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Seção 3 1 Leucemia mieloide aguda (LMA)

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F.F. do Sistema 
Hematológico
FACULDADE ANHANGUERA DE VALPARAÍSO
Professora Mestre: Larissa Barboza
Seção 3.1 Leucemia mieloide aguda (LMA)
NEOPLASIAS
❑ Alterações mutagênicas:
o genes com funções de estimulo e de controle dos mecanismos fisiológicos;
o genes supressores de neoplasias.
❑ Perda do controle ou estímulos proliferativos anormais:
o proliferação (multiplicação – mitoses) e/ou diferenciação/maturação e/ou
morte celular programada (apoptose).
Neoplasias hematológicas: distúrbios clonais originados a partir de uma célula da
linhagem hematológica que sofreu alterações genéticas em uma determinada fase
ao longo de sua vida de diferenciação.
LEUCEMIAS
❑ Ativação de genes que estimulam a proliferação celular e bloqueiam a 
apoptose;
❑ Inibição de genes que levam a diferenciação de células hematopoéticas;
❑ Dominância clonal;
❑ Insuficiência da medula óssea na produção de células normais;
❑ Infiltração das células neoplásicas em órgãos e tecidos;
❑ Imunodeficiência e efeito dos produtos das células tumorais.
TIPOS:
❑ Leucemias agudas: 
o Mieloides
o Linfoides
o Bifenotípicas
❑ Síndromes mieloproliferativas:
o Leucemia mieloide crônica
o Policitemia vera
o Mielofibrose com metaplasia mieloide
o Trombocitemia essencial
❑ Linfoproliferações
o Linfomas
LEUCEMIAS AGUDAS X LEUCEMIAS CRÔNICAS
Leucemias agudas: crescimento rápido de células imaturas, perda da
capacidade maturativa acúmulo na medula óssea e no sangue periférico de
células imaturas denominadas blastos.
Leucemias crônicas: aumento das células maduras anormais, mantém a
capacidade de diferenciação/maturação, aumento de células maduras na
medula óssea e no sangue periférico.
Leucemias Mieloide
Aguda- M0, M1,M2,M3,M4,M5,M6 eM7
Crônicas
Linfoide
Agudas -L1,L2 eL3
Crônicas
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
❑ Expansão clonal de células mieloides imaturas na medula óssea, sangue
periférico ou outros órgãos;
❑ Grupo de doenças heterogêneas morfológica, clinica e geneticamente;
❑ Incidência: estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos
novos para cada 100 mil mulheres.
❑ Todas as idades, com pico em torno dos 65 anos, principalmente em homens;
❑ Abaixo dos 15 anos corresponde a 15-20% de todas as leucemias, com pico
entre 3-4 anos.
LEUCEMIA MIELOIDE 
AGUDA
• Classificação FAB 1970 (cooperativo franco-americano-britânico): com base no tipo de
célulaemquealeucemiasedesenvolveeograudematuridadedascélulas.
M0 LMA sem maturação nem diferenciação
M1 LMA sem maturação, com diferenciação limitada
M2 LMA com maturação parcial -GR
M3 Leucemia promielocítica aguda –GR
M4 Leucemia mielomonocítica aguda –MO
M5 Leucemia monocítica aguda -MO
M6 Eritroleucemia -ER
M7 Leucemia megacariocítica aguda -PL
M0 a M5 se iniciam em formas imaturas dos glóbulos brancos
Classificação: Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizado em 2016, inclui alguns que hoje
afetam o prognóstico do paciente para obter um melhor estadiamento da leucemia mieloide aguda.
ETIOLOGIA
❑ Mutação genética, causada por um ou mais fatores em indivíduos suscetíveis; 
❑ Radiação ionizante;
❑ Agentes químicos(cloranfenicol, fenilbutazona);
❑ Vírus (Epstein-Baar, HTLV); 
❑ Doenças hematológicas prévias: anemia aplástica, HPN, anemia de Fanconi; 
❑ Imunodeficiência; 
❑ Síndrome genéticas (Síndrome de Down); 
❑ Translocações e deleções cromossômicas.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
- Sinais e sintomas diversos e não específicos;
- Infiltração na medula óssea - redução na produção
de elementos sanguíneos, causando:
anemia ( hemácias) sangramento ( plaquetas) e
alto risco de infecções ( neutrófilos).
- Hepatomegalia, esplenomegalia, infiltração de
pele, linfadenopatia, dor óssea, sintomas
neurológicos;
- Hiperleucocitose (leucostase)
LEUCOSTASE (ELEVADO NÚMERO DE CÉLULAS LEUCÊMICAS)
❑ As células cancerígenas (blastos) são maiores do que os glóbulos brancos normais e têm
mais dificuldade para passar por pequenos vasos sanguíneos;
❑ Podem entupir tornando difícil que os glóbulos vermelhos normais (e oxigênio que eles
transportam) cheguem aos tecidos;
❑ Emergência clínica que precisa ser imediatamente tratada;
❑ Quando os vasos sanguíneos dos pulmões são atingidos, os pacientes apresentam falta
de ar.
❑ Os vasos sanguíneos dos olhos podem ser afetados, escurecendo a visão ou até mesmo
com perda de visão.
DISSEMINAÇÃO
❑ Células leucêmicas se disseminarem para a pele,
podem provocar nódulos ou manchas, similares a
erupções cutâneas comuns (cloroma, sarcoma
granulocítico ou sarcoma mieloide);
❑ Disseminação para as gengivas com inchaço, dor
e hemorragias (falta de plaquetas, essenciais para
coagulação)
DIAGNÓSTICO
• Hemograma
– Anemia, neutropenia e trombocitopenia
– Presença de mais de 20% de blastos dentre os
leucócitos (OMS)
• Tipo citológico
– Identificação morfológica de mieloblastos leucêmicos
em sangue periférico e/ou medula óssea
– Através de coloração citoquímica para diferenciação
de mieloblastos
• Mielograma
– Células com irregularidade nuclear, cromatina nuclear
dispersa, nucléolo evidente, pouco citoplasma, grânulos
finos em citoplasma, e/ou bastonetes de Auer
– Infiltração de blastos superior a 20% - OMS
Bastonetes de Auer: Agrupamentos de material azulado em forma de agulhas alongadas.
Presença de grânulos e vacúolos citoplasmáticos
MIELOBLASTOS
CITOQUÍMICA
Aplicação de corantes bioquímicos às células do sangue e
medula óssea, de maneira a mostrar sua composição
sem modificar apreciavelmente sua morfologia.
Peroxidase:
– Enzima presente nas granulações primárias
(azurófilas) das células da série mieloide
– Em presença de H2O2 ,a peroxidase tona-se azul ou
castanha.
– Realizadaemesfregaçoeanalisadaemobjetivade imersão.
• SudanBlack:
– Coralipídeosefosfolipídeos.
– Positivo para granulações azurófilas e
específicas.
– Diferencia LLA e LMA
– Prova mais sensível do que a peroxidase
– Bastões de Auer dão reações
positivas
IMUNOFENOTIPAGEM
- Classificando as células leucêmicas de acordo com as substâncias (antígenos) em suas
superfícies.
- Podem ter antígenos diferentes, dependendo do tipo de célula em que elas se
iniciam e estado de maturação
– Podemos encontrar marcadores como
CD7 (linfoide) e CD 13 (mieloide).
– Identifica a linhagem celular.
– Identifica o estágio de maturação.
CARITÓTIPO HUMANO
❑ O número normal de cromossomos de uma célula da espécie humana é 46 (diploide).
❑ Situações em que o número de
cromossomos é anormal são denominadas
de aneuploidias;
o hipoploidia (diminuição)
o hiperploidia (aumento)
❑ As alterações numéricas são representadas
pela perda ou ganho no número de
cromossomos;
❑ As alterações estruturais são representadas
pela perda de parte de um cromossomo. 47, XX OU XY, 21+
CITOGENÉTICA
❑ Estudo das alterações cromossômicas nas células transformadas (prognostico,
classificação e verificação de remissão);
❑ Demora de 2 a 3 semanas;
❑ Melhor material biológico para esse fim e o aspirado de medula óssea,
Alterações cromossômicas:
o Translocação- partes de dois cromossomos trocaram de lugar entre si. Cromossomos 8 e
21 trocaram partes t (8; 21).
o Inversão - parte do cromossomo 16 está agora em ordem reversa inv (16), mas ainda
está ligada ao cromossomo.
o Deleção - parte do cromossomo 7 foi perdida (del (7) ou -7)
o Adição ou duplicação - todo ou parte do cromossomo 21 foi duplicado (+21), cópias dele
foram encontradas dentro da célula.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
➢ Induzir rapidamente uma remissão clinica
Tratamento de indução: tratamento inicial e terapia subsequente após a remissão são
frequentemente escolhidos com base na idade do paciente.
O objetivo primário dessa etapa é diminuir a massa tumoral e restituir a hematopoese
normal.
Agentes quimioterápicos tradicionais (< 60 anos):
Citarabina: compete pela DNA polimerase, e a sua incorporação ao DNA resulta em termino da
cadeia e morte celular
Antraciclinas: antibióticos antitumorais naturais isolados de uma espécie de bactéria Streptomyces –
agentes quimioterápicoscitotóxicos interfere com a ação de topoisomerase II, resultando em lesões
de DNA.
Indução da remissão
o Antraciclina associada citarabina -> protocolo D3A7 (daunorrubicina durante 3 dias e
citarabina por 7 dias, por via intravenosa).
o Pode ser repetido de 14 a 28 dias após o início, se não for obtida uma remissão
completa caracterizada pela ausência de blastos, contagem de neutrófilos >
1.000/mm3 e de plaquetas acima de 100.000/mm3 no sangue periférico e menos de
5% de blastos na medula.
Terapia após a remissão
o Objetivo é eliminar a doença e evitar a recidiva;
o 3 a 4 ciclos mensais de quimioterapia com citarabina em altas doses
o Transplante de células-tronco hematopoiéticas
MEDIDAS DE SUPORTE
o Hidratação oral;
o Transfusões de hemácias e/ou plaquetas;
o Desinfecção de pele e orifícios naturais;
o Descontaminação de possíveis focos infecciosos;
o Antibioticoterapia preventiva contra bactérias e outros microrganismos;
o Evitar a ingestão de verduras e frutas cruas;
o Isolamento ou semisolamento;
o Evitar a hiperuricemia que aparece por lise celular (medicamentosa).
EFEITOS ADVERSOS DECORRENTES DA QUIMIOTERAPIA
❑ Avaliar a função cardíaca (antracíclico – cardiotóxico);
❑ Uso de colírio de dexametasona ou metilcelulose para evitar conjuntivite química
(citarabina);
❑ Monitorar possíveis efeitos da toxicidade cerebelar, avaliando a coordenação
motora;
❑ Monitorar as funções renais e hepáticas e sinais de infecção.
PRÓXIMA AULA:
Complicações do uso e possíveis interações medicamentosas de:
▪ Citarabina
▪ Daunorrubicina
▪ Tretinoína

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