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Atenção à saúde da criança 3

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PROGRAMA 
DE EDUCAÇÃO 
PERMANENTE 
EM SAÚDE 
DA FAMÍLIA
Nadja De Sá P. D. Rocha 
Maria de Lourdes Magalhães 
José Adailton da Silva
Módulo:
Atenção à saúde 
da criança: 
crescimento e 
desenvolvimento
UNIDADE 3
Acompanhando 
o crescimento e 
desenvolvimento 
da criança
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Aula 1: O crescimento e desenvolvimento 
– CD
Para que a criança cresça e se desenvolva bem, é fundamental que a equipe saúde da família 
identifique no território todas as crianças sob sua responsabilidade, iniciando o mais preco-
ce possível esse cuidado contínuo, possibilitando que elas possam ter acesso e comparecer 
à unidade de saúde para fazer o acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento. 
Nas consultas de rotina, as orientações sobre os cuidados necessários para que a crian-
ça tenha boa saúde e esclarecimentos de dúvidas devem ser observados com uma efetiva 
comunicação de qualidade, confirmando se as orientações ofertadas foram compreendidas.
Em nossa situação-problema, Helena deveria ser acompanhada regularmente, conforme 
vamos estudar nesta Unidade. 
Calendário consultas CD
No acompanhamento regular do CD, o Ministério da Saúde recomenda sete consultas de 
rotina no primeiro ano de vida (1ª semana, 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º 
mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (18º e 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, 
consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas por-
que representam momentos de oferta de imunizações e orientações de promoção de saúde 
e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas 
com maior frequência. Esse calendário de consultas representa um consenso em relação 
à bibliografia consultada. Algumas crianças necessitam de maior atenção e devem ser vistas 
com maior frequência (BRASIL, 2013a).
Em todas as consultas de rotina, o profissional de saúde deve 
avaliar, orientar e registrar os seguintes aspectos na caderneta 
de saúde e no prontuário/ficha espelho da criança: anamnese e 
exame físico–peso,comprimento ou altura e perímetro cefálico (este 
último até os 2 anos); alimentação; vacinas; prevenção de acidentes; 
identificação de problemas ou sinais de perigo segundo idade, vul-
nerabilidade familiar e de políticas de atenção, outros cuidados para 
uma boa saúde, quando retornar de forma imediata ou agendada.
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
A primeira consulta de CD e o5º dia de saúde integral da mãe e do bebê
Lembra de Helena, da nossa situação-problema? 
Helena foi levada à unidade de saúde da família de uma área rural com queixa de febre há 
dois dias. Ela consegue beber, não tem vômitos, não apresentou convulsões. Encontra-se 
alerta e não apresenta batimento de asas do nariz ou gemência. Não tem tosse, diarreia, 
problema de ouvido ou dor de garganta. 
Como avaliar e classificar a criança de 0 a 2 meses de idade? Como 
determinar presença de doença grave ou infecção localizada? Como 
avaliar o crescimento e o desenvolvimento de menores de 2 meses?
Quer saber mais? Acesse o Manual de quadros da atenção integrada 
da mãe e da criança menor de 2 meses de idade (AIDPI NEONATAL).
Os eixos principais da atenção ao binômio materno infantil da rede cegonha são relevantes 
para o conhecimento e a orientação das práticas do cuidado na semana de saúde integral 
e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Identificando como essas crianças 
se situam nas ações estratégicas do eixo de atenção humanizada e qualificada à gestação, 
ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/maual_aidpi_neonatal_quadro_procedimentos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/maual_aidpi_neonatal_quadro_procedimentos.pdf
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Ações Estratégicas do Eixo de Atenção Humanizada e Qualificada 
à Gestação, ao Parto, ao Nascimento e ao Recém-nascido
I A prevenção da transmissão vertical do HIV e da sífilis.
II A atenção humanizada e qualificada ao parto e ao recém-nascido 
no momento do nascimento, com capacitação dos profissionais de 
enfermagem e médicos para prevenção da asfixia neonatal e das 
parteiras tradicionais.
III A atenção humanizada ao recém-nascido prematuro e de baixo 
peso, com a utilização do “Método Canguru”.
IV A qualificação da atenção neonatal na rede de saúde materna, 
neonatal e infantil, com especial atenção aos recém-nascidos graves 
ou potencialmente graves, internados em Unidade Neonatal, com 
cuidado progressivo entre a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
(UTIN), a Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional 
(UCINCo) e aUnidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru 
(UCINCa).
V A alta qualificada do recém-nascido da maternidade, com vincu-
lação da dupla mãe-bebê à Atenção Básica, de forma precoce, para 
continuidade do cuidado, a exemplo da estratégia do “5º Dia de Saúde 
Integral”, que se traduz em um conjunto de ações de saúde essenciais 
a serem ofertadas para a mãe e o bebê pela Atenção Básica à Saúde 
no primeiro contato após a alta da maternidade.
VI O seguimento do recém-nascido de risco, após a alta da mater-
nidade, de forma compartilhada entre a Atenção Especializada e a 
Atenção Básica.
VII As triagens neonatais universais.
Art. 8º São ações estratégicas do eixo de aleitamento materno e ali-
mentação complementar saudável: I a Iniciativa Hospital Amigo da 
Criança (IHAC); II a Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento 
Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUSEstratégia 
Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB); III a Mulher Trabalhadora que 
Amamenta (MTA); IV a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano; V a 
implementação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos 
para Lactentes, para Crianças de Primeira Infância, Bicos Chupetas 
e Mamadeiras (NBCAL); e VI a mobilização social em aleitamento 
materno (BRASIL, 2015).
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
O 5º dia de saúde integral da mãe e do bebê
Óbitos em crianças na primeira infância, que corresponde à faixa etária de 0 a 2 anos, con-
siderada primeiríssima infância, estão intimamente relacionados às más condições sociais, 
econômicas, biológicas, ambientais e de saúde materna e infantil. As principais causas des-
sas mortes são as doenças perinatais, prematuridade da gestação, anóxia neonatal e infec-
ções, decorrentes da ineficiência do pré-natal, parto e nascimento. Esses agravos, em sua 
maioria, podem ser identificados e evitados com ações de prevenção, diagnóstico precoce e 
tratamento realizado na ESF (CECCON et al., 2014).
O Ministério da Saúde se propõe a garantir a todos os recém-nascidos boas práticas de 
atenção, embasadas em evidências científicas e nos princípios de humanização, tais como: 
clampeamento tardio do cordão, permanência do RN ao lado da mãe durante todo o tempo 
de internação, desde os primeiros momentos de vida, com contato pele a pele e apoio à 
amamentação (se possível, ainda na primeira hora de vida), estímulo à participação do pai, 
tentativa de se evitar procedimentos iatrogênicos “de rotina”, sem embasamento científico, 
além de oferta de todas as triagens neonatais com o teste do pezinho, olhinho e orelhinha.
Para aqueles recém-nascidos de risco (como os de baixo peso, os prematuros e aqueles que 
possuem agravos que mais frequentemente acarretam a morte, como asfixia ao nascer, pro-
blemas respiratórios e infecções), a proposta é um grande investimento nas maternidades de 
referência do País, para atendimento às gestantes e aos recém-nascidos de risco, no sentido 
de garantir leitos de UTI, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e leitos Canguru. Para os 
recém-nascidos de risco, nascidos em maternidadesque não sejam de referência para esse 
tipo de atendimento, a proposta é a contratualização do processo de referência-contrarre-
ferência entre todas as maternidades das regiões metropolitanas envolvidas, contando com 
o suporte de um transporte neonatal especializado para fazer a transferência de pacientes 
entre os referidos estabelecimentos hospitalares (“Samu Cegonha”) (BRASIL, 2012).
O processo do cuidado se inicia na maternidade, por uma entrega bem orientada da Cader-
neta de Saúde da Criança à mãe de cada bebê, já que a caderneta deve servir de roteiro e pas-
saporte para o seguimento da criança em toda a sua linha de cuidado. A maternidade deve 
interagir com as equipes da APS por meio do encaminhamento adequado no instrumento de 
Alta Qualificada. Na APS, espera-se garantir uma visita domiciliar do agente de saúde e equi-
pe ao binômio mãe e RN no contexto da família, para orientação de todos sobre o cuidado 
de ambos, bem como para ofertar as ações programadas numa mesma data: consultas para 
ambos (mãe e RN), estimulando a presença do pai sempre que possível, apoio ao aleitamento 
materno, imunizações, coleta de sangue para o teste do pezinho até 2 anos de idade. 
O objetivo é um acompanhamento cuidadoso do crescimento e do desenvolvimento da 
criança pela equipe de saúde (inclusive com busca de faltosos), com um olhar biopsicosso-
cial não só para a criança, mas também para as condições do contexto de saúde e de vida 
de sua mãe e família, inclusive com as articulações intersetoriais, no território, necessárias 
para o projeto terapêutico de cada criança/família.
A primeira semana de vida é um período crítico e de grande vulnerabilidade para o Recém-
-Nascido (RN). A Agenda de Compromissos para a Saúde Integral das Crianças e Redução 
da Mortalidade Infantil prevê, em sua linha de cuidado “Atenção humanizada e qualificada 
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
à gestante e ao recém-nascido”, a realização da ação Primeira Semana de Saúde Integral. 
Do 3º ao 5º dia de vida do bebê, mãe e filho devem ser avaliados no domicílio ou na unidade 
de saúde da família (Brasil, 2005).
Destacamos que no “5º Dia de Saúde Integral, da mãe e do bebê”, estes devem ser acolhi-
dos pela equipe da Atenção Básica, para atendimento a ambos, e ao pai se possível, com 
a avaliação em relação à amamentação e orientação dos cuidados com a mulher e com a 
criança. Ressalta-se a importância dessa abordagem na primeira semana e no primeiro mês 
de vida, quando em torno de 40% das crianças já interromperam a amamentação exclusiva 
(BRASIL, 2009), assim como na primeira semana e no primeiro mês após a alta hospitalar, 
em caso de internação neonatal. A equipe de cuidados deve estar atenta para ouvir a mãe, 
o pai e seus familiares, apoiando-os na resolução dos problemas identificados para o esta-
belecimento da amamentação. Além disso, avaliar e observar a mamada em todas as oca-
siões do encontro de mãe e bebê, além de reforçar as orientações dadas no pré-natal e na 
maternidade. Essas são ações fundamentais a serem desenvolvidas pelas equipes de saúde 
nas UBS. Nesse sentido, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), segundo a Portaria 
1.920, de 05 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013b), tem importante papel na capacitação dos 
profissionais de saúde.
Por fim, os principais objetivos do 5º dia de saúde integral da mãe e do bebê compreendem:
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Objetivos do 5º dia de saúde integral da mãe e do bebê
• Observar as relações familiares.
• Facilitar o acesso ao serviço de saúde.
• Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de 
saúde.
• Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da 
família (nascimento de um filho).
• Estimular o desenvolvimento da parentalidade.
• Orientar a família sobre os cuidados com o bebê.
• Identificar sinais de depressão puerperal.
• Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida.
• Prevenir lesões não intencionais.
• Identificar sinais de perigo à saúde da criança.
• Verificar a Caderneta de Saúde da Criança.
• Identificar sinais de alerta para situação de violências, acidentes e 
as doenças prevalentes na infância.
• Verificar a Triagem neonatal: teste do pezinho, da orelhinha, do 
olhinho e do coraçãozinho, de acordo com a oferta do serviço local.
• Checar as vacinas contra Tuberculose e Hepatite B.
• Agendar a primeira consulta na unidade para o binômio mãe e filho.
Fonte: Brasil (1990, 2011b, 2016).
A primeira consulta do CD
A proposta é que a primeira consulta ocorra na visita domiciliar. A visita domiciliar no 5º 
dia de saúde integral da mãe e do bebê aproxima a equipe de saúde do contexto de vida 
das famílias, oportunizando vínculos importantes sendo um instrumento importante para 
a troca de informações vinculadas às necessidades particulares de cada indivíduo, favore-
cendo, dessa forma, atividades educativas e mais humanizadas. A visita domiciliar é uma das 
atribuições das equipes de saúde de atenção básica, devendo ser realizada não somente na 
semana de saúde integral, mas diante das necessidades identificadas. Um estudo evidencia 
ainda que tal prática e as atividades que envolvem bebês e crianças em geral são as ativida-
des preferidas dos agentes comunitários de saúde (FERRAZ; AERTS, 2005).
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Desde o período da maternidade, estendendo às visitas domiciliares, é fundamental que 
o profissional de saúde oriente as mães e saiba identificar os sinais de perigo à saúde da 
criança. As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um curto espaço de 
tempo por infecções bacterianas graves. São sinais que indicam a necessidade de encami-
nhamento da criança ao serviço de referência com urgência (AMARAL, 2004):
Sinais de perigo em crianças menores de 2 meses
• Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar).
• Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere).
• Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem 
respirar).
• Frequência cardíaca abaixo de 100bpm.
• Letargia ou inconsciência.
• Respiração rápida (acima de 60mrm).
• Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o 
habitual).
• Febre (37,5ºCou mais).
• Hipotermia (menos do que 35,5ºC).
• Tiragem subcostal.
• Batimentos de asas do nariz.
• Cianose generalizada ou palidez importante.
• Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida.
• Gemidos.
• Fontanela (moleira) abaulada.
• Secreção purulenta do ouvido.
• Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdo-
minal) e/ou com secreção purulenta (indicando onfalite).
• Pústulas na pele (muitas e extensas).
• Irritabilidade ou dor à manipulação.
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
O que observar na primeira consulta? 
Não é nosso objetivo aqui apontar um roteiro de consulta médica ou de enfermagem ideal, 
pois nosso curso é multiprofissional. Contudo, é importante que todos conheçam as etapas 
dessa primeira avaliação clínica da criança. 
Na anamnese, avalia-se principalmente as condições do nascimento da criança (tipo e local 
de parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na ges-
tação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados) e os antecedentes fami-
liares (as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o 
número de irmãos) (BRASIL, 2012).
Deve-se proceder, ainda, com exame físico completo, o qualdeve existir independente de 
queixas, pois sempre é necessário investigar. No nosso caso, a mãe de Helena tinha queixas 
importantes e o exame físico completo também foi realizado. 
• Para saber mais sobre o exame físico na primeiraconsulta do 
recém-nascido, veja as páginas 45 a 50 do Caderno de Atenção 
Básica N 33.
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_33.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_33.pdf
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Principais fatores de risco e alterações físicas associados a pro-
blemas do crescimento e desenvolvimento
FATORES DE RISCO
• Ausência ou pré-natal incompleto.
• Problemas na gestação, parto ou nascimento.
• Prematuridade (< de 37 semanas).
• Peso abaixo de 2.500g.
• Icterícia grave.
• Hospitalização no período neonatal.
• Doenças graves como meningite, traumatismo craniano e convulsões.
• Parentesco entre os pais.
• Casos de deficiência ou doença mental na família.
• Fatores de risco ambientais, como violência doméstica, depressão 
materna, drogas ou alcoolismo entre os moradores da casa, suspeita 
de abuso sexual etc.
ALTERAÇÕES FÍSICAS
• Perímetro cefálico < -2 escores z ou > +2 escores z.
• Presença de alterações fenotípicas.
• Fenda palpebral oblíqua.
• Olhos afastados.
• Implantação baixa de orelhas.
• Lábio leporino.
• Fenda palatina.
• Pescoço curto e/ou largo.
• Prega palmar única.
• 5º dedo da mão curto e recurvado.
Triagem neonatal
O Teste do Pezinho foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 1992 (Porta-
ria GM/MS n.º 22, de 15 de janeiro de 1992) com uma legislação que determinava a obrigato-
riedade do teste em todos os recém-nascidos vivos e incluía a avaliação para Fenilcetonúria 
e Hipotireoidismo Congênito. No ano de 2001, o MS, por meio da Secretaria de Assistên-
cia à Saúde, empenhou-se na reavaliação da Triagem Neonatal no SUS, o que culminou na 
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
publicação da portaria ministerial (Portaria GM/MS n.º 822, de 6 de junho de 2001) que criou 
o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) (BRASIL, 2004).
Entre os principais objetivos do programa, destacam-se a ampliação da gama de patologias 
triadas (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e outras Hemoglobi-
nopatias e Fibrose Cística), a busca da cobertura de 100% dos nascidos vivos e a definição 
de uma abordagem mais ampla da questão, determinando que o processo de Triagem Neo-
natal envolva várias etapas, tais como: a realização do exame laboratorial, a busca ativa dos 
casos suspeitos, a confirmação diagnóstica, o tratamento e o acompanhamento multidis-
ciplinar especializado dos pacientes. Dessa forma, o PNTN cria o mecanismo para que seja 
alcançada a meta principal, que é a prevenção e a redução da morbimortalidade provocada 
pelas patologias triadas pelo exame (BRASIL, 2004).
O “Teste do Pezinho” deve ser colhido em todo recém-nascido (RN) com 3 a 5 dias de vida, 
de preferência no 3º dia. Apesar de ele poder ser realizado mais tardiamente, é de extrema 
importância a divulgação para o público sobre o período ideal de coleta do exame, evitando 
assim que muitas crianças percam o período de diagnóstico e tratamento precoces e não 
se beneficiem da prevenção de sequelas, principalmente neurológicas, que é o objetivo do 
teste. Esse tempo é ainda mais importante no caso de crianças que tiveram sua primeira 
coleta devolvida como mal colhida (BRASIL, 2013).
O Teste do Olhinho: Este exame deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e 
se trata de uma luz direcionada ao olho da criança a uma distância de 20 centímetros, que 
deve refletir um tom vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a 
cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o recém-nascido possui alguma patologia 
que deve ser tratada. Em algumas doenças, não é possível observar o reflexo ou sua qua-
lidade é ruim, esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece 
informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo. O teste do 
olhinho previne e diagnostica doenças, a exemplo daretinopatia da prematuridade, catarata 
congênita, glaucoma eretinoblastoma, das infecções, traumas de parto e da cegueira. Uma 
vez detectado como alterado, deverá ser encaminhado ao oftalmologista para acompanha-
mento e conduta, considerando que a identificação precoce pode possibilitar o tratamento 
no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. 
O Teste do Coraçãozinho: realizado nas maternidades da rede pública de saúde, o exame 
de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, agora será realiza-
do de forma universal como parte da triagem neonatal do Sistema Único de Saúde (SUS). 
A determinação do Ministério da Saúde para realizar o exame que serve para detectar e 
prevenir problemas cardíacos nos recém-nascidos em toda rede pública foi publicada no 
Diário Oficial da União, portaria nº 20, de 10 de junho de 2014. O teste permite identificar 
precocemente se o bebê tem alguma doença grave no coração e, em caso positivo, o pacien-
te é submetido ao exame de ecocardiograma para confirmar o diagnóstico. O procedimento 
é simples, rápido e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos 
cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro instalado nos primeiros dias de 
vida no pulso e no pé. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 
10 em cada mil nascidos podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, 
dois podem ter cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente. 
32
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
O Teste da Orelhinha: foi regulamentado pela Lei Federal nº 12303, em 2010, e deve ser fei-
to, prioritariamente, durante o primeiro mês de nascimento. Ele é realizado por fonoaudiólo-
gos e dura de três a cinco minutos. O exame é indolor, pode ser realizado com a criança dor-
mindo e ocorre por meio de um pequeno fone colocado na parte externa do ouvido do bebê. 
Esse fone é capaz de gerar estímulos sonoros que mostram como o ouvido do recém-nascido 
reage aos sons. Com a realização do Teste da Orelhinha, dois resultados podem aparecer: 
• se o ouvido do bebê responder aos estímulos do exame, tudo está bem, ele apresenta audição nor-
mal e deve iniciar a fala em torno de 1 ano de vida e ser capaz de construir frases simples aos 2 anos;
• caso isso não aconteça, realizar uma nova avaliação da audição. Caso o ouvido do bebê não res-
ponda aos estímulos do exame, atenção! O bebê deverá ser encaminhado para um acompanha-
mento que inclui a realização de outros exames para esclarecer se o problema é temporário ou 
permanente. Se, por algum motivo, o bebê não realizou o teste na maternidade ouno hospital, 
o profissional de saúde, logo na primeira consulta, deverá encaminhar o bebê para os locais 
competentes em sua região. A descoberta tardia pode dificultar o tratamento, além de prejudi-
car o desenvolvimento da criança.
Lembre-se! Os resultados dos testes de triagem neonatal devem 
ser anotados na caderneta de saúde da criança enoprontuário/ficha 
espelho. Além disso, exames alterados devem ser criteriosamente 
avaliados e encaminhados para os serviços de referência na rede 
de atenção àsaúde da criança, atentando para o encaminhamento 
seguro, responsável e indissociável da coordenação do cuidado. 
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
DIREITOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA E DIREITOS DA MULHER E DA 
CRIANÇA
Primeira Infância – 0 a 5 anos
Crianças no período da primeira infância, de 0 a 5 anos, têm 
direito:
• à atenção/atendimento integral à saúde no SUS, com acesso às ações 
e aos serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde;
• ao atendimento especializado para crianças, com deficiência;
• a receber gratuitamente medicamentos, próteses e outros recursos 
relativos ao tratamento, à habilitação ou reabilitação, disponíveis 
no Sistema Único deSaúde;
• a receber atenção em tempo integral de um dos pais ou respon-
sável, nos casos de internação;
• a ter seus direitos fundamentais protegidos de qualquer forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão, por ação ou omissão do poder público, da sociedade e 
da família, devendo ser notificados e comunicados ao Conselho 
Tutelar os casos de suspeita ou confirmação;
• ao acesso a programas de assistência médica e odontológica para 
prevenção de enfermidades específicas da população infantil e a 
campanhas de educação e saúde para pais, educadores e alunos;
• a receber gratuitamente as vacinas indicadas no calendário básico 
de vacinação recomendado na Caderneta de Saúde da Criança;
• a ser registrada gratuitamente;
• a realizar o teste do pezinho, idealmente entre o 3º e o 7º dias de 
vida;
• a ter acesso a serviços de saúde de qualidade, à escola pública e 
gratuita perto do lugar onde mora, à água potável e alimentação 
adequada;
• a ser acompanhada em seu crescimento e desenvolvimento;
• a viver num lugar limpo, ensolarado e arejado;
• a ter oportunidade de brincar e aprender;
• a viver em ambiente afetuoso e sem violência.
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Diretos da Mulher/Gestante
Gestante/mulher têm direitos:
• ao acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e pla-
nejamento reprodutivo; 
• a ter o apoio alimentar, como gestante e como nutriz, e aatenção 
humanizada à gravidez, ao parto e puerpério e ao atendimento 
pré-natal, perinatal e pós-natal;
• a ter o pré-natal realizadopor profissionais da atenção básica;
• à garantia da vinculação, no último trimestre da gestação, ao esta-
belecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de 
opção da mulher;
• a receber as orientações sobre o aleitamento materno durante 
o pré-natal e a um acompanhante de sua preferência durante o 
período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato;
• a permanecer com seu filho ou filha em alojamento conjunto em 
caso de internação;
• a direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o 
período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato 
(Lei nº 13.257, de 8/03/2016).
• à assistência psicológica à gestante ou mãe que manifesta o inte-
resse em entregar seu filho para a adoção, bem como à gestante ou 
mãe que se encontra em situação de privação de liberdade, como 
forma de prevenção da depressão após o parto;
• à licença-maternidade (mãe biológica/adotiva) de 120 dias ou mais, 
dependendo de onde a mãe trabalha.
Fonte: (BRASIL,1990, 2011b, 2015, 2016a); 
O pai biológico/adotivo tem direito a:
• licença-paternidade de cinco dias, e de mais quinze dias nos casos 
de trabalhadores de Empresas Cidadã (Lei nº 13.257, de 8/03/2016) 
e para servidores públicos, desde que requerida dois dias depois 
do nascimento (Decreto nº 8.737, de 3/05/2016). 
• até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames 
complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou 
companheira;
• 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em 
consulta médica.
• estabilidade no emprego até cinco meses após o parto;
• dois períodos de meia hora por dia, durante a jornada de trabalho, 
para amamentar seu bebê até os seis meses;
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
• acompanhar o seu filho durante a internação hospitalar;
• a prisão domiciliar, concedida pelo juiz, quando: 
• a pessoa for imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor 
de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
• a mulher estiver gestante ou com filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos; homem, caso seja o único responsável pelos cuidados 
do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos (Decreto-Lei 
no 3.689, de 3/08/1941 (Código de Processo Penal)). 
Fonte: (BRASIL, 2016a, 2016b).
Diretos da Mulher e da Criança (Recém-Nascida)
São diretos da mulher e do bebê (recém-nascido):
• o contato pele a pele ininterrupto entre mãe e bebê imediatamente 
após o parto, no chamado “período sensível”, além de ser fundamen-
tal e determinante para a formação do vínculo e desenvolvimento 
neurossensorial da criança;
• a garantia ao aleitamento na primeira hora;
• o clampeamento tardio do cordão (ou seja, quando para de pulsar);
• a receber a Declaração de Nascimento, na qual constem as inter-
corrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
• a ser identificado por meio do registro da impressão do pé e da 
digital do bebê, bem como da impressão digital da mãe;
• a receber atenção integral de um dos pais em alojamento conjunto.
No caso de crianças pré-termo e/ou debaixo peso ao nascer:
• receber atenção integral em Unidade Neonatal, com cuidado pro-
gressivo de acordo com o estado de saúde do bebê, que pode ser 
assistido entre a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a 
Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) 
e a Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa).
No caso de criança com outras doenças e agravos:
• tem direito a receber atenção integral de acordo com as suas 
necessidades, além de todos os direitos listados nas ações do 5º 
dia integral.
Fonte: BRASIL (1990, 2011b, 2015).
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Aula 2: O acompanhamento do 
crescimento e desenvolvimento
Nesta aula, iremos assistir dois vídeos: um sobre crescimento e o outro sobre desenvolvi-
mento. Vamos começar?
Vídeo 2
É importante lembrar que em consultas de atenção básica não se permite deixar de abor-
dar quatro itens fundamentais: dar atenção à queixa principal, revisar os problemas já 
apresentados, enfatizar a prevenção e a promoção oportunas e estimular a mudança de 
hábito na busca por cuidado.
O desenvolvimento da criança menor de 1 ano de vida
Agora que você já compreendeu como se dá o crescimento, vamos estudar o desenvolvi-
mento da criança. No vídeo 3, vamos entender como realizar o acompanhamento do desen-
volvimento na consulta de CD (“Crescimento e Desenvolvimento”) para crianças de até 1 ano 
de vida. É importante reforçar que a criança deve atravessar os estádios de forma sequen-
cial, pois os estádios do desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Não basta apenas veri-
ficar os marcos do desenvolvimento e seus reflexos, mas estimular e motivar no momento 
certo para que consiga superar o atraso no desenvolvimento, quando houver.
Lembre-se: o crescimento e o desenvolvimento ocorrem de acordo 
com os estímulos recebidos e o meio em que a criança vive. Converse 
sempre com os pais ou responsáveis!
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
Vamos ao Vídeo 3? Acesse no AVASUS!
Vídeo 3
O desenvolvimento da criança entre um e três anos de 
vida
É muito importante seguir acompanhando a criança ao longo de sua vida. É fundamental 
continuar atento ao desenvolvimento da criança. Você se recorda de nossa situação-proble-
ma? Helena está crescendo. Por isso, ilustramos os marcos do desenvolvimento de Helena 
de 1 a 3 anos de vida. Para isso, veja o Infográfico 5 que está no AVASUS.
Infográfico 5
Se conseguirmos proteger Helena contra os fatores externos, entre eles a violência, e fizer-
mos o acompanhamento de CD adequadamente, teremos uma criança forte e saudável.

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