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FATEFINA - Curso de teologia - Estudando sobre a igreja 270

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Convenio FENIPE e FATEFINA Promoção dos 300.000 Cursos Grátis 
Pelo Sistema de Ensino a Distancia – SED
CNPJ º 21.221.528/0001-60
Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 333 do Livro A-l das Fls. 
173/173 vº, Fundada em 01 de Janeiro de 1980, Registrada em 27 de 
Outubro de 1984
Presidente Nacional Reverendo Pr. Gilson Aristeu de Oliveira
Coordenador Geral Pr. Antony Steff Gilson de Oliveira 
APOSTILA Nº. 18/300.000 MIL CURSOS GRATIS EM 270 PAGINAS. 
Apostila 18
Estudando sobre a Igreja
CONSAGRADO PARA CUIDAR
Parte I
 
O capítulo 8 de Levítico é o cumprimento da ordem dada em Êxodo 29 em relação 
à consagração dos sacerdotes (cohanim), Arão e seus filhos, dada por Moisés, o 
libertador e líder do povo de Israel. É um ato de extrema seriedade que descreve, 
de modo gráfico a responsabilidade dos consagrandos, que eram os guardiães 
espirituais do povo de Deus.
Deste ato distante de nós cerca de 3.300 anos, desejamos extrair lições para o 
ministro do século 21, tarefa esta do intérprete da Bíblia Sagrada. 
O Ato de Consagração
O ritual é um sacrifício de comunhão com a função especial de consagrar. A 
cerimônia pode ser dividida em quatro partes:
vv. 1-13
Purificação, Vestidura, Unção dos Consagrandos
vv. 14-17
Oferta pelo pecado dos Sacerdotes
vv. 18-21
Oferta queimada
vv. 22-36
Oferta de paz
Uma análise da liturgia nos mostra em primeiro lugar o oferecimento de uma 
oferta pelo pecado, que seria totalmente consumida de acordo com as 
1
instruções do capítulo 4 do mesmo livro; e o oferecimento de dois carneiros. 
O primeiro seria oferecido em holocausto, de acordo com o capítulo 1. O 
segundo, porém tem uma parte especialíssima na cerimônia, razão porque é 
chamado de "o carneiro da consagração", conforme o verso 22 deste 
capítulo 8.
Lê-se no verso 23 que houve aplicação do seu sangue a algumas partes do 
corpo dos consagrandos. Este sangue foi usado para trazer Arão e seus 
filhos a um estado sem igual de santidade.
O restante do sangue será jogado ao redor do altar, estabelecendo com este 
ato um relacionamento especial entre o altar, símbolo do ministério, e os 
ordenandos, agentes desse ministério.
As partes do corpo tocadas pelo sangue são orelha, mão e pé. Esse toque 
pelo sangue lava-os e dedica-os simbolicamente ao Senhor. Quer também 
dizer que o ministro de Deus ouvirá e obedecerá, e suas mãos e pés servirão 
ao Senhor. 
As lições são extraordinárias:
O OUVIR (v. 23)
O ministro de Deus há de ouvir corretamente. Referimo-nos à conversação 
pastoral, chamada por alguns de Clínica Pastoral no gabinete, na visitação 
ou informalmente. Não a confunda, porém, com aquilo que jocosamente 
chamam de "papoterapia".
Como ministro de Deus e da Igreja de Jesus Cristo, você deve conhecer 
exatamente o papel que lhe corresponde. Não será um profissional da 
psicologia, da psicanálise ou das variadas terapias oferecidas à clientela. E, 
no entanto, seu ministério de ouvir é comparável ao do psicoterapeuta, do 
conselheiro matrimonial, ou do psicólogo. Muito de seu trabalho tem a ver 
com ouvir-e-aconselhar. Entretanto, você não receberá honorários pelo 
aconselhamento, nem fará contrato de trabalho para isso. Você é um 
ministro de Deus e será procurado não por um paciente ou cliente, mas por 
uma ovelha sua, ou um semelhante seu que precisa de ajuda. 
Há quem apenas deseja falar, conversar; dê ouvidos, pois para isso sua 
orelha foi ungida. Há quem queira injeções de otimismo cristão, de 
esperança. Há quem tenha sérios sentimentos de culpa, de rejeição. Há 
quem precise ser confrontado. Uma coisa, porém, é certa: você tem 
autoridade dada por Deus e pela igreja que o chamou para dar esse 
conselho, essa exortação ou esse confronto.
O ministro de Deus deve ouvir corretamente. Assim, você precisa ouvir o 
que está por trás das palavras. Palavras ditas, palavras não ditas, e palavras 
2
em suspenso. Talvez os lábios digam algo, mas a expressão facial, as mãos, 
a expressão corporal digam outra. Você precisa "ouvir" corretamente os 
sentimentos de quem está à sua frente.
Na Clínica Pastoral, ouça bastante antes de opinar. Leve a ovelha a falar; 
viva a situação do outro. Você é chamado a um ministério de simpatia, de 
carinho, de afeição e de amor. Sobretudo quando você é enérgico!
Desde que você começa a ouvir, está fazendo Psicoterapia Pastoral. Isso é 
afirmado pelo Dr. Wayne Oates, autor ou co-autor de mais de quarenta livros 
e por muitos anos professor de Aconselhamento Pastoral (Pastoral Care), no 
The Southern Baptist Theological Seminary em Louisville. Você é visto 
dentro de um esquema todo especial: há um significado simbólico em você 
como ministro de Deus. O pastor, por exemplo, é um ponto de referência na 
igreja para o povo de Deus. Ele simboliza e representa a comunidade cristã, 
e é agente dessa comunidade de Cristo, de Deus. 
Há muita esperança quando alguém procura o pastor. Por essa razão, é 
terrível, medonho mesmo, quando as palavras do pastor são divinas, mas 
seus hábitos de vida contradizem essa dimensão... Você representa e 
simboliza muito mais do que você mesmo: você representa o Pai, você leva 
a palavra de Cristo e o faz sob a direção do Espírito Santo. Quem vai ao seu 
gabinete espera e deve sair abençoado. Você vai ouvir confissões, vai ouvir 
palavras de arrependimento. Mas não pressione: ajude no processo de 
crescimento.
O TOCAR (v. 23)
O ministro de Deus é ungido na mão para tocar vidas. Estamos nos 
referindo, então, à influência. Você vai tocar muitas vidas e deve fazê-lo com 
cuidado e leveza. 
Use suas mãos para abençoar a criança, o jovem, o adulto, o idoso. E faça-o 
com carinho. Leve-os à consciência do santo, lembrando ao crente em Jesus 
Cristo que a rigor, para o povo de Deus, não existem espaços separados, 
compartimentos estanques entre o secular e o religioso, o sagrado e o 
profano, pois a vida pública, social, civil do crente em Jesus Cristo há de ser 
normatizada pelo senso do santo. 
Leve-os ao senso da providência, à fé, à gratidão, ao arrependimento, à 
comunhão, à vocação. Você há de tocar vidas; há de xer com as emoções 
das pessoas: raiva, medo, alegria. Você vai lidar com almas enfermas. São 
doenças do comportamento, mazelas do espírito, enfermidades 
psicossomáticas.
Você terá um ministério a desempenhar nas crises. Crise é qualquer 
acontecimento que ameace o bem-estar de uma pessoa, e interfira na sua 
3
rotina de vida. O nascimento de uma criança, a morte de um parente, o fim 
de um casamento, o desemprego, a aposentadoria são crises . Você há de 
entrar em contato e reduzir a ansiedade, encorajando a pessoa a agir. 
Lembre-se de que cada situação de crise é única, sem igual. Ou como o 
povo diz, "Cada caso é um caso".
Você há de tocar vidas em diferentes níveis de cuidado pastoral: o Nível da 
Amizade; o Nível do Conforto; o Nível da Confissão, o Nível do Ensino e o 
Nível do Aconselhamento e Psicoterapia. Devo estas classificações ao Dr. 
Oates. Há pessoas aflitas que necessitam de apoio; há aqueles enfrentando 
a morte que precisam do poder espiritual que o pastor representa; há 
pessoas com enfermidades crônicas; há deficientes físicos; há famílias com 
filhos com déficit mental; há os deprimidos e os desapontados com o amor 
ou outra causa. Todos estes estão no Nível de Conforto. Há o jovem solteiro, 
os jovens casados, o adulto de meia-idade, a viúva, a mãe solteira, o 
separado/desquitado/divorciado, o hospitalizado, todos em diferentes níveis 
do seu cuidado pastoral.
O ANDAR (v. 23)
O ministro de Deus é ungido no pé para andar santamente. Estamos falando 
de ética. Para isso, necessária é a ajuda do Espírito Santo. Se você não tem 
a ajuda do Espírito de Deus para crescer na graça e na maturidade, vai ser 
difícil entender a Bíblia, impossível aplicá-la às vidas, será um problema 
conviver com as ovelhas, e terrível dominar atitudes internas. 
Mais do que nunca, é preciso ser imitador de Cristo. Para sê-lo, porém, é 
preciso andar no Espírito, andar santamente. E andar santamente exigeanálise freqüente de nós mesmos, submissão do eu a Deus, e plenitude do 
Espírito Santo, que é o Seu controle em nossas vidas. 
Você há de visitar. Irá a muitos lugares e lares. Há dois tipos de visitas: as 
regulares e as de emergência. Não visite só nas crises: você precisa visitar o 
seu rebanho em tempos de paz. Seja ético, então, quanto ao que ouve, vê e 
aconselha. 
CONCLUSÃO
O final da narração de Levítico 8 registra a obediência dos consagrandos, 
Arão e filhos. Isso nos ensina que consagração é entrega absoluta marcada 
pela obediência irrestrita às ordens de Deus. 
Nossa oração é que nosso ministério seja pontuado agora, hoje, sempre pela 
disciplina, obediência, entrega e consagração total àquele que é o Mestre de 
nossas vidas, Senhor do nosso futuro, Salvador de nosso ser. 
A Catedral
4
Uma catedral para a honra e a glória
de nosso Senhor Jesus Cristo
se constrói momento a momento
à medida que uma mão se estende
e toca outra mão
com amor humano, 
e à medida que um coração responde
em amor a outro coração
capacitado pelo Espírito Santo 
para anelar, escutar, elevar 
e amar-nos uns aos outros.
Para que todos, em todo lugar
possamos oferecer outros dons
que Deus nos tem dado:
Integridade nas relações,
Alegria e paz na fidelidade,
Fortaleza para fazer por meio da igreja,
Mais do que pedimos ou imaginamos.
Margaret Shannon
Parte II
LEVANDO A SÉRIO A CEIA DO SENHOR 
 
"Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, 
na noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: 
Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. 
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é 
o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em 
memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do 
cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que 
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será 
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si 
mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come 
e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co 
11.23-29).
A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente 
e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa 
linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e o vinho, elementos 
simples, porém altamente destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela 
se torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o 
povo de Deus. Quando levamos a sério a celebração da Ceia do Senhor, usamos 
de determinadas linguagens:
A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25)
5
Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, 
dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as 
vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem 
novamente em mim." 
A presença de Jesus Cristo é algo extraordinário na vida cristã. Pela 
inspiração do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem 
o seu lugar na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na 
língua hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença 
divina" é shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada 
vez que a glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse 
no deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a 
manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19). 
Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu 
nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça 
e de verdade"; a palavra grega utilizada não é do hebraico: é grega, tem 
outra origem. O impressionante, no entanto, é que o vocábulo utilizado por 
João para dizer, "o Verbo habitou, marcou presença, manifestou-se entre 
nós", é a palavra grega que diz skinê. Percebam o som do hebraico sh ki nah 
e do grego s ki nê. As duas palavras têm praticamente o mesmo radical. 
Coincidência, ou vontade de Deus que as palavras assemelhadas fossem 
usadas pelo escritor sagrado?
Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a 
Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas 
ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças 
sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo 
salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa, para acrescentar algum valor 
maior à salvação, do Batismo. O malfeitor da cruz não precisou se batizar, 
mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após a crueldade daquele 
momento. 
A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do 
Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo 
Senhor, porque estamos pregando o Seu sacrifício para a salvação de todo 
aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos, 
que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o 
cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por nós. 
Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção para todo o que 
crê!
Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que 
nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e 
aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais 
brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo 
6
desfraldada. E não existe sentimento maior, e quem já passou por isso o 
sabe, que estar num outro país, e se emocionar com o verde-amarelo 
tremulando nos mastros com outras bandeiras. Isso se chama filia, o amor 
cívico, patriótico. Não é doença, não: é patriotismo mesmo! 
Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria, 
logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de 
amor conjugal, lembramos a aliança. Com certeza: precisamos de 
memoriais. Temos que lembrar da nossa indignidade e da beleza do perdão. 
Por essa razão, temos o memorial da Ceia do Senhor. É isso o exatamente o 
que faz a Ceia do Senhor: ela nos relembra o dom da vida através da morte 
de Jesus Cristo. Assim, quando nos reunimos seriamente para celebrar este 
ato memorial, utilizamos a linguagem da comemoração. 
A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20)
Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos 
ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Aconteceu, infelizmente, 
com a igreja de Corinto, que se reuniu não para o melhor, mas para o pior; 
reunia-se para a indignidade. Não confundamos as coisas: quando falamos 
de comunhão, não estamos falando de encontro sobrenatural, místico; não 
estamos dizendo que nos unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como 
querem pregar as religiões orientais; não estamos tendo uma visão, não; 
não é comunicação com um morto como querem ensinar por aí, não! A 
Palavra nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há comunhão 
física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador e o Deus 
perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela lembrança de 
Cristo na cruz, se a levamos a sério.
Ao longo destes 39 anos de ministério da palavra e das ordenanças, ainda 
me emociono quando participo da Ceia do Senhor! E cada vez que seguro o 
pão, e o parto na frente dos irmãos, eu me emociono, porque me vem à 
mente que sou indigno pecador, e que pela graça de Deus fui feito Seu filho! 
Lembro-me, quando tomo a jarra de vinho, e derramo um pouco no cálice, de 
que fico com as mãos trêmulas; são 39 anos celebrando a Ceia do Senhor 
praticamente mês a mês (e houve época quando o fiz duas vezes no mês), 
mas ainda hoje tremo quando tenho na minha memória e coração a cena de 
Jesus Cristo no Calvário, e o Seu sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua 
testa, pela face, e pelo tronco da cruz... 
Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz,e pela 
nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a minha 
cruz!
Há uma comunhão entre os crentes na Ceia Memorial, mas não é comunhão-
de-cafezinho! Por isso, Paulo está preocupado, e diz "Mas, se alguém quiser 
ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de 
7
Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos 
ajuntais, não para melhor, mas para pior". 
Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja 
estava seccionada por causa de trajes (capítulo 11)?! Havia divisões por 
causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); E depois todos queriam se 
reunir para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, porque a 
tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos com a 
mesma amargura e rancor com que entramos. A conduta dos irmãos de 
Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia! O que Paulo 
está enfatizando é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida espiritual, a 
unidade da igreja, e quando celebramos com seriedade a Ceia, é isso o que 
estamos proclamando! 
A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29)
Quando celebramos a Ceia usamos esse tipo de linguagem. "De modo que 
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, 
será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a 
si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". 
Interessante que a Ceia do Senhor não torna ninguém melhor: ninguém vai 
sair melhor porque tomou a Ceia do Senhor. E, no entanto, há um paradoxo: 
o irmão pode sair pior se tomou a Ceia do Senhor indignamente! É o que 
Paulo diz, por essa razão é dever de cada um solene e seriamente examinar-
se sobre quais são os seus interesses e propósitos quando se aproxima da 
Mesa do Senhor. Veja bem a seriedade de seus objetivos.
Estive lendo sobre os levitas e sacerdotes (Números 3 e 4). Fiquei arrepiado! 
Que coisa impressionante a legislação, como eram as normas no 
acampamento de Israel no deserto: somente podiam se aproximar dos 
móveis os sacerdotes, nem os levitas que eram os seus auxiliares. 
Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para se transferirem 
para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias 
camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade 
do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do 
objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de 
boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o 
estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.). 
Os levitas funcionavam, entre outros deveres, como guardas de segurança 
do tabernáculo. A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho" 
não era o pagão, não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença 
muito grande: na Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o 
"povão"! Na Igreja de Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso 
podemos nos aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma 
8
coisa: se o irmão vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado 
do corpo e do sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas 
pode sair pior do santuário. Quanto seriedade é exigida dos participantes?!
Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo 
poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer! 
É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu 
um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com 
os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não 
conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle? 
Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia deve fazer três 
perguntas: 
· Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado 
pelo Seu sangue? 
· Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas. Meu 
coração está limpo, ou borrado, sujo? 
· Que é que eu desejo? Quais os meus sonhos e visões, que almejo na 
Causa de Jesus Cristo? 
Não é sério? Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um 
diálogo com a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor 
em espírito de comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora, 
em comunhão espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e 
consagração pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa 
vida sempre. E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um 
funeral (para que cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de 
alegria, de esperança porque nós olhamos para o dia da volta de nosso 
Senhor Jesus Cristo!
Parte III
O DIÁLOGO DA CEIA DO SENHOR 
 
Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na 
noite em que foi traído, tomou o pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: 
Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. 
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é 
o novo pacto do meu sangue; Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em 
memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do 
cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que 
qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será 
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si 
mesmo, e assim como do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come 
e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor" (1Co 
11.23-29).
A Ceia Memorial tem sido celebrada num ambiente espiritual, profundo, reverente 
e cheio de certeza, além do destaque que a Ceia do Senhor nos fala numa 
9
linguagem silenciosa porém plena de energia. Temos o pão e temos o vinho, 
elementos simples e destacados nesta celebração. E nesta simplicidade, ela se 
torna um meio de comunicação de algumas importantes mensagens para o povo 
de Deus.
A LINGUAGEM DE COMEMORAÇÃO (v.25)
Paulo diz isso: "Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, 
dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as 
vezes que o beberdes, em memória de mim", ou seja, "para que pensem 
novamente em mim". 
É extraordinária a presença de Jesus Cristo na vida cristã. Pela inspiração 
do Espírito de Deus, até mesmo a escolha de certas palavras tem o seu lugar 
na Escritura Sagrada. Aqui, apenas uma filigrana lingüística: na língua 
hebraica, a palavra que significa "manifestação de Deus, presença divina" é 
shekinah, a gloriosa presença de Deus no meio do Seu povo. Cada vez que a 
glória do Senhor se manifestava no meio do povo de Israel, fosse no 
deserto, em Canaã, ou nas grandes batalhas, sempre era celebrada a 
manifestação da shekinah divina (cf. Sl 78.60; Is 18.1; 22.19). 
Quando João escreveu a narrativa que abre o Evangelho que leva o seu 
nome, ele disse "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça 
e de verdade"; a palavra grega utilizada nada tem a ver com o hebraico: é 
outra língua, outra origem, não tem a mesma categoria, inclusive lingüística. 
Pois bem, a palavra que João utilizou para dizer "o Verbo habitou, marcou 
presença, manifestou-se entre nós", é a palavra grega que diz skinê. 
Percebam o som do hebraico sh ki nah e do grego s ki nê. As duas palavras 
têm praticamente o mesmo radical. Coincidência, ou vontade de Deus que as 
palavras assemelhadas fossem usadas pelo escritor sagrado?
Para que se manifeste a glória de Deus, e para que pensemos nEle, é que a 
Ceia do Senhor é celebrada por Sua Igreja. Jesus Cristo estabeleceu duas 
ordenanças, e somente duas: o Batismo e a Ceia Memorial. São ordenanças 
sem qualquer benefício acessório para a salvação. Uma pessoa em sendo 
salva por Jesus Cristo, na verdade não precisa do Batismo para acrescentar 
algum valor maior à salvação. O malfeitor da cruz não precisou se batizar, 
mas já estava com Jesus Cristo no paraíso após aquele momento cruel. Não 
é preciso, mas obatismo é um ato de obediência: Jesus até foi batizado por 
João, e mandou que a Igreja praticasse o batismo, o que fazemos como 
testemunho público do que Jesus Cristo fez na nossa vida.
A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Então, quando observamos a Ceia do 
Senhor, fazemos algo pelo Senhor, não por nós ou pelos outros, mas pelo 
Senhor, porque estamos pregando a Sua morte para a salvação de todo 
aquele que crê. Estamos dizendo isso quando tomamos o pão nas mãos, 
que é o corpo de Jesus Cristo que sofreu no Calvário; e quando tomamos o 
10
cálice, dizemos que o sangue de Jesus Cristo foi derramado por mim e por 
você, por nós. Estamos pregando a mensagem de livramento de redenção 
para todo o que crê!
Como precisamos de memoriais! Sim; precisamos de memoriais para que 
nos lembremos de quem somos, daquilo que somos, porque estamos aqui, e 
aonde estamos indo. Quando nosso país joga na Copa, os memoriais 
brasileiros se apresentam por todos os lados: é a bandeira do Brasil sendo 
desfraldada. E não existe sentimento maior que estar em outro país, e se 
emocionar com o verde-amarelo tremulando nos mastros com outras 
bandeiras. Isso se chama filia, o amor cívico, patriótico. 
Sim; precisamos de memoriais. Quando se ouve o nome de Maria Quitéria, 
logo lembramos do Dois de Julho, a data principal da Bahia! Falamos de 
amor conjugal, lembramos a aliança. 
Sem dúvida, precisamos de memoriais. Temos que lembrar da nossa 
indignidade e da beleza do perdão. Por essa razão, temos o memorial da 
Ceia do Senhor. É isso o exatamente o que faz a Ceia do Senhor: ela nos 
relembra o dom da vida através da morte de Jesus Cristo. Assim, quando 
nos reunimos para a Ceia, ela utiliza a linguagem da comemoração. 
A LINGUAGEM DA COMUNHÃO (vv. 17-20)
Paulo disse: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos 
ajuntais, não para melhor, mas para pior" (v. 17). Isso aconteceu, 
infelizmente, com a igreja de Corinto, que se reunia para a indignidade. Que 
coisa triste, reunirem-se os nossos irmãos para atos indignos!
Não confundamos as coisas: quando falamos de comunhão, não estamos 
falando de encontro sobrenatural, místico; não estamos dizendo que nos 
unimos a Jesus Cristo através do Nirvana, como querem pregar orientais; 
não estamos tendo uma visão, não; não é comunicação com um morto como 
querem ensinar por aí, não! 
É por esses erros todos que doutrinas estranhas surgiram ao longo da 
história da Igreja Cristã. Como a transubstanciação, ensinando que no 
momento em que são pronunciadas as palavras de instituição ("isso é o meu 
corpo" e "isso é o meu sangue") que tanto o pão quanto o vinho mudam a 
sua substância, e as suas substâncias tornam-se, respectivamente, a da 
carne e do sangue de Jesus Cristo! O Senhor tenha piedade! Isso não se 
encontra na Escritura?! A comunhão com Cristo não necessita que a 
substância desses elementos materiais seja mudada.
O Novo Testamento nos ensina que a Ceia do Senhor é um memorial. Não há 
comunhão física, ao se participar da Ceia do Senhor, entre o homem pecador 
e o Deus perfeito, mas uma comunhão espiritual, sem dúvida, pela 
lembrança de Cristo na cruz.
11
Ao longo destes quase quarenta anos de ministério da palavra e das 
ordenanças, tenho me emocionado sempre que participo da Ceia Memorial! 
E cada vez que seguro a côdea de pão, e o parto na frente dos participantes, 
eu me emociono, porque me vem à mente que sou indigno pecador, e que 
pela graça de Deus fui feito Seu filho! Lembro-me, quando tomo esta jarra de 
vinho, e derramo um pouco no cálice, fico com as mãos trêmulas ainda; são 
39 anos celebrando a Ceia do Senhor praticamente mês a mês (e houve 
época quando o fiz duas vezes no mês), mas ainda hoje tremo quando tenho 
na minha mente e coração a cena de Jesus Cristo no Calvário, e o Seu 
sangue escorrendo pelas mãos, pela Sua testa, pela face, e pelo tronco da 
cruz... Sim; há uma comunhão espiritual pela lembrança de Cristo na cruz, e 
pela nossa identificação com essa cruz: a minha cruz, não de Cristo, mas a 
minha cruz!
Há uma comunhão entre os crentes, mas não é comunhão-de-cafezinho, 
porque a Ceia do Senhor não é isso! Por isso, Paulo está preocupado, e diz 
"Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem 
tampouco as igrejas de Deus. Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos 
louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior". Terrível! 
Havia divisões na igreja de Corinto quanto a questões de doutrina. A igreja 
estava dividida por causa de uma doutrina (cf. capítulos 12 e 14); havia 
divisões por causa de trajes (capítulo 11)?! E depois todos queriam se reunir 
para "tomar cafezinho"?! A Ceia do Senhor não é para isso, não! Porque 
tomamos agora, e se não temos essa impressão profunda, sairemos de novo 
com a mesma raiva e amargura do nosso irmão em Jesus Cristo! A conduta 
dos irmãos de Corinto destruía o propósito da igreja, e o propósito da Ceia! 
O que Paulo está enfatizando aqui é a harmonia da Ceia, a qualidade de vida 
espiritual, é a unidade da igreja, e quando celebramos a Ceia, é isso o que 
estamos dizendo! 
A LINGUAGEM DA CONSAGRAÇÃO (vv. 27-29)
Quando celebramos a Ceia usamos essa linguagem. "De modo que qualquer 
que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado 
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e 
assim coma do pão e beba do cálice". Interessante que a Ceia do Senhor não 
torna ninguém melhor. Na verdade, ninguém vai sair melhor porque tomou a 
Ceia do Senhor. E agora o paradoxo: o irmão pode sair pior se tomou a Ceia 
do Senhor indignamente! É o que Paulo diz, por essa razão é dever de cada 
um solene e seriamente examinar-se sobre quais são os seus interesses em 
Jesus Cristo. Você participou da Ceia só porque os outros iam ver, e você ia 
ficar com vergonha se ficasse sentado e não participasse? Quais são seus 
propósitos quando se aproxima da Mesa do Senhor?
Estive lendo sobre a congregação dos levitas e sacerdotes (Números 3 e 4). 
12
Fiquei arrepiado! Que coisa impressionante a legislação, como eram as 
normas no acampamento de Israel no deserto: somente podiam se 
aproximar dos móveis os sacerdotes, nem os levitas quer eram os seus 
auxiliares. Quando havia necessidade de desmontar o tabernáculo para ir 
para outro lugar, os sacerdotes entravam, embalavam os móveis, com várias 
camadas de tecidos (e de cores diferentes para mostrar o grau de santidade 
do objeto), e depois que tudo era embalado, e ninguém via a forma do 
objeto, os levitas pegavam o pacote e faziam o carregamento nos carros de 
boi para o transporte pelo deserto. E sempre é lembrado o seguinte: "e o 
estranho que se chegar será morto" (Nm 3.10, etc.). Os levitas funcionavam, 
entre outros deveres, como guardas de segurança do tabernáculo. 
A lei não era fácil: era marcial, lei de guerra! O "estranho" não era o pagão, 
não; era o próprio povo de Israel. Só que há uma diferença muito grande: na 
Igreja Cristã o pastor não é o sacerdote, e os outros, o "povão"! Na Igreja de 
Cristo fomos todos elevados ao sacerdócio, por isso podemos nos 
aproximar dos objetos, da Mesa do Senhor! Mas tem uma coisa: se o irmão 
vier à Mesa do Senhor com as mãos sujas, "será culpado do corpo e do 
sangue do Senhor" (1Co 11.27b)! O irmão não sai melhor, mas pode sair pior 
do santuário.
Então, estou vindo com fé na morte de Jesus Cristo? Vivo diariamente pelo 
poder da ressurreição de Jesus Cristo? São perguntas que tenho que fazer! 
É Jesus realmente o alimento da minha alma? Sou eu um dos Seus, e sou eu 
um com os Seus? Estou em harmonia, minha vida é digna da comunhão com 
os outros crentes? Permanece a minha aliança com o Deus vivo? Se não 
conheço a Jesus Cristo, como posso me lembrar dEle? 
Por isso que Phillip Henry diz que o crente quando for participar da Ceia 
deve fazer três perguntas: 
· Que é que eu sou? Filho de Deus, salvo pelo sangue de Jesus? Lavado 
pelo Seu sangue? 
· Que é que eu tenho feito? Minhas mãos estão limpas, ou manchadas.Meu 
coração está limpo, ou borrado, sujo? · Que é que eu desejo? Quais os meus 
sonhos e visões, que almejo na Causa de Jesus Cristo? 
Então, devemos dar graças a Deus pelo privilégio de termos um diálogo com 
a Ceia do Senhor, e, assim, que venhamos à mesa do Senhor em espírito de 
comemoração porque essa é a linguagem que falamos agora, em comunhão 
espiritual porque essa é a realidade que vivemos agora, e consagração 
pessoal porque esse é o propósito, o objetivo, o alvo de nossa vida sempre. 
E lembrando, sobretudo, que a Ceia do Senhor não é um funeral (para que 
cara triste?): a Ceia do Senhor é uma celebração de fé, de alegria, de 
esperança porque nós olhamos para aquele dia! Que o Senhor nos ajude e 
abençoe!
Patte IV
13
VESTIMENTA NA IGREJA 
Introdução:
"Nesta casa não tem moda, tem recato". Faço minhas as palavras da personagem 
de Tarcísio Meira na série Um só Coração, da Rede Globo, para asseverar a 
minha convicção espiritual em relação a vestimenta do cristão verdadeiro, pois 
creio que na igreja de Jesus Cristo não deve existir a preocupação exagerada com 
a moda, mas sim com o recato e o decoro que devem ser peculiares aos santos.
Há algum tempo temos alertado a igreja sobre esta questão, mas parece que não 
temos sido bem-sucedido nestes alertas, razão pela qual decidimos tratar 
francamente deste assunto com toda a igreja.
Não pretendemos desenvolver um tratado teológico sobre o tema e nem 
desejamos agir com rigorismo em termos de usos e costumes. Apenas desejamos 
apresentar aos irmãos textos bíblicos que devem nortear a nossa experiência de 
fé e de vida cristã, causando transformações radicais em nossas mentes, 
transformações essas que nos atribuam redobrada autoridade espiritual e 
testemunhal diante desta geração corrompida e perversa em que vivemos.
Há uma monumental investida contra a moralidade do ser humano, que se reflete 
na vestimenta. Seja em nome da moda, da liberação feminina, do tropicalismo, da 
quebra dos paradigmas, dos regionalismos ou da libertinagem e do hedonismo 
peculiar a pós-modernidade. Não importa a razão, as pessoas estão cada vez 
mais nuas. Aquelas que insistem em se vestir bem e com decoro, parece que 
estão ilhadas, ou seja, cercadas de pessoas nuas por todos os lados.
O trágico é reconhecer que esta nudez desenfreada chegou à igreja. Chegou para 
ficar e se estabelecer como referencial de comportamento cristão, o que é 
absurdo. Porém, em nome de Jesus, mesmo sob a pecha de radical, de 
retrógrado, de antiquado ou de autoritário, pretendemos persistir no combate 
desta maldição, bem como no combate de toda a sorte de malignidade que tenta 
corromper os parâmetros de Deus para a santidade do cristão, permanecendo fiel 
a Cristo e a convicção ministerial que temos de que a igreja brasileira necessita 
urgentemente experimentar um avivamento de santidade.
Vejamos no Texto Sagrado alguns ensinamentos bem objetivos sobre a 
vestimenta do povo de Deus. 
Inicialmente, vejamos algo sobre...
1. A primeira roupa - Gênesis 3.21: 
Vemos que o primeiro a apresentar a preocupação com a vestimenta do ser 
humano foi o próprio Deus.
Tais vestimentas são precursoras de muitas outras medidas adotadas por Deus, 
relacionadas a moral e aos bons costumes, visando o bem-estar físico, social e 
espiritual da humanidade. Medidas que se tornaram necessárias por causa da 
14
corrupção imposta pelo pecado à natureza humana.
Nos versos 10 e 11 de Gênesis 3 o homem alega medo de Deus devido a sua 
nudez. A nudez neste contexto representa a consciência da corrupção, da quebra 
de um padrão estabelecido por Deus. O homem foi criado em santidade e a nudez 
não lhe causava constrangimento diante do Criador. Mas depois do pecado, uma 
vez quebrada a imagem e semelhança moral de Deus no homem, a nudez passou 
a ser motivo de medo.
Desta referência concluímos que estar na presença de Deus consciente da nudez 
imoral é afronta contra o Senhor. É pecado.
Pior ainda é a seminudez, que instiga e explora a sensualidade, provocando 
pensamentos impuros e constrangimentos ao desnudo.
Devemos observar que mesmo sob maldição, em pecado, Deus não expulsou o 
homem do Éden nu, para a desonra. Deus fez túnicas de peles, verso 21. Ou seja, 
roupa que cobre tudo o que deve ser preservado e que indica parâmetros de 
moralidade e de respeito entre serem humanos.
Em segundo lugar, vejamos algo sobre...
2. As roupas para a adoração - Êxodo 28.1-4: 
Neste texto Deus exige roupas especiais, roupas de gala, para o sacerdote na 
ministração do culto e da adoração.
Se a sua mente tenta justificar a não aplicação deste texto em sua vida, devo 
ressaltar que a Palavra de Deus assevera que, a partir do sacrifício de Jesus, com 
o rasgar do véu no templo, todos fomos feitos sacerdotes para Deus, Apocalipse 
1.6 e 1 Pedro 2.9.
Adoração é ato de culto. É reconhecimento do caráter divino e da santidade do 
Deus objeto da adoração. Por esta razão, Deus exige roupas especiais para o ato 
de culto verdadeiro.
O princípio que se encerra neste contexto bíblico é o de que as vestimentas que 
usamos no ato de culto devem ser limpas, puras e santificadas, visto que nos 
aproximaremos de Deus, que é santíssimo.
O conceito básico que estabelece os parâmetros da vestimenta sacerdotal é o de 
que as roupas são como referencial de apresentação diante da glória de Deus e 
para a glória do Deus que é adorado. A glória de Deus manifesta é símbolo real e 
indiscutível da presença de Deus no culto ministrado diante dele e para ele.
Podemos verificar também os versos 31-35 e 39-43 de Êxodo 28, que fazem 
referência aos paramentos e assessórios sacerdotais, destacando a preocupação 
15
de Deus até com os calções, ou seja, com a roupa íntima do sacerdote, verso 42, 
indicando que o cuidado de Deus vai além da roupa aparente.
Pensando ainda em roupas para a adoração, devemos observar ainda os ensinos 
de Salmos 29.2 e 96.9. As afirmações destes versos, embora traduzidas como 
"esplendor do seu santuário" ou "esplendor da sua santidade", ou ainda, como 
"beleza da sua santidade", indicam, em sua idéia mais remota, a luz do contexto 
geral da Bíblia, que devemos estar bem vestidos, ou seja, trajados com decência, 
quando nos apresentamos diante do Senhor para prestar-lhe culto. Não podemos 
estar na Casa de Deus com vestimentas que não sejam expressão da nossa 
busca de santidade, que é o que nos habilita a estarmos diante do Senhor em 
adoração, Hebreus 12.14. 
Vale ressaltar que o Texto Sagrado alerta até mesmo aqueles que não são servos 
de Deus e que não têm, por isso, uma experiência íntima com ele, a tomarem 
cuidado com os seus trajes quando estiverem em uma situação que saibam que 
estarão diante de Deus.
A realidade, amados, é que Deus requer decência de cada um de nós. Somos os 
sacerdotes consagrados por ele e para ele. Deus requer moralidade na adoração 
e na ministração dos cultos, bem como durante os cultos.
Vejamos em seguida algo sobre...
3. Roupas como sinal de reverência - 2 Reis 5.1-6: 
Reverência tem a ver com a postura resultante da conscientização a que 
chegamos em relação ao valor do outro.
Este texto mostra que Naamã ao se dirigir ao servo de Deus, desejando causar 
boa impressão e agrada-lo, levou roupas finas e luxuosas, roupas de festa. Este 
gesto de Naamã aponta para o reconhecimento da superioridade do profeta em 
relação a ele e para o reconhecimento da soberania de Deus em relação a sua 
vida e circunstância.
Naamã, o grande general, não entendia bem tudo o que estava acontecendo. 
Ficou frustrado e aborrecido ao se sentir desprezado pelo profeta, bem como pelo 
fato de o profeta não aceitar os seus presentes. Afinal, eram roupas especiais, 
com aplicações em ouro, prata e cravejadas de pedras preciosas. Porém, o seu 
coração ainda era obstinado e Deus conduziu o profeta para que, com aquela 
atitude, Naamã fosse quebrantado, humilhado, curado e salvo.
Desta maravilhosa narrativa bíblica fica para nós a seguinte lição: não é molambo, 
nem trapo velho encardido,nem modismo, nem roupas indecorosas ou falta de 
roupa que se deve levar para a presença do Senhor ou do servo de Deus, que o 
representa na ministração para as nossas vidas. 
16
Devemos ter a consciência de que estamos diante do próprio Deus e que, por 
isso, devemos estar bem trajados, levando o melhor possível, mesmo que com 
roupas humildes e simples, mas com decência e decoro, mostrando que 
reconhecemos a superioridade e a soberania de Deus, o Deus que está pronto a 
nos quebrantar, a nos curar e ministrar salvação.
Vejamos ainda algo sobre...
4. Roupas como sinal de restauração - Lucas 15.21-22: 
Neste texto identificamos duas questões importantes: O filho reconhecendo o seu 
estado e admitindo a perda da condição de filho e o pai amoroso dando ao filho 
pródigo, em seu retorno, roupas novas, sapatos e um anel. Vamos nos ater as 
roupas.
A entrega de roupas novas para o filho, "a melhor roupa", indica a transformação 
de vida que o jovem experimentara. Os farrapos de uma vida dissoluta e 
distanciada de Deus e dos parâmetros da moralidade devem ser jogados fora e 
trocados por vestimentas novas, limpas e decentes.
Quando nos convertemos Deus nos honra e nos dá novas vestes, vestes 
espirituais, que simbolizam a nossa restauração e a retomada da nossa condição 
de filhos. Estas roupas novas simbolizam o perdão que nos foi outorgado, 
servindo também como prova da nossa aceitação na casa do Pai, bem como da 
restituição do nosso direito espiritual como herdeiros de Deus em Cristo.
Em Jesus não somos mais pessoas separadas de Deus, como que deserdadas 
por causa do pecado. Em Cristo nos tornamos pessoas especiais, tendo regatado 
a nossa posição espiritual como filhos de Deus, não podemos mais permanecer 
maltrapilhos, desnudados ou vestidos de maneira indecorosa. A condição de 
coitado, miserável e nu é para aqueles que serão vomitados pelo Senhor devido a 
mornidão espiritual, Apocalipse 3.14-22, em especial osversos 16-18, e não para 
os filhos que vivem em perfeita comunhão com o Pai.
Por fim, vejamos algo sobre...
5. O parâmetro de Deus para a vestimenta do cristão - 1 Timóteo 2.9-10: 
Estes versos falam em trajes decorosos e sem luxúria como a vestimenta ideal 
para o servo de Deus.
Mais uma vez a sua mente, principalmente a dos homens, pode estar tentando se 
justificar dizendo que o ensinamento paulino não se aplica a você. Isso não é 
verdade. A exigência de decoro e de moralidade na vestimenta é para mulheres e 
homens ao mesmo tempo. O que comprova isso é o contexto geral do capítulo, 
em especial o verso 8, que exige dos homens um alto padrão de santidade para a 
oração.
17
Decoro é recato no comportamento e decência no vestir. Está relacionado com a 
postura que adotamos para a vida. Luxúria é comportamento desregrado em 
relação a sexualidade. É licenciosidade moral que denota a lascívia, que é 
pecado, e a concupiscência, que é o desejo de pecar, do indivíduo. A luxúria se 
contrapõe acirradamente ao decoro.
Em contrapartida, Deus exige dos seus filhos uma vestimenta decorosa e isenta 
de qualquer sintoma de luxúria. Ou seja, Deus exige de nós um comportamento 
recatado através do qual as pessoas percebam que estamos libertos do desejo de 
pecar e que fomos restaurados em nossa moralidade, em nosso caráter, que é 
agora santificado pela ação do Espírito Santo que em nós habita.
O termo traduzido por "traje decoroso", utilizado por Paulo, no original, ultrapassa 
a idéia de vestuário simplesmente. Paulo usa o termo para fazer referência 
também a moralidade sexual que nos é exigida por Deus e que deve se refletir em 
nossas roupas.
Nossas roupas indicam se temos maus ou bons costumes morais. A maneira 
como nos vestimos ressaltam o valor moral que atribuímos ao nosso corpo diante 
de Deus. O jeito como nos vestimos reflete a nossa consciência moral em termos 
de sexualidade, bem como o nosso senso de preservação da nossa integridade 
moral. A nossa roupa pode refletir o nosso caráter. 
O que vestimos mostra o que esperamos que as pessoas pensem de nós em 
relação a maneira como tratamos a nossa sexualidade. Se nos vestimos com 
luxúria as pessoas poderão imaginar que somos licenciosos, ou seja, imorais. Se 
nos vestimos com decoro, por certo as pessoas perceberão que nós nos 
honramos e que lutamos para nos preservar em santidade diante de Deus. Isso é 
verdade desde que não haja falsidade em nossos corações
A escolha não é muito difícil. Roupas sobrecarregadas de luxúria e de 
sensualidade, que refletem lascívia e libertinagem imoral, ou roupa decorosa, que 
reflete a sua compostura moral e espiritual. Lembre-se; suas roupas, por certo, 
falarão mais alto do que as suas palavras em meio ao burburinho esganiçado da 
promiscuidade na qual chafurda a nossa sociedade. 
Conclusão: 
Outros textos poderíamos estudar sobre o tema, tais como João 19.23-24, que 
falam das roupas de boa qualidade, de valor e de discreta beleza usadas por 
Jesus; Apocalipse 7.9-17, que fala da roupa dos mártires na glória, que eram as 
mesmas vestes que usavam aqui na terra, pois não haverá tempo para trocar de 
roupa antes de entramos no céu; e Apocalipse 16.15, que descreve o fato de 
termos as roupas sempre à mão como sinal de preparo espiritual para o encontro 
com Jesus, mas creio que já vimos o bastante para estabelecermos parâmetros 
éticos para a nossa igreja, no que diz respeito a nossa vestimenta.
18
Talvez você esteja se perguntando: Onde se pretende chegar com este estudo? 
Ou quem sabe você esta ruminando com os seus botões... "Já até sei qual vai ser 
o resultado disso". Não importa. Não nos preocupa nem mesmo o fato de você 
pensar que este assunto não deveria ser tratado na igreja. 
Mas devemos tratar destas questões na igreja sim, visto que imoralidade, 
promiscuidade, lascívia, exploração da sensualidade na vestimenta e o 
cinicamente chamado nu artístico são ações maléficas do diabo contra a natureza 
humana e a sociedade. O resultado dessas estratégias diabólicas tem sido a 
violência sexual contra as crianças, a gravidez na adolescência, a prostituição 
desenfreada, a banalização do adultério, a aceitação parcimoniosa do divórcio e, 
como decorrência, famílias destroçadas. O resultado da imoralidade no vestir é 
uma sociedade corrompida, desigual e agonizante como percebemos a nossa. 
Será mesmo que não temos razões que justificam estudar este tema?
Vale ressaltar ainda que este estudo, embora de cunho ético, é também 
evangelístico. Pois apresenta o evangelho verdadeiro, sem ajustes humanos, sem 
relativizações éticas e sem a tentativa de se fazer a vontade humana. Este estudo 
apresenta o evangelho que é a luta por se fazer a vontade de Deus, que nos quer 
santos para ele e santificadores pelo testemunho cristão autêntico. Se você 
procura outro evangelho que não o de Jesus Cristo, bateu no estudo errado. A 
igreja de Cristo não é o seu lugar.
Por fim, vamos ao objetivo deste estudo que não é nada que a igreja já não saiba, 
pois em diversas ocasiões manifestamos nossa posição bíblica sobre a questão 
da vestimenta do cristão, como já dissemos neste estudo.
Uma vez realizado o estudo, nossa oração é para Deus, pelo Espírito Santo, toque 
em nossas mentes e corações a fim de que mudemos radicalmente a maneira de 
nos vestirmos. Não só na igreja, mas em casa, no trabalho, na escola, na igreja, 
em fim, em todo o lugar onde estivermos e no nosso cotidiano. 
Não é o pastor que manda. É Bíblia. É Palavra de Deus. Lógico que cabe ao 
pastor a ministração da Palavra e a supervisão quanto a obediência aos 
ensinamentos do Senhor. Por isso, de hoje em diante, devem ser estabelecidas 
algumas regras bíblicas em relação a vestimenta que se usará para a participação 
e para ministração nos cultos. Seria uma bênção se estas normas fossem 
aplicadas pelos irmãos e irmãs de modo geral, pois o pastor não deve se dar ao 
trabalho de vigiar ninguém. Deus há de restaurar e transformar a consciência de 
cada um, visto que, como pastores, não podemos fazer o papel do EspíritoSanto 
no convencimento das pessoas.
Porém, no que diz respeito a utilização do púlpito, ao estar na frente para ministrar 
o culto, para cantar, para declamar, para qualquer coisa, bem como para se subir 
na plataforma para ministrar o louvor, o culto ou qualquer outra participação, não 
se deve permitido blusas de alças (aquelas blusas que só tem as alcinhas e mais 
nada), tomara que caia (que para os mais afoitos devia chamar "pena que não 
19
caiu"), decote umbilical, no cóxi ou no "rego", e nem decotes meia-taça que 
projetam os seios para os olhos incautos dos homens ávidos por aconchego ou 
mesmo dos desavisados... Haja unção para olhar e não pecar. 
Não mais se deve permitir o uso de mini-saia, micro-saia, vestidos curtos 
(daqueles que vão só até a cabeça do fêmur) ou transparentes e translúcidos. Não 
se deve ir para a igreja com calça de cós baixo (daqueles que ficam no púbis) sem 
uma blusa ou camiseta que cubra os quadris, e nem com uma calça comprida 
atarracada no corpo, na genitália ou no traseiro, por que estas não são roupas 
adequadas para se estar na frente da congregação. Com roupas deste tipo não se 
deve participar da ministração.
Seja para dirigir programa, para ministrar o culto ou o louvor. Seja para apresentar 
visitantes, fazer anúncios, cantar, tocar, cantar em conjunto ou pregar. Não 
importa. Diante da igreja, para ministrar na presença de Deus, não se deve 
permitir mais uma vestimenta indecorosa, modismos exagerados e imorais, ou 
mesmo roupas esculachadas, que não condizem com o padrão de Deus para a 
vestimenta do salvo e nem com o testemunho cristão. 
Diante de Deus e da congregação devemos estar bem trajados, demonstrando 
que não temos mais os temores do pecado quanto a nossa nudez, e que estamos 
devidamente vestidos para a adoração e em profunda e sincera reverência a 
Deus. 
Isto por quê? Porque fomos restaurados por Deus da nossa natureza pecaminosa 
e porque estamos dispostos a obedecer ao Senhor, fazendo a sua vontade, 
expressa na Bíblia Sagrada, mesmo que para isso tenhamos que fazer uma 
"fogueira santa" com as roupas que usávamos até sermos exortados na Palavra 
de Deus. Seria maravilhoso se num domingo fizéssemos esta fogueira para 
queimar as roupas das quais o Senhor nos libertou depois de termos estudado a 
Palavra. 
Esperamos no Senhor que este estudo seja suficiente para uma tomada de 
posição nossa como igreja de Cristo no Brasil. Não precisaríamos ouvir críticas ou 
cobranças por causa de vestimenta.
Somos nós e os nossos filhos que nos vestimos indevidamente. Somos nós que 
compramos as roupas dos nossos filhos. Se não compramos, admitimos que eles 
comprem ou que usem. Vamos assumir a nossa responsabilidade e corrigir a 
nossa conduta moral, diante de Deus, no que diz respeito a vestimenta.
Quanto às críticas ao autor e ao estudo, muito obrigado, em nome de Jesus, aos 
críticos. Porém, entre a frouxidão moral e Palavra de Deus, ficamos com a Bíblia. 
Entre a relativização ética e o Texto Sagrado; ficamos com a Bíblia. Entre a 
perversão do modismo e as Escrituras, ficamos com a Palavra de Deus. Mesmo 
que isso nos imponha a impopularidade, o estigma de radical ou a renúncia do 
pastorado.
20
Amém.
Parte V
“ALEFREI-ME QUANDO ME DISSERAM..."
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1) 
 
A tocante, inspiradora, edificante experiência de ver o povo de Deus chegando 
cada manhã ao templo é uma alegria dominicalmente renovada. Podemos, 
mesmo, imaginar as multidões indo à Beth haMikdash (Templo) em Jerusalém, e 
cantando à medida que iam se aproximando dos portões da Cidade Santa. É o 
que diz a nota de explicação do Salmo 122 com a expressão “cântico de degraus” 
(“gradual” ou “de romagem”, “de romaria” ou “de procissão” em outras traduções). 
O povo ia ao Templo de Jerusalém, e vem hoje ao templo. Porém, com que 
objetivo?
A Casa de Deus
É lugar de adoração. Está na Palavra Santa: “...aonde sobem as tribos, as tribos 
do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do 
Senhor” (Sl 122.4) Jesus Cristo ensina que o Senhor busca adoradores (Jô 4.23), 
ou como bem o expressou A. W. Tozer: “Deus salva os homens para fazê-los 
adoradores, fato esquecido hoje em dia por liberais, seitas e (até) cristãos 
bíblicos”.
Se não somos adoradores, crentes com espírito de louvor, não poderemos 
trabalhar aceitável e adequadamente pelo reino de Deus, pois o Espírito Santo 
age através do coração, das mãos, dos pés, dos lábios que se renderam ao 
Criador. Assim, o louvor é a nossa resposta ao amor de Deus. Cantar, orar, 
meditar, tudo leva à adoração. Adorar, no entanto, é mais que qualquer um desses 
atos. 
Na verdade, é se deixar inflamar pelo Deus Pai, pelo Deus Filho e por Deus 
Espírito Santo; cultuar é confessar que se mantém um relacionamento com o 
Criador. O crente troca a independência, a auto-suficiência, a rebeldia pela 
rendição a Deus, pela entrega, submissão e pedido de socorro. No culto, 
louvamos a Deus em conjunto, confessamos nossos pecados em conjunto, 
recebemos a Palavra em conjunto, e saímos para servir com um só propósito 
embora em situações e contextos distintos. 
Há, porém, que ser assim, visto que, após a salvação, o passo mais importante 
que o novo crente, o crente deve dar é unir-se ao povo de Deus na instituição que 
Ele estabeleceu para o propósito de lhe trazer crescimento: a igreja local. No dizer 
de Paulo, apóstolo: “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em 
breve, para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de 
Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.14,15). É 
nesse pensamento que o poeta exclama com tanto entusiasmo, “Alegrei-me 
quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!” (cf. v. 4).
No culto comunitário, há pessoas de diferentes origens, níveis sociais, raças e 
21
culturas. Todas essas distinções, no entanto, se evaporam no canto 
congregacional, no canto coral, na oração, na leitura bíblica, na entrega dos bens 
e vidas, na mesma expectativa quanto à pregação. O crente há de compreender 
que, ao vir ao culto, algo vai acontecer: sua vida será agraciada pela presença de 
Deus, pela compreensão do grande, eterno amor, e enriquecida pela comunhão 
dos irmãos, aquilo que é tão bem expresso na Bênção Apostólica: “A graça do 
Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam 
com todos vós” (2Co 13.13). É o senso de conjunto, de adoração conjunta em 
perfeito acordo com o que Paulo acentuou em Filipenses 3.5: “Pelo que todos 
quanto somos perfeitos tenhamos este sentimento, e, se sentis alguma coisa de 
modo diverso, Deus também vo-lo revelará”. Há um popular hineto que diz: 
“Quando estou com o povo de Deus, 
eu sinto a maior alegria;
quando estou com o povo de Deus,
eu sinto real harmonia...”
É a fé estimulada, são as energias espirituais renovadas, a coragem, a robustez, a 
esperança fortalecidas, por que no culto, Deus está presente: “O Senhor está no 
seu santo templo...” (Hc 2.20); Jesus Cristo está presente: “onde se acham dois ou 
três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); o Espírito 
Santo está presente: “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam 
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a 
palavra de Deus” (At 4.31). E, quando o culto termina, diz o adorador-em-espírito-
e-em-verdade, “Alegrei-me de verdade, alegrei-me com tudo o que eu sou, 
alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!”
A casa de Deus é um lugar de oração. “Orai pela paz de Jerusalém” pede o 
salmista no Salmo 122.6. Assim, é ambiente de conseqüente avivamento. Por 
vezes, vidas são áridas num mundo árido, surgindo a necessidade de reavivar-se 
a chama dentro de nós. É o reaquecimento, o despertamento que buscamos, 
prezamos, queremos e pelo qual clamamos.
Habacuque expressou este clamor ao dizer, “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio 
dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-teda 
misericórdia” (3.2). E o Senhor nos responde: “e se o meu povo, que se chama 
pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus 
maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a 
sua terra” (2Cr 7.14).
A dinâmica do culto consiste em deixar-se o crente individualmente, e a igreja 
como um todo tocar pelo Espírito de Deus. Isso nos recorda o ensino bíblico de 
que é pecado trazer no culto divino e ao serviço do Senhor qualquer coisa que não 
proceda de uma vida renascida. É o fogo estranho de que fala Levítico 10.1 e 
Números 3.3,4. Irreverência na casa do Senhor é pecado grave, muito grave, e 
traz sério prejuízo espiritual para toda a igreja. Não expressa a Escritura, “Guarda 
o teu pé quando fores à casa de Deus” (Ec 5.1a)?
É até possível ampliar a explicação exortando a guardar os ouvidos, os olhos, a 
mãos, a mente e o coração. Dominados haveremos de ser por um anseio de uma 
maior consagração. O cristão evangélico não “assiste ao culto”: dele participa. O 
22
culto não é um drama encenado para uma platéia de espectadores, ou realizado 
tão somente pelo oficiante sem a presença de um auditório. É ato corporativo. 
Aliás, a alegria do culto divino é um sentimento antecipado, e acentuada essa 
alegria quando compartilhamos a adoração com outros crentes. Portanto, não 
basta a um cristão dizer que pode orar, cantar, ler e meditar em casa, ou ligar a 
TV e ter a igreja eletrônica com um pregador de estúdio “olhando” para você (?!) 
da tela fria do televisor, porque nada vai compensar o culto que você perdeu, e 
nada vai comprar as bênçãos divinas, os temores afastados, as falsas idéias e 
doutrinas corrigidas, e a fé revigorada na adoração coletiva.
Algo Prático
O cantar. É errado chamar a primeira parte do culto de Louvor, visto que, na 
realidade, todo culto, e o culto todo é uma tremenda apoteose de louvor. Não pode 
haver culto se não há adoração com seriedade, se o louvor é sem reverência, sem 
humildade, sem espírito de dependência, sem espírito de cooperação, sem 
confiança, sem quebrantamento e sem consagração.
A música são as flores do jardim da adoração. O objetivo é unicamente a glória de 
Deus, nunca o destaque pessoal. A música deve afunilar juntamente com as 
leituras bíblicas, a oração e as ofertas para o tema a ser explanado e desenvolvido 
no sermão. Cuidado com a música de qualquer jeito, sem ensaio, improvisada, 
porque nosso Deus não merece nem tolera isso!
Por que substituir os teológica e musicalmente bem escritos hinos, hinetos e 
doxologias por corinhos de paladar duvidoso, escritos em mau português, 
popularescos, com uma teologia que não é bíblica, como, por exemplo, “Jesus é a 
aliança entre você e eu...”, onde em poucas palavras há um erro crasso de 
linguagem? O hino deve ser reverente, bíblico, trazer o amor de Deus e enfatizar a 
adoração.
O bom hino comunica o amor do Pai. Há quem se interesse pelo som, pela 
harmonia ou pelo ritmo, mas não pelo Senhor que é exaltado nos seus versos. Há 
quem esteja mais interessado no que alguém imaginosamente chamou de LIT-
ORGIA, em vez da liturgia (palavrinha boa que significa “o trabalho do leigo”); há 
quem se interesse pelo barulho em vez do serviço a Deus, o “trio elétrico” 
evangélico”, a “axé music” evangélica em vez da calma onde se manifestou o 
Espírito de Deus a Elias (1Rs 19.12b). O irmão Lawrence afirmou, “Não consigo 
imaginar como pessoas religiosas podem viver satisfeitas sem a prática da 
presença de Deus”. Sim, a alegria da presença de Deus, porque a alegria não é 
encontrada em cantar certo tipo de música ou viver com certo grupo. Consiste na 
obediência.
As ausências. A palavra de Deus é claríssima sobre esse tema: “consideremo-nos 
uns aos outros, ... não abandonando a nossa congregação, como é costume de 
alguns...” (Hb 10.24,25). A tradução do Pe. Negromonte esclarece ainda mais, 
“Não deixando as nossas reuniões...”
É ausentar-se podendo estar presente, o velho e persistente comodismo. É não 
deixar que a chuva, o calor, o frio, a TV, a corrida de automóveis, o futebol, o 
dever de casa, a praia, os passeios, ou o turismo eclesiástico nos impeça de vir à 
própria congregação, pois é preciso crescer com a igreja, crescer na igreja, 
23
crescer para a Igreja de Cristo em sua expressão local, a comunidade de fé de 
você faz parte.
Quando deixamos a congregação, quando nos ausentamos da igreja, não 
recebemos as bênçãos do culto, perdemos o fervor, o espírito de unidade, não 
levamos os filhos a crescer e a igreja perde a cooperação. 
Se a adoração, o louvor, o culto não nos transformar, não pode ser chamado culto, 
louvor, adoração (cf. Mt 5.23,24), visto que adorar, louvar, cultuar é transformar-
se. Se a adoração não nos levar a maior obediência, é só agitação, mas não um 
ato de culto. Quando entramos no templo é a expectativa, quando saímos é 
obediência; quando entramos é fé e esperança, quando saímos é amor. 
Neemias nos inspira: “porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto 
não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (8.10b), por isso, 
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!”
Parte VI
A IGREJA PRECISA DE TEOLOGIA? 
 
Introdução e Conceitos
É comum ouvirmos que "a teologia mata a religião" ou que "a Igreja não precisa de 
teologia e, sim, de vida". Serão verdadeiras essas afirmações? Admitimos que há 
muita coisa por aí levando o nome de "teologia" que não passa de especulação 
humana, por não se basear em pressupostos de uma hermenêutica bíblica. E até 
a "boa teologia", quando se torna um fim em si mesma, pode não ter qualquer uso 
prático e reduzir-se a mero academicismo. Não é disto que falamos aqui. 
Perguntamos se a verdadeira Teologia é necessária à Igreja. 
E o que é verdadeira Teologia? Como o próprio nome indica, Teologia é o estudo 
de Deus, ou, definindo mais formalmente, "é a ciência que trata de Deus em Si 
mesmo e em relação com a Sua obra" (B.B. Warfield). Perguntamos, por 
conseguinte, se a Igreja pode prescindir do conhecimento de Deus e da Sua obra 
e ainda ser Igreja de Deus. É quase certo que aqueles que negam a necessidade 
da Teologia na vida da Igreja não diriam, conscientemente, que alguém pode ser 
cristão sem conhecer a Deus. O que lhes falta é um bom conhecimento do que é 
Teologia e de suas implicações. 
Como podemos conhecer a Deus sem estudar a revelação que Ele faz de Si 
mesmo? Como saber quem Ele é e o que Ele tem feito e faz, quem somos nós em 
relação a Ele, o que Ele requer de nós,etc., se não investigarmos o que Ele deixou 
revelado para nosso conhecimento? Pois esse é o trabalho da Teologia. Esse 
trabalho parte de três pressupostos: O primeiro é o de que Deus existe; o 
segundo, de que Ele pode ser conhecido, embora não de modo exaustivo e 
completo; e o terceiro, de que Ele tem Se revelado tanto por meio de Suas obras 
(criação e providência - Revelação Geral - Sl19:1,2; At 14:17), como, 
principalmente, nas Santas Escrituras (Revelação Especial - Hb1:1,2; 1 Pd 
1:20,21). É porque Deus Se revelou que podemos conhece-Lo. Nosso 
24
conhecimento de Deus não é intuitivo, nem natural, mas comunicado por Ele 
mesmo através dos meios que soberanamente escolheu. "Fazer teologia", 
portanto, não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo 
"descobrir" a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu 
de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como 
base, meio e princípio regulador não é "teologia", devidamente entendida. 
A palavra "teologia" não ocorre na Bíblia e o termo que lhe é equivalente, no N.T., 
é "doutrina" ( "didache" ou "didaskalia", no grego), que vem de uma raiz que 
significa "ensinar" e pode se referir tanto ao ato de ensinar, propriamente, como ao 
conteúdo do que é ensinado (Rm 6:17;1Tm 6:3-4; 2Tim 4:3-4; Tito 1:2,9, etc.). 
Podemos dizer, de modo mais completo agora, que Teologia é o conjunto de 
verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito deDeus e de Sua obra, e que 
são apresentadas de modo sistemático, na forma de um corpo de doutrinas. A 
essa forma ordenada de doutrinas, dá-se inclusive, o nome de "Teologia 
Sistemática". O adjetivo aqui, não altera o conceito de "teologia". 
Assim entendidas, fica evidente que não há diferença entre Teologia e Doutrina. 
Mas voltemos ao nosso tema. Duas são as razões geralmente apresentadas para 
se dizer que a Igreja não precisa de Teologia. Elas se baseiam em duas falsas 
antíteses: 
1. A primeira é a suposição de que o Cristianismo se baseia em fatos e não 
em doutrinas 
Concordamos que nossa salvação não repousa sobre um conjunto de teorias ou 
idéias, mesmo que extraídas corretamente da Bíblia, a que damos o nome de 
"doutrina", mas sobre os atos poderosos e eficazes do nosso soberano Deus. Não 
somos salvos através de uma correta teoria a respeito da pessoa de Cristo, mas 
pela própria pessoa de Cristo; nem através de um exato entendimento da doutrina 
da Expiação, mas pelo próprio ato expiatório. É possível alguém ser "bom 
teólogo", nesse sentido, e ainda não experimentar as graças ensinadas nas 
doutrinas que expõe. A doutrina realmente não salva. A obra de Cristo, 
devidamente aplicada pelo Espírito no coração do crente, é que assegura essa 
graça. Seu nascimento sobrenatural, Sua vida de perfeita obediência à Lei, Sua 
morte substitutiva, Sua ressurreição, Sua ascensão e assentamento à direita do 
Pai, Sua segunda vinda, são os grandes fatos que tornam garantida a salvação 
dos eleitos. 
Mas como sabemos que esses são os fatos? Que sentido teriam esses 
acontecimentos se não tivessem sido interpretados? É a doutrina que lhes dá 
sentido. Como viemos a saber que aquele menino que nasceu em Belém é o Filho 
de Deus? Por que descansamos na eficácia da Sua morte para a expiação dos 
nossos pecados? Por que sabemos que a Sua ressurreição, há dois mil anos 
atrás, garante a nossa justificação? É porque esses fatos são todos explicados e 
interpretados pela doutrina. 
25
Esta não só informa o fato como também dá o seu significado. A doutrina não 
salva, mas pode tornar o homem sábio para a salvação (2Tm 3:15). Doutrina sem 
fato é mito, mas fato sem doutrina é mera história. 
O Cristianismo, portanto, consiste em "fatos que são doutrinas e doutrinas que são 
fatos", na expressão de B.B. Warfield. Ele diz: "A Encarnação é uma doutrina: 
nenhum olho viu o Filho de Deus descer dos céus e entrar no ventre da virgem; 
mas se isso não for um fato histórico também, nossa fé é vã e permanecemos 
ainda em nossos pecados"( Selected Shorter Writings, vol 2, p. 234). Fato e 
doutrina se complementam no Cristianismo. Quando João diz: "E o Verbo se fez 
carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14), não está 
apenas apresentando um fato; está explicando-o também. Quando Paulo afirma 
que Jesus "foi entregue por causa das nossas transgressões,e ressuscitou por 
causa da nossa justificação" (Rm 4:25), de igual modo está dando uma 
interpretação aos fatos da morte e ressurreição de Cristo. Isto é o que se vê em 
toda a Escritura, especialmente nas epístolas. 
Até mesmo os fatos manifestos na natureza (Revelação Geral) não seriam 
devidamente compreendidos se não fossem explicados pela Bíblia (Revelação 
Especial). Podemos hoje entender que "os céus manifestam a glória de Deus" (Sl 
19:1) porque o Criador nos tem revelado isso na Sua Palavra. 
Sem essa explicação, sua mensagem (a dos céus) passaria despercebida e eles 
poderiam até ocupar o lugar do Criador, gerando a idolatria (devido ao pecado), 
como lemos em Rm 1:18-32. Não é o acontece quando as pessoas dizem que "a 
natureza é sábia", ou quando a chamam de "mãe natureza"?. Sem a revelação do 
Criador, a criatura toma o seu lugar. Daí dizer-se que para se conhecer a Deus é 
preciso que Ele fale, e não somente que Ele aja. 
Concluímos, portanto, que os fatos só têm sentido quando acompanhados da 
doutrina. Nem é pertinente perguntar qual dos dois é mais importante. Seria o 
mesmo que indagar qual das duas pernas é mais importante para o nosso 
caminhar. O ensino da doutrina é uma das ênfases da Bíblia (1Tm 3:2; 2Tm 2:2; 
Tito 1:9; Ef 4:11), pois sem ela não existe verdadeiro Cristianismo. 
2. A segunda é a suposição de que o Cristianismo consiste em vida, não em 
doutrina Por trás dessa afirmação podem estar raízes do conceito filosófico que 
exalta o misticismo, as emoções, o sentimento religioso do homem, e que procura 
eliminar da religião todo apelo ao intelecto, à razão. "Religião é vida e a vida é 
dinâmica, fluente; a doutrina é estática, fria, e, portanto, não pode ser compatível 
com o caráter do Cristianismo", dizem. Aqueles que assim pensam até admitem 
um certo tipo de doutrina, desde que mutável, adaptada sempre à dinâmica da 
vida e conformada às "necessidades" da época e do lugar onde a vida do 
Cristianismo se manifesta. Até chamam a isso de "teologia contemporanizada" ou 
"contextualizada". Segundo esse ponto de vista, não é a doutrina que deve dirigir 
a vida, mas esta àquela. "A letra mata, mas o espírito vivifica", argumentam. A 
prática (práxis) é colocada acima da doutrina não só em importância, mas também 
26
no tempo: a doutrina passa a ser um produto da vida cristã, não a sua norma. Há 
até quem interprete assim a célebre divisa: "Igreja reformada sempre se 
reformando". 
Mas será essa a visão bíblica do Cristianismo? Podemos dizer, com base na 
palavra de Deus, que o Cristianismo é vida e não doutrina, ou, primeiramente vida, 
depois doutrina? Existe tal antítese? Se essa posição for verdadeira, então não 
haverá verdade absoluta, nem princípio fixo, nem revelação objetiva. Tudo cairá 
no campo dos valores relativos e passará a depender do subjetivismo, da 
"piedade", das emoções. Não admira que haja tanta "fluidez" e instabilidade entre 
os que assim pensam, e que sejam facilmente levados "por todo vento de 
doutrina". Para estes, a doutrina é o que menos interessa. 
Concordamos também que Cristianismo é vida, e graças a Deus por isso! Onde a 
vida não se manifesta, nos moldes escriturísticos, falta a alma da verdadeira 
religião. Mas devemos ou podemos prescindir da doutrina para que essa vida se 
manifeste? Antes de tudo, é a verdade de Deus relativa? Depende o seu valor do 
lugar e da época em que se encontram os homens? Sabemos que esta é a 
posição atual dos que se denominam pluralistas e esse é o pressuposto básico 
desta posição. Será que aquilo que foi deixado por Paulo e pelos outros apóstolos 
como doutrina para os seus dias deveria ser mudado nos dias de Agostinho, 
depois nos dias de Lutero e Calvino, depois nos dias de Warfield e dos Hodge e, 
assim, sucessivamente, até os nossos dias, para dar lugar às manifestações de 
vida? Não creio que a Bíblia justifique essa posição nem que esses teólogos a 
tenham entendido assim. O princípio de que "a Igreja reformada deve estar 
sempre se reformando" visa manter sempre a mesma posição em relação à 
verdade, não alterá-la, para que seja aplicável em todas as épocas. É para que 
continue sempre sacudindo de si toda tradição e acréscimo humano que não 
estejam de acordo com os valores fixos e absolutos da palavra de Deus. 
Reformar é voltar às origens, ao que foi intencionado no princípio por Deus. E não 
há outra forma de se fazer isto a não ser pela doutrina. 
Foi a doutrina bíblica, tão bem exposta pelos reformadores e tão negligenciada 
pela Igreja, que a trouxe de volta às origens e lhe recuperou a vida, no século XVI. 
Foi a falta da verdadeira doutrina que enfraqueceu a Igreja e a lançou num 
tradicionalismo vazio e pagão. É a correta aplicação da doutrina que produz a 
verdadeira vida cristã. Não basta apenas um sentimento religioso para fazer de 
um homem um cristão. É preciso que sua vida seja moldada na doutrina de 
Cristo.É a doutrina que dá característica à vida. 
Sem dúvida, não estamos afirmando que apenas a doutrina, independente da obra 
santificadora do Espírito, produz vida. A doutrina é, isto sim, o meio que oEspírito 
soberanamente usa para nos fazer conhecer a vontade de Deus e nos levar a 
praticá-la. É através dela que ficamos sabendo que a vontade de Deus é a nossa 
santificação e que, sem esta, ninguém verá o Senhor ( 1 Ts 4:3; Hb 12:14). É ela 
que nos aponta os meios de graça deixados pelo próprio Senhor, que é quem nos 
27
santifica (Lv 20:7-8; Ef 5:26). Nas epístolas paulinas, a íntima relação entre 
doutrina e prática é evidenciada pelo seu método de apresentar primeiro a 
argumentação teológica (doutrinária) para depois tirar as implicações práticas dela 
decorrentes (Ex. Rm 1-11: doutrina; 12-16: prática). Isso se torna ainda mais claro 
na oração sacerdotal de Cristo, em que Ele associa a prática da santificação com 
a doutrina da Palavra: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 15 :
17) e em João 7:17, onde o fazer a vontade de Deus está ligado ao conhecer a 
doutrina: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da 
doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo". 
O conhecimento de Deus começa pela porta do intelecto, da razão, para depois 
pervadir todas as áreas do ser e se transformar em manifestações de vida que O 
agradem e glorifiquem. Por isso, o ensino da doutrina é indispensável na Igreja, 
tanto através do púlpito como pelos estudos semanais, pela Escola Dominical e 
por qualquer outro meio disponível. Nossa demonstração de vida pode 
impressionar as pessoas e despertar nelas certa admiração, mas é pela pregação 
da Palavra que vem a fé que transforma (Rm 10:7) A espada do Espírito é a 
Palavra (Ef 6:17). Conclusão 
Concluímos, portanto, que a Igreja precisa da Teologia, porque precisa da doutrina 
nela contida para dar sentido e expressão aos fatos do Cristianismo e para prover 
os meios de manifestação da verdadeira vida cristã.
Parte VII
A IGREJA, CORPO DE CRISTO
TEXTO: EFÉSIOS 1:22-23 
 
PROPOSTA: A nossa proposta é a de conhecer o que a Bíblia fala sobre a igreja. 
Qual o verdadeiro significado deste termo!
Quais as responsabilidades daqueles que dela participam. 
01. A ORIGEM DA IGREJA
1.1 - A primeira referência bíblia sobre a igreja aparece em Mateus 16:18
1.2 - O nascimento da Igreja ocorreu n dia de Pentecoste. Atos 2:1-4
02. A NATUREZA E AS FUNÇÕES DA IGREJA COMO CORPO
2.1 - No Novo Testamento - "povo de Deus"
"Ekklesia" - "chamados para fora"
- Outros títulos:
- Corpo de Cristo - Ef. 1:22-23
- Templo do Espírito Santo - Ef. 2:21-22
- Plenitude de Cristo - Ef. 1:23
- Noiva do Cordeiro - 2 Cor. 11:2; Ap. 19:7
28
- A Igreja como corpo deve:
- ministrar
- manter a unidade da fé
- reconhecer ministérios
- participar do louvor, da comunhão, dos desafios
- instruir seus filhos na Palavra
03. A FORMAÇÃO A IGREJA
- Ela é formada pela união de seus membros - 1 Cor. 12:17
- Ela tem responsabilidades - Ef. 1:4; Rom. 8:29; 1 Ped. 2:9;
Observe as expressões: "escolheu"; "conheceu"; "eleita", "para sermos"; 
"para serem"; "a fim de".
04. AS FUNÇÕES DOS MEMBROS
- criar unidade no corpo - Ef. 4:16
- nutrir os demais membros - 1 Cor. 12:25
- sustentar os membros - Col. 2:19 
- transmitir ordens - Fil. 4:9
05. CARACTERÍSTICAS DO CORPO
- Colaboração - 1 Cor. 12:12
- Exclusividade - 1 Cor. 12:14
- Individualidade - 1 Cor. 12:21
- Harmonia - 1 Cor. 12:25
- Diversificação de ministérios - 1 Cor. 12:28-29
06. SÍMBOLOS BÍBLICOS QUE DESCREVEM A IGREJA
- Rebanho - João 10:16
- Lavoura de Deus - 1 Cor. 3:9
- Edifício de Deus - 1 Cor. 3:9
- Santuário de Deus - 1 Cor. 3:16
- Coluna e Baluarte da verdade - 1 Tim. 3:15
-
Parte VIII
A IGREJA, CORPO DE CRISTO II
TEXTO: MATEUS 28:18 
PROPOSTA: Este estudo visa mostrar que a mesma autoridade que Jesus 
recebeu do Pai, foi também delegada a igreja.
Ela se tornou a agência mediante a qual o Senhor manifesta o seu poder, a sua 
29
graça e autoridade. 
01. AUTORIDADE E PODER
A autoridade representa a própria essência de Deus, enquanto o poder expressa 
os seus atos! Isaías 40:25-26
Deus pode perdoar aqueles que duvidam de seus feitos, mas retêm o perdão 
àqueles que menosprezam a sua autoridade.
A queda de Satanás ocorreu, porque ele desejou ser igual a Deus, e não 
simplesmente realizar os mesmos feitos de Deus. Isaías 14:13-14
Obs. Satanás não tem medo de uma pessoa que prega a Palavra.
Ele tem medo das pessoas que se submetem a autoridade de Cristo.
02. AUTORIDADE E PODER DELEGADOS À IGREJA
- A igreja como corpo, recebeu do Senhor Jesus, toda a autoridade e poder para 
se tornar uma igreja viva e vitoriosa.
2.1 - Autoridade sobre a natureza - Mat. 17:20; Mat. 20-21-22
- esse poder é manifestado através da oração. Ela se torna em realidade devido a 
autoridade que Cristo concedeu à igreja.
2.2 - Autoridade sobre os espíritos - Luc. 10:19; Mat. 10:8
- A luta profetizada pôr Jesus:
- Igreja x Portas do inferno
- "Portas do Hades" - Hades representa o deus que tinha autoridade sobre os 
mortos!
- Porta - representava a corte, o poder do reino do mundo inferior!
- Resumo: a igreja não pode morrer. Ela é eterna.
2.3 - A autoridade da igreja é maior do que o poder do Diabo
- Mar. 5:9; Luc. 8:30
- Jesus comandou o espírito que atormentava o jovem e o expulsou. A autoridade 
a nós foi delegada, força o diabo a nos obedecer.
2.4 - Autoridade sobre os pecados - Mat. 6:14; Jó 20:23; Tg. 5:14-15
Diferença entre: "pecado" e "pecados"
- A igreja pode perdoar os pecados (ofensas) cometidos contra ela. Mas, o 
pecado, provocado pela queda do homem, só através do sangue de Cristo.
2.5 - Autoridade para ligar e desligar - Mat. 18:18; Mat. 16:19; 1Cor. 5:3-5
- Para exercer esta autoridade a igreja precisa estar em perfeita sintonia com o 
Espírito Santo. Esta autoridade não é um exercício individual, e, sim, coletivo.
30
3.0 - CONTESTANDO A AUTORIDADE DELEGADA
- A nossa obediência deve ser praticada não em função da pessoa mas da 
autoridade nela investida. Não se obedece a homens, e, sim, à autoridade de 
Deus que está nesse homem.
- Obs. Watchamann Nee: "A maior das exigências que Deus faz ao homem não é 
a de carregar a cruz, servir, dar ofertas, ou negar-se a si mesmo. A maior das 
exigências é que ele obedeça" - 1 Sam. 15:22-23
- Obs. Os maiores castigos mencionados na Bíblia ocorreram em razão da 
desobediência à autoridade delegada pôr Deus.
3.1 - Queda do querubim da guarda - Ezequiel 28:13-17
3.2 - Queda de Adão e Eva - Gênesis 2 e 3
3.3 - Rebelião de Cão - Gênesis 9:20-27
3.4 - Rebelião de Nadabe e Abiú - Levítico 10:1-2
3.5 - Castigo de Arão e Miriã - Números 12
3.6 - Rebelião de Coré - Números 16
3.7 - A desobediência de Saul - 1 Samuel 15
3.8 - A insubmissão de Absalão - 2 Samuel 15
3.9 - A idolatria de Salomão - 1 Reis 11
3.10 - A transgressão de Uzias - 2 Crônicas 26:16
4.0 - AUTORIDADE E A LIDERENÇA DA IGREJA
- A igreja só crescerá quando todos os membros estiverem debaixo do autoridade 
de Deus delegada aos seus ministros.
1 Tes. 5:12-13; 1 Cor. 16:15-16; Heb. 13:17; Zac. 13:7
Parte IX
A IGREJA, CORPO DE CRISTO III
TEXTO: ROMANOS 12:1-2
 
PROPÓSITO: A maior necessidade do mundo, das pessoas, como também da 
igreja, é a necessidade de adaptação ao curso da História. Esta adaptação só se 
viabiliza mediante a disposição do mundo, das pessoas, e da igreja em se 
transformarem. Transformação é o segredo de um organismo vivo. 
Ilust. Leon Tolstói: "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em 
mudar-se a si mesmo".
1.1 - A comunicação se processa através de três elementos básicos:
a . Kerygma - mensagem
b. Koinonia - comunhão
c. Diakonia - serviço
1.2 - Encurtando as distâncias - João 13:12-17
A mensagem - Kerygna - não funciona isoladamente. Para que ela produza 
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resultados positivos, é necessário que o membro exercite a Koinonia e a Diakonia. 
0.2 - TRANSFORMANDO A NOSSA RELAÇÃO COM OS OUTROS MEMBROS
Este processo de transformação ocorre através da prática de quatro princípios 
bíblicos.
2.1 - Princípio da integração - 1 Cor. 12:15-16
- cada membro tem sua função. Um membro não deve aspirar o lugar do outro, 
quando isso ocorre todo o corpo é

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