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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y RAFAELLA, menor impúbere, representada por sua genitora Melina, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade n …, expedida pelo …, inscrita no CPF sob o n …, endereço eletrônico, residente e domiciliada …, por seu advogado devidamente constituído conforme instrumento de mandato em anexo, com endereço profissional …, endereço eletrônico …, nos autos da AÇÃO DE ALIMENTOS, que tramita pelo rito especial da Lei 5.478/68, em face de EMERSON, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade n …, expedida pelo …, inscrito no CPF sob o n …, endereço eletrônico, residente e domiciliado …, inconformada com a respeitável decisão de fls. …, vem, tempestivamente, com base no artigo 1.015 do Código de Processo Civil, interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO a fim de ver reformada a decisão atacada, pelas razões em anexo, requerendo a V. Exa. que se digne em recebê-lo e processá-lo, distribuindo o presente a uma das Colendas Câmaras deste Egrégio Tribunal. Nesta oportunidade, a Agravante declara que deixa de realizar o preparo em razão da já concedida gratuidade de justiça, conforme dispõe o artigo 1, parágrafos 1, 2 e 3 da Lei 5.478/68 e artigo 98 do Código de Processo Civil. Requer, ainda, seja o recurso recebido em seus efeitos devolutivo e suspensivo ativo, na forma dos artigos 995, parágrafo único e 1.019, inciso I, 2 parte, ambos do Código de Processo Civil, para a antecipação dos efeitos da tutela afim de conceder, imediatamente, os alimentos provisórios. Por último, cumprindo o que dispõe o artigo 1.017, incisos I a III do Código de Processo Civil, anexa os documentos abaixo relacionados para a devida formação do instrumento: 1 - Cópia da petição inicial; 2 - Cópia da contestação; 3 - Cópia da petição que ensejou a decisão agravada; 4 - Cópia da decisão agravada; 5 - Cópia da certidão da respectiva intimação da decisão agravada; 6 - Cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. Nestes Termos, Pede Deferimento. Local, (dia) de (mês) de (ano). Advogado OAB RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: RAFAELLA, menor impúbere representada por sua mãe Melina. AGRAVADO: EMERSON. PROCESSO N: … AÇÃO: ALIMENTOS EGRÉGIO TRIBUNAL, Merece reforma a respeitável decisão atacada em razão da equivocada apreciação das questões de fato e de direito, como passa a demonstrar o agravante. DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Vale destacar a presença de todos os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade do presente recurso de agravo de instrumento. Pois, presente está a recorribilidade da decisão, posto que trata-se de decisão interlocutória com previsão no artigo 1.015, inciso I do Código de Processo Civil. DA TEMPESTIVIDADE Esclarece o agravante que a interposição do presente recurso encontra-se em conformidade com o que prescreve os artigos 219, 224 e 1.003, parágrafo 5, todos do Código de Processo Civil, quanto à contagem e prazo, tendo sido interposto no prazo de 15 (quinze) dias. Conforme publicação, verifica-se que no dia …, a parte agravante na presente ação de alimentos foi intimada por meio de seu advogado sobre a decisão interlocutória, proferida pelo Juiz da 1 Vara de Família da Comarca da Capital do Estado Y. Sendo assim, tem-se como prazo, 15 (quinze) dias, para a interposição do presente recurso de agravo, o dia …, demonstrando-se a clara e azada tempestividade. DOS FATOS Em 2015, a agravante, menor impúbere, representada por sua genitora, ajuizou a presente Ação de Alimentos na Comarca do Estado Y, em face do agravado, seu pai. Apesar de o nome do agravado não constar na Certidão de Nascimento da agravante, este realizou, em 2014, voluntária e extrajudicialmente, exame de DNA no qual foi apontada a existência de paternidade entre agravante e agravado. Na exordial, foi informado ao juízo que a genitora da agravante encontrava-se desempregada e que o agravado, por sua vez, não exercia emprego formal, mas vivia de serviços prestados de forma autônoma e informal, razão pela qual foi pedida a fixação de pensão alimentícia no valor de 30% (trinta por cento) de 01 (um) salário mínimo. A Ação de Alimentos foi instruída com os seguintes documentos: cópias do laudo do exame de DNA, da certidão de nascimento da agravante, da identidade, do CPF e do comprovante de residência da mãe da agravante, além de procuração e declaração de hipossuficiência para fins de gratuidade. Na decisão, o juízo da 1 Vara de Família da Comarca da Capital do Estado Y indeferiu o pedido de tutela antecipada inaudita altera parte, rejeitando o pedido de fixação de alimentos provisórios com base em dois fundamentos: (i) inexistência de verossimilhança da paternidade, uma vez que o nome do agravado não constava da certidão de nascimento e que o exame de DNA juntado era uma prova extrajudicial, colhida sem o devido processo legal, sendo, portanto, inservível; e (ii) inexistência de “possibilidade” por parte do agravado, que não tinha como pagar pensão alimentícia pelo fato de não exercer emprego formal, como confessado pela própria autora. DOS FUNDAMENTOS I - DA PROVA SOBRE A PATERNIDADE BIOLÓGICA Em 2014, o agravado realizou o exame de DNA, de maneira voluntária e extrajudicial, a pedido da genitora da agravante, o qual restou comprovado sua paternidade em relação à agravante. O juízo da 1 Vara de Família da Comarca da Capital do Estado Y decidiu pela inexistência de verossimilhança da paternidade, pelo fato de a prova ter sido colhida de forma extrajudicial e, por isso, sem o devido processo legal. Não restam dúvidas sobre o fato de o agravado ser o verdadeiro pai biológico da agravante, uma vez que a prova apresentada é cabível, legal, legítima e inequívoca, não comprometendo o devido processo legal, como dispõe o artigo 2-A da Lei 8.560/92. II - DO BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE Como exposto na exordial, é do conhecimento da agravante que o agravado, seu pai, exerce emprego informal e autônomo. E sua genitora, por sua vez, encontra-se desempregada. É sabido que o dever de alimentar é de ambos os pais, que deverão contribuir independentemente de estarem desempregados ou exercerem emprego informal, de acordo com o artigo 1.694, parágrafo 1 do Código Civil, observado o binômio necessidade-possibilidade, uma vez que o pleito envolve a subsistência da agravada, menor impúbere, razão pela qual exige-se tutela, urgência. III - DO DEVER DE ALIMENTAR É certo que o agravado não exerce emprego de forma formal, mas presta serviços autônomos e informalmente, razão pela qual foi pleiteada a fixação de pensão alimentícia no valor de 30% (trinta por cento) de 01 (um) salário mínimo, sendo negada pelo juízo de primeiro grau. Com isso, mesmo na situação que se encontra, o agravado possui mais chances de obtenção de renda em relação à mãe da agravante, desempregada. O fato é que o trabalho informal do agravado não o exime de prestar alimento, mesmo em sede de antecipação de tutela, devendo ser concedida imediatamente. DO EFEITO SUSPENSIVO ATIVO Com o pedido de tutela antecipada para a fixação de alimentos provisórios em face de seu pai negado, a agravante, ora alimentada da Ação de Alimentos, sofrerá sérios prejuízos, haja vista o desemprego de sua mãe. Assim, preenchidos os requisitos legais previstos no artigo 995, parágrafo único combinado com o artigo 1.019, inciso I, 2 parte, ambos do Código de Processo Civil, o Relator deverá conceder, imediatamente, os alimentos provisórios. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a este Egrégio Tribunal de Justiça: 1) conheça do recurso ora interposto e lhe dê provimento para reformar a decisão interlocutória recorrida que indeferiu o pedido de fixaçãode alimentos provisórios, pugnando ainda ao i. Desembargador Relator que conceda a antecipação dos efeitos da tutela recursal no sentido de fixar imediatamente alimentos provisórios em favor da agravante no exatos termos da exordial; 2) intimação do agravado para, querendo, apresentar suas contrarrazões; 3) intimação do Ministério Público, nos termos do artigo 178, inciso II do Código de Processo Civil; 4) a condenação do agravado ao ônus da sucumbência. Nestes Termos, Pede Deferimento. Local, (dia) de (mês) de (ano). Advogado OAB
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