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FMU- Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas
Grazielle Dimitrov Ferreira
R.A: 6985736
APS
São Paulo
2020
Livro: O Último Dia de um Condenado à Morte
Ano: 1829
Autor: Victor Hugo
Introdução
O ultimo dia de um condenado é um livro escrito em 1829, no contexto da França pós-napoleônica, na volta da Monarquia e da dinastia Bourbon.
O livro conta a história de um condenado à morte e que passou pelo momento do julgamento e foi sentenciado a morte.
A terrível sensação e humilhação que era vivida desde do convívio dentro da cela até a execução da pena de morte.
Fala sobre o despacho do processo, a decisão do seu julgamento, o momento de apelação que foi fracassada e depois a sua ida para a guilhotina.
Na época em que este livro foi publicado, o autor não julgou a propósito dizer então todo o seu pensamento e a sua crítica quanto a decisão e a aplicação da pena de morte.
O que Victor Hugo autor do livro deixa claro e pretendia passar para os leitores era o manifesto pessoal contra a pena de morte e o desprezo por tal ação.
O escritor mostra como a pena de morte não é um castigo imposto apenas para o corpo, mas também para a mente, que afetava completamente o psicológico e emocional de uma pessoa.
É possível sentir na pele ao ler o livro os seus momentos de terror que é vivido.
Não era um castigo imposto apenas para o condenado, mas também para família, que era humilhada e sempre lembrada de que o condenado seria executado em praça pública. Não se importavam com a família do condenado.
Conta-se que o escritor presenciou uma execução e ficou aterrorizado, com tal brutalidade e o ato desumano.
A pena de morte além de ser uma total atrocidade era acima de tudo uma decisão política, onde percebesse que não ajudava em nada naquela época.
As pessoas morriam por diversos crimes, uns por coisas grandes e outros apenas por uma questão de sobrevivência, outros eram totalmente inocentes e morriam por nada.
Victor Hugo traz para o leitor o mundo de angustia e sofrimento de um preso condenado, que sabe que sua vida será levada pela guilhotina. No livro, é tratada a temática da pena de morte, em pleno século XIX, quando execuções públicas eram comuns e até populares. A guilhotina era encontrada no centro de praças para que todos pudessem apreciar a lâmina sendo baixada até ceifar a vida do condenado. Essas execuções fizeram com que Victor Hugo encontrasse a inspiração para escrever a obra, trazendo à tona suas impressões sobre a pena de morte e a execução pública na sociedade francesa do século XIX.
No livro a demonstração de consciência do condenado ao seu destino. Condenado apenas, durante toda sua obra Vitor Hugo não individualiza a pessoa do condenado, ele é genérico, representa qualquer condenado que cometeu qualquer crime. 
Este condenado inicia a narrativa descrevendo a tormenta que é conviver com essa espera quando há pouco tempo era um homem livre, com sua rotina, e agora perseguido por essa certeza que não deixa-lhe em paz por um só momento, fica explícito toda a agonia que envolve um condenado a esse desfecho, a condenação não é só ao momento fatal, mas também a uma espera que maltrata. O condenado então relembra o dia que recebeu a sentença, havia três dias que iniciara o processo, ele já fatigado e sonolento se cobriu de temor e terror ao receber a notícia da condenação no tribunal. Victor Hugo traz em sua obra grande apelo englobando a questão da vida humana contra a pena de morte e todo sofrimento que ela carrega. 
Isso pode ser percebido claramente quando ele escreve: ‘’Deixo uma mãe, deixo uma esposa, deixo uma filha. Uma menininha de três anos, doce, rosada, frágil, com grandes olhos negros e longos cabelos castanhos. Ela tinha dois anos quando a vi pela última vez. Assim, depois da minha morte, três mulheres: sem filho, sem marido, sem pai; três órfãs de espécies diferentes; três viúvas da lei. Admito que esteja sendo punido justamente; mas essas inocentes, o que fizeram? Pouco importa; desonram-nas, arruínam-nas. É a justiça. ’’ O trecho evidencia o quanto há problemas na sociedade francesa na época. 
A morte de um homem não mata apenas o condenado, mas mata a família inteira, deixada desamparada. Essa é uma questão social muito forte que o autor quis expor na época e que, ainda hoje, precisa de atenção. 
Ao longo da narrativa, Victor Hugo representa o percurso final de um condenado à pena morte. O escritor mostra como a pena de morte não é um castigo imposto apenas para o corpo, mas também para a mente que afetava completamente o psicológico e emocional de uma pessoa. Não era um castigo imposto apenas para o condenado, mas também para família, que era humilhada. 
No livro é possível observar todos os disaveios sofridos pelo condenado enquanto aguarda pelo cumprimento de sua sentença. Não apenas lembranças que presumidamente acabam surgindo, como a de sua pequena filha, de seu amor e de sua Vida pré-reclusa, mas também reflexões mais profundas sobre o seu estado, sobre a sociedade, sobre o papel desempenhado pelo Estado na condução de seu processo e do seu fatídico resultado. Vê-se esperança.
Resumo
O livro com a história de um personagem que foi condenado à morte, onde ele escreveu um diário, contando os seus dias que antecedem a guilhotina, a realidade que era presenciada dentro de uma cela e o quão era deplorável e desumano a convivência em cárcere.
Conta as precauções que eram tomadas, nem faca, nem garfo davam para as refeições, que usavam coletes de forças que eram tipo uma espécie de saco de lona para prender os braços.
Descrevendo também a convivência junto com os outros prisioneiros, onde todos os domingos após a missa era permitido um passeio no pátio de apenas uma hora, onde cada prisioneiros contava sua história, os golpes que eram aplicados e por que estavam presos, muito ainda se orgulham de tal atos que os levaram a prisão.
O protagonista conta que depois de um certo tempo o colete de força foi retirado e deram mais liberdade para poder ficar uma hora no pátio, assim também recebeu um caderno e um lápis, assim foi possível escrever um diário com as sensações os sentimentos que ele sentia.
Expressa o sentimento da dor moral que é viver aquelas emoções e sensações dentro da prisão, onde frisa que a dor moral é muito maior do que uma dor física. E que os responsáveis por condená-lo não podem imagina o quanto é doloroso uma dor moral.
A intenção dele escrever esse diário foi em função de que possa um dia ser útil a outros, que isso faça deter o juiz prestes a julgar e que salve desgraçados, inocentes ou culpados, da agonia de ser condenado a morte.
O moroso tempo para execução da sentença era agonizante, o processo de numeração e registo era esquecido por alguns, porém a guilhotina tem muita gente à espera e cada um deve ir por sua vez.
Além da condenação ele ainda tinha que pagar as custas da guilhotina e estava deixando família como mãe filha e esposa.
Assim o protagonista cita que ao descrever um testamento para deixar sua herança que ainda não tinha certeza se ia conseguir deixar uma vez que tinha que arcar com os custos da prisão e os mesmos eram absurdamente caros.
Não deixou de descrever a cela onde viveu por semanas, uma pequena cela que se alinham em ângulo reto sobre o pavimento de lajes, um degrau acima do nível do corredor externo.
À direita da porta, para quem entra, há uma espécie de buraco, a que eles querem dar o nome de alcova. Nesse lugar se deita um feixe de palha, onde se julga, que o preso descansa e dorme, vestido com umas calças de linho, uma camisola de riscado, e isto tanto de inverno, como de verão.
Não haviam janelas, nem respiradouro. A porta da entrada era de madeira, toda chapeada de ferro com uma abertura de nove polegadas quadradas.
Por fora tinha um corredor muito comprido, iluminado e arejado por meio de respiradouros estreitos praticados no alto dos muros e dividido em compartimentos de pedra e cal,cada um destes compartimentos serve como de antecâmara às prisões e nelas se encerram os forçados condenados a penas disciplinares pelo diretor da prisão. Os três primeiros quartos eram reservados para os condenados à morte, era mais próximos da casa do carcereiro.
Conta como eram as prisões do antigo castelo de Bicêtre, tal qual foi edificado no século quinze pelo cardeal de Winchester, o mesmo que mandou queimar Joana d'Arc. Eis que num momento de insônia e vendo que não tinha o que se fazer, começou a observar as paredes da sala que vivia e as muitas mensagens que eram deixadas pelos condenados anteriores.
Ali na cela que ele vivia já tinha passado diversos outros nomes, que tinha cometido crimes aterrorizantes.
O livro cita as seis semanas que o prisioneiro está na cadeia até ele ser levado para guilhotina.
Há um padre que acompanha os condenados e tenta consola-los, porém o padre já não se comove mais com a pena de morte, devido a presencia-la várias vezes por dia, vai se acostumando com isso e essa é só uma das várias reflexões que livro me traz.
Uma delas e a horrível sangrenta e implacável idéia de que a morte é um espetáculo como algo extremamente banal.
O protagonista mostra por exemplo em vários momentos do seu desprezo profundo pelas pessoas que gostam de ficar assistindo a desgraça alheia e saber agora que ele próprio seria uma vítima dessa mesma multidão era algo extremamente humilhante ao que parece uma das principais preocupações.
A tortura psicológica por trás da pena capital, uma coisa é você saber que vai morrer, outra é porque a vida tem um fim, porém a pior é você sabe antecipadamente o momento exato de sua própria morte, sendo assim o autor tenta mostrar os leitores as diferentes posturas que uma pessoa pode ter ao lidar com a circunstância.
Em certos momentos ele entender que a vida nem era tão boa assim, então nem tem porque ele ficar se lamentando.
Ele já não via mais saída para a reversão da pena aplicada, as probabilidades eram nulas, porque tudo estava em regra!
As testemunhas depuseram, os advogados advogaram, como lhes cumpria, e os juízes julgaram bem. Com coisa nenhuma poderia contar.
O recurso era como uma corda, que tem suspenso um homem sobre um abismo e que se ouve estalar a cada instante e que se quebra. As sensações eram diversas e uma delas era se sentir como se estivesse no cutelo da guilhotina e esse levasse seis semanas para cair.
Em nenhum momento o protagonista perde a esperança de ser absolvido de sua pena.
Porém ele começa a pensar na filha, na família e entra em desespero quase que de mediato, em muitos momentos ele lembra da sua família, da sua infância do seu primeiro amor, mas nada disso diminui a sua angústia as boas lembranças não causavam conforto, muito pelo contrário elas provocaram uma verdadeira dor de saber que outras coisas boas não teriam a possibilidade de se repetir e acontecer novamente.
 
Depois de sua morte ele deixava três mulheres, órfãos de espécies diferentes, três viúvas por efeito da lei. Ele acreditava que teria sido justamente punido, porém elas eram inocentes, e estavam sendo desonradas e arruinadas. Ele sentia que estava tudo estranho na prisão, estava cheia de barulho. 
“Ouvia-se abrir e fechar as pesadas portas, ranger os ferrolhos e os cadeados, badalar os molhos de chaves que se entrechocavam à cintura dos carcereiros, tremer de alto a baixo as escadas sob os passos precipitados, e vozes a chamarem-se e a responderem-se dos extremos dos compridos corredores. Os meus vizinhos de cela, os forçados de castigo, estavam mais alegres que de costume.”
Quando questionou o carcereiro sobre o que estava acontecendo, ele disse que seria dia de acorrentar os condenados para o trabalho forçado. Para um recluso solitário, qualquer espetáculo por mais odioso que possa parecer de fato era um feliz acaso. Ele foi levado para uma outra cela que poderia ver o céu e um grande pátio. Lá ele via outros presos todos em silêncio e imóveis, esperando esses que seriam forçados a fazer o trabalho. Lá na frente de todos os outros presos eles foram obrigados a ficarem nus e receberam água gelada 
e depois recebiam suas roupas para poderem viajar. Quando finalmente acabou ele se recordou de sua situação. Ao voltar para a cela foi cumprimentado por outros presos.
Após presenciar essa cena o apenado, escreveu muito sobre a liberdade e o que faria se fosse livre. “Se eu me evadisse, como havia de correr pelos campos fora!”
Conforte ia escrevendo, não percebeu o dia amanhecendo. Logo após de sua lanterna se apagar o carcereiro foi ate sua cela o mais doce possível, perguntou o que ele queria de almoço. O apenado sentiu que seria o dia de sua morte. Depois veio o diretor da prisão perguntar em que poderia ser agradável ou útil. E ali ele teve a certeza de que seria o dia. 
Mais tarde naquele mesmo dia, um padre também foi visita-lo. Após, o oficial de diligencias trouxe o documento que dizia que a sentença seria executada naquele dia na Praça de Greve. Nesse momento ele se desesperou e seu primeiro pensamento foi fugir. 
Quando deu sete e meia, o oficial voltou para busca-lo. Eles se dirigiram ate a viatura, e de lá foram para o Palácio de Justiça. Ao chegar lá conversou com o diretor e logo foi encaminhado para um gabinete ao lado da sala do diretor. Durante o tempo de espera o apenado caiu no sono, quando acordou reparou que não estava mais sozinho. Deparou-se com um outro homem “de cerca de cinquenta e cinco anos, de altura média; com rugas, encurvado, grisalho; com os membros atarracados; com um olhar vesgo nos olhos cinzentos, um riso quatro anos, morrerá do golpe”, sua esposa e sua filha “[...] uma pequenina de três anos, doce, rosada, frágil, com uns grandes olhos negros e uns compridos cabelos castanhos.”
Victor Hugo escreveu esse livro, como uma crítica na verdade a pena de morte que era realizada e o que ele pensa sobre esse ato.
Por fim o livro O último dia de um condenado temos um convite do autor para refletir sobre os impactos que a pena de morte pode provocar.
A pena de morte é um assunto muito polêmico. Minha oposição quanto a pena de morte é que essa ação não se ensina nada ao condenado e depois da execução quem fica com a dor da perda é a família, o alivio é apenas para quem recebeu a justiça.
A controvérsia é se devemos manter um indivíduo em convívio social ou não, devido a suas condições psicológicas , podendo assim que ser solto cometer os mesmos crimes. No Brasil por exemplo o nosso sistema judiciário não teria capacidade de julgar o condenado a altura, podendo assim ocorrer o que o autor cita no livro, uma injustiça, devido a falha no julgamento. 
leitor fique curioso para descobrir, e quando o personagem se propõe a contar sua história, seu tempo acaba.
O sujeito que se propõe a contar o seu testemunho, passa a ter uma percepção da temporalidade completamente diferente diante da eminência da morte que se aproxima, e tudo que ele quer é tempo para que ele consiga terminar a sua história. 
Então se tem a necessidade de saber o desfecho, mas não sabemos porque a pena de morte se realiza.
Outro ponto muito importante de se destacar, é de que, o autor coloca a pena de morte como algo tão horrível, sem nem precisar colocar os motivos pelos quais ele foi condenado e nem sequer se arrepende.
Conclusão
O livro “O último dia de um condenado”, assim como diversos outros, faz uma exposição do outro lado da execução, o lado do condenado. Ao trilhar os passos do criminoso, é explorado o sistema carcerário, as condições dos presos, as angústias de quem espera a hora da morte, transparecendo ao leitor o quão desumano é a situação apresentada.
 E são essas abordagens que fazem os textos literários que tornam a sociedade propensa a mudar, a exigir direitos, se educar e se valorizar. O desfecho das obras é a morte, mas não uma morte natural ou esclarecida, pois nesse processo os personagens estão submetidos a um poder que não lhe conferedecidir, conhecer.
 Morrem sem direito a defesa ou argumentação. De um lado a tortura, de outro um sistema que se julga novo. Os personagens sofrem a morte de direitos devido a predominância de um poder de cunho opressor explícito desde os suplícios até a prática da pena de confinamento.

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