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Conceitos básicos de ligações químicas e a ligação iônica Prof. Thiago Teixeira Tasso 1º semestre / 2019 QUI125 – Química Fundamental Turma H Por que os átomos se ligam? Átomos se ligam pois há diminuição de energia do sistema. Logo, ligação química é definida como um arranjo entre os núcleos e elétrons dos átomos envolvidos resultando em menor energia que os átomos isolados. Ligação iônica Ligação covalente Ligação metálica Gilbert N. Lewis Físico e Químico 1946 – 1975 Fundamentos básicos da ligação química: • Ligação química envolve elétrons de valência. • Em alguns casos, elétrons são transferidos de um átomo para outro. A atração eletrostática entre os íons de carga oposta formados resulta em uma ligação iônica. • Em outros casos, elétrons são compartilhados entre átomos resultando em uma ligação covalente. • Elétrons são transferidos ou compartilhados para que os átomos adquiram configuração de um gás nobre (estável) com oito elétrons na camada de valência – Regra do octeto Cuidado, existem exceções à regra do octeto!! Símbolos de Lewis: Os elétrons de valência são representados por pontos ao redor do símbolo do elemento. Ligação iônica Ligação covalente Estrutura de Lewis Estrutura de Lewis Na: 1s2 2s2 2p6 3s1 Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Na+: 1s2 2s2 2p6 Cl-: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 Ligação iônica Formada pela atração eletrostática entre um cátion (metal) e um ânion (ametal). Sólidos iônicos formam estruturas cristalinas – arranjos com distribuição ordenada dos átomos que se repete ao longo do sólido. Número de coordenação: número de íons de carga oposta que circundam um íon. Cela unitária: Menor unidade do cristal que contém suas caraterísticas e se repete tridimensionalmente no retículo. No de coordenação Na+: 6 No de coordenação Zn2+: 4 Propriedades dos sólidos iônicos: • Alto ponto de fusão – Ex. NaCl: 801oC • Fragilidade Mineral calcita (CaCO3) • Condutividade elétrica Sólido Não conduz eletricidade Fundido Solução aquosa Conduz eletricidade Uma introdução à termodinâmica Termodinâmica: estudo das transformações da energia de uma forma para outra. Capacidade de um sistema de realizar trabalho (w). Movimento contra uma força oposta. Ex. Levantar um copo. O conteúdo energético total de um sistema é chamado de energia interna (U) U é a somatória da energia cinética e energia potencial das partículas que constituem um sistema. Energia cinética = movimento das partículas Energia potencial = energia armazenada (ligações químicas, interações intermoleculares...) O fluxo de calor (q) e a realização de trabalho alteram a energia interna do sistema, logo: U = w + q Primeira lei da termodinâmica! Na química, é útil definir o fluxo de calor durante uma determinada reação. Como muitas reações ocorrem sob pressão constante (pressão atmosférica), a grandeza que define o fluxo de calor à pressão constante é denominada entalpia (H). H = U + PV P = pressão V = volume Dessa forma, a variação de entalpia de um sistema durante uma reação, é expressa por: H = U + PV À pressão constante, a variação da entalpia de um sistema é igual ao fluxo de calor: H = q Como: H = Hprodutos Hreagentes Quando a reação libera energia para a vizinhança: H < 0 Reação exotérmica Quando a reação absorve energia da vizinhança: H > 0 Reação endotérmica Energética da formação das ligações iônicas : Reação muito exotérmica! NaCl Energia Ionização (EI) do Na: 496 kJ/mol Afinidade eletrônica (AE) do Cl: 349 kJ/mol H = + 147 kJ/mol Reação endotérmica??? Não considera interação entre íons em um retículo! Equação de Born-Landé fornece a entalpia reticular (Hret): ∆𝐻𝑟𝑒𝑡= −𝐴 𝑧+𝑧− 𝑁𝐴𝑒 2 4𝜋𝜖0𝑑 1 − 1 𝑛 A = constante de Mandelung (valor depende do arranjo dos íons) z+ e z - = cargas do cátion e do ânion NA = número de avogadro e = carga do elétron 0 = permissividade no vácuo d = raio do cátion + raio do ânion n = Expoente de Born para compressibilidade de um sólido. Exercício: As substâncias KF, CaO e ScN são compostos iônicos com o mesmo tipo de arranjo cristalino. Organize essas substâncias em ordem crescente de energia reticular. (Obs: quanto mais negativo, maior é a energia de rede. O sinal negativo só indica que a reação é exotérmica) ∆𝐻𝑟𝑒𝑡 ∝ − 𝑧+𝑧− 𝑑 Tabela: Energias reticulares para alguns compostos iônicos. Na+(g) + Cl (g) NaCl(s) Hret = 788 kJ/mol Na(s) + 1 2 Cl2(g) NaCl(s) Hf = ??? kJ/mol Reação de formação do NaCl: En er gi a Na(s) + ½ Cl2(g) Hsubl Na(g) + ½ Cl2(g) ½ Hdiss Na(g) + Cl(g) Na+(g) + Cl(g) + e - 1a EI (Na) Na+(g) + Cl - (g) 1a AE(Cl) NaCl(s) Hret Hf Ciclo de Born-Haber ∆𝐻𝑓 = ∆𝐻𝑠𝑢𝑏𝑙 + 1 2 ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 + 𝐸𝐼𝑁𝑎 + 𝐴𝐸𝐶𝑙 + ∆𝐻𝑟𝑒𝑡 ∆𝐻𝑓 = 108 + 122 + 496 + (349) + (788) = 411kJ/mol Calcule a entalpia de formação do NaCl2 e compare o valor com o do NaCl. Por que não encontramos NaCl2 na natureza? Exercício: Para pensar... Considere a dissolução do NaCl em água: Energia é necessária para quebrar o retículo cristalino. Energia é liberada quando os íons são hidratados. Considerando que a entalpia reticular do NaCl é 788 kJ/mol e entalpia de hidratação é 774 kJ/mol, a dissolução do NaCl em água é um processo endotémico ou exotérmico? NH4NO3(s) NH4 + (aq) + NO3 (aq) Hr > 0 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0072592/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK11148/ Stephen D. Roper, Pflugers Arch. 2015, 467, 457-463. A percepção dos sabores As células sensoriais detectam as substâncias responsáveis pelos sabores através de canais de íons (Na+ e H +, por exemplo) e receptores que mudam a conformação de proteínas. Sabor Substância ativadora Doce açucares (glicose, frutose...) Azedo íons H+ Salgado sais de Na+, K+ e Mg2+ Amargo 35 ≠ proteínas Umami ácido glutâmico/aspártico O sal light Descrição dos sabores do KCl: Salgado (53%), amargo (18%), químico (17%), metálico (15%), plástico (10.4%), adstringente (8%), and secante (8%). Sinopoli, D. A., Lawless, H. T., J. Food Sci 2012, 77, S319-S322. O sal rosa do Himalaia
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