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Hidrodinâmica Prof. Dr. Conan Ayade Salvador Prof. Dr. Leonardo Duarte Batista da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DISCIPLINA: IT 503 – FUNDAMENTOS DE HIDRÁULICA Seropédica - RJ Introdução e Princípios Básicos; Propriedades Físicas dos Fluidos; Estática dos Fluidos; Hidrodinâmica; Hidrometria; Condutos Forçados; Bombas Hidráulicas; e, Condutos Livres. Programa da Disciplina Escada hidráulica Dinâmica de Fluidos; Vazão; Energia e suas formas de representação; Classificação do movimento dos fluidos; Linha e tubo de corrente; Regime de escoamento; Equações gerais do movimento; Equação da continuidade; Equação de Estado dos Fluidos; Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos. Tópicos da Aula É a parte da Hidráulica que estuda as leis que regem o movimento dos fluidos. Por simplificação no tratamento matemático do assunto será desenvolvido baseado nos fluidos perfeitos ou fluidos ideais. Esses fluidos não possuem viscosidade (e por consequência atrito interno) e também são incompressíveis (possuem massa específica constante qualquer que seja a pressão). Dinâmica dos Fluidos Vazão Vazão à base de volume (Q): É o volume de fluido que atravessa uma dada seção transversal de um conduto na unidade de tempo. ds Verifica-se que o volume de fluido que atravessa a seção a normal a direção do fluxo, em um intervalo de tempo dt, é igual ao volume gerado pelo deslocamento ds, de área A. Matematicamente, tem-se: 𝑑𝑉𝑜𝑙 = 𝐴 𝑥 𝑑𝑠 Dividindo ambos os membros da equação por dt, tem-se: 𝑑𝑉𝑜𝑙 𝑑𝑡 = 𝐴 𝑥 𝑑𝑠 𝑑𝑡 Q V 𝑄 = 𝐴 𝑥 𝑉 Q – vazão volumétrica, m3 s-1 (L3 s-1, L3 h-1); A – área da seção de escoamento, m2; e, V – velocidade média do escoamento, m s-1. Forma mais comum de se expressar a vazão de um fluido. Vazão Vazão em massa (Qm): É a massa de fluido que atravessa uma dada seção transversal de um conduto na unidade de tempo. 𝑄𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = 𝜌 𝑥 𝑉𝑜𝑙 𝑡 𝑄𝑚 = 𝜌𝑄 Vazão em peso (Qp): É o peso de fluido que atravessa uma dada seção transversal de um conduto na unidade de tempo. Qm – vazão em massa, kg s -1; Q – vazão volumétrica, m3 s-1; e, ρ – massa específica, kg m-3. 𝑄𝑚 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = 𝛾 𝑥 𝑉𝑜𝑙 𝑡 𝑄𝑚 = 𝛾𝑄 Qp – vazão em peso, N s -1; Q – vazão volumétrica, m3 s-1; e, γ – peso específico, N m-3. Linha e Tubo de Corrente Linha de corrente é uma linha imaginária e contínua inserida em um escoamento, a qual tem a seguinte propriedade: o vetor velocidade de cada partícula do fluido que ocupa uma posição na linha de corrente é sempre tangente a essa mesma linha de corrente (PERES, 2006). Tubo de corrente é um tubo cuja as paredes é formada por linhas de corrente, logo, nenhuma partícula fluida pode atravessar suas paredes. Uma tubulação é considerada um tubo de corrente, visto que suas paredes são linhas de corrente e nenhum fluido pode atravessá-las. Equações Gerais de Movimento Leonhard Paul Euler Basileia Suíça 15 de abril de 1707 - São Petersburgo 18 de setembro de 1783 (76 anos) Matemático Suíço Equações Gerais de Movimento Considerando um cubo infinitesimal no interior de uma massa líquida, de arestas dx, dy, e dz, desenvolve-se o equacionamento das chamadas equações gerais do movimento dos fluidos perfeitos, denominadas “Equações de Euler”. AZEVEDO NETTO et al. (1998). 𝜕𝑉𝑥 𝜕𝑡 + 𝑉𝑥 𝜕𝑉𝑥 𝜕𝑥 + 𝑉𝑦 𝜕𝑉𝑥 𝜕𝑦 + 𝑉𝑧 𝜕𝑉𝑥 𝜕𝑧 = 𝑋 − 1 𝜌 . 𝜕𝑝 𝜕𝑥 𝜕𝑉𝑦 𝜕𝑡 + 𝑉𝑥 𝜕𝑉𝑦 𝜕𝑥 + 𝑉𝑦 𝜕𝑉𝑦 𝜕𝑦 + 𝑉𝑧 𝜕𝑉𝑦 𝜕𝑧 = 𝑌 − 1 𝜌 . 𝜕𝑝 𝜕𝑦 𝜕𝑉𝑧 𝜕𝑡 + 𝑉𝑥 𝜕𝑉𝑧 𝜕𝑥 + 𝑉𝑦 𝜕𝑉𝑧 𝜕𝑦 + 𝑉𝑧 𝜕𝑉𝑧 𝜕𝑧 = 𝑧 − 1 𝜌 . 𝜕𝑝 𝜕𝑧 Para a solução do problema do movimento dos fluidos são necessárias ainda duas equações que serão vistas adiante. Equações Gerais de Movimento Considerando o movimento permanente, ou seja, que não exista variação em dx, dy e dz com o tempo, obtêm-se a equação de Euler para o movimento permanente, também chamada de “Equação das Forças Vivas”. AZEVEDO NETTO et al. (1998). Para a solução do problema do movimento dos fluidos são necessárias ainda duas equações que serão vistas adiante. 1 𝜌 𝑑𝑝 = 𝑋𝑑𝑥 + 𝑌𝑑𝑦 + 𝑍𝑑𝑧 − 𝑑( 𝑉2 2 ) Equação da Continuidade A Equação da Continuidade é de fundamental importância para estudar os movimentos dos fluidos nas condições de fluxo permanente. AZEVEDO NETTO et al. (1998). Considerando um trecho do tubo de corrente abaixo, com as seções A1 e A2 e as respectivas velocidades V1 e V2, a quantidade de fluido de massa específica ρ que passa pelas seções é: 𝑑𝑚 𝑑𝑡 = 𝜌1. 𝐴1. 𝑉1 𝑑𝑚 𝑑𝑡 = 𝜌2. 𝐴2. 𝑉2 No movimento permanente: 𝜌2. 𝐴2. 𝑉2 = 𝜌1. 𝐴1. 𝑉1 Para fluidos incompressíveis: 𝐴2. 𝑉2 = 𝐴1. 𝑉1 Generalizando: 𝑄 = 𝐴1. 𝑉1 = 𝐴2. 𝑉2 = ⋯ = 𝐴𝑛. 𝑉𝑛 Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos Daniel Bernoulli Groningen, Holanda 8 de fevereiro de 1700 — Basileia, Suíça 17 de março de 1782 (82 anos) Matemático Holandês. Foi contemporâneo e amigo de Leonard Euler. http://pt.wikipedia.org/wiki/Groningen http://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_fevereiro http://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_fevereiro http://pt.wikipedia.org/wiki/1700 http://pt.wikipedia.org/wiki/Basileia http://pt.wikipedia.org/wiki/17_de_mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/17_de_mar%C3%A7o http://pt.wikipedia.org/wiki/1782 http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonard_Euler Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos O teorema de Bernoulli resulta da aplicação da conservação da energia. Plano de referência Considera-se o tubo de corrente ao lado, transportando um fluido perfeito e incompressível. A variação da energia cinética é dada por: ∆𝐸𝑐= 𝑑𝑚1𝑉1 2 2 − 𝑑𝑚2𝑉2 2 2 A ∆Ec é igual ao trabalho realizado pelas forças devidas à pressão e à gravidade. Trabalho devido às forças de pressão: Trabalho devido à força gravitacional: 𝑝1. 𝐴1. 𝑑𝑥1 − 𝑝2. 𝐴2. 𝑑𝑥2 𝑑𝑚1. 𝑔. 𝑧1 − 𝑑𝑚2. 𝑔. 𝑧2 h = z (1) (2) (3) Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos Plano de referência Igualando (1) a (2) e (3), tem-se: h = z 𝑑𝑚1𝑉1 2 2 − 𝑑𝑚2𝑉2 2 2 = (𝑝2. 𝐴2. 𝑑𝑥2 − 𝑝1. 𝐴1. 𝑑𝑥1) + (𝑑𝑚2. 𝑔. 𝑧2 − 𝑑𝑚1. 𝑔. 𝑧1) Como A.dx = dm/ρ. Substituindo: 𝑑𝑚1𝑉1 2 2 − 𝑑𝑚2𝑉2 2 2 = (𝑝2. 𝑑𝑚2 𝜌 − 𝑝1. 𝑑𝑚1 𝜌 ) + (𝑑𝑚2. 𝑔. 𝑧2 − 𝑑𝑚1. 𝑔. 𝑧1) Como dm1=dm2 (fluido incompressível), tem-se: 𝑉1 2 2 − 𝑉2 2 2 = ( 𝑝2 𝜌 − 𝑝1 𝜌 ) + (𝑔. 𝑧2 − 𝑔. 𝑧1) 𝑝1 𝜌 + 𝑉1 2 2 + 𝑔. 𝑧1 = 𝑝2 𝜌 + 𝑉2 2 2 + 𝑔. 𝑧2 𝑝1 𝜌𝑔 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝑧1 = 𝑝2 𝜌𝑔 + 𝑉2 2 2𝑔 + 𝑧2 𝑝1 𝛾 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝑧1 = 𝑝2 𝛾 + 𝑉2 2 2𝑔 + 𝑧2 ÷ g Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos O teorema de Bernoulli: “Em qualquer ponto do escoamento permanente de um fluido perfeito, sem fornecer ou receber energia, quando a energia total do fluido é expressa à base de peso, a soma das alturas piezométricas (p/γ), cinética (V2/2g) e potencial (Z) ao longo de cada linha de corrente se mantém constante.” Plano de energia total = linha de energia Q (1) (2) Z1 Z2 P1 / P2 / Linha Piezométrica V1 2 / 2g V2 2 / 2g Plano de referência 𝑝1 𝛾 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝑧1 = 𝑝2 𝛾 + 𝑉2 2 2𝑔 + 𝑧2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Onde Z + p/ = carga piezométrica; somando-se a carga cinética = linha de energia. Quando a linha de energia = linha de energia total, é porque não existe a perda de energia. Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos Demonstração experimental do Teorema de Bernoulli (Froude, 1875): Instalando-se piezômetros nas diversas seções, verifica-se que a água sobe à alturas diferentes; nas seções de menor diâmetro, a velocidade é maior e, portanto, tambémé maior a carga cinética, resultando menor carga de pressão. Como as seções são conhecidas, podem-se verificar a distribuição e a constância da carga total (soma das aturas). Exemplo 1: Um tubo de 200 mm de diâmetro está instalado em um reservatório de água, conforme figura abaixo. Calcule a velocidade do jato e a vazão do tubo. Considere a água como um fluido perfeito. Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos constante 1 2 NR h = 4 m PERES (2006). Exemplo 2: O tubo venture abaixo está instalado em nível. Sabendo-se que o manômetro de mercúrio indica uma deflexão de 360 mm, determine a vazão da água atuante no venturímetro. Considere nula a perda de energia entre os pontos (1) e (2). Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos Q PERES (2006). “Você pode encarar um erro como uma besteira a ser esquecida, ou como um resultado que aponta uma nova direção” Steve Jobs
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