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Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade- TDAH E Transtorno de Oposição Desafiante (T.O.D.) Fernanda Pascoal Grossi CRP 06/147132 Jaqueline P. Martines Rodrigues CRP 06/143496 Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade- TDAH É um transtorno do NEURODESENVOLVIMENTO. DESATENÇÃO: Divagação em tarefas, falta de persistência ao executar tarefas, dificuldade de manter o foco e desorganização. HIPERATIVIDADE: Atividade motora excessiva quando não apropriado. IMPULSIVIDADE: Ações precipitadas, sem premeditação e com grandes possibilidades de oferecer risco à pessoa. Sintomas de desatenção segundo DSM V Sintomas de hiperatividade e impulsividade segundo DSM V Características TDAH Ter pelo menos 6 sintomas presentes antes dos 12 anos. Sintomas presentes em pelo menos 2 ambientes diferentes Evidências claras do prejuízo no funcionamento social, pessoal, profissional. Geralmente são crianças que mostram-se mais imaturas do que realmente são (Barkley, 1987) Características TDAH Na infância apresentam comportamentos como: Choro frequente, difícil de acalmar; Distúrbios no sono: aumento da sonolência por não dormir devido a inquietação; Comportamentos destrutivo com brinquedos e outras coisas; Está sempre “a mil por hora”; Irritadiço e irritado; Barulhento, agressivo, teimoso em excesso; Explosões emocionais; Pouco organizado, não espera a sua vez; Dificuldades de relacionamento; Características TDAH Na adolescência: O clássico “sonhador”; Pouca ou nenhuma persistência nas tarefas; Agitação; Problemas em seguir padrões de ordem e disciplina; Falta de motivação para se esforçar; Flutuações rápidas de emoções Do bem estar à raiva; Baixa autoestima; Atraso no desenvolvimento escolar; Propensão a compensar frustrações no abuso de substâncias. Características TDAH Na fase adulta: Desorganização além do esperado; Baixa concentração; Deixa tarefas inacabadas ou realiza com baixa qualidade de produção; Dificuldade em adaptar-se a rotinas de emprego, principalmente as que exijam alto grau de concentração; Comportamento antissocial; Problemas de relacionamentos conjugais. Consequências Funcionais Sentimentos de rejeição social; Piores desempenhos e assiduidade no campo profissional; Mais propensos a se acidentarem. Prognósticos associados ao TDAH Transtornos de Ansiedade: 30 a 40% apresentam 1 ou mais transtornos de ansiedade - TAG é o mas presente, inclusive como comorbidade. (Rohde ,L.A. et al, 2003) Transtornos depressivos: 14% apresentam sintomas compatíveis com algum TD (Souza, I. et al, 2001) TRATAMENTO Os tratamentos mais indicados são: Medicamentoso Psicoterapia: Terapia Cognitivo Comportamental apresenta evidências científicas favoráveis no tratamento de TDAH (Benczik, 2000) Fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional são exemplos de terapias complementares que demonstram bons resultados cientificamente. IMPORTANTE É importante considerar que o TDAH abrange déficits relacionados às funções executivas (aquelas que permitem interagirmos em diferentes contextos): Dificuldade na memória de trabalho (dificuldade de memorizar e trabalhar mentalmente) Flexibilidade cognitiva (capacidade de encontrar novas formas de pensar e nos ajustar a mudanças) Controle inibitório (a ausência quanto ao pensamento leva à desatenção, a ausência quanto a uma reação emocional leva à impulsividade e ausência quanto à ação física leva a hiperatividade). “No meio do barulho existe uma sinfonia que precisa ser escrita” (Benczik, 2000) Adotar tais orientações colabora para que a criança ou adolescente com TDAH passe a se sentir parte do meio que convive e, então, consiga ouvir e escrever a sinfonia de sua vida com autonomia e qualidade; Colabora ainda quanto a prevenção de prognósticos associados ao TDAH. Transtorno de Oposição Desafiante T.O.D.) Transtorno de Oposição Desafiante (T.O.D.)- Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta (DSM-5) Envolvem problemas de autocontrole das emoções e de comportamentos Critérios Diagnósticos A. Um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa pelo menos seis meses - pelo menos quatro sintomas - ocorre na interação com pelo menos um indivíduo que não seja um irmão. Humor Raivoso/Irritável 1. Com frequência perde a calma. 2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado. 3. Com frequência é raivoso e ressentido. Comportamento Questionador/Desafiante 4. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos. 5. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade. 6. Frequentemente incomoda outras pessoas. 7. Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento. Índole Vingativa 8. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses. crianças abaixo de 5 anos o comportamento deve ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses 5 anos ou mais o comportamento deve ocorrer pelo menos uma vez por semana durante no mínimo seis meses B. A perturbação no comportamento gera sofrimento para o indivíduo ou para os outros e impactos negativos no funcionamento de diversas áreas importantes da vida do indivíduo. RESUMO Os pacientes discutem excessivamente com adultos, não aceitam responsabilidade por sua má conduta, incomodam deliberadamente os demais, possuem dificuldade em aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam. DESENVOLVIMENTO E CURSO Geralmente surge durante os anos de pré-escola Fator de risco para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade e transtorno depressivo maior Fatores de Risco e Prognóstico Temperamentais - Problemas de regulação emocional (p. ex., níveis elevados de reatividade emocional, baixa tolerância a frustrações) são preditivos do transtorno. Ambientais - Práticas agressivas, inconsistentes ou negligentes no ambiente em que a criança está inserida Genéticos e fisiológicos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno da conduta T.C. e T.O.D. - colocam o indivíduo em conflito com adultos e outras figuras de autoridade T.O.D menos grave do que T.C. (agressão a pessoas ou animais, destruição de propriedade ou um padrão de roubo ou de falsidade) T.O.D. – desregulação emocional (reconhecer, nomear, aceitar e utilizar as emoções, bem como o comportamento e as reações fisiológicas, de maneira produtiva) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (T.D.A.H.) Dificuldade em obedecer as regras não estão relacionadas à falta de atenção ou à dificuldade me ficar quieto. Transtornos depressivo e bipolar Transtornos depressivo e bipolar envolvem irritabilidade e afeto negativo (conjunto de emoções negativas) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno disruptivo da desregulação do humor A gravidade, a frequência e a cronicidade das explosões de raiva são mais graves em indivíduos com transtorno disruptivo da desregulação do humor TRATAMENTO Medicamentoso: alguns medicamentos podem ser eficazes na diminuição da agressividade Psicoterapia individual: psicoeducação sobre o transtorno, auxilia na regulação emocional, autoconhecimento, controle do impulso... Treinamento de Manejo Parental: objetiva modificar o comportamento da criança por meio da alteração na forma dos pais lidarem com ela MANEJO (T.O.D.) Reforçar o comportamento desejado e desencorajar o indesejado Entender as contingências Desenvolver habilidades sociais As regras devem ser combinadas previamente em conjunto com a criança, devem estar visíveis, bem como as consequências Exercícios de relaxamento MANEJO(T.O.D.) Aprendizagem de novos instrumentos a serem utilizados nos momentos de raiva Fortalecer o vínculo familiar/responsáveis/cuidadores Encorajar a criança a expressar verbalmente suas emoções e a desenvolver sensibilidade em relação aos outros Garantir que a criança não se beneficie com comportamento agressivo Ajudar a criança a encontrar outras formas de obter o que deseja sem recorrer à agressão Manejo: Como lidar? Orientação aos pais: A criança precisa de tratamento MULTIDISCIPLINAR: neurologistas, psicopedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais. Lembra-los de serem otimistas, pacientes e persistentes com o filho. Manejo: Como lidar? Aos professores: Manter um bom contato com os responsáveis; Serem bem organizados e administrarem bem o tempo com a criança; Serem flexíveis e tolerantes ao manejar os vários tipos de tarefa; Serem objetivos e claros, descobrirem os meios pedagógicos que facilite o auxilio ao aluno em atingir as metas; Orientar previamente sobre o que se espera desse aluno; Manejo: Como lidar? Considerar as dificuldades de foco e concentração da criança, adolescente para selecionar a informação relevante em cada tarefa; Tentar acordos, perguntar como ela acha que ficaria mais fácil para ela aprender determinada tarefa? Atentar-se a sequencia lógica do grau de dificuldade das atividades; Compreender que o TDAH facilita o aprendizado pela visão, logo, utilizar recursos visuais ajuda; Compreender que a criança precisa rotineiramente de estímulos para fazê-la lembrar das coisas. Refazer os contratos, repassar as diretrizes e limites de organização e incentivá-la quando a mesma se lembrar; Manejo: Como lidar? Reduzir os estímulos de distração em sala: Orientar o aluno a não sentar perto da janela e porta, mas quanto mais a frente e próximo do professor, melhor. Pedir para que o aluno seja assistente do professor e de outros colegas de turma; Preparar o aluno quanto a quebra de rotina: eventos, passeios... Olhar nos olhos: ajuda a tirá-lo dos devaneios Ser encorajador: O prejuízo à autoestima é mais devastador do que o TDAH. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade- TDAH X Transtorno de Oposição Desafiante (T.O.D.) X Indisciplina > A avaliação deve ser realizada por um profissional qualificado > Rótulos, além de não ajudarem, podem prejudicar a autoestima > Um transtorno pode prejudicar o funcionamento familiar, porém se bem encaminhado pode promover o vínculo Inteligências Múltiplas Howard Gardner (1983) Naturalista (Inteligência da natureza) Musical (Inteligência de som) Lógico-Matemática (Inteligência de números e raciocínio) Existencial (Inteligência de vida) Interpessoal (Inteligência das pessoas) Corporal Cinestésica (Inteligência corporal) Linguística (Inteligência de palavras) Intrapessoal (auto-inteligência) Espacial (Inteligência de imagem) Música e seus benefícios Memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e inibição são habilidades que se desenvolvem ao tocar um instrumento musical, cantar ou dançar, especialmente quando se lida com peças complicadas que envolvem várias partes, ritmos sofisticados, e improvisação. Assim, a música, também contribui para o desenvolvimento da disciplina e da concentração. A percepção do tempo também é aperfeiçoada por meio da musicalização. Ela é desenvolvida, por exemplo, quando o aluno precisa executar uma frase melódica em um tempo pré- determinado ou quando aguarda o tempo certo para tocar uma nota. Música e seus benefícios A música minimiza sintomas de ansiedade e proporciona bem-estar, seja pelo relaxamento promovido ou pela alegria que a atividade gera. Mais um fator que podemos destacar é a melhoria no convívio social, ao fazer parte de um grupo de músicos ou na interação entre os músicos e a plateia. A música aparece como uma forte aliada uma vez que colabora com o desenvolvimento e aprimoramento das funções executivas das quais o TDAH apresenta déficit como a atenção sustentada, memória de trabalho, organização e planejamento, bem como o contato afetivo e motivacional. Onde buscar ajuda? Clínica escola Clínicas particulares (projetos sociais) Ambulatório de Saúde Mental Postos de Saúde CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) MUITO OBRIGADA!!! Referências BENCZIK, Edyleine B.P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: Atualização Diagnóstica e Terapêutica. 1ª ed. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2000. ROHDE, L.A. et al. Princípios e práticas em TDAH. Porto Alegre- RS. Artmed, 2003. ARRUDA, M.A. Levados da Breca: Um guia sobre crianças e adolescentes com o Transtorno do déficit de tenção e Hiperatividade. Ribeirão Preto -SP. São Francisco grupo gráfico, 2006. MACHADO, Andréa Carla et al. Sinais e orientações para o TDAH. 1ª ed. Ribeirão Preto –SP. Book Toy, 2015. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013. BARKLEY, R.A. The assessment of attention of deficit hiperactivity in children. Attention disorder with hiperactivity. Advances in clinical child Psychology. 1987. THE MTA COOPERATIVE GROUP. Multimodal Treatment Study of children whit ADHD. A 14 month randomized clinic trial of treatment strategies for attention deficit hyperactivity disorder. Arch Gen Psychiatry. 1999. SOUZA, I. SERRA, M.A et al. Comorbidity in childen and adolescents whit attention deficit disorder: preliminary results. Arq Neuropsiquiatr. 2001. SERRA-PINHEIRO, Maria Antonia et al . Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 26, n. 4, p. 273-276, Dec. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44462004000400013&lng=en&nrm=iso>. access on 04 Nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462004000400013. PINHEIRO, Maria Isabel et al. Treinamento de Habilidades Sociais Educativas para Pais de Crianças com Problemas de Comportamento. 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