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Comportamento das Alavancas no Lance Livre

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Palavras-chave
6 Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 2010
Comportamento das Alavancas Corporais no Lance Livre
Mário Henrique Breda de Martini, Aldarí Wagner de Souza
O presente trabalho teve como objetivo relacionar a perda 
mecânica com o desgaste fisiológico do atleta, podendo ter 
uma influência direta e proporcional no seu desempenho. 
O arremesso do lance livre foi o objeto de estudo através 
de uma análise cinética. Foram utilizados três participantes 
com experiência em basquete profissional para análise 
do arremesso de lance livre. No basquete o lance livre é 
um dos arremessos mais importantes, sendo decisivo num 
jogo, e por essa importância é fundamental avaliar se os 
atletas apresentam um prejuízo significativo no decorrer de 
um jogo ou treinamento. Para análise do movimento foram 
estabelecidas cinco fases e, através disso, mensuradas as 
angulações das alavancas do arremesso, primeiro com os 
participantes estimulados e também com os participantes 
desgastados, e assim estabelecer uma comparação da 
mecânica do arremesso. Uma das características do 
movimento é a utilização da flexão de joelho como uma 
alavanca existindo uma influência direta da altura do jogador 
com a movimentação dos joelhos. Estabeleceu-se, também, 
que existem alterações na movimentação de membros 
superiores quando o participante está fatigado. Outro ponto 
analisado é o padrão de movimento que os participantes 
apresentam nos dois arremessos, estimulado e fatigado. 
Conclui-se que o desgaste fisiológico dos atletas causa 
uma modificação nas alavancas corporais e quanto maior o 
desgaste, maior é o prejuízo mecânico do arremesso. 
Lance livre, Fadiga, Alavanca corporal, Biomecânica
Autores
Mário Henrique Breda de Martini 
Graduado em Educação Física – 
Licenciatura, 2008. Graduado em 
Educação Física – Bacharelado, 2010 
pelo Centro Universitário das Faculdades 
Associadas de Ensino - FAE. 
e-mail: 
mariodemartini@hotmail.com
Aldarí Wagner de Souza
Graduado em Educação Física e Esportes 
pela UNESP, 1996. Mestrado em Ciências 
da Saúde pela Universidade de Guarulhos, 
2003. Mestrando em Psicologia pela 
Universidade São Francisco, 2011.
e-mail: 
aldari@fae.br
Recebido em 06/dezembro/2010 
Aprovado em 15/dezembro/2010
7
Comportamento das Alavancas Corporais no Lance Livre
Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 2010
Introdução
Num jogo de basquete são executados diversos fun-
damentos com o objetivo de marcar o maior número de 
pontos convertendo os arremessos na cesta adversária. 
Dentre os fundamentos, Okazaki et al. (2004) apontam o 
arremesso jump como sendo o mais eficiente e de execu-
ção mais complexa. 
O arremesso jump e o lance livre são executados com 
a mesma técnica, sendo única diferença a movimentação 
das pernas. No jump o jogador realiza um salto com exten-
são dos membros e a bola perde contato com a mão. Já no 
lance livre a bola perde contato com a mão quando ocorre 
extensão total do braço, com extensão da perna, mas sem 
a realização do salto (TITMUSS, 1991)
O arremesso é descrito da seguinte maneira: empu-
nhadura da bola com o braço formando um ângulo de 
90º; elevação da bola com o cotovelo em direção à cesta; 
semi-flexão dos joelhos; extensão dos braços e pernas; fi-
nalização do movimento com flexão de punho para dire-
cionamento da bola (FERREIRA e ROSE, 1987).
Segundo Okazaki et al. cols. (2007), as fases de exe-
cução do arremesso são ordenadas por posição inicial; 
elevação da bola, estabilização da flexão de ombro e 
lançamento. Este último, caracterizado pela extensão do 
cotovelo e flexão do punho. O movimento se encerra pela 
inércia do lançamento, no qual ocorre a flexão de punho e 
perda de contato com a bola.
Okazaki e cols (2009) mostram as variações angulares 
nas fases descritas e em toda a realização do movimento 
de arremesso. As principais angulações das articulações 
que envolvem o arremesso são: flexão de ombro variando 
de 120º a 180°; cotovelo com flexão de 60º a 90º e exten-
são de 130º até o ponto máximo; punho com hipertensão 
de 200º e flexão total. Ressalta-se que a movimentação 
de flexão-extensão das pernas não interfere diretamente 
na parte principal de arremesso, sendo desconsiderada em 
alguns estudos.
Martins e cols. (2007) destacam a importância do lance 
livre e mesmo sendo um arremesso mais simples necessita 
de uma mecânica correta e precisa durante sua execução. 
Os autores também explicam que durante esse arremesso 
a flexão de joelho é indiferente devido à estatura dos joga-
dores de basquete, quanto mais alto, menor é a movimen-
tação das pernas, ficando os membros superiores como 
motor principal para realização do movimento.
Okazaki e cols. (2006) relatam que o equilíbrio durante 
o arremesso é fundamental para a precisão do movimen-
to, no qual o menor deslocamento do centro de gravidade 
pode ajudar no arremesso, e a inclinação do tronco para 
a frente causa instabilidade no movimento, atrapalhando 
a precisão do mesmo. A impulsão através do aumento na 
amplitude de membro inferior também é de grande impor-
tância para melhora do arremesso, pois aumenta as ala-
vancas do corpo e permite que a bola saia de uma altura 
maior em relação à cesta.
Durante a atividade física o corpo humano recorre à 
metabolização de substratos para realização da contração 
muscular exigida no exercício proposto. O organismo re-
corre a três tipos de vias metabólicas: oxidativa, glicolíti-
ca e fosfogênica. Essas vias funcionam de acordo com o 
recrutamento muscular característico do exercício, levando 
em consideração o tipo de fibra muscular predominante, a 
intensidade e a duração do exercício.
A primeira via metabólica (anaeróbia) a ser utilizada 
pelo sistema é a fosfogênica, baseada na utilização do ATP-
-CP disponível no ambiente intracelular. Ela se caracteriza 
como uma via de obtenção de energia rápida para exercí-
cios de curta duração e grande intensidade. A obtenção de 
energia por essa via é feita pela degradação de creatina-
-fosfato (CP) para nova síntese de ATP e assim continuar o 
processo de contração (POWERS e HOWLEY, 2000).
A segunda via geradora de energia para contração 
muscular é a glicolítica, que tem sua predominância após 
os 10 segundos de exercício. Essa via se caracteriza pela 
quebra simples da glicose (glicogênio), transformando-a 
em duas moléculas de piruvato. A glicólise é também uma 
via anaeróbia que gera energia para exercícios intensos de 
até 90 segundos e o excesso de atividade nesse ritmo pode 
acarretar o acúmulo de lactato e H+ decorrente da degra-
dação da glicose. Esse acúmulo do íon H+ acarreta a fa-
diga muscular por acidose, que interfere no suprimento de 
energia e no processo de excitação e contração da actina 
e miosina (MCARDLE e cols, 2001). 
A via aeróbia é utilizada em exercícios de intensidade 
moderada ou baixa e atividade de longa duração. Para 
chegar a essa via, o organismo passa pelas outras vias já 
citadas e permanece na metabolização total da glicose e 
ácidos graxos após o período de adaptação das outras 
vias. Powers e Howley (2000), explicam a metabolização 
da glicose e gordura pelo Ciclo de Krebs. Esse proces-
so metabólico, quebra a glicose em piruvato e depois em 
Acetil-CoA que entra na mitocôndria e se inicia o processo 
de quebra dos componentes com liberação de hidrogênios 
para cada reação. Finalizando o ciclo, os hidrogênios pas-
sam pela Crista Mitocondrial gerando energia (ATP).
No basquete, a via glicolítica e a via aeróbia são as 
mais utilizadas, prevalecendo a primeira. A fadiga dos 
jogadores vem da grande demanda energética solicitada 
para a realização dos fundamentos que exigem força, ve-
locidade, coordenação e precisão. Garret Jr e Kirkendall 
(2003, p.120) afirmam que “um tipo específico de exer-
cício resulta em um tipo específico de resposta fisiológica 
que, se efetuado repetidamente, levará a uma adaptação 
específica”. Com isso, pode-se definirque o exercício espe-
cífico pode gerar uma fadiga muscular específica, no caso, 
aos atletas do basquete.
Para definir e conceituar a fadiga recorreu-se a Ascen-
são e cols. (2003) que explicam a fadiga muscular como 
sendo a incapacidade de geração e manutenção de força 
e potência durante o exercício físico. Assim a fadiga mus-
cular depende diretamente do tipo de exercício, duração e 
intensidade do mesmo, das fibras musculares recrutadas e 
também das características do ambiente em que se realiza 
o exercício.
Segundo Santos e cols. (2003), a fadiga muscular pode 
ser classificada em: aguda, subaguda e crônica. Essas fadi-
gas estão relacionadas ao SNC, que faz o controle de toda 
a contração muscular e dos padrões motores. A fadiga 
aguda periférica ocorre pela falta de substrato energético 
para contração muscular impedindo, assim, o funciona-
mento da bomba de cálcio e o equilíbrio do potencial de 
ação (potencial elétrico) pelos íons potássio (K+) e sódio 
(Na+). 
A fadiga muscular periférica é decorrente das altera-
ções causadas pela liberação e reabsorção da acetilcolina 
e do cálcio, da depleção do glicogênio e dos metabóli-
tos produzidos, isso tudo durante o processo da contração 
muscular. A fadiga aguda central é decorrente do aumento 
na concentração do triptofano livre, do 5-HT precursor da 
serotonina e da diminuição da dopamina. Essas alterações 
químicas e fisiológicas ocorrem no exercício prolongado e 
intenso, e causam uma diminuição no rendimento do atle-
ta, juntamente com falta de coordenação motora, equilí-
Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 20108
MARTINI, M. H. B. de SOUZA, A. W. de
brio e velocidade (SILVA e cols., 2006).
Os jogadores de basquete podem sofrer esse tipo de 
fadiga por apresentarem um ritmo forte durante as sessões 
de treinamento e no jogo. Garret e Kirkendall (2003) ex-
põem alguns dados coletados num jogo de basquete, no 
qual a frequência cardíaca dos homens atinge uma média 
de 170 batimentos por minuto (bpm) e na maior parte do 
jogo os atletas mantêm a frequência cardíaca entre 85% e 
95% da máxima, podendo variar de acordo com a indivi-
dualidade de cada jogador.
Uma das causas para a fadiga muscular, além da 
falta de substratos, são as alterações nas concentrações 
de cálcio (Ca+²) que influenciam os ciclos de contração-
-relaxamento das fibras musculares e assim diminuem a 
tensão gerada pelas fibras. O cálcio liga a troponina e 
assim a tropomiosina libera os sítios ativos da actina para 
união da cabeça pesada da miosina, definindo assim a 
contração muscular. Com a falta de Ca+2, não acontece 
esse processo de junção da actina com a miosina e, con-
sequentemente, a falha na tensão das fibras (ASCENSÃO 
e cols., 2003).
A contração muscular é a ação motora responsável 
pela efetuação de qualquer movimento do corpo humano. 
Para realização da contração, o músculo recorre a me-
canismos químicos, mecânicos e para controlar todos os 
componentes, às ações neurais. Seguindo a estrutura mus-
cular, tem-se inserido na musculatura as unidades motoras. 
McArdle e cols. (2001) explicam que as ações de recru-
tamento de unidades motoras são geradas pelo Sistema 
Nervoso através de estímulos sensoriais.
O Sistema Nervoso é dividido em duas aéreas, o Sis-
tema Nervoso Central (SNC), constituído pelo cérebro (ce-
rebelo) e medula espinhal, e o Sistema Nervoso Periférico 
(SNP) constituído pelos nervos cranianos e raquidianos. O 
SNP ainda tem subdivisões como os neurônios aferentes 
(sensorial) e os eferentes (motor). O primeiro são os re-
ceptores e levam os estímulos da periferia até o SNC, e o 
segundo tem a função inversa, leva a resposta ao estímulo 
para a periferia. A parte eferente pode ser divida em duas 
partes, Sistema Nervoso Autônomo (SNA) que é involun-
tário e controla os impulsos do músculo cardíaco, lisos e 
das glândulas. O SNA é dividido ainda em Simpático e 
Parassimpático. A outra divisão do neurônio eferente é o 
Sistema Nervoso Somático (SNS), que é voluntário e con-
duz os impulsos aos músculos esqueléticos (DANGELO e 
FATTINI, 2002).
O controle geral dos movimentos se dá pelo cerebelo 
e pela medula espinhal, McArdle e cols. (2001, p.395) diz 
que o cerebelo “funciona como o centro de controle motor 
que proporciona a sintonia fina para todas as formas de 
atividade muscular”. Os mesmos autores dizem também 
que a medula espinhal é a responsável pela comunica-
ção de todo o corpo humano. A área central da medula 
apresenta os neurônios motores, neurônios sensoriais e 
os interneurônios. Os motoneurônios da parte aferente se 
ligam às fibras sensoriais e detectam os estímulos; já os 
motoneurônios da parte eferente estão conectados à fibra 
muscular que efetua o movimento desejado. 
Wilmore e Costill (2001) apontam que o controle neu-
ral do movimento precisa de organização estrutural (SNC 
e SNP), transmissão neuromuscular, função e ativação das 
unidades motoras e influxo sensorial da atividade muscu-
lar. A transmissão neuromuscular é feita pelos neurônios 
aferentes e eferentes e pelos nervos somáticos ou motoneu-
rônios. Esses últimos inervam a fibra muscular e produzem 
resposta excitatória ativando a musculatura desejada. A 
ativação das unidades motoras depende do tipo de estimu-
lo recebido e da complexidade do movimento, detectado 
pelos receptores e transmitidos pelos influxos sensoriais.
A inervação da musculatura depende, geralmente, da 
função motora específica do músculo. O número de neu-
rônios por fibra muscular se relaciona com a delicadeza, 
precisão e complexidade do movimento, onde se exige 
mais trabalho muscular. Quanto maior é o controle motor 
maior é o número de neurônios por feixe de fibras e quanto 
mais rústico e de menor precisão, menor é o número de 
neurônios motores por feixe de fibras musculares (POWERS 
e HOWLEY, 2000).
A unidade motora é a parte do neurônio motor inserida 
diretamente na musculatura e com os estímulos neurais, 
podendo ser individuais ou combinados, resultam nas con-
trações musculares desejadas. O neurônio motor anterior 
permite a transmissão dos impulsos eletroquímicos devido 
à sua estrutura, corpo celular, axônio e dendritos, sendo 
que a parte mielinizada demonstra maior velocidade de 
condução dos impulsos. A corrente elétrica percorre todo o 
conjunto de neurônios até a placa motora terminal descar-
regando na fibra muscular (WILMORE e COSTILL, 2001).
Sobre a placa motora terminal ou junção neuromuscu-
lar, tem-se a ideia de McArdle e cols.?? (2001), de que a 
junção neuromuscular transmite o impulso que irá desen-
cadear a contração muscular sendo que cada fibra muscu-
lar possui apenas uma placa motora terminal. O impulso 
neural é descarregado na fenda sináptica, localizada entre 
o terminal pré-sináptico e a membrana pré-sináptica, cau-
sando uma diferença no potencial de ação resultando na 
função contrátil através do limiar de excitação. 
Foss e Keteyian (2000) mostram que quanto maior a 
força produzida maior é o recrutamento de unidades mo-
toras, e assim a corrente elétrica para atingir o limiar de 
excitação precisa ser maior. A unidade motora apresenta 
características de contração, tensão e fatigabilidade de 
acordo com o tipo de fibra em que está inserida. A clas-
sificação das unidades motoras é designada da seguinte 
maneira: contração rápida, fadiga rápida e alta força fi-
cam com fibras tipo IIb; contração rápida, força moderada 
e resistente à fadiga ficam com fibras tipo IIa; contração 
lenta, resistentes à fadiga e produção de força baixa ficam 
com fibras tipo I. 
A geração de força máxima se deve a dois fatores rela-
cionados às unidades motoras que são a maior frequência 
de descarga elétrica e maior recrutamento das unidades. 
Esse recrutamento ocorre aos poucos, de acordo com a 
demanda de força, conforme o aumento da força muscular 
o tamanho dos motoneurônios também aumenta. A fadiga 
neuromuscular se deve ao tipo específico de exercício e a 
demanda de contração necessária, podendoter interferên-
cia de fatores energéticos e declínio da função muscular 
perante o exercício (POWERS e HOWLEY, 2000).
Objetivo geral
Estudar o comportamento das alavancas do arremesso 
do basquete.
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Avaliar a mecânica das alavancas corporais durante o 
arremesso.
Relacionar a estatura dos participantes com a movi-
mentação dos joelhos.
Relacionar o desgaste físico com a movimentação das 
alavancas corporais.
9
Comportamento das Alavancas Corporais no Lance Livre
Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 2010
Métodos e materiais 
Participantes
Para a realização desta pesquisa foram analisados três 
(3) voluntários com experiência em basquetebol de nível 
competitivo. Eles apresentam respectivamente a altura de 
1,78 m, 1,98 m e 1,83 m. Os participantes desta pesquisa 
são todos do sexo masculino, com a idade de 19 anos. 
Material 
Para a realização desta pesquisa foram utilizadas 2 
(duas) Câmeras digitais, uma Sony e uma Kodak, ambas 
com a mesma resolução de 5.1 megapixels, 2 tripés de 
altura regulável, 1 trena com 3 três metros de comprimento 
da marca Eldourado E, 3 bolas de basquete da marca Pe-
nalty com tamanho e peso oficial. A pesquisa foi realizada 
numa quadra de basquetebol oficial, com 28 metros de 
comprimento e 15 metros de largura. A cesta posicionada 
a 3,05 metros de altura.
Procedimentos
A coleta dos dados para a pesquisa foi feita em duas 
etapas. A primeira etapa é a filmagem dos arremessos dos 
jogadores da marcação do lance livre após o aquecimento 
individual de cada atleta.
Terminada a primeira filmagem os atletas fizeram os 
treinamentos programados. Foi realizado o teste de sal-
to horizontal parado a cada período de treinamento para 
quantificar o desgaste que os participantes tiveram durante 
o treinamento. No final do treinamento foi filmada mais 
uma série de arremessos do lance livre de cada jogador.
As filmagens foram realizadas em dois ângulos: um 
frontal para análise da lateralidade e posicionamento da 
bola, e outra lateral para detecção das características an-
gulares do arremesso. Foram levadas em consideração as 
articulações de punho, ombro, cotovelo e joelho. A câmera 
frontal ficou a 6 metros de distância dos participantes e a 
câmera lateral ficou posicionada a 10 metros de distância 
do ponto de arremesso.
A quantificação do desgaste fisiológico dos participan-
tes foi através de uma regra de três simples, consideran-
do as três distâncias coletadas no Salto Horizontal Para-
do. Após o aquecimento geral no início do treinamento 
foi feito o primeiro teste SHP denominado de Salto Inicial. 
No decorrer do treinamento foram realizados outros testes 
SHP, dos quais o maior valor foi anotado e denominado de 
Salto Estimulado. Ao término do treinamento, determinado 
pela fadiga dos atletas, foram realizados os últimos testes 
SHP denominados de Salto Fatigado.
Resultados
Os resultados serão exibidos em uma tabela mostrando 
o desgaste físico de cada atleta e em gráficos, para as ala-
vancas corporais: o primeiro com a movimentação do joe-
lho durante o arremesso com os jogadores estimulados; o 
segundo gráfico apresentando a movimentação do joelho 
com os jogadores desgastados; o terceiro exibe a variação 
angular do ombro no estado estimulado e o quarto mostra 
a variação angular do ombro no estado fatigado.
Tabela 1: Teste de salto horizontal parado e a porcentagem do 
desgaste físico
SALTOS Participante 1 Participante 2 Participante 3
1º Salto 1,83 m 1,88 m 1,82 m
2º Salto 2,10 m 2,20 m 2,28 m
3º Salto 2,04 m 2,13 m 2,16 m
Desgaste 22% 21,80% 26%
A Tabela 1 mostra as distâncias que os três participan-
tes tiveram durante o teste de salto horizontal parado. O 
primeiro salto foi realizado antes de iniciar o treinamento, 
o segundo salto ocorreu na metade do treinamento e o 
terceiro salto no final do treinamento. Após a obtenção dos 
dados foi estabelecida a relação entre as marcações indivi-
duais e calculado o quanto de desgaste cada participante 
teve.
Gráfico 1: Gráfico da variação angular do joelho no estado es-
timulado
Como mostra o Gráfico 1, a comparação da variação 
angular da articulação do joelho com os participantes es-
timulados aponta que o participante 2, sendo o mais alto, 
mantém o joelho com menor flexão em comparação aos 
outros participantes. O participante 3 apresenta uma ex-
tensão contínua do joelho de grande ascendência, sem a 
flexão na fase 2 como os participantes 1 e 2 para aumento 
da potência do arremesso.
Sobre a flexão de joelho, Okazaki e cols. (2006) rela-
tam que a impulsão através do aumento na amplitude de 
membro inferior é de grande importância para melhora do 
arremesso, pois aumenta as alavancas do corpo e permite 
que a bola saia de uma altura maior em relação à cesta.
Gráfico 2: Gráfico da variação angular do joelho no estado fa-
tigado
O Gráfico 2 mostra a variação angular da articulação 
do joelho dos três participantes durante o arremesso fati-
gado e aponta a mesma característica que o arremesso 
estimulado, sendo o participante 2 o que apresenta maior 
extensão de joelho em todas as fases do movimento, em 
relação aos outros participantes.
A geração de força máxima se deve a dois fatores rela-
Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 201010
MARTINI, M. H. B. de SOUZA, A. W. de
cionados às unidades motoras que são a maior frequência 
de descarga elétrica e maior recrutamento das unidades. 
Esse recrutamento ocorre aos poucos, de acordo com a 
demanda de força, conforme o aumento da força muscular 
o tamanho dos motoneurônios também aumenta. A fadiga 
neuromuscular se deve ao tipo especifico de exercício e à 
demanda de contração necessária, podendo ter interferên-
cia de fatores energéticos e declínio da função muscular 
perante o exercício (POWERS e HOWLEY, 2000).
GRÁFICO 3: Variação angular do ombro no estado estimulado.
O Gráfico 3 mostra todo o movimento do ombro du-
rante o arremesso de lance livre dos três participantes es-
timulados. Percebe-se que os três participantes fazem uma 
flexão de ombro (elevação dos braços) constante durante 
as cinco fases do movimento.
O Gráfico 4 exibe a movimentação da articulação do 
ombro dos três participantes fatigados. Pode-se observar 
que os participantes oscilam a elevação dos braços duran-
te o movimento, e em comparação com o Gráfico 3, os 
três participantes têm um grau menor durante a fase 3 e a 
fase 4, tendo como destaque o participante 3 que apresen-
ta uma queda na fase 4, o que não ocorre no arremesso 
quando estimulados, exibido no Gráfico 3.
GRÁFICO 4: Variação angular do ombro no estado fatigado.
O desgaste que os jogadores tiveram pelo treinamento 
causa prejuízos na movimentação. De acordo com Silva 
(2006), as alterações químicas e fisiológicas causadas pelo 
exercício acarretam a uma falta de coordenação motora, 
equilíbrio e velocidade. Ascensão e cols??. (2003) apon-
tam que a fadiga muscular leva a uma falha na tensão 
das fibras musculares, atrapalhando na geração de força e 
potência durante o exercício.
Segundo Santos e cols. (2003), a fadiga aguda periféri-
ca ocorre pela falta de substrato energético para contração 
muscular impedindo, assim, o funcionamento da bomba 
de cálcio e o equilíbrio do potencial de ação (potencial 
elétrico) pelos íons potássio (K+) e sódio (Na+). A falta de 
substratos e a quebra do mecanismo de contração causa-
da pelo equilíbrio de cálcio e do potencial de ação atrapa-
lham o rendimento e, consequentemente, um prejuízo nas 
alavancas corporais.
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Com o presente trabalho conclui-se que existe uma 
relação direta entre o desgaste fisiológico com a perda 
mecânica nos movimentos, no qual quanto maior o des-
gaste apresentado maior é a falha mecânica do movimen-
to. O movimento de arremesso do lance livre apresentou 
uma diminuição significativa na qualidade do movimento 
de arremesso do lance livre, em relação às alavancas e 
movimentação dos segmentos fundamentaispara melhor 
precisão do arremesso. 
O prejuízo em algumas alavancas leva à compensa-
ção em outras para minimizar a falha mecânica e conse-
guir manter o padrão de movimento. Durante a análise 
dos resultados observou-se que a experiência na tarefa é 
fundamental para a execução dos movimentos, pois assim 
é possível manter o padrão motor geral independente da 
situação.
Como apontado pela literatura, os atletas com maior 
estatura utilizam menor movimentação das pernas, ou seja, 
não existe uma grande flexão de joelho como encontra-
da em jogadores de menor estatura. Essa característica de 
movimentação dos membros inferiores para jogadores al-
tos se mantém nas duas situações, estimulado e fatigado.
Re
fe
rê
nc
ia
s ASCENSÃO, A; MAGALHÃES, J; OLIVEIRA, J; DUARTE, J; SOARES, J. Fisiolioga da fadiga muscular: delimitação 
conceptual, modelos de estudo e mecanismos de fadiga de origem central e periférica. Revista Portuguesa de Ciên-
cias do Desporto. Portugal, v.3, n.1, 2003, 108-123
DÂNGELO, J G; FATTINI, C A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar: para o estudande de medicina. São 
Paulo: Atheneu, 2002
FERREIRA, A E X; DANTE, R J. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didática-pedagógica. São Paulo: 
EPU, 1987
FOSS, M L; KETEYIAN, S J. Fisiologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000
GARRETT JR, W E; KIRKENDALL, D T. A Ciência do Exercício e dos Esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003
Pensamento Plural: Revista Científica da , São João da Boa Vista, v.4, n.2, 2010 11
Comportamento das Alavancas Corporais no Lance Livre
This study aimed to relate the mechanical loss with physiological athlete’s wear, and may have a direct and 
proportional effect on his performance. The free-throw shooting was the object of study by a kinetic analysis. 
We used three participants with experience in professional basketball for the analysis of the free-throw shooting. 
In basketball free throw shooting is one of the most important, being decisive in a game, and this importance 
is vital to assess whether the athletes had a significant injury during a game or training. For analysis of the 
movement were established five stages and, through it, measured the angles of the levers of the pitch, first with the 
stimulated participants and next with worn-out participants, and therefore establish a comparison of the mechanics 
of pitching. One of the movement characteristics is the use of knee flexion as a lever and there is a direct influence 
between the height of the player with the movement of the knees. It was also verified that there are changes in the 
movement of the upper limbs when the participant is fatigued. Another point discussed is the movement pattern 
that the participants present in two pitches, stimulated and fatigued. It was conclude that the physiological toll of 
athletes causes a change in body levers and the greater the damage, the greater the mechanical injury of the pitch.
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free-throw; fatigue; body lever; biomechanics
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