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Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 FACULDADE INTERNACIONAL DE TEOLOGIA PENTECOSTAL CURSO LIVRE DE GRADUAÇÃO BACHARELADO www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 DISCIPLINA: MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 CONCEITO GERAL Poucas observações bastariam para ressaltar nosso dever como estudantes de teologia do estudo diário das Escrituras. Note que é um dever e não uma opção, considerando que este era o proceder de Nosso Mestre, da Antiga Comunidade e dos próprios escritores bíblicos. O que conhecemos da Revelação de Deus está na forma de um Livro que necessita ser estudado para poder obter dele uma plena, absoluta e segura compreensão dessa revelação. Este estudo pressupõe, ou parte do pressuposto que o futuro pastor (ou líder de Comunidade Evangélica) é e será um estudioso das Escrituras, por essa razão este estudo dará uma orientação metodológica para que esse estudo seja eficaz. Todos os que se aproximam das Escrituras, utilizam-se de um método de estudo da mesma, consciente ou inconscientemente. Não há problema em www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 ter um método de estudo das Escrituras, desde que esse método seja válido e nos conduza a resultados verdadeiros. É necessário verificar se o método que utilizamos para estudar as Escrituras é bom. Mesmo aqueles grupos que afirmam não estudar a Bíblia, têm seu modo especial de basear nela os seus pensamentos. Outros, mas conscientes da necessidade de estudo, utilizam-se de Comentários, Dicionários Bíblicos, livros de estudo dirigido e outras obras, para obter compreensão do texto bíblico. Ouvir palestras, aulas, “garimpar” estudos na Internet, comprar muitos livros e assistir a pregações é para a maior parte das pessoas o único método de estudar as Escrituras que conhecem. Uma pergunta aqui é oportuna: Por que devo estudar as Escrituras com um método específico? Uma infinidade de pessoas já não fez estudos que estão em bons livros, enciclopédias e dicionários bíblicos? Qual é a razão de tentar estudar de novo? Como resposta apresentamos quatro boas razões: www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Razão 1- Não podemos absorver a “teologia” dos que nos rodeiam. Uma leitura atenta nas Escrituras comprova que esta sempre foi a causa principal do desvio da fé do povo de Israel, ele absorveu os conceitos e costumes dos povos vizinhos, apesar das claras advertências que lhe foram dadas. “Modismos” criam teologias e tendências doutrinárias que, por se tornarem populares, agradam a multidões de pessoas despreocupadas com o estudo sério e a comprovação acurada da verdade. O que chamamos de “modas” teológicas não é necessariamente sinônimo de sucesso espiritual correto, pois, esse sucesso na maioria das vezes está fundamentado numa mentira. Usando um método correto Primeira razão para o estudo das Escrituras: Não podemos absorver a “teologia” dos que nos rodeiam. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Vejamos como exemplo: as multidões seguiram aqueles homens que se revelaram contra Moisés no deserto, o bezerro de ouro teve sucesso como atrativo visível para uma nova fé, nesse momento o povo de Deus criou uma nova “teologia”. Era a moda do momento cantar e dançar em volta do novo ídolo que brilhava sob os raios do sol matinal. Era contagiante a alegria desse povo, eles pareciam tão felizes! Josué pensou até que eram gritos de batalha. Porém, não havia nada de verdade, era a alegria e o entusiasmo momentâneo de uma falsidade religiosa nova e atraente, uma falsidade cheia de dança e euforia. Condenável condição do povo! Triste desvio da fé! Tudo era vão e ilusório (Leia atentamente: Êxodo 32:4-7 e versos 17-19). Na sua misericórdia, porém, O Eterno corrigiu o povo, com severidade, é certo, mas deveriam aprender uma dura lição, uma amarga experiência que ficaria marcada para gerações futuras. Examinemos a fé à luz da razão e da revelação que foi dada. Examinemos pelas próprias Escrituras toda nova tendência, todo modismo e teologia nova. Sejamos, especialmente como futuros líderes, de uma fé madura www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 suficiente para poder discernir o certo do errado. Com certeza o Pai Celestial se agrada de “verdadeiros adoradores”. João 4:23. Razão 2 - Para termos um método correto de estudo das Escrituras: Evitar a má exegese encontrada na literatura “cristã” sobre a Bíblia. Se um teólogo preparar seus comentários sobre as Escrituras Sagradas fundamentado na consulta de alguns comentários bíblicos suspeitos de heresias como, por exemplo: de Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Reverendo Moon, etc, ou até comentários e dicionários bíblicos editados pelo cristianismo, porém de autores cuja opinião não se ajusta com a Bíblia, vai acabar ensinando mentiras em nome da fé. O teólogo deve aprender que o único critério de verdade das Escrituras Sagradas é a própria Escritura Sagrada. O ponto fundamental é que não podemos ensinar opinião humana incorreta, porém, ao mesmo tempo devemos ser honestos em reconhecer que entre toda a palha há comentários que se ajustam com a verdade, a esses comentários corretos, dentro do padrão da www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 verdade, daremos o maior valor. Aqui convêm citar o critério bíblico: “examinai tudo e reter o bem” (I Tessalonicenses 5:21). Devemos aprender a ter uma perfeita noção de discernimento para distinguir o trigo da palha, o ouro da escória. Esperamos que neste curso o futuro teólogo aprenda a ter esse discernimento. Entendemos em primeiro lugar que Deus deseja ser buscado para ser conhecido, portanto, se Deus ama suas criaturas, cuida delas e anela traze-las de volta à Sua comunhão, então, com certeza a revelação é possível e necessária. Necessária porque as opiniões humanas são pessoais, e, portanto, não são guias seguras e nem suficientes nas questões como a vida, a fé e o destino eterno. As opiniões humanas são variadas e sempre contraditórias. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Isto nos leva a compreender a necessidade de Deus se revelar mediante Sua Palavra, de maneira escrita, clara, objetiva, simples e compreensível. Se o Eterno falasse com cada homem em segredo, o homem poderia dizer em público o que achasse ser mais de acordo com seu próprio proveito, enquanto outro homem diria justamente o contrário do primeiro, resultando daí a confusão. Usando um método correto Segunda razão para o estudo das Escrituras: Evitar a má exegese encontrada na literatura sobre a Bíblia Razão 3 – O teólogo não tem um “interprete oficial” da Bíblia. Como por exemplo: Acreditam os católicos que seja o papa o único a determinar o que é certo ou errado em questões de doutrina, ou como os Russelitas (Testemunhas deJeová) que afirmam que o único interprete correto da www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Bíblia é o chamado “corpo governante”. O teólogo deverá aprender a estudar de forma correta para determinar com exatidão o que a Escritura está dizendo. Se não fizermos isto, estaremos de alguma forma endossando uma espécie de “credo oral” que substitui as Escrituras como critério de verdade. Deve perceber que inúmeras vezes o “credo oral” passou a ser “credo escrito” (Exemplo: credo de Nicéia). E se estabeleceu definitivamente na igreja como doutrina. Não é assim que um verdadeiro teólogo deve agir, se ele é e continuará a ser um estudante espiritual da Palavra ele mesmo deverá aprender de Deus a encontrar o sentido correto das palavras bíblicas que encontra em seu estudo. Deverá ser estabelecido como verdade unicamente o que as Escrituras realmente ensinam e nunca uma tradição, por mais anos ou séculos que ela tenha. Há nos Evangelhos evidente condenação por manter tradições que não são verdades. (Mateus 15:6). Usando um método correto www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Terceira razão para o estudo das Escrituras: Determinar com exatidão o que as Escrituras estão dizendo, pois não temos um interprete oficial. Razão 4 – Reconhecimento da autoridade das Escrituras com Sagradas. Com toda certeza Deus deveria dar à humanidade perdida uma revelação por escrito, para revelar-se desde o início e dando assim, a conhecer o Plano de Salvação. Deveria ser uma Revelação com (1) autoridade suficiente para não ser questionada, e para que a mensagem divina pudesse ser (2) preservada para todas as gerações. Deveria ser ao mesmo tempo uma Revelação (3) escrita, para evitar que a mensagem seja esquecida, alterada ou distorcida. Deveria ser (4) inspirada e (5) conclusiva, para impedir que seja substituída por outra de opiniões humanas, variadas e contraditórias. Finalmente, deveria a Revelação ser (6) compreensível, objetiva e clara, ao alcance de todos, para que todo www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 aquele que deseje alcançar a salvação prometida, encontre na simplicidade da Revelação esse Caminho. Em resumo acreditamos que Deus nos deu uma revelação com autoridade, por escrito, inspirada e compreensível. Usando um método correto Quarta razão para o estudo das Escrituras: Reconhecimento da autoridade das Escrituras como Sagradas – Necessária, por escrito, inspirada, conclusiva e compreensível. O Eterno quer que o teólogo se aproxime o máximo possível de sua Vontade. As Escrituras é o registro dessa Vontade divina. Logo, é www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 essencial que estudemos a Palavra de Deus e procuremos compreendê- la. Um dos conselhos mais repetidos nas Escrituras, direta ou indiretamente é justamente para que procuremos entender a Revelação. Deus é sábio. Se Ele, na Sua sabedoria deixou Sua Vontade revelada em um livro, então temos a certeza de que é possível compreender a vontade de Deus pelo estudo das Escrituras. Se não o fizermos ou desistirmos da tarefa, estaremos desconsiderando a sabedoria divina. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS Num curso teológico deve haver necessariamente um método de estudo das Escrituras, pois, já analisamos em detalhes as razões e a necessidade de ter um método adequado de estudo. O Texto Sagrado deve ser estudado seguindo um padrão, uma forma que seja correta e evite os desvios “teológicos”, devemos seguir um método que nos aproxime com exatidão da verdade bíblica. Se falarmos em método, falaremos em metodologia. Vejamos a definição de conceitos: Método: 1. Procedimento organizado que conduz a certo resultado. 2. Processo ou técnica de ensino. 3. Modo de agir, de proceder. 4. Regularidade e coerência na ação. Metodologia: Conjunto de métodos, regras e postulados utilizados em determinada disciplina e sua aplicação. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 (Dicionário Aurélio, Século XXI, Editora Nova Fronteira, 2001). O método para o estudo que prepara um pastor é conhecido como método histórico-crítico. O que chamamos de histórico-crítico é o método de estudo e pesquisa bíblica que procura levar em consideração o contexto histórico que envolve o texto, fazendo uma análise e avaliação profunda, acurada (crítica) de todas as relações desta informação com o sentido original do texto. É importante notar a frase: “sentido original”, pois uma ênfase quanto ao sentido gramatical e histórico da narrativa bíblica é a meta ou alvo deste método. Realiza-se com o texto bíblico a tarefa de um pesquisador, o mesmo trabalho de um historiador que avalia um documento antigo com o propósito de compreende-lo, pois acreditamos que essa é a única maneira de encontrar o significado original do texto. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Deve-se, antes de tudo, ao estudar um texto levar em conta a época e a situação original em que o texto foi escrito. Considere: A Escrituras Sagradas é a palavra do Eterno dada através de pessoas históricas - Ele “falou pelos profetas” (Hebreus 1:1-2), portanto, o trabalho de compreender as Escrituras é o trabalho de um historiador, e a história é uma ferramenta de trabalho. O próprio texto bíblico, em geral, contém elementos históricos suficiente para nós dar uma idéia da situação original. Neste ponto dois elementos precisam ser levados em consideração quando tratamos das Escrituras Sagradas: Elemento 1 – Sua particularidade histórica contrabalançada por sua validade eterna. O que isto significa? A particularidade histórica diz respeito ao que estava acontecendo na situação original, porém a relevância eterna leva em conta que mesmo em uma situação diferente, a mensagem original tem importância para cada geração posterior. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Elemento 2 – Nosso método é um método crítico porque requer o uso de nossas faculdades mentais em raciocínios, julgamentos, estudos, pesquisa, esforços. Lembremos que a Eterna Inteligência e Bom Censo de Deus estão refletidos em Sua Palavra. É necessário que usemos a inteligência que ele nós deu para compreende-la. A palavra: “crítico” tem geralmente um sentido negativo, não queremos usa-la nesse sentido. O método é crítico porque pretende avaliar os resultados obtidos e em construir um pensamento correto, portanto, é uma crítica construtiva e nunca contra as Escrituras. Sendo assim, a tarefa de um teólogo na sua aproximação da Bíblia é dupla; Primeiro, um teólogo deve descobrir o que o texto significa originalmente, esta tarefa tem um nome científico, é chamada de exegese. Em segundo lugar, devemos aprender a discernir o mesmo significado na multiplicidade de contextos novos ou diferentes dosnossos próprios dias, esta é a tarefa da hermenêutica. Em definições clássicas você poderá www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 encontrar que a hermenêutica abrange ambas tarefas, mas em tratados mais recentes a tendência tem sido separar as duas. Para um estudo correto, na forma e no método de estudo de um teólogo, exegese é ler e explicar os textos sagrados em empatia com os escritores bíblicos. O teólogo é primeiramente, no estudo exegético, um historiador que analisa os documentos. Todavia, o teólogo deve ir além da análise puramente interpessoal, ele deve assumir a fé que o escritor possuía para entender seus escritos e sua forma de pensar. Exegese no método de um teólogo é um trabalho: científico, crítico, histórico, literário e espiritual, sendo que, a ordem destes fatores poderá ser primeiramente espiritual, sem deixar de usar o resto das ferramentas. A seguir, devemos acrescentar que a hermenêutica é necessária para a exegese. Exegese é uma palavra que vem da língua grega, sendo www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 composta da preposição EK (de) e da forma substantiva do verbo HEGEOMAI (ir, guiar, conduzir) e significa “conduzir para fora” o sentido original de um texto. Na exegese nos procuramos entrar no texto (EIS), e ficar nele (EM), para então sairmos dele (EK) tirando lições para nós. A hermenêutica é a síntese dos resultados da exegese, tornado-a relevante para o leitor, ou auditório. O trabalho de estudar as Escrituras Sagradas é um grande projeto, mas também um grande desafio. Deve ser conduzido com todo cuidado e perseverança. Excelência e compenetração são o mínimo que se pode almejar no estudo do Livro. O trabalho de um teólogo deve ser caracterizado pela alta qualidade. Na exposição e no ensino dos preceitos e conceitos bíblicos, esta alta qualidade só é atingida com empenho e dedicação. No prefácio de sua www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 edição Manual do Novo Testamento Grego, edição de 1735, J. A. Bengel, escreveu: “aplica-te totalmente ao texto: aplica-o totalmente a ti”. A maior parte dos desvios da verdade está na confusão entre a palavra dos homens e a Palavra do Deus. (lembre-se da questão da tradição, no estudo T_0031). Pelo estudo acurado e cuidadoso da palavra Divina devemos nos assegurar de transmitir a mais pura vontade divina, e não apenas nossa opinião sobre ela. A Escritura não pode falhar (João 10:35), este é um dos pressupostos de Jesus, devemos aprender a pensar e acreditar dessa maneira também. A inescrutabilidade – O que isso significa? (Deuteronômio 29:29) Existem coisas que nunca saberemos agora, deste lado da eternidade. Diante disso devemos ter especial cuidado ao lidar com o que não foi claramente www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 revelado nas Escrituras, não estamos autorizados a fazer conjeturas ou construir suposições sobre assuntos obscuros, pois muitas coisas foram guardadas sob o conhecimento apenas de Deus. (Atos 1:7, é um exemplo disto). O que se requer de um teólogo é um trabalho em três etapas: Estudar (exaustivamente o texto), compreender (o texto no seu contexto histórico) e explicar (com exatidão e correção). Vejamos um exemplo: Em Atos 8, podemos notar estes três elementos. A Escritura estava sendo lida (pelo etíope – verso 28), mas não estava sendo compreendida (versos 30-31). Filipe, quando entrou em contato com o etíope, já compreendia o texto (porque tinha estudado em profundidade), e, portanto, explicou corretamente a passagem (versos 32-36). O etíope não entendia o texto apesar de fazer a pergunta correta: “a quem se refere o www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 profeta?” (verso 34). Faltava-lhe informações históricas e textuais; de fato; faltava-lhe uma visão maior do plano de Deus, ou seja, do significado das promessas messiânicas no livro de Isaías. O grande perigo que existe em esboçar uma metodologia é levar alguém a pensar que cada item é independente dos outros. Na verdade todos os itens do método proposto são interdependentes e formam um conjunto inseparável. Quatro palavras-chaves resumem o método: TEXTO – CONTEXTO – PALAVRAS – IDÉIAS. Estas são as ferramentas empregadas na busca de informações fundamentais para a compreensão das Escrituras. No próximo estudo iniciaremos as considerações sobre estas quatro palavras-chaves da metodologia para o estudo das Escrituras. Esta ordem deve ser mantida em toda aproximação da Palavra do Eterno. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Quem estuda somente os homens, adquire o corpo do conhecimento sem a alma; e quem estuda somente os livros, a alma sem o corpo. Quem adiciona observação àquilo que vê, e reflexão àquilo que lê, está no caminho certo do conhecimento, com a certeza que ao sondar os corações dos outros, não negligencie o seu próprio. Caleb Colton. O propósito de ter um método de estudo é a total transformação da pessoa. O método visa a substituição de velhos e destruidores hábitos de pensamento por novos hábitos vivificadores. Em parte alguma este propósito é visto mais claramente do que na forma em que um teólogo se aproxima do texto. E texto é a primeira palavra-chave que define o método (veja de novo estudos anteriores). É no texto que devemos aplicar toda nossa energia mental, pois o primeiro passo no estudo das Escrituras, seguindo o método histórico-crítico, é estabelecer o texto. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 É preciso ler com cuidado a passagem, notando qualquer dificuldade textual, palavras desconhecidas e estruturas gramaticais. Também é necessário observar o gênero literário (se é epístola, narrativa, poesia, alegoria, parábola, etc.), e se dedicar ao estudo do texto. O teólogo é um homem transformado pela Palavra de Deus. Como se processa isto? Em Romanos 12:2 lemos que a transformação é mediante a renovação da mente. A mente é renovada quando colocamos nela as coisas que a transformarão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8). Você notou a virtude que encabeça a lista? “Tudo o que é verdadeiro”, isto é significativo, pois indica a prioridade a ser buscada no estudo. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 O estudo é o veículo básico que nos leva a ocupar o pensamento, quando estamos concentrados no estudo, o pensamento não está por conta de seus próprios inventos. (mente desocupada, oficina do diabo – Já ouviu este velho provérbio?). Estudo é um tipo específico de experiência em que, mediante cuidadosa observação de estruturas objetivas, levamos os processos do pensamento a moverem-se numa determinada direção. As Escrituras Hebraicas instruem no sentido de as leis serem escritas nas portas e nos umbraisdas casas, e atadas aos punhos, de sorte que “estejam por frontal entre os vossos olhos” (Deuteronômio 11:18). A finalidade desta instrução era dirigir a mente de forma repetida e regular a certos modos de pensamentos referentes a Deus e suas ordenanças e às relações humanas. O que estudamos determina que tipos de hábitos devem ser formados. O processo que ocorre no estudo deve distinguir-se da meditação. A meditação é um processo mais devocional; o estudo é analítico. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 A meditação saboreará o texto; o estudo deve explicar o texto. Embora a meditação e o estudo muitas vezes se superponham e funcionem concorrentemente, constituem dois processos diferentes. Acreditamos que o estudo do texto deve vir primeiro, pois proporciona ao texto uma determinada estrutura, objetiva, e dentro da qual a meditação pode funcionar com êxito, o estudo estará a serviço da meditação, precedendo- a. O método histórico-crítico aplicado: O primeiro passo no estudo de um texto é a: www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 A repetição é uma forma de canalizar a mente de modo regular, numa direção específica, firmando assim hábitos de pensamentos. A repetição desfruta, hoje de certa má fama. Contudo, é importante reconhecer que a pura repetição, mesmo sem entender o que está sendo repetido, em realidade, afeta a mente interior. Hábitos arraigados de pensamentos podem ser formados apenas pela repetição, mudando assim o comportamento. Esse é o princípio lógico central da psicologia, que treina a pessoa para repetir certas afirmações regularmente (por exemplo, para quem tem problema de auto-afirmação ou problema de auto-imagem negativa, deve repetir a frase, acreditando na verdade nela contida: amo a mim mesmo incondicionalmente). Nem mesmo é importante que a pessoa esteja consciente do processo mental que está desenvolvendo; basta que a afirmação seja repetida. A mente interior é assim treinada, e afinal responderá modificando o comportamento para conformar-se à afirmação. Naturalmente, este princípio tem sido conhecido durante séculos, mas só em anos mais recentes recebeu confirmação científica. É por isso que a programação de televisão tem tanta importância, os anunciantes sabem www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 disso e fazem da repetição uma forma de fixar na mente do tele espectador um determinado produto. O mesmo processo é aplicado na música, pela repetição constante de uma letra musical, a verdade nela contida se fixa também mentalmente. A concentração é o segundo elemento prático no estudo. Se além de conduzir a mente repetidas vezes ao assunto em questão a pessoa concentrar-se no que está sendo estudado, a aprendizagem aumenta sobremaneira. A concentração centraliza a mente. Ela prende a tenção em detalhes específicos. A mente humana tem a capacidade incrível de concentrar-se. Ela está a todo instante recebendo milhares de estímulos, cada um dos quais capaz de armazenar-se em seus bancos de memória enquanto se concentra nuns poucos apenas. Esta capacidade natural do www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 cérebro aumenta quando, com unidade de propósito, concentramos nossa atenção num desejado objeto de estudo. Quando não apenas de maneira repetida canalizamos a mente num determinado sentido, concentrando nossa atenção no assunto, mas entendemos o que estamos estudando, então atingimos um novo nível. A compreensão nos leva ao discernimento da verdade contida no texto e provê uma base sólida na percepção dessa verdade, de maneira que se torna clara para nós e para ser explicada. O estudo das Escrituras, como feita por um teólogo, começa com as Escrituras e com a mente aberta para ela. O Texto é a passagem ou trecho das Escrituras que vai ser estudado www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 envolvendo os três itens acima: Repetição, concentração e compreensão, na verdade três passos que não podem deixar de ser levados em conta na hora do estudo. Voltamos nossa atenção para os estudos anteriores, onde definimos as palavras-chaves da metodologia de estudo das Escrituras, a primeira palavra-chave é: Texto. Um resumo do que temos considerado até aqui. Abordamos o texto para o estudo seguindo os três passos definidos nesta lição: repetição, concentração e compreensão. “O vocábulo texto deriva do latim texere, que significa tecer, e que figurativamente quer dizer reunir, construir, compor e expressar o www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 pensamento em contínuo discurso ou escrita. O substantivo textus indica então o produto do ato de tecer, o tecido, a trama, e, assim, no uso literário, a trama do pensamento de alguém, uma composição contínua” J. A. Broadus, O Sermão e o seu Preparo – Casa Publicadora Batista, 1967, Segunda edição, Rio de Janeiro, pág. 15. Primeiro Passo No Estudo Crítico-Histórico-Literário das Escrituras – Estudo do Texto Considere com atenção esta declaração de Jerônimo a propósito da Vulgata: “De velha obra me obrigais a fazer obra nova... Qual de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo, ou da Vulgata), depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei a audácia de ACRESCENTAR, SUBSTITUIR, CORRIGIR alguma coisa nos antigos livros? Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenou que o fizesse, o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem...” Enciclopédia Barsa – Serviço de Pesquisa, No 1.976 – Carta de S. Jerônimo ao papa Damaso, a propósito da Vulgata. Extraído de: Introdução à Bíblia (I – Introdução Geral) de Caetano M. Perella, O. M. e Luigi Vagaggini, O. M. Edição da Editora Vozes. (parêntese e destaque são nossos). Todo estudante do Curso de Teologia tem a obrigação de examinar com atenção a declaração de Jerônimo em que ele reconhece ter feito mudanças, acréscimos e alterações na Bíblia. Uma outra conceituada obra de consulta, a Enciclopédia Delta-Larousse nos informa que por www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 outras obras de Jerônimo sobre as Escrituras e por causa, especialmente, de sua tradução para o latim (Vulgata), Jerônimo tornou-se o fundador “da exegese católica” Delta-Laroussse, Vol. VI pág 3.131. Surge assim uma interpretação muito apropriada aos interesses da Igreja que se configurava através de Concílios, pois sabemos que exegese é uma interpretação da Bíblia, que se for moldada nos padrões católicos resulta numa teologia católica. O professor presbiteriano B. P. Bittencourt que é DoctorisPhilosophian Pela Boston University, USA, e com pós-graduação na Rüprecht Kart Univertät, de Heidelgerg, Alemanha, no seu excelente livro: O Novo Testamento – Metodologia da Pesquisa Textual, Terceira Edição, Revista, Atualizada e Ampliada, Editora JUERP, Rio de Janeiro, na página 167, escreve: www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 “Sabe-se que a Vulgata é base sumamente fraca para uma tradução da Bíblia. Deve-se lembrar que Figueiredo traduziu a Bíblia no século 18, depois de muitas tentativas para a publicação de uma edição crítica dos textos originais e da Vulgata, e essas tentativas tornaram-se fonte de corrupção textual em vez de melhora. Frederic Kenyon, grande crítico inglês, diz sobre a Vulgata, quanto ao Novo Testamento, o que, sem dúvida, se poderia aplicar também ao Antigo: ‘Tanto quanto interessa a uma tradução do Novo Testamento, a Vulgata é meramente revisão das velhas versões latinas, mais ou menos boa, embora não exata nos Evangelhos, muito superficial nos outros livros’” Citando Handbook, pág. 218. Notamos, portanto, que os eruditos reconhecem que a Vulgata não é exata nos Evangelhos, e muito superficial no resto dos livros, uma base sumamente fraca para uma tradução. Qualquer que se aventurar a fazer uma tradução da Vulgata para outra língua estará cometendo um sem www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 número de erros. Portanto, a Vulgata Latina é uma clara demonstração de como a corrupção textual pode se perpetuar. Na página 127, o Dr. Bittencourt afirma o seguinte: “Acaba o estudante de ver, metodicamente apresentado, as múltiplas e variadas formas que a corrupção textual tomou nos primeiros séculos da transmissão do texto do Novo Testamento”. Diante de uma afirmação tão clara, como podem algumas pessoas ainda afirmar que a Bíblia não sofreu corrupção textual? Começou a corrupção textual apenas com Jerônimo no quarto século? Não, a corrupção textual já tinha começado muito tempo antes dele. Tertuliano (anos 160-220) e que, portanto, viveu muito antes de Jerônimo já mencionava o fato de que os originais da Bíblia se tinham perdido e o www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 que existia eram copias adulteradas, corrompidas da Bíblia. De Tertuliano o professor Dr. Bittencourt escreve: “Embora Tertuliano faça referência a cartas autênticas em sua época, os originais já se haviam perdido e a corrupção textual já tivera início”. Pág. 118 Ainda sobre essa época chamada de “patrística” (relacionada com os ‘pais da Igreja’) e sobre a corrupção do texto o Dr. Bittencourt acrescenta: “Orígenes... no seu comentário sobre Mateus queixa-se de que as diferenças entre os escritos dos Evangelhos se haviam tornado grandes, quer através da negligência de alguns copistas, quer através da perversidade audaz de outros, que alongam ou abreviam o texto”. Pág. 118. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Por favor, leia de novo o documento acima, examine cada frase e comprovará que nos primeiros séculos a Bíblia sofreu grande influência e muita coisa foi mudada, quer seja intencional ou casual. “Diferença entre os escritos dos Evangelhos”, isso não lhe diz nada? Não? Não é possível que você não veja o alcance desta frase de um erudito. Por essa razão, única razão, como teólogo, ou futuros teólogos, devemos ter em alta estima o texto original, na busca do mais autêntico e na restauração do sentido original da Palavra. Como verdadeiros e sinceros estudantes da Palavra de Deus voltamos nosso olhar e entendimento para o sentido semítico, isso para o Antigo Testamento, ou seja, o entendimento hebreu das Escrituras Hebraicas, posicionando o texto em estudo, se for do Antigo Testamento, no seu contexto histórico, que era o mundo semítico, numa cultura hebraica, da época da Palestina – Onde, como exemplo muito comum, o ato de rasgar a roupa e encher a cabeça de cinza era uma expressão de luto, dor e tristeza. Com relação ao Novo Testamento, cujas obras foram escritas em grego, nosso olhar como estudantes da Bíblia e nossa aproximação dela deve ser crítico (no sentido científico que essa www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 palavra tem), devemos estar examinando cada frase, cada palavra somente à luz do que é mais próximo do original. Lembrando que o escritor da Bíblia quer sejam profetas, quer seja apóstolo, com raras exceções eram semitas, eram hebreus, numa época distante da nossa em que muitas palavras por eles usadas têm um sentido e um significado próprio para essa cultura e época. Como Teólogos devemos sempre confessar nossa fidelidade às Escrituras nos seus textos originais. A Vulgata Latina, de Jerônimo ganhou valor e prestígio na Igreja de Roma, e foi considerada como a rainha das versões, tanto é, que até pouco tempo, no mundo inteiro, a missa (liturgia Católica) era ministrada em latim, porém, a Vulgata prevaleceu e prevalece ainda até hoje, mesmo que outras vozes se tenham levantado em protesto contra ela, como exemplo: pessoas que levantaram seu grito de protesto contra a Vulgata podemos citar um documento extraído da Enciclopédia Delta-Larousse, Vol. III, pág 1.116: www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 “Ulrico de Hutlen, defensor do humanista Reuchlin, que iniciara as controvérsias religiosas chamando a atenção para as traduções defeituosas da Vulgata”. Ora! De novo você encontra uma declaração honesta, e se você é também honesto em sua fé, acredite que a Bíblia sofreu por causa de traduções defeituosas. Estamos considerando a Vulgata Latina porque foi ela que formou a base da maioria das traduções das Bíblias chamadas de Católicas. Nota: Isso será assunto de estudos mais detalhados na disciplina “História do Texto Bíblico”. Apenas mais um pequeno acréscimo sobre a Vulgata Latina. Os Discursos Mudam a Mentira em Verdade www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Gostaríamos agora que o estudante prestasse especial atenção nesta declaração de um cônego católico: “O católico recebe a Sagrada Escritura como sendo a própria Palavra de Deus, recebe a garantia de que todos os livros da Bíblia, com suas diversas partes, tais como se apresentam na versão Latina chamada Vulgata, são inspiradas, isto é, têm como autor o próprio Deus, e assim sendo não podem conter erro algum”. Artigo do cônego Gustave Bardy, com imprimatur da Igreja Católica Apostólica Romana: Divione, dei XXa, octobris 1935 – Assinado por G. Jacquin, v. g. para a Enciclopédia Delta- Larousse, Vol. IV, pág 1.839. Esta é uma afirmação, talvez, arrogante demais. Atribuir à Vulgata inspiração divina, é um discurso bem preparado para induzir os católicos a crer que a Bíblia não contem erros. Se nos já sabemos que o próprio www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Jerônimo, tradutor da Vulgata confessaque fez acréscimos, mudanças e correções nos Livros tradicionais, então é obvio que uma afirmação como a de cima é uma declaração improcedente. Posteriormente, os papas Gregório VII (1073-1085) e Inocêncio III (1198- 1216), usaram a autoridade da Igreja para conservar unicamente essa versão latina, a Vulgata, evitando qualquer outra versão ou tradução feita dos originais. O Concílio de Tousousse na França, em 1229, decretou que ninguém poderia usar outra versão da Bíblia que não fosse a Vulgata Latina, e para impor esse decreto a Igreja usou a Inquisição, que durante 400 anos perseguia e mandava matar qualquer pessoa que tivesse uma versão diferente da Vulgata Latina, como exemplo desses fatos podemos citar vários, bastam dois exemplos para uma amostra. Francisco Enzinas na Espanha foi encarcerado pela inquisição católica (1544), por ter traduzido e publicado o Novo Testamento em espanhol. Da mesma www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 maneira lembramos de Miguel Servet, condenado à fogueira, sendo queimado lentamente pelo “crime” de discordar de traduções mal feitas. Com estas considerações não queremos desfazer da Bíblia, mas fazer com que todo estudante de Teologia compreenda que devemos ter o máximo de cuidado no estudo da Bíblia para não cometer os mesmos erros do passado e ensinar o que não era original dos apóstolos e profetas. Quando ensinar um “assim diz o Senhor” que não seja falso, mas firmemente fundamentado no alicerce da Palavra. Ainda hoje, em nossos dias, depois de 1965, logo após o Concílio Vaticano II, a Igreja de Roma começou as comemorações do dia da Bíblia, na semana do dia de 30 de setembro, data do falecimento de Jerônimo, que traduziu para o Latim a versão chamada Vulgata, versão que foi definitivamente oficializada no Concílio de Trento (1545). www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Finalmente, para concluir esta parte relacionada com a Vulgata citamos de novo o Dr. Bittencourt: “A fim de purificar o texto da Vulgata, várias edições foram feitas por Alcuino, Teodulfo, Lanfrano e Estevão Harding, durante a Idade Media. Cada tentativa de restaurar o trabalho de Jerônimo piorou o que existia. Daí resultar que os 8 mil manuscritos da Vulgata hoje conhecidos apresentam as mais curiosas contaminações. Chama-se Vulgata esta tradução de Jerônimo por ter esta versão grande circulação na Igreja Católica desde o sétimo século, e gozar da aprovação da Igreja Católica como versão autorizada, o que aparece, depois na forma explícita na primeira edição do papa Sixto V, em 1590, e do papa Clemente II, em 1592, até a Nova Vulgata, esta última edição foi feita por iniciativa do papa Paulo VI pela constituição apostólica em 25 de abril de 1979, época em que começou a circular. Esta nova Vulgata... apresenta inumeráveis alterações do texto de Jerônimo em matéria puramente estilística... sendo www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 que a edição de 1590 já havia sofrido mais de 5 mil alterações”. Pág. 95- 96. Este documento do Dr. Bittencourt nos apresenta a informação de que a Vulgata foi tão infiel ao original que em 1590 foram feitas mais de cinco mil alterações e mesmo assim não foram suficientes para purificar o texto de Jerônimo. Terminando está primeira parte, em que foram examinados fatos e conclusões de eruditos sobre a Vulgata, fazemos algumas perguntas: Como um teólogo deve encarar os fatos? Como podemos ter certeza de que a Bíblia que temos em mãos não é mais uma outra “vulgata” com seus inúmeros erros? Como foi que a Versão de João Ferreira de Almeida chegou até nós? Como estudar a Bíblia? A resposta então se torna óbvia: Devemos aprender a estudar a Bíblia de maneira correta, para não fazer interpretações erradas que levem a conclusões também erradas. Neste Curso estamos aprendendo uma metodologia de estudo da Bíblia que nos levará a conclusões verdadeiras sobre a revelação divina. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Estamos na primeira parte do estudo - O texto – Considerando o que foi exposto sobre a Vulgata, concluímos que o Texto Bíblico em estudo, Deveria representar o conteúdo da mensagem que o escritor bíblico quis transmitir. Deveria ser a mensagem original, no seu contexto literário histórico. Deveria expressar a verdade. Quando usamos a palavra “deveria” no condicional, é porque todos sabemos a dificuldade que qualquer estudante das Escrituras encontra, pois as Bíblias em português são traduções e muitas vezes não é a mensagem nas palavras literais dos escritores originais. Muitas traduções já são, na verdade, uma INTERPRETAÇÃO do texto, portanto, NÃO é o texto original. Por causa disto devemos aprender a conferir a fidelidade da tradução que vamos estudar. Está ela de acordo com o sentido original? Expressa corretamente o pensamento do autor? Não houve modificação de palavras e frases no texto em estudo? Esta disciplina responderá essas questões teológicas. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 A maioria dos brasileiros sabe que a Bíblia não foi escrita originalmente em português. De alguns anos para cá se tem popularizado em especial duas versões bíblicas uma chamada de Corrigida e outra chamada de Atualizada. Lembremos que a palavra “Versão” indica uma tradução da Bíblia para uma determinada língua e indica sua modalidade específica, por isso falamos em Versão Corrigida e Versão Atualizada. Nestas duas versões encontramos numa leitura de um mesmo texto diferenças em algumas palavras, na sua maior parte são diferenças de estilo (estilísticas) e não de conteúdo. Essas diferenças entre Corrigida e Atualizada, porém, não tem causado tantas questões como as suscitadas por Versões mais recentes que não são baseadas na tradução tradicional de João de Ferreira de Almeida, de 1748. Se hoje um brasileiro, recém convertido, entrar numa livraria evangélica e perguntar por uma Bíblia para comprar ficará consternado e até confuso ao ver tantas Versões. Então surgem algumas perguntas que www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 necessariamente devem ser respondidas. Pois na maioria das vezes é o pastor, ou líder de uma Comunidade Cristã que deve responder: Por que existem tantas Versões da Bíblia? Por que aquela Versão não tem todas as palavras que minha Versão tem? E se há palavras diferentes, e até palavras omitidas, qual é a Versão mais certa? Será que mais de uma pode ser correta? Se há somente uma certa, porque existem as outras e são também “Bíblia” – Palavra de Deus? Como pode uma instituição cristã vender aos crentes Versões contraditórias até? Você está percebendo que estas perguntas podem surgir na mente de qualquer novo convertido e ir com essa pergunta para o pastor? Qualquer pessoa que entra numa livraria evangélica verá uma infinidade de Versões. Já fiz a experiência de fazer essas perguntas para um irmão encarregado de uma livraria, e a impressão que me causou a resposta foi que não havia tanto interesse no conteúdo da Bíblia, mas em ter uma variedade delas para poder vender a pessoas com diferentes gostos. Nãoqueria ter saído www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 da livraria pensando que era apenas uma questão de “comércio”, gostaria de ter recebido uma resposta mais perto da adequada. Como então tirar proveito do estudo da Bíblia: Lembre que estamos até aqui estudando a primeira parte do método, ou seja, o que se refere ao TEXTO. Então, é significativo a esta altura ter uma resposta correta da pergunta: Por que existem tantas Versões da Bíblia? Se nos estamos estudando um texto, como podemos saber se o texto em estudo é o correto de acordo com a Versão que tenho em mãos? A Importância de uma Tradução. Quando o salmista escreveu que as Escrituras era uma luz no seu caminho (Salmo 119:105), com certeza estava se referindo às Escrituras Hebraicas que ele conhecia. Mas, para a maioria dos brasileiros que não conhecem www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Hebraico, não seria uma luz, pois, não entenderiam nada do que está escrito. A menos que as palavras hebraicas fossem traduzidas para o idioma nacional. Se a fé vem pelo ouvir a pregação e o ouvir da pregação é da Palavra de Cristo (Romanos 10:17). Como então poderíamos ter fé se as Palavras de Cristo não fossem traduzidas. Agradecemos a Deus pelas traduções, e agradecemos mais ainda pelas traduções que se aproximam das fontes originais. Voltemos nossa atenção para a problemática das Versões: imaginemos um professor de Bíblia ensinando sobre a parábola dos dois filhos (Mateus 21:28-32) e não entender porque seus alunos insistem em dizer que o primeiro obedeceu a seu pai, enquanto ele está lendo claramente em sua Bíblia que o segundo é que obedeceu. Se ele tivesse tomado www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 conhecimento dos problemas crítico-textuais envolvidos neste texto, não teria sido apanhado de surpresa. A resolução deste enigma é que o professor está usando a Almeida Revista e Atualizada (desde agora: ARA) e os alunos estão usando a Versão de Almeida Revista e Corrigida (desde agora: ARC). Uma versão diz que é o segundo filho que obedeceu, enquanto que outra diz que foi o primeiro. (Nota: O aluno deve guardar as abreviaturas das versões ARA e ARC). Um bom modo de procurar estabelecer o texto certo, mesmo quando não se tem acesso ou condições de consultar um texto original com aparato crítico (veja nota), é consultar muitas versões do texto bíblico em estudo. Ler e comparar várias traduções pode mostrar variações devidas a problemas textuais (diferentes manuscritos usados como fonte de tradução), ou mudanças de entendimento na tradução do original. É www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 importante lembrar que a maior parte das diferenças entre traduções (versões) é devida a este segundo fator. Entretanto, há casos em que um estudo minucioso comparando as diversas traduções ajuda a ver as diferenças devidas a problemas de transmissão do texto. Nota: Aparato Crítico são as explicações em pé de página que se encontram nas Bíblias em Hebraico e Grego, explicando a razão das variantes. Variantes: são as diferenças de um mesmo versículo que se encontra entre vários manuscritos antigos. A leitura de Colossenses 3:4 em várias versões mostra que há uma possível divergência de origem crítico-textual sobre qual o pronome certo que deve ser colocado ali: “nossa” (apoiado por ARA, ARC) ou “vossa” (apoiado pela Bíblia de Jerusalém [BJ], Bíblia na Linguagem de Hoje [BLH] e pela versão revisada de Almeida [VR]). Neste caso a divergência tem www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 pouca importância para o sentido geral do texto (como a maior parte das variações textuais da Bíblia), mas é bom saber usar as traduções para encontrar estas variações. E, uma vez encontradas, elas são uma alerta para prestar maior atenção. Antes de continuar, é importante dar uma palavra sobre as versões bíblicas. A ARC é geralmente a mais problemática nas questões crítico- textuais, por basear-se num texto grego preparado antes do desenvolvimento da crítica textual. Ela foi baseada no chamado Texto Recebido (Textus Receptus). Versões católicas como BJ e a Bíblia editora Ave Maria (BAM) são úteis por usarem textos críticos mais modernos. Porém, é necessária uma palavra de cuidado: as versões católicas são sempre influenciadas pela Vulgata Latina; e, por isso, muitas de suas decisões crítico-textuais não são imparciais. Sobre a BJ é necessário dizer algo mais: o espírito não ortodoxo de alguns comentários textuais aconselha o uso da mesma com reservas. A BLH e VR parecem ser as www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 mais atualizadas no que diz respeito às variações dos textos, assim mesmo, parece que a BLH tem a tendência de emendar muito o texto do Antigo Testamento. A ARA é boa, embora não tão atualizada quanto esta última. A Mattos Soares (MS) serve para ver o que diz a Vulgata, já que não é uma tradução dos originais, mas da famosa versão de Jerônimo. Estas palavras sobre as versões são gerais, havendo necessidade de avaliar, em cada leitura, os méritos de cada uma delas. Em Colossenses 2:2 vemos que a BJ segue um texto inferior ao seguido por ARC, ARA, BAM, BLH e VR. Como era de se esperar MS segue a Vulgata. Assim cada leitura das versões merece análise cuidadosa. No caso de Mateus 21:28-32, o texto da ARC é melhor do que o da ARA e VR. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Imaginemos uma cena: A Igreja onde foi convidado usava a Versão chamada: NVI Nova Versão Internacional, sabendo disso, e como a palestra tratava justamente sobre Versões, para iniciar pedi que abrissem a NVI em Atos 8:37, então eu li a passagem na minha versão: “Disse Filipe: Você pode, se crê de todo o coração. O eunuco respondeu: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” Atos 8:37. Os irmãos ficaram procurando o texto na NVI e para supressa comprovaram que Atos 8 tem o versículo 36 e então pula para o 38, omitindo o 37! A NVI não tem o verso 37 de Atos 8. Você estudante de teologia pode também fazer essa comprovação em qualquer livraria evangélica que venda a NVI. Isso ilustra o que estamos tentando ensinar. As Versões apresentam diferenças, e elas devem ser consideradas com cuidado a fim de não sair por ai pregando o que não é original. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Uma “Testemunha de Jeová” (errados na doutrina da Trindade) está visitando de casa em casa e para tentar provar a malfadada teoria antitrinitária faz com que o novo convertido leia 1a João 5:7-8 e apela para o argumento de que esse texto é uma interpolação (acréscimo posterior) e confunde o pobre irmão dizendo que todos os outros textos que falam da Trindade na Bíblia também foram acrescentados. O que é falso. Uma afirmação verdadeira, 1a João 5:7-8 foi de fatoum acréscimo posterior, mas é falso afirmar que outros textos também são acréscimos. Sobre 1a João 5:7-8, inserimos a seguir a explicação dada pela Sociedade Bíblica do Brasil SBB. Estimado irmão, www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Recebemos mensagem eletrônica do irmão argüindo-nos acerca do motivo por que algumas palavras de 1João 5.7-8 aparecem entre colchetes na tradução de Almeida Revista e Atualizada. Sobre esta questão, precisamos compreender o significado dos colchetes na RA. Isto nos aprendemos ao ler no artigo "Explicação de Formas Gráficas Especiais, Títulos, Referências e Notas", adendo ao "Prefácio à 2a. Edição": algumas passagens do Novo Testamento aparecem entre colchetes. Estas passagens não se encontram no texto grego adotado pela Comissão Revisora, mas haviam sido incluídas por Almeida com base no texto grego disponível na época (Mt 6.13). Almeida traduziu a Bíblia para a Língua Portuguesa no século XVII. O Novo Testamento em português ficou pronto em 1681. Almeida traduziu-o a partir de um texto grego denominado Textus Receptus ("o texto recebido"), www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 que fora compilado pelo famoso humanista holandês Erasmo de Roterdã no início do século XVI. A tradução de Almeida a partir dos manuscritos que ele possuía em sua época cristalizou-se na chamada Edição Revista e Corrigida (RC), publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil e adotada por inúmeras denominações evangélicas em países de fala portuguesa, destacando-se Portugal e Brasil. A RC espelha bem o teor do Textus Receptus utilizado por Almeida. Quando a tradução de Almeida já estava concluída, Deus permitiu que arqueólogos, historiadores e teólogos verificassem um considerável avanço no achado, recuperação e decifração de manuscritos bíblicos, alguns dos quais indisponíveis a Almeida na época em que traduziu a Bíblia. A Edição Revista e Atualizada (RA) surgiu em 1956 em decorrência dessas novas descobertas, quando a Comissão Revisora da Sociedade Bíblica do Brasil achou por bem confrontar o texto de Almeida com os novos manuscritos encontrados. A RA passou por uma segunda revisão em 1993, afinando www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 ainda mais o texto bíblico aos textos originais em hebraico, aramaico e grego, pelo que é uma das mais amadas e adotadas traduções da Bíblia Sagrada no Brasil e no exterior. Dito isto, fica um pouco mais simples compreender a diferença de tratamento dado àquelas palavras de 1João 5.7-8 na RC e na RA. Na primeira - que corresponde à tradução mais antiga de Almeida - as palavras "no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra" constavam do texto original grego utilizado pelo tradutor. Já na RA, confrontando-se a tradução de Almeida com os manuscritos encontrados (mais antigo e, portanto, mais próximos do tempo em que João escreveu sua primeira carta) e desde que as referidas palavras não contradizem nem ofendem a mensagem bíblica da salvação em Cristo Jesus, estas palavras foram colocadas entre colchetes. Com isto, a RA respeitou o trabalho valioso de João Ferreira de Almeida, www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 sem, contudo, ter aberto mão da fidelidade ao melhor texto original grego a que se tem acesso nos dias atuais. (Nas traduções desenvolvidas pela própria Comissão de Tradução da Sociedade Bíblica do Brasil, todavia, como é o caso da Bíblia na Linguagem de Hoje, as palavras questionadas de 1Jo 5.7-9 foram eliminadas por completo do texto bíblico). Por fim, acerca da procedência das palavras questionadas de 1Jo 5.7-8, convém mencionar a opinião do Dr. Bruce Metzger, uma das maiores autoridades atuais sobre os manuscritos gregos do Novo Testamento, que coopera com as Sociedades Bíblicas Unidas, a fraternidade da qual a Sociedade Bíblica do Brasil faz parte. Conforme o Dr. Metzger, todos os manuscritos gregos mais antigos do Novo Testamento (datados dos séculos II e III) omitem as palavras "no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra" em 1Jo 5.7-8. Estas palavras só começaram a aparecer em comentários e sermões sobre o texto de 1João no final do século IV e, muito posteriormente, em um manuscrito latino do século XIII. Segundo o Dr. Metzger, as palavras aqui em questão podem ter sido o comentário que um copista (pessoa encarregada de copiar a Bíblia na Idade Média) fez na margem do pergaminho em que trabalhava; um copista posterior, ao tomar o manuscrito mencionado como texto base para sua cópia, incorporou o comentário marginal do seu outro colega ao texto bíblico, erro que mais recentemente foi descoberto sem grandes dificuldades pela comparação dos manuscritos mais recentes com os mais antigos. Sendo isto para o momento, agradecemos muitíssimo sua paciência e atenção. A Sociedade Bíblica do Brasil faz votos de que o irmão continue sendo um leitor fiel e dedicado da Palavra do Senhor, fonte de orientação e consolo eternos. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Cordialmente em Cristo, p/ Comissão de Tradução Sociedade Bíblica do Brasil traducao@sbb.org.br A leitura de várias versões contribui, como já dissemos, para a compreensão do TEXTO apresentando as diferentes maneiras de traduzir o original para o português. Geralmente as traduções convergem para um mesmo sentido, usando palavras diferentes. Isto já explica muitas coisas para o estudante de teologia. Ocasionalmente, haverá divergências de sentido entre elas: nestes casos é necessário um estudo mais detalhado. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ http://by5fd.bay5.hotmail.msn.com/cgi-bin/compose?curmbox=F000000001&a=af9521af9ea063318addcd9ee6d3aa6b&mailto=1&to=traducao@sbb.org.br&msg=MSG1062094390.0&start=245922&len=8236&src=&type=x Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 O texto de Colossenses 2:15 apresenta uma pequena dificuldade de tradução percebida pelos que não podem ler o original, na comparação das traduções. ARC diz: “... triunfou em si mesmo”, enquanto ARA (e também VR, BJ, BLH, BAM) diz: “... triunfando... na cruz”. A diferença de sentido não é grande, mas há uma diferença. Neste caso as duas traduções são possíveis, mas a última é a melhor, pela gramática e pelo contexto. Entretanto, àqueles que não podem ler o texto grego resta apenas constatar o problema e aguardar auxílio externo para resolver a questão. De qualquer forma, é bom sempre antecipar os problemas, ficando atentos às possíveis contribuições na sua resolução. É importante NÃO usar versões esquisitas ou contaminadas como a dos auto-denominados “Testemunhas de Jeová”. Se tiver uma, veja a adulteração flagrante do texto em Colossenses 1:15-20 em favor de sua blasfêmia da “criação” de Jesus. Versões desse tipo só atrapalham. Além de não terem sido feitas com base nos originais (são traduções de www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 traduções), elas só podem nos fazer incorrer nos erros incorporados ao texto dessas “versões”. Um pouco deste cuidado deve ser usado com respeito a todo tipo de Bíblia com notas e auxílios nas margens e rodapés. A Bíblia de Scofield é uma destas que não recomendaríamos a quem deseja fazer um estudo sério. O sistema de notas empregado direciona o intérprete a um sistema teológico completamente estranho ao dos escritores inspirados. A Bíblia Vida Nova é menos culpável de direcionamento doutrinário do que a de Scofield, mas também se deve ter cuidado ao examinar algumas de suas orientações doutrinárias. Não deve ser usada como ferramenta inicial de trabalho. Se o aluno quiser, pode usar a Bíblia Vida Nova no momento que for consultar os comentários: neste ponto ela é uma fonte útil de informação e esclarecimentos. O mesmo conselho se estende às versões católicas com anotações. Com relação à chamada de Bíblia Viva, na verdade ela não é uma versão; mas uma paráfrase. É quase um comentário, e sendo assim, www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 é melhor utiliza-la mais tarde, nos estudos. A consulta de comentários bíblicos encontrados ao pé de página de muitas Bíblias comentadas, não deve servir de base para a formação doutrinária, mas apenas como fonte de consulta crítica e geral. Por que? Por esses comentários tem o sabor e influência de seus autores humanos, da mesma forma como será um absurdo elaborar uma teologia e uma doutrina com base nos títulos de parágrafos e de capítulos, esses títulos de parágrafos e capítulos são acréscimos posteriores. Uma vez estabelecido o texto certo pela consulta do texto original, seja hebraico, aramaico ou grego e a comparação de várias traduções, ficamos prontos para a segunda etapa do tratamento do texto: estabelecer a estrutura do texto. Assunto de nossa próxima lição. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Estabelecer a estrutura do texto é compreender que tipo de material escrito está diante de nós e qual a forma de sua apresentação. É neste momento que devemos compreender as relações gramaticais e sintáticas do texto. Também é o momento de avaliar os recursos literários de que o autor lançou mão. A simples divisão dos capítulos e dos versículos não pode ser usada como base para a estruturação do texto bíblico. A divisão em capítulos do Novo Testamento foi feita em 1206 por Stephan Langton, (posteriormente arcebispo de Cantuária); a divisão em versículos é de 1551, feita por Roberto Estevão (Stephanus) impressor parisiense. “Tem sido dito freqüentemente que Stephanus fez sua divisão em versos enquanto andava a cavalo e ao sabor do balanço do animal, o que, embora não se possa provar, perece ser verdade, pois há lugares onde a divisão é inteiramente arbitrária”. Bittencourt, B P. – “O Novo Testamento – Língua – Cânon – Texto”, São Paulo, ASTE, 1965, 1ª Edição, págs 172-173. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 A divisão em parágrafos já constitui melhor ajuda para o estudante. Em Colossenses 4:1 temos o exemplo de uma divisão de capítulos infeliz. O problema se agrava em Versões como a ARA que transformam 4:1 em um parágrafo novo, destacado de 3:18-25. Devemos compreender que 3:18 até 4:1 é uma estrutura literária única e deve ser tratada como tal. É possível dividi-la em subparágrafos como fez a BLH, mas mesmo assim, deve ficar claro que todos eles formam uma “tábua de conselhos domésticos”. Os livros bíblicos podem ser encarados como representantes de diferentes tipos de literatura. As epístolas são comparadas a cartas, enquanto o livro de Apocalipse já pertence a outro gênero literário (Apocalíptico-profético). Isaías tem características completamente diferentes dos evangelhos. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Na medida do possível ler e adquirir o livro: “Entendes o que Lês?” de G. D. Fee e D. Stuart – Edições Vida Nova. O entendimento do tipo ou natureza de literatura não deve abranger apenas o aspecto global do livro, mas também o trecho específico que estamos estudando. Os gêneros literários podem variar muito dentro de um mesmo documento. Nos Evangelhos (que são um gênero literário incomparável) temos discursos, narrativas, parábolas, citações do Antigo Testamento, milagres e sumários. No livro de Daniel, metade do livro é composta de narrativas e a outra metade de visões e interpretações das mesmas. Devemos então especificar a natureza literária do texto que estamos tratando em particular. Podemos ter oração a Deus, exortação, discurso profético, citação do Antigo Testamento, narrativa, alegoria, discurso didático, polêmica, citação de um documento histórico, explicação editorial, sumário ou resumo, cântico ou poesia, simbolismo, parábola, relato de milagre, etc. Uma variedade enorme de gêneros e tipos pode www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 compor um único documento. Não devemos ser absolutamente técnicos na classificação destes gêneros, mas é preciso aprender a diferencia-los e entende-los. Por exemplo: A carta aos Colossenses de Paulo tem sido dividida em duas partes: Doutrinária e Parenética (ou prática). Embora esta classificação seja primária, é, em geral verdadeira. Saber situar um texto em uma ou outra destas partes da carta está incluído no processo de caracterizar o tipo de texto que estamos estudando. Sendo assim, notamos que o texto de 4:7-17 de Colossenses pode ser classificado como “notícias”, notas pessoais, recados e saudações. O importante é notar que tem características próprias em relação ao resto do livro. A observação de partículas como: “portanto”, “porque”, “pois” e “ora” é muito importante. Elas mostram o relacionamento de subordinação ou coordenação de frases ou de seções inteiras da carta. Em Colossenses 3:5 a palavra “pois” liga o que segue com o que foi dito anteriormente. Os colossenses deviam “fazer morrer a natureza terrena” por participar das www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 coisas do alto (3:1-4). A palavra “pois” está ligando os pensamentos. Está marcando a transição da causa para o efeito. Observar os recursos literários que o autor empregou em sua obra é também parte da boa observação da estrutura do texto. Recomendamos que o estudante da Bíblia saiba identificar figuras de linguagem no texto (figuras de palavras, de construção, e de pensamento). É útil recordar este assunto em uma gramática. Esta compreensão ajuda a não perder a mensagem do escritor por não entender o veículo que ele utiliza para transmiti-la. “Língua dos anjos” em 1ª Coríntios 13:1 é uma hipérbole. Há uma fina ironia na palavra “justos” em Marcos 2:17. A designação de Cristo como “cabeça” da igreja, o “corpo” é uma metáfora (Efésios 5:22-33). A expressão “carne e sangue” como se encontra em Gálatas 1:16 substitui a www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 idéia de pessoas,sendo, portanto, uma sinédoque. Mais importante do que saber nomear estas figuras de linguagem ou modos de falar é identificá- las. “Produzindo fruto” em Colossenses 1:6 é uma destas figuras (metáfora) e é facilmente entendida como tal, mas o que dizer de “toda criatura debaixo do céu” em 1:23: é literal (impossível), é sinédoque (criaturas – homens), ou é uma hipérbole (exagero)? Neste último caso a compreensão fica muito alterada, conforme a figura que identificamos. “Luta” em 2:1 é uma bela metáfora para descrever o ministério cristão! E assim, a estrutura e natureza do texto ficam cada vez mais claras. Enfim, mesmo sem buscar termos técnicos para definir o que está vendo, o estudante da Bíblia deve ficar atento a todo tipo de padrão ou estrutura que o ajude a entender a direção que o texto está tomando. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 O USO DO DICIONÁRIO PORTUGUÊS O dicionário português é uma das primeiras necessidades do leitor da Bíblia. A linguagem da Escritura é nobre, e muitas vezes a dificuldade de compreensão começa no nível de entendimento dos vocábulos. Os exemplos são muitos: o que são “chocarrices” em Efésios 5:4? Poucas pessoas sabem o que quer dizer esta palavra em português “normal”. O que é “dolo”? Talvez os advogados conhecem bem o termo, mas não as pessoas comuns. O que é o “geco” (Provérbios 30:28)? Há bons dicionários que não definem este termo, quanto mais os que não conhecem este regionalismo. O uso do dicionário português, nestes casos, é essencial. Neste momento do estudo, procura-se ter uma compreensão inicial do que o texto estaria dizendo. Será uma compreensão provisória, mas importante www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 como alicerce do trabalho posterior. Não é possível ir até as próximas etapas se não conseguirmos ler o que o texto pode estar dizendo O dicionário português não será usado apenas para palavras que não entendemos, mas para todas as palavras que julgarmos necessário estudar. Isto é recomendável, pois a função do bom dicionário é definir o sentido das palavras no uso cotidiano. Precisamos saber todas as possíveis significações atuais do vocábulo, para buscar, posteriormente, a que mais se adapta ao sentido bíblico naquele texto e contexto. O dicionário, portanto, não está errado em definir “batizar” como “pôr nome, alcunha ou epíteto a” entre outras coisas: ele está mostrando como as pessoas usam e compreendem este verbo na atualidade. Este não é o significado bíblico do termo, mas é como muitos entendem erroneamente o texto bíblico. Torna-se então, importante www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 saber como o dicionário classifica e ressalta o uso comum de um termo para saber explicar o que realmente a palavra de Deus quer dizer com ele. Todo cuidado é pouco no uso do dicionário português. Ele se assemelha a uma pesquisa de mercado: não emite juízos sobre o certo ou o errado, mas apenas diz qual o uso popular do termo. O dicionário define palavras pelo uso que se faz delas, logo o dicionário em português não basta em nosso estudo. De forma alguma ele deve ser considerado um “juiz” para resolver os dilemas de significado. Em boa parte dos casos o dicionário português nos dá sinônimos da palavra, o que é muito útil no entendimento e transmissão do seu significado a outros. A paráfrase utilizará muitos destes significados paralelos ou sinônimos, se forem corretos. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 Estabelecer o texto certo, assim como estabelecer a estrutura do texto, são as primeiras tarefas do estudante da Bíblia (teólogo). A partir de então há segurança para uma análise do contexto, a estrutura maior onde o nosso texto está inserido. Este trabalho se faz por meio de leituras repetidas do texto, inclusive de versões diferentes. O teólogo conhece bem o texto antes de fazer seu estudo mais detalhado. Porém o texto está rodeado de um contexto, não é uma ilha literária, o texto faz parte de um conjunto e será esse conjunto que nos vamos estudar agora: O CONTEXTO. Estudando uma abordagem ao contexto em estudo, vamos definir o que é um contexto: É o ambiente da passagem bíblica. Ele é composto pelos versículos que rodeiam a passagem estudada: os anteriores e posteriores, no livro estudado. É também o mundo que rodeia a passagem, sendo especificamente o mundo do escritor e dos receptores dessa mensagem bíblica. O contexto contém, portanto, elementos históricos, culturais, literários, lingüísticos, além de espirituais. Em alguns textos o contexto www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 pode ter vários níveis: o contexto histórico da narrativa, o contexto literário da narrativa no livro que a contém e o contexto do autor e dos leitores, que pode ser diferente dos dois primeiros. Sendo o contexto “o todo do qual o texto é parte”, ele é a chave para compreender o argumento inteiro. Usando a metáfora do teatro, o contexto é principalmente o cenário e o “pano de fundo” onde a peça se desenrola; secundariamente é também o “pano de frente”, isto é, as cortinas, a reação do público, etc. Ou seja, tudo o que contribui para a melhor compreensão da peça. A importância do contexto. Não é possível falar demais sobre a importância do estudo do texto no seu contexto. Iremos apresentar agora alguns itens para mostrar este fato. Os www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 princípios e exemplos citados servem de incentivo a uma boa pesquisa do contexto, e já ensinam como trabalhar com ele. 1 O contexto ajuda a não torcer a Palavra de Deus. Os que deturpam ou torcem a Palavra são chamados de ignorantes e instáveis (2a Pedro 3:16). Estes termos descrevem não apenas o caráter destes “torturadores da Palavra”, mas também seu modo de estudar a Bíblia: são despreparados e sem alicerce para o estudo. O contexto fornece preparo e alicerce sólido para uma boa exegese. Uma frase como “a ressurreição já se realizou” pode ser a afirmação de uma verdade, como a ressurreição espiritual que indica o cumprimento da “nova vida em Cristo” (Colossenses 2:12 e 3:1), ou a declaração de uma heresia (2a Timóteo 2:17-18); tudo depende do contexto em que essa frase é interpretada. www.iteologia.com.br http://www.iteologia.com.br/ Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Métodos de Estudos Bíblicos CNPJ: 08.774.907/0001-10 2 O sentido correto da Bíblia vem do contexto. Esta é quase uma repetição do que dissemos acima. Pensemos em um caso específico como, por exemplo: o que é a blasfêmia contra o Espírito Santo? Todo tipo de resposta tem sido dada para esta questão. Há quem associe este pecado com a de “mentir ao Espírito Santo” de Atos 5:3, 4, 9. Outros gostam de responder citando o misterioso “pecado para a morte” de 1a João 5:16-17. Hebreus 6:4-8 também entra na lista das explicações propostas. Qual destas é a melhor explicação? O problema mencionado acima seria facilmente resolvido se, antes de tudo, tivéssemos buscado o texto que fala da blasfêmia contra o Espírito Santo e estudado o texto no seu contexto. Marcos 3:28-29 é um dos trechos que falam
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