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1ª LISTA DE FARMACOLOGIA CLÍNICA 1. Paciente A.C. após uma cirurgia plástica foi medicada e aconselhada a usar VARFARINA como anticoagulante. Uma semana após, devido dores, rigidez, calor local, vermelhidão e inchaço nas juntas causado pela artrite reumática, ela se automedica com CETOPROFENO. Logo após, passou a apresentar pequenas hemorragias. Como se explica esse acontecimento mediante o uso de um anticoagulante? R: A VARFARINA e o CETOPROFENO se ligam às mesmas proteínas plasmáticas, ambos possuem uma taxa de 99% de ligação, porém, existe uma maior afinidade do CETOPROFENO em relação à VARFARINA e isso faz com que o fármaco de maior afinidade desloque o fármaco que possui menor afinidade, deste modo, a quantidade de Varfarina livre acaba sendo maior e isso explica o fato de a paciente ter pequenas hemorragias. 2. Para o tratamento de um paciente com tuberculose pulmonar, uma das drogas receitadas foi RIFAMPICINA, VO, com dose única. Ao ser apresentadas as interações medicamentosas, foi reforçado bastante a necessidade de se utilizar outros tipos de prevenção sexual além de anticoncepcional. Qual a relação entre um medicamento para tuberculose e a possibilidade de gravidez? R: A RIFAMPICINA é um indutor enzimático que aumenta o metabolismo do anticoncepcional, deixando esse fármaco mais hidrossolúvel facilitando assim a sua eliminação. A RIFAMPICINA é um antimicrobiano cuja finalidade é exterminar a bactéria que causa a tuberculose, mas também seu efeito se estende em exterminar as bactérias intestinais (flora bacteriana) que são necessárias no processo de absorção dos anticoncepcionais. A Rifampicina diminui o efeito dos anticoncepcionais por dois mecanismos: 1°: é um indutor enzimático que aumenta o metabolismo; 2°: qualquer antimicrobiano diminui o efeito do anticoncepcional pelo mecanismo da circulação entero hepática. 3. Um paciente alcoólatra decide procurar ajuda e para ajudar no tratamento para parar de consumir bebidas alcoólicas é receitado DISSULFIRAM, 125-250 mg/dia pela manhã durante dois meses, porém, não foi avisado ao médico responsável que por possuir asma fazia uso da TEOFILINA. No tratamento com o dissulfiram o paciente teve crises convulsivas, cefaleia, vômitos e cólicas abdominais. Por que esses sintomas apareceram? R: O DISSULFIRAM diminui o metabolismo da TEOFILINA. Deste modo, a eliminação da Teofilina acaba sendo menor devido ao seu acúmulo (mesmo que este fármaco esteja na dose correta). Quando o paciente que faz uso de Teofilina comeca a fazer tratamento com Dissulfiram, a dose da Teofilina necessita ser ajustada. 4. Paciente com intoxicação por EFEDRINA devido a uma automedicação em decorrência de uma asma brônquica é internada com aumento da PA, palpitações, taquicardia e arritmia cardíaca. Sabendo que a efedrina é um fármaco de caráter alcalino, quais medidas devem ser tomadas para reverter o quadro da paciente? R: A EFEDRINA é um fármaco de carater alcalino (básico). Se estiver em meio básico, aumenta a concentração da forma não ionizada, se estiver em meio ácido aumenta a concentração da forma ionizada. Em caso de intoxicação, é preciso eliminar o fármaco, ou seja, aumentar a concentração da forma ionizada, acidificar (reduzir) o pH sanguíneo e consequêntemente diminuis o pH da urina, diminuindo o pH do meio para que o fármaco fique mais ionizado e facilite a sua eliminação. Administrar o lactato. 5. Explique qual a importância do pKa do fármaco e do pH do meio na farmacocinética clínica. R: O pKa do fármaco trata-se da constante de ionização e indica o pH do meio onde o fármaco estará 50% FI e 50% FNI. O pKa do fármaco é representado pela Equação de Henderson- Hasselbach, e na Farmacologia pode ser usada para melhorar o coeficiente de participação óleo/água de fármacos. Com ela, é possível verificar o grau de ionização da substância e determinar seu movimento entre as membranas celulares. Os principais compartimentos biológicos tem pH definidos, tais como a mucosa intestinal (pH 5), o plasma (ph 7,4) e a mucosa gástrica (ph 1). Assim sendo, é possível obter fármacos de comportamento farmacocinético (absorção, distribuição e excreção), com propriedades melhoradas. https://pt.wikipedia.org/wiki/PH https://pt.wikipedia.org/wiki/Mucosa https://pt.wikipedia.org/wiki/Plasma 6. No compartimento extracelular o pH é 7,4 e no intracelular é 7,0; em qual desses compartimentos um fármaco de caráter básico estará em maior concentração? R: Sim, maior concentração intracelular por se aproximar mais do meio alcalino. 7. Um fármaco X foi administrado por via oral na dose de 100 mg à dois pacientes diferentes, quando realizada a curva de concentração plasmática X tempo obteve-se o gráfico abaixo analise o gráfico e explique porque as curvas são diferentes. R: O paciente nefropata elimina menos, e em decorrência disso o fármaco fica mais tempo no organismo, então a curva será maior. 8. A equação de Henderson-Hasselbach ajuda a entender a influência do pH na absorção e excreção de fármacos. Com base na equação de Henderson-Hasselbach, responda: a) Por que a alcalinização urinária, obtida através da administração de bicarbonato de sódio endovenoso, é um procedimento útil na intoxicação por fenobarbital? R: Porque há uma maior concentração da forma não ionizada facilitando assim a eliminação do Fenobarbital. b) Sabendo que o pH do estômago é 1,4; do duodeno, 6,4; do íleo, 7,4; e do intestino grosso, 8,4; determine o local onde ocorre a absorção da anilina, considerando que essa substância é uma base fraca com pK = 9,4. R: A ANILINA (mais básica) não pode ser absorvida no estômago por ser um meio muito ácido, ou seja, ela ficaria numa forma ionizada, então será absorvida no intestino por ser um meio mais básico (alcalino), facilitando a lipossolubilidade do fármaco para que ele possa ser absorvido. Fármaco básico em pH ácido fica em maior concentração na FORMA IONIZADA, e em meio básico na FORMA NÃO IONIZADA. 9. Neisseria gonorrhoeae, agente etiológico da gonorréia, era sensível, no passado, à concentrações ínfimas de penicilina. Com o desenvolvimento de resistência, maiores concentrações séricas tornaram-se necessárias. Ao invés de aumentar as doses, decidiu-se pela associação, hoje, clássica de penicilina e probenecida. Explique a vantagem desta associação. R: A PENICILINA é excretada por secreção tubular, que se trata de um transporte ativo e que necessita de um transportador. A PROBENECIDA também é excretada por secreção tubular, porém, este fármaco tem maior afinidade pelo transportador, ou seja, ela vai sendo excretada do organismo fazendo com que a Penicilina fique mais tempo em circulação, esperando que esse transportador fique livre para que ela possa ser eliminada. Por isso essa associação é mais vantajosa, pois a Probenecida diminui a excreção da Penicilina.
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