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DIREITO DO TRABALHO I CASOS CONCRETOS

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DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 1 Descrição Discursiva: 
O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional o pleno funcionamento dos bares e restaurantes aos domingos com o devido revezamento do repouso semanal dos empregados, sendo uma folga aos seus empregados aos domingos, a cada duas semanas inteiras trabalhadas. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1(um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva se caracteriza como fonte material ou formal do direito do trabalho? Esclareça ainda, a diferença entre fontes autônomas e heterônomas. Além disso, esclareça se em caso de divergência entre disposto em acordo coletivo ou convenção coletiva para membros da mesma categoria profissional, qual norma irá prevalecer?
R: O sindicato celebrou a convenção coletiva de trabalho, estabelecendo um prazo de vigência de 1(um) ano da referida convenção, sendo fonte formal do direito do trabalho, estando no mesmo patamar de medidas provisórias, das leis ordinárias e das leis complementares, ou seja momento pós jurídico, tendo como característica a obrigatoriedade.
Fontes autônomas de direito: Normas criadas pelos próprios destinatários ( Empregado ou empregador ) , convenções coletiva , acordos coletivos e costumes.
Fontes Heterônomas de direito: são normas que vem de fora pra dentro, não são os próprios destinatários que criam, ou seja são criadas por agentes externos como Leis complementares são consideradas fontes Heterônomas de direito.
Em regra geral quando houver conflitos de normas não se aplica ao direito do trabalho, será aplicado o critério de normas mais favorável ao trabalhador, no art. 620 da CLT tem o critério de especificidade. Entre Acordo coletivo de Trabalho e Convenção Coletiva de Trabalho, sempre prevalecerá o ACT, mesmo que menos benéfico, por ser mais específico.
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 2 Descrição Discursiva: 
João foi admitido pela empresa ABC Ltda. como auxiliar de serviços gerais em 01/02/2017. Suas funções eram desenvolvidas nas segundas, quartas e sextas das 9:00 às 18:00 h, com intervalo de uma hora para refeição e descanso. Em 04/04/2018 o tomador de serviços informou que os seus serviços não eram mais necessários. Recebia o valor mensal de R$ 1100,00. Ele recebeu somente os dias trabalhados. Acontece que a Carteira Profissional de João não foi anotada e o tomador de serviços disse que não há nenhum direito. Pergunta-se: a) Seria cabível o reconhecimento do vínculo de emprego? Quais os requisitos para configuração do vínculo de emprego? 
b) Qual o princípio do direito do trabalho iria amparar esta pretensão? 
Respostas:
A) Sim , pois os fatos são mais importantes que anotações na própria CTPS, aplicamos o principio da primazia da realidade, vejamos a questão em si : João tinha pessoalidade, João é uma pessoa física, Ele trabalhava para a empresa ABC ou seja trabalhava pra alguém e se esse alguém dá ordem de serviço para João, então temos a Alteridade e subordinação, suas funções eram desenvolvidas de forma habitual e não eventual pois trabalhava as Segundas quartas e sextas das 09h às 18h, com intervalo de uma hora de refeição e descanso recebia valor mensal de R$1.100,00 ou seja onerosidade, temos esses requisitos que reconhece o vinculo
B) Principio da Primazia da Realidade, pois elenca os fatos do caso proposto onde é mais importante do que a própria CTPS.
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 3 Descrição Discursiva:
 A empresa Infohoje Ltda. firmou contrato com Paulo, pelo qual ele prestaria consultoria e suporte de serviços técnicos de informática a clientes da empresa. Para tanto, Paulo receberia 20% do valor de cada atendimento, sendo certo que trabalharia em sua própria residência, realizando os contatos e trabalhos por via remota ou telefônica. Paulo deveria estar conectado durante o horário comercial de segunda a sexta-feira, sendo exigida sua assinatura digital pessoal e intransferível para cada trabalho, bem como exclusividade na área de informática. Sobre o caso sugerido, pergunta-se: Paulo possui direito a obtenção de vínculo de emprego com a empresa Infohoje? Em caso tipo específico de trabalhador que se enquadraria Paulo? Caracterize e justifique.
R: Sim, Pois há requisitos descritos no caso de que Paulo por trabalhar em sua própria residência, deveria estar conectado de segunda a sexta feira, temos a habitualidade, outro fato mencionado é de que era exigida assinatura digital de Paulo, ou seja temos a pessoalidade, tinha que ser o próprio Paulo deveria exercer as tarefas, é pessoa física, Paulo trabalhava para empresa Infohoje , ou seja Alteridade e recebia ordens elencadas ao trabalho ( subordinação ), Paulo recebia 20% do valor de cada atendimento ( Onerosidade ), detectamos o vínculo empregatício.
De acordo com os requisitos relacionados Paulo trabalhava de forma remota ou telefônica em sua residência, realizando trabalhos inerentes a sua função ele é considerado um Teletrabalhador ( home office ). 
Art. 75 – B da CLT. “Considera – se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do Empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação.”
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 4 Descrição Discursiva: 
Marília era sócia da Sociedade Empresária Recanto Feliz. Não mais tendo interesse em continuar como sócia, resolveu vender suas quotas para Joaquim Barbosa. Toda a transação comercial tramitou normalmente e foi averbada em março do corrente ano. Marcio Augusto, empregado, da Sociedade Empresária resolveu acionar a empresa judicialmente e esta em dúvidas se a ex-sócia Marília possui responsabilidade sobre os supostos débitos trabalhistas. Pergunta-se: Analisando-se as alterações da Lei 13467/2017 quanto a figura do sócio retirante, esclareça se existe ou não responsabilidade no caso concreto? Fundamente.
R: Marília vendeu suas quotas para Joaquim Barbosa e tudo ocorreu normalmente sendo averbado no mês de março do corrente ano, Marília como sócio retirante responderá subsidiariamente pois não houve fraude de acordo com o Art. 10 - A O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que foi sócio, somente em ações ajuizadas até 2 anos depois de averbada a modificação do Contrato de trabalho, observada a seguinte orem de preferência: l - a empresa devedora; ll - os sócios atuais; e lll os sócios retirantes.
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 5 Descrição Discursiva:
 Em 2010, Platão foi contratado pelo Município do Belo Horizonte para prestar serviços internos ligados à administração pública. Em meados de 2016, por meio de uma ação civil pública intentada pelo Ministério Público, a administração pública teve que romper com os serviços prestados por todos aqueles que não ingressaram em seus quadros por concurso público. Platão, indignado, procurou um advogado e entrou com uma Reclamação Trabalhista, pleiteando o reconhecimento do vínculo com o Município de Belo Horizonte e o consequente pagamento das verbas decorrente deste vínculo. Diante do caso apresentado, responda justificadamente: Platão terá êxito na Reclamação Trabalhista no que concerne ao reconhecimento do vínculo empregatício e consequentemente a existência do contrato de trabalho? Justifique indicando a posição jurisprudencial sobre a matéria.
R: Observamos que Platão não terá êxito da reclamação trabalhista, por que de acordo com a súmula 363 TST não houve concurso público, pois apesar de Platão prestar serviços internos ligados à administração pública, o município de Belo Horizonte terá que pagar a Platão eele irá receber pelas horas trabalhadas e depósitos de FGTS de acordo com a S 363, mas não sendo reconhecido vínculo empregatício.
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 6 Descrição Discursiva: 
Anacleto, policial militar, trabalhou para a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. como agente de segurança, nos horários em que não estava a serviço da corporação militar. Na referida empresa, Anacleto cumpria expressamente as ordens emanadas da direção, recebia um salário mensal, e trabalhava de forma contínua e ininterrupta, todas as vezes que não estava escalado na corporação. Considerando a situação apresentada e a jurisprudência sumulada pelo TST, esclareça se é possível o reconhecimento de um contrato de emprego entre Anacleto e a Indústria Mundo Novo Ltda? Fundamente.
R: O Policial Militar Anacleto embora tenha proibição no direito administrativo, não há proibição para o direito do trabalho, pois Anacleto cumpria a risca expressamente os requisitos. Vejamos:
Havia Alteridade e subordinação, pois trabalhava para empresa indústria Mundo Novo Ltda. Tinha pessoalidade pois é ele, era agente de segurança ou seja trabalho é licito, nos horários que não estava serviço na corporação caracterizando a habitualidade, recebia salário configurando a (Onerosidade), então concluímos que é possível pois ele cumpre os requisitos. 
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 7 Descrição Discursiva:
1- A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme entendimento sumulado pelo TST, bem como a Legislação em vigor, sabendo-se que a terceirização foi regular, qual a responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras? Fundamente.
R: Como a terceirização foi lícita a empresa Olimpos e a empresa Atlas tem o vínculo intacto então poderá ser responsabilizada subsidiariamente pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas da empresa Atlas pois foi ela que decidiu terceirizar o setor de limpeza da empresa. 
DIREITO DO TRABALHO I - CCJ0233 Título Caso Concreto 8 Descrição Discursiva:
1- Luciano, chefe de departamento de uma grande rede de supermercados, após quatro anos e meio de vínculo de emprego, foi promovido ao posto de gerente, sendo designado para atuar em outra filial da empresa, instalada na periferia da mesma cidade onde possui domicílio, com plenos poderes de gestão e representação. Com a promoção, ele passou a perceber gratificação adicional de função, equivalente a 80% de sua anterior remuneração pelo exercício do cargo de confiança. Passados onze anos de vigência dessa situação, resolveu a empresa destituir Luciano do posto gerencial, revertendo-o ao seu cargo efetivo sem justo motivo e suprimindo a gratificação de função. Inconformado, Luciano, procura você como advogado e solicita que ingresse com ação judicial para que o adicional seja restabelecido, alegando, que houve uma alteração prejudicial em seu contrato de trabalho. Analisando a situação hipotética e com base na Lei 13467/2017, esclareça se Luciano possui ou não razão em sua argumentação? Fundamente.
R: De acordo com o Art.62 ll da CLT Luciano tem poder de gestão e recebe uma gratificação de no mínimo a 40% ou seja Luciano tinha cargo de confiança, todavia de acordo com o novo entendimento conforme o 468,§ 1º, CLT § 2º - A alteração de que trata o § 1 º deste art. Com ou sem justo motivo, não assegura ao direito à manutenção da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. Em razão disso Luciano não tem razão quanto a este argumento, sendo assim irá ter o retorno ao seu cargo anterior com redução remuneratória legal.

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