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Aconselhamento Genético Discentes: Karen Almeida; Marcelo Miranda e Taiane Nunes. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - NUCLEO DE CIENCIAS EXATAS DA TERRA - DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA Porto Velho-RO 2019 Docente: Prof. Dra. Rubiani Pagotto Aconselhamento genético O que é o aconselhamento genético (AG)? Segundo o Committee on Genetic Counseling of the American Society of Human Genetics (1975), o AG é um processo de comunicação que lida com os problemas humanos associados à ocorrência ou ao risco de ocorrência de uma doença genética em uma família. Qual sua função no planejamento familiar? O AG ainda tem o papel de avaliar como a hereditariedade contribui para a doença e o risco de recorrência nos familiares, bem como compreender as opções para lidar com o risco de recorrência. Fonte: Sua Saúde. Fonte: Revista crescer. Surgimento do AG Modelo Eugênico - Pregava que famílias com “características indesejadas” não se reproduzissem. Modelo médico-preventivo – Prevenção de doença genética. Início da comunicação não-diretiva Modelo de tomada de decisão – Inicialmente processo de decisão racional . Distanciamento da relação médica tradicional . Aos poucos caminha para a autonomia individual. Responsabilidade do indivíduo. Modelo psicoterapêutico - A questão não é decidir para o futuro e sim lidar com o que aconteceu O conceito atual de aconselhamento genético Compreender os fatos médicos, incluindo o diagnóstico, o provável curso da doença (prognóstico) e as medidas (tratamentos) disponíveis; Avaliar como a hereditariedade contribui para a doença, e o risco de recorrência para determinados parentes; Entender quais as opções que possuem perante o risco de recorrência, em relação à vida reprodutiva da família; Escolher que ações são mais apropriadas para eles, em vista dos riscos e dos objetivos de suas famílias, e agir de acordo com as decisões; Obter o melhor ajustamento possível à doença do familiar afetado e/ou ao risco de recorrência da doença Como funciona o AG – Etapas 1ª Etapa: Anamnese, nessa etapa a pessoa preenche um questionário contendo questões relacionadas a presença de doenças hereditárias, problemas relacionados ao período pré ou pós natal, histórico de atraso mental, histórico de aborto e presença de relacionamento consanguíneos na família. 2ª Etapa: Exames físicos, psicológicos e laboratoriais, o médico realiza uma série de análises para verificar se há alguma alteração física que possa estar relacionada com a genética. Além de testes de inteligência, e exames moleculares. 3ª Etapa: Elaboração de hipóteses diagnósticas, a última etapa é realizada com base nos resultados dos exames físicos e laboratoriais e análise do questionário e sequenciamento. Com isso, o médico pode informar à pessoa se possui alguma alteração genética a qual possa ser passada às próximas gerações . Risco de desenvolvimento de doenças hereditárias; Caso de casamento consanguíneo e; Histórico de câncer na família. Para quem é indicado o aconselhamento Genético? Ministério da saúde, Julho de 2017. Benefícios e riscos do AG Benefícios Identificação de doenças genéticas e personalização de tratamento; Autonomia e emancipação reprodutiva com conhecimento das opções disponíveis; Identificação de descendentes afetados permite implementação de intervenções; Riscos Rotulação: superposição do diagnóstico genético à identidade dos indivíduos; Estigmatização: discriminação racial do indivíduo por ser portador de alteração genética e, por isso, confirmar sua descendência étnica; Discriminação: privação de algum direito do indivíduo, em função do diagnóstico da condição genética; Aspectos éticos gerais no AG Proteger as pessoas e famílias com doenças genéticas Fornecer orientações aos governos e serviços de saúde dos Estados-membros para assegurar que a informação genética Introduzir os serviços de genética de forma mais ampla na prática bio-médica dentro de princípios éticos aceitáveis. 8 Objetivo primário Afastar medos e assegurar ao público que existem controles adequados para prevenir abusos na informação genética. Evitar práticas inaceitáveis, reconhecendo que os avanços da genética têm potencial de melhorar significantemente a saúde das pessoas quando aplicados apropriadamente em nível individual, familial e comunitário Integrar as informações de forma ética e com respeito à diversidade religiosa e cultural. 9 Objetivo secundário Organização Mundial da Saúde A agencia da OMS, declara sua opção pelo AG não-diretivo, o qual deve se basear em dois elementos básicos: (A) provisão da informação precisa, completa e sem tendenciosidade, para que os indivíduos possam tomar suas decisões; (B) estabelecer uma relação empática com alto grau de entendimento, para que as pessoas sejam efetivamente ajudadas a trabalharem para tomar suas próprias decisões. Princípios éticos aplicados ao AG 1 - Respeito às pessoas e famílias, incluindo a verdade total, respeito pela decisão das pessoas e informação precisa e sem tendenciosidade (autonomia). 2 - Preservação da integridade da família (autonomia, não maleficência). 3 - Revelação completa para os indivíduos e famílias de todas as informações relevantes para a saúde (autonomia, não-maleficência). 4 - Proteção da privacidade dos indivíduos e famílias de intrusões não justificadas por parte de empregadores, seguradoras e escolas (não-maleficência). 5 - Informação aos indivíduos sobre a obrigação ética que eles se encontram de informar os parentes de que podem estar em risco genético (não-maleficência). 7 - Informar as pessoas de suas obrigações morais de revelar o status genético que possam afetar a segurança pública (não-maleficência). 8 - . Apresentação das informações de forma menos tendenciosa possível (autonomia). 9 - Uso de técnicas não-diretivas, exceto nas questões de tratamento (autonomia, beneficência) 10 - Envolver as crianças e adolescentes o máximo possível nas decisões que lhes afetem (autonomia). 11 - Obrigação dos serviços de seguimento dos afetados/ famílias se apropriado e desejado (autonomia, beneficência e não-maleficência). 6 - Informar aos indivíduos sobre a necessidade de que eles revelem o seu status de portadores a esposos/parceiros se uma criança está sendo desejada e as possibilidades de dano ao casamento das revelações (não maleficência). Genética de populações Resultados do AG Nas décadas de 1970 e 1980, foram realizados muitos trabalhos procurando estudar e conhecer quais seriam os resultados do processo de AG. Pina-Neto & Petean publicaram um extenso trabalho de avaliação do processo de AG em hospital público brasileiro, o qual demonstrou resultados que são muito semelhantes aos que foram realizados em outros locais e países. A grande maioria das famílias atendidas nos serviços de genética (74%) são encaminhadas e não sabem que tipo de serviço vão receber; Resultados do AG O nível de entendimento das informações é baixo, com 48,7% das pessoas consideradas com entendimento inadequado; Um grande número de casais decidiram não ter filhos, independente dos riscos de recorrência (64,4%); Sendo que os casais em risco alto decidiram mais frequentemente não ter filhos (85,7%) do que os de baixo risco (52,9%); Houve diferenças significativas no uso de métodos anticoncepcionais em relação aos casais que decidiram ou não ter filhos e em relação aos riscos de recorrência; Resultados do AG Casais em alto risco aceitam mais a interrupção da gestação do que casais em baixo risco, e os homens mais do que as mulheres; Houve uma baixa taxa de natalidade em todas as famílias, mas a taxa nas famílias em alto risco foi mais baixa (cinco crianças nascidas em 36 famílias) Do que nas famílias de baixo risco (35 crianças nascidas em 69 famílias) A recorrência em novos filhos foi de 44,4% nas famílias em alto riscoe de 0% nas em baixo risco; Tivemos uma baixa taxa de adoção, sendo somente três crianças adotadas em duas famílias de alto risco, e somente dois casais se separaram entre os 113 estudados. Conclusão Todas as famílias de crianças diagnosticadas com doenças genéticas precisam ser esclarecidas sobre a importância de passarem pelo processo de AG. E é fundamental que o processo de AG seja baseado no aconselhamento não-diretivo, realizado por profissionais qualificados e contínuo. Referências World Health Organization. WHO ethics in medical genetics: proposed international guidelines on ethical issues in medical genetics and genetic services. Geneva: WHO; 1998 Mc Kusick V ( President, Ad Hoc Committee on Genetic Counseling – American Society of Human Genetics – ASHG): Genetic counseling. Am J Hum Genet. 1975;27:240-2. GUEDES, Cristiano; DINIZ, Debora. A Ética na História do Aconselhamento Genético: um Desafio à Educação Médica. 2008. Disponível em: <http://www.bioeticaefecrista.med.br/textos/EticaHistoriaAconselhamento.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2019. PINA-NETO, João Monteiro de. Genetic counseling. Jornal de Pediatria , Porto Alegre, v. 84, ed. 4, p. 20-26, 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3997/399738163003.pdf. Acesso em: 27 nov. 2019. Tenham uma boa tarde e obrigado pela atenção! .MsftOfcThm_Background1_Fill { fill:#FFFFFF; } .MsftOfcThm_Background1_Fill { fill:#FFFFFF; }
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