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Montes Claros-MG 2019 INSTITUTO PROMINAS ELISÂNGELA GOMES FIGUEIREDO LISBOA ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE SEGUNDA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Montes Claros-MG 2019 INSTITUTO PROMINAS ELISÂNGELA GOMES FIGUEIREDO LISBOA ESTÁGIO SUPERVISIONADO FUNDAMENTAL ll - 300H Relatório apresentado a Disciplina de Estágio Supervisionado, do Curso de Segundo Licenciatura em Educação Especial. SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO........................................................................................................4 2 - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.........................................................................5 3 - DESENVOLVIMENTO............................................................................................6 3.1 - SALA DE RECURSOS........................................................................................7 4 - CONCLUSÃO.......................................................................................................10 REFERÊNCIAS.........................................................................................................11 4 1 - INTRODUÇÃO Além de integrar o ensino à prática, a atividade extracurricular proporciona ao estudante a experiência de vivenciar de perto a realidade escolar e consequentemente dar a ele uma visão ampla sobre a profissão escolhida. Não só isso, muitas vezes o estágio supervisionado pode ser a porta de entrada para o primeiro emprego. A pedagogia é uma área de conhecimento, uma ciência que tem como objetivos trabalhar em ação coletiva, considerando diferentes dimensões da sociedade, para promover a construção da identidade dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Desse modo, entende-se que a função do pedagogo é muito rica no que diz respeito à aquisição dos conhecimentos, saberes e atuação profissional cogitado no interior das universidades mediante a matriz curricular do curso. E o Estágio Supervisionado é um componente curricular essencial para realizar o confronto da teoria ensinada na universidade com a prática vivenciada no cotidiano das escolas através do Estágio Supervisionado. O presente trabalho relata as experiências vivenciadas durante o Estágio Curricular Supervisionado no Ensino Fundamental II Observação, Monitoria, Planejamento e Docência na Educação Especial, na Escola Estadual Joviano Naves situada a Avenida Juscelino Kubitschek, 531, Cidade Nova, Almenara-MG. Este estágio, teve como objetivo de oportunizar à acadêmica vivenciar a realidade das escolas e conhecer as práticas educativas na Educação Especial. As expectativas iniciais giravam em torno da aquisição de novos conhecimentos relacionados à prática docente, visando estabelecer um vínculo sobre as teorias debatidas nas aulas na Universidade e a real prática educativa. O presente estágio foi realizado no Ensino Fundamental II, em dois momentos, caracterizados nas observações da prática pedagógica e na regência em sala de aula, sendo 100h de observação, 150 horas de regência e 50h na sala de recursos. 5 2 - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Estadual Joviano Naves, é uma escola pública estadual, e está localizada na Avenida Juscelino Kubitschek, 531, Cidade Nova. CEP: 39900-000. Almenara - Minas Gerais. O telefone da escola é (33) 3721-2530 e o e-mail é escola.184551@educacao.mg.gov.br. A escola estadual possui 455 alunos (segundo dados do Censo Escolar de 2018) em Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA. Atualmente a escola atende à 9 alunos com necessidades especiais, sendo um deles com Paralisia Cerebral não especificada. A escola possui 48 funcionários, infraestrutura acessível para os portadores de deficiência física, laboratório de informática, computadores com acesso à internet, biblioteca, quadra de esportes, sala para atendimento especial, entre outros. A escola atende alunos do Ensino Fundamental II do 6º ao 9º ano, e atende alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos). O seu horário de funcionamento é de 7:00 às 11:20 no período da manhã, de 13:00 às 17:20 no período da tarde e das 19:00 às 22:30 no período noturno. 6 3 – DESENVOLVIMENTO O meu estágio de prática pedagógica em Educação Especial, foi realizado no 7º ano do Ensino Fundamental lI, sendo desenvolvido na observação e regência de uma criança de 13 anos com uma paralisia cerebral não especificada (Cid 10 G 80.9). Em um primeiro momento foi feita a minha apresentação à turma e à professora regente, e comentei com os alunos que estaria presente nas aulas por alguns dias, para estar observando e ajudando a professora deles em algumas atividades. Fui muito bem recepcionada por todos, tanto alunos quanto profissionais que trabalham na escola. Procurei saber o número de alunos regulares na sala de aula e fiz alguns questionamentos a professora em relação ao aluno que seria observado. Segundo ela o aluno possui laudo médico onde consta portador de Paralisia Cerebral não identificada. O aluno segundo a professora é muito carinhoso, assíduo, pontual e se relaciona bem com os colegas, demonstrando maior afinidade por aqueles que fazem desenho pra ele; isso devido ter uma fixação por desenhos de super-heróis. Realiza atividades de autocuidado e possui hábitos necessários para comer e ver de forma independente. No decorrer das observações nota-se que o aluno apresenta dificuldades na aprendizagem, na concentração, no comportamento dentro e fora da sala de aula, e em seguir algumas regras e comandos. Ele fica disperso com muita facilidade e assim apresenta uma certa dificuldade em reter o conhecimento e produzir o que lhe é ensinado através da escrita ou oralidade. É um aluno que necessita de apoio e estímulos constantes, pois ainda não se encontra alfabetizado, apesar de já escrever o seu nome completo, identificar o alfabeto e algumas sílabas e interpretar pequenos textos. Nas atividades destinadas a ele como ditados e a escrita espontânea por exemplo, é feita por ele de forma espelhada. No conteúdo de matemática ele consegue identificar os números de 0 a 20, as formas geométricas simples e algumas quantidades. Adora as aulas de inglês, já sabe algumas cores, números, pequenas falas e cumprimentos; ele interage muito bem com a professora. As aulas de história parecem despertar seu interesse, a professora traz algumas atividades diferenciadas dentro do contexto ensinado e ele demonstra algum interesse quando o assunto desperta sua atenção. O principal problema do aluno em sala de aula, é a sua obsessão por super- heróis, isso faz ele ficar disperso com muita facilidade, e ás vezes até atrapalhar os 7 colegas, pedindo a eles insistentemente que os mesmos, desenhem para ele. Isso ocorre principalmente quando o aluno não está medicado. Sua evolução é gradativa, respeitando o seu tempo e ritmo, fazendo com que ele necessite de apoio e suporte à sua aprendizagem. No que diz respeito à professora regente, esta faz o planejamento das aulas de acordo com os fundamentos da BNCC que serve como guia de orientação aos professores. É notável o domínio que ela tem sobre a turma e sobre o conteúdo que administra. Sempre muito comprometida a desenvolver atividades de forma diferenciada e de acordo com a necessidade da turma, visando sempre os alunos como um todo e de forma individual. Isso se comprova ao trazer as atividades para o aluno especial acima citado, de forma mais lúdica e adaptada, o que faz com que o aluno mesmo possuindo uma certa dificuldade de aprendizado, tenha o mesmo conteúdo da turma como umtodo. Quanto a minha regência, diante das dificuldades apresentadas pelo aluno, procurei desenvolver as atividades seguindo o planejamento da professora regente, mas de forma mais lúdica e diferenciada, respeitando o tempo e o ritmo do aluno. Por se tratar de uma criança com necessidade educativa especial, as atividades sempre envolviam cores, personagens conhecidos pelo aluno, desenhos, que é algo que ele gosta. Na aplicação das atividades percebi que o aluno demonstrou certo interesse em realizá-las, pois foram atividades que despertaram sua atenção, pois usei algo que ele gosta e que aparentemente o atrapalhava – os super-heróis – para ensiná-lo e contribuir com sua aprendizagem em sala de aula. 3.1 – SALA DE RECURSOS A Constituição Federal do Brasil garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola. A instituição de ensino deve atender aos princípios constitucionais, não excluindo nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência ou ausência dela; deve proporcionar a todos os alunos condições necessárias para o pleno preparo do exercício da sua cidadania e sua qualificação para o trabalho. É por esse motivo que foi criado o AEE – Atendimento Educacional Especializado, que, como foi dito, é um atendimento complementar ou suplementar à escolarização regular, ofertado a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação. De acordo com a 8 Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (BRASIL, 2004, p.8), seu objetivo é estimular todo tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo desses alunos. A oferta do AEE é feita através da Sala de Recursos Multifuncionais, conforme instituído pela Portaria n. 13 de 24 de abril de 2007. Trata- se de um espaço dentro de uma escola pública, dotado com diferentes equipamentos, mobiliários, materiais didáticos, pedagógicos e de acessibilidade, e com professor com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais do educando. A denominação Sala de Recursos Multifuncionais se refere ao fato de que esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das 8 diversas necessidades educacionais especiais, e para o desenvolvimento das diferentes complementações ou suplementações curriculares. O aluno que tiver necessidade do AEE deverá ter duas matrículas: uma na sala de ensino regular, e outra na Sala de Recursos Multifuncionais, em horário oposto à da classe comum. No caso da escola em que estuda não contar com a Sala de Recursos, o aluno deverá ser matriculado em uma outra que ofereça o serviço, e que se situe o mais próximo possível de sua residência. Ou seja, ele pode frequentar a sala regular em uma escola e a Sala de Recursos em outra. Na Escola Estadual Joviano Naves, o funcionamento da Sala de Recursos ocorre da seguinte forma: duas vezes na semana (segunda-feira e terça-feira); cada aluno possui 1 hora de tempo de atendimento, sendo que o atendimento pode ocorrer de forma individual ou em dupla, e podendo ocorrer tanto no período matutino quanto no vespertino. Nela os professores procuram sanar as necessidades dos alunos quanto à aprendizagem da leitura e da escrita, desenvolver o raciocínio lógico, matemático e da memorização. As aulas na sala de recursos funcionam de forma mais lúdica para fazer com que os alunos superem suas dificuldades cognitiva, social e motora mas de forma que respeite suas individualidades, para que eles desenvolvam suas potencialidade como qualquer cidadão. Tanto para as aulas com o objetivo de estimular o desenvolvimento cognitivo, intelectual e a apropriação da leitura e da escrita, quanto para as aulas que busca trabalhar o desenvolvimento dos conceitos matemáticos e raciocínio lógico, são usadas atividades mais ilustrativas, como cartaz do alfabeto maiúsculo/minúsculo, apresentação das letras do alfabeto no computador e na mesa alfabética, sempre são usados recursos como: dominó de palavras com figuras, bingo do alfabeto e números, dominó por temas (animais, profissões e frutas), 9 quebra-cabeça, jogos de memória temáticos, apresentação de atividades com os números: unidades, dezenas e centenas; entre outros. Dessa forma pode-se observar e avaliar os alunos durante o seu desenvolvimento, verificando os resultados que vão sendo alcançados, e sempre que necessário, reestruturando os objetivos a serem alcançados. 10 4– CONCLUSÃO O estágio desenvolvido me possibilitou desenvolver minhas habilidades, e retomar o meu potencial adquirido em sala de aula no meu processo educacional. Durante a prática de estágio, foi fundamental, os momentos de discussões que envolviam o ensino especial através dos conteúdos apresentados. Isso me proporcionou uma ampliação de conhecimento sobre o assunto, o que me deu base para a construção dos planos e das práticas durante a regência. Minha percepção foi que os nossos educandos tinham inúmeras dúvidas, mais, sempre estavam querendo aprender o conteúdo repassado, como algo prazeroso, e com o aluno portador de necessidades especiais não foi diferente. A escola me acolheu muito bem. Todo corpo docente e a gestão me receberam com cordialidade e foram atenciosos e prestativos para comigo. O ambiente em sala de aula era o mais agradável possível, havia uma integração entre eu e a professora, e os alunos. Por isso, acredito que a disciplina de Estágio Supervisionado é muito importante para nossa compreensão como discentes e futuros docentes. Sabemos que é difícil a realização desta prática, que os problemas são inúmeros, mas, é lutando por uma educação melhor que acreditamos em outra perspectiva educativa. Incluir um deficiente de paralisia cerebral na escola não é difícil, o difícil é saber como incluir e de maneira correta para que todos tenham um melhor aprendizado dentro da sala de aula. E que isso reflita fora da sala e da escola. Os professores de Educação Especial tem que estar preparados junto com a escola para poderem lidar com esse tipo de situação, por isso o estágio se faz indispensável para a formação do profissional que quer ingressar na área da educação, pois é através dele que é possível conhecer aspectos para a prática pedagógica na inclusão escolar e social, além de proporcionar uma aprendizagem que possibilita o contato real com nosso público alvo. . 11 REFERÊNCIAS Alves, Denise de Oliveira; Gotti, Marlene de Oliveira; Griboski, Claudia Maffini; Dutra, Claudia Pereira. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado- Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial,2006, 36p. Baptista, Cláudio; Beyer, Hugo Otto. Educação inclusiva de quem e de quais práticas estamos falando? Machado, Adriana Marcondes. In_____. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas / Organização. Porto Alegre: Mediação, 2006. 192p. Cap.10, p.127 – 136 BRASIL. CNE. CEB. Resolução nº 2 de 11 de setembro de 2001. Brasília, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96 de 20de dezembro de 1996 que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, MEC, 1996. CARLO, Marysia M. R. do Prado de. Vygotsky e o desenvolvimento humano comprometido pela deficiência. In_______. Se essa casa fosse nossa: Instituições e processos de imaginação na educação especial. São Paulo: Plexus, 2001, Capítulo III, p.65-81.
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