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ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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10
artes visuais na educação infantil 
Um olhar sensibilizado sobre a arte produzida pela criança
Antonia Vânia Moraes Coreia[footnoteRef:1] [1: Graduada em Letras/Literatura. UNIASSELVI. vaniaguerra2009@hotmail.com ] 
Rejane Clezar dos Santos[footnoteRef:2] [2: Mestre em Educação IPLAC/UNESC. rejane.777@brturbo.com.br E-mail: ] 
Resumo
O objetivo desse trabalho é investigar o papel do ensino de artes na educação infantil, sua importância na vida dos alunos e as contribuições do professor neste processo. A arte não está limitada apenas à sua disciplina, abrange todas as demais áreas e engloba o desenvolvimento dos aspectos cognitivo, social e psicológico das crianças, trazendo uma visão mais criativa e sensibilizada diante da realidade que a cerca. O olhar do professor deve ser de pesquisador e buscar sempre uma formação voltada para a cultura que é um direito de todo cidadão, através das práticas pedagógicas que incluem o lúdico como fundamental para o desenvolvimento infantil. Este trabalho propõe investigar como os professores ao promoverem as atividades artísticas favorecem a relação do educando na escola, na comunidade e em sua vivência do dia-a-dia, visando refletir sobre produção artística na educação infantil e dessa forma evidenciar que, através da arte o educando pode desenvolver seu intelecto e assim trabalhar de maneira mais produtiva.
Palavras-chave: Linguagem. Educação infantil. Artes visuais.
1 INTRODUÇÃO
 
Desde bebê, a criança se interessa pelo mundo de forma peculiar, interagindo, emitindo sons, movimentando o corpo, rabiscando paredes ou desenvolvendo atividades rítmicas. Este artigo enfocará a importância das artes na Educação Infantil, contribuindo para a aprendizagem, os experimentos e, principalmente colaborando com o desenvolvimento físico, social-cognitivo, afetivo e cultural de nossas crianças.
A arte tem sido tradicionalmente, uma parte importante nos programas da chamada primeira infância.
Quando se trabalha primeira infância, arte não é algo que ocorra isoladamente. Ela engloba: controle corporal, coordenação, equilíbrio, motricidade, sentir, ver, ouvir, pensar, falar e ter segurança. E ter confiança para que uma criança possa se movimentar e experimentar. E que ela retorne ao adulto, tenha contato e crie junto. O importante é ter um adulto por perto, co-participando e não controlando.
( HOLM, 2007,p.12)
 A arte tem a graça de possibilitar o desenvolvimento de atitudes como, senso crítico, a sensibilidade e a criatividade, além, de proporcionar à criança uma leitura do mundo e de si própria.
Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de arte não é representação de uma coisa, mas a representação da relação do artista com aquela coisa. [...] Quanto mais se avança na arte, mais se conhece e demonstra autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social.
( ALBINATTI,2009,p.4 )
Dessa forma a arte propicia à criança expressar seus sentimentos e ideias, colocando a criatividade em prática, fazendo com que seu aspecto afetivo seja demonstrado e estimulado. Lançando um olhar sobre o âmbito escolar, nota-se a importância das artes visuais no processo de interação social da criança. A arte promove o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos necessários às diversas áreas de estudo, entretanto não é somente isso que justifica sua inserção no currículo escolar, mas seu valor intrínseco como construção humana, como patrimônio comum a ser apropriado por todos. Por isso a importância do espaço na Educação Infantil destinado às artes visuais, para que a criança possa soltar seu imaginário, pois a imaginação tem grande importância na construção do aprendizado, pois, é através dela que a criança cria e transforma o real conforme suas necessidades e desejos.
A convivência com os objetos culturais e meios artísticos ajuda a criança a aprender a conhecer a arte do presente, sua importância no passado e projetar seu futuro. Ao se expressar individualmente mediante atividades artísticas, o aluno é levado a perceber manifestações artísticas da humanidade. Falar da história da arte com uma criança é tarefa bem mais simples do que se imagina. Elas ficam curiosas e muito interessadas, é como se estivéssemos contado uma história. Por isso, pretendemos investigar as práticas pedagógicas que envolvem expressões artísticas podem interferir na compreensão e desenvolvimento infantil.
2 O OLHAR SENSIBILIZADO SOBRE A ARTE PRODUZIDA PELA CRIANÇA - 
Os pequenos são verdadeiros artistas: por meio das garatujas aparentemente sem significado, expressam muito do que sentem, usando para isso apenas a intuição.
Infelizmente ainda hoje, para a grande maioria dos pais, e até para alguns educadores, a denominação “desenho” para os rabiscos infantis só é aplicável quando esses garranchos começam a se assemelhar a alguma coisa “reconhecível”. Antes disso, eles ignoram qualquer manifestação de arte infantil, e só se lembram de colecionar esses incríveis garranchos quando a criança, lá pelos cinco anos, passa a rabiscar a clássica figura humana, feita com riscos encimados por uma bolinha à guisa de cabeça.
Para compreender e, principalmente, respeitar o desenho infantil, não basta apenas saber sobre as teorias do desenho, ou significações psicológicas sobre o grafismo infantil; o educador precisa saber da sua própria produção, da sua expressão, da sua linguagem.
Toda criança desenha, mas ao longo da vida, influenciada sobretudo pelos processos escolares, vai abandonando sua produção e então chega à vida adulta sem saber qual é o seu traço, qual é a sua marca. Vai perdendo a capacidade de designar, de afirmar-se produtora de sentidos, sujeito criador de mundos, pois o desenho é uma espécie de projeto, uma “ [...] possibilidade de lançar-se para frente”. ( MOREIRA, 2002,p.15)
Dessa maneira, para a mentalidade do adulto, que acredita que a capacidade de desenhar é um talento excepcional possuído apenas por alguns indivíduos, fica difícil aplicar o termo “arte” às garatujas de uma criança de menos de dois anos.
A criança, no entanto, entende perfeitamente o significado de cada marca que deixa sobre o papel. O adulto, porém, que precisa compreender a seu modo o que é determinada coisa, provavelmente chamará de roda, letra ou anel a cada marca circular feita pela criança. E é quase certo que não entenderá o significado da visão global da criança que resultou na forma circular analisada. Ao desenhar, a criança diz de si e do mundo que está conhecendo, descobrindo, desenvolvendo: “ O desenho é a manifestação de uma necessidade vital da criança: agir sobre o mundo que a cerca; intercambiar, comunicar.” ( Derdyk, 1989,p.51)
Dessa maneira, apesar de os adultos não encontrarem sentido nos rabiscos, eles possuem perfeita significação visual para a criança que o fez. Os garranchos básicos constituem de certa forma, o fundamento de toda a arte gráfica, figurativa ou não.
O desenvolvimento gráfico da criança não é linear. É repleto de idas e vindas, avanços e recuos, desenhando ela vai deixando suas marcas no papel ou em qualquer superfície disponível, desta forma vão contando sua história, passando por um intenso processo existencial, de transformações em que cognição e sentimento estão juntos, intimamente ligados.
Segundo Derdyk, 
A criança, enquanto desenha, canta, dança, conta histórias, teatraliza, imagina ou até silencia... o ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário.
( DERDYK, 1989,p.19 )
Assim, um simples garrancho, feito propositadamente, tem para a criança o significado global do que quer exprimir, seja um conceito concreto ou abstrato. Em psicologia, isso se chamagestaltismo, ou seja, a percepção globalizada do conceito a exprimir.
Se o educador não compreende o desenho da criança como um processo de criação, como linguagem que é, pode reforçar equívocos em sua prática, como a utilização de desenhos prontos para colorir e da cópia. Afinal, se “ a arte se define justamente pela diversidade , por propor algo que é pessoal e único (...) temos que descartar toda atividade que tenha como ponto de partida a uniformidade” ( MOREIRA, 2002,p.84 )
Com o passar do tempo, e à medida que a criança cresce, o mundo adulto começa a interferir na chamada “arte” infantil e passa-se a reconhecer traços da “realidade” nos rabiscos da criança: a mãe, por exemplo, olhará para um quadrado desenhado pelo filho e o chamará de “casa”, “quadro” ou “janela”. Dessa maneira, e aos poucos, a própria criança começará a perceber também as semelhanças entre objetos reais e seus rabiscos.
A partir desse momento, e mesmo que a criança ainda continue a construir componentes abstratos, ela já estará capacitada para entender o que significa “copiar” o real.
 
2.1 Pelo desenho é possível conhecer a criança
O mundo adulto, acostumado a oferecer desenhos para colorir ou copiar, terá ensinado algo que não é inerente à arte espontânea da criança, ou seja, o desenho figurativo. Ao fazer, anteriormente, o seu desenho abstrato a criança não tinha intenção de reproduzir objetos específicos, mas apenas de exprimir o aspecto que possuíam em sua mente. Por desconhecerem ou desprezarem os trabalhos de especialistas sobre o significado dos desenhos infantis, muitos pais e educadores procuram ensinar a criança a desenhar, perdendo uma ótima oportunidade de conhecê-la melhor. Para que isso seja possível, é necessário que se conheça as fases pelas quais a criança passa, para que se possa estimulá-las e respeitá-las de acordo com seu desenvolvimento.
Para Nicolau (1997), aprendemos sentindo e pensando desde a infância, para estimular, guiar e compreender a criação e a expressão infantil é necessário antes de mais nada, conhecer e compreender a criança, considerar a importância de se observar as fases do desenvolvimento infantil, para melhor compreender as crianças e respeitar o seu desenvolvimento biológico.
 Além disso, os garranchos feitos livremente contribuirão para desenvolver a destreza dos músculos necessários para o aprendizado e a reprodução adequada das letras. Não esquecendo que há diferenciação entre o potencial e a forma de desenvolvimento de cada um, dependendo do estímulo recebido do ambiente em que vive experiências, culturas, etc., sendo natural que as transformações pelas quais passam sejam diferentes também.
Por meio do desenho as crianças transmitem coisas que não conseguem expressar com palavras ainda que elas estivessem conscientes dos sentimentos que as mobilizam. Portanto, alguém que pretenda julgar os desenhos de uma criança dentro dos padrões rígidos, talvez cometa grandes erros.
Para Bédard ( 2005 ) “ o desenho representa em parte o consciente, mas também, e mais importante ainda, o inconsciente. É a simbologia e as mensagens que estão ligadas ao desenho que nos interessam e não a estética deste.” Desta forma, e sendo o desenho da criança um elemento tão rico em significado, torna-se pertinente a interpretação dos mesmos, podendo esta ajudar em situações problemáticas ou de simples bem estar da criança.
Arfouilloux ( 1988 ) afirma que.
“[...] interpretar o desenho de uma criança é explicar o que está obscuro, traduzindo-o numa linguagem compreensível, extraindo do desenho um sentido oculto tanto ao entendimento da criança quanto dos adultos que a cercam, transcrevendo este sentido latente para uma linguagem verbal. O desenho é o método de mais simples execução para se investigar traços de humor de comportamento e de caráter de uma criança, assim como seus conflitos intrapsíquicos, suprindo, dessa maneira, sua dificuldade em falar de si mesma e expor os seus problemas.” 
Assim, como esses mesmos desenhos repetem-se nas diferentes culturas, conclui-se que as primeiras abstrações da criança são o produto de padrões inatos do crescimento neurológico e do desenvolvimento humano. Dessa maneira, não resta dúvida que essas garatujas constituem uma impressionante linguagem escrita, cujo valor para o entendimento do ser humano será inestimável quando totalmente decifrada.
3 O LÚDICO COMO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM
 
O brincar é vital para o desenvolvimento do corpo e da mente. É nele que se pode proporcionar uma educação integral garantindo forte interesse em aprender.
O lúdico viabiliza a construção do conhecimento de forma interessante e prazerosa, garantindo às crianças a motivação nescessária para uma boa aprendizagem, para que assim, tornem-se adultos maduros, com grande imaginação e autoconfiança.
Considera-se como lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte e a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
A brincadeira é uma linguagem natural da criança, e é importante que esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas.
O brinquedo supõe uma relação íntima com o sujeito, uma indeterminação quanto ao uso, ausência de regras. O jogo pode ser visto como um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social, um sistema de regras, um objeto. ( KISHIMOTO, 1999 )
O jogo e a brincadeira estão presentes em todas as fases da vida do ser humano, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz presente tornando-se indispensável no aprendizado e desenvolvimento das crianças.
Para Kishimoto ,1999, independente de época, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida das crianças, pois elas vivem num mundo de fantasias, de encantamento, de alegria de sonhos, onde realidade e faz de conta se confundem.
O jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo.
Através do brinquedo a criança instiga sua imaginação , adquire sociabilidade, busca satisfazer sua curiosidade de tudo conhecer.
Para Wallon ( 1979,p 45 ) “a criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social e psicológico.”
De acordo com Oliveira ( 1995, p36 ) no brincar a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real; e também aprende , objeto e significado.
Os brinquedos são parceiros silenciosos, a riqueza do imaginário infantil, através deles a criança libera seus sentidos em todas as ocasiões adquirindo mais segurança em aprender. O brinquedo é sem dúvida, um instrumento capaz de ajudar a criança a se desenvolver, intelectual, socialmente e cognitivamente. Permitem que as crianças conheçam importantes funções mentais como o desenvolvimento do raciocínio abstrato e da linguagem, instrumentos que auxiliam para o aprendizado e a construção do conhecimento. 
 
4 ARTES VIVUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Atualmente temos presenciado com frequência nas práticas pedagógicas desenvolvidas na Educação Infantil, momentos em que a Arte é resumida em atividades em folhas xerocadas marcadas por um tempo, tendo as crianças que seguirem um modelo artístico feito e definido pelo professor. Essas práticas empobrecem um momento que poderia ser de exploração artística, o que promoveria à apropriação das crianças as qualidades humanas e aos bens culturais.
A criança vê o mundo multidimensional e simultâneo, e para essas vivências ela aproveita com intensidade as suas descobertas. É nesse momento que a criança precisa ser trabalhada e desenvolvida, tanto socialmente quanto a sua criatividade, pois é por meio do trabalho realizado com arte na escola que isso será possível, pois, nas palavras de Buoro (2000, p.39) “Arte se ensina, Arte se aprende”.
Atualmente as propostas da escola com relaçãoao ensino da Arte têm deixado a desejar, pois muitas vezes a arte é usada como momento de descontração entre as crianças, o que prejudica e muito a arte e educação, desvalorizando a arte como disciplina, fazendo com que as crianças desde a Educação Infantil já vejam a Arte como uma matéria sem importância ou como uma aula que não trará nenhum benefício a elas no futuro.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o PCN – Arte (1997), a educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.
A linguagem da arte na educação infantil tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais. O ato de desenhar deve ser considerado um fator essencial no processo do desenvolvimento da linguagem, bem como uma espécie de documento que registra a evolução da criança.
É importante ressaltar que o professor deve oferecer ao aluno materiais diversificados, fornecendo suportes, técnicas, bem como desafios que venham favorecer o crescimento do aluno.
O ambiente escolar estimula a separação da razão da emoção, pois a arte para cada um é vista de maneira diferente, e cada um pode expressá-la como quiser, mas para a criança a arte é uma forma de expressão, pois sua natureza é lidar com o mundo de modo lúdico, fazendo o que lhe dá prazer e satisfação.
A criança ao desenhar entra em seu mundo de fantasia, utiliza a arte para expressar seus sentimentos, sua mais profunda imaginação.
O professor que educa através da arte permite à criança uma educação integral, consistindo na educação da mente e do corpo, trabalhando a percepção, a imaginação, a disciplina, a criatividade e o envolvimento com o grupo. A Arte estabelece uma reação de autoconfiança com os outros, pode sim ser trabalhada em diversos conteúdos tornando as aulas mais proveitosas e prazerosas. Sendo que, educar através da arte é condição essencial para professores dos anos iniciais.
Os seres humanos são dotados de criatividade. Na subseção terciária, o título deve estar e possuem a capacidade de aprender e de ensinar. A criatividade da criança precisa ser trabalhada e desenvolvida, e é por meio do trabalho realizado com a arte nas escolas que isso será possível.
A arte é importante na vida do ser humano e na sociedade em que este está inserido, pois desde o princípio da civilização que a arte se manifesta, através da criatividade do homem. Tanto os seres da natureza quanto os objetos culturais produzidos por mãos humanas despertam várias emoções em seus espectadores.
O ser humano desde que nasce aprende a demonstrar gosto por música, cores, formas, objetos, movimentos e, com o amadurecimento, vai lapidando a maneira de fazer e, mesmo sem saber vai se auto-educando a partir do convívio com outras pessoas.
 E esse convívio vai se tornando multicultural, quando se começa a ter acesso às músicas, poesias, falas, sons, cores e formas de diferentes lugares, pois assim, compreende-se que cada lugar tem a sua própria cultura e nada melhor que a arte para representá-la.
É através do ensino da arte que se forma cidadãos mais críticos e criativos que possam atuar para melhoria da cultura de seu país.
Para Ferraz e Fusari (1999) “ É na escola que oferecemos a oportunidade para que as crianças possam vivenciar e entender o processo artístico e sua história, em cursos especialmente destinados para esses estudos”. 
Desta forma, podemos auxiliar a criança a compreender o mundo e a construir conhecimento, ou seja, ampliando os já adquiridos, propiciando para que ela crie suas próprias produções, partindo de sua experiência pessoal, escolhendo tema, técnicas e materiais.
Os componentes do processo artístico ( artista, obra, público, comunicação) e as histórias de suas relações podem tornar-se fontes intrigantes para organização e desdobramentos dos tópicos de conteúdos programáticos escolares, tanto no que se refere ao fazer como também ao pensar arte pelos estudantes. Os conteúdos programáticos em arte devem incluir, portanto, as noções a respeito da arte produzida e em produção pela humanidade inclusive nos dias de hoje e a própria autoria artística e estética de cada aluno (em formas visuais, sonoras, verbais, corporais cênicas, audiovisuais). Isto significa trabalhar com os estudantes o fazer artístico (em desenho, pintura, gravura, modelagem, escultura, música, dança, teatro, vídeo) sempre articulando e complementando com a s vivências e apreciações estéticas da ambiência cultural. ( FERRAZ e FUSARI, 1999p.20)
A criança recebe influência de pais, professores e do meio ambiente em que vive, oferecendo material, espaço e tempo, essa criança pode, cada vez mais, aumentar sua criatividade. Porém, não recebendo incentivo dos adultos em suas obras, poderá ter reduzidos sua capacidade de criação e imaginação, desejando assim, reproduzir algo que pareça real. Depende dos educadores fazer com que a criança não perca sua espontaneidade.
A criança que tem espontaneidade e incentivo para criar, utiliza-se das Artes Visuais para expressar suas experiências mais sensíveis.
Segundo Martins: “A linguagem visual também pode ser revelada à criança através de um sensível olhar pensante. O olhar já vem carregado de referências pessoais e culturais, contudo é preciso instigar o aprendiz para um olhar cada vez mais curioso e mais sensível às sutilezas. ( 1998, p.136 ) Esse olhar pode ser aguçado nas formas tradicionais da Arte Visual, como também através dos avanços tecnológicos da modernidade.
3.1 As Artes visuais e o desenho
A arte é sensibilidade e mobilização da subjetividade humana, por tudo que a compõe é difícil defini-la. Segundo Barbosa, 2008:
[...] a arte capacita um homem ou uma mulher a não ser um estranho ao seu meio ambiente nem estrangeiro a seu próprio país. Ela supera o estado de despersonalização, inserindo o indivíduo no lugar ao qual pertence reforçando e ampliando seus lugares no mundo.
 
Desta forma entende-se que a arte é uma forma de expressão que identifica o indivíduo e sua cultura, seu ensino desabrocha a criatividade humana.
Compreende-se que a arte visual é uma linguagem na qual o indivíduo pode se expressar e se comunicar de várias maneiras: pintura, colagem, modelagem etc. Entretanto, conforme se observou, na educação infantil, as práticas de artes visuais são utilizadas como passatempos nos quais as atividades acabam perdendo o seu real significado de sensibilização e cultura.
O fazer artístico infantil revela o local e a época em que a criança vive quais suas oportunidades, suas ideias, e qual produção artística a mesma tem acesso, seu potencial e sua reflexão em relação a artes.
As crianças têm suas próprias impressões, ideias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, com o mundo dos objetos e com o seu próprio fazer. As crianças exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí constroem significações como se faz o que é, para que serve e sobre outros conhecimentos a respeito da arte. ( BRASIL,1988,p.89)
Assim, entende-se que as artes visuais possuem características próprias, no qual a aprendizagem se dá por meio da articulação do fazer artístico, apreciação e a reflexão contextualizada.
Ao se trabalhar artes visuais na educação infantil deve-se observar a faixa etária e o nível de desenvolvimento das crianças. 
A intervenção educativa se faz necessário, mas a criança deve ter a liberdade para criar, e nessa ação, o contato com objetos de artes contribui e muito para o conhecimento em artes visuais.
O desenho merecedestaque no trabalho com artes visuais, pois ele tem uma importância na construção das demais linguagens visuais.
Segundo Iavelberg ( 2003 ), o desenho infantil é cultivado, é uma linguagem pictórica elaborada e construída a partir de aspectos conceituais, invariantes funcionais e diversidade cultural dos atores sociais ( crianças ).
A imaginação recria o que a criança já viveu, ou seja, a criança cria no desenho outra realidade baseada na já vivida.
E é expandindo essa realidade e esse conhecimento da criança que a arte se entrega, tornando seu olhar mais aberto. A percepção do mundo conduz para novas possibilidades garantindo uma mente mais rica em detalhes, sensibilizada em criar uma consciência mais crítica da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arte deve ser entendida como construção de conhecimento tendo a função de levar a compreender o mundo a sua volta expressando seus sentimentos.
As artes visuais são uma forma que a criança tem de expressar-se com sua visão de mundo e com isso desenvolver-se nas dimensões afetivo, motora e cognitiva, utilizando as diferentes linguagens artísticas que compõem as artes visuais, tendo a oportunidade de construir, criar, recriar e inventar, tornando-se um sujeito ativo e crítico na sociedade.
Diante desta perspectiva, a arte na Educação Infantil apresenta-se como uma linguagem que tem estrutura e características próprias que possibilita à criança, no processo de criação, reformular suas ideias e construir novos conhecimentos m situações onde a imaginação, a ação, a sensibilidade, a percepção, o pensamento e a cognição são reativados. Por fim, ao ser desenvolvido as atividades teóricas-práticas e a imaginação criadora das crianças, é que se percebe maior conscientização por parte dos educadores acerca do processo de criação em arte na educação infantil.
Neste trabalho percebeu-se que o estudo da arte na educação infantil tem grande importância para o desenvolvimento da criança, estimulando seu raciocínio, exercitando seu pensamento, fazendo com que ela desenvolva sua personalidade, tornando-se independente e capaz de fazer suas próprias construções.
ReferênciaS
ALBANO MOREIRA, A. A. O espaço do desenho: a educação do educador. 9. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
ALBINATTI, Maria Eugênia Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2009.
ARFOUILLOUX, Jean Claude. A entrevista com a criança: a abordagem da criança através do diálogo, do brinquedo e do desenho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
BARBOSA, Ana Mãe. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez,2008.
BÉDARD, Nicole (2005). Como Interpretar Os Desenhos Das Crianças. Portugal: Cetop.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : arte, Brasília : MEC, 1998.
BUORO, Anamélia Bueno. O Olhar em Construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola, 3 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
DERDYK, E. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1989.
FERRAZ, Maria Heloisa C. de T. e FUSARI, Maria F. de Rezende e. Metodologia do Ensino de Arte. Cortez Editora,1999.
HOLM, A. M. Baby - Art: os primeiros passos com a arte. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2007.
IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.
KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. Org: 3. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
MARTINS, M.C.; PICOSQUE, G.; GUERRA, M. T. T. Didática do ensino de arte. São Paulo: FTD, 1998.
NICOLAU, M. L. M. A educação pré-escolar: fundamentos e didática. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1997.
OLIVEIRA, M. K. de.  Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Artes – Ensino de primeira à quarta série.1997.
sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1995
WALLON, H. As origens do caráter na criança: Psicologia e educação da criança. Lisboa: Editorial Vega, 1979.

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