma grande necessidade das escolas em trabalhar coletivamente; não obstante, nota-se que, por mais que existam propostas para democratizar a escola, ainda assim ela tem o diretor como seu responsável último. Assim, surge a necessidade de a escola propor formas de participação de seus envolvidos.
A partir desse novo entendimento de gerir uma escola, torna-se possível atender melhor suas necessidades, já que a comunidade local e a escolar (pais, alunos, funcionários e professores) têm voz ativa e conhecem mais do que ninguém a própria realidade. Essa prática auxilia o diretor, que passa ser mais um membro que participa e decide e não o único a tomar decisões.
Esta pesquisa tem como norte a participação da comunidade escolar para uma gestão democrática de qualidade. Traz consigo informações sobre o que é “gestão democrática” e quais os benefícios para educação, ressaltando principalmente a influência da participação de todos para seu alcance.
Desse modo, temos como questão de investigação: quais elementos que fundamentam a participação da comunidade escolar para a tão sonhada gestão democrática?
Esta se justifica por trazer um tema intrigante e de grande relevância para educação, visto que propõe a participação de todos os envolvidos na escola para democratizá-la.
Portanto, temos como objetivo principal enfatizar a importância da participação da comunidade escolar na gestão democrática dos estabelecimentos de ensino, especificamente nas escolas públicas. Além disso, ressaltamos a importância da participação de todos os interessados pela educação, ao destacarmos a relevância da gestão participativa e, portanto, democrática, dentro da escola para refletirmos que esta é um sonho possível.
Este trabalho se desenvolverá através de pesquisa exploratória, que envolve levantamento bibliográfico de livros e de artigos científicos e possui como esteio teórico os seguintes autores: Paro (2006), Lück (2006), Martins (1999), Demo (2002), Ferreira (1998) e Bacelar (1997) que comprovam a importância deste assunto.
Na atualidade, muito se comenta a respeito da Gestão Escolar, porque é através dela que todos os segmentos da escola convergem. Ela tem a função de unir, direcionar e tornar coerente as ações da escola. Pensar a Gestão Escolar é lutar contra mecanismos neoliberais que permeiam os meios de comunicação social para superar o individualismo e formar no interior da escola uma cultura de participação. Nesse sentido, torna-se necessário compreender os conceitos e as concepções de Gestão Escolar e de participação como forma de incluir os sujeitos que dela fazem parte, e, apontando os desafios da escola diante do exercício da gestão e da participação, efetivar um processo participativo escolar.
Diante das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo contemporâneo, a escola vem sendo questionada acerca do seu papel nesta sociedade, a qual exige um novo tipo de trabalhador, mais flexível e polivalente, capaz de pensar e aprender constantemente, que atenda as demandas dinâmicas que se diversificam em quantidade e qualidade. A escola deve também desenvolver conhecimentos, capacidades e qualidades para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania. Para isso ela deve articular o saber para o mundo do trabalho e o saber para o mundo das relações sociais.
Os gestores escolares têm o desafio de democratizar os saberes e as práticas dentro da escola, procurando envolver todos os sujeitos a fim de que cada um assume seu papel em prol de uma escola mais participativa. A escola é formada por sujeitos pensantes que lutam por uma sociedade justa, procurando promover ações participativas e atividades que visem o envolvimento e o comprometimento das pessoas. Assim, cada membro e cada setor da estrutura escolar necessitam assumir seu papel para construir uma escola democrática e participativa.
2-DEMOCRACIA
Democracia de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2003) quer dizer: governo do povo; soberania popular. Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e na distribuição equitativa do poder.
A democracia, porém, não é apenas um sistema político ou uma forma de organização do Estado. Uma sociedade democrática não é, somente, aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que dizem respeito à sua vida cotidiana, ou seja, em casa, na escola, no bairro, etc.
“Democracia não é apenas uma ideia e um ideal a atingir, mas é um modo concreto de vida, um processo de experiência que vai enriquecendo o próprio processo, o qual, desta forma, avança.” (DEWEY, apud NEUTZLING,1984, p.87).
Para considerar determinada formação social democrática, precisamos levar em consideração o conjunto das relações e práticas sociais desenvolvidas em todas as instâncias de inserção dos seus membros nesta mesma sociedade.
A democracia defende o direito de participação de todos em todas as decisões que favoreçam a qualidade de vida em sociedade. Para que haja essa verdadeira participação todos os indivíduos necessitam conhecer e viver desde sua infância os princípios democráticos desenvolvendo assim sua “autonomia democrática”.
2.1 ADMINISTRAÇÃO GERAL:BREVE HISTÓRICO E DEFINIÇÃO
A administração sempre foi muito importante para as organizações, sejam elas empresas ou escolas. Antes mesmo de existir o termo administração, a sociedade já exercia o ato de administrar, surgido através das sociedades primitivas. De acordo com Martins (1999), administração nasce da necessidade de resolver problemas de interesse em comum. Sendo assim, foi a partir das organizações sociais, o acompanhamento do desenvolvimento e a complexidade da sociedade humana, através dos tempos, que foram surgindo propostas mais elaboradas de administração.
Muitos estudiosos da administração asseguram que a sociedade se apresenta por uma diversidade institucional ao realizar tarefas determinadas, assim:
Em virtude da complexidadedas tarefas, da escassez dos recursos disponíveis, da multiplicidade de objetivos a serem perseguidos e do grande número de trabalhadores envolvidos, assumem-se a absoluta necessidade de que esses trabalhadores tenham suas ações coordenadas e controladas por pessoas ou órgãos com funções chamadas administrativas (PARO, 2006, p. 17).
Ainda de acordo com o autor, a administração é uma teoria que, por sua vez, se relaciona com a sociedade capitalista, e nela encontra seu objeto de estudo.
A administração considerada capitalista se origina no seu estudo abstraída de determinantes sociais sob o capitalismo. Por este ponto de vista, é importante ressaltar que a partir daí já não se trata mais da administração em sentido amplo, e sim historicamente determinada pelas relações econômicas, políticas e sociais.
Do mesmo modo, o autor José do Prado Martins (1999) afirma que administração decorre de um contexto influenciado pelas ordens políticas, econômicas e sociais e, em relação à sociedade capitalista, caracteriza-se pelo modo de produção capitalista.
Essa teoria é confirmada por paro (2006). Segundo o autor, a administração vem de uma longa evolução histórica, trazendo consigo várias contradições e influências sociais dos interesses políticos em jogo na sociedade. Por isso, para entender melhor a natureza da administração, é preciso examiná-la independentemente de estruturas sociais já determinadas.
Como já vimos, a administração surge da necessidade humana em solucionar problemas; por isso, pode ser entendida como um uso coerente dos recursos para realização de fins. Assim, é considerada como uma atividade exclusivamente humana, visto que o homem possui uma natureza racional e está apto a estabelecer objetivos a serem cumpridos.
Para Martins (1999), administração significa o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, sejam eles, humanos, materiais, financeiros e informais, mas que tenham em vista a realização de um objetivo.
Ambos os autores, Paro (2006) e Martins (1999), compartilham a mesma opinião em relação ao conceito de administração, ao considerarem que ela é uma “atividade exclusivamente humana”, visto que o ato de administrar pressupõe um processo racional. Além disso, administração pode ser compreendida como:
[...] um processo racional, linear e fragmentado de organização e de influência estabelecida de cima para baixo e de fora para dentro das unidades de ação, bem como do emprego de pessoas e de recursos, de forma mecanicista e utilitarista, para que os objetivos institucionais sejam realizados (LÜCK, 2006, p. 57 e 58, Vol. I).
No entanto, atualmente, podemos pensar em um conceito de administração escolar que vai além das questões burocráticas e tecnicistas; nessa direção, avançamos para o conceito de gestão.
3 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA: PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
Há alguns anos, a escola tem-se caracterizado por um modelo estático e segmentado, onde não há participação dos seus envolvidos. Por muito tempo, o modelo de administração escolar predominante era centrado na figura do diretor, que atuava tutelado aos órgãos centrais, zelando pela realização das normas, determinações e regulamentos providos pelos demais sistemas de ensino (LÜCK, 2006).
Em relação a este modelo estático e fragmentado, Paro (2006) concorda que atualmente a escola está pautada pelo autoritarismo em seu cotidiano e pela falta de participação de seus interessados, o que não condiz com a democracia alcançada por meio da transformação da sociedade.
Ao contrário da visão centrada na figura do diretor, Paro (2006) e outros autores propõem a democratização da escola. Sendo assim, é de suma importância a necessidade de se propor à organização escolar fundamentos democráticos. Para tanto, é preciso que todos os envolvidos no processo escolar participem das decisões a seu respeito.
Deste modo, podemos inferir que a gestão democrática é um processo pelo qual há o envolvimento e a participação de pais, alunos, professores e funcionários, assegurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), especificamente em seu artigo 14, preconizando que:
[...] os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação da comunidade escolar local em seus conselhos escolares equivalentes.
A gestão democrática se caracteriza pela colaboração de todos seus atores. Como tal ocorre a partir do momento em que todos os setores da escola participam efetivamente, através da elaboração de projetos pedagógicos ou por outras formas de participação, o que envolve não somente profissionais da educação, mas também a comunidade.
De acordo com Lück (2006), a democratização dos processos de gestão da escola está estabelecida na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação. Estas normas legais enfatizam a importância da ação coletiva compartilhada, a descentralização dos processos de organização, a tomada de decisões, a construção de autonomia e, principalmente, a consciência das escolas da necessidade de uma gestão democrática, em todos os níveis de ensino.
Além disso, é importante salientar que 1 CONAE (Conferência Nacional da Educação Básica), realizada pelo MEC em 2008, ressalta a importância da democratização da educação brasileira para um ensino de qualidade, de tal modo que:
[...] a democratização da gestão e a educação com qualidade social implicam a garantia do direito à educação a todos, por meio de políticas, programas e ações articulados para a melhoria dos processos de organização e gestão dos sistemas e das escolas, privilegiando a construção da qualidade social inerente ao processo educativo. (MEC, 2008, p.14)
Dessa forma, a gestão democrática ocorrerá nas instituições educacionais, especificamente nas instituições públicas, a partir do momento em que for conquistada a participação de todos os segmentos da escola nas tomadas de decisões, sejam sobre seus objetivos ou seu funcionamento. No entanto, há um caminho a ser trilhado por nossas escolas para o alcance deste objetivo, ao exigir melhores condições de trabalho e ao pressionar os escalões superiores para obter autonomia de recursos financeiros e para desempenhar melhor seu papel, o de transformação social (PARO, 2005).
Apesar disso, é importante salientar que a gestão democrática nas escolas proporciona um melhor entendimento do que é gerir, pois não é só o gestor que tem o poder de decisão, e sim todos os interessados, visto que, pelo princípio democrático, as decisões são realizadas coletivamente.
No entanto, é preciso entender melhor o que seja a participação nesta perspectiva; por isso, a seguir demonstraremos como ela é um elemento essencial para a democratização, pois sem tal participação não há democracia.
.3.1 Alguns elementos da Gestão Democrática
A democracia, como qualquer outro processo, precisa de subsídios que a concretizem. Os elementos que elencamos como os mais relevantes são o colegiado e a eleição para os dirigentes da escola.
Deste modo, a democratização da escola pressupõe uma nova forma de gerir, visto que são imprescindíveis novas propostas como, por exemplo, o colegiado. Este se constitui como um meio de gestão escolar democrática que tem por finalidade auxiliar na tomada de decisão. É também uma forma de auxiliar a escola, em todos os seus sentidos, principalmente na participação de pais, professores e funcionários (LÜCK, 2006).
É importante que o colegiado proporcione um resgate de valores e culturas, de forma a considerar os aspectos socioeconômicos, pois isso proporciona à escola uma contribuição mais abrangente na formação dos alunos. No entanto, de acordo com Lück (2006), os membros do colegiado não são apenas o ponto de partida para que toda comunidade se envolva com as atividades escolares. Porisso, eles são responsáveis por buscar meios para promover esse envolvimento.
Consequentemente, a proposta de um colegiado dentro das escolas é uma forma de integrar a comunidade à vida escolar de seus filhos; porém, cabe à escola promover meios ou atividades que gerem esta participação, e uma melhor forma para que isso ocorra é promover dentro das escolas um órgão colegiado.
Além do colegiado, outro elemento essencial para o processo de democratização é a eleição para dirigente. Mas, a escolha dos dirigentes das escolas públicas ainda tem sido um tema bastante intrigante. Para muitos, a melhor forma de escolha é a eleição, por ser mais democrática. Entretanto, existem outras formas de escolha:
[...] 1) diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estado e municípios); 2) diretor indicado por carreira; 3) diretor aprovado em concurso público; 4) diretor indicado por tríplices ou sêxtuplas; e 5) eleição direta para diretor (FERREIRA, 1998, p.82).
Por mais propostas democráticas de provimento ao cargo de diretor que existam, ainda sim, e por muito tempo, esta função foi considerada de confiança do governo nas escolas públicas no Brasil. O diretor mantinha seu cargo por meio de nomeação política, contradizendo os princípios democráticos, como lembra Ferreira:
Dentre essas modalidades, livre indicação dos diretores pelos poderes públicos se configurava como a que mais coadunava e contemplava as formas mais usuais de clientelismo. Esta modalidade permitia a transformação da escola naquilo que, numa linguagem do cotidiano político, pode ser designado como “curral” eleitoral, por distinguir-se pela política do favoritismo e marginalização das oposições, em que o papel do diretor, ao prescindir do respaldo da “comunidade escolar”, caracterizava-se como instrumentalizados de práticas autoritárias, evidenciando forte ingerência do Estado na gestão escolar (FERREIRA, 1998, p. 82).
A partir de um processo de luta contra o autoritarismo e pela democratização da educação brasileira durante anos, favoreceram o surgimento das eleições de diretores nas escolas públicas em nosso país.
As eleições de dirigentes foram o principal meio adotado por alguns sistemas de ensino com o intuito de democratizar a gestão escolar. Esta foi promulgada a partir da Constituição Federal de 1988, e ampliada nos sistemas de ensino.
Contudo, qualquer que seja a forma de escolha de dirigentes, até mesmo a eleição para diretor, pode-se dizer que está ainda não extinguiu a visão de gestão centrada na figura do diretor. Sendo assim, uma forma de eliminação deste modelo monocrático dentro das escolas e o melhor mecanismo é ainda a implantação dos colegiados, por ser este um processo de gestão compartilhada.
Não basta apenas ter uma eleição e/ou um colegiado na escola; é importante que a escola se coadune com os princípios democráticos. Nesse sentido, cabe a ela não promover a democratização por promover e sim que tenha a consciência da importância do espírito de equipe no seu dia a dia.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Procurou-se conduzir este trabalho utilizando-se de pesquisa bibliográfica e observatória durante a realização do estágio em Gestão Escolar, realizando observações e interpretando-as, através do convívio com partes que compõem o quadro. Sendo assim na busca da compreensão e interpretação do assunto abordado, de modo exploratório, fez-se uso dos métodos qualitativos e descritivos para conclusão desta pesquisa.
Observou-se que mesmo a escola sendo democrática, existem muito obstáculos a serem vencidos: um deles é a escolha do diretor, onde ainda é realizado pela administração do município, ou seja, pelo poder executivo juntamente com a secretária dá educação. 
Outro ponto a ser questionado é que essas escolhas são feitas pensando em eleições, pensando em votos, e no momento da escolha, não se observa por exemplo se o futuro diretor tem perfil para liderar, enfim, continua a velha e antiga forma de se conseguir aliados políticos. 
Fonte: gestaoescolar.org.br
Fonte: gestaoescolar.org.br
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente trabalho contribuiu para mostrar que uma escola avança no momento em que há participação de toda a comunidade escolar, sendo estes formados por a equipe gestora em conjunto com o conselho escolar, pais e alunos.
E essa participação acontece de várias formas, pelos representantes, professores, em reuniões, assembleias para aprovação de normas, troca de ideias e consenso. A conquista pela escola desse nível de participação é desafiadora quando a comunidade não tem uma tradição de presença na vida da escola.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho, apontamos a importância do processo de democratização da escola e os caminhos a serem percorridos para realização deste sonho, algo para muitos quase impossível.
No entanto, como vimos, seria necessário um novo conceito que supriria a administração, que seria a gestão. Logo, a gestão vem como um novo entendimento de gerir as instituições; porém, ao falarmos em escola, surge uma nova nomenclatura conhecida como Gestão Escolar.
A Gestão Escolar surge num contexto em que se predominava nas escolas a figura do diretor. Não obstante, com o intuito de melhorar a qualidade do ensino em nossas escolas, seriam necessárias novas propostas. Uma das mais relevantes foi a transição da administração escolar para a gestão escolar, sendo que esta última extingue a visão fragmentada e reduzida da administração, ao trazer um modelo mais amplo e coletivo, uma vez que, como já vimos, o conceito de gestão supõe um trabalho participativo e compartilhado.
Percebemos que ainda muitos acreditam que esta nova concepção de gerir a escola é um sonho que não pode ser realizado. Contudo, observamos que esta não só pode como deve ser realizada no nosso cotidiano. Sendo assim, ao dizer que a Gestão Democrática é realizável, percebemos que ela só pode ser construída a partir do momento que houver meios que a propiciem. Uma das melhores formas é a participação de toda comunidade escolar, isto é, alunos, pais, professores e todos os funcionários da escola. 
Ao findar deste trabalho, podemos considerar que a Gestão Democrática nas escolas é de extrema relevância, uma vez que ela proporciona um trabalho coletivo e compartilhado, onde todos estão juntos em busca de um objetivo em comum: a qualidade de ensino.
REFERÊNCIAS
BACELAR, Inalda Vieira. Escola, descentralização e autonomia. In: Revista de Administração. Recife, v. 1, n. 1, jul./dez., 1997.
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, IN Diário Oficial da união, Ano CXXXIV, n. 248, p. 833-841, 23 de dezembro de 1996.
______. Ministério da Educação. Conferência Nacional da Educação Básica: Democratização da Gestão e Qualidade Social da Educação. Brasília, 2008. 14 p.
DEMO, Pedro. Participação é conquista. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto: Gestão Democrática da Educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998.
LÜCK, Heloísa. Gestão Educacional uma Questão Paradigmática. Petrópolis: Vozes, 2006. (Cadernos de gestão – vol. I)
MARTINS, José do Prado: Administração Escolar: uma abordagem crítica do processo administrativo em educação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
NEUTZLING, Cláudio. Tolerância e democracia em John Dewey. Roma: Pontifícia Universidade Gregoriana,1984
PARO, Vitor: Administração escolar introdução a crítica. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
1 Silvane Inês Caczmareki
2 Viviane Wegner Garcia
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLEX0076) – Prática do Módulo VIII – 30/03/2020

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