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Relatório de estágio supervisionado III

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38
FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
CAMILLA ÁLVARES SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
CAICÓ/RN
2016
CAMILLA ÁLVARES SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de estágio supervisionado apresentado ao Curso Bacharelado em Serviço Social da Faculdade Católica Santa Teresinha como parte da exigência da disciplina Estágio Supervisionado III.
Professor Orientador: Especialista Sebastião Caio dos Santos Dantas
CAICÓ/RN
2016.2
DEDICATÓRIA
 
 O presente trabalho acadêmico é dedicado a Deus que até aqui tem demonstrado seu grande amor por mim, através de suas bênçãos maravilhosas nesta longa caminhada aqui na terra;
 Aos meus pais, que sempre me apoiaram e incentivaram para que eu atingisse esse objetivo de vida, também pela educação moral.
 Aos meus parentes, que contribuíram de forma direta e indireta ao longo desta jornada.
 A minha amiga e colega de curso Isabele Caroline pela ótima convivência, pela coletividade, que como uma grande amiga e companheira de curso, ela cumpriu bem seu personagem de Amiga-Irmã.
AGRADECIMENTOS
 Ao meu Professor Orientador Especialista Sebastião Caio dos Santos Dantas a quem muito admiro como pessoa e como profissional, e a quem devo agradecer pela paciência e compreensão que teve para comigo durante o período em que acompanhou me e que estivemos juntos realizando esse trabalho.
 O Assistente Social José Carlos Martins Da Silva, supervisor de campo, bem como a Gestora ambiental Paula Salmana Madeiros Oliveira, pelos grandes ensinamentos transmitidos ao longo do estágio, em função das suas grandes experiências obtidas ao longo do tempo.
 "Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível."
 (Charles Chaplin)
RESUMO
O presente estudo vem relatar sobre o relatório de estágio supervisionado I, II, III na formação profissional do Assistente Social. Parte-se da concepção que a estudante vivencia a dimensão investigativa e interventiva da profissão quando realiza essa atividade, e a importância da supervisão de campo e acadêmica nesse processo para propiciar a reflexão, análise crítica das condições objetivas e subjetivas que permeiam o trabalho profissional. Esse estudo tem por objetivo identificar os rebatimentos do estágio supervisionado na formação profissional da estudante do curso de Serviço Social da Faculdade Católica Santa Teresinha (FCST). A perspectiva metodológica para a apreensão do objeto de estudo está associada a uma visão da realidade vivenciada e de mundo fundamentada no Projeto Ético-Político do Serviço Social e a matriz teórico-metodológica refere-se ao pensamento social crítico. A pesquisa está teoricamente fundamentada nos marcos históricos da profissão enfatizando o processo de formação profissional do Assistente Social na contemporaneidade, abordando o estágio supervisionado e o projeto ético-político da profissão. Para o alcance do objetivo desse estudo, utilizou se a pesquisa bibliográfica, documental e de campo, tendo como sujeitos os supervisores de campo e os acadêmicos. 
Palavras-chave: estágio supervisionado I, II, III. Supervisão de estágio. Formação profissional. Serviço Social.
ABSTRACT
The present study is to report on the probation report supervised I, II, III vocational training of the social worker. It starts with the conception that students experience investigative and interventional dimension of the profession when performing this activity, and the importance of field supervision and academic in the process to promote reflection, critical analysis of the objective and subjective conditions that pervade professional work. This study aims to identify the stage aftermaths supervised the training of social work course student of the Catholic School St. Therese (FCST). The methodological approach to the apprehension of the object of study is associated with a vision of lived reality and the world based on the Ethical-Political Project of Social Work and the theoretical and methodological matrix refers to critical social thought. The research is theoretically based on the landmarks of the profession emphasizing the training process of the social worker actually, approaching the supervised training and the ethical-political project of the profession. To achieve the objective of this study, we used the literature, documentary and field, and the field supervisors and academics as subjects.
Keywords: supervised I, II, III. probation supervision. professional qualification. social service.
LISTAS DE SIGLAS
ABEPSS Associação Brasileira de Ensino Pesquisa em Serviço Social
CFESS Conselho Federal de Serviço Social
CRESS Conselho Regional de Serviço Social
MNCR Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis
PNAS Política Nacional de Assistência Social
PNE Política Nacional de Estágio
SEAPAC Serviço de Apoio aos Projetos Alternativo Comunitário
SEPLAN Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças
UGP Unidade Gerontológica Paulista
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	9
O processo de Estágio Supervisionado em Serviço Social	11
2.1 Estágio Supervisionado I	16
2.2 Estágio Supervisionado II	21
2.3 Estágio Supervisionado III	28
CONSIDERAÇÕES FINAIS	30
REFERÊNCIAS	32
APÊNDICES	34
INTRODUÇÃO
 O presente relatório de estágio supervisionado em Serviço Social I, II, III tem o objetivo relatar as experiências de estágio curricular obrigatório do curso de graduação em Serviço Social, além de apresentar as atividades desenvolvidas na instituição Serviço de Apoio aos Projetos Alternativo Comunitário – SEAPAC criado em 13 de abril de 1993, uma organização de ação social da igreja no Rio Grande do Norte, que tem desde princípio o apoio e o estímulo através da pastoral de igrejas e grupos de base, por ser uma associação com parcerias com várias empresas e organizações de Serviços, se propõe em prestar assistência através de ações de mobilização e sensibilização dando sustentabilidade nos conselhos de políticas pública.
 A realização do estágio supervisionado oportunizou a obtenção sobre conhecimento do funcionamento da instituição, sua organização e suas inter-relações com a comunidade além da aproximação da acadêmica com as necessidades do mundo do trabalho, criando espaços de aproximação ao exercício da prática profissional, além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica desenvolvida em campo para a formação do futuro profissional.
 O estágio supervisionado é um momento essencial diante do processo de transição do aluno para um profissional da realidade a prática profissional com o ensino nas unidades acadêmicas, reforçando o distanciamento entre o discurso acadêmico e o cotidiano da ação profissional. 
 A realização do estágio I, II e III proporcionou confrontar-se com as questões, dilemas e problemáticas, ao mesmo tempo em que deu a oportunidade de desenvolver as capacidades de reflexão teórico-prática na concretização de soluções frente às diferentes e inevitáveis demandas sociais que surgem. Onde aconteceu o contato direto com o ambiente escolhido e foi aplicado o que aprendeu na teoria, apresentando-o a oportunidade de enfrentar os desafios para colocar em prática, pois a partir do conhecimento adquirido passará a compreender melhor o contexto da profissão que um dia irá exercer.
 No decorrer do estágio foi observado que a instituição desenvolve as competências teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, essenciais para o exercício profissional competente, de qualidade e comprometida com a população usuária do Serviço Social no Município, da seguinte forma através de entrevistas, capacitações através de oficinas, reuniões e etc. 
 E também houve oportunidades de poder contribuir para a instituição como tambémajudou identificar o espaço de intervenção profissional possibilitando a aproximação do exercício profissional e sua importância para população usuária além de Identificar as políticas sociais implantadas na instituição e sua importância para a instrumentalização do exercício profissional.
 As ações da instituição proporcionaram o treinamento do papel profissional, caracterizando-se, portanto, numa dimensão de ensino-aprendizagem operacional no qual proporcionou qualidades educativas levando à reflexão dos modos de ação profissional e de sua intencionalidade, tornando a estagiária consciente de suas ações para a formação do futuro profissional.
 
 
O processo de Estágio Supervisionado em Serviço Social
 A experiência de estágio supervisionado em Serviço Social tem se revelado importante para o processo de formação profissional, além de ser relevante para o estagiário e os supervisores, como também para instituição, na medida em que promove a troca de saberes embasada em teoria e realidade acerca dos assuntos abordados.
 Conforme Buriolla (2001) retrata a função do estagio: 
O estágio é concebido como um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem do fazer concreto do Serviço Social, onde um leque de situações, de atividades de aprendizagem profissional que se manifestam para o estagiário, tendo em vista a sua formação (BURIOLLA, 2001, p13).
 Assim pode-se dizer que a experiência dentro do campo de estágio sempre com o acompanhamento do assistente social designada para supervisionar á estagiária possibilitou a vivência, a dimensão investigativa e interventiva da profissão quanto à realização da atividade constitui-se indispensável para o conhecimento e análise crítica da realidade social, situação adequada à produção de conhecimentos pelas situações cotidianas de vida e de trabalho que se apresentam junto aos segmentos sociais e populares.
 A oportunidade do estágio proporciona aos estagiários a aprendizagem de como trabalhar diretamente no cotidiano das classes e grupos sociais menos favorecidos, permitindo a real possibilidade de produzir um conhecimento sobre essa mesma realidade.
 A formação em Serviço Social adquire elementos próprios, os quais fazem do estágio momentos de dúvidas, questionamentos e incertezas aos estagiários. É neste momento que se torna indispensável à presença do supervisor de campo, pois é ele quem guiará o acadêmico para o conhecimento e uso dos instrumentos e realização das ações técnico-operativas. Mas, através de regras, é aí que surge outro questionamento no desenvolvimento do estágio que é a participação do supervisor no qual seria o ponto chave para que o acadêmico possa entender bem a prática profissional. 
De acordo com Oliveira (2004):
A supervisão no ensino de Serviço Social envolve duas dimensões distintas, mas não excludentes de acompanhamento e orientação profissional: uma supervisão acadêmica, tida como prática docente e, portanto, sob responsabilidade do professor supervisor no contexto do curso, e a supervisão de campo, que compreende o acompanhamento das atividades práticas do aluno pelo assistente social, no contexto do campo de estágio (OLIVEIRA, 2004. p. 68). 
 O estágio supervisionado é um espaço que faz com que o acadêmico possua uma postura crítica e reflexiva, constituindo um momento único para sua formação profissional. Ele proporciona ao estudante a inserção na prática profissional, possibilitando entrar em contato com uma realidade concreta. Constitui um espaço bastante importante para capacitar os discentes na intervenção social.
 O estágio tem como referência a Lei 8.662/1993, que regulamenta a profissão; o Código de Ética Profissional de 1993, com seus onze princípios indicando o rumo ético-político a serem seguidos pela categoria profissional, assim como os conhecimentos a serem buscados; a Resolução CFESS/CRESS nº 533/2008, que regulamenta a Supervisão Direta de Estágio em Serviço Social e a PNE – Política Nacional de Estágio instituída pela ABEPSS no ano de 2010.
 Referente à relação dos conhecimentos e saberes individuais de cada estagiário que são compartilhados coletivamente, para que haja trocas de experiências, reflexões e debates que facilitarão as construções e buscas de compreensão acerca da realidade social.
 O discente deve valorizar e estar ciente da importância da disciplina de estágio supervisionado na formação profissional. É a partir das vivências, presenciando e acompanhando cada posicionamento profissional que ocorrerá a formação da identidade do futuro profissional, que deverá ser compromissado com a qualidade dos serviços prestados para garantia de direitos dos cidadãos. 
 Referente à supervisão dos estagiários a instituição de ensino fica responsável por indicar um profissional capacitado e habilitado na área específica de estudo do aluno. As instituições que aceitam a proposta deverão confirmar termo de compromisso entre as instituições de ensino e o estagiário se responsabilizará para o seu cumprimento na instituição.
 Em 2008 o CFESS – Conselho Federal de Serviço Social instituiu a Resolução nº 533/2008, que regulamenta a supervisão direta de estágio em Serviço Social. Entende-se:
[...] que a atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constitui momento ímpar no processo ensino-aprendizagem, pois se configura como elemento síntese na relação teoria-prática, na articulação entre pesquisa e intervenção profissional e que se consubstancia como exercício teórico-prático, mediante a inserção do aluno nos diferentes espaços ocupacionais das esferas públicas e privadas, com vistas à formação profissional, conhecimento da realidade institucional, problematização teórico-metodológica (CFESS, 2008, p. 02).
 Uma conquista essencial para o Serviço Social foi à elaboração da PNE – Política Nacional de Estágio, em 2010 pela ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, no qual tem como objetivo fundamentar, direcionar e a qualificação do processo de formação do assistente social. E também tem como objetivo, vincular e fortalecer o projeto profissional nos dias atuais, visando também à ampliação e a garantia dos direitos, justiça e equidade. Essa política é uma conquista para a categoria, uma vez que vem materializar o espaço de estágio com grandes avanços. 
 Diante do contexto de estágio supervionado que proporciona tanto o conhecimento da realidade social como o contato com as múltiplas manifestações da questão social e o desenvolvimento da visão crítica para futuras intervenções. Dessa maneira, o estágio prático tem como função a importância de contribuir para que o estagiário aproprie-se do significado societário do Serviço Social e da construção de sua identidade profissional, individual e coletiva.
 Segundo Buriolla (1995) ao compreender o estágio como “[...] locus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente”.
 O estágio é realizado na vida do profissional de qualquer área, no qual tem o contato direto do estagiário com o ambiente escolhido, onde é aplicado o que aprendeu na teoria, e apresentando a oportunidade de enfrentar os desafios da prática profissional que escolheu, pois é a através do conhecimento adquirido que passará a compreender melhor o contexto da profissão que irá exercer futuramente.
 O estágio se realiza também como uma experiência única e indispensável, momento em que leva o acadêmico a uma reflexão e aperfeiçoamento da aprendizagem, pois é onde começa a estabelecer a relação entre a teoria e prática, é notório também como período de exercício profissional previsto em currículo, pois é o período em que o estudante de graduação entra em contato direto com o ambiente de trabalho.
 A supervisão é um “processo educativo”, onde o supervisor e o supervisionado aprendem em conjunto, ondehá a torça, o debate. Existe a preocupação de a prática profissional estar respaldada em uma teoria, e de a visão da unidade teoria-prática, na ação supervisora (BURIOLLA, 2003, p. 64).
 Assim pode-se dizer que é fundamental a importância de pesquisar o estágio supervisionado no processo de formação do assistente social, suas relações e seus papéis, pois assim o supervisionado se prepara para enfrentar os desafios da prática e tudo que adquiriu na teoria serve como complemento de aprendizagem para exercer sua profissão. 
 Os desafios que passam junto a intervenção do profissional de Serviço Social na busca para concretização de ações no cotidiano dos assistentes sociais são direcionados pelo Projeto Ético-político junto à Política Nacional de Assistência Social (PNAS). 
 O Projeto Ético-Político está totalmente voltado para emancipação humana e social, pois, segundo os Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional de 1993, o assistente social deve optar por um projeto profissional vinculado ao processo de construção para uma nova ordem societária.
 O Serviço Social trata-se, portanto de uma profissão historicamente determinada, construída no seio de relações sociais mais amplas, o que significa dizer que suas referências teórico-metodológicas, filosóficas e técnico-operativas foram definidas através do movimento histórico, reunindo-se a implicações de ordem ética e política. Ética, porque se refere à escolha de valores, e política pela busca de criações para a defesa desses valores.
 Na compreensão de Iamamoto e Carvalho (1995, p.73), 
 [...] a profissão deve ser considerada sob dois ângulos, enquanto expressão do mesmo fenômeno: a) como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes profissionais, manifestada através do discurso teórico-ideológico sobre o exercício profissional; b) como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais e objetivas que vão configurar a direção social adotada pela prática profissional, que tanto condiciona como ultrapassa a vontade ou consciência da/o profissional. 
 Com base na mesma autora os atuais desafios que devem ser enfrentados pelo Serviço Social, o maior deles seria tornar a atual direção política da profissão incorporada pelo Projeto Ético-político, seguido a um guia efetivo para o exercício profissional e consolidá-lo por meio de sua implementação efetiva, entendendo que a atual direção se encontra ao contrário da maré neoliberal, sendo necessário juntar as dimensões organizativas, acadêmicas e legais. 
 
2.1 Estágio Supervisionado I
 A realização do estágio I foi cedido pela instituição Serviço de Apoio aos Projetos Alternativo Comunitário – SEAPAC criado em 13 de abril de 1993, uma organização de ação social da igreja no Rio Grande do Norte, que tem desde princípio o apoio e o estímulo através da pastoral de igrejas e grupos de base, por ser uma associação com parcerias com várias empresas e organizações de Serviços, se propõe em prestar assistência através de ações de mobilização e sensibilização dando sustentabilidade nos conselhos de políticas pública. É uma entidade beneficente de Assistência Social, legalmente constituída como associação civil de direito privado sem fins lucrativos. 
 O SEAPAC desenvolve ações voltadas prioritariamente para a formação política, articulação e gestão de organizações da sociedade civil, visando ao fomento, acesso e controle de políticas públicas socioambientais. Nessa perspectiva, presta serviço de assessoria ao público da assistência social, famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente da Zona Rural, de forma contínua e permanente, planejada e gratuita, por meio de projetos e programas voltados para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações dos usuários, bem como, na defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção e garantia de direitos socioassistenciais e das organizações de usuário, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfretamento das desigualdades sociais, articulação com órgão público de defesa de direitos, dirigidos ao publico da política de assistência social. 
 Para cumprir com as suas finalidades e ações, o SEAPAC atua em três grandes linhas: convivência com o semiárido; fortalecimento das organizações e fóruns da sociedade civil e intervenção direta em politicas públicas e defesa de direitos, em todo território potiguar, incluindo comunidades rurais e urbanas.
 São desenvolvidas ações nos conselhos e sindicatos que participam de capacitações que vão além da mobilização social. No qual o Assistente Social está sempre desenvolvendo essas ações através de parcerias, as ações são realizadas através de capacitações e rodas de conversas, e com isso busca-se o fortalecimento das organizações para amenizar as expressões da questão social, fortalecer atitudes igualitárias e valores éticos de respeito às mulheres e valorização da paz, contribuindo assim, para a diminuição da violência contra a mulher e sua participação nos espaços de poder e decisão.
 As famílias de agricultores recebem assistência, através da construção de cisternas, assim como, as escolas que passam por dificuldades e a escassez de água, processo que armazena ás água de enxurradas perante o período chuvoso e a construção de barragens subterrâneas que tem por propósito contribuir para o desenvolvimento de economia e geração de renda.
 As pessoas que são capacitadas pelo SEAPAC visam ampliar o conhecimento para a prática gerenciando a produção familiar, através de parcerias e assistência técnica e extensão rural, disponibilizando crédito e informações sobre o mercado, preservando e defendendo os territórios dos povos e comunidades tradicionais, como a cultura da sua renda familiar e sua produção, propiciando novas alternativas de emprego e renda. Dessa forma, disseminam também informações direitas e cidadania, geração de renda, através de plantio de hortaliças, e outras plantações, contribuindo também no processo de segurança alimentar e na a melhoria do controle social.
 O SEAPAC vem desenvolvendo ações na área de Assistência social de forma continuada, nas regiões do semiárido do Rio grande do Norte. Os serviços são realizados através de ações desenvolvidas, difusão e implementação de tecnologias sociais de inclusão cidadã, adaptada á convivência com o semiárido, como alternativa para o enfretamento da pobreza e das adversidades climáticas e o estímulo ao desenvolvimento integral das comunidades, cadeias organizativas e redes de empreendimentos a geração de renda. Tem como um de seus objetivos, o fortalecimento das organizações e fóruns da sociedade civil, e intervenção direta do SEAPAC em políticas públicas e defesa de Direitos. 
 As ações que são realizadas pelas entidades contratadas são acompanhadas por técnicos do projeto RN Sustentáveis. Assim, 30% de cada oficina realizada território é acompanhada por técnico do projeto, que realiza a avaliação do evento e do (a) instrutor (a). As oficinas devem se constituir em espaços comunicacionais, de construção e conhecimento, levando informações, esclarecendo dúvidas a respeito do projeto. Após a reunião as entidades contratadas participam da reunião para consolidação do material didático que é realizada na UGP/SEPLAN, a qual será realizada em uma data marcada.
 É feito um cronograma e entrega em período diferente de acordo com a quantidade de munícipios e equipe de cada território. As atividades são executadas através de oficinas e elaboradas novas projetos e novos relatórios obtidos a partir do que foi discutido nas oficinas anteriores. As oficinas têm a importância de manter o controle social, sendo elaborado um novo relatório, e entregue a SEPLAN em nome da unidade Gestora do Projeto (UGP), que se responsabiliza em analisar o documento e aprovar o respectivo pagamento.
 Essa avaliação de resultados se constitui em um instrumento para determinadas medidas de qualidade e efetividadedos recursos humanos e financeiros aplicados em determinada ação, atividade, programa ou política pública. O processo de avaliação dos serviços e de mobilização deve ser executado de forma conjunta pelo RN sustentável e as empresas contratadas para prestação de serviço, com o objetivo de avaliar a execução das oficinas e o desempenho da equipe chave (instrutores, coordenadores e profissionais de apoio) contratada. 
 O público preferencial do SEAPAC são agricultores familiares; Redes de organizações da sociedade civil (Fóruns, Conselhos, Comitês); movimentos populares e Associações rurais. O SEAPAC se propõe a contribuir para que setores populacionais que vivem em situação de vulnerabilidade social, no campo e na cidade, sejam protagonistas na proposição, conquista e acesso de direitos e políticas públicas, investindo na organização e articulação da sociedade civil, no diálogo com o Estado e na construção de amplas parcerias, implementando processos educativos e socioambientais, na perspectiva de uma sociedade solidária, democrática, justa e sustentável. Segundo o Marco estratégico que compreende o período de 2013 a 2018- que é o referencial para todos os programas, projetos e ações desenvolvidas pelo SEAPAC, projeto trienal compreende uma história de parcerias, grupos de base que vem contribuindo nos efeitos processuais e impactos que podem se identificados em cada eixo de trabalho priorizado pelo SEAPAC.
 Desse planejamento Macro, elaborou-se o programa de Formação e Assessoria em desenvolvimento Sustentável no Rio Grande do Norte, para o triênio 2013 a 2015, o qual congrega projetos, serviços e ações, perpassando por três grandes linhas que se interligam entre si e definem o perfil do trabalho desenvolvido no Território Potiguar sendo: linha 1 - Convivência com o Semiárido: Linha 2- Fortalecimento de Organizações e Fóruns da Sociedade Civil; Linha 3 – Intervenção Direta do SEAPAC em Políticas e Defesa de Direito. Se propõe uma definição do trabalho que é desenvolvido no território, sendo um referencial para todos os programas, projetos e ações desenvolvidas pela instituição dando continuidade as ações e projetos. 
 A instituição esta sempre em comunicação social, porém deve esta sempre em parcerias com outras ONG’s e empresas junto às igrejas. Para dar continuação ao seu trabalho, necessita de investimentos mesmo sendo de terceiro setor vem ajudando muito ao homem da zona rural e também na zona urbana na inclusão social. O homem da zona rural sofre com os efeitos da falta de água na região, pois esses efeitos acabam provocando ainda mais a desigualdade social. 
 As famílias da zona rural têm menos acesso as políticas sociais, por falta de informação que chegue a até elas, e também pela ausência do estado, dificultando sua inclusão social de outros meios, gerando o desemprego, a morte de animais, diminuído a economia da região do Seridó isso implica no aumento da questão social cada vez mais da região. A seca se estende de forma devasta desfigurando na economia, causando um retrocesso a todos da região do Seridó. Onde também os Estados devem investi mais em politicas publicas desenvolvendo mais politicas de assistência.
 Assim pode-se dizer que a experiência dentro do campo de estágio sempre acompanhadas do assistente social possibilitou a vivência, a dimensão investigativa também da profissão quanto à realização das atividades para o conhecimento e análise crítica da realidade social, e também para desenvolver a produção de conhecimentos pelas situações cotidianas da vida e do trabalho que se apresentam junto aos segmentos sociais e populares.
 Na instituição o assistente social elabora um projeto a cada ano, garantindo no exercício profissional conforme a organização institucional a construção de novo projeto que viabilizem uma ação e continuação das ações de propostas do SEAPAC. As ações são realizadas através de entidades contratadas são acompanhadas por técnicos do projeto RN Sustentáveis. Assim, 30% de cada oficina realizada no território é acompanhada por técnico do projeto e também do assistente social, que realiza a avaliação do evento e do (a) instrutor (a). As oficinas sempre acompanhadas do assistente social são constituídas em espaços comunicacionais de construção e conhecimento, levando assim informações, esclarecendo dúvidas a respeito do projeto.
 
 
2.2 Estágio Supervisionado II
 O Projeto de Intervenção realizado no correr do estagio II teve como tema “as relações sociais no trabalho entre os catadores de materiais recicláveis” e foi identificado uma desorganização dentro da associação de catadores de materiais recicláveis de Caicó-RN, assim como os conflitos gerados entre os catadores, e esses conflitos ocorreram devido à forma de trabalho individual o que causou a desorganização dentro da associação.
 Diante da situação-problema instaurado, o projeto de intervenção que foi executado na associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Caicó- RN e teve como objetivo verificar os fatores que tinha causado a desorganização dentro da associação, o grande desafio neste projeto foi para toda equipe da associação, que a partir daqui passaram a refletir, propor e repensar as estratégias de ação no ambiente de trabalho. 
 O projeto teve como objetivo geral: promover o reconhecimento de classe e organizacional no ambiente de trabalho da associação de catadores de materiais recicláveis de Caicó-RN e os objetivos específicos: criar atividades que melhorassem os processos diários de trabalho, e até mesmo o próprio regimento interno da associação, que muitos dos catadores ainda não tinham o conhecimento; Incentivar os catadores a manter em sua rotina atividades sociais, através do trabalho em grupo; Sensibilizar o grupo de catadores quanto ao seu compromisso em contribuir para melhoria nas condições do ambiente de trabalho. 
 Visando atingir os objetivos propostos neste projeto, o qual teve por finalidade disseminar informações e conhecimentos acerca dos serviços ofertados para a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Caicó-RN (ASCAMARCA) que foram desenvolvidas através de atividades junto ao público alvo por meio de roda de conversas; Foi estabelecido parceria para divulgação do projeto; Slides com as informações divulgadas para o grupo de catadores; Diálogo com participantes. 
 Por meio da intervenção procuramos contribuir para a melhoria do fortalecimento de vínculos sociais e organizacional no ambiente de trabalho dos catadores de materiais recicláveis. Que para isso foi preciso que toda equipe da associação pudesse refletir, propor e repensar as estratégias de ação no ambiente de trabalho. Pois é essencial o trabalho em equipe para que o trabalho seja mais organizado, e que os catadores de materiais recicláveis estejam sempre trabalhando de acordo com as normas do regimento interno da associação.
 Através da compreensão da equipe de catadores de materiais recicláveis, as ações passaram a ser considerado válido dentro da associação, pois os mesmos passaram a produzir uma visão coletiva, o que alimentou e direcionou os esforços dos catadores no sentido que não ocasiona-se espaço de esvaziamento das iniciativas empreendidas, o que antes não era visto como uma classe organizada.
 É essencial que se parta de ações que façam com que os catadores reflitam e redirecionem a relação entre os mesmos, para uma devida postura, os quais possam trabalhar de forma amigável, coletiva, rumo as suas obrigações, com o propósito de garantir um desenvolvimento no ambiente de trabalho e assim obter bons resultados. 
 Diante da vivência de estágio no SEAPAC, foi notório que a instituição faz parceria com a Cáritas, instituição que acompanha o grupo de catadores de materiais recicláveis, esse trabalho é bastante importante por estabelecer apoio e projetos para a associação de catadores, através desse ilustre trabalho em equipe das instituições, e também das observaçõese investigações na associação, foi identificado uma desorganização dentro da associação de catadores de materiais recicláveis, devido à forma de trabalho individual, o qual motivou a estagiária intervir diante dessa problemática.
 De acordo com a lei que institui a política nacional de resíduos sólidos; altera a lei no 9.605, de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Assim como seus princípios, objetivos e instrumentos, sobre suas diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e também do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
 Ao constituir-se uma Política Nacional para estabelecer princípios, objetivos e instrumentos, assim como as diretrizes e normas para o gerenciamento dos resíduos no país, é de suma relevância, pois essa política pode definir um papel para o Estado na direção de um desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável.
 A grande preocupação, ao se elaborar uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, é no que se refere do ponto de vista da afirmação dos direitos de cidadania destes trabalhadores que atuam, há bastante tempo, sem nenhum apoio legal, é a de não re-excluí-los. É preciso reconhecê-los como profissionais no âmbito da legislação. O desafio é estruturar uma Política que responsabilize o setor privado quanto à destinação dos resíduos gerados e ao mesmo tempo promover a inserção dos catadores em toda a cadeia produtiva. Estes trabalhadores vêm lutando e intensificando sua mobilização na perspectiva de garantir seus direitos em lei.
A via ocupacional particulariza-se pela contaminação dos catadores, que manipulam substâncias consideradas perigosas sem nenhuma proteção. Embora atinja uma parcela reduzida da população, esta via manifesta a forma mais agressiva de contaminação (GONÇALVES, 2005, p.240). 
 Na sociedade capitalista em que vivem os catadores de materiais recicláveis existem grandes indústrias que produzem seus produtos e lucram muito dinheiro, através da exploração do trabalho e da venda destes produtos no mercado. A sociedade capitalista produz resíduos continuadamente, e é parte de sua lógica consumir e descartar a todo momento.
 Assim, as pessoas produzem resíduos e muitas não se interessam em fazer a coleta seletiva, que poderia ajudar muitos dos catadores de resíduos sólidos. Porém é preciso educação ambiental, mas principalmente mobilização dos catadores para demonstrar junto com a sociedade a importância da coleta seletiva para o sustento das famílias dos catadores.
 Mas não são somente as pessoas que produzem resíduos, empresas também produzem resíduos, e muitas só se preocupam com seus lucros e não tem nenhuma responsabilidade pelas embalagens e resíduos produzidos, que vão parar em ruas, lixões ou aterros sanitários. Então o que há muitos anos foi considerado apenas “lixo” hoje é alvo de disputa no mercado, pois a reciclagem se mostrou uma atividade muito, mas muito lucrativa mesmo, se tornando um grande negócio. O catador de material reciclável é parte do ciclo da cadeia produtiva da reciclagem atuando na maioria das vezes na base de sustentação da cadeia, porém como sabemos são os que menos recebem por seu trabalho.
 Os catadores são alvo direto da ação dos atravessadores que abastecem o produto para a empresa recicladora, explorando e até mesmo humilhando os catadores enquanto ganham lucros altíssimos. Parte do lucro gerado pela exploração dos atravessadores junto aos catadores é repassado a preços mais baixos para a indústria recicladora. Assim, a indústria recicladora se apodera também através deste lucro, e a mesma é também responsável por este processo de exploração, ainda mais quando conta com uma ajuda de fornecedores composta em sua maior parte por estes atravessadores. 
 De acordo com Ricardo Antunes (2011) assim como o resultado das transformações nos países capitalistas, estamos diante de um intenso e significativo processo de informalização e precarização da classe trabalhadora. E também da expressiva precarização e informalidade do trabalho, que ocorre nas formas de trabalho parcial, subcontratado e precarizado. Estamos vivenciando a erosão do trabalho contratado e regulamentado, dominante no século XX, e presenciando sua substituição pelas variáveis formas de "empreendedorismo", "cooperativismo", "trabalho voluntário" etc. O exemplo das cooperativas talvez seja ainda mais esclarecedor, pois elas nasceram como instrumentos de luta operária contra o desemprego, o fechamento das fábricas, o despotismo do trabalho etc; como tantas vezes Marx indicou. Hoje, entretanto, ao contrário dessa autêntica motivação original, os capitais criam falsas cooperativas como instrumental importante para depauperar ainda mais as condições de remuneração da força de trabalho e aumentar os níveis de exploração da força de trabalho, fazendo erodir ainda mais os direitos trabalhistas. As "cooperativas" tornam-se contemporaneamente, verdadeiros empreendimentos visando aumentar ainda mais a exploração da força de trabalho e a consequente precarização da classe trabalhadora. Similar é o caso do "empreendedorismo", que cada vez mais se configura como forma oculta de trabalho assalariado e que permite o proliferar das distintas formas de flexibilização salarial, de horário, funcional ou organizativa.
 
 Apesar de todo o trabalho e contribuição que os catadores de materiais recicláveis oferecem à sociedade, os mesmos sabem que é comum a maioria dos setores da sociedade e o próprio poder público não reconhecerem a sua importância no processo produtivo da reciclagem. Como também é comum não garantirem as condições e o pagamento por este serviço que são prestados aos catadores.
 
A organização dos catadores em cooperativas melhora a qualidade de vida dos cooperados, mas depende essencialmente de ajuda do poder público ou de outros agentes sociais. Contudo, foi observado que os catadores no lixão de Ipameri possuem uma relativa autonomia que se fortalece, sobretudo, pelos laços de parentesco existentes entre os cooperados, o que dificulta o ingresso de novas pessoas na atividade que não tenham relação familiar, mas que garante uma divisão razoável dos ganhos (GONÇALVES et al, 2013).
 A luta pelo reconhecimento do trabalho dos catadores de materiais recicláveis e por melhores condições de vida, sempre encontrou muitas barreiras e desafios, pois isso coloca para ele, catadores e catadoras, a necessidade de estudar e refletir sobre como vivenciam no cotidiano as formas de opressão que estão submetidos há muito tempo.
 Muitas vezes a sociedade julga o catador como natural às situações de violação dos direitos constitucionais. Apesar das conquistas importantes que a luta e a organização dos catadores e catadoras trouxeram para a sua categoria, o que mais vivenciam ainda é uma realidade cheia de violência e opressão à sua dignidade. 
 Por isso é importante à busca de informações sobre os direitos dos catadores e sobre os instrumentos que os mesmos possuem para combater as violações, passa a ser um dos principais objetivos. Somente assim a categoria dos catadores poderá exigir que os direitos sejam aplicados.
 O homem retira recursos do meio ambiente para manter sua subsistência e desenvolve as sobras. Essas sobras são restos que devolvem ao ambiente, elementos químicos que são aproveitados por outros seres vivos, e que nada se perde. Já as sobras das atividades humanas atingem a poluição. A poluição é identificada como um dos maiores impactos ambientais e a percepção desses problemas se deram de uma gradativa ao passar do tempo, de uma forma fragmentada quanto a seu meio receptor, dando resultado a repartição do meio ambiente e mar, água e solo, ou atmosfera, hidrosfera e litosfera.
As legislações nacionais criadas para combater ou controlar a poluição geralmente seguem essa divisão, estabelecendo disposições relativas à poluição do ar, da água e dosolo, como faz, por exemplo, a legislação brasileira, que será comentada oportunamente, e a de muitos outros países (BARBIERI, 2007, p.21).
 Poluir é contaminar, sujar, degradar, manchar; poluição são efeitos e ato de poluir, e poluente é aquele que polui. Os poluentes podem ser gerados através de fontes naturais, assim como a fumaça liberada em queimadas espontâneas, as cinzas vulcânicas e até mesmo as tempestades marítimas carregadas de sais. Porém, não restam dúvidas que são os poluentes os que causam os maiores problemas ambientais.
 Para organizar a categoria dos catadores e conquistar sua valorização, foi criado em 1999 o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis(MNCR). E no ano de 2000, o MNCR lançou a Carta de Brasília, expressando suas reivindicações, fundadas em três pilares centrais: 1. O reconhecimento da profissão; 2. A inclusão social dos catadores, com recursos públicos para atender necessidades básicas de habitação, saúde, educação e trabalho (incluindo capacitação técnica, tecnológica, gerencial e em desenvolvimento humano); 3. A participação ativa no processo de industrialização dos materiais recicláveis.
 Com a busca por maior participação dos catadores nos processos de decisão, ao longo dos anos o MNCR tem se tornado com relevância interlocutora junto ao governo federal e com as empresas privadas. Sua influencia pode ser averiguado na produção de políticas públicas como também na criação do Comitê Interministerial de Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Lixo em 2003, observando à inserção social dos catadores e erradicação dos lixões; assim como na Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010.
 Interiormente, a atuação do MNCR se dá por estruturas regionais, tendo bases orgânicas e comitês regionais como espaços deliberativos, ou seja, cada Comitê Regional indica representantes para a Coordenação Estadual, que por sua vez indica delegados para a Comissão Nacional. Também existe uma Equipe de Articulação Nacional, composta por catadores das regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste, com o compromisso de oferecer agilidade às articulações regionais e disponibilizar uma visão integrada do MNCR no país. Atualmente, o MNCR representa cerca de 300 associações e cooperativas de catadores, das quase 500 constituídas nos últimos dez anos. Suas ações estão voltadas à capacitação para a coleta, preparação e comercialização dos resíduos. 
2.3 Estágio Supervisionado III
 O presente projeto teve como público alvo os catadores de materiais recicláveis da Associação de Caicó- RN. A equipe é formada por 10 catadores de materiais recicláveis. O projeto teve como intuito promover o fortalecimento de vínculos sociais e organizacional no ambiente de trabalho da associação de catadores de materiais recicláveis de Caicó-RN, no qual melhorasse os processos diários de trabalho, e até mesmo o próprio regimento interno da associação, que muitos dos catadores ainda não tinham o conhecimento, incentivando os catadores a manter em sua rotina atividades sociais, através do trabalho em grupo, sensibilizando o grupo de catadores quanto ao seu compromisso em contribuir para melhoria nas condições do ambiente de trabalho.
Em meio à situação vivenciada por todos os catadores de Materiais Recicláveis, o que se colocou foi à necessidade de uma tomada de decisões baseada em uma linha de ações capazes de transformar este cenário na associação e originar soluções que realmente fossem efetivas.
 Então foram realizadas ações através de rodas de conversas em equipe na associação com a finalidade de produzir uma visão coletiva, para alimentar e direcionar os esforços de toda a equipe no sentido que não ocasione espaço de esvaziamento das iniciativas empreendidas.
 Diante dos objetivos propostos do projeto, o qual teve por finalidade disseminar informações e conhecimentos a cerca dos serviços ofertados para a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Caicó-RN que foram desenvolvidas através de atividades junto ao público alvo por meio de roda de conversas; Foi estabelecido parceria para divulgação do projeto; Slides com as informações divulgadas para o grupo de catadores; Diálogo com os participantes.
Esta etapa de organização do projeto de intervenção aconteceu durante dois encontros, no total de 8 horas. O qual teve a participação de oito catadores de materiais recicláveis durante os dois encontros, entre eles o presidente da associação.
Diante de todo material pronto e agenda de apresentação confirmada na associação, iniciou a execução do projeto de intervenção: Apresentação do projeto diante de slides relacionado a importância do trabalho em equipe entre os catadores de materiais recicláveis; Exibição do vídeo: sobre a organização do trabalho na associação– comentários dos participantes sobre a importância do trabalho em equipe; Distribuição do folder para todos os participantes sobre a organização do trabalho na associação.
Ao exibir a apresentação de slides, a estagiária falou sobre a importância dos catadores de materiais recicláveis na associação, e também da importância sobre a partipação dos mesmos nas capacitações disponibilizadas pelas instituições, o qual desenvolvem ações para ajudar as condições de trabalho dos mesmos. Por meio da roda de conversa os catadores contribuíram sobre a visão coletiva no qual melhorou bastante o ambiente de trabalho, mas também embora grandes mudanças tenham ocorrido, eles ainda tem enfrentado e enfrentam discriminação e preconceitos na sociedade.
Observou-se que a partir da execução do projeto que os catadores de materiais recicláveis conseguiram refletir, propor e repensar as estratégias de ação no ambiente de trabalho, além de potencializar os mesmo a acreditar em si, levando-os a compreensão de uma visão coletiva para que os mesmos possam organizar o seu trabalho através da coletividade em equipe. Atingindo assim os objetivos propostos no inicio do projeto de intervenção que era o de promover o fortalecimento de vínculos interpessoais e organizacional no ambiente de trabalho da associação de catadores de materiais recicláveis de Caicó-RN, criando atividades que melhorassem os processos diários de trabalho, e até mesmo o próprio regimento interno, incentivando os catadores a manter em sua rotina atividades sociais, através do trabalho em grupo, e sensibilizar o grupo de catadores quanto ao seu compromisso em contribuir para melhoria nas condições do ambiente de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A sociedade é definida pelas diferenças sociais e os riscos crescentes de pessoas pertencentes aos segmentos populacionais menos favorecidos, desta forma o envolvimento do aluno estagiário de serviço social em reais situações fará com que aconteça à integração do saber com o fazer atrelando assim a vinculação da teoria com a prática. Portanto a realização do estágio supervisionado levou a inúmeras reflexões fortalecendo assim a postura profissional em acordo com o código de ética, possibilitando diversas informações e instigando cada vez mais a troca de experiência, principalmente no surgimento de novas demandas evidenciadas pelos usuários.
 Com a inserção e a atuação direta nas realidades diante das demandas das classes e grupos sociais menos favorecidas, teve-se a possibilidade de produzir um conhecimento sobre essa a mesma. O conhecimento adquirido através do estagio será o principal instrumento de trabalho na futura atuação profissional, pois é ele que permite ao assistente social ter a real dimensão das várias possibilidades de intervenção profissional. Portanto leva-se como aprendizado de mais esta etapa que o processo de estágio contribuiu para o entendimento das relações conjunturais da profissão do Serviço Social, não só pela confirmação da necessidade de enfretamento da Questão Social, mas também pela complexibilidade em lidar com diversas demandas no campo de atuação, que é apenas um recorte, uma prévia do que cada futuro profissional vivenciará.A aprendizagem adquirida ajudou a abrir portas para novos conhecimentos, como também possibilitou identificar o espaço de intervenção profissional possibilitando a aproximação do exercício profissional e sua importância para população usuária além de Identificar as políticas sociais implantadas na instituição e sua importância para a instrumentalização do exercício profissional. Além de levar a compreensão da importância que o estágio supervisionado tem na vida profissional a partir do momento em que se começa a relacionar o conhecimento teórico a pratica, o mesmo se encontra desenvolvido em base estruturante que tem competência para o acadêmico com um alicerce sólido embasado no conhecimento, dividido em teorização e a prática, pois, sem conhecimento teórico as ações seriam atividades impensadas, sem espalda fundamentado através de técnicas e diretrizes que norteiam o trabalho do Assistente social.
 A elaboração do projeto acompanhada do assistente social contribuiu para adquirir uma visão da prática cotidiana de atuação do assistente social em campo, assim como a vivência entre os catadores de materiais recicláveis da associação de Caicó-rn, no qual diante da intervenção, a execução do projeto contribuiu para a organização do ambiente de trabalho na associação, por meio de uma linha de ações. 
 Diante dos problemas identificados no estágio supervisionado II na associação de catadores de materiais recicláveis o qual apresentou uma desorganização do trabalho na associação, os catadores apresentaram grandes mudanças durante a intervenção, assim como a melhoria da organização do ambiente de trabalho através do trabalho em equipe.
 Observou-se que embora grandes mudanças tenham ocorrido para melhorar a organização social no trabalho dos catadores de materiais recicláveis, eles ainda tem enfrentado e enfrentam discriminação e preconceitos na sociedade, o que demonstra que o catador de materiais recicláveis é um ser que ainda luta para ser merecedor de respeito.
 E cabe a sociedade se conscientizar que os catadores de materiais recicláveis devem ser tratados com respeito, que mesmo ele sendo uma pessoa que faz coleta e reciclagem, pode sim, contribuir para o mundo moderno, pois a sua experiência de vida se traduz em conhecimentos e transformações.
 
REFERÊNCIAS
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BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
BURIOLLA, M.A.F. O estágio supervisionado. São Paulo: Cortez, 1995.
BURIOLLA, Marta Alice Feiten, Estágio supervisionado 3º ed.– São Paulo: Cortez, 2001.
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Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf. Acesso em 11 de junho 2016. As 17h00.
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PINTO, Rosa Maria Ferreira. “Estágio e supervisão: um desafio teórico-prático do serviço social”. Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Identidade. (São Paulo), 1997. 134p.
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