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A Importância da Arte na Educação

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A IMPORTÂNCIA DA ARTE NO COTIDIANO ESCOLAR
A IMPORTÂNCIA DA ARTE NO COTIDIANO ESCOLAR
Angélica Aparecida Dalbosco Zagonel[1]
RESUMO: Ao longo da nossa história a arte tem nos acompanhado com as mais diversas funções, constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte no cotidiano escolar dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana. Partindo dessa premissa e de observações em sala de aula, desenvolvi essa investigação que teve como objetivo compreender e demonstrar a importância da arte no cotidiano escolar. Esse estudo será caracterizado como pesquisa teórica, de abordagem qualitativa, caracterizando-se também como pesquisa do tipo bibliográfica. A partir do referencial teórico pude compreender o quão é importante o desenvolvimento da imaginação, da curiosidade, da expressão, da cognição e da criatividade através do fazer arte. Que o processo de aprendizagem faz parte do ser humano e que a criatividade faz com que este processo se desenvolva de forma lúdica na arte. Precisamos cultivar e manter esse processo ativo e estimular a criatividade, a observação e o senso crítico para que as crianças possam ter um olhar amplo e uma visão complexa do mundo que a rodeia. 
PALAVRAS-CHAVE: Arte; Cotidiano; Educação; Escola; Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO
O mundo em que vivemos está se transformando. Nós professores, precisamos nos questionar quais são as novas finalidades sociais da educação, qual a escola que queremos e sonhamos e que competências são necessárias para a formação do ser humano. Neste contexto Freire diz que:
Ensinar significa acompanhar e instrumentalizar com intervenções, devoluções e encaminhamentos esse processo de mudança de apropriação do pensamento, dos desejos e sonhos de vida. Educador ensina, enquanto ensina aprende a pensar (melhor) e a construir seus sonhos de vida. (FREIRE, 1996, p.17).
Sendo assim, a arte ocupa um lugar entre o sonho e a realidade. As pessoas precisam do imaginário para acessar suas imagens e emoções e dar forma ao que querem expressar e que, às vezes, não cabem em palavras, mas são possíveis de serem expressas em pinturas, filmes e músicas.
 A arte constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana.
Esta manifestação dinâmica confere às artes uma importância que vai além de disciplina no currículo escolar, pois é produto íntimo da formação humana. O sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando tem a arte como algo significativo em sua educação.
Parte integrante da civilização, a arte é presente quando ainda não se fazia uso da linguagem textual. Nas cavernas, nas edificações, nos templos, nas pinturas, nas esculturas, haverá sempre de representar uma linguagem universal, catalogando períodos, culturas e manifestações.
2 A importância da arte no cotidiano escolar
A arte está presente em nossas vidas de forma significativa, contribui integralmente para o desenvolvimento humano e é uma forma que o homem encontrou para marcar sua presença no mundo.
A arte não é e não deve ser vista como domínio de alguns especialistas. Como indivíduos, também estamos expostos a diferentes manifestações artísticas antes mesmo de nosso nascimento. No entanto, para muitos, tanto a produção quanto a fruição artística são prerrogativas de pessoas que nasceram com dons especiais ou tem grande conhecimento e entendem de arte.
A arte interage em todos os momentos da nossa vida como também tem presença marcante em nossa educação. Almeida afirma:
O que me espanta é que em nossa sociedade a arte só tenha relação com os objetos e não com os indivíduos ou com a vida; e também que a arte seja um domínio especializado, o domínio dos especialistas que são os artistas. Mas a vida de todo indivíduo não poderia ser uma obra de arte? Por que um quadro ou uma casa são objetos artísticos, mas não a nossa vida? (Focault apud Almeida, 1984:331).
Quem sabe possamos realçar a importância da imagem, especificamente da Fotografia, dentro da disciplina de Artes, dando ênfase a presença das “artes” na educação e da sua participação imprescindível? Como diria Foucault, por que não podemos fazer de nossas vidas uma verdadeira obra de arte? Cada qual a esculpindo e pintando-a a sua maneira? A imagem deve ser vista e interpretada fazendo uso de reflexões mais subjetivas e não apenas como reflexo do real. Tendo assim um olhar mais abrangente e com mais possibilidades de interação.
O dicionário Aurélio define arte (1999, p.204), como “capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria”. Portanto, seja de forma espontânea, como tentativa, aprendizado ou ofício, a arte se faz através da matéria, refere-se à capacidade que leva o indivíduo a compreender e então descobrir e desenvolver as habilidades contidas em si. Sendo assim, a arte é de extrema importância no cotidiano escolar, através dela é possível brincar, criar, expressar-se, trabalhar em grupo, experienciar a cooperação, seguir o caminho da própria imaginação. 
A arte é importante dentro da escola porque é importante fora dela. Está presente em tudo, vivemos num mundo visual, desde a combinação de uma roupa que depende da harmonia de cores até mesmo para entender a decoração de um ambiente onde entra o equilíbrio das cores mais uma vez presente no dia a dia. Nos ajuda a compreender o estado de espírito das pessoas, uma vez que expressam seus sentimentos por meio das diversas linguagens artísticas como música, dança, teatro e artes visuais.
A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394), aprovada em 20 de Dezembro de 1996, lei que obriga o ensino, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Ainda, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1998, p.95):
É importante esclarecer que a qualidade dessa intervenção depende da experiência que o professor tem, tanto em artes quanto de seu grupo de alunos. É fundamental que o professor conheça, por experiência própria, as questões que podem ocorrer durante um processo de criação, saiba formular para si mesmo perguntas relativas ao conhecimento artístico e saiba observar seus alunos durante as propostas que realizam, para que esse conjunto de dados conduzam suas intervenções e reflexões.
No entanto pode-se perceber que a escola não está preparada para aceitar a diversidade, e a arte, é por definição, revolução permanente. Fazer arte, na educação, é estar junto, dar liberdade, permitir que o educando possa expressar-se através da pintura, gravura, dança, teatro. A criatividade deve ser incentivada no contexto escolar contribuindo para a qualidade de vida.
Portanto a arte é muito importante no cotidiano escolar e deve estar presente nas salas de aula porque é uma linguagem, é uma maneira de representar o mundo em que vivemos. A arte deve extrapolar as dimensões da escola ultrapassando a teoria do pensamento artístico. Toda cultura e todo o meio em que se vive têm suas próprias características, seus padrões, valores, normas, idéias e objetivos, que são transmitidos e reforçados para as gerações que em nela se vive.
De modo geral, a cultura na qual a criança cresce prescreve conteúdos, métodos e modos em que ela deverá ser treinada, estabelecendo assim atitudes e valores a serem implantados. Dessa forma, o ensino da arte deve ser voltado à parte intelectual e social do educando, fazendo assim com que ele ultrapasse suas próprias barreiras do conhecimento. Algumas pesquisas feitas nas escolas mostraram que os educadores do ensino da arte tem ciência que a arte ajuda na capacidade de aprendizagem para outras disciplinas,segundo elas o ensino da Arte as torna mais observadoras, despertando a imaginação e estimulando o conhecimento.
Muitas pessoas ainda costumam pensar que a palavra é a única forma de comunicação existente no mundo. Mas, contrário a esse pensamento, assim como aprendemos a ler as palavras, também podemos fazer leituras de imagens para melhor compreender o mundo, construir conhecimentos, aprender sobre culturas diferentes, por meio das Artes Visuais, do Teatro, da Dança, Música, enfim, das linguagens da Arte. Nesse sentido,
Pensar o Ensino de Arte é pensar na leitura e produção de uma linguagem que desconhece fronteiras, que existe em todo o mundo, quaisquer que sejam as etnias, os credos, as épocas, e que, como toda linguagem, possui seus códigos próprios, em um sistema estruturado de signos (SILVEIRA, 2006, p. 93).
Muitos têm preconceito à arte e, conseqüentemente, não valorizam o seu ensino formal, ou seja, aquele lecionado na escola, por meio de aulas planejadas e organizadas. Neste sentido, refletimos sobre o questionamento de Martins ao dizer que:
Ainda é comum as aulas de arte serem confundidas com lazer, terapia, descanso das aulas, o momento para fazer a decoração da escola, as festas, comemorar determinada data cívica, fazer o presente do dias dos pais, pintar o coelho da páscoa e árvore de natal (MARTINS,1998, p. 10).
Por meio do estudo da arte é possível fazer uma ressignificação da realidade, uma vez que, a troca de experiências que ocorre no ambiente escolar mostra que cada indivíduo compreende a mesma coisa de maneira diferente, construindo o próprio conhecimento, isto é, seu ponto de vista.
O ensino de Arte é tão importante na vida dos seres humanos, que podemos dizer que o indivíduo que não possui um contato direto com a Arte, terá uma experiência de aprendizagem limitada, pois, “escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. Apenas um ensino criador pode favorecer a integração entre a aprendizagem racional e estética”, conforme esclarece os PCN’S de Artes (1997; p.39).
Sabemos que nem sempre as escolas possuem material adequado e necessário para a realização das atividades de arte, muito menos professores especializados para atender a demanda, geralmente o professor que fica com essas aulas é aquele que precisa preencher a carga horária e, ainda muitas vezes a arte não é compreendida pelos próprios alunos, que questionam o porquê aprender determinados conteúdos, como: cores, figuras geométricas, técnicas de pinturas, entre outros.
Vale ressaltar que existem escolas que adotam planejamentos que valorizam a questão da arte, da estética e da criatividade na formação dos seus alunos, adotando a arte como aliada à educação. Este número, porém, vem decrescendo com a exclusão das artes na grade disciplinar.
O importante e necessário é que a escola precisa entender a natureza da arte, precisa avançar mais na compreensão da importância das linguagens artísticas e o educando com certeza irá valorizar a arte que tiver significado para ele, por isso é necessário despertar nos alunos o amor pela arte e a sala de aula precisa ser um lugar agradável que motive ao conhecimento e não constrangedor, que tolha o desenvolvimento e crescimento pessoal do mesmo. A criança precisa se sentir livre, a vontade e segura para poder ter a curiosidade de criar, ela precisa ser estimulada a gostar do que faz e o ensino da arte é um dos melhores recursos para que possa se expressar. Enfim, o homem não vive sem se expressar tornando-se quase impossível viver sem compreender um pouco as linguagens artísticas tão presentes no nosso cotidiano. A arte promove ao ser humano a oportunidade de se conhecer como também de demonstrar seus sentimentos e pensamentos. Talvez tudo isso seja remédio para ajudar o homem a lidar melhor com sua própria realidade e em si mesmo encontrar forças para lutar contra a diversidade que existe na sociedade em que vivemos.
Por ser um conhecimento construído pelo homem através dos tempos, a arte é um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber.
A autora Mª Claudia Ollé diz:
Entendo que, no ensino da Arte, a reflexão da prática deve ser uma constante e é através da reflexão que vão acontecer às mudanças. A arte deve ser entendida para além de uma simples distração ou “passatempo”, a arte deve ser facilitadora de uma compreensão, além de formadora de uma consciência sobre quem somos e sobre o mundo. (2006, p. 12).
Pode-se dizer que a arte é mediadora do conhecimento, e o melhor de tudo isso é que a arte, no cotidiano escolar, permite que não somente que os educandos aprendem, mas também os educadores tenham experiências enriquecedoras e criativas. Eles vivenciam situações novas, divertidas, às vezes até inusitadas, envolvendo seu próprio crescimento como seres humanos e a ampliação da sua prática pedagógica. Nesse sentido, torna-se realidade a frase de Paulo Freire em que ele afirma que o “educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa”.
Segundo Pareyson, (1984, p. 30), um grande pensador sobre a arte, escreveu:
Certamente, a arte é expressão. Mas é necessário não esquecer que há um sentido em que todas as operações humanas contem a espiritualidade e a personalidade de quem toma a iniciativa de fazê-la e a ela se dedica com empenho; por isso, toda a obra é como um retrato da pessoa que a realizou.
Concordo com o autor e acredito que quando a pessoa se dedica totalmente ao que está realizando, quando o faz com empolgação, não terá apenas um resultado e sim um processo de desenvolvimento.
Portanto, é fundamental e de extrema importância nas aulas de arte alimentar a fantasia e estimular a observação, pois são ingredientes indispensáveis para perceber o que ocorre no cotidiano da criança e é na sala de aula que a arte vai além de uma ferramenta, através dela é possível poder conhecer e compreender as mudanças que ocorrem no íntimo da criança.
Por muito tempo, de maneira tradicional o ensino de arte era hierarquizado nos seus conteúdos e em relação ao público alvo. A arte era somente estudada nas academias de belas-artes. Na escola regular os alunos eram orientados a fazer cópias de desenhos, aprendiam a decodificar uma partitura musical de modo mecânico, os teatros só eram permitidos em datas festivas, sempre visando valores cívicos e morais, a dança estava ligada a Educação Física. O ensino era centrado no professor e voltado apenas para a aquisição de informações, nada era democrático no ambiente escolar e só quem tinha maior poder financeiro tinha acesso a esse conhecimento. Pode-se dizer ainda, que aprendia-se arte sem ver arte, o que é o mesmo que aprender a ler sem ter acesso aos livros e ao mundo da escrita.
Com o passar dos anos, o ensino passa a centrar-se no aluno e as aulas de  arte a desenvolver habilidades que levam ao desenvolvimento da criatividade e liberação emocional.
Atualmente, quando se fala em arte no cotidiano escolar, nós professores que lecionamos arte, ainda precisamos justificar, explicar ou provar o seu valor. Isso acontece justamente porque as pessoas não percebem a presença da arte em suas vidas e nem percebem que precisam dela para viver.
A arte tem muitas funções como: questionar, criticar, sensibilizar, mostrar a realidade e embelezar, mas não significa que tudo deve ser “belo” e sim que deve ter um significado, uma importância.
Os objetivos do ensino da arte na escola podem ser muitos. No entanto o importante é que se sustentem sobre os três pilares que são: formação dos sentidos, conhecimento artístico, atividade de apreciação e produção artística.
O primeiro pilar, a “formação dos sentidos”, é o que nos permite ordenar, transpor e interpretar por meio das diferentes linguagens nossa visão sobre a realidade. Compreender nosso entorno é indispensável para a expressão e interpretaçãodo espaço do fazemos parte. Além de ter o domínio do conhecimento artístico e ampliar a compreensão da cultura visual, sonora, cênica e da dança.
O segundo pilar, “Conhecimento artístico”, é considerado fundamental para que o aluno possa explorar o universo onde vive possibilitando o domínio de diferentes formas de interpretação, tomando como referência a sua visão e seu conhecimento.
E o terceiro pilar, “Atividade de apreciação e produção artística”, é quando o aluno, a partir de um determinado tema possa construir estratégias de compreensão e interpretação dos objetos que constituem a produção cultural.
Então, pode-se dizer que para poder cumprir com os objetivos do ensino de arte, para simplificar um pouco essa questão, será importante: a relação entre a atividade de apreciação e produção artística; a realidade cultural da escola como ponto de partida do trabalho; a articulação entre os conteúdos dos diversos grupos.
O aluno deve ter acesso a diversas manifestações artísticas, podendo familiarizar-se com a arte e compreender que ela nos mostra realidade e o modo dos indivíduos num determinado contexto.
Conhecendo o significado do que se aprecia é de fundamental importância não perder de vista o ato de apreciar a arte como prazer estético. Afirma Magnani:
É lógico, portanto, que a razão se sinta impelida a refletir em torno do fato estético, fixando limites e criando normas. Quando isto se dá, ao ato estético per se se sobrepõe uma atitude filosófica, nobre e, ao mesmo tempo delicada; de fato, pode ela potenciar o ato estético, fazendo com que este invada – por assim dizer – todos os componentes da personalidade e todas as atividades do espírito; mas pode também viciar a fruição estética com indevidas interferências, turvando as águas do irrepetível milagre que a obra de arte suscita em nosso espírito. O objetivo de uma bem orientada reflexão estética é, justamente, o de levar a razão a potenciar a emoção estética. (MAGNANI, 1996, p. 19)  
Portanto, para poder conseguir trabalhar com apreciação, o professor precisa ter criatividade, materiais disponíveis, estar munido de tecnologia e sempre buscar novos conhecimentos, levando em consideração que apreciar é mais do que ver, é ver ou ouvir, analisando, compreendendo, questionando.
As atividades do ensino de arte realizadas no cotidiano escolar devem estar relacionadas ao interesse do aluno e a realidade cultural da escola. Em relação ao interesse do aluno é importante escolher conteúdos de acordo com a faixa etária, interesse e cultura do grupo. Sobre cultura, analisemos o trecho de um texto de Snyders que diz o seguinte:
Há formas de cultura que são adquiridas fora da escola, fora de toda autoformação metódica e teorizada, que não são o fruto do trabalho, do esforço, nem de nenhum plano: nascem da experiência direta da vida, nós a observemos sem perceber; vamos em direção a elas seguindo a inclinação da curiosidade e dos desejos; eis o que chamarei de cultura primeira. Queria evocar alegrias da vida cotidiana, alegrias da cultura de massa: essas são verdadeiras alegrias; não tenho absolutamente a intenção de enfraquecê-las, mas tentarei dizer no que elas me parecem insuficientes e isso em relação às suas próprias promessas. Sustentarei que é a cultura elaborada que pode, melhor que a cultura primeira, atingir seus objetivos, isto é, finalmente as satisfações da cultura primeira. A cultura primeira visa a valores reais, fundamentais: em parte, ela os atinge, em parte, não o consegue: a cultura elaborada é uma chance maior de viver esses mesmos valores com plenitude. (1992, p. 23 – 24)
O texto salienta que a cultura primeira na qual o aluno está inserido é importante, deve ser trabalhada e compreendida, mas não é suficiente, é o ponto de partida para chegar a cultura elaborada. Percebe-se então que a arte mostra o mundo onde vivemos e nos ajuda ampliar nossos horizontes.
Desde a arte rupestre, onde as pinturas eram feitas nas paredes até a arte produzida nos dias atuais, pode-se observar que ela é uma expressão verdadeira, propícia para cada momento da história da civilização humana.
A arte indígena também foi admirada desde os primeiros tempos de Descobrimento. Os nativos de diversos grupos produziam seus próprios utensílios como: vasos e panelas de barro, cestos ornamentados, além da pintura corporal que era rica em formas e cores, expressando seus valores, sua história e sua arte é admirada até os dias atuais.  
Hoje também é um desafio para nós educadores a implementação dos conteúdos relacionados à arte e cultura africana e afro-brasileira. Embora se reconheça muitas iniciativas a respeito do tema, existe ainda uma lacuna dentro das escolas, quer por desinteresse ou mesmo falta de  preparo por parte do corpo docente. Não há receitas que possam prescrever de que forma trabalhar estes conteúdos, mas, creio que uma coisa é imprescindível: que o professor realmente esteja convencido da importância destes conteúdos estarem inseridos nas escolas.
O ensino da arte nos anos iniciais o professor não pode ser o autor, mas sim um coadjuvante. As atividades devem ser feitas exclusivamente pelo aluno, o professor apenas orientará o aluno em sua atividade, para que ela não se desvie do caminho trilhado pelo educador. Todo o professor tem um grande obstáculo, um desafio, cada criança tem a sua própria personalidade, gostos, inquietações e dificuldades, nem sempre um método de ensino e aprendizagem que envolva a arte serve para toda a turma, é preciso que o professor esteja preparado para diferenciar os seus métodos, a criança nesta fase inicial vive em constante mudança, mas nem sempre consegue assimilar todas elas, assim conseguirá fazer da criança uma peça a mais para a construção do seu próprio aprendizado. É preciso dar oportunidade para ela fazer e perder o medo de errar, porque muitas vezes o “medo” prejudica a criança a aprender.
Segundo Loke (1986, p. 32):
Imagino que o espírito das crianças toma este ou aquele caminho tão facilmente como água, mas ainda que seja a parte principal, e nosso primeiro cuidado deva dirigir-se nesse sentido [...] (Tradução Livre).
Podemos perceber que conforme o autor, a criança é um ser volúvel, instável e influenciável que segue o caminho que o adulto lhe indicar ela vai seguir, é preciso ter muito cuidado nas nossas práticas pedagógicas.
Normalmente, quando as pessoas pensam na grade curricular para criar avaliações de vestibulares, de seleção de empregos e as avaliações desenvolvidas para medir o desempenho dos estudantes (ENADE, ENEM, SARESP, etc.); atribuem demasiada importância aos conhecimentos voltados para Língua Portuguesa por acreditarem que a escrita é o principal meio de comunicação da sociedade.
Em segundo lugar, dão preferência aos conhecimentos matemáticos, uma vez que são necessários para sobreviver em um mundo tão capitalista. Posteriormente, preocupam-se com os conhecimentos gerais, voltados as disciplinas de Geografia e História e, por fim, menciona-se o Estudo da Arte, talvez por não encontrarem tanta utilidade.
Entretanto, há estudos que mostram que o ser humano compreende o mundo por meio da relação com os sons, com a escrita, com as imagens e expressões corporais, pois da mesma maneira que se aprende a ler palavras é possível fazer leituras dessas relações e desta forma compreender melhor o mundo em que se vive. Porém, na maioria das vezes não é o que acontece sendo possível perceber que muitos demonstram desinteresse pela questão estética. Ora por falta de oportunidade, ora por falta de compreensão da influência que a mesma exerce em sua vida.
Na escola por meio dos conhecimentos sistematizados e obtidos pela mediação e intervenção do professor é que se tem a possibilidade de desenvolver um olhar crítico em relação às suas vivências e dar sentido as mesmas. Esses conhecimentos adquiridos fazem parte de um processo ao longo prazo, pois, imperam em mudanças de conceitos, valores, fatos e até mesmo as atitudes.
Atualmente é evidente perceber o crescimento das produções culturais, sendo papelda escola aproximar o aluno ao contato com este meio a fim de que ele possa selecionar e aproveitar um pouco de cada uma dessas manifestações artísticas
Desta forma, ao pensar na importância da arte no cotidiano escolar, nota-se que além de ser responsável pelas expressões de sentimentos e pensamento de todo e qualquer indivíduo, mesmo que ele não perceba, é por meio das linguagens artísticas que os indivíduos conseguem compreender e estabelecer relações entre o mundo externo e interno, ou seja, sentimentos e realidade.
A escola não é somente espaço para se aprender a ler, escrever e fazer contas e deve trabalhar o desenvolvimento da sensibilização e expressividade dos alunos para que ele se conheça e é de extrema importância que o professor de arte adquira uma formação de qualidade como também de uma educação continuada para que possa desenvolver as diversas linguagens, como arte cênica dança música e artes visuais em sala de aula.
Conforme site http://www.portaleducacao.com.br: Educar em arte é também atuar com o meio ambiente, transformar o social, resistir ao conformismo e aprender a utilizar os problemas como desafios de superação. Disponibilizar o acesso a diferentes linguagens e materiais, desenvolver técnicas vislumbrando as inúmeras formas que podem ser criadas. Formas essas que refletirão as ânsias, os prazeres, a imaginação e as frustrações de cada grupo ou indivíduo. Formas que possibilitem a descoberta de novas formas e possibilidades. E que não sejam formas pré-definidas pelo professor, pois chegar a um produto final uniforme é igual para todos os indivíduos de um grupo. Educar é identificar problemas e encontrar saídas estéticas para transformá-los.
Educar em arte é manter a criança livre para expressar, através de seu corpo, linhas e pinceladas, idéias, sentimentos e capacidades, possibilitando chances de desenvolver sua autonomia, auto-estima e segurança para falar e expressar suas idéias. Possibilitando meios para criar é aprender que o caos também faz parte do processo de reordenação e que este mesmo processo é cíclico e em constante mutação.
Tal compreensão acompanhará a criança pelo resto da vida e mudará sua forma de se relacionar com o mundo, de compreender que a ordem não existe sem o seu oposto e que bem e mal são relativos quando não ferem a liberdade do outro; que é necessário aceitar o feio se isto lhe convém, e renegar o “belo” se este é colocado como um impedimento ao desenvolvimento sensível da expressão.
Uma das maiores missões da arte é fazer com que o aluno expresse todo tipo de sentimento que existe em sua mente e coração. É importante compreender que a arte acompanha nosso cotidiano ao longo da história. Foi através dela que pudemos
conhecer um pouco da nossa história, da nossa evolução. A arte acompanha cada passo de nossa sociedade, intervindo e registrando acontecimentos, seja ele registrado em forma de desenho, pintura, dança, ou até mesmo a escrita (BRASIL, 1997).
Barbosa (1991, p. 4) afirma que “Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite. É cognição. É profissão. É uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é conteúdo.”
Vale ressaltar que existem escolas que adotam planejamentos que valorizam a questão da arte, da estética e da criatividade na formação dos seus alunos, adotando a arte como aliada à educação. Este número, porém, vem decrescendo com a exclusão das artes na grade disciplinar.
E a idéia de estética, do que realmente é belo, necessita estar constantemente sendo revista, pois padrões e conceitos vivem e revivem como ciclos transformados a cada época.
Segundo Perissé, a respeito de Rodin, é taxativo sobre a beleza:
Não há, na realidade, nem estilo belo, nem desenho belo, nem cor bela. Existe apenas uma única beleza, a beleza da verdade que se revela. Quando uma verdade, uma idéia profunda, ou um sentimento forte explode numa obra literária ou artística, é óbvio que o estilo, a cor e o desenho são excelentes. Mas eles só possuem essa qualidade pelo reflexo da verdade. (Rodin apud Perissé, Ensaio Beleza! in http://www.hottopos.com/ mirand5/beleza.htm).
Segundo o autor, a beleza é um ato de amor que, no núcleo da realidade, ultrapassa o banalizante e desumanizante. Trata o conceito de belo como algo maior que transcende os padrões comuns de beleza.
3 Conclusão
Após os estudos realizados posso concluir que por intermédio da arte, o ser humano, seja qual for a idade, expressa seus pensamentos, suas emoções, sua visão do mundo.
A arte é um veículo de expressão da sua própria elaboração da realidade. Na verdade, a arte vai mais além, ela não exprime apenas o que a pessoa vê, o que ela pensa, mas o que ela realmente é: sua vitalidade, sua força, sua fraqueza, seus medos, seus sonhos, suas vontades, suas dúvidas, seus conflitos, seu temperamento, seu caráter. A arte é a mais completa forma de expressão do ser humano. Quando fazemos arte, estamos trabalhando e desenvolvendo o pensamento, a percepção, a sensibilidade, a cognição e a intuição.
A arte pode ser usada para descrever, desde as pinturas pré-históricas nas cavernas até um monte de sucata em um canto de uma galeria. Ainda, pode se referir à música, ao teatro, a dança, aos desenhos pinturas e a literatura, sempre relacionada com as idéias de uma época, à vida, a cultura, ao processo de desenvolvimento compreendendo-a em sua própria história.
Acredito que para desenvolver um bom trabalho como professora de arte é importante descobrir quais são os interesses de meus alunos, suas vivências, linguagens, o que conhecem sobre arte e quais são suas práticas de vida social e cultural. Minhas ações pedagógicas que poderão mobilizar transformações em suas vidas, tornando-se, assim, um desafiante e dinâmico caminho na direção conhecimento da arte.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis; CASTRO, Gustavo de. Ensaios de complexidade. Porto Alegre: Sulina, 1984.
                                                                                                                                     
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna,1996.
ARTE. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p. 204.
BARBOSA, Ana Mae Tavares Barros. A Imagem no Ensino da Arte: anos oitenta e
novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 1991.
BRASIL. Ministério da Educação. Recomendações Curriculares Nacionais Educação Infantil: Arte. Brasília: MEC, 2001.
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília : 1996.
FERRAZ, Maria Heloísa C. T.: FUSARI, Maria Felisminda de Rezende e. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 1993.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 18. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KNELLER, Georgi Frederick. Arte e Ciência da Criatividade. 10. ed. São Paulo: Ibrasa, 1978.
MGNANI, S. Expressão e Comunicação na linguagem da Música. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
OLLÉ, Mª Claudia Teixeira da Luz. Arte-Educação: desafios para uma formação intercultural In: VIII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Centro Oeste. ANPED Centro Oeste. Cuiabá – MT: 2006.
PAREYSON, Luigi. Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PROENÇA, Graça. Historia da Arte. 17. ed. São Paulo: Ática, 2007.
SILVA JÚNIOR, João Bezerra. O Ensino de Arte no Brasil. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/artigos_de_joao_bezerra_da_silva_junior.
SNYDERS, Georges. A escola pode Ensinar as alegrias da Música? Tradução de: Maria José do Amaral Ferreira. São Paulo: Cortez, 1992.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/42619/objetivos-do-ensino-de-artes-e-sua-importancia-na-educacao#ixzz2xwbcFF1a
http://www.hottopos.com/ mirand5/beleza.htm).
http://www.artenaescola.org.br/sala_galeria_album.php?album=330.

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