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MATERIAL DIDATICO Gerenciamento de Crise

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Prévia do material em texto

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ 
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL 
SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
Curso Preparatório para 
Formação de Agentes 
Penitenciários 2019 
Concurso Público C – 199 / Edital nº 
001/2017 – SEAD/SUSIPE, de 15/12/2017 
Escola de Administração Penitenciária – EAP 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
1 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
 
 
 
Curso Preparatório para a Formação de Agentes 
Penitenciários 
CONCURSO PÚBLICO C – 199 - EDITAL Nº 001/2017 
– SEAD/SUSIPE, de15 dezembro de 2017 
 
GERENCIAMENTO DE CRISE E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO 
 Módulo: 02 
Carga Horária: 16 horas 
 
 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
2 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
Sumário 
 
Apresentação ..................................................................................................................................03 
Informações do Professor Conteudista ..........................................................................................04 
Objetivos da Disciplina ...................................................................................................................05 
Conteúdo Programático ..................................................................................................................05 
Gerenciamento de crise ..................................................................................................................06 
Origem do gerenciamento de crises ...............................................................................................06 
O gerenciamento de crises .............................................................................................................07 
Características das crises ...............................................................................................................08 
Objetivo do gerenciamento de crises .............................................................................................08 
Classificação dos graus de risco.....................................................................................................09 
Perímetros de segurança................................................................................................................11 
Alternativas táticas ..........................................................................................................................12 
Técnicas não-letais (ou menos letal) ..............................................................................................13 
A situação de reféns .......................................................................................................................14 
Instruções básicas de combate a incêndio......................................................................................19 
Referências .....................................................................................................................................29 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
3 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
Apresentação 
O Curso Preparatório de Formação Profissional da Superintendência do Sistema 
Penitenciário representa ao Instituto de Ensino de Segurança do Pará (IESP), um meio de 
transmitir aos candidatos habilitados por meio do Concurso Público C – 199, lançado via Edital nº 
001/2017 – SEAD/SUSPIE, de 15/12/2017, noções relativas à Segurança Pública, de forma 
dinâmica e sistemática, um importante acervo de conhecimentos e saberes acumulados sobre a 
região e a área temática específica. 
O objetivo fundamental é contribuir para a formação dos candidatos a agentes prisionais 
para atuarem de forma qualificada no Sistema Penitenciário do Estado do Pará. Diante disso, a 
instituição propõe-se a aprofundar conteúdos interdisciplinares a fim de contribuir para a 
ampliação da política e gerar conhecimentos para que possam ser levados à sociedade de forma 
satisfatória. Nesse sentido, presta-se um serviço à comunidade em geral e confirma-se de forma 
indelével o papel político e a responsabilidade social da SUSIPE e do IESP no Estado do Pará 
quanto a efetivação da Educação Penitenciária de qualidade. 
Considerando os objetivos do curso, de capacitar profissionais para o exercício de seus 
cargos na carreira pública estadual penitenciária, é possível formar um lastro de servidores que 
virão se somar a instituição, assim como uma massa crítica de conhecimentos na área da 
segurança pública, tendo especialmente como pano de fundo as especificidades regionais, 
sobretudo no que tange aos impactos de ordem social em constante e acelerado processo de 
transformação. 
O material que ora se apresenta congrega conteúdos específicos de cada disciplina a ser 
ministrada ao longo do processo de formação futuros Agentes Penitenciários efetivos do Estado 
do Pará. 
Coordenação Pedagógica 
Escola de Administração Penitenciária 
 
 
 
 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
4 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
GERENCIAMENTO DE CRISE E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO 
 
Professores Conteudistas: 
Athos Garcia Treptow 
Adaelson Souza dos Santos 
 
Professores da disciplina: 
Adaelson Souza dos Santos 
Carlos Henrique da Silva Azevedo de Brito 
Fabiano Calandrini 
Kleverton Antunes Firmino 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
5 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
GERENCIAMENTO DE CRISE E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO 
 
 
Objetivo da Disciplina: 
Ampliar conhecimentos sobre táticas e técnicas de gerenciamentos de crises, desenvolvendo 
habilidades de negociação em eventos críticos do âmbito carcerário. a) A crise na 
unidade/sistema. b) Identificação de elementos de crise (potenciais e efetivos). c) Solução de 
Problemas. d) Mediação de conflitos como resolução do conflito. e) Situações de emergência: 
saúde, ameaças e vulnerabilidades, combate ao incêndio. f) Noções de primeiro socorros. 
Conteúdo programático 
 Gerenciamento de crise 
 Origem do gerenciamento de crises 
 O gerenciamento de crises 
 Características das crises 
 Objetivo do gerenciamento de crises 
 Classificação dos graus de risco 
 Perímetros de segurança 
 Alternativas táticas 
 Técnicas não-letais (ou menos letal) 
 A situação de reféns 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
 
 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
6 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
I – GERENCIAMENTO DE CRISE 
Apresentação 
 O cenário de violência instalado e vivenciado pela sociedade brasileira nos últimos anos, tem comprovado a 
necessidade cada vez maior do aprimoramento das instituições de segurança pública e em especial dos seus 
profissionais. Com essa convicção formada, partimos do pressuposto de que, combater a criminalidade de forma 
empírica, como já fora vivenciado no passado, já não possui mais espaço em uma sociedade tão exigente, 
consciente e ao mesmo tempo necessitada de respostas policiais eficientes e eficazes. O processo evolutivo da 
violência, da criminalidade e da inobservância aos direitos humanos, impuseram, cada vez mais, as instituições 
policiais ao enfrentamento de ocorrências que fujam da normalidade buscando conhecimentos técnicos na sua 
resolução. Desta forma, o entendimento passoua ser de que ocorrências policiais desta natureza requerem um 
tratamento diferenciado e especializado. 
 Outro entendimento digno de registro mostra que não basta tão somente aumentar o número de Agentes de 
segurança pública nas ruas para que as pessoas se sintam seguras e tranquilas, é necessário sim, aumentar nas 
ruas a quantidade de policiais com preparo técnico profissional. Essa é, com toda certeza, a contextualização mais 
evidente de que para o policial, no exercício da sua função, desempenhar seu mister com tranquilidade e 
autoconfiança, buscando a maior probabilidade de acerto, necessário se faz capacitá-lo de tal forma que ele tenha 
um leque, o mais amplo possível, de alternativas táticas para a resolução das ocorrências com as quais irá se 
deparar. Nas situações que a intervenção do aparato policial se faz essencialmente necessário, o surgimento de uma 
crise é bastante provável, principalmente se ele surpreende um crime em andamento, tendo como reflexos imediatos, 
situações onde pessoas são tomadas como reféns, criando um verdadeiro impasse e colocando em risco o mais 
valioso bem que um ser humano pode ter, a vida. Uma vez observados e pontuados tais situações críticas, o Sistema 
de Defesa Social Norte-Americano, nas últimas quatro décadas, tem catalogado e estudado milhares de crises 
ocorridas nos Estados Unidos e, a partir desses estudos, estabelecendo condutas e noções de ação planejada para a 
Polícia no gerenciamento de eventos cruciais. Para a Academia Nacional do FBI (Federal Bureau of Investigation), os 
fundamentos teóricos servem de suporte para o atendimento de eventos cruciais, capacitando o policial na 
identificação, na classificação e na tomada de decisões durante o processo. Por outro lado, no Brasil a doutrina sobre 
gerenciamento de crises é um tema recente, 
 O Delegado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro foi o primeiro profissional e estudioso a publicar 
uma apostila relacionada ao assunto na década de 1990.O atendimento de ocorrências de alto risco exige das 
instituições policiais muito mais que boa vontade, rusticidade e experiências acumuladas. Não se pode admitir neste 
ramo de atuação, uma polícia amadorística, empírica, sobretudo porque as ações como essas, ganham destaque 
nacional e porque não afirmar internacional e certamente os seus possíveis erros tenderão a serem submetidos à 
divulgação, expondo as fragilidades encontradas nas instituições policiais. 
 O gerenciamento de crises, pela complexidade que se apresenta. 
 
2 - Origem do Gerenciamento de Crises 
 A doutrina estudada e aplicada sobre Gerenciamento de Crises no Brasil, já vem sendo consolidada a 
praticamente duas décadas recebendo um tratamento de caráter científico nos EUA, estando atualmente o assunto 
consolidado em bases doutrinárias consistentes. Nas Academias de Polícia dos EUA, e em especial na Academia 
Nacional do FBI (Federal Bureau of Investigation), o Gerenciamento de Crises tornou-se matéria de tão grande 
importância, que é ministrada tanto nos cursos de formação, como também, nos cursos de especialização e 
aperfeiçoamento de policiais. Podemos até afirmar que tal disciplina se apresenta como sendo essencialmente 
necessária na cartilha dos executivos de polícia daquele país, fazendo com o que, o resultado de tal conscientização 
sobre sua importância, têm proporcionado uma padronização no atendimento de ocorrências em eventos cruciais. 
 
2.1 - A Crise 
 Primeiramente temos que entender que crise é diferente de problema. É um evento imprevisível capaz de 
provocar prejuízos significativos a uma instituição e, consequentemente, aos seus integrantes. É bem verdade que o 
termo crise sofreu um processo de banalização nos últimos anos. Raro será o noticiário ou o jornal que não dispense 
a veiculação da palavra crise no seu contexto. O estudo etimológico da palavra “crise” nos mostra o seu verdadeiro 
significado atual. O termo “crise” – que possui variações mínimas em muitos idiomas – origina-se do grego krinein, 
que quer dizer “decidir” ou, mais apropriadamente, “a capacidade de bem julgar”. A primeira – e muito apropriada – 
aplicação do termo ocorreu na Medicina. Cumpre guardar essa noção, válida tanto para Hipócrates, Pai da Medicina, 
na Grécia Antiga, quanto para os Encarregados da Aplicação da Lei nos dias atuais: na essência do termo “crise” 
está uma qualidade – mais arte do que ciência – definida como “a capacidade de bem julgar”. Em diversos idiomas 
orientais, não há uma distinção clara entre os conceitos de “crise” e “oportunidade”. No chinês, o mesmo ideograma 
representa as duas ideias e o tradutor ocidental certamente escolherá o significado que lhe aparecer mais apropriado. 
Destarte, há uma lição prática a observar: a “crise” não deve ser vista como algo apenas negativo. Todo 
momento de crise traz embutida a oportunidade de crescer, a oportunidade de rever conceitos e métodos, enfim, a 
oportunidade de mudar o mundo. No “gerenciamento de crises”, este lado positivo do fenômeno, muitas vezes, é o 
que perdurará da ação policial. Segundo Salignac (2001):A ciência política considera uma crise quando o Estado 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
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Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
percebe uma brusca mudança na vida em sociedade, com teor manifestamente violento, repentino e rápido, 
traduzindo-se em um momento perigoso ou difícil de um processo do qual deve emergir uma solução. 
 Há uma crise quando a tranquilidade social está em dissonância com a realidade percebida. Por outro lado, o 
fato que leva à crise é o que se denomina situação crítica. Parte-se da situação crítica para a crise, ou seja, o evento 
grave, difícil e perigoso aponta a crise. O Gabinete de Segurança Institucional da República Federativa do Brasil, 
utiliza a definição de crise como sendo: “Fenômeno complexo, de diversas origens possíveis, internas ou externas ao 
País, caracterizado por um estado de grandes tensões, com elevada probabilidade de agravamento – e risco de 
sérias consequências – não permitindo que se anteveja com clareza o curso de sua evolução”. Gabinete de 
Segurança Institucional da República Federativa do Brasil. 
 No contexto policial, a crise é também conhecida como evento ou situação crucial e se mal administrada, 
pode macular a credibilidade e a imagem da instituição policial. Uma verdadeira manifestação violenta e imprevisível 
do rompimento do equilíbrio, da normalidade, enfim, da paz social. 
 Segundo o Delegado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro, em uma de suas obras (1994), o 
conceito de crise adotada pela Academia Nacional do FBI, como sendo: “Um evento ou situação crucial que exige 
uma resposta especial da Polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável”. (grifo nosso) FBI. Destacamos a 
expressão “resposta especial da Polícia” para ressaltarmos que, segundo o FBI, a responsabilidade de gerenciar e 
solucionar as situações cruciais são exclusivamente das instituições policiais e a expressão “solução aceitável”, para 
mostrar e ao mesmo tempo chamar a atenção que não é utilizando qualquer forma ou qualquer método que 
resolvemos um evento crucial, pois, por mais simples que seja a solução para uma crise, deverá necessariamente 
possuir uma solução aceitável em todos os segmentos da sociedade, seja no segmento moral, político, ético e até 
mesmo no segmento religioso. 
 Para o Gabinete de Gerenciamento de Crises – GCRISES da Polícia Militar do Ceará, o conceito de crise se 
apresenta como sendo: “Todo o incidente ou situação crucial não rotineira, que exija uma resposta especial da 
Polícia, em razão da possibilidade de agravamento conjuntural, inclusive com risco de vida para as pessoas 
envolvidas, e que possa manifestar-se através de motins em presídios, assaltos a bancos com reféns, sequestros, 
atos de terrorismo, tentativas de suicídio, ocupação ilegal de terras, bloqueios de estradas, dentre outras ocorrênciasde vulto, surpreendendo as autoridades e exigindo uma postura imediata das mesmas, com emprego de técnicas 
especializadas”. 
 
3 - O Gerenciamento de Crises 
 A crise, uma vez instaurada, exigirá dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social do Estado, uma 
resposta imediata que acontecerá através do gerenciamento. Como nos ensina oTen PMES Irio Doria Junior 
(SENASP 2007), “O Gerenciamento de Crises por sua vez pode ser descrito, como uma metodologia, que se utiliza, 
muitas vezes, de uma sequência lógica para resolver problemas que são fundamentados em possibilidades. 
Devemos observar que o Gerenciamento de Crises não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta 
características exclusivas, exigindo, soluções particulares, que exigem uma cuidadosa análise e reflexão”. 
 O Gerenciamento de Crises pode ser descrito como um processo racional e analítico de resolver problemas 
baseados em probabilidades. A Academia Nacional do FBI conceitua o Gerenciamento de Crises, da seguinte forma: 
“Gerenciamento de Crises é o processo de identificar, obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, 
prevenção e resolução de uma crise.” (grifo nosso)FBI. Importante ter destacado do conceito de Gerenciamento de 
Crises formulado pelo FBI, as expressões “antecipação” e “prevenção”, pois, no primeiro momento, pode causar 
estranheza o conceito ora firmado e consolidado pelo FBI e uma das características da crise, a imprevisibilidade. 
Para que se possa entender melhor as supostas “incoerências”, primeiramente teremos que fazer o seguinte 
questionamento: como pode um evento crucial, ou seja, uma crise, ter como uma de suas características a 
imprevisibilidade e no conceito de gerenciamento de crises, formulado pelo FBI, possuir a expressão “antecipação” 
e “prevenção”, ou seja, como se antecipar ou prevenir algo que é imprevisível? Simples! Fazendo o que 
estamos neste momento, ou seja, estudando, construindo, firmando a doutrina sobre Gerenciamento de 
Crises, enfim, ao nos prepararmos técnica e profissionalmente, já estamos fazendo parte desta antecipação. 
Da mesma forma que, supondo que eu trabalhe num Estabelecimento Prisional e o simples fato de estar preparando 
um “plano de contingência”, já faz parte desta prevenção tão bem preconizada no conceito formulado pelo FBI. 
 O Gabinete de Gerenciamento de Crises – GCRISES da Polícia Militar do Ceará considera o Gerenciamento 
de Crises, como sendo: “Considera-se Gerenciamento de Crises o processo eficaz de se identificar, obter e aplicar, 
de conformidade com a legislação vigente e com o emprego das técnicas especializadas, os recursos estratégicos, 
adequados para solução de crise, sejam medidas de antecipação, prevenção e/ou resolução, a fim de assegurar o 
completo restabelecimento da ordem pública e da normalidade da situação”. 
 
GCRISES da PMCE. 
 Não obstante o conceito de Gerenciamento de Crises formulado pelo FBI, a Polícia Militar do Estado da Bahia, 
em consonância com a doutrina norte-americana, define Gerenciamento de Crises sendo: “O processo de gestão 
política, estratégica, tática e administrativa por equipes de profissionais, voltados para a utilização de conhecimentos 
técnico-científicos no fenômeno de crise, visando identificar, obter e aplicar os recursos necessários à prevenção, 
resolução e estudo de ocorrências de alto risco”. PMBA. 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
8 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
 Conforme menciona Ten PMES Doria (SENASP 2007), as ocorrências que envolvem crises policiais, por suas 
características, geram e criam, no cenário da Segurança Pública, sempre situações decisivas, onde o Gerente da 
crise deve estar preparado para ser o administrador de todo um cenário. Assim sendo, podemos afirmar que a 
capacidade de gerenciar crises torna-se necessária para todas as organizações policiais, pelas seguintes razões: 
1. Os órgãos encarregados de gerenciar e resolver a crise agem em nome do Estado, de onde podemos afirmar 
que, se o processo for mal conduzido, poderá gerar problemas de responsabilidade civil para o Estado, 
especialmente nos casos em que houver mortes de reféns ou pessoas inocentes. 
2. A crise é não-seletiva e é inesperada, ou seja, ninguém está imune à ocorrência de uma crise em sua área de 
atuação e tampouco poderá prever quando esse evento vai ocorrer. 
3. A veiculação dos fatos pela mídia durante o desencadear de um evento crucial, faz com que os erros que 
porventura possam ser cometidos pelas instituições policiais no processo de gerenciamento de crises sejam vistos 
sob uma lente de aumento. Além do que, a ampla divulgação de tais erros causa um desgaste da confiança e por sua 
vez um descrédito da sociedade nas instituições policiais e um constrangimento natural dentro da própria comunidade 
policial. 
 
4 - Características das Crises. 
A doutrina norte-americana formulada pela Academia Nacional do FBI (EUA), enumera três características principais 
sobre um evento crucial: 
AMEAÇA À VIDA – Configura-se como um componente essencial do evento crítico, mesmo quando a vida em risco é 
a do próprio indivíduo causador da crise. Assim, por exemplo, se 
alguém ameaça se jogar do alto de um prédio, buscando suicidar-se, essa situação é caracterizada como uma crise, 
ainda que inexistam outras vidas em perigo. 
IMPREVISIBILIDADE – A crise é não-seletiva e inesperada, isto é, qualquer pessoa ou instituição pode ser atingida a 
qualquer instante, em qualquer local, a qualquer hora. Sabemos que ela vai acontecer, mas não podemos prever 
quando. Sendo assim, as instituições policiais não podem se valer da possibilidade de se preparar tão somente 
quando o evento crítico acontecer, devemos estar preparados para enfrentar qualquer crise. 
COMPRESSÃO DE TEMPO (urgência) – Os processos decisórios que envolvem discussões para adoção de 
posturas no ambiente operacional devem ser realizados, em um curto espaço de tempo. Os eventos cruciais de alta 
complexidade impõem às autoridades policiais responsáveis pelo seu gerenciamento: urgência, agilidade e rapidez 
nas decisões. O gerenciamento de uma crise deve ser trabalhado sob uma compreensão de tempo e considerando 
os mais complexos problemas: sejam sociais, econômicos, políticos e ideológicos. Deve avaliar potenciais riscos e 
preparar planos preventivos para agir em relação a cada situação. 
NECESSIDADE DE: Postura organizacional não-rotineira: A necessidade de uma postura organizacional não-
rotineira é de todas as características essenciais, a que causa maiores transtornos ao processo de gerenciamento, 
principalmente, quando a instituição policial não desprende energias suficientes para se planejar antes mesmo da 
crise acontecer. Contudo, é a única cujos efeitos podem ser minimizados, graças a um preparo e a um treinamento 
prévio da organização para o enfrentamento de eventos críticos. 
Planejamento analítico especial e capacidade de implementação: Sobre a necessidade de um planejamento 
analítico especial é importante salientar que a análise e o planejamento, durante o desenrolar de uma crise, são 
consideravelmente prejudicados por fatores como a insuficiência de informações sobre o evento crítico, a intervenção 
da mídia e o tumulto de massa geralmente causado por situações dessa natureza. A capacidade de implementação 
resume-se na habilidade que terá o Gerente da crise em mobilizar todos os recursos necessários para solucionar a 
crise. 
Considerações legais especiais: Com relação às considerações legais especiais exigidas pelos eventos críticos, 
cabe ressaltar que, além de reflexões sobre temas como estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento 
do dever legal, responsabilidade civil, etc., o aspecto da competência para atuar é aquele que primeiro vem à baila, 
ao se ter notícia do desencadeamento de uma crise. “Quem ficará encarregado do gerenciamento?” - é o primeiro e 
mais urgente questionamento a ser feito, sendo muitoimportante na sua solução um perfeito entrosamento entre as 
autoridades responsáveis pelas organizações policiais envolvidas. 
 
5 - Objetivo do Gerenciamento de Crises 
 O Gerenciamento de Crises tem como principal objetivo, em absoluta ordem axiológica, PRESERVAR VIDAS e 
APLICAR A LEI.O Gerente de uma situação de crise deve ter sempre em mente esses objetivos, mesmo que 
optando por preservar vidas de inocentes, possa contribuir para uma momentânea fuga ou vitória dos elementos 
causadores da crise. A preservação de vidas serve para todos os envolvidos no cenário da crise, os reféns, o público 
em geral, os policiais e até mesmo os criminosos. A aplicação da lei deverá consistir na prisão dos infratores 
protagonistas da crise, na proteção do patrimônio público privado, como também, garantindo o estado de direito. 
 
6 - Critérios de ação 
 No decorrer do processo do gerenciamento de uma crise, o GERENTE DA CRISE (mais alta autoridade 
presente no teatro de operações) tomará decisões das mais diversas espécies e pertinentes aos mais variados 
assuntos. Para balizar e facilitar o processo decisório no curso de uma crise, a doutrina estabelece o que se chamam 
 
Disciplina: Gerenciamento de Crise e Técnicas de Negociação 
 
9 
Curso Preparatório para Formação de Agentes Penitenciários – 2019 / Concurso Público C-199 
critérios de ação, que se traduzem em referenciais para nortear a tomada de decisões. A doutrina de Gerenciamento 
de Crises do FBI estabelece três critérios de ação, a saber: a necessidade, a validade do risco e a aceitabilidade. 
 O critério da necessidade indica que toda e qualquer ação somente deve ser implementada quando for 
indispensável. O critério da validade do risco, nos mostra que toda e qualquer ação têm que levar em conta se os 
riscos dela advindos são compensados pelos resultados. A aceitabilidade, implica em que toda ação deve ter 
respaldo legal, moral e ético. 
ACEITABILIDADE LEGAL – Toda decisão deve ser tomada com base nos princípios ditados pelas leis. 
ACEITABILIDADE MORAL – Toda decisão para ser tomada deve levar em consideração aspectos de moralidade e 
bons costumes. 
ACEITABILIDADE ÉTICA – O responsável pelo gerenciamento da crise, ao tomar uma decisão, deve fazê-lo 
lembrando que, o resultado da mesma não pode exigir de seus comandados a prática de ações que causem 
constrangimentos à corporação policial. Resumindo, o GERENTE DA CRISE, no momento das suas tomadas de 
decisões, deve estar a todo o momento se questionando sobre as suas determinações ou decisões: É necessário 
correr este risco ou existe uma outra forma de se resolver? Vale a pena correr este risco? A minha decisão possui um 
respaldo legal, esta dentro dos princípios morais e éticos da sociedade? 
 
7 - Classificação dos graus de risco 
 O objetivo de estudarmos e entendermos a classificação dos graus de risco ou ameaça dos eventos críticos, é 
para dimensionarmos os recursos humanos e materiais a serem empregados na ocorrência de forma que não fiquem 
super ou subdimensionados. A avaliação da classificação do grau de risco deve ser uma das primeiras ações a 
sermentalizada pelo Gerente da crise. Essa classificação obedece a um escalonamento de quatro graus: 
1º Grau – ALTO RISCO 
2º Grau – ALTÍSSIMO RISCO 
3º Grau – AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA 
4º Grau – AMEAÇA EXÓTICA 
 
7. 1- CLASSIFICAÇÃO TIPOS EXEMPLOS (FBI) 
1º GRAU ALTO RISCO, Ex: Assalto a banco promovido por uma ou duas pessoas armadas de pistola ou revólver, 
sem reféns. 
2º GRAU ALTÍSSIMO RISCO, Ex: Um assalto a banco por dois elementos armados mantendo três ou quatro 
pessoas como reféns. 
3º GRAU AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA, Terroristas armados de metralhadoras ou outras armas automáticas, 
mantendo oitenta reféns a bordo de uma aeronave. 
4º GRAU AMEAÇA EXÓTICA, Um indivíduo de posse de um recipiente, afirmando que seu conteúdo é radioativo e 
de alto poder destrutivo ou letal, por um motivo qualquer, ameaça uma população. 
 
7.2 - Níveis de resposta 
 Os níveis de resposta correlacionam-se com o grau de risco do evento crítico, ou seja, o nível de resposta sobe 
gradativamente na escala hierárquica, na medida em que cresce o vulto da crise. 
 
NÍVEL RECURSOS RESPOSTA: 
* NIVEL UM: EFETIVOORDINÁRIO+CIA ESPECIAL - As guarnições do Policiamento Ordinário e as guarnições da 
Cia Especial de área poderão atender a ocorrência. 
* NÍVEL DOIS: EFETIVO ORDINÁRIO+CIA ESPECIAL+COE - As guarnições do Policiamento Ordinário e as 
guarnições da Cia Especial de área com o apoio de Unidades Especializadas poderão atender a ocorrência. 
* NÍVEL TRÊS: TODOS DO NÍVEL DOIS+REFORÇO - As guarnições do Policiamento Ordinário e as guarnições da 
Cia Especial de área com o apoio de Unidades Especializadas 
poderão atender a ocorrência, juntamente com outros efetivos de reforço. 
* NÍVEL QUATRO: TODOS DO NÍVEL TRÊS + ASSESSORIA ESPECIAL - As equipes especializadas são 
empregadas com o auxílio de áreas específicas. Uma correta avaliação do grau de risco ou ameaça, representado 
por uma crise, concorre favoravelmente, para a solução do evento, possibilitando, desde o início, o oferecimento de 
um nível de resposta adequado à situação, evitando-se, destarte, perdas de tempo desnecessárias(MONTEIRO, 
1994). 
 
7. 3 - Fases do processo de Gerenciamento de Crises 
 Quando falamos sobre fases do processo de Gerenciamento de Crises, o primeiro pensamento que nos vem a 
cabeça, é que o processo de Gerenciamento de Crises só se inicia quando o evento crucial explode. Entretanto, a 
doutrina nos ensina que o processo de Gerenciamento de Crises se inicia muito antes da crise eclodir, como também, 
observaremos que ele continua mesmo tendo sido solucionado a crise. 
As fases do processo de Gerenciamento de Crises são divididas em: 
- Fase da pré-confrontação; 
- Fase da confrontação; 
 
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- Fase da pós-confrontação. 
 
FASE DA PRÉ-CONFRONTAÇÃO (PREPARO): É a fase que antecede a confrontação do evento crucial. Durante 
esta fase, a instituição policial se prepara, administrativamente, em relação à logística, operacionalmente através de 
instruções e operações simuladas, planejando-se para que possa atender qualquer crise que vier acontecer na sua 
esfera de competência. São todos aqueles procedimentos fundamentais, que irão permitir aos órgãos e pessoas 
envolvidos em um evento crítico, possuir condições de interagir de maneira pró-ativa com as situações encontradas. 
A ausência e ou carência de uma destas fases proporcionarão dificuldades ou até mesmo impedirá uma resposta 
satisfatória para sociedade, arranhando desta forma a credibilidade do Sistema de Defesa Social (SDF) e colocando 
vidas em risco. Esta é a fase em que nos encontramos neste exato momento. É a fase da normatização, da formação 
(apresentação, estudo, pesquisa) de doutrina, da elaboração de um plano de contingência ou segurança, 
estruturação e treinamento. 
NORMATIZAÇÃO: A normatização serve antes de tudo como o embasamento legal de atuação dos órgãos 
envolvidos. Apesar de constar na Constituição Federal de 1988, no seu Art. 144, a competência dos órgãos do 
Sistema de Defesa Social (SDF), atribuindo às Policiais Civis a repressão mediata, ou seja, através da investigação 
policial, elucidar delitos, além de subsidiar o Poder Judiciário através do Inquérito Policial dos elementos para o início 
da ação penal, cabendo às Policiais Militares o Policiamento Ostensivo, ou seja, a repressão imediata (instantânea), 
mesmo com a existência do policiamento preventivo, ocorrendo o delito o PM deverá de imediato agir em defesa da 
sociedade. Em alguns estados membros da União existe norma específica sobre a matéria, evitando assim, o conflito 
de atribuições. 
FORMAÇÃO DE DOUTRINA: É de fundamental importância que os envolvidos em eventos críticos tenham o 
conhecimento dos procedimentos a serem adotados quando na confrontação e através deum programa contínuo e 
criterioso de divulgação, com cursos, estágios, palestras e oficinas, a Secretaria de Segurança Pública tem 
transmitido aos integrantes do Sistema de Defesa Social(SDF), a necessidade de padronização de posturas e de 
cooperação para resolução dos conflitos da vida moderna, tendo o devido cuidado com referencia ao nível de 
informação, para não reduzir ou até mesmo anular, as técnicas de respostas, utilizadas pelo Sistema de defesa 
Social do Estado, contra a escalada da violência que vitima a nossa sociedade. 
PLANO DE CONTIGÊNCIA OU SEGURANÇA: O plano de contingência ou segurança está intimamente relacionado 
ao planejamento estratégico que é elaborado pelas instituições, avaliando-se dentro do Estado os locais, pessoas e 
negócios sensíveis, notáveis e importantes na nossa estrutura, reduzindo desta forma a incidência dessas 
ocorrências ou minimizando seus efeitos quando é deflagrada. 
ESTRUTURAÇÃO: Com aumento de ocorrência desta natureza, ficou irreversível a necessidade de criação de uma 
estrutura específica para tratar do assunto, com pessoal treinado, espaço definido e principalmente equipamentos 
eficientes para fazer frente aos eventos críticos. 
TREINAMENTO: Como já entendemos que crise é um fenômeno social, e como fenômeno social está sempre num 
processo de mudanças, os profissionais que atuam nesta área não podem se permitir parar no tempo, pois, esta 
estagnação poderá custar uma preciosa vida, logo, o aprimoramento técnico profissional deve ser contínuo, avaliando 
através de estudo de casos os procedimentos adotados em todas as ocorrências, formando um banco de dados 
eficiente. 
FASE DA CONFRONTAÇÃO (RESPOSTA IMEDIATA ou AÇÃO) 
A fase de confrontação ou resposta imediata corresponde ao momento em que as primeiras medidas devem ser 
adotadas, imediatamente a eclosão de um evento de alta complexidade. Nesta fase, os Policiais Militares que estão 
no serviço de policiamento ostensivo, uma vez conhecedores da doutrina sobre gerenciamento de situações cruciais, 
são de extrema importância, pois, na maioria dos casos são eles que serão os primeiros a se depararem com tais 
ocorrências. Segundo Monteiro (1994) “(...) de uma resposta imediata eficiente depende quase que 60%do êxito da 
missão policial no gerenciamento de uma crise”. (grifo nosso). É a fase do conflito propriamente dito, onde ocorre 
a resposta imediata da Polícia através de ações urgentes de controle da área crítica, dividida nas seguintes etapas: 
CONTENÇÃO: a contenção de uma crise consiste em evitar que ela se alastre, isto é, impedindo que os 
sequestradores aumentem o número de reféns, ampliem a área sob seu controle, conquistem posições mais seguras, 
ou melhor, guarnecidas, tenham acesso a mais armamento, vias de escape, ou seja, a contenção é o impedimento do 
deslocamento do ponto crítico. Exemplificando a contenção que fora realizada na manutenção do perpetrador dentro 
do ônibus no caso do Ônibus 174, acontecido no Rio de Janeiro, em 2001.Enfim, é a ação policial que visa evitar o 
agravamento da situação ou que ela se alastre, impedindo que o causador: 
Aumente o número de reféns; Amplie a área de controle; Conquiste posições mais seguras; Tenham acesso a 
recursos que facilitem ou ampliem o seu potencial ofensivo. 
ISOLAMENTO: É a ação policial que visa cortar todos os meios de contato, visual, audiovisual e ou material dos 
envolvidos diretamente no conflito. É o “congelamento” do objetivo (local), visando interromper o contato da vítima ou 
refém e principalmente do causador com o exterior. 
 Recomenda-se o corte de energia elétrica, linha telefônica, sistema de abastecimento deágua, gás e qualquer 
outro meio de independência por parte dos causadores. Permite que a Polícia assuma o controle como único veículo 
de interlocução. Quanto melhor o isolamento melhor a possibilidade de negociação. A ação de isolar o ponto crítico 
se desenvolve praticamente ao mesmo tempo em que a de conter a crise. Os perpetradores devem ser isolados de 
 
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forma que se imponha a eles a sensação de estarem completamente sozinhos. Torna-se conveniente registrar, a 
ressalva do Ten PMES Doria(SENASP 2007), “(...) dentro do isolamento será feito a evacuação das pessoas que não 
são envolvidas com a ocorrência, como: transeuntes e trabalhadores do local. Após a evacuação serão determinados 
os perímetros interno e externo.” 
INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES: Considerado o momento mais tenso, por não termos os elementos essenciais de 
informações, como número de reféns ou vítimas, quantidade de causadores, armamento utilizado, conhecimento do 
espaço físico. É o principal momento em que o policial pode encontrar uma certa agressividade por parte dos 
causadores. A técnica recomenda que este contato inicial seja através de instrumentos de comunicação como 
megafone, etc. Mesmo que a autoridade que primeiro tiver contato com a crise não seja um negociador oficial, este 
deverá iniciar o processo de negociação assim que as condições do terreno o permitam. 
 
8 - PERÍMETROS DE SEGURANÇA 
 São os anéis de controle, que propiciam a segurança da população, das autoridades envolvidas, da imprensa, 
das vítimas ou reféns e dos protagonistas do evento. A sua forma e tamanho podem variar de acordo com cada 
ocorrência, pois dependeremos de vários fatores como: espaço físico onde esta ocorrendo a crise, poder de 
letalidade do armamento que está sendo utilizado e a tipologia do causador do evento crítico, vale lembrar que 
quanto maior suas 
dimensões, mais difícil sua manutenção. Os perímetros de segurança geralmente são divididos em três etapas: 
EXTERNO, INTERMEDIÁRIO e INTERNO. 
RÍMETRO EXTERNO: É o local onde deverão ficar todas as pessoas que não estão envolvidas diretamente 
com o conflito, a exemplo de curiosos, policiais de folga ou de serviço em outra área de atuação, a imprensa, etc. 
 É local onde é estabelecida toda estrutura operacional para resolução do 
conflito, neste perímetro ficam instalados: 
 
8.1 - COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES (CTO) 
 A competência para gerir as atividades policiais é atribuída naturalmente aos Comandantes de Unidade 
Operacional, a depender do grau de risco e proporcionalidade da ocorrência, através de entendimento do escalão 
superior, são acionados outras autoridades para o local. O Comandante do Teatro de Operações é:Autoridade 
máxima para todas as ações no local; Quem adota as medidas doutrinárias, observando os critérios de ação; É quem 
determina à estratégica; É quem autoriza todas as ações táticas (com exceção das abordagens emergenciais); 
 É quem estabelece e supervisiona a cadeia de comando e assegura uma coordenação com o seu substituto. 
8.2 - CHEFE DO GRUPO DE NEGOCIADORES: Está subordinado diretamente ao CTO; Tem controle direto sobre 
os negociadores; Determina condições viáveis de negociação e as recomenda ao CTO; Assegura o cumprimento das 
estratégias do CTO; Formula táticas de negociação específicas e apresenta ao CTO para aprovação; Assegura a 
coordenação de iniciativas táticas com os integrantes do grupo tático; 
Faz levantamento periódico da situação psicológica dos causadores, bem como do negociador principal. 
8.3 - CHEFE DO GRUPO DE APOIO OPERACIONAL: Coordena os elementos de apoio operacional envolvido no 
gerenciamento das subunidades operacionais, dos grupamentos especializados da unidade, do acionamento do 
plano de chamada e da elaboração de escalas de serviço. 
8.4 - CHEFE DO GRUPO DE VIGILÂNCIA TÉCNICA: É quem recomenda as opções de vigilância técnica ao CTO; 
Prepara à vigilância técnica de modo a retro alimentar o sistema de defesa social e respaldara ação policial. 
8.5 - COMANDANTE DO GRUPO TÁTICO: Tem o controle direto sobre a zona estéril; Determina as opções táticas 
viáveis e as recomenda ao CTO; Formula planos táticos específicos, visando apoiar as estratégias concebidaspelo 
CTO; Assegura a comunicação rápida das informações passadas pelos atiradores de precisão. 
8.6 - CHEFE DO GRUPO DE APOIO ADMINISTRATIVO: Coordena os elementos de apoio administrativo, financeiro 
e logístico, envolvidos no gerenciamento como: Pessoal de informações; Pessoal de logística; Elementos de 
assessoria exógena; Assessoria de imprensa; 
GRUPO DE INFORMAÇÕES: Coleta, processa, analisa e difunde informações atuais e oportunas a todos os 
usuários (CTO,CGT e Negociadores);Desenvolve e assegura a consecução de diretrizes investigatórias, com vistas à 
coleta de informações. 
GRUPO DE LOGÍSTICA: Têm como missão - Prover e coordenar o sistema de transporte entre o local da crise e a 
repartição policial; Prover e coordenar os serviços de manutenção; 
Prover e coordenar a distribuição de víveres e local de repouso da tropa; Matem um completo inventário dos 
equipamentos e demais insumos utilizados no local da crise. 
GRUPO DE ASSESSORIA EXÓGENA: Aplicação de assessoria de profissionais ligados a áreas de conhecimentos 
não dominados pelo aparelho policial. Exemplo: Medicina; Epidemiologia; Energia Nuclear, etc. 
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Preferencialmente terá a frente dessa missão, alguém que conheça de Comunicação 
Social; É o único elemento responsável pela divulgação dos fatos; Deve estar se policiando para não passar, de 
forma alguma, técnicas ou táticas empregadas na operação; Antes de iniciar cada contato com a imprensa, falar 
antes com o CTO, para as devidas orientações, sobre o que vai ser passado; Utilizar a própria mídia como fator de 
sucesso no gerenciamento da crise. 
 
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: O perímetro tático interno é um cordão de isolamento que circula o ponto crítico, 
formando oque se denomina de zona estéril. No seu interior, somente devem permanecer os perpetradores, os reféns 
(se houver) e os policiais especialmente designados. 
FASE DA PÓS-CONFRONTAÇÃO DE UM EVENTO CRÍTICO: Fase que sucede o encerramento de um evento 
crítico. Algumas pessoas acreditam que com a libertação dos reféns a ocorrência já está terminada, vamos citar 
algumas dentre as varias medidas que o aparelho policial precisa adotar após a confrontação: 
Atendimento médico para os reféns ou vítimas: Uma das primeiras medidas a serem tomadas, é o acionamento 
de atendimento médico para o local, ao final da ocorrência mesmo que a pessoa não queira ser atendida, torna-se 
conveniente que um profissional da área de saúde, possa fazer este primeiro contato, visando verificar o seu estado 
de saúde, e desta forma evitar certas surpresas. 
Cumprimento das garantias: Não podemos garantir o que não podemos cumprir. Estabelecida a negociação por 
parte do aparelho policial, ela tem que está pautada antes de tudo na aceitabilidade legal, moral e ética. Autuação em 
Flagrante dos causadores torna-se uma consequência natural na maioria das ocorrências de Gerenciamento de 
Crises, atribuindo inclusive, responsabilidades aos seus autores. 
Relatório do Evento (Fatos e críticas):Constar tudo que for julgado importante sobre a ocorrência, e com riqueza de 
detalhes, pois, não podemos esquecer que este relatório é uma das peças fundamentais do processo legal. Estudo 
de Caso pormenorizado (Fotos, entrevistas, filmagens, depoimentos, manuscritos, reportagens, documentos etc.). 
 
9 - Alternativas táticas 
De acordo com a doutrina norte-americana, as alternativas táticas existentes no processo de Gerenciamento de 
Crises são: 
- Negociação; Técnicas não-letais; Tiro de comprometimento; Invasão tática. 
NEGOCIAÇÃO: Considerado o momento mais tenso, por não termos os elementos essenciais de informações, como 
número de reféns ou vítimas, quantidade de causadores, armamento utilizado, conhecimento do espaço físico. É o 
principal momento em que o policial pode encontrar uma certa agressividade por parte dos causadores. A técnica 
recomenda que este contato inicial seja através de instrumentos de comunicação como megafone, etc. Mesmo que a 
autoridade que primeiro tiver contato com a crise, não seja um negociador oficial, ainda assim, este deverá iniciar o 
processo de negociação assim que as condições do terreno permitir. 
 O negociador, pessoa com treinamento específico, tem um papel de grande responsabilidade no processo de 
gerenciamento de crises, sendo muitas as suas atribuições. Assim sendo, não pode a sua função ser desempenhada 
por qualquer outra pessoa, influente ou não, como já ocorreram e ocorrem em diversas ocasiões. Monteiro (1994) cita 
em uma de suas obras que: “Faz parte da história policial recente, no Brasil, a utilização de religiosos, psicólogos 
,políticos e até Secretários de Segurança Pública como negociadores. Tal prática tem-se revelado inteiramente 
condenável, com resultados prejudiciais para um eficiente gerenciamento dos eventos críticos, e a sua reincidência 
somente encontra explicação razoável no fato de a grande maioria das organizações policiais do país não ser dotada 
de uma equipe de negociadores constantemente 
treinada para essa missão”. 
O papel mais específico do negociador é o de ser intermediário entre os causadores da crise e o Comandante do 
Teatro de Operações. Ele é o canal de conversação que se desenvolve entre, as exigências dos causadores do 
evento crítico e a postura das autoridades, na busca de uma solução aceitável. 
CARACTERÍSTICAS QUE DEVE TER O NEGOCIADOR: 
• Conhecimento global da doutrina; 
• Respeitabilidade e confiabilidade; 
• Maleabilidade; 
• Fleugma e paciência; 
• Espírito de equipe; 
• Disciplina Autoconfiança Autocontrole; 
• Comunicabilidade; 
• Perspicácia; 
• Não ter poder de decisão. 
OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO: 
• Ganhar tempo; 
• Abrandar exigências; 
• Colher informações; 
• Prover um suporte tático. 
TÁTICAS DE NEGOCIAÇÃO - Regras Básicas: 
• Estabilize e contenha a situação; 
• Escolha a ocasião correta para fazer contato; 
• Procure ganhar tempo; 
• Deixe o indivíduo falar - é mais importante ser um bom ouvinte que um bom conversador; 
• Não ofereça nada ao indivíduo; 
• Evite dirigir a sua atenção as vítimas com muita frequência e não os chame de refém; 
 
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• Seja tão honesto quanto possível, evitando truques; 
• Atenda pequenas exigências; 
• Nunca diga a palavra “NÃO”; 
• Procure abrandar as exigências; 
• Nunca estabeleça um prazo fatal e procure não aceitar prazo fatal; 
• Não faça sugestões alternativas; 
• Não envolva pessoas “não policiais” no processo de negociação; 
• Não permita qualquer troca de reféns, principalmente não troque um negociador por refém; 
• Evite negociar cara a cara. 
 
10 - TÉCNICAS NÃO-LETAIS (OU MENOS LETAL) 
 É o conjunto de métodos utilizados para resolver um determinado litígio ou realizar uma diligência policial, de 
modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na situação. Segundo o conceito adotado pela Polícia Militar do 
Estado de São Paulo, é: “Toda ação coroada de êxito, onde o PM atua em uma ocorrência policial que, dependendo 
do desfecho, faça o correto emprego dos meios auxiliares para contenção da ação ilícita, somente utilizando a arma 
de fogo após esgotarem tais recursos”. Essa alternativa tática, com o passar do tempo e seu emprego, têm mostrado 
que os equipamentos tidos como não-letais, se forem mal empregados, podem ocasionar a morte, além de Não 
produzir o efeito desejado. Segundo De Souza e Riani (2007, p. 4), 
• Não-letal é o conceito que rege toda a produção, utilização e aplicação de técnicas, tecnologias, armas, munições e 
equipamentos não-letais em atuações policiais. 
• Técnicas não-letais – conjunto de métodos utilizados para resolver um determinado litígio ou realizar uma 
diligência policial, de modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na situação (...) somenteutilizando a arma 
de fogo após esgotarem tais recursos. 
• Tecnologias não-letais – conjunto de conhecimentos e princípios científicos utilizados na produção e emprego de 
equipamentos não-letais. 
• Armas não-letais são as projetadas e empregadas especificamente para incapacitar pessoal ou material, 
minimizando mortes, ferimentos permanentes no pessoal, danos indesejáveis à propriedade e comprometimento do 
meio ambiente. 
• Munições não letais – são as munições desenvolvidas com objetivo de causar a redução da capacidade operativa 
e/ou combativa do agressor ou oponente. Podem ser empregadas em armas convencionais ou específicas para 
atuações não-letais. 
• Equipamentos não-letais – todos os artefatos – inclusive os não classificados como armas – desenvolvidos com 
finalidade de preservar vidas, durante atuação policial ou militar, inclusive os equipamentos de proteção individual 
(EPI’s).Podemos, então, afirmar que as terminologias “não letal”, “menos letal” e “menos que letal” podem ser usados, 
pois referem-se ao objetivo a ser alcançado, e não do resultado incondicional do uso de tais tecnologias ou 
equipamentos. As armas não-letais atuam através de ruído, irritação da pele, mucosas e sistema respiratório, 
privação visual por ação de fumaça e luz, limitação de movimentos através de choque 
elétrico, e impacto controlado. Essas armas objetivam inibir ou neutralizar temporariamente a agressividade do 
indivíduo através de debilitação ou incapacitação. (DE SOUZA E RIANI, 2007,p. 7). 
 
O TIRO DE COMPROMETIMENTO (SNIPER): Segundo Lucca (2002, p. 4),O tiro de comprometimento constitui 
também uma alternativa tática de fundamental importância para resolução de crises envolvendo reféns localizados. 
No entanto, a aplicação dessa alternativa tática necessita de uma avaliação minuciosa de todo o contexto, sobretudo, 
do polígono formado pelo treinamento, armamento, munição e equipamento, que são os elementos fundamentais 
para que o objetivo idealizado seja alcançado. Ser um sniper (atirador de elite)transcende ter uma arma qualquer e 
uma luneta de pontaria, para acertar um tiro na cabeça. Um fato curioso é que, por diversas razões, grandes estragos 
tem sido feitos pelos snipers, em crises com reféns localizados, sendo, portanto, o ponto mais sensível de todos os 
grupos de elite do mundo. A decisão de um gerente de crises em fazer o uso de tal alternativa tática é de grande 
responsabilidade e deve ser efetuada, quando todas as outras forem inadequadas e quando o cenário para tal fato 
seja favorável. O atirador de elite só atua mediante autorização. Isso deve ser entendido no que diz respeito somente 
ao seu posicionamento e também quando de ordens expressas que lhe autorizem o emprego do armamento, quer 
preservando a vida do criminoso, quer atuando para a eliminação total do risco (LUCCA, 2002, p. 109). 
 
A INVASÃO TÁTICA: A invasão tática representa, em geral, a última alternativa a ser empregada em uma ocorrência 
com reféns localizados. Isso ocorre porque o emprego da invasão tática acentua o risco da operação, aumentando, 
como consequência, o risco de vida para o refém, para o policial e para o transgressor da lei. Isso por si só, vai de 
encontro com um dos objetivos principais do gerenciamento de crises que é a preservação da vida. Dessa forma, só 
se admite a aplicação dessa alternativa tática quando, no momento da ocorrência, o risco em relação aos reféns se 
torna um risco ameaçador à integridade física dos mesmos ou ainda quando, na situação em andamento, houver uma 
grande possibilidade de sucesso do time tático. 
 
 
 
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Elementos de informações 
P - PERPETRADOR (causador, captor) 
R - REFÉM OU VÍTIMA 
O - OBJETIVO(local) 
A - ARMAS 
Fontes de informação 
- Reféns liberados ou escapados; 
- Negociadores; 
- Atiradores de Elite; 
- Vigilância Técnica; 
- Investigação; 
- Documentos; 
- Mídia; 
- Exploração Tática, etc. 
 
COMO FUNCIONA A NEGOCIAÇÃO DE REFÉNS: Uma situação de refém é o pior momento de um caso de 
cumprimento da lei, porque coloca civis inocentes diretamente no caminho do perigo. Uma intervenção armada se 
torna muito arriscada, pois os próprios reféns podem ser feridos tanto por uma bala perdida quanto pelo 
seqüestrador. Isso faz com que a negociação seja o aspecto mais importante de qualquer crise com reféns. Um 
negociador habilidoso deve descobrir o que o seqüestrador quer, quem é ele ou ela e o que vai ser preciso para um 
final pacífico, tudo enquanto garante a segurança dos reféns e de espectadores. 
 Idealmente, uma situação de refém acaba com todos os bandidos indo embora (ainda que com alguns deles 
algemados). Neste artigo, vamos ver o que acontece na cena de uma negociação de reféns, como um negociador 
finaliza o trabalho e o que é necessário para se tornar um negociador de refém profissional. Também daremos uma 
olhada na psicologia dos seqüestradores e dos próprios reféns. 
 
A situação de reféns: Embora as situações de reféns possam variar muito com base nas motivações do 
seqüestrador e nas exatas circunstâncias que envolvem o incidente, há alguns fatos básicos que se aplicam para 
todas estas situações. 
• O sequestrador quer algo para obter alguma coisa. Isso pode ser tão simples como dinheiro, segurança pessoal ou 
uma passagem segura para outro país, ou pode envolver complicados objetivos políticos. 
• O alvo do seqüestrador não é o refém, é uma terceira pessoa (uma pessoa, uma empresa ou um governo), que 
pode fornecer o que quer que seja que o sequestrador queira. 
• Os reféns são apenas o meio para a barganha. Eles podem ter valor simbólico (como nos Jogos Olímpicos de 
Munique em 1972, em que o alvo era o governo israelense e os reféns eram os atletas israelenses), mas os reféns 
podem ser qualquer pessoa. 
 
Foto cedida Clássicos da Sony Pictures Foto do documentário "Terror em Setembro" (One Day in 
September) mostrando um dos seqüestradores nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972 
 
As situações de reféns passam por várias fases diferentes: 
1. Fase inicial - essa fase é violenta, breve e dura tanto quanto os seqüestradores precisam para atacar e dominar 
os reféns. O final dessa fase geralmente é marcado pela apresentação das exigências dos seqüestradores; 
 
2. Fase de negociação - nesse ponto, os oficiais da lei estão em cena e as exigências provavelmente foram 
recebidas. Essa fase pode durar horas, dias ou meses e também pode ser referida como "a fase do impasse". 
Fisicamente, nada sobre a situação muda muito. Os reféns e seus seqüestradores permanecem no mesmo lugar. 
Entretanto, muita coisa está acontecendo durante essa fase em termos do desenvolvimento da relação entre todos os 
envolvidos. O trabalho do negociador concentra-se em manipular tal relação de modo que o resultado seja um final 
pacífico; 
3. Fase terminal - essa é breve, e algumas vezes pode ser violenta. Essa fase tem um de três resultados: 
▪ o sequestrador se entrega pacificamente e é preso 
▪ a polícia ataca o seqüestrador matando-o ou prendendo-o 
▪ as exigências do seqüestrador são concedidas e ele escapa 
 O destino dos reféns não depende necessariamente do que acontece durante a fase terminal. Mesmo que os 
seqüestradores desistam, eles podem ter matado os reféns durante as negociações. Muitas vezes, os reféns são 
mortos tanto acidentalmente pela polícia quanto intencionalmente por seus captores durante o ataque. Já houve 
casos em que os seqüestradores tiveram suas exigências concedidas, mas mataram um refém assim mesmo. 
 
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 Também há o estágio pós-incidente, no qual os efeitos do incidente perdem a eficácia. Esses efeitos podem 
ser mudanças no status da responsabilidade de grupo, mudanças na relação entregovernos mundiais ou aumento na 
segurança. 
 Agora que vimos como a maioria das situações de reféns é parecida, vamos ver em que aspectos algumas 
são diferentes de outras. 
Os seqüestradores 
Uma das primeiras coisas que um negociador faz quando chega na cena de uma crise de refém é descobrir o que for 
possível sobre o sequestrador. A questão mais básica é: por que essa pessoa tomou alguém como refém? Há 
algumas razões comuns. 
• O seqüestrador pode ser emocionalmente ou mentalmente perturbado. Sua razão específica para dominar um refém 
pode ser ilógica. Ele pode ser suicida. Esse é o único tipo de situação em que o refém é muitas vezes parente do 
seqüestrador. Esse tipo de situação de refém não é planejado. 
 De acordo com o tenente Gary Schmidt, do Departamento de Polícia de Cheektowaga, em Cheektowaga, NY, 
esse é o tipo de situação de refém que o policial enfrenta muitas vezes. "Na maioria das vezes, é apenas uma pessoa 
envolvida em uma disputa doméstica, entrincheirada em casa. Os reféns são membros da família no mesmo edifício". 
 Alguns criminosos usam inocentes espectadores curiosos como escudos humanos para se proteger da 
polícia. Na maioria dos casos, isso acontece quando um criminoso é pego, entra em pânico e agarra um refém para 
ajudá-lo a escapar. Em casos raros, os reféns são parte de um plano usado por criminosos profissionais para ajudá-
los a escapar, mas geralmente isso não é planejado. 
 A situação de refém mais famosa da história foi o resultado de um ataque cuidadosamente planejado por 
terroristas e grupos políticos radicais. Os sequestradores tinham intenção desde o começo de negociar as vidas dos 
reféns por objetivos específicos. Isso pode variar de mudanças na política de um ou mais países, liberação de 
prisioneiros políticos ou revogação de leis específicas. 
 Os grupos terroristas também podem ter objetivos que alcancem independentemente do resultado: 
desestabilizar o alvo de seus ataques e atrair a atenção para sua causa. Sequestro é uma forma de crise de refém, 
mas não se assemelha à típica situação na qual o seqüestrador fica entrincheirado em uma área conhecida. Os 
seqüestradores mantêm seu refém em um local secreto e os contatos são muitas vezes em apenas uma direção: os 
sequestradores dizem às autoridades o que fazer. Como resultado, não há muita negociação. 
 Independentemente da motivação do seqüestrador, o elemento básico da negociação permanece o mesmo. 
"Você trabalha para construir uma harmonia e encorajá-los a chegar a um final pacífico. As mesmas técnicas são 
usadas sempre que alguém está em crise", afirmou o tenente Schmidt. 
 Na próxima seção, vamos descobrir o que um negociador faz na cena de uma situação de refém. 
O negociador chega na cena: Na cena de uma crise com refém, os agentes mais importantes são o comandante, 
que tem a autoridade sobre a cena total e todo o pessoal envolvido, e o negociador, que se comunica diretamente 
com os seqüestradores. É vital que essas duas posições não sejam mantidas pela mesma pessoa. O negociador tem 
de manter um ponto de vista objetivo e permanecer calmo: as duas coisas podem ser difíceis se ele estiver tomando 
as decisões simultaneamente. Além disso, uma das táticas mais úteis do negociador é causar atrasos dizendo para 
os seqüestradores que as altas autoridades devem ser consultadas antes que uma decisão possa ser tomada ou uma 
concessão oferecida. Se o negociador for uma alta autoridade na cena, isso obviamente não funciona. 
 
 A prioridade do negociador no início da negociação é juntar informações. Muita informação virá de outros 
oficiais na cena que fizeram o reconhecimento da área ou investigaram os antecedentes dos seqüestradores, mas o 
negociador pode aprender muito dos próprios seqüestradores. O negociador deve descobrir quem são os 
seqüestradores, por que eles estão mantendo as pessoas como reféns, quais são suas exigências, quem é seu líder 
 
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e se há mais de um. Ao mesmo tempo, o negociador está prestando muita atenção às respostas do seqüestrador, 
maneirismos e atitudes em geral para criar um esboço do perfil psicológico. Isso pode dar ao negociador algumas 
pistas de como o seqüestrador deve responder a certas situações. Um negociador lida de formas muito diferentes 
com um depressivo, um seqüestrador suicida e um pragmatista frio e racional 
Negociadores acidentais: Os negociadores em situações de reféns nem sempre são profissionais treinados. Às 
vezes, um espectador curioso acaba se envolvendo, talvez porque a pessoa domina diferentes idiomas ou 
simplesmente porque atende um telefone. Em 1975, o grupo terrorista Exército Vermelho Japonês atacou o 
Consulado Americano em Kuala Lampur, Malásia. Os terroristas fizeram uma ligação telefônica para notificar as 
autoridades americanas que eles tinham reféns, e um agente júnior da embaixada teve o azar de atender a ligação. 
Os agentes do Exército Vermelho Japonês se recusaram a falar com qualquer outra pessoa durante toda a crise 
(Antokol, p. 135). 
 Quando possível, os oficiais da lei trazem um negociador profissional para auxiliar esses "negociadores 
relutantes". 
Os objetivos e as táticas do negociador: 
Prolongar a situação - quanto mais a situação durar, é mais provável que termine pacificamente. As táticas incluem 
os pretextos, enquanto um oficial de maior autoridade é consultado, conseguindo que os prazos sejam repelidos, 
enfocando a atenção dos seqüestradores em detalhes como o tipo de avião que eles querem e fazendo perguntas 
abertas para eles ao invés de perguntas de "sim" ou "não"; 
Garantir a segurança dos reféns - isso significa convencer o seqüestrador a permitir tratamento médico ou a 
liberação de reféns doentes ou feridos, negociando a entrega de comida e água e a liberação de quantos reféns for 
possível. Conseguindo que alguns dos reféns saiam da situação não apenas garante sua segurança mas também 
simplifica a situação no caso da necessidade de um ataque armado. Além disso, a liberação de reféns pode fornecer 
valiosas informações sobre o local e os hábitos dos captores e outros reféns; 
Manter as coisas calmas - desde o ataque inicial e durante todas as primeiras horas de negociações, os 
seqüestradores podem ser extremamente explosivos. Eles geralmente estão com raiva de algo que consideram uma 
injustiça e que os levou a fazer reféns e cheios de adrenalina seguida de excitação por causa do ataque. Pessoas 
com raiva e excitadas portando metralhadoras não são boas para os reféns. O negociador nunca deve discutir com o 
seqüestrador ou dizer "não" a uma exigência. Em vez disso, deve usar táticas de protelação ou fazer uma contra-
oferta. Acima de tudo, ele deve manter uma atitude positiva e otimista, reassegurando ao seqüestrador que tudo vai 
terminar em paz; 
 Encorajar o crescimento da relação entre o negociador e o seqüestrador e entre ele e os reféns - o 
negociador deve parecer crédulo para o capturador. Isto é, deve agir como se entendesse as razões para as ações 
do seqüestrador mas ainda se apresentar forte - não apenas ansioso para comprazê-lo. O negociador também pode 
encorajar as atividades que pedem cooperação e interação entre os captores e os reféns, como enviar comida e 
medicamentos em grandes pacotes que precisam ser preparados. Quando o seqüestrador consegue conhecer os 
reféns e os vê como seres humanos, se torna mais difícil executá-los. Em um impasse com reféns em 1975 em um 
trem na Holanda, um refém, Robert de Groot, escolhido para morrer, foi poupado pelos terroristas, que oouviram 
rezar por sua esposa e seus filhos. Alguns dos seqüestradores choraram, e dois deles concordaram em evitar um tiro 
letal quando eles o empurraram do trem. Ele rolou por um dique e saiu ileso, fingiu de morto e escapou um pouco 
depois (Barker, p. 33). Quando os terroristas escolheram outro refém para a execução,não permitiram orações, 
matando-os rapidamente para evitar tensão emocional. 
 
Trabalho de equipe: Os negociadores de reféns podem trabalhar em equipes, com um negociador principal e outro 
secundário. O negociador secundário ouve todas a comunicação entre a polícia e o seqüestrador, toma notas e 
providencia apoio, auxílio e sugestões para o negociador principal. Algumas vezes, o principal "empaca" e não 
consegue pensar na coisa certa a dizer, então o secundário pode ajudar. 
 A seguir, vamos descobrir como os negociadores equilibram a segurança dos reféns com a realidade política. 
Síndrome de Estocolmo: 
Passar horas, dias e meses juntos não apenas alimenta sentimentos da parte do seqüestrador em relação ao refém. 
Os reféns muitas vezes também desenvolvem simpatia por seus captores. Isso é conhecido com Síndrome de 
Estocolmo, batizada por causa de um assalto a banco sueco que deu errado, resultando em um seqüestro de seis 
dias. Os reféns acabaram auxiliando o assalto, agindo como observadores e aconselhando o assaltante, enquanto 
gradualmente passavam a ver a polícia do lado de fora como inimiga. Umas das mulheres entre os reféns até mesmo 
se casou com seu seqüestrador enquanto ele ainda estava na prisão. Há razões psicológicas complicadas para a 
Síndrome de Estocolmo. Em parte, é um mecanismo de defesa que permite que a pessoa enfrente uma situação que, 
do contrário, seria insustentável. Também tem algo a ver com poder: o seqüestrador tem o poder de matar os reféns 
e, quando ele não o usa, o alívio do refém pode se transformar em gratidão, eventualmente desenvolvendo simpatia. 
Além disso, o medo da polícia entrar rapidamente na situação e matar os reféns acidentalmente em um tiroteio é 
muito poderoso e ajuda a fazer com que os reféns se virem contra as autoridades. 
 
 
 
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Fazendo um acordo: No início da crise com reféns, as exigências dos sequestradores geralmente não são 
razoáveis. Eles podem pedir enormes somas de dinheiro ou a libertação de milhares de companheiros terroristas das 
prisões. É claro que o negociador não pode apenas dar a eles qualquer coisa que peçam, mesmo que isso signifique 
segurança para os reféns. As polícias de qualquer nação envolvida, a habilidade para realmente adquirir os itens a 
serem exigidos e a necessidade de consultar o comandante da situação e os altos oficiais políticos, tudo limita o que 
o negociador pode oferecer aos seqüestradores. Além do que, se alguém que fizer reféns imediatamente tiver todas 
suas exigências concedidas, o mundo enfrentaria uma crise após a outra. 
 
 
Um sequestrador ameaça o capitão John Testrake enquanto ele se recosta no assento do piloto do vôo 847 da TWA 
em Beirute, em junho de 1985 
 Entretanto, o negociador pode "contribuir" com a situação oferecendo concessões menores, como comida e 
água, promessas de transporte e cobertura da mídia. Em retorno, os seqüestradores podem trocar alguns dos reféns 
ou algumas de suas armas ou concordar em reduzir suas exigências. Continuando esse processo, o negociador pode 
gradualmente enfraquecer a posição do seqüestrador. 
 A maioria dos países tem oficiais de polícia ligados à negociação com terroristas. Entretanto, esses policiais 
mudam com o tempo, e tendem a ser flexíveis dependendo da situação. Se os reféns são crianças ou políticos 
importantes, mesmo o governo mais linha-dura e que não aceita negociar faz a exceção. Em muitos casos, acordos 
secretos são feitos permitindo que o governo aceite as exigências e salve os reféns, mas mantendo sua postura 
linha-dura em público contraria a ceder às exigências dos terroristas. 
 Israel, Estados Unidos e Rússia são as nações que têm a reputação de políticas restritas e não negociáveis. 
Contudo, toda política está aberta a exceções. Um exemplo é o do seqüestro do vôo 847 da TWA, em 1985. Os 
seqüestradores do Hezbollah exigiram a liberação de mais de 700 xiitas que estavam em prisões israelenses. Após 
uma longa provação, todos os reféns foram liberados (exceto um americano, assassinado pelos seqüestradores), e 
Israel liberou 766 prisioneiros. 
Os jogos olímpicos de Munique de 1972 
 O ataque e o cerco da Vila Olímpica em Munique nos jogos de verão de 1972 foram desencadeados por uma 
advertência: duas cartas haviam sido enviadas para os oficiais olímpicos solicitando que os atletas palestinos fossem 
reconhecidos e que tivessem permissão para participar. Nenhuma das cartas foi considerada. Em 5 de setembro, um 
grupo autodenominado Setembro Negro matou vários atletas israelenses e se garantiu no processo fazendo nove 
reféns israelenses. 
 As negociações duraram menos de 24 horas, e enquanto isso os sequestradores exigiam a liberação de 
centenas de palestinos de prisões na Europa e no Oriente Médio. Os negociadores recusaram os prazos 
repetidamente até as 10 horas da noite, quando os oficiais da Alemanha Ocidental perceberam que não conseguiriam 
cumprir as exigências dos terroristas. Eles aceitaram o pedido dos seqüestradores e entregaram a eles um ônibus 
para que fossem para os dois helicópteros que os levariam para o aeroporto. Lá, embarcaram em um avião. Os 
alemães sabiam que sua única chance em um ataque de sucesso aconteceria no aeroporto (Aston, p. 80). 
O tiroteio e a batalha de granadas, ocorridos pouco depois de os helicópteros pousarem no aeroporto, acabaram 
matando todos os reféns, bem como os policiais e um piloto. Cinco dos terroristas foram assassinados e três, 
capturados. 
 
Não fazendo um acordo: Embora recusar negociar com os terroristas seja muitas vezes a idéia popularmente 
política (ninguém quer "ceder" aos terroristas), isso pode ser desastroso. Mesmo que o governo não tenha intenção 
de conceder as exigências, o próprio processo de negociação é vital para alcançar uma resolução pacífica. Dois dos 
maiores e horríveis incidentes com reféns na história terminaram em tragédia em grande parte pela total recusa da 
Rússia em negociar com os separatistas chechenos muçulmanos. 
 Em outubro de 2002, terroristas armados invadiram um teatro russo, ameaçando explodi-lo se suas 
exigências para a retirada russa da região chechena não fossem cumpridas até o prazo que eles deram. Os russos 
esperaram vários dias antes de indicar um diplomata oficial do governo para conduzir as negociações, e depois 
decidir atacar o teatro usando "gás nocauteante" em vez de negociar mais. No final, 129 reféns morreram, quase 
todos por causa do gás venenoso. Embora um pobre planejamento e uma falta de cuidados médicos adequados 
tenham sido os culpados pela alta taxa de mortalidade, outras negociações poderiam ter reduzido o número de 
casualidades. 
 Infelizmente, a história se repetiu em 2004, quando separatistas chechenos invadiram uma escola primária 
em Beslan com um arsenal de armas e bombas. Novamente, os russos recorreram ao ataque armado, com 
 
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resultados trágicos. Os seqüestradores explodiram o ginásio onde estava a maioria dos reféns. Mais de 300 reféns 
foram mortos, sendo mais da metade crianças. 
 
Foto cedida Congressista Tom Tancredo, Estado do Colorado Exterior do ginásio da escola primária de 
Beslan. 
 
 Diferentemente, a França tinha a reputação, nos anos 70 e 80, de nação que estava disposta a negociar e 
fazer acordos com os terroristas. O resultado foi que a França se tornou o primeiro alvo dos ataques terroristas, e os 
grupos terroristas que fizeram acordos com o governo da França geralmente não os cumpriam. A seguir, vamos 
examinar um caso de uma negociação de refém. 
 
Estudo de caso: Princes Gate: Em abril de 1980, membros do Movimento Revolucionário Democrático para a 
Liberação dos Arabistas tomaram a embaixada em Princes Gate, em Londres, Inglaterra.Os terroristas fizeram 26 
reféns em sua busca de liberação para a província iraniana arabista. 
 Os negociadores mantiveram o líder dos terroristas falando por três dias, dando a ele a cobertura da mídia 
conforme sua exigência (apesar de um trabalho de reportagem malfeito pela BBC que o deixou com muita raiva) e 
ganhando a libertação de dois reféns doentes. Eles ganharam sua confiança e o fizeram adiar vários prazos. Eles o 
mantiveram focado em detalhes sem importância, como o tipo de ônibus que ele queria e o tipo de comida a ser 
trazida. 
 Durante todo o impasse, a polícia foi trabalhando para conseguir informações sobre o interior do prédio, um 
complexo de escritórios. As informações chegavam por meio de reféns libertados, entrega de comida e câmeras e 
microfones pendurados nas chaminés ou através das paredes. 
Infelizmente, os terroristas executaram um refém (segundo se soube, porque ele discutiu os méritos do Islã com 
eles), o que forçou as forças britânicas a entrarem em ação. Eles combinaram um ataque planejado com cuidado, 
com o negociador providenciando a distração. Essa foi uma brecha do protocolo padrão: geralmente os negociadores 
não são informados quando vai haver um ataque porque é muito difícil dar alguma pista pelo tom de voz ou escolha 
das palavras. Nesse caso, contudo, manter o líder dos terroristas no telefone o deixou longe das janelas, dando às 
tropas algum tempo extra para entrar no edifício antes que os seqüestradores descobrissem o ataque. 
 O ataque teve relativo sucesso. Os terroristas mataram um refém quando perceberam que estavam sob 
ataque, e o resto dos reféns escapou do edifício com vida. As forças britânicas mataram cinco terroristas durante o 
combate, incluindo o líder, e prenderam o sexto. 
 Para saber tudo sobre a situação em Princes Gate, veja Operação Nimrod: O ataque SAS em Princes Gate 
(site em inglês). 
 Na próxima seção, vamos descobrir como alguém se torna um negociador de refém profissional. 
Como manda o figurino: O tenente Schmidt descreveu um incidente relativamente comum que foi resolvido 
pacificamente porque os negociadores seguiram o treinamento. A primeira ligação telefônica veio de uma mulher que 
estava envolvida em uma briga com o marido, que ficou com raiva e carregou um revólver. Embora ele não tenha 
apontado a arma para ela, ela estava tão apavorada que chamou a polícia de outra parte da casa, secretamente. 
 Quando a polícia de Cheektowaga atendeu, eles prepararam uma unidade tática, que é a equipe da SWAT, 
para estabelecer o perímetro ao redor da casa. Uma unidade de apoio tático, que monta os equipamentos de 
comunicação, lida com a logística e inclui os negociadores, deu suporte à equipe da SWAT. Quando é possível, a 
unidade de apoio tático usa dois negociadores: um principal e outro secundário. Nesse caso, o tenente Schmidt 
estava atuando como secundário. 
 Eles fizeram o contato por telefone com o seqüestrador e continuaram a negociar com ele por várias horas. O 
negociador desenvolveu uma certa harmonia, discutindo os problemas conjugais que o levou até aquele "ponto 
crítico". Embora ele ainda não tivesse atirado ou mirado em alguém, ameaçou usar a arma; então, havia perigo real 
para a refém e para a polícia. No final, por causa da relação que criaram, foram capazes de convencê-lo a deixar a 
arma dentro da casa, sair pela porta da frente e se entregar. "É muito importante conseguir que eles deixem suas 
armas para trás quando se entregam", disse o tenente Schmidt. A equipe da SWAT levou o seqüestrador em custódia 
sem incidentes. 
 
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II - Instruções Básicas de Combate a incêndio 
O que é FOGO? 
Fogo, cientificamente chamado combustão, é a reação química entre o combustível e oxigênio do ar (comburente), 
facea uma fonte de calor. 
Os 3 elementos essenciais da combustão, constituem o chamado "Triângulo da Combustão". 
 
Se suprimirmos desse triângulo, um dos seus lados, eliminaremos o fogo. A partir disso, podemos definir as 3 formas 
de eliminar Combustão: 
a) Resfriamento: Quando se retira o calor; 
b) Abafamento: Quando se retira o comburente; 
c) Isolamento: Quando se retira o combustível. 
 
 
Classes de Incêndio 
 
Classe A 
Compreende os incêndios em corpos combustíveis comuns: papel, madeira, fibras, etc., que quando queimam deixam 
cinzas e resíduos e queimam em razão de seu volume, isto é, em superfície e profundidade. Necessitam para a sua 
extinção, o efeito de resfriamento: a água ou solução que a contenha em grande porcentagem. 
 
Classe B 
São os incêndios em líquidos petrolíferos e outros líquidos inflamáveis tais como a gasolina, óleo, tintas, etc., os quais, 
quando queimam, não deixam resíduos e queimam unicamente em função de sua superfície. Para sua extinção, usa-
se o sistema de abafamento (extintor de espuma). 
 
Classe C 
Compreende os incêndios em equipamentos elétricos que oferecem riscos ao operador. Exige-se, para a sua 
extinção, um meio não condutor de energia elétrica (extintor de CO2). 
 
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Conte com os bombeiros 
O Corpo de bombeiros tem programas especiais de esclarecimento, instrução e treinamento de voluntários para 
prevenção e combate de incêndios. Para os Síndicos e Zeladores de condomínios existem cursos dirigidos, que são 
uma boa oportunidade de estarem prontos e aptos nessas eventualidades. Embora cada edifício tenha características 
próprias, suas particularidades devem ser avaliadas, analisando-se desde equipamentos, conservação, áreas 
fechadas, instalações, etc. É indispensável seguir rigorosamente as normas legais de segurança estabelecidas, pois é 
muito mais importante e seguro evitar os incêndios do que apagá-los. 
Agentes Extintores 
Os agentes mais empregados na extinção de incêndios são: água, espuma, gás carbônico e pó químico seco. Para 
conhecer mais sobre cada um dos agentes extintores acima clique abaixo: 
Água (H2O) 
Espuma (ES) 
Gás (CO2) 
Pó Químico Seco (Pó) 
 
Água (H2O) 
É o mais comum e muito usado por ser encontrado em abundância. Age por resfriamento, quando aplicada sob a 
forma de jato sólido ou neblina nos incêndios de Classe A, é difícil extinguir o fogo em líquidos inflamáveis com água 
por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de energia elétrica, o que a torna extremamente perigosa nos 
incêndios de Classe C. 
 
 
http://www.administer.com.br/agua.htm
http://www.administer.com.br/espuma.htm
http://www.administer.com.br/gas.htm
http://www.administer.com.br/po.htm
 
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Espuma (ES) 
Existem dois tipos: química e mecânica. 
A espuma química é produzida juntando-se soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio (com 
alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10. 
A espuma mecânica é produzida pelo batimento mecânico de água com extrato proteínico, uma espécie de sabão 
líquido concentrado. Sua razão de expansão é de 1:6. A espuma mecânica de alta expansão chega a 1:1000. 
Tanto a espuma química como a mecânica têm dupla ação. Agem por resfriamento, devido a água e por abafamento, 
devido a própria espuma. Portanto, são úteis nos incêndios de Classe A e B. Não devem ser empregadas em 
incêndios de Classe C, porque contêm água. 
 
 
 
Gás (CO2) 
Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade. 
Pesa cerca de 1,5 vezes mais do que o ar atmosférico e é armazenado, sob a pressão de 850 libras, em tubos de 
aço. Quando aplicado sobre os incêndios, age por abafamento, suprimindo e isolando o oxigênio do ar. É eficiente 
nos incêndios de Classes B e C. Não dá bons resultados

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