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DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

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​​​​​​​​​​​​Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
 
Curitiba, 11 de abril de 2020
O que é DPOC?
 A DPOC (CID 10 - J44) é uma doença pulmonar obstrutiva crônica, intimamente ligada ao tabagismo, que pode se agravar sem o tratamento adequado, comprometendo significativamente a qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a DPOC será a terceira principal causa de morte em 2020.
 É comum as pessoas acharem que a DPOC é uma doença de pessoas idosas e, por isso, não se preocuparem com ela. Na verdade, a doença atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos, podendo inclusive ser identificada em pessoas mais jovens.
 Os pacientes com DPOC grave têm falta de ar com a maioria das atividades cotidianas e são internados no hospital com muita frequência. Entre as possíveis complicações da doença, estão o desenvolvimento de arritmias, necessidade de máquina de respiração e oxigenoterapia, insuficiência cardíaca  no lado direito ou inchaço do coração ou insuficiência cardíaca devido à doença pulmonar crônica, pneumonia, pneumotórax, perda de peso ou desnutrição grave e osteoporose. 
 A DPOC refere-se a um grupo de doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar, tornando a respiração difícil. Só no Brasil, cerca de cinco milhões de pessoas sofrem com o problema. É uma doença lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços físicos, como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas.
 No entanto, com o passar do tempo, a falta de ar (dispneia) se torna mais intensa e surge depois de esforços cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar está presente mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais corriqueiras.
 Existem duas formas principais de DPOC. A maioria das pessoas tem uma combinação dessas condições:
· Bronquite  crônica, que envolve tosse prolongada com muco
· Enfisema, que envolve a destruição dos pulmões ao longo do tempo.
 O enfisema, parte do quadro de DPOC, provoca a destruição das paredes frágeis e fibras elásticas dos alvéolos. Isso ocasiona um pequeno colapso das vias aéreas quando você expira, prejudicando o fluxo de ar para fora de seus pulmões.
 Já a bronquite crônica deixa os brônquios inflamados, e por isso eles passam a produzir mais muco. Isso pode bloquear as ramificações mais estreitas, causando a dificuldade na respiração. Além disso, seu organismo desenvolve a tosse crônica, na tentativa de limpar suas vias respiratórias.
Causas
 Quando você respira, entra ar nos seus pulmões através de dois grandes tubos, chamados brônquios. Dentro de seus pulmões, estes tubos criam diversas ramificações, como uma árvore, que terminam em aglomerados de pequenos sacos de ar (alvéolos).
 Os sacos de ar têm paredes muito finas cheias de pequenos vasos sanguíneos, chamados capilares. O oxigênio do ar que você inala passa para estes vasos sanguíneos e entra na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, o dióxido de carbono um gás que é um produzido durante esse processo é exalado.
 Seus pulmões contam com a elasticidade natural dos brônquios e sacos aéreos para forçar o ar para fora do seu corpo por isso seu peito infla na inspiração e desincha da expiração. A DPOC faz com que eles percam essa elasticidade, o que deixa um pouco de ar preso em seus pulmões quando você expira.
Fatores de risco
 O tabagismo é o principal fator de risco para DPOC, causando cerca de 85% dos casos da doença. Isso porque a fumaça inalada leva a inflamação pulmonar, causando a obstrução dos brônquios e a destruição dos alvéolos (enfisema), responsáveis pelas trocas gasosas.
 Se a pessoa parar de fumar antes de apresentar perda da função pulmonar, é possível que não venha a apresentar os sintomas da doença. Caso já tenha desenvolvido a DPOC, a doença poderá não progredir com a retirada do cigarro e o tratamento correto. Quanto ao tabagismo passivo, não se sabe ainda se ele causa DPOC, porém os fumantes passivos têm mais tosse e secreção pulmonar. 
 Pessoas com asma ou outras doenças respiratórias têm mais chances de desenvolver a DPOC caso sejam fumantes.
 Pessoas que nunca fumaram, mas estiveram expostas a substâncias tóxicas, poluição, gases ou fumaça também podem desenvolver a doença, devido à resposta inflamatória dos pulmões à longa exposição desses poluentes.
 A DPOC se desenvolve lentamente ao longo dos anos, por isso a maioria das pessoas tem entre 35 a 40 anos quando os sintomas começam.
Sintomas de DPOC
 Durante as fases iniciais, o comprometimento da função pulmonar pode ser assintomático, dificultando seu diagnóstico. Os primeiros sintomas são: Tosse, Catarro e Pigarro.
 As pessoas não procuram um médico nos estágios iniciais da doença, pois acham que estão sofrendo as consequências do uso de cigarro. Quando surge a falta de ar ou cansaço, a doença pode estar em fase mais avançada.
 A DPOC demora cerca de 20 anos para se instalar por completo no organismo. Exatamente por isso, quando os sintomas aparecem, as pessoas acreditam ser apenas sinais de envelhecimento. 
Outros sintomas de DPOC incluem:
· Falta de ar, especialmente durante as atividades físicas.
· Chiado no peito.
· Aperto no peito.
· Ter que limpar a garganta logo no início da manhã, devido ao excesso de muco nos pulmões.
· Tosse crônica que produz expectoração. O muco pode ser claro, branco, amarelo ou esverdeado.
· Lábios ou camas de unha azulados (cianose).
· Infecções respiratórias frequentes.
· Falta de energia.
· Perda de peso não intencional (em fases mais avançadas). 
 Pessoas com DPOC também são propensas a experimentar episódios chamados de exacerbações, durante o qual os sintomas se tornam piores e persistem por dias. No período da manhã, por exemplo, o paciente com DPOC tem grande dificuldade, precisando de mais tempo que outras pessoas para começar o seu dia. Ações como trocar uma roupa, escovar dentes e andar de um cômodo para o outro viram um desafio diário.
Asma e DPOC
 É comum as pessoas confundirem a falta de ar causada pela DPOC com sintomas de asma, mas as doenças são diferentes.
 A falta de ar típica da asma oscila, agravando-se nas crises. Já a falta de ar da DPOC piora com o passar do tempo e não retorna à situação de normalidade, sendo, assim, progressiva e diária.
 Além disso, ao contrário da DPOC, a asma não está diretamente ligada ao tabagismo. O hábito de fumar piora os sintomas da asma, mas há outras causas envolvidas com a doença.
 A DPOC, por sua vez, tem como principal causa o cigarro. Para que alguém desenvolva a DPOC, são necessários anos inalando fumaça, principalmente do cigarro.
 Já a asma é uma doença decorrente da hipersensibilidade a estímulos externos e com fundo genético.
Diagnóstico de DPOC
 O diagnóstico na fase inicial da doença é extremamente importante para impedir seu avanço e o comprometimento maior das funções pulmonares, além de garantir a maior eficácia do tratamento. Estudos revelam que a deterioração da doença é mais rápida nas fases iniciais assim sendo, a intervenção precoce se faz ainda mais importante e necessária.
 No entanto, a maioria dos doentes é diagnosticada já numa fase moderada ou grave, depois de um primeiro episódio de agravamento da doença ou quando surgem queixas de cansaço fácil e de dificuldade respiratória.
 O diagnóstico da DPOC é feito baseado as alterações identificadas no exame físico, aliado às alterações referidas pelo paciente. O diagnóstico deve ser confirmado por alguns exames: 
· Espirometria É um exame que avaliamos os volumes e fluxos de ar que entram e saem do pulmão. Utiliza-se um aparelho no qual a pessoa assopra em um bocal, chamado espirômetro, e avalia-se o fluxo e a quantidade de ar que sai dos pulmões. Se o resultado indicar alguma alteração, outros exames serão necessários para confirmar um diagnóstico de DPOC.
· Gasometria arterial Mede o pH e os níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue de uma artéria. Esse exame é utilizado para verificar se os seus pulmõessão capazes de mover o oxigênio dos brônquios para o sangue e remover o dióxido de carbono do sangue.
· Exames de imagem, A radiografia de tórax pode mostrar enfisema, uma das principais causas da DPOC. Um raio x também pode descartar outros problemas pulmonares ou insuficiência cardíaca, confirmando o diagnóstico de DPOC.A tomografia computadorizada dos pulmões pode ajudar a detectar enfisema e a determinar se você pode se beneficiar de uma cirurgia para a DPOC. O exame também pode ser usado para detectar o câncer de pulmão, que é comum entre pessoas com DPOC.
Tratamento de DPOC
 Um diagnóstico de DPOC não é o fim do mundo. Para todos os estágios da doença, o tratamento eficaz está disponível, que pode controlar os sintomas, reduzir o risco de complicações e exacerbações e melhorar a sua capacidade de levar uma vida ativa. Cessar o tabagismo é o passo mais importante em qualquer plano de tratamento para a DPOC é parar de fumar. É a única maneira de evitar que a DPOC se agrave, também é uma boa ideia evitar exposição ao fumo passivo, sempre que possível. 
 Alguns médicos costumam usar terapia, costumam usar esses tratamentos adicionais para pessoas com DPOC moderada ou grave:
 Terapia com oxigênio: Se não há oxigênio suficiente no sangue, você pode precisar de oxigênio suplementar. Existem vários dispositivos para fornecer oxigênio para os pulmões, incluindo unidades portáteis leves que você pode levar para qualquer lugar. Algumas pessoas com DPOC usam oxigênio apenas durante as atividades ou durante o sono. Outros usam oxigênio o tempo todo. A terapia com oxigênio pode melhorar a qualidade de vida e é a única terapia de DPOC que comprovadamente prolonga a vida do paciente. 
 Programa de reabilitação pulmonar: esses programas normalmente combinam treinamento físico, aconselhamento nutricional e aconselhamento sobre a doença. A reabilitação pulmonar pode reduzir as hospitalizações, aumentar a sua capacidade de participar em atividades diárias e melhorar a sua qualidade de vida. 
 Mesmo com o tratamento, podem ocorrer momentos em que os sintomas pioram em dias ou semanas. Isso é chamado de uma exacerbação aguda, e pode levar à insuficiência respiratória, podem ser causadas por uma infecção respiratória, poluição do ar ou outras formas de inflamação. 
Medicamentos para DPOC
 Os medicamentos mais usados para o tratamento de DPOC são:
· Aires 
· Alenia
· Ares
· Atrovent
· Bamifix
· Brometo de Ipratrópio
· Bromidrato de Fenoterol
· Berotec
· Bisolvon
· Brondilat
· Carbocisteína
· Flixotide
· Fluitoss
· Foraseq
· Franol
· Ipratropio
· Leucogen
· Prednisona
 Broncodiladores medicamentos que geralmente vêm em um inalador relaxam os músculos em torno de suas vias aéreas. Isso pode ajudar a aliviar a tosse e falta de ar e facilitar a respiração.
 Corticoides inaladores, Essa classe de medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo.
 Esses medicamentos são úteis para as pessoas com exacerbações frequentes da DPOC. Ao contrário dos corticosteroides orais, que passam primeiro pela corrente sanguínea para então atingir seu alvo, os corticosteroides inalados têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são geralmente seguros para uso contínuo. Você pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o seu máximo benefício.
 Inaladores de combinação são medicamentos que combinam broncodilatadores e corticosteroides inalados, geralmente indicados para pacientes que necessitam de ambos os tratamentos. São indicados para controlar a falta de ar em pessoas com DPOC ou asma.
 Corticosteroides orais para as pessoas que têm uma exacerbação aguda moderada ou grave, esses medicamentos evitam agravamento da DPOC. No entanto, eles podem ter efeitos secundários graves, tais como ganho de peso, diabetes, osteoporose, cataratas e um risco aumentado de infecção.
 Teofilina medicamento que ajuda a melhorar a respiração e previne exacerbações. A teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides. Os efeitos colaterais podem incluir náuseas, batimentos cardíacos acelerados e tremor
 Antibióticos infecções respiratórias como bronquite aguda, pneumonia e influenza podem agravar os sintomas da DPOC. Os antibióticos ajudam a combater as crises agudas.
 Inibidores de fosfodiesterase-4 é um anti-inflamatório para combater a inflamação nos pulmões e brônquios, além de reduzir o número de crises ou exacerbações. Ele deve ser sempre complementar aos broncodilatadores e nunca deve ser usado de forma isolada. A administração é oral.
Possíveis Complicações 
 Infecções respiratórias: pessoas com DPOC são mais suscetíveis a resfriados, gripe e pneumonia. Qualquer infecção respiratória pode tornar a respiração muito mais difícil e produzir mais danos ao tecido pulmonar. Dessa forma, o ideal é tomar a vacina contra a gripe anual e a vacina pneumocócica conjugada, que ajudam a prevenir algumas infecções
 Pressão arterial elevada: a DPOC pode elevar a pressão arterial nas artérias que levam sangue para os pulmões, gerando a chamada hipertensão pulmonar
 Problemas cardíacos: por razões que não são totalmente compreendidas, a DPOC aumenta o risco de doenças cardíacas, incluindo infarto. Isso não quer dizer que todas as pessoas que tem DPOC terão alguma complicação cardíaca, apenas o risco é maior
 Câncer de pulmão : fumantes com bronquite crônica, uma das manifestações da DPOC, têm maior risco de desenvolver câncer de pulmão do que os fumantes que não têm bronquite crônica
 Depressão : a dificuldade em respirar pode impedir o paciente de fazer atividades que goste e lidar com a doença grave pode contribuir para o desenvolvimento da depressão. Converse com seu médico se você se sentir triste, impotente ou pensar que pode estar sofrendo de depressão.
Prevenção
 Ao contrário de algumas doenças, a DPOC tem uma causa certa e um caminho claro de prevenção. A maioria dos casos está diretamente relacionada ao tabagismo e a melhor maneira de prevenir a DPOC é nunca fumar ou parar de fumar.
 A exposição ocupacional a vapores químicos e poeira é outro fator de risco para a. DPOC. 
Referências:
Oliver Nascimento, médico pneumologista e Presidente da Sociedade Paulista de Pneumonia e Tisiologia, CRM 95200
Sabrina Presman, psicóloga e especialista em tabagismo da Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas (Abead)
Leonardo Dias, fisioterapeuta do setor de Reabilitação Pulmonar da Associação Brasileira de DPOC
Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia
Associação Brasileira de DPOC

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