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DPOC Doença pulmonar obstrutiva crônica · Se caracteriza por limitação crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível. · Frequentemente progressiva e associada à resposta inflamatória anormal dos pulmões devido a inalação de partículas ou gases nocivos. Essa piora irá ocorrer progressivamente mesmo que o indivíduo não se exponha mais aos fatores de risco. · Totalmente reversível. Considerada uma morbidade que pode ser prevenida e tratada. · As alterações não se restringem ao trato respiratório, pode ocorrer efeitos sistêmicos – como baixo índice de massa corporal e repercussões na musculatura esquelética. · Pacientes com DPOC tem maior prevalência de IAM, angina, osteoporose, diabetes, infecções respiratórias, glaucoma, distúrbios do sono e neoplasia pulmonar. · Incidência maior em homens – provavelmente pq homem fuma mais ... -- e seus riscos aumentam com a idade. Fisiopatologia · A doença começa com Fatores Pessoais + Fatores Ambientais: · Alterações genéticas (principal: deficiência de alfa-1-antitripsina); · Hiperresponsividade brônquica; · Desnutrição; · Prematuridade; · Redução do crescimento pulmonar durante gestação e infância; · Tabagismo; · Exposição à poeira ocupacional, irritantes químicos, poluição; · Infecções respiratórias graves na infância. · Na DPOC vai ocorrer inflamação crônica das vias aéreas centrais e periféricas, parênquima e vasos pulmonares em resposta à inalação de partículas e gases e resulta em acúmulo de macrófagos, neutrófilos e linfócitos. · Após ativação das células inflamatórias há liberação de vários mediadores (leucotrieno B4, interleucina 8, TNF-alfa, etc...) que lesam a estrutura do pulmão (levando ao enfisema) e mantêm a inflamação neutrofílica. Isso provoca um ciclo de destruição e reparação. · Outra alteração é do equilíbrio entre proteínas (predomínio) e antiproteinases nos pulmões + estresse oxidativo Principal mecanismo de destruição do parênquima pulmonar! · A destruição envolve primeiro as regiões superiores e, com a evolução da doença, todo o pulmão. · A falha no mecanismo de bloqueio das proteases permite maior lesão broncopulmonar. · Nas vias aéreas centrais ocorre infiltração de células inflamatórias no epitélio, hipertrofia e hiperplasia de glândulas mucosas, com hipersecreção de muco – típica de bronquite crônica –, e redução do número de cílios. · Nas vias aéreas periféricas haverá ciclos repetidos de lesão e reparo das paredes, isso provoca remodelagem estrutural por conta da deposição do colágeno e formação de tecido cicatricial. Além de aumento da musculatura lisa o que reduz lúmen obstrução fixa. · Na vasculatura pulmonar, ocorre o espessamento da íntima + hipertrofia da musculatura lisa + infiltração de células inflamatórias + colágeno na parede dos vasos. Isso ocorre precocemente na história da doença. · O que causa, então, a obstrução na DPOC? · Espessamento da parede brônquica; · Fibrose peribronquiolar; · Aumento do muco intraluminal; · Alteração das pequenas vias aéreas; · Perda de retração elástica pulmonar; · Perda dos pontos de fixação das vias terminais aos alvéolos.EF = enfisema SI = septo interalveolar · E o que essas alterações provocam? · Hipersecreção de muco + disfunção ciliar o que leva a tosse e expectoração crônica. · Obstrução fixa + aumento da resistência nas vias aéreas Limitação de fluxo aéreo avalia na espirometria, que será um ponto fundamental para diagnóstico. · Quadros mais avançados: Obstrução de vias periféricas + destruição do parênquima + alterações vasculares Redução da capacidade pulmonar para trocas gasosas hipoxemia hipercapnia. · Hipertensão pulmonar (principal complicação cardiovascular) + cor pulmonale se desenvolvem tardiamente e pioram o prognóstico. · Infecções virais ou bacterianas, exposição ao meio ou alguma outra causa externa pode provocam frequentemente a exacerbação da DPOC. · As infecções agravam a inflamação e pioram o padrão respiratório por maior redução do fluxo aéreo, represamento de ar intrapulmonar, hiperinsuflação e, eventualmente, hipoxemia. · Pneumonia, TEP e ICC podem mimetiza ou agravar a exacerbação. · A presença de comorbidades é comum e pode impactar a qualidade de vida e sobrevida. · Considera-se que os mediadores inflamatórios circulantes contribuem para perda de massa muscular e caquexia, além de desencadear comorbidades como insuficiência coronariana, ICC, osteoporose, anemia, diabetes, síndrome metabólica e depressão. Quadro clínico · Anamnese e exame físico têm pouca capacidade de predizer as alterações obstrutivas, uma vez que as manifestações clinicas geralmente acontecem quando a função já está bastante comprometida. · O paciente vai apresentar inicialmente tosse e expetoração crônica – frequentemente precedem muitos anos o desenvolvimento. · A tosse começa intermitente e passa a acontecer todo dia. · Depois, ele irá desenvolver dispneia – sintoma que muitas vezes leva ao médico – que começa progressivamente aos esforços até durante ao repouso. · Classificação na escala do Medical Research Council (MRC): · 0 – Exercícios extenuantes; · 1 – Dispneia com escadas e ladeiras; · 2 – Anda mais lentamente que pessoas da mesma faixa etária ou para mesmo andando no próprio passo; · 3 – Precisa parar a cada 100m ou poucos minutos de caminhada no plano; · 4 – Para atividades diárias como vestir-se ou tomar banho ou tem dispneia que impede de sair de casa. · Sibilância e sensação de aperto torácico também pode existir. Emagrecimento e redução de apetite podem se manifestar em fases mais avançadas. · Exame físico geralmente apresenta-se normal ou pouco alterado. · Os achados físicos mais tardios ou quando a função pulmonar já está bastante diminuída: · Tórax enfisematoso – tórax em barril; · Redução da mobilidade pulmonar; · Hiper-sonoridade à percussão; · Frêmito toracovocal e murmúrio vesicular diminuídos; · Taquipneia; · Uso da musculatura acessória; · Respiração com lábios semicerrados; · Expiração prolongada; · Estertores finos durante inspiração; · Bulhas normo ou hipofonéticas; · Com a progressão da doença pode ter desenvolvimento de cor pulmonale, com turgência de jugular, hepatomegalia e edema de MMII, além de segunda bulha em foco pulmonar hiperfonético (sugere hipertensão pulmonar). Diagnóstico · História de exposição aos fatores de risco + limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível + sintomas. · Espirometria é fundamental e deve ser realidade preferencialmente na fase estável, em que VEF/CEF < 70%. · Teste de reversibilidade ao broncodilatador na espirometria pode ser positivo na DPOC. · Gasometria arterial está indicada e todo individuo que apresentar em ar ambiente saturação periférica de O2 <90%. · Rx tórax raramente é diagnótica, mas está na lista de exames de rotina para afastar principalmente neoplasias pulmonares. Achados estarão mais presentes em paciente avançados, com hipertransparência dos campos pulmonares, pobreza de trama broncovascular, rebaixamento e retificação dos hemidiafragmas, alargamento dos espaços intercostais e silhueta cardíaca menor e verticalizada. · TC de tórax está indicada na dúvida do diagnóstico ou antes de algum procedimento cirúrgico. · Dosagem alfa-1-antitripsina é recomendado em casos de enfisema diagnosticado antes dos 45 anos de idade, sem fator conhecido para DPOC. · ECG e eco são indicados nos casos de suspeita de suspeita de hipertensão pulmonar. · Quase 1/3 dos pacientes são assintomáticos e há variação do declínio da função pulmonar e na frequência das exacerbações. · Há ainda uma subclassificação por diferentes características clínicas, as principais são enfisematoso-hiperinsuflado, bronquítico crônico, exacerbador frequente e associado/sobreposição de asma e DPOC. Tratamento Caso 1. Crie uma lista de problemas · P1: Escarros hemoptóicos há dois meses (cerca de 10ml/dia) + dor em HTxD. · SD1: CA de pulmão. · SD2: Tuberculose. · P2: Tosse intermitente há 40 anos + dispneia a exercícios habituais há 6 meses. · SD1: DPOC · P3: Histórico detabagismo (75 anos-maço). · P4: Febre + tosse purulenta com remissão após antibioticoterapia. · SD1: Infecção do trato respiratório tratado. · P5: Vista turva há um ano. · P6: Emagrecimento, fáscies de sofrimento crônico. Qual as características mais marcantes que você espera encontrar na radiografia de tórax e na TC de tórax, desse paciente? Correlacione com os sinais e sintomas por ele apresentados. No RX de tórax os achados estarão mais presentes em paciente avançados, serão eles: · Hipertransparência dos campos pulmonares. · Isso ocorre por conta da hiperinsuflação, assim o ar fica retido nos pulmões do paciente o que justifica a dispneia expiratória. · Pobreza de trama broncovascular e silhueta cardíaca menor e verticalizada. · O coração aparenta ser menor, como se estivesse pendurado, o que tem como representação a pobreza vascular. · Rebaixamento e retificação dos hemidiafragmas. · Sugestivo de enfisema pulmonar. · Alargamento dos espaços intercostais e aumento do diâmetro A-P. · Tórax em barril. A TC de tórax está mais indicada para dúvida diagnóstica ou precedendo algum procedimento cirúrgico, nela será possível a melhor visualização da trama vascular. Discorra os pontos principais da fisiopatologia da suspeita diagnóstica principal (DOENÇA DE BASE DO PACIENTE) Na DPOC vai ocorrer inflamação crônica das vias aéreas centrais e periféricas, parênquima e vasos pulmonares em resposta à inalação de partículas e gases e resulta em acúmulo de macrófagos, neutrófilos e linfócitos. Após ativação das células inflamatórias há liberação de vários mediadores que lesam a estrutura do pulmão (levando ao enfisema) e mantêm a inflamação neutrofílica. Isso provoca um ciclo de destruição e reparação. Outra alteração é do equilíbrio entre proteínas e antiproteinases nos pulmões + estresse oxidativo que será o principal mecanismo de destruição do parênquima pulmonar. Nas vias aéreas centrais ocorre infiltração de células inflamatórias no epitélio, hipertrofia e hiperplasia de glândulas mucosas, com hipersecreção de muco – típica de bronquite crônica –, e redução do número de cílios. Já nas vias aéreas periféricas haverá ciclos repetidos de lesão e reparo das paredes, isso provoca remodelagem estrutural por conta da deposição do colágeno e formação de tecido cicatricial. Além de aumento da musculatura lisa o que reduz lúmen e promove obstrução fixa. Ademais, ma vasculatura pulmonar, ocorre o espessamento da íntima + hipertrofia da musculatura lisa + infiltração de células inflamatórias + colágeno na parede dos vasos. Assim, a obstrução típica do quadro da DPOC irá promover: · Hipersecreção de muco + disfunção ciliar --> o que leva a tosse e expectoração crônica. · Obstrução fixa + aumento da resistência nas vias aéreas --> Isso limitação de fluxo aéreo à avalia na espirometria, que será um ponto fundamental para diagnóstico. · Quadros mais avançados: Obstrução de vias periféricas + destruição do parênquima + alterações vasculares --> Redução da capacidade pulmonar para trocas gasosas --> hipoxemia --> hipercapnia. · Hipertensão pulmonar (principal complicação cardiovascular) + cor pulmonale se desenvolvem tardiamente e pioram o prognóstico. 4. Qual a importância da realização de uma espirometria nesse paciente, e o que você espera encontrar como alterações? Justifique sua resposta A espirometria é fundamental para avaliar a função pulmonar e para o diagnóstico da DPOC. É esperado que o Volume Expiratório Forçado/Capacidade Vital foçada < 70%, pois ele já apresente um quadro mais complicado da DPOC.
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