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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ 
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL 
SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
Curso Preparatório para 
Formação de Agente 
Prisional 2019 
Concurso Público C – 199 / Edital nº 
001/2017 – SEAD/SUSIPE, de 15/12/2017 
Escola de Administração Penitenciária – EAP 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
1 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
 
 
 
Curso Preparatório para a Formação de 
Agente Prisional 
CONCURSO PÚBLICO C – 199 - EDITAL Nº 001/2017 
– SEAD/SUSIPE, de15 dezembro de 2017 
 
INTERVENÇÃO TÁTICA EM AMBIENTE PRISIONAL 
 EIXO AVANÇADO 
Carga Horária: 30 horas 
 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
2 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
Sumário 
 
Apresentação ................................................................................................... 03 
Informações do Professor Conteudista ........................................................... 04 
Objetivos da Disciplina .................................................................................... 05 
Conteúdo Programático .................................................................................. 05 
Introdução ....................................................................................................... 06 
Intervenção tática ............................................................................................ 09 
Considerações gerais ...................................................................................... 09 
Definição de intervenção ................................................................................. 10 
Características do operador tático ................................................................... 12 
Princípios do grupo tático ................................................................................ 13 
Grupo de intervenção (célula) ......................................................................... 14 
Equipamentos do grupo tático (individual) ...................................................... 15 
Armamentos do grupo tático............................................................................ 16 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
3 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
Apresentação 
O Curso Preparatório de Formação Profissional da Superintendência do 
Sistema Penitenciário representa ao Instituto de Ensino de Segurança do Pará 
(IESP), um meio de transmitir aos candidatos habilitados por meio do Concurso 
Público C – 199, lançado via Edital nº 001/2017 – SEAD/SUSPIE, de 
15/12/2017, noções relativas à Segurança Pública, de forma dinâmica e 
sistemática, um importante acervo de conhecimentos e saberes acumulados 
sobre a região e a área temática específica. 
O objetivo fundamental é contribuir para a formação dos candidatos a 
agentes prisionais para atuarem de forma qualificada no Sistema Penitenciário 
do Estado do Pará. Diante disso, a instituição propõe-se a aprofundar 
conteúdos interdisciplinares a fim de contribuir para a ampliação da política e 
gerar conhecimentos para que possam ser levados à sociedade de forma 
satisfatória. Nesse sentido, presta-se um serviço à comunidade em geral e 
confirma-se de forma indelével o papel político e a responsabilidade social da 
SUSIPE e do IESP no Estado do Pará quanto a efetivação da Educação 
Penitenciária de qualidade. 
Considerando os objetivos do curso, de capacitar profissionais para o 
exercício de seus cargos na carreira pública estadual penitenciária, é possível 
formar um lastro de servidores que virão se somar a instituição, assim como 
uma massa crítica de conhecimentos na área da segurança pública, tendo 
especialmente como pano de fundo as especificidades regionais, sobretudo no 
que tange aos impactos de ordem social em constante e acelerado processo 
de transformação. 
O material que ora se apresenta congrega conteúdos específicos de 
cada disciplina a ser ministrada ao longo do processo de formação futuros 
Agentes Penitenciários efetivos do Estado do Pará. 
Coordenação Pedagógica 
Escola de Administração Penitenciária 
 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
4 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
 
INTERVENÇÃO TÁTICA EM AMBIENTE PRISIONAL 
 
Professores Conteudista 
Antonio Sergio Santos Pinheiro 
Carlos Henrique 
Cesar Vinicius da Silva Vilhena 
Fabiano Calandrini 
Gilberto Reinaldo de Oliveira 
Luis Alex Duarte Pereira 
Rubens Teixeira Maues Júnior 
 
Professores da disciplina 
Antonio Sergio Santos Pinheiro 
Carlos Henrique 
Cesar Vinicius da Silva Vilhena 
Fabiano Calandrini 
Gilberto Reinaldo de Oliveira 
Luis Alex Duarte Pereira 
Rubens Teixeira Maues Júnior 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
5 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
 
INTERVENÇÃO TÁTICA EM AMBIENTE PRISIONAL 
 
Objetivo da Disciplina: 
Utilizar corretamente as técnicas de condução, imobilização e 
intervenção em ambiente carcerário, em conformidade com o uso 
progressivo da força e atribuições inerentes ao cargo de Agente 
Penitenciário Federal. 
 
Conteúdo programático 
Intervenção tática 
Considerações gerais 
Definição de intervenção 
Características do operador tático 
Princípios do grupo tático 
Grupo de intervenção (célula) 
Equipamentos do grupo tático (individual) 
Armamentos do grupo tático 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marituba – PA 
2019 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
6 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
INTRODUÇÃO 
O Sistema Penal Brasileiro carece de profissionais capacitados para o 
exercício das atividades relacionadas à intervenção em estabelecimentos 
penais. A Intervenção em estabelecimentos penais faz-se necessária 
objetivando a preservação da vida dos que ali trabalham, dos que cumprem 
pena e preservação do patrimônio. É decorrente do dever do Estado a busca 
da manutenção da integridade física e psicológica do custodiado e o “controle 
da situação”. 
Via de regra os criminosos cometem crimes, certos da impunidade. 
Quando há falta de “controle do Estado” nos estabelecimentos penais, esta 
característica é evidenciada. A cadeia deve ser disciplinada com 
procedimentos para que sua rotina diária transcorra normalmente e de forma 
segura, com operações preventivas e rotinas de controle sobre as ações 
criminosas. 
Não deve existir qualquer tipo de “acordos” entre custodiados e 
servidores, tais como: o custodiado não dá problema e a Direção do 
estabelecimento penal não o incomoda. É preciso que haja procedimentos na 
rotina diária para combater o tráfico de drogas, inibir a entrada de objetos não 
permitidos, inibir extorsões de custodiados e visitantes, feitas por quadrilhas 
que agem no interior dos estabelecimentos penais. Quando o poder público 
não tem o controle do ambiente carcerário, as quadrilhas se fortalecem a ponto 
de desafiar o Estado, atacando seus servidores e demonstrando a deficiência 
do sistema, uma vez que as maiores fontes de renda para essas facções é o 
domínio da própria prisão. Nelas existem o cliente cativo para fomentar o tráfico 
drogas, as vítimas de extorsão pelas dívidas geradas e não quitadas e também 
seus “soldados” que após alcançar a liberdade são obrigados a contribuir para 
manter a liderança daqueles que permanecem custodiados. Isso funciona 
como argumento para mantê-los“escravos” desse mundo do crime e gerar 
renda para as facções. 
Diante disso, não se consegue criar de forma plena uma estrutura para 
projetos de ressocialização, reeducação e reinserção da pessoa presa na 
sociedade. A solução é a implantação de procedimentos e treinamentos dos 
seus servidores para o Estado ter condições de dar uma resposta quando 
houver quebra dos procedimentos e regras, evitando que facções comandem 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
7 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
as prisões, escravizando os custodiados e trazendo grandes prejuízos, 
principalmente para a população, que é o alvo das ações criminosas. Caso a 
disciplina seja quebrada, é preciso, de imediato, dar uma resposta para que 
seja contida a crise, restabelecida a ordem e para garantir que tal fato não se 
alastre por outras áreas do estabelecimento penal. Seus causadores devem 
ser responsabilizados legalmente, a fim de acabar com a sensação de 
impunidade. 
Para tanto, faz-se necessário manter um grupo tático bem treinado e 
equipado, pois assim teremos resultados excelentes, uma vez que a filosofia de 
trabalho é o Uso Diferenciado da Força - UDF, dentro da Legalidade, 
Moderação, Proporcionalidade, Necessidade e Aceitabilidade, com o intuito de 
preservar a vida e a integridade física e psicológica do custodiado. Através de 
um grupo, com equipamentos, e treinamento com armas e munições de 
Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo - IMPO. 
Sempre que um grupo especial de intervenção é criado, é possível um 
aumento de ocorrências internas no estabelecimento penal, vez que, em um 
primeiro momento os custodiados tentarão resistir às mudanças e cobranças 
impostas, que pretendem, inclusive acabar com: tráfico de drogas, extorsão de 
outros custodiados, comércio de objetos ilícitos (como celulares e outros), além 
de perderem parte do contato com o mundo do crime exterior e a liderança 
dentro das unidades prisionais. 
Procedimentos são fundamentais dentro de qualquer estabelecimento de 
custódia, uma vez que, por meio deles podemos manter uma rotina e avaliar 
onde estão ocorrendo falhas na segurança, na conduta do custodiado e dos 
agentes, e com isso diminuir as possibilidades de fugas, brigas e rebeliões. 
Caso ocorram tais falhas, será de forma setorizada e não generalizada, o que 
dificultará a ação dos custodiados e a corrupção. 
Se os procedimentos são aplicados fica fácil seguir o rito da Lei de 
Execução Penal, do Código Penal e da Disciplina Interna, a fim de não deixar 
que só uma pessoa tenha poder de resolver as ocorrências e sim o dever de 
comunicá-las. Isso evita que muitas ocorrências graves deixem de ser 
comunicadas ao Juízo da Execução. 
Atualmente, quando da solicitação de benefício do custodiado, o juiz não 
tem como avaliar de forma real o seu comportamento. Assim, acaba 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
8 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
concedendo benefícios a pessoas que não estão preparadas para voltar à 
sociedade. Isso acontece por falta de uma doutrina e ausência dos registros de 
ocorrências. 
 
A definição de alguns conceitos é necessária para melhor compreensão 
da disciplina: 
• Motim: movimento coletivo de sublevação da lei e da ordem sem ou com a 
depredação do patrimônio público; 
• Rebelião: movimento coletivo de sublevação da lei e da ordem sem ou com a 
depredação do patrimônio público, de alto risco e com existência de reféns ou 
vítimas; 
• Grupo Tático: equipe tática especializada e altamente treinada, capaz de 
enfrentar eventos de alto risco com rapidez e eficiência; 
• Refém: pessoas capturadas durante um evento crítico que possuem valor real 
para o captor, que age de forma orientada em uma meta e com um propósito, 
utilizando o refém para obter exigências substantivas, como “moeda de troca”; 
• Vítima: pessoas capturadas durante um evento crítico que não possuem valor 
real para o captor, que age de forma emotiva, insensível e tem o intuito de feri-
las, as exigências podem ser não realísticas; 
• Superioridade relativa: vantagem qualitativa, estabelecida por fatores como 
treinamento, equipamento adequado, elemento surpresa, entre outros; 
• Comandamento: ponto no terreno que permite visão e ações privilegiadas ao 
seu detentor; 
• Ponto Crítico: perímetro do local da crise, que deve ser contido e isolado; 
• Força: intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte 
do agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública 
e a lei; 
• Nível de Uso da Força: intensidade da força escolhida pelo agente de 
segurança pública em resposta a uma ameaça real ou potencial; 
• Uso Diferenciado da Força: seleção apropriada do nível de uso da força em 
resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que 
possam causar ferimentos ou mortes; 
• Técnicas de Menor Potencial Ofensivo: conjunto de procedimentos 
empregados em intervenções que demandem o uso da força, através do uso 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
9 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
de instrumentos de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas 
e minimizar danos à integridade das pessoas. 
• Equipamentos de Proteção: todo dispositivo ou produto, de uso individual 
(EPI) ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à 
vida dos agentes de segurança pública. 
 
INTERVENÇÃO TÁTICA 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 A doutrina de Intervenção Tática se baseia na ação de contenção e 
atuação resolutiva em cenários de crise em ambiente prisional, por meio do 
grupo tático especializado. Seja qual for a dimensão da situação, como, por 
exemplo, um mero motim ou uma grande rebelião. 
Pode-se, ainda, utilizar o emprego do grupo de Intervenção em ações 
preventivas, como revistas de rotina na Unidade, fazendo a segurança das 
equipes para que realizem suas atividades de forma adequada, mantendo os 
internos contidos e resguardando a integridade de todos os envolvidos. 
As ações preventivas não se limitam às revistas periódicas nas 
dependências dos estabelecimentos penais, também podendo ser medidas de 
antecipação visando impedir a ocorrência de uma crise, como a detecção de 
possíveis fugas ou informe de planejamento de motim, mobilizando a presença 
ostensiva de equipes como ação para coibir e desestimular os presos em suas 
empreitadas. 
 
DEFINIÇÃO DE INTERVENÇÃO: 
 A definição de Intervenção se traduz no ato de intervir, que é tomar parte 
ou interceder em algo. A presente disciplina prega com exatidão a definição do 
conceito de intervir, que é a tomada do controle das ações, intercedendo na 
crise que se estabeleceu no ambiente prisional. Ou melhor, a retomada do 
controle, pois, em regra, a ordem já foi rompida, restando ao Estado retomar a 
ordem e disciplina do estabelecimento penal. 
“A intervenção pode ser para coibir qualquer ato fora do padrão, para 
resolver um problema ou solucionar um conflito.” (Francisco Klemberg Batista, 
Agente Federal de Execução Penal - in memorian) 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
10 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
A Intervenção deve prezar pela ação com o máximo de controle e o 
mínimo de esforço, com a busca de solução pacífica de conflitos, através de 
métodos de persuasão e mediação que podem reduzir consideravelmente a 
possibilidade de confronto. 
Porém, se necessário for, a alternativa a ser empregada poderá ser o 
uso da força, sendo extremamente necessário o domínio das técnicas e táticas 
de Intervenção, além do uso correto dos equipamentos. As ocorrências de 
eventos críticos em presídios devem receberresposta imediata, sob pena de 
evoluírem negativamente em grande velocidade e ocasionar danos 
irreversíveis. 
Além da preservação de vidas e da aplicação da lei, a Intervenção 
também tem como objetivo preservar o patrimônio público e as instalações 
físicas, pois é comum, durante os eventos críticos, a ocorrência de danos e 
destruição dos estabelecimentos prisionais pelos presos. 
Cumpre destacar a importância da implantação de protocolos de 
segurança internos, que são os procedimentos carcerários. Em sentindo amplo, 
a Intervenção se pauta na atuação com enfoque no restabelecimento dos 
procedimentos e rotina carcerária, visando evitar falhas internas de segurança. 
“A solução é a implantação de procedimentos e treinamentos dos seus 
servidores para o estado ter condições de dar uma resposta quando da quebra 
dos procedimentos e regras, evitando que facções comandem as prisões. Caso 
a disciplina seja quebrada, é preciso, de imediato, dar uma resposta para que 
seja contida a crise, restabelecida a ordem e para garantir que tal fato não se 
alastre por outras áreas da prisão. Seus causadores devem ser 
responsabilizados legalmente, a fim de acabar com a sensação de 
impunidade.” (ARAÚJO, Luís Mauro Albuquerque e MELLO, Carlos Justino. 
Doutrina de Intervenção Tática em Recinto Carcerário. Diretoria Penitenciária 
de Operações Especiais – DPOE) 
A doutrina se norteia nos princípios do uso diferenciado da força, 
moderada e seletiva contra ação adversa, e especialmente no uso de 
Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO), minimizando os danos a 
integridade física e psicológica dos envolvidos. Norteia-se, também, na 
primazia da dignidade da pessoa humana e na preservação da vida de todos 
os envolvidos, como a dos agentes que irão atuar na crise e das pessoas 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
11 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
privadas de liberdade, que se encontram sob a custódia do Estado, ainda que 
estes figurem como perpetradores do evento crítico. 
A Intervenção Tática deve ser empregada em ações preventivas, com 
revistas de rotina para fazer a segurança das equipes de servidores dos 
estabelecimentos de custódia, mantendo os custodiados contidos, conforme a 
necessidade que a operação requer. Nas contenções, quando houver brigas 
nos pátios e celas, ou seja, quando houver toque do alarme, o Grupo de 
Intervenção deve estar bem localizado e postado no complexo penitenciário, 
para que o tempo de resposta possa ser o mínimo possível para a eficiência e 
assim, conter e debelar a crise. Com isso, vidas são poupadas e há uma 
diminuição dos danos ao patrimônio público, e o Estado mantém o controle, 
que é sua responsabilidade. Essa atuação de grupos de intervenção gera uma 
real sensação de segurança para os custodiados, dando aos mesmos, a opção 
de fazer ou não parte de facções, visto que a pessoa presa não estará sujeita a 
coação do crime organizado. Essa presença do Estado diminui e muito o poder 
do crime organizado. 
A intervenção deve contemplar a formação de uma equipe, com um 
efetivo mínimo de servidores treinados nas Técnicas de armamento e tiro, em 
Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo, Imobilização tática, uso do Bastão 
policial, Chefia e liderança, Direitos Humanos da pessoa presa, Lei de 
Execução Penal, Código Penal, Intervenção e contenção em estabelecimentos 
de custódia e Gerenciamento de Crise. 
Partiremos para as medidas efetivas a serem tomadas pelo grupo de 
Intervenção, que são resumidas nos verbos: CONTER, ISOLAR E RESOLVER. 
CONTER: consiste em evitar que a crise se alastre e amplie a área sob 
controle do perpetrador, ou seja, é o impedimento imediato de deslocamento 
do ponto crítico. A atuação primária deve ser rápida e de crucial importância, 
devendo a crise ser contida por servidores do grupo tático ou não. Todos os 
meios necessários e disponíveis serão utilizados para conter a desordem. Esse 
momento é importante para entender o que realmente aconteceu e coletar 
informações sobre quem iniciou a crise e quem são os perpetradores. As ações 
imediatas tornam a crise setorizada, impedindo de se tornar generalizada. 
ISOLAR: consiste em delimitar o local da ocorrência, interrompendo todo e 
qualquer contato com o exterior, mantendo um cinturão de isolamento. Uma 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
12 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
ameaça que se mantém em local incerto e móvel dificulta as ações, sendo o 
papel garantidor do isolamento a permanência de se manter o ponto crítico 
estático. Deve-se limitar a entrada de água e alimentos, energia elétrica, 
contato com o exterior, servidores de outros setores e servidores terceirizados, 
etc. 
RESOLVER: a ação deve ser rápida e enérgica, atuando de forma incisiva e 
pontual contra os perpetradores da crise, sem que tenham tempo de iniciarem 
outras ações e tentativas para desestabilizar a ordem e disciplina, como 
inflamar a massa carcerária e iniciar movimento de subversão do 
estabelecimento. No sistema penitenciário o fator rapidez é de suma 
importância, por isso a equipe de Intervenção deve debelar o mais rápido as 
ações adversas. 
 
As características do operador tático são: 
• Agressividade controlada: a força deve ser utilizada em momento preciso e 
cirúrgico, com a razão em primeiro lugar e coexistindo com o princípio da 
paciência estratégica, seguindo o ditado que a técnica suplanta a força; 
• Controle emocional: o equilíbrio emocional do operador deve prevalecer em 
momentos de extremo estresse e risco, mantendo-se relativamente calmo 
para tomada de decisões mais assertivas; 
• Espírito de corpo: aceitação de que a força não está no próprio combatente, 
e sim na equipe, a coletividade deve ser respeitada e que o bem comum é a 
missão a ser cumprida, fundada em algo maior; 
• Flexibilidade: capacidade de adaptação aos princípios e às técnicas de 
combate, havendo necessidade em alguns casos de improvisação, sem 
fugir dos valores e normas de conduta; 
 Honestidade: combater o bom combate, ser honesto consigo mesmo e com 
todos os envolvidos; 
• Iniciativa: mais que proatividade, é não ter medo de ser expor, devendo 
sempre se posicionar e nunca se omitir, não se busca o caminho mais fácil 
que é aquele de não se indispor com os demais; 
• Lealdade: manter relação de confiança entre os membros do grupo, de 
forma que seja a força motriz para blindar as relações interpessoais da 
equipe; 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
13 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
• Liderança: capacidade de influenciar os outros membros para o 
cumprimento da missão, com o reconhecimento natural pela suas virtudes e 
admiração dos demais; 
• Perseverança: força interna para atuar, de forma organizada e orientada, 
mantendo-se autoconfiante na realização da missão; 
• Resistência: força física para resistir aos mais duros combates, mantendo 
consistência nos momentos mais difíceis da missão; 
• Anonimato: manter-se anônimo, sem a necessidade de ser percebido ou 
reconhecido pelo cumprimento da missão, um combatente invisível; 
• Resiliência: capacidade de superar e se recuperar das mais difíceis 
adversidades, conjugando força física e mental, resistindo à pressão e 
mantendo-se em equilíbrio; 
• Disciplina consciente: significa disciplina pessoal rígida, em que o 
combatente deve exercer o autossacrifício mental para sair da zona de 
conforto e buscar a excelência em todas as suas atividades. 
 
PRINCÍPIOS DO GRUPO TÁTICO 
Os princípios basilares dos Grupos Táticos de Intervenção devem ser 
sólidos e bem sedimentados, devendo estar enraizados na cultura 
organizacional do grupo. Deve fazer parte dos quadros da instituição.Vários gestores poderão passar pelo seu comando, porém, se os 
princípios estiverem bem desenvolvidos, a instituição seguirá fortalecida, sem 
maiores interferências políticas e desvirtuamento da sua atuação e da sua 
concepção. 
Os princípios são: 
• Unidade De Comando: hierarquia bem definida, com comando central; 
• Integridade Tática: a doutrina empregada deve ser respeitada fielmente; 
• Objetividade: atuação de forma simples e objetiva, prezando pelo sucesso da 
missão; 
• Rapidez: ligado ao fator surpresa, que garante a vantagem no sucesso das 
atuações do grupo; 
• Mobilidade: pequenos grupos podem se deslocar com facilidade e rapidez 
para atuarem; 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
14 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
• Voluntariado: os membros devem se candidatar de forma voluntária para 
integrar o grupo; 
• Espírito de corpo: deve sempre prevalecer o pensamento em equipe, princípio 
ligado à disciplina consciente; 
• Dever do silêncio: manter em sigilo as missões, as técnicas, os treinamentos 
ou qualquer outro dado referente ao grupo; 
• Especialização: treinamento constante e especializado para atuar em ações 
de alto risco. 
 
GRUPO DE INTERVENÇÃO (CÉLULA) 
A célula será composta por 4 (quatro) interventores, que serão 
posicionados de acordo com as funções abaixo relacionados: 
 01- ESCUDEIRO: Responsável pela proteção da equipe. (arma curta, escudo 
e tonfa) 
02- 1º ATIRADOR: Comandante da célula, se posiciona atrás do escudeiro. 
Responsável pela equipe, Comanda, Coordena e Controla as ações. 
Responsável pelo planejamento prévio. (arma curta, arma longa cal 12/ com 
elastômero, Gl 108/Max) 
03- 2ª ATIRADOR E LANÇADOR: Se posiciona atrás do comandante, 
geralmente é o mais experiente dentro da célula. (arma curta, arma longa cal 
12/com elastômero, bornal de granadas explosivas) 
04- SEGURANÇA: É responsável pela segurança da equipe. (arma curta, arma 
longa carabina cal 5,56) 
Obs: Se necessário, o comandante poderá solicitar ao diretor da unidade, que 
disponibilize um agente (apoio) para abrir os cadeados dos blocos e celas. 
Bem como, utilizar o cadeado corta frio para abrir os mesmos. Sua posição na 
célula será após o 2º atirador. 
 
Equipamentos do grupo tático (individual) 
 Colete Balístico; 
 Capacete balístico; 
 Caneleira e Cotoveleira; 
 Luva meio dedo; 
 Balaclava; 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
15 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
 Máscara contra gases; 
 Algema; 
 Escudo balístico (1 (um) para cada célula); 
 
Armamentos do grupo tático: 
• Arma curta (.40); 
• Espingarda calibre 12; 
• Arma longa (carabina 5.56mm); 
• Lançador AM600 cal.37, 38 ou 40 mm; 
• Taser (1 (um) para cada célula). 
• Instrumetos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) do grupo tático: 
• Tonfa Policial; 
• Granadas explosivas e fumígenas: 
• Espargidos lacrimogêneos (Spray, espuma e gel) 
• Munições de (elastômero, lacrimogênea e jato direto) 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
16 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
Da Intervenção: 
A intervenção será feita com técnicas próprias desenvolvidas e utilizadas 
pelo Batalhão de Polícia Penitenciária – BPOP, nas ações realizadas em 
estabelecimentos penais do Pará. A equipe de intervenção deve ser formada 
por, no mínimo, 04 (quatro) operadores por célula. 
 
Da Equipe de Intervenção: 
Deve ser empregado um efetivo de no mínimo 16 homens, sendo, 04 
(quatro) células composta por quatro Interventores em cada célula. 
 
Da Técnica de Intervenção: 
- Planejamento; 
- Demonstração de Força; 
- Verbalização/Negociação (No intuito de conter a crise sem o uso da 
força); 
- Entrada Tática; 
- Retirada/Extração dos Líderes, Feridos, etc... 
- Relatório da missão. 
 
Da equipe de extração: 
É um grupo formado no mínimo dois agentes, podendo chegar até 
quatro agentes da referida casa penal. Esse grupo deve ter treinamento em 
imobilização e técnicas com bastão, os quais poderão ser utilizados quando 
custodiados resistentes, não atendam aos comandos verbalizados ou estejam 
envolvidos em ocorrências e devam ser retirados dos pátios ou celas. 
Observação: Os agentes do grupo de extração não poderão portar armas de 
fogo. 
 
Em caso de crises generalizadas em vários ambientes, as técnicas de 
intervenção e contenção podem ser empregadas em várias frentes, 
simultaneamente, não permitindo que os custodiados conquistem posições 
estratégicas do estabelecimento penal, pois o importante é combater os focos 
de crise e resistência o mais rápido possível, a fim de não deixar que se 
alastre. 
 
Disciplina: Intervenção Tática em Ambiente Prisional 
 
17 Curso Preparatório para Formação de Agente Prisional – 2019 / Concurso Público C-199 
As ocorrências em estabelecimentos penais se alastram em grande 
velocidade se não tiver resposta imediata. Os danos podem ser irreversíveis, 
por isso faz-se necessário todo um esquema de procedimentos pré-
determinados, desde a identificação da crise até o toque do alarme, bem como 
a entrada do grupo tático e o restabelecimento da ordem. 
A grande vantagem dos grupos táticos de intervenção penitenciária 
formados por servidores do sistema, é a ambientação, ou seja, todos já 
conhecem a estrutura, os custodiados, o modus operandi e as lideranças 
negativas. Quando entram no local de crise, resolvem as situações sem 
maiores danos para os custodiados, pois usam a força escalonada e 
proporcional. 
E os custodiados, sabendo que terão uma resposta rápida do Estado, e 
serão responsabilizados pelos atos cometidos, diminuem a incidência de 
ocorrências no ambiente prisional. 
É dever do Estado manter a ordem, a disciplina e a integridade física e 
psicológica dos custodiados durante a privação de liberdade. 
É inadmissível que custodiados tenham o controle do ambiente de 
custódia, que custodiados sejam mortos sob a guarda do poder público, e que 
aqueles que têm o dever de impedir, não ajam por falta de treinamento, 
investimento em recursos materiais e humanos. Não se pode exigir que o 
agente se arrisque sem que este tenha as mínimas condições de segurança, 
treinamento e equipamento. 
A filosofia usada pelo grupo de intervenção é o Uso Diferenciado da 
Força (UDF), para resolver a crise, mantendo ao máximo a integridade física e 
psicológica do custodiado, restabelecendo a ordem, neutralizando a ação 
agressiva e rebelde do(s) detento(s). 
 
Da entrada de Bloco por situação de revista: 
Será feita em célula, avançando de cela em cela, mandando os 
ocupantes das celas irem para o solário deslocando apenas de short e sandália 
e com mãos sob a cabeça durante o percurso. Que após a saída do último 
interno a célula adentra na cela para constatar que não tenha mais interno 
naquele ambiente, após a verificação será dada o Comando de “LIMPO”, 
autorizando a próxima célula avançar para a cela seguinte, isso ocorrerá em 
 
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todas as celas até que todos os internos daquele Bloco estejam no solário. 
Permitindo então que os agentes da Unidade façam a revista com segurança 
nas celas. 
 
Da entrada de Bloco por situação de extração de interno(s): 
Será feita em célula, avançando de cela em cela, verbalizando para os 
custodiados: “pro fundo, sentado, mão na cabeça”, depois que os custodiados 
da referida cela estiverem em posição de contenção, será dado o comando de 
“dominado”, ou seja, autorizando a outra célula a avançar e repetir o mesmo 
procedimento na próxima cela até que a equipe chegue na cela indicada para 
realizar a extração do custodiado.Exemplo: briga de custodiados, dentro da cela; insubordinação de custodiados 
para com os agentes; uso de drogas dentro da cela; danos ao patrimônio 
público; extração de feridos ou internos com problemas de saúde para 
atendimento médico. 
 
Assim sendo, as celas serão tomadas da seguinte forma: 
I. Será feita a tomada da entrada para o fundo da ala; 
II. O agente dará os comandos: “pro fundo sentado, mão na cabeça” e os 
custodiados deverão sentar de costas para a porta, ou seja, voltados para o 
fundo da cela; 
Da entrada de Bloco por situação de Rebelião: 
Será dado o comando para que os custodiados que estiverem fora de suas 
celas, retornem imediatamente para as mesmas, caso haja desobediência por 
parte dos internos, a equipe deverá utilizar os meios necessários através do 
Uso Diferenciado da Força (UDF), para que a ordem seja cumprida o mais 
rápido possível, logo em seguida será feita a entrada em célula, avançando de 
cela em cela, verbalizando para os 
 
custodiados: “pro fundo, sentado, mão na cabeça”, depois que os custodiados 
da referida cela estiverem em posição de contenção, será fechada a cela com 
cadeado e dado o comando de “dominado”, autorizando a outra célula a 
avançar e repetir o mesmo procedimento na próxima cela até que a equipe 
chegue na ultima cela. Iniciando o processo de extração dos custodiados da 
 
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cela para o solário, com o seguinte comandamento “ saia com as mãos na 
cabeça, somente de cueca”. Os referidos custodiados passarão por uma 
revista minuciosa antes de ir pro solário, onde deverão permanecer sentados, 
com as mãos sob a cabeça e de frente para a parede. 
 
Obs: O solário deverá ser revistado, antes dos custodiados irem para o mesmo.

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