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Questões de Filosofia do Direito

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QUESTÕES 
 
1. Em sua Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma "técnica social específica". 
Segundo o filósofo, na obra O que é justiça?, "esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social 
designada como 'Direito' tenta ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como 
desejável, provendo atos coercitivos como sanções no caso da conduta oposta". Tal concepção corres-
ponde à definição kelseniana do Direito como: 
 
A) uma ordem estatal facultativa. 
B) uma ordem axiológica que vincula a interioridade. 
C) um veículo de transformação social. 
D) uma ordem coercitiva. 
E) uma positivação da justiça natural. 
 
2. Na perspectiva da Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen, é possível distinguir uma “jurisprudência” que 
trata da validade do Direito de outra que considera a eficácia do Direito. Para o pensador, estas jurispru-
dências “andam lado a lado” e “nenhuma é capaz de substituir a outra, porque cada uma trata de proble-
mas diferentes”. Daí a Teoria Pura do Direito insistir em distingui-las claramente. Segundo a nomenclatura 
que lhes é atribuída por Kelsen, na obra O que é justiça?, elas podem ser chamadas, respectivamente, de: 
 
A) jurisprudência validativa e jurisprudência eficiente. 
B) jurisprudência sociológica e jurisprudência normativa. 
C) jurisprudência eficiente e jurisprudência validativa. 
D) jurisprudência normativa e jurisprudência sociológica. 
E) jurisprudência normativa e jurisprudência eficiente. 
 
3. Hans Kelsen afrmou que a teoria pura do direito é uma teoria geral do direito positivo. Para ele, o Direito 
é “uma ordem normativa da conduta humana, ou seja, um sistema de normas que regulam o comporta- 
mento humano”. 
Com o termo norma, Kelsen buscou signifcar algo que “deve ser ou acontecer, especialmente que um 
homem se deve conduzir de determinada maneira” 
 
Na obra Teoria Pura do Direito , que leva o mesmo nome da teoria de Kelsen, o autor afrma que essa teoria 
pura busca única e exclusivamente conhecer o seu próprio objeto, ou seja: 
 
A) o que é e como é o Direito. 
B) como deve ser o Direito. 
C) como deve ser feito o Direito. 
D) como deve ser feita a política do Direito. 
E) como ocorre a relação entre o Direito e as demais áreas do saber. 
 
4. "Na fase madura de seu pensamento, a substituição da lei pela convicção comum do povo (Volksgeist) 
como fonte originária do direito relega a segundo plano a sistemática lógico-dedutiva, sobrepondo-lhe a 
sensação (Empfindung) e a intuição (Anschauung) imediatas. Savigny enfatiza o relacionamento primário 
da intuição do jurídico não à regra genérica e abstrata, mas aos 'institutos de direito' (Rechtsinstitute), que 
expressam 'relações vitais' (Lebensverhältnisse) típicas e concretas". 
 
Esta caracterização, realizada por Tercio Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito, corres-
ponde a aspectos essenciais da seguinte escola filosófico-jurídica: 
 
A) Normativismo. 
B) Positivismo jurídico. 
C) Jusnaturalismo. 
D) Historicismo Jurídico. 
E) Realismo Jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Muitas têm sido as explicações das causas históricas para a origem da filosofia na Jônia. Alguns con-
sideram que as navegações e as transformações técnicas tiveram o poder de desencantar o mundo e for-
çar o surgimento de explicações racionais sobre a realidade. Outros enfatizam a invenção do calendário 
(tempo abstrato), da moeda (signo abstrato para a ação de troca) e da escrita alfabética (transcrição abs-
trata da palavra e do pensamento), que teriam propiciado o desenvolvimento da capacidade de abstração 
dos gregos, abrindo caminho para a filosofia. 
 
Idem, ibidem Tendo como referência inicial o texto acima, julgue o item a seguir. 
 
A formação da pólis, a cidade-Estado, é a principal determinação histórica para o nascimento da filosofia. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
6. Ao comentar a doutrina aristotélica da justiça, Tercio Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra Estudos de 
Filosofia do Direito, indica aquele que seria o "preceito básico do direito justo, pois só por meio dele a 
justiça se revelaria em sua atualidade plena". 
 
Este preceito, que também pode ser definido como "uma feliz retificação do justo estritamente legal" ou 
ainda "o justo na concretude", é denominado: 
 
A) dignidade. 
B) vontade. 
C) equidade. 
D) piedade. 
E) liberdade. 
 
7. Considerando os conceitos de direito e de moral, assinale a opção correta à luz da filosofia do direito. 
 
A) Kant desenvolveu a teoria do mínimo ético, segundo a qual o direito representa todo o conteúdo moral obriga-
tório para que a sociedade possa sobreviver minimamente. 
B) Hans Kelsen formulou a teoria da bilateralidade atributiva, asseverando que a moral não se distingue do direito, 
mas o complementa por meio da bilateralidade ou intersubjetividade. 
C) Christian Thomasius propôs a distinção entre o direito e a moral, sob a inspiração pufendorfiana, com base na 
ideia de coação. 
D) Thomas Hobbes desenvolveu a teoria da atributividade, segundo a qual direito e moral estão inter-
relacionados, tendo ambos origem no direito natural. 
E) Max Scheler preconizava uma espécie de moral pura, condição para a existência de um comportamento que, 
guiado pelo direito e pela ética, não muda segundo as circunstâncias. 
 
8. A respeito da filosofia antiga, julgue o próximo item. 
 
De acordo com os sofistas, o direito natural não se fundava na natureza racional do homem, mas, sim, na sua 
natureza passional, instintiva e animal. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
9. Assinale a opção correta à luz da filosofia do direito. 
 
A) Consoante as ideias de Binding, há, no direito, sanção exterior necessária a atingir seu objetivo, sendo o direito 
a moral imposta pelo poder. 
B) Piaget preocupou-se em demonstrar a heteronomia tanto da norma moral quanto da norma jurídica, bem como 
o fato de ambas, em suas origens, pressuporem uma autoridade, passando a norma moral, gradualmente, da 
heteronomia para uma autonomia relativa. 
C) Segundo Ripert, diferentemente do que se verifica na regra jurídica, na regra moral há coercibilidade. 
D) De acordo com a teoria formulada por Windscheid, a moral implica a ideia de humanidade e de mitigação, e o 
direito, a realização da positivação das normas. 
E) Segundo Rudolf Stammler, as normas jurídicas ou éticas sujeitam-se à violação, o que não ocorre com a lei em 
sentido científico. 
 
 
 
 
 
 
 
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10. A contribuição da Filosofia para o exercício do ser Defensor Público que somente se realiza sendo 
Defensor Público, é: 
 
A) A Filosofia contribui na medida em que é, unilateralmente, visão de mundo e da Ciência, confere ao Defensor 
Público uma visão peculiarmente distante e abrangente das partes. 
B) A Filosofia torna livre no Defensor o seu Ser, a necessidade interna de resgate de sua essência mais própria, 
de modo a conferir a essa essência a sua dignidade de ser Defensor Público. 
C) A Filosofia é o pensar do pensar descompromissado, ainda que eventualmente, possa alcançar qualquer utili-
dade prática ou teórica para a função de Defensor Público. 
D) A Filosofia é a visão panorâmica e histórica dos filósofos e a partir daí, a escolha de uma delas para filtragem 
do olhar e elaboração de teses de defesa. 
E) A Filosofia é erudição, conhecimentos abrangentes sobre a vida, conferindo ao Defensor Público experiência 
na solução de problemas e desafios do cotidiano forense. 
 
11. Conhecemos pouco dos sofistas. Em primeiro lugar, porque, com exceção de um sofista tar-
dio,Isócrates, de quem temos as obras, não possuímos senão fragmentos dos dois principais sofistas: 
Protágoras de Abdera e Górgias de Leontini. Em segundo, porque os testemunhos recolhidos pela doxo-
grafia foram escritos por seus inimigos — Tucídides, Aristófanes, Xenofonte, Platão e Aristóteles —, que 
nos deixaram relatos altamente
desfavoráveis nos quais o sofista aparece como impostor, mentiroso e 
demagogo. Esses qualificativos acompanharam os sofistas durante séculos e a palavra sofista era empre-
gada sempre com sentido pejorativo. 
 
Marilena Chaui. Introdução à história da filosofia – dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Cia. das 
Letras, 2002 (com adaptações). 
 
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem. 
 
Desde o final do século XIX, tem-se observado uma reabilitação da sofística. Historiadores da filosofia, a partir de 
então, consideram os sofistas fundadores da pedagogia democrática mestres da arte da educação do cidadão. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
12. Pontes de Miranda buscou a construção de uma ciência positiva do direito que se vinculasse ao mun-
do real dos fatos. Para ele, ela é entendida como a “sistematização dos conhecimentos positivos das rela-
ções sociais, 
como função do desenvolvimento geral das investigações científcas em todos os ramos do saber”. 
 
Em sua obra Sistema de Ciência Positiva do Direito , o pensador divide a ciência do direito em: 
 
A) prática, empírica e técnica. 
B) teorética, histórica e técnica. 
C) teorética, empírica e metodológica. 
D) teorética, abstrata e metodológica. 
E) prática, histórica e metodológica. 
 
13. Tércio Sampaio Ferraz Júnior analisa o fenômeno jurídico de maneira sistêmica. Para ele, a ciência do 
direito deve ser percebida como um pensamento tecnológico que dogmatiza os pontos de partida e pro-
blematiza a sua aplicabilidade na solução dos confitos. A ciência jurídica, por conseguinte, contém ques-
tões dogmáticas e zetéticas. Nesse sentido, quando Ferraz Junior afrma que o direito, como objeto, com-
porta a investigação fIlosófIca, metodológica e lógica - formal das normas, ele entende que, “desse ponto 
de vista, o teórico se ocupa com os pressupostos últimos e condicionantes bem como com a crítica dos 
fundamentos formais e materiais do fenômeno jurídico e do seu conhecimento”. 
 
Essa defnição, encontrada no livro Introdução ao estudo do direito , é classifcada pelo autor como: 
 
A) zetética analítica pura. 
B) zetética analítica aplicada. 
C) zetética empírica aplicada. 
 
 
 
 
 
 
 
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D) zetética empírica analítica. 
E) zetética empírica pura. 
 
14. Norberto Bobbio afrma que a teoria do ordena- mento jurídico “constitui uma integração da teoria da 
norma jurídica”. Em livro nomeado Teoria do ordenamento jurídico, ele afrmou que não lhe foi possível 
defnir o Direito do ponto de vista da norma jurídica considerada de maneira isolada. Segundo ele, importa 
alargar o “horizonte para a consideração do modelo pelo qual uma determinada norma se torna efcaz a 
partir de uma complexa organização que determina a natureza e a entidade das sanções, as pessoas que 
devam exercê - las e a sua execução”. Para Bobbio, essa organização complexa é o produto de um orde-
namento jurídico e, a partir deste, o Direito pode ser defnido. Isso porque, conforme o autor, o problema 
da defnição do Direito é localizado na teoria do ordenamento jurídico, não na teoria da norma. 
O pensador apresentou essa conclusão baseado na ideia de organização do sistema normativo, extraída 
da noção de sanção jurídica. 
 
Segundo Bobbio, a sanção jurídica é aquela cuja execução é garantida por uma sanção: 
 
A) interna e não - institucionalizada. 
B) interna e institucionalizada. 
C) externa e institucionalizada. 
D) externa e não - institucionalidade. 
E) processual e não - institucionalizada. 
 
15. "Esse princípio tem, nas regras de Direito, uma função análoga a que tem o princípio da causalidade 
nas leis naturais por meio das quais a ciência natural descreve a natureza. 
Uma regra de direito, por exemplo, é a afirmação de que, se um homem cometeu um crime, uma punição 
deve ser infligida a ele, ou a afirmação de que, se um homem não paga uma dívida contraída por ele, uma 
execução civil deve ser dirigida contra sua propriedade. Formulando de um modo mais geral: se um delito 
for cometido, uma sanção deve ser executada". 
 
No trecho reproduzido acima, em sua obra O que é justiça?, Hans Kelsen refere-se ao princípio: 
 
A) do monismo metodológico. 
B) da imperatividade do direito. 
C) da validade. 
D) da eficácia. 
E) da imputação. 
 
16. Na obra A Ciência do Direito, o jurista Tercio Sampaio Ferraz Júnior desenvolve uma análise que o 
conduz a concluir que o problema central da Ciência do Direito é a decidibilidade. 
 
Assim, ao envolver uma questão de decidibilidade, essa Ciência manifesta-se, para o autor, como pensa-
mento: 
 
A) tecnocrata. 
B) teleológico. 
C) fenomenológico. 
D) tecnológico. 
E) demonstrativo. 
 
17. A Ciência do Direito (...), se de um lado quebra o elo entre jurisprudência e procedimento dogmático 
fundado na autoridade dos textos romanos, não rompe, de outro, com o caráter dogmático, que tentou 
aperfeiçoar, ao dar-lhe a qualidade de sistema, que se constrói a partir de premissas cuja validade repousa 
na sua generalidade racional. A teoria jurídica passa a ser um construído sistemático da razão e, em nome 
da própria razão, um instrumento de crítica da realidade”. 
 
Esta caracterização, realizada por Tercio Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito, evoca 
elementos essenciais do: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) jusnaturalismo moderno. 
B) historicismo. 
C) realismo crítico. 
D) positivismo jurídico. 
E) humanismo renascentista. 
 
18. Em sua teoria do ordenamento jurídico, Norberto Bobbio estuda os aspectos da unidade, da coerência 
e da completude do ordenamento. Relativamente ao aspecto da coerência do ordenamento jurídico, “a 
siatuação de normas incompatíveis entre si” refere-se ao problema: 
 
A) Das lacunas; 
B) Da incompletude; 
C) Das antinomias; 
D) Da analogia; 
E) Do espaço jurídico vazio. 
 
19. Na classificação das normas jurídicas proposta por Norberto Bobbio, em sua obra Teoria da Norma 
Jurídica, encontra-se a distinção formal entre a norma “que estabelece que uma determinada ação deve 
ser cumprida quando se verifica uma certa condição” e a norma “que estabelece que uma determinada 
ação deve ser cumprida”. Estas normas são chamadas, respectivamente: 
 
A) Norma indefinida e norma definida; 
B) Norma categórica e norma eficaz. 
C) Norma hipotética e norma categórica 
D) Norma indefinida e norma hipotética 
E) Norma categórica e norma hipotética 
 
20. Na obra, O que é justiça?, ao discorrer sobre a justiça como um problema de justificação do compor-
tamento humano, Hans Kelsen afirma: “(...) não é de admirar que as inúmeras teorias de justiça apresen-
tadas desde tempos imemoriais até os dias de hoje se deixem reduzir facilmente a dois tipos básicos”. 
 
Estes dois tipos básicos são denominados pelo autor: 
 
A) intuitivo-indutivo e racional-dedutivo. 
B) científico-racional e emotivo-cognitivo. 
C) metafísico-religioso e pseudo-racionalista. 
D) idealista-jusnaturalista e realista-positivista. 
E) lógico-dedutivo e axiológico-valorativo. 
 
 
21. Segundo Norberto Bobbio, na obra Teoria do Ordenamento Jurídico, em cada grau normativo dos or-
denamentos estatais modernos encontra-se “normas destinadas a regular a produção de outras normas” 
e “normas dirigidas diretamente a regular a conduta das pessoas”. O autor denomina estas normas, res-
pectivamente, 
 
A) normas de produção e normas de conduta. 
B) normas de conduta e normas de estrutura. 
C) normas de estrutura e normas de interação. 
D) normas de produção e normas de interação. 
E) normas de estrutura e normas de conduta. 
 
22. Considere as seguintes afirmações sobre a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen: 
 
I. A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas criadas por atos de seres humanos. 
II. A Teoria Pura do Direito, assumindo o sincretismo metodológico, pretende ser a única ciência do Direito possí-
vel ou legítima. 
III. A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise
estrutural do Direito positivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Está correto APENAS o que se afirma em: 
 
A) I e III. 
B) I. 
C) II. 
D) III. 
E) I e II. 
 
23. Na obra O que é justiça?, Hans Kelsen explicita que sua Teoria Pura do Direito formula a regra de Direi-
to (usando o termo em sentido descritivo) como um juízo: 
 
A) hipotético em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
B) categórico em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
C) hipotético em que a sanção surge como condição essencial e o delito como a consequência. 
D) hipotético em que a moral surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
E) categórico em que a sanção surge como condição essencial e o delito como a consequência. 
 
24. Ao discorrer sobre o conceito de norma, no livro A ciência do direito, Tércio Sampaio Ferraz Júnior 
aborda a chamada “Teoria Imperativista da norma”, que possui Rudolf von Jhering como um de seus prin-
cipais representantes. As análises do autor sobre esta Teoria explicitam que o seu centro nuclear é a no-
ção de: 
 
A) normatividade. 
B) verificação. 
C) vontade. 
D) falsificação. 
E) verdade. 
 
25. Ao analisar o tema da pluralidade dos ordenamentos, na obra Teoria da norma jurídica, Norberto Bob-
bio enfatiza que a teoria institucionalista: 
 
A) reafirma que o Estado e as suas instituições detém exclusividade na produção do direito. 
B) sustenta que o Estado é a única instituição que estabelece o direito. 
C) rompe com a teoria estatalista, pois rejeita a redução do direito a uma forma estatal de expressão. 
D) confunde-se com a teoria estatalista, pois enxerga no Estado a única instituição que cria o direito. 
E) considera o Estado moderno como a instituição que detém o monopólio da produção jurídica. 
 
26. Considerando concepções teóricas do empirismo e do racionalismo, julgue os itens que se seguem. 
 
I. Segundo o racionalismo, todo e qualquer conhecimento é embasado na experiência e só é válido quando verifi-
cado por fatos metodicamente observados. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
II. Segundo John Stuart Mill, o conhecimento matemático é fundamentado na experiência e a indução é o único 
método científico. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
27. Um argumento correto quanto à doutrina da norma para Hans Kelsen é: 
 
A) Para Kelsen as normas jurídicas são juízos, isto é, enunciados sobre um objeto dado ao conhecimento. São 
apenas comandos do ser. 
B) Para Kelsen, na Teoria Pura do Direito, norma é o sentido de um ato através do qual uma conduta é prescrita, 
permitida ou, especialmente, facultada, no sentido de adjudicada à competência de alguém. 
C) Kelsen não reconhece a distinção entre normas jurídicas e proposições normativas; 
D) Para Kelsen a norma que confere validade a todo o sistema jurídico ou conjunto de normas é a norma funda-
mental que se confunde com a Constituição, já que ambas são postas e impostas. 
 
 
 
 
 
 
 
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E) Segundo Mata Machado, Kelsen, enquanto jusnaturalista, reduz o direito à norma, mas desenvolve a noção de 
direito objetivo enquanto coisa devida e a de justiça como Direito Natural. 
 
28. Considere a seguinte afirmação de Herbert L. A. Hart: 
 
"Seja qual for o processo escolhido, precedente ou legislação, para a comunicação de padrões de com-
portamentos, estes, não obstante a facilidade com que atuam sobre a grande massa dos casos correntes, 
revelar-se-ão como indeterminados em certo ponto em que a sua aplicação este em questão" (HART, Her-
bert. O Conceito de Direito. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1986, p. 141). 
 
Hart admite um grau de indeterminação nos padrões de comportamento previstos na legislação e nos pre-
cedentes judiciais. A respeito, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Trata-se do fenômeno chamado na doutrina jurídica de lacuna material do direito, em que o jurista não conse-
gue dar uma resposta com base no próprio direito positivo para uma situação juridicamente relevante. 
B) Trata-se da textura aberta do direito, expressa por meio de regras gerais de conduta, que deve ganhar um sen-
tido específico dado pela autoridade competente, à luz do caso concreto. 
C) Trata-se da incompletude do ordenamento jurídico que, por isso mesmo, deve recorrer aos princípios gerais do 
direito, a fim de promover uma integração do direito positivo. 
D) Trata-se do fenômeno denominado de anomia social pelos sociólogos do direito, em que existe um vácuo de 
normas jurídicas e a impossibilidade real de regulação de conflitos juridicamente relevantes. 
 
29. O utilitarismo é uma filosofia moderna que conquistou muitos adeptos nos séculos XIX e XX, inclusive 
no pensamento jurídico. As principais características do utilitarismo são: 
 
A) convencionalismo, consequencionalismo e antifundacionalismo. 
B) consequencionalismo, transcendentalismo e fundacionalismo. 
C) convencionalismo, materialismo e fatalismo. 
D) mecanicismo, fatalismo e antifundacionalismo. 
 
30. A Revolução Francesa e o Iluminismo legou à Filosofia do Direito grandes contribuições. Assinale 
abaixo a alternativa que detalha alguma destas contribuições: 
 
A) os costumes são considerados como a principal fonte do direito; o método histórico é defendido como um novo 
método de interpretação; 
B) a jurisdição e a doutrina são consideradas as principais fontes do direito; o objetivo da interpretação jurídica é 
descobrir a vontade psicológica do legislador; 
C) sustenta-se a tese de que deve haver um direito local, próprio de cada localidade; a lei é alçada à condição de 
principal fonte do direito; 
D) defende a tese de um Direito Nacional, um direito único para toda nação; o Código de Napoleão não possui 
lacunas. 
 
31. Na obra "O que é justiça?", Hans Kelsen explicita que sua Teoria Pura do Direito formula a regra de 
Direito (usando o termo em sentido descritivo) como um juízo: 
 
A) hipotético em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
B) categórico em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
C) hipotético em que a sanção surge como condição essencial e o delito como a consequência. 
D) hipotético em que a moral surge como condição essencial e a sanção como a consequência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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32. Em sua Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma "técnica social específica". 
Segundo o filósofo, na obra O que é justiça?, "esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social 
designada como 'Direito' tenta ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como 
desejável, provendo atos coercitivos como sanções no caso da conduta oposta". Tal concepção corres-
ponde à definição kelseniana do Direito como: 
 
A) uma ordem estatal facultativa. 
B) uma ordem axiológica que vincula a interioridade. 
C) um veículo de transformação social. 
D) uma ordem coercitiva. 
 
33. Na obra A Ciência do Direito, o jurista Tercio Sampaio Ferraz Júnior desenvolve uma análise que o 
conduz a concluir que o problema central da Ciência do Direito é a decidibilidade. Assim, ao envolver uma 
questão de decidibilidade, essa Ciência manifesta-se, para o autor, como pensamento: 
 
A) tecnocrata. 
B) teleológico. 
C) fenomenológico. 
D) tecnológico. 
 
34. "Na fase madura de seu pensamento, a substituição da lei pela convicção comum do povo (Volksgeist) 
como fonte originária do direito relega a segundo plano a sistemática lógico-dedutiva, sobrepondo-lhe a 
sensação (Empfindung) e a intuição (Anschauung) imediatas. Savigny enfatiza o relacionamento primário 
da intuição do jurídico não à regra genérica e abstrata, mas aos 'institutos de direito' (Rechtsinstitute), que 
expressam 'relações vitais' (Lebensverhältnisse) típicas e concretas". 
 
Esta caracterização, realizada por Tercio Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito, corres-
ponde a aspectos essenciais da seguinte escola filosófico-jurídica:
A) Normativismo. 
B) Positivismo jurídico. 
C) Jusnaturalismo. 
D) Historicismo Jurídico. 
 
35. “Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a cujo cum-
primento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de virtude) 
fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude 
não são, consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela diferença em sua 
legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei”. 
 
Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e a moral. A esse res-
peito, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O direito e a moral são idênticos, tanto na forma como no conteúdo prescritivo. Assim, toda ação contrária à 
moralidade das normas jurídicas é também uma violação da ordem jurídica. 
B) A conduta moral refere-se à vontade interna do sujeito, enquanto o direito é imposto por uma ação exterior e 
se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razões da obediência do sujeito não sejam morais. 
C) A coerção, tanto no direito quanto na moral, é um elemento determinante. É na possibilidade de impor-se pela 
força, independentemente da vontade, que o direito e a moral regulam a liberdade. 
D) Direito e moral são absolutamente distintos. 
Consequentemente, cumprir a lei, ainda que espontaneamente, não é demonstração de virtude moral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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36. A hermenêutica aplicada ao direito formula diversos modos de interpretação das leis. A interpretação 
que leva em consideração principalmente os objetivos para os quais um diploma legal foi criado é chama-
da de: 
 
A) interpretação restritiva, por levar em conta apenas os objetivos da lei, ignorando sua estrutura gramatical. 
B) interpretação extensiva, por aumentar o conteúdo de significado das sentenças com seus objetivos historica-
mente determinados. 
C) interpretação autêntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar autenticidade à interpretação. 
D) interpretação teleológica, pois o sentido da lei deve ser considerado à luz de seus objetivos. 
 
37. Considere a seguinte afirmação de Aristóteles: 
 
“Temos pois definido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é evidente que a ação jus-
ta é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da injustiça; pois um deles é ter demais e o outro 
é ter demasiado pouco.” (Aristóteles. Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 
1973, p.329.) 
 
De efeito, é correto concluir que para Aristóteles a justiça deve sempre ser entendida como: 
 
A) produto da legalidade, pois o homem probo é o homem justo. 
B) espécie de meio termo. 
C) relação de igualdade aritmética. 
D) ação natural imutável. 
 
38. Boa parte da doutrina jusfilosófica contemporânea associa a ideia de Direito ao conceito de razão prá-
tica ou sabedoria prática. Assinale a alternativa que apresenta o conceito correto de razão prática. 
 
A) Uma forma de conhecimento científico (episteme) capaz de distinguir entre o verdadeiro e o falso. 
B) Uma técnica (techne) capaz de produzir resultados universalmente corretos e desejados. 
C) A manifestação de uma opinião (doxa) qualificada ou ponto de vista específico de um agente diante de um 
tema específico. 
D) A capacidade de bem deliberar (phronesis) a respeito de bens ou questões humanas. 
 
39. Acerca das espécies e métodos clássicos de interpretação adotados pela hermenêutica jurídica, assi-
nale a opção correta. 
 
A) A interpretação autêntica pressupõe que o sentido da norma é o fixado pelos operadores do direito, por meio 
da doutrina e jurisprudência. 
B) A interpretação lógica se caracteriza por pressupor que a ordem das palavras e o modo como elas estão co-
nectadas são essenciais para se alcançar a significação da norma. 
C) A interpretação sistemática se caracteriza por pressupor que qualquer preceito normativo deverá ser interpre-
tado em harmonia com as diretrizes gerais do sistema, preservando-se a coerência do ordenamento. 
D) A interpretação histórica se caracteriza pelo fato de que o significado da norma deve atender às características 
sociais do período histórico em que é aplicada. 
E) A interpretação axiológica pressupõe uma unidade objetiva de fins determinados por valores que coordenam o 
ordenamento, assim legitimando a aplicação da norma. 
 
40. Considerando que teorias relativas aos princípios jurídicos sugerem que regras e princípios seriam 
espécies de normas jurídicas, assinale a opção congruente com essa idéia. 
 
A) As regras estabelecem o dever-ser mediante a imposição de deveres, proibições e permissões; diferentemente, 
os princípios atuam tão-somente com função hermenêutica, para possibilitar a escolha das regras que melhor se 
conformem ao caso concreto. 
B) O conteúdo das regras caracteriza-se por expressar determinações obrigatórias mais completas e precisas; 
diferentemente, o conteúdo dos princípios se apresenta com maior abstração e generalidade, afetando significati-
vamente o modo de sua implementação. 
C) As regras restringem-se a regulamentar condutas em casos concretos; diferentemente, os princípios precipua-
mente estruturam o sistema jurídico, o que lhes confere caráter hierárquico superior às regras. 
 
 
 
 
 
 
 
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D) As regras são fundamentadas pelos princípios, sendo destes deduzidas; diferentemente, os princípios só po-
dem ser revelados pelas regras, extraindo-se indutivamente de suas aplicações particulares os princípios implíci-
tos ou explícitos no ordenamento jurídico. 
E) As regras podem estar em oposição tanto a princípios quanto a outras regras, conflito este que causará ou sua 
validade, ou sua invalidade; diferentemente, os princípios só podem estar em oposição a outros princípios, conflito 
que só poderá se resolver pela técnica da ponderação. 
 
41. Considerando as alusões à eqüidade pelo ordenamento jurídico brasileiro, revela-se importante identi-
ficar a posição dessa figura em face do quadro das fontes do direito. A respeito dessa relação, é correto 
afirmar que a equidade: 
 
A) não se revela como fonte do direito, pois a autorização de seu emprego apenas permite ao juiz criar normas 
para o caso concreto com base em preceitos de justiça. 
B) não se revela como fonte do direito, pois a autorização de seu emprego apenas permite ao juiz aplicar ao caso 
concreto normas gerais de justiça previamente positivadas no ordenamento. 
C) não se revela como fonte do direito, pois a autorização de seu emprego apenas permite ao juiz buscar uma 
melhor compreensão hermenêutica das normas particulares que se aplicam ao caso concreto. 
D) se revela como fonte do direito, pois ela se compõe de um conjunto de valores e normas preexistentes ao or-
denamento positivo, os quais incidirão sempre que autorizadas por este. 
E) se revela como fonte do direito, pois ela prescreve parâmetros para a decisão judicial que não se apóiam nas 
normas positivadas no ordenamento. 
 
42. Podem-se encontrar diversos argumentos para justificar a aplicação da analogia no direito, entre os 
quais a busca pela vontade do legislador ou a imperiosa aplicação da igualdade jurídica, demandando-se 
soluções semelhantes para casos semelhantes. Com referência a essa aplicação, é correto afirmar que: 
 
A) a analogia tem como principal função descobrir o sentido e o alcance das normas jurídicas. 
B) a analogia legis se caracteriza por recorrer à síntese de um complexo de princípios jurídicos. 
C) a analogia juris ocorre quando se formula regra nova, semelhante a outra já existente. 
D) a analogia pressupõe que casos análogos sejam estabelecidos em face de normas análogas, mas não díspa-
res. 
E) a analogia afasta a criação de regra nova, mas exige interpretação extensiva de regras já existentes. 
 
43. Um postulado fundamental à teoria do ordenamento jurídico propõe que o direito
seja considerado 
como um conjunto que forma entidade distinta dos elementos que o compõem, em razão de sua unidade, 
coerência e completude. Com base nessa ordem de idéias, assinale a opção correta. 
 
A) A idéia de que o direito se organiza em um ordenamento jurídico remonta à época justiniana do direito romano, 
que, no corpus juris civilis, propôs um sistema completo de direito formado pelas Constituitiones, Digesto, Institu-
tas e Codex. 
B) É essencial, para que o direito seja coerente e completo, que suas normas decorram de uma única fonte ou 
origem primária, capaz de solucionar definitivamente questões sobre a identificação de todas as normas jurídicas. 
C) A unidade é uma característica exclusiva do positivismo jurídico, já que este propõe uma igualdade mínima 
quanto ao conteúdo substancial das normas, por compartilharem valores que assim as unificam como sistema. 
D) A idéia de coerência do sistema jurídico é concebida pela negação de que nele possam permanecer antinomi-
as entre normas de igual ou diferente hierarquia, afirmando que duas normas antinômicas não poderão ser simul-
taneamente válidas. 
E) O ordenamento jurídico é completo porque, ainda que se verifiquem lacunas normativas, ele oferece um con-
junto de fontes primárias e secundárias de direito capazes de produzir as normas necessárias para preenchê-las. 
 
44. No sistema da common law, em que os costumes e os precedentes judiciais são as principais fontes 
do direito, é correto afirmar que, mesmo nesse sistema, tem-se o predomínio das fontes de direito de natu-
reza estatal? 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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45. Muitas têm sido as explicações das causas históricas para a origem da filosofia na Jônia. Alguns con-
sideram que as navegações e as transformações técnicas tiveram o poder de desencantar o mundo e for-
çar o surgimento de explicações racionais sobre a realidade. Outros enfatizam a invenção do calendário 
(tempo abstrato), da moeda (signo abstrato para a ação de troca) e da escrita alfabética (transcrição abs-
trata da palavra e do pensamento), que teriam propiciado o desenvolvimento da capacidade de abstração 
dos gregos, abrindo caminho para a filosofia.Tendo como referência inicial o texto acima, julgue o item a 
seguir. 
 
A formação da pólis, a cidade-Estado, é a principal determinação histórica para o nascimento da filosofia. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
46. Qual é a classificação de normas jurídicas proposta por Herbert Hart? 
 
A) normas de primeiro grau e de segundo grau; 
B) normas primária e secundária; 
C) normas de interpretação e de conduta; 
D) normas de reconhecimento, de modificação e de julgamento. 
E) norma hipotética e norma categórica. 
 
47. Sobre a crise da razão, analise as afirmativas, marcando com V as verdadeiras e com F, as falsas. 
 
( ) A crise da razão é também uma crise da subjetividade. 
( ) A Filosofia dos frankfurtianos não se insere no contexto da crise da razão. 
( ) A descrença na razão iluminista é um dos pilares da crise da razão ocidental. 
( ) A Fenomenologia é uma filosofia gestada no contexto da crise da razão ocidental. 
( ) O pensamento de Foucault não se insere no contexto da crise da razão ocidental. 
 
Após análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a: 
 
A) V V F F F 
B) F V F V F 
C) V F V V F 
D) F F V F V 
E) V F V F F 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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