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13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 1/23 18th September 2012 O GESTOR ESCOLAR – GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA "A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." Paulo Freire [http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/] 1 Gestão Democrática O sentido etimológico do termo gestão vem do “gestio", que por sua vez vem de "gerere" (trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora de si (alheio), “mas também é algo que traz em si porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia". (CURY: 1997). O mundo atual está sendo marcado por profundas mudanças devido ao processo de reestruturação capitalista e de internalização e globalização da economia. Em conseqüência disso, é natural que o modo de pensar de cada pessoa acompanhe estas transformações, no sentido de fazer reflexões e ir em busca de soluções para os problemas encontrados no decorrer da história do Brasil. A gestão da escola pública no Brasil é o resultado do movimento de profissionais da educação que se empenham para ter o reconhecimento estabelecido por lei. Embora a gestão democrática da educação figure como a norma jurídica desde a Constituição Federal de 1988, sua interpretação é variada de acordo com o local e o pensamento das pessoas envolvidas. Inúmeras propostas no campo educacional surgiram na década de 90, principalmente com relação 'a gestão da educação, pois estas propostas comportam preocupações em torno dos objetivos, meios e fins, aos quais, a educação pública deve atender. São discussões que envolvem um enorme conjunto de problemas e questões da gestão da educação os quais não se restringem somente aos aspectos e característica do ensino formal e regular, mas vão além desses limites, abrangendo também o ensino informal. A movimentação em torno das reformas administrativas no setor educacional é intensa. Vivese atualmente em constantes debates em torno da gestão da educação. Isso se torna o ponto central das discussões, devido a necessidade de se tomar conhecimento dos problemas existentes, para tentar resolvêlos com certa urgência, pois as mudanças acontecem rapidamente o maior desafio é abordar os grandes temas e procurar desvendar os seus aspectos mais nebulosos. Vale ressaltar que a gestão democrática do ensino público exige que os projetos e as ações sejam elaborados e executados com mais transparência, para que todos possam ter conhecimento e participem do processo administrativo da escola. Em hipótese alguma, o administrador escolar deve agir como se fosse o dono da situação. O que se propõem na verdade é que as decisões administrativas sejam socializadas, para que todos possam assumir as conseqüências dos seus atos com consciência e responsabilidade. Enfim, o administrador precisa saber que não é o senhor absoluto da razão e que existe uma complexidade social muito grande dentro e fora do âmbito escolar, que precisa de esclarecimentos educativos. Agindo assim, certamente estará contribuindo para o desenvolvimento crítico e social do indivíduo e consequentemente para o progresso do País. Diante dessa realidade, compreendese que a educação é o principal meio para se ter acesso às grandes transformações sociais pelas quais o mundo APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com/2012/09/apostila-gestao.html http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/ http://materialalunos.blogspot.com/2012/09/apostila-gestao.html 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 2/23 está passando, visto que as exigências quanto à qualificação das pessoas para o mercado de trabalho está se intensificando e as escolas precisam acompanhar esta evolução, capacitando os seus alunos de acordo com as exigências atuais. Portanto, independente dos seus interesses governamentais que são mínimos e muitas vezes até ilusórios, cabe aos profissionais da educação fazerem valer o sue papel de educador, dando ênfase a um ensino mais democrático, com diálogos abertos, com informações que provoquem reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. É importante que se trabalhe sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado a criar situações que facilitarão o seu aprendizado. A participação da comunidade na escola, como todo processo democrático, é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (PARO 1997 P17). Neste sentido, a gestão democrática, por sua vez requer, dentre outras, a participação da comunidade nas ações desenvolvidas na escola. Visto que envolver a comunidade escolar é tarefa complexa, pois articula interesses, sentimentos e valores diversos. Nem sempre é fácil, mas compete às equipes gestoras pensar e envolver estratégias para motivar as pessoas a participarem da vida da escola. O espaço escolar Sendo a escola um espaço de livre articulação de ideologias, a classe dominante utiliza dela para exercer o domínio sobre a classe dominada. É bom lembrar que a ideologia é um sistema de idéias e representações favoráveis à classe dominante e a escola por sua vez é um espaço de livre articulação da mesma. Com isso, a educação tornase um meio eficaz para a reprodução de uma sociedade burguesa sem conflitos entre as classes, o que garante à classe dominante o maior controle no processo educacional. Diante dessa realidade, podese perceber também que existem dentro da escola alguns intelectuais que agem em busca do desenvolvimento de práticas educacionais e em busca da democratização. HORA (1994:34) assim comenta: “A escola como uma instituição que deve procurar a socialização do saber, da ciência, da técnica e das artes produzidas socialmente, deve estar comprometida politicamente e ser capaz de interpretar as carências reveladas pela sociedade, direcionando essas necessidades em função de princípios educativos capazes de responder as demandas sociais”. Dessa forma, a função da escola é a de preparar o indivíduo para a vida, buscando suprimir as necessidades apresentadas pelo mesmo, contribuindo para a sua formação social. Para isso, é necessário que a escola tenha um comprometimento político com a sociedade, localizando as carências evidenciadas, trabalhando os seus princípios educativos a fim de que possam amenizar os devaneios sociais. Diante do contexto, percebese que a gestão democrática em educação apresenta um compromisso socialpolítico, onde o interesse de todos que permanece, por mais que estejam além dos limites institucionais, pois para que se obtenha resultados satisfatórios, é necessário que a comunidade interna da escola esteja socializada com a comunidade externa. Sabese que é fundamental a contribuição da escola para a sociedade em geral, pois faz com que o indivíduo compreenda o mundo, perceba a importância da sua relação com a sociedade e a necessidade de se exercer a cidadania, para que se tenha um mundo melhor. Contudo, notase que a 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 3/23 escola precisa ter uma administração coletiva, onde exista a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, desenvolvendo assim, a democratização das relações que existem na mesma, facilitando bastante o desempenho administrativo pedagógico da instituição. O administrador por sua vez, deverá estar ciente do seu papel administrativo, o qual deveter uma dimensão política, com a ação participativa, deixando de ser autoritário, burocrático e alienado. Neste contexto, é notória a necessidade de uma nova prática administrativa. A dimensão política do gestoradministrador traduzse num compromisso com uma ação educativa revolucionária que assim nos diz PARO (1990: 150151): Quer pela transmissão de um saber objetivo, quer pela promoção de uma consciência crítica da realidade social, visa precisamente servir de um instrumento de superação da dominação e da exploração vigente na sociedade. Numa gestão democrática o administrador precisa ser comprometido com a educação, mostrar para o indivíduo que além do conhecimento, é necessário que se tenha uma consciência crítica do seu contexto social, político e econômico, que lute para superar a dominação da classe exploradora na sociedade, com segurança e responsabilidade. Somente assim, a classe trabalhadora está fortalecida para o desenvolvimento da sociedade brasileira. A prática da gestão democrática requer a participação efetiva de pais, educadores, alunos e funcionários da escola. Todos juntos trabalham em prol de uma educação melhor, procurando solucionar os problemas da escola e buscando sempre desenvolver uma consciência crítica no aluno, a fim de que o mesmo desperte o seu potencial e haja com autonomia no momento de uma tomada de decisão. Assim , o que se vê atualmente são escolas reprodutoras de uma ideologia dominante, que age como manipuladora de uma classe popular. Essa classe se apresenta carente de conhecimentos e deixase enganar por umas ideias distorcidas da verdadeira realidade do mundo. Isso contribui para o crescimento do poder de uma classe dominante na sociedade. Para que tenha uma escola transformadora; é necessário que essa transformação seja feita no setor administrativo, bem como na distribuição do trabalho no interior da escola, pois o que temos hoje. Segundo PARO (1997:11) é: Um sistema hierárquico que pretensamente coloca todo o poder nas mãos do diretor. Não é possível falar das estratégias para transformar o sistema de autoridade no interior da escola, em direção a uma efetiva participação de seus diversos setores, sem levar em conta a dupla contradição que vive o diretor de escola hoje. Esse diretor, por um lado, é consideradas autoridade máxima no interior da escola, e isso pretensamente, lhe daria um grande poder e autonomia; mas, por outro lado, ele acaba se constituindo, de fato, em virtude de sua condição de responsável último pelo cumprimento da lei e da ordem na escola, em mero, preposto do Estado. Portanto, é fundamental que a escola tenha autonomia, assim poderá alcançar os objetivos educacionais articulados com os interesses da comunidade escolar e juntos lutarem por uma organização no interior da escola, fortalecendo o movimento do grupo como um todo, procurando alcançar os objetivos almejados no decorrer do processo educacional. O diretor, por sua vez precisa estar de acordo com os interesses da população, distribuindo autoridade entre os vários setores da escola e dividindo responsabilidades. Com isso, a escola estará conquistando a sua autonomia. 2 O GESTOR ADMINISTRATIVO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA DINAIR DA HORA (2000) o processo de democratização das relações administrativas 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 4/23 dentro da escola e sua função com a comunidade é um ponto importante para a busca da participação na realidade escolar. Neste sentido a administração democrática e a participação da comunidade, longe de ser um dado consumado, são na maioria das vezes, um horizonte a ser buscado, pois como diz a autora o caminho é um aprendizado coletivo. Para o êxito desse aprendizado podem colaborar o diretor da escola, a comunidade escolar e todos os demais envolvidos. A autora comenta que o diretor da escola, antes de ser um educador comprometido com a formação do educando se depara com situações na qual passa a ser um mero repassador de ordens, usando uma burocracia sendo atado atrás de mesas e assinando papéis de pouco significado para a educação, sendo obrigado a cumprir certos programas educacionais que muita das vezes não levam em conta o conhecimento, a realidade e necessidade da comunidade escolar, quando declara. Entretanto, isso está sendo mudado através do novo panorama de mobilização da sociedade brasileira que vem alcançando uma amplitude capaz de impulsionar mudanças significativas nas relações de poder em todas as áreas de ações políticas do País. Neste sentido, é possível entender que a consolidação de uma gestão democrática no interior da escola não é um processo espontâneo e fácil, pois a dinâmica das relações do poder poderá entravar o avanço do processo, sendo necessário que o permanente esforço humano seja coletivo e esteja caminhando sempre em função de decisões de grupos e não de indivíduos. A gestão democrática em educação nos remete a possibilidade de uma ação administrativa coletiva exigindo a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, o que resultará na democratização das ações desenvolvidas na escola, contribuindo para o aperfeiçoamento da administração e da parte pedagógica, fazendo com que a escola como instituição social tenha a possibilidade de construir a democracia como forma política de convivência humana. Na concepção de KIMBROUGH, o gestor está em interação contínua com os cidadãos de sua comunidade escolar. Neste sentido, em qualquer acontecimento, prontamente vemos algumas oportunidades abertas ao gestor para exercer liderança com o corpo docente ou com os pais e cidadãos de sua área de assistência. O gestor está numa posição importante exercer liderança cívica em relação aos líderes de sua área de atuação. Assim, trabalhando em coordenação com os professores, outros gestores e educadores de escolas podem gerar uma força política visando o progresso escolar, pois os gestores e professores podem ser um vínculo muito importante no grupo profissional. Portanto, o papel de liderança do gestor administrador não está totalmente devotado ao processo de mudança e de progresso, pois em um número de comunidades muito maior do que aquele que gostaríamos de admitir, os gestores escolares são forçados a resistir aos tipos de mudanças almejadas pelos grupos extremistas, sendo que há exemplos notáveis em que os grupos extremistas “tomaram conta'' dos Conselhos Escolares e das associações de pais e mestres. Como conseqüência o administrador deve fornecer uma liderança cívica eficiente para resistir a alguns grupos, tendo em vista o interesse dos princípios educacionais bem fundados. Neste sentido, KIMBROUGH (1997: 107) afirma que: Os educadores, algumas vezes, dão a impressão de serem cidadãos preocupados apenas com as condições escolares, não levando em conta as necessidades dos outros setores. Esta é uma tendência natural e indica o interesse vital dos professores pelo empreendimento 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 5/23 educacional. Ainda assim, a tendência de isolar a vitalidade da educação da natureza do sistema de poder das comunidades constitui um erro grave, pois a vitalidade da educação morre aos poucos a cada momento em que se negam a um cidadão as oportunidades para ascender no sistema sócio econômico da nação. Porém, percebese que em muitos distritos escolares a democracia é um ideal de poucas pessoas ao invés de ser a realidade de muitos. Partindo da reflexão do autor que resulta o desenvolvimento de todos os indivíduos até atingirem sua total potencialidade é,em essência, o nosso motivo forte para defender a existência da democracia dentro de um espaço escolar. O papel do gestor na escola não requer somente executar decisões mas sim preparar condições, estimular, organizar as mudanças que advirem no decorrer do processo administrativo. A função administrativa é uma função comum a todas as organizações e requer indivíduos especialmente preparados para exercêla. Em cada tipo de organização ela se apresenta com características próprias, pois cada uma busca alcançar os seus objetivos. Sob esta perspectiva LUCK relata que: O diretor eficaz é um líder que trabalha para desenvolver uma equipe composta por pessoas que juntamente são responsáveis por garantir o sucesso da escola. A ênfase principal da liderança está no papel de ensino, pois o líder deve ajudar a desenvolver as habilidades nos outros, para que compartilhem a gestão na unidade. (2000:45) Dentro deste contexto, a função do gestor é de coordenar e dirigir todas as ações, tanto dos professores quanto dos outros membros que fazem parte do sistema escolar. Deve alertálos para o processo de mudança no mundo globalizado, criando situações favoráveis para que tenham um bom desempenho nas atividades realizadas a partir de uma realidade educacional. Percebese que o administrador escolar tem um papel fundamental na escola, pois é o principal responsável pelo desenvolvimento de todas as atividades a serem realizadas no âmbito escolar. Daí podese afirmar que o gestor, antes de ser um administrador, deve ser um educador mais ainda, um educador por excelência. Neste sentido, NAURA diz que: Um processo de gestão que construa coletivamente um projeto pedagógico de trabalho tem já, na sua raiz, a potência da transformação. Por isso, é necessário que atuamos na escola com maior competência, para que o ensino realmente se faça e que a aprendizagem se realize, para que as convicções se construam no diálogo e no respeito e as práticas se efetivam coletivamente, no companheirismo e na solidariedade. (2000:113). Nesse contexto, vale afirmar que o gestor deve desempenhar o seu papel assumindo funções administrativas e funções pedagógicas. Sendo que, no ponto de vista administrativo, competelhe: a organização e a articulação de todas as unidades competentes da escola, o controle dos aspectos materiais e financeiros da escola, a articulação e controle dos recursos humanos, a articulação escola X comunidade, a articulação da escola com o nível superior de administração do sistema educacional, a formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios propostos, a supervisão e orientação todos aqueles a quem são delegados responsabilidades. 3 O DESAFIO DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA O êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade por uma vontade coletiva como fala LUCK: O 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 6/23 entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto á, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. (1996 p.15). A literatura sobre a gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. No final da década de 70, os educadores e pesquisadores de todo o mundo começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa na eficácia das escolas como organizações. Nesse sentido, não é possível para o gestor administrador solucionar sozinho todos os problemas e questões relativas à sua escolha, adotaram a abordagem participativa fundada no principio de que, para a sua organização ter sucesso é necessário que os diretores busquem o conhecimento especifico e experiência dos seus companheiros de trabalho. Os gestores participativos baseandose no conceito da autoridade compartilhada, por meio do qual o poder é delegado aos representantes da comunidade em conjunto. A abordagem participativa na gestão escolar demanda maior participação de todos os interessados no processo decisório da escola, envolvendoos também na realização das múltiplas tarefas de gestão. Esta abordagem também amplia a fonte de habilidades e experiências que podem ser aplicadas na gestão das escolas por não haver uma única maneira de se implantar um sistema participativo de gestão escolar. Democratizar o ensino, no entanto, não é só instalar uma escola publica atendendo aos reclames da população. É processo garantir, não só que as crianças tenham acesso a escola, mas também que aprendam, com vontade e prazer de aprender e não desistam depois de certo tempo. Por isso é que, defendese a proposta de que é preciso universalizar o acesso e garantir a permanência dos alunos, oferecendo ensino de boa qualidade. Para isso, a escola precisa funcionar bem, tornandose democrática. Para assegurar a reflexão buscamos VEIGA que nos diz: A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. E visa romper com a separação e execução, entre pensar e fazer, entre a teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto de trabalho pelos educadores.(1997,p.18). Diante desse pensamento, entendese que a gestão ou a administração de uma escola publica é alvo que deve ser exercido, principalmente, por educador, que chegue nesse cargo, através de uma eleição direta, onde a própria comunidade faca a sua escolha. Entretanto, sabese que não é só dele, essa tarefa de administrar, mas, principalmente de todos os envolvidos no processo de educação. No pensar da gestão democrática, a comunidade está sendo chamada para participar das tomadas de decisões, por varias razões. Uma delas é próprio processo de democratização da sociedade, ampliando os canais de participação. Outra grande razão é que a escola não está isolada, mas, inserida numa comunidade concerta, cuja população tem expectativas e necessidades específicas. Partilhando a gestão com a comunidade, a escola fixa raízes, vai alem da busca de soluções próprias, mais adequadas às necessidades e às inspirações dos alunos e de suas famílias, conquistas, aos poucos, autonomia para definir seu projeto. Como comenta NAURA A direção se constrói e se legitima na participação do exercício da democracia da construção coletiva do projeto pedagógico que reflita o projeto de homem e da sociedade que se quer. (2000, p 113). 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 7/23 Por isso, podese dizer que quando se almeja algo, não pode se estar só, e sim compartilhando das decisões da escola. Isso prova que a realidade começa a mudar para uma gestão democrática, uma vez que se acredita que juntos temos mais chances de encontrar caminhos para atender as expectativas da sociedade. A atuação da escola passa a ser compartilhada por todos. Por isso, diz que, que quando ampliamos o numero de pessoas que participam da vida da escola, é possível estabelecer relação mais flexível e menos autoritária entre educadores e clientela escolar. Percebese também, no interior da escola, que a consciência do direito de participar das decisões sobre “que fazer” da escola, ainda não está disseminada entre os seguimentos que a constituem e que a construção de democracia, participativa, é um processo lento, o que se confirma quando afirmam ROMÃO e PADILHA (1997, p. 23). A gestão democrática não é um processo simples, de curto prazo, mas também,não é um processo tão complexo ou irrealizável. Elaboração do projeto político pedagógico da escola, a implementação de conselhos de escolas que efetivamente influenciou a gestão escolar como um todo, à medida que, garantem a autonomia administrativa, pedagógica e financeira da escola, sem eximir o Estado de suas obrigações com o ensino publico. Entretanto esse processo democrático na sua complexibilidade, ou seja, assegura a sua efetividade, num contexto mais amplo, onde as exigências imediatas de ações concretas esbarram nas limitações da autonomia administrativa e até mesmo nas políticas paternalistas, empreendidos pelos próprios gestores, preocupados em manter o cargo (embora letivo), é que, percebese a dificuldade de um gestor escolar enfrenta no seu cotidiano escolar. 4 CAMINHOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO A democratização supõe a convivência e o dialogo entre pessoas que pensam de modo diferente e querem coisas distintas. O aprendizado democrático implica a capacidade de discutir, elaborar e aceitar regras coletivamente, assim como a superação de obstáculos e divergências, por meio do dialogo, para a construção de propósitos comuns. Na escola não é diferente. Encontramos também a diversidade e o conflito de interesses. Uma gestão participativa de ensino público busca, pelo dialogo e pela mobilização das pessoas, a criação de um projeto pedagógico com base em formas colegiadas e princípios de convivência democrática. Muitas são as concepções sobre a gestão e democracia. Certamente a ideia da gestão escolar democrática está vinculada à função social que a escola deve cumprir. Inicialmente, definimos gestão democrática como um tipo de gestão político pedagógica e administrativa orientada por processos de participação das comunidades local e escolar. Vejamos melhor essa questão, porque tanto a Constituição Brasileira, quanto a LDB estabelecem a gestão democrática como o modo próprio de gerir as escolas públicas e os sistemas de ensino. O principio de gestão democrática do ensino publico, estabelecido na constituição brasileira, foi regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN (Lei n.º 9.394 / 96 ). Ao estabelecer a gestão democrática do ensino, o texto constitucional institui, ao mesmo tempo, o direito e o dever de participar de todos os que atuam nos sistemas e nas escolas publicas. A constituição relacionada à gestão democrática com as demais formas de gestão. 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 8/23 A Constituição cita os princípios a serem observados na gestão das escolas que são: Art. 206 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II– liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III – pluralidade de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições publicas e privadas de ensino; IV – gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais; V – valorização dos profissionais de ensino, garantido, na forma da Lei, planos de carreira para o magistério publico, com piso salarial profissional e ingresso, exclusivamente, por concurso publico de provas e títulos, assegurado regimento jurídico único para todas as instituições mantidas pela União; VI – gestão democrática do ensino publico, na forma da Lei; VII – garantia de padrões de qualidade. Assim, a Constituição Federal brasileira estabeleceu a gestão democrática do ensino publico como um entre os sete princípios necessários para se ministrar o ensino em nosso País e, por extensão, para gerir as escolas publicas. Igualdade, liberdade, pluralismo,gratuidade, valorização dos profissionais de ensino. Este princípio constitucional constitui uma das garantias do direito à participação. Ele possibilita as pessoas, independentemente de sua situação social e cultural, intervir na construção de políticas e na gestão das instituições educacionais. O conhecimento e a interpretação da LDBEN 9394/96 é fundamental para todos os atores cidadãos e, particularmente, para as equipes gestoras.ela contem as diretrizes e as bases que norteiam a educação nacional, trazendo elementos importantes para a construção de uma nova escola,democrática e de qualidade para todos. Veja o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN 9394/96 de dezembro de l996. Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino publico na educação básica, de acordo com os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II–participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes; Art. 15 Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira pública. Cada sistema de ensino tem autonomia para a elaboração de normas próprias de gestão democrática. Em todos, no entanto, a participação dos profissionais da educação deve ser assegurada e incentivada na preparação do projeto pedagógico da escola, assim como a das comunidades escolar e local nos órgãos de decisão colegiada. A gestão das escolas e dos sistemas de ensino deve contar com a participação de pais, alunos e professores (comunidade escolar), mas também com representantes das associações do poder público e de outras entidades existentes em seu estado ou sua cidade (comunidade local). As dificuldades de democratização do sistema público quanto às formas de gestão, as tentativas de aproximação da população com a escola, em sua maioria não foi bem sucedida, 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 9/23 evidenciando o fracasso, o que veio demonstrar que a natureza dos problemas encontrados e a superação deles não se limitam a troca ou proposta de canais mais adequados tendo em vista gestão democrática capaz de envolver, efetivamente, professores, alunos e pais. Assim, a dificuldade reside na distancia entre representantes e representados. Pois, a prática democrática não se resume na indicação de representantes que imediatamente se desligam de seus representados. Então, tornase também preciso aliar as práticas representativas com práticas democráticas diretas, no sentido da ampliação do espaça de discussão e de decisão a envolver setores mais amplos, muitas vezes construindo sem possibilidade de ampla participação. Não obstante a existência, sob o ponto de vista estratégico, de interesses comuns, a luta pela real democratização da educação destinada à classe trabalhadora, à maioria da população, é preciso reconhecer que os sujeitos envolvem o conflito entre as partes e a diversidade de orientações deve ser explicitada. Segundo BASTOS (1999 p23): As relações entre os gestores das atividades educativas devem estar abertas ao conflito, pois o consenso não é ponto de partida para a interação dos gestores, pois, apenas obscurece a diversidade, sendo que ele deve ser buscado numa trajetória que comporte a discussão e o conflito, enfim, o consenso e as decisões devem ser construídos coletivamente. Neste sentido, o quadro dos atores coletivos, professores, alunos, população escolar,as maiores dificuldades residem na relação do interior da unidade escolar com os estudantes e suas formas de organização, em grande parte inexistentes ou veladamente proibidas. Mas, residem, principalmente, entre pais, moradores e demais forcas sociais que atuam nos movimentos populares. Para tanto, resta, na maioria das vezes, aos pais e moradores apenas a colaboração na prestação de pequenos serviços,a contribuição financeira ou o encargo de assumir penas disciplinares “compartilhadas” com professores e direção, uma vez que a atividade educativa tornase tarefa cada vez mais complexa diante da qual os educadores tendem a não encontrar respostas inovadoras e preferem assumir muitas vezes as saídas mais fáceis. É preciso, assim, ousar, lutar por um novo projeto que estamos delinear, e construílo ao lado de uma trajetória recentemente iniciada, isto significa que é preciso ter em conta a possibilidade real de serem tomadas decisões e, sobretudo, o reconhecimento de interesses das partes envolvidas no processo de democratização escolar das escolas públicas do Brasil. GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Devemos enfatizar então que a democracia na escola por si só não tem significado. Ela só faz sentido se estiver vinculada a uma percepção de democratização da sociedade. Na Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano Político pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 10/23 formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar. A gestão democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e à coordenação de atitudes que propõem a participação social: No planejamento e elaboração de políticas educacionais; Na tomada de decisões; Na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; Na execução das resoluções colegiadas; Nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. Com a aplicação da política da universalização do ensino devese estabelecer como prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como a garantia da qualidade social da educação. As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. O gestor, que pratica a gestão com liderança deve buscar combinar os vários estilos como, por exemplo: estilo participativo que é uma liderança relacional que se caracteriza por uma dinâmica de relações recíprocas; estilo perceptivo/flexível que é uma liderança situacional que se caracteriza por responder a situações específicas; estilo participativo/negociador que é uma liderança consensual que se caracteriza por estar voltada a objetivos comuns, negociados; e estilo inovador: que é uma liderança prospectiva que se caracteriza por estar direcionada à oportunidade, isto é, à visão de futuro. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega à sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade. 2 Princípios Os princípios que norteiam a Gestão Democrática são: Descentralização [http://pt.wikipedia.org/wiki/Descentraliza%C3%A7%C3%A3o] : A administração [http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o] , as decisões, as ações devem ser elaboradas e executadas de forma não hierarquizada [http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia] . A descentralização caracterizase quando um poder [http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder] antes absoluto [http://pt.wikipedia.org/wiki/Absoluto] , passa a ser repartido, por exemplo, quando uma pessoa ou um grupo tinha um poder total e absoluto, e depois é repartido este poder com outras pessoas ou outros grupos, ou seja ele foi descentralizado e repartido. Alta idade media: Corresponde ao periodo da genese do feudalismo. Participação: Todos os envolvidos no cotidiano escolar devem participar da gestão: professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que participam de projetos [http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto] na escola, e toda a comunidade ao redor da escola. http://pt.wikipedia.org/wiki/Descentraliza%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder http://pt.wikipedia.org/wiki/Absoluto http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 11/23 Transparência [http://pt.wikipedia.org/wiki/Transpar%C3%AAncia] : Qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola tem que ser de conhecimento de todos. A Gestão Democrática é formada por alguns componentes básicos: Constituição do Conselho Escolar [http://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=Conselho_escolar&action=edit&redlink=1] ; Elaboração do Projeto Político Pedagógico [http://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=Projeto_Pol%C3%ADtico_Pedag%C3%B3gico&action=edit&redlink=1] de maneira coletiva e participativa; Definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência na prestação de contas; avaliação [http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o] institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica; Eleição [http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o] direta para diretor (a); Conselhos escolares O Conselho Escolar (CE) é um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar com a função de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB [http://pt.wikipedia.org/wiki/LDB] , lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Gestão Democrática no inciso II – "participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática. Porém, como diz Carlos Drummond Andrade: "as leis não bastam. Os lírios não nascem das leis" (SEED 1998, p. 44). Dessa forma, os Conselhos Escolares podem servir somente para discutir problemas burocráticos, ser compostos apenas por professores e diretor(a), como um ‘Conselho de Classe’, mas se estiver dentro dos princípios da Gestão Democrática esse Conselho terá que discutir politicamente os problemas reais da escola e do lugar que ela está inserida com a participação de todos os sujeitos do processo. Para que se garanta a constituição de um Conselho Escolar com essas características, Antunes (SEED, 1998) aponta alguns parâmetros importantes a serem considerados: Natureza do Conselho Escolar: Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora. Atribuições fundamentais: Elaborar seu regimento interno; elaborar, aprovar, acompanhar e avaliar o projeto políticopedagógico;criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicação financeiros da escola; participar de outras instâncias democráticas, como conselhos regional, municipal, e estadual da estrutura educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políticas educacionais. Normas de funcionamento: O Conselho Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme a necessidade da escola, para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função do membro do CE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por metade mais um dos votos dos presentes da reunião. Composição: Todos os segmentos existentes na comunidade escolar deverão estar representados no CE, assegurada a paridade (número igual de representantes por segmento); o diretor é membro nato do conselho. Processo de escolha dos membros: A eleição dos membros e suplentes deverá ser feita na http://pt.wikipedia.org/wiki/Transpar%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conselho_escolar&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Projeto_Pol%C3%ADtico_Pedag%C3%B3gico&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/LDB 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 12/23 unidade escolar, por votação direta, secreta e facultativa. Presidência do Conselho Escolar: Qualquer membro efetivo do conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil. Critérios de participação: Participam do Conselho com direito a voz e voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10 anos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por força legal, sejam restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacidade civil; poderão participar das reuniões do Conselho, com direito a voz e não voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas, representantes de entidades conveniadas, Grêmio Estudantil, membros da comunidade, movimentos populares organizados e entidades sindicais. Mandato: Um ano, com direito à recondução. Projeto político pedagógico Assim como o Conselho Escolar, o PPP também tem leis para assegurálo. Na LDB, o Artigo 12 dispõe: "Os estabelecimentos de ensino (..) terão incumbência de: (Inciso I:) elaborar e executar sua proposta pedagógica". Também no Artigo 13 das incumbências dos docentes, o Inciso I lê: "participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino"; e o Inciso II lê: "elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino". Percebese, porém, que a palavra ‘político’ é descartada, como se qualquer PPP não tivesse uma ideologia e concepções que o cerceiem. Dessa forma, a lei assegura que se faça um Projeto Pedagógico da escola, mas deixa aberto para que se faça um documento somente técnico, sem a devida discussão, que muitas vezes é feito só para cumprir a lei, tornandose assim um instrumento meramente burocrático e bem longe da realidade esperada. Para que se tenha êxito em fazer um Projeto PolíticoPedagógico, com a participação da comunidade, e para que sua implementação esteja presente na realidade escolar, algumas características são fundamentais: Comunicação eficiente: Um projeto deve ser factível e seu enunciado facilmente compreendido. Adesão voluntária e consciente ao projeto: Todos precisam estar envolvidos. A co responsabilidade é um fator decisivo no êxito de um projeto. Suporte institucional e financeiro: Tem que ter vontade política, pleno conhecimento de todos e recursos financeiros claramente definidos. Controle, acompanhamento e avaliação do projeto: Um projeto que não pressupõe constante avaliação não consegue saber se seus objetivos estão sendo atingidos. Credibilidade: As idéias podem ser boas, mas, se os que as defendem não têm prestígio, comprovada competência e legitimidade, o projeto pode ficar bem limitado. Eleição para diretor A história do processo de escolha democrática de dirigentes escolares começa no Brasil na década de 60, quando, nos colégios estaduais do Rio Grande do Sul, foram realizadas votações para diretor a partir das listas tríplices. Foi então que, no movimento da democratização, principalmente com o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública [http://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=F%C3%B3rum_Nacional_em_Defesa_da_Escola_P%C3%BAblica&action=edit&redlink=1] , a http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=F%C3%B3rum_Nacional_em_Defesa_da_Escola_P%C3%BAblica&action=edit&redlink=1 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 13/23 eleição direta tornouse uma das importantes bandeiras da educação, e pela qual não foi incorporada, como outras (pelo menos em parte), nas legislações principais (Constituição e LDB). É por essa razão também que a história da eleição direta para diretores é marcada por constantes avanços e retrocessos, dependendo da vontade política de dirigentes, para se aparar em leis estaduais e municipais. Na Gestão Democrática o dirigente da escola só pode ser escolhido depois da elaboração de seu Projeto PolíticoPedagógico. A comunidade que o eleger votará naquele que, na sua avaliação, melhor pode contribuir para implementação do PPP. Porém, existem outras formas de escolha de diretor, que são a realidade da maioria das escolas públicas do Brasil. DESAFIOS DO GESTOR PARA A MUDANÇA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA As constantes mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas no mundo requerem que a escola atenda às exigências impostas pelo novo modelo de sociedade: a Sociedade do Conhecimento. Na atualidade, as organizações escolares estão passando por vários desafios e mudanças, já que a nova sociedade incita essas transformações, tornando relevantes aspectos como inovação, competitividade e produtividade. Nesse contexto, urge a importância de refletir sobre os desafios do gestor escolar, para gerar um processo de mudança nas organizações escolares que buscam se adequar aos novos padrões da sociedade atual, por meio da inovação e da prática de gestão participativa. Deste modo, é preciso investir na transformação da atitude dos profissionais da escola, no sentido de orientar suas práticas pedagógicas e administrativas para a garantia de uma educação formal contínua e de qualidade. De acordo com Penin & Vieira (2002, In: VIEIRA, 2002) a escola sofre mudanças relacionandose com os momentos históricos. “Sempre que a sociedade defrontase com mudanças significativas em suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”. Assim, o papel da escola deve estar de acordo com os interesses da sociedade atual, ou seja, a escola precisa assumir as características de uma instituição que atenda às exigências geradas por esses fatores. Sendo assim, a gestão da escola precisa se empenhar para reestruturar desta instituição, pois a aprendizagem agora ocupa toda a vida das pessoas, além da escola, adquiremse conhecimentos em diversos espaços, no familiar, no social e no virtual. Desse modo, se faz necessário discutir a atuação da gestão escolar na busca pela mudança organizacional da escola para que a mesma proporcione um ensino de alto nível aos seus alunos. Transformação da Atitude das Pessoas Na análise de Kisil (1998, p. 1) “um dos grandes marcos do mundo contemporâneo é o fenômeno da mudança”. Sabendo disso, a escola e seus profissionais devem cada vez mais investir em conhecimento e socializálo para que a organização escolar aumente suacapacidade de criar e de inovar, já que “mudar é confrontar a organização com novas perspectivas, iniciativas e modelos mentais (paradigmas); usar o pensamento sistêmico e desenvolver o aprendizado colaborativo entre pessoas de capacidade equivalente”. (SENGE,1998 citado por MOTTA, 2001, p. 137). Porém, qualquer mudança gera resistência. Assim, cabe ao gestor da organização escolar fazer com que essa resistência seja vencida de maneira construtiva, não impondo o novo modelo, mas gerando comprometimento para que seja adotado e cultivado. Para que o gestor escolar consiga enfrentar mudanças significativas que elevem o padrão da 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 14/23 escola, é preciso que ocorra uma mudança radical na atitude das pessoas, com o objetivo de que as mesmas passem a encarar a inovação como um desafio e sintamse estimuladas pela motivação pessoal e, assim, se tornem capazes de ir além dos seus próprios limites. “Atitude é uma predisposição subliminar da pessoa, resultante de experiências anteriores, da cognição e da afetividade, na determinação de sua reação comportamental em relação a um produto, organização, pessoa, fato ou situação”. (MATTAR, 1999, p. 199). Portanto, tornase imprescindível que o gestor analise a atitude das pessoas que trabalham na escola, em relação às práticas pedagógicas e administrativas da organização educacional, a fim de diagnosticar o grau de interesse profissional com a instituição a qual fazem parte. O gestor escolar deve atuar como líder, ou seja, formar pessoas que o acompanhem em suas tarefas e preparálas para serem abertas às transformações. Nesse sentido, necessita ter motivação, responsabilidade, dinamismo, criatividade e capacidade de atender às necessidades mais urgentes. Isso requer um constante aprendizado, para se atualizar e conhecer as mais recentes contribuições dos educadores sobre os processos de capacitação de lideranças educacionais. Sendo assim, “os gestores devem ter consciência de que seu papel na escola de hoje é muito mais de um líder que de um burocrata. Esperase dele que assuma a direção como um membro ativo da comunidade escolar”. (SANTOS, 2002, p. XVI). É dessa forma que a escola deve ser administrada, uma vez que a mesma tem que acompanhar a evolução da sociedade global, pois “as escolas atuais necessitam de líderes capazes de trabalhar e facilitar a resolução de problemas em grupo, capazes de trabalhar junto com professores e colegas, ajudandoos a identificar suas necessidades de capacitação e a adquirir as habilidades necessárias” (LÜCK et al., 2002, p. 34). É um grande desafio para o gestor escolar atuar como líder e desenvolver formas de organização inovadoras, empreendedoras e participativas, mas isto é indispensável. Algumas das importantes e atuais funções do gestor escolar são prever e se antecipar às mudanças, assim, o gestor deve saber ir além e intuir as mudanças, aprender a pesquisar, avaliar e enfrentar os novos desafios. Sendo assim, o gestor para liderar as mudanças e implantálas deve ter a consciência da existência de riscos para que assim possa evitar possíveis erros, por meio de um planejamento bem elaborado e participativo. No entanto, os erros e acertos do passado podem ser fundamentais para direcionar as decisões futuras. Segundo Lück et al. (2002, p. 35) liderança é “a dedicação, a visão, os valores e a integridade que inspira os outros a trabalharem conjuntamente para atingir metas coletivas”. De acordo com a autora “a liderança eficaz é identificada como a capacidade de influenciar positivamente os grupos e de inspirálos a se unirem em ações comuns coordenadas”. Deste modo, é importante que a liderança do gestor seja participativa, para que todos compartilhem a gestão da escola. Implantação do processo de mudança Um modelo de gestão não pode ser analisado de forma estagnada, desvinculado de seu contexto, pois perde o seu sentido se considerado fora da realidade em que surgiu. De acordo com Glatter (1992, p. 146) o processo de mudança é dividido em três fases: 1) Iniciação: introduzir novas idéias e práticas e procurar o apoio institucional. 2) Implementação: operacionalizar as idéias. 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 15/23 3) Institucionalização: constituílas em normas e rotinas, para que se tornem parte integrante do cotidiano escolar. Nesse sentido, Santos (2002) diz que para implantar um processo de mudança na instituição o gestor precisa elaborar um planejamento para que a escola consiga atender a aspectos como: Responder às transformações impostas pela sociedade; compreender que a comunidade escolar é o foco dessas mudanças; Motivar os profissionais a encararem a mudança como um desafio pessoal; Desenvolver uma cultura organizacional de desafio constante, para estar preparada para reagir imediatamente às novas mudanças; Realizar reuniões com os seus participantes, visando detectar os fatos que podem ser considerados geradores de mudanças estratégicas na organização e apresentar os benefícios que poderão tirar disso. Esses aspectos são de extrema importância para o sucesso da organização, uma vez que o grande diferencial competitivo das organizações contemporâneas são seus recursos humanos. Assim, uma maneira para se obter melhores resultados é gerar um círculo de motivação a partir do estímulo da capacidade de criação e superação, que permite ao indivíduo sentirse mais gratificado, uma vez que o investimento em recursos humanos, tecnologias, informações e na valorização de uma cultura aberta às mudanças, torna a escola forte e dificilmente a leva a dificuldades. Para o sucesso da organização, considerase relevante que a gestão da escola busque a participação de todos e em diferentes cargos (coordenadores, professores, técnicos, administrativos e serviços gerais) para uma melhor implantação dos objetivos almejados e um comprometimento maior. Assim, é necessário que a organização escolar possua uma gestão participativa, pois a principal alternativa para que a escola se transforme em um ambiente de crescimento contínuo e integrado é a participação e o comprometimento de todos. De acordo com Lück et al. (2002, p. 15) “o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.” Ou seja, tratase do envolvimento de pessoas interessadas nas questões da escola, no seu processo de tomada de decisões. No entanto, “não basta a tomada de decisões, mas é preciso que elas sejam postas em prática para prover as melhores condições de viabilização do processo de ensino/aprendizagem”. (LIBÂNEO, 2001, p. 326). As atividades escolares devem ser produtos da reflexão do coletivo da escola, pois o planejamento dessas atividades é indispensável para que a escola consiga desempenhar bem o seu papel. Pois, “isoladamente, ainda que haja competência e comprometimento, os resultados do trabalho educacional são quase sempre insignificantes”. (BORGES, 2004, In:ANDRADE, 2004, p. 42). A partir dessa reflexão surgirão os caminhos a serem seguidos na ação educacional, concretizados na forma de proposta pedagógica, planos de curso e no plano de gestão escolar. As diretrizes organizacionais como missão, visão e objetivos devem ser definidos e elaborados pela equipe escolar, a partir da análise estratégica, mostrando que o planejamento, se bem aplicado, pode tornar a gestão da escola maiscompetitiva, atuando como um instrumento de comunicação, de acompanhamento e principalmente de aperfeiçoamento do aprendizado na organização. 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 16/23 Para Glatter (1992) a gestão de mudanças na escola é uma atividade necessária e complexa que requer conhecimentos, habilidades e competências, pois a gestão eficaz é uma característica das melhores escolas. Nesse sentido, como as mudanças são constantes e aceleradas, o gestor deve se preparar para possuir a capacidade técnica de planejar, com uma visão clara, como diferenciar a sua instituição de seus concorrentes, evitando ser facilmente suprimido por eles. Segundo Santos (2002, p. 41) os gestores escolares possuem várias e importantes funções dentro da escola, atribuições estas que nem sempre são realizadas com satisfação. No entanto, podese reverter este quadro com as seguintes ações: 1. Efetivando a gestão participativa, envolvendo todos os profissionais da escola no planejamento das atividades nos aspectos administrativos, pedagógicos, políticos e éticos; 2. Solucionando a insatisfação dos profissionais devido à sensação de impotência e inutilidade diante do fracasso da escola em educar as novas gerações; 3. Conscientizando todos de que somente a prática participativa e democrática pode provocar mudanças significativas e benéficas para a escola. As responsabilidades do gestor escolar são várias, pois ele é responsável pelas questões pedagógicas, financeiras e administrativas e precisa coordenar e controlar todos os setores do ambiente escolar, compreendendo sua atribuição como gestor, motivador e agente de transformação. Assim sendo, o gestor, na sua figura de líder, deve despertar o potencial de cada componente da instituição, transformando a escola num ambiente de trabalho contínuo, onde todos cooperam, aprendem e ensinam o tempo todo. Na análise de Andrade (2004), para organizar melhor o seu trabalho e a escola o gestor e a sua equipe poderão começar classificando as questões mais desafiadoras da eficácia do processo de mudança rumo ao crescimento organizacional. É importante que os desafios classificados estejam definidos “no Projeto Pedagógico, que é a chave da gestão escolar”. (p.13). É importante que esses desafios sejam periodicamente revistos, avaliandose em qual questão a atuação da gestão da escola tem sido mais ou menos expressiva, fazendo uma autocorreção e buscando novas propostas junto à comunidade escolar, para reelaborar as ações quando necessário. O gestor escolar tem o dever de organizar reuniões com os demais profissionais, para que todos possam sugerir novas ideias, bem como melhorar o acesso, a socialização e a produção do conhecimento entre os profissionais e os alunos da escola, colocando o conhecimento, como o centro da atividade pedagógica. Pretendese, assim, desenvolver ao máximo o potencial dos profissionais da escola e promover diálogos abertos com os interessados, dando ciência de todas as propostas de ações, qualificandoos para a tomada de decisões e para a geração de conhecimentos mais elaborados. Gestão inovadora da escola As mudanças necessárias, visando à eficácia da educação na sociedade atual implicam numa nova organização da escola, no que se refere à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, das estruturas físicas e dos equipamentos, uma vez que “as organizações são sempre focos de mudanças, pela utilização de tecnologia ou pelas transformações impostas pela sociedade”. (SANTOS, 2002, p. 29). Deste modo, a escola deve oferecer uma estrutura com espaços diversificados para facilitar a 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 17/23 aprendizagem, como bibliotecas com acervos atualizados, laboratórios de informática com acesso à Internet, entre outros. Porém, “as novas tecnologias colocam desafios organizacionais na escola [...] Essas mudanças não são fáceis”. (DOWBOR, 2001, p. 53). No entanto, as escolas, mesmo as que tenham carência de recursos financeiros, precisam inovar utilizando as tecnologias possíveis. Segundo Moran (2003) as escolas para se tornarem inovadoras precisam incluir as novas tecnologias e utilizálas nas atividades pedagógicas e administrativas, garantindo o acesso à informação a toda a comunidade escolar. Entretanto, o gestor após adquirir computadores, softwares e Internet deve informatizar a instituição, integrando todas as informações da escola em bancos de dados, possibilitando registrar e atualizar instantaneamente a sua documentação para facilitar as tarefas administrativas da organização. Para isso, o gestor precisa investir em seu domínio técnico e dos demais profissionais da escola, ou seja, capacitálos para a utilização consciente e de forma prática dos computadores conectados à Internet e, ainda, incentivar os professores a adquirirem domínio pedagógico, para articular as tecnologias com o processo de ensinoaprendizagem. A inserção das novas tecnologias na gestão escolar é fundamental, uma vez que “hoje é necessário que cada escola mostre sua cara para a sociedade, que diga o que está fazendo, os projetos que desenvolve, a filosofia pedagógica que segue, as atribuições e responsabilidades de cada um dentro da escola”. (MORAN, 2003, p. 3). Assim, a participação dos pais e alunos é facilitada, bem como a troca de informações e experiências com a comunidade e a discussão e tomada de decisões compartilhadas. Neste sentido, muitas escolas estão desenvolvendo homepages e webmails para o acesso do público interno e externo às informações das instituições por meio de ambientes virtuais. Deste modo, “devemos abrir a escola para o mundo que a cerca”. (DOWBOR, 2001, p. 46). Mas, para Dowbor (2001), abrir a escola para as novas tecnologias não é apenas organizar “um laboratório de informática, com o dono da chave do laboratório, horários estritos de uso, e uma “disciplina” de informática, como se fosse uma área de estudo”. (p. 50). O que se pretende é que alunos e professores se familiarizem e aprendam a trabalhar com as novas tecnologias, através do acesso direto a informação, extraindo delas informações pertinentes e transformandoas em conhecimento. Portanto, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são ferramentas valiosas para a educação. A utilização desses recursos constitui uma maneira de contrapor o insucesso escolar. Assim, o conhecimento em informática é uma das novas competências que devem ser adquiridas e desenvolvidas na escola, já que os instrumentos tecnológicos motivam o aprendizado e, além disso, avaliam o que se aprende e ajudam a fazer descobertas. Neste estudo foi possível compreender que a comunidade escolar precisa se empenhar para elevar o nível intelectual da escola, por meio da gestão participativa e pela inovação do ambiente escolar em todos os aspectos. Para isso, o gestor que exerce importantes atribuições deve gerar um clima de transformação de atitudes e estimular os integrantes da organização escolar para o seguirem em direção a uma escola reflexiva. Para tanto, investir em práticas de gestão participativa, em técnicas motivacionais e reestruturação da instituição tornase um caminho eficaz para a concretização da educação na sociedade contemporânea. O GESTOR ESCOLAR E AS NOVAS TECNOLOGIAS 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 18/23 O uso de novas tecnologias na mediação escolar é cada vez mais um fator preponderante para que o processo de ensino e aprendizagem seja contextualizado e contemporâneo. O presente trabalho visa apresentar qualdeve ser o papel do gestor educacional frente às novas tecnologias educacionais e como contribuirá para que estes recursos sejam incorporados à prática pedagógica do professor. As condições de gerenciamento de muitas das escolas públicas são precárias. Infraestrutura deficiente, professores mal preparados, classes barulhentas. É difícil falar em gestão inovadora nessas condições. Mesmo reconhecendo essa dificuldade estrutural, a competência de um diretor de escola pode suprir boa parte das deficiências. A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na escola contribui para expandir o acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem que privilegiam a construção do conhecimento, a comunicação, a formação continuada e a gestão articulada entre as áreas administrativa, pedagógica e informacional da escola. Desde a implantação da Lei Nº. 9394/96 nos deparamos com uma verdadeira revolução na gestão da escola e da figura do gestor escolar, pois inúmeras responsabilidades, competências e habilidades são exigidas em sua atuação administrativa, pedagógica e comunitária, a partir dos princípios de gestão democrática no âmbito da escola pública. O gestor escolar, a partir desse momento, passou a gerenciar, coordenar, acompanhar e executar atribuições que anteriormente não ressoavam no âmbito da escola e da comunidade com tal força, tal como o evidenciamos com o advento da referida lei. O contato com a tecnologia é diário, pois esta se encontra incorporada nas empresas, nos bancos, nos comércios, enfim, em vários setores de nossa sociedade moderna. Nossas crianças já sentem o efeito da sociedade da informação, pois as mesmas "brincam" com a tecnologia, fruto de suas curiosidades e da ausência do "medo" de errar. Este trabalho buscar identificar o papel do gestor escolar na implantação das novas tecnologias educacionais no ambiente escolar, a fim de que se possa determinar qual é influência do gestor educacional junto aos demais membros da escola para a utilização das novas tecnologias educacionais. O papel do gestor educacional frente às novas tecnologias Quando falamos em tecnologias costumamos pensar imediatamente em computadores, vídeo, softwares e Internet. Sem dúvida são as mais visíveis e que influenciam profundamente os rumos da educação. Mas, antes, é bom lembrar que o conceito de tecnologia é muito mais abrangente. Tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso também é tecnologia. Evidenciamos, neste século XXI, o apogeu das novas tecnologias da informação e da comunicação no âmbito da sociedade moderna, pois a convergência das inovações da informática, da comunicação e das telecomunicações está presente nos artefatos tecnológicos que variam desde o telefone celular ao computador, capazes de possibilitar aos usuários, o envio e recebimento de mensagens, ouvir a programação da rádio, assistirem vídeos, produzirem fotos e proporcionar ainda a comunicação audiovisual entre sujeitos em diferentes partes do mundo. No entanto, em relação aos nossos educadores, principalmente àqueles com ampla experiência docente, evidenciamos um verdadeiro "pânico" em desenvolverem atividades com o auxílio de tais artefatos tecnológicos. Segundo Pretto (1996): [...] "não podemos pensar que a pura e simples incorporação destes novos recursos na educação seja garantia imediata de que se está fazendo uma nova educação, uma nova escola, para o futuro [...] vivemos um momento histórico especial, em que surgem novos valores na sociedade”. 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 19/23 Não obstante os avanços alcançados nos últimos anos com a melhoria no nível dos indicadores educacionais e, principalmente, com o salto obtido na meta de universalização do acesso ao ensino fundamental, muito ainda tem que ser feito para qualificar esse acesso e vencer a tendência histórica de exclusão social do sistema. Na sociedade, as novas tecnologias são incorporadas velozmente, mas persistem na escola uma grande desconfiança, morosidade e ausência de incorporação da tecnologia. E, por isso, há necessidade de mudarmos uma prática cada vez mais constante no âmbito das escolas públicas: os equipamentos tecnológicos ficam “trancados”! É bem verdade que tal fato decorre da falta de infraestrutura das escolas na salvaguarda dos equipamentos; mas, entendemos que além da capacitação dos docentes, há também a necessidade de participação dos gestores nos cursos de qualificação para o uso das novas tecnologias, no sentido de que possam incentivar a presença da tecnologia no contexto administrativo e pedagógico na escola, ou seja, os gestores precisam participar do processo de inclusão digital ou de alfabetização tecnológica. Ao Gestor Escolar cabe a capacidade de planejamento, liderança, iniciativa, de criação de espaços e clima de reflexão e experimentação, pois a Gestão escolar consiste num espaço de mobilização da competência e do envolvimento das pessoas coletivamente para que, por sua participação ativa e competente, promovam a realização dos objetivos educacionais. A transformação da escola acontece com maior frequência em situações nas quais diretores e comunidade escolar (funcionários, professores, alunos, pais e comunidade) se envolvem diretamente no trabalho realizado em seu interior. De acordo com Almeida (2004, p. 2), O envolvimento dos gestores escolares na articulação dos diferentes segmentos da comunidade escolar, na liderança do processo de inserção das TIC na escola em seus âmbitos administrativo e pedagógico e, ainda, na criação de condições para a formação continuada e em serviço dos seus profissionais, pode contribuir e significativamente para os processos de transformação da escola em um espaço articulador e produtor de conhecimentos compartilhados. Para isso, é necessário que haja o comprometimento e envolvimento do gestor escolar no processo de formação continuada para o uso das novas tecnologias e mídias na educação. Será o gestor o principal responsável para que os novos recursos tecnológicos façam parte do cotidiano da escola. O objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é para originarse o novo e pedagogicamente importante, que não se pode realizar de outras maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar essas tecnologias na integração de matérias estanques. A escola passa a ser um lugar mais interessante que prepararia o aluno para o seu futuro. A aprendizagem centrase nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para tornálo um usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica. Programas integrados de gestão administrativopedagógica O gestor escolar e a sua equipe têm nas tecnologias, hoje, um apoio indispensável ao gerenciamento das atividades administrativas e pedagógicas. O computador começou a ser utilizado primeiro na secretaria para depois chegar à sala de aula. Neste momento há um esforço grande para que esteja em todos os ambientes e de forma cada vez mais integrada, por entender que na escola não se deve separar o administrativo e o pedagógico: ambos são necessários. De acordo com Vieira (2003, p.151), Numa primeira etapa privilegiouse o uso do computador para tarefas administrativas: 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html20/23 cadastro de alunos, folha de pagamento. Depois, os computadores começaram a ser instalados em um laboratório e se criaram algumas atividades em disciplinas isoladas, em implementação de projetos. As redes administrativas e pedagógicas, nesta primeira etapa, estiveram separadas e ainda continuam funcionando em paralelo em muitas escolas. Encontramonos, neste momento, no começo da integração do administrativo e do pedagógico do ponto de vista tecnológico. O administrativo está a serviço do pedagógico e ambos têm de estar integrados, de forma que as informações circulem facilmente – com as restrições de acesso necessárias –, para visualizar qualquer informação que precisarmos checar ou para fazer previsões necessárias. Nos últimos anos tem aumentado muito a quantidade da informação e tem havido também grandes avanços na qualidade das informações disponíveis online para a comunidade escolar e para o público em geral. Os grandes colégios constroem verdadeiros portais de informação, com áreas dedicadas aos professores, outras aos alunos, aos pais e ao público em geral. A Internet é um espaço virtual de comunicação e de divulgação. Hoje é necessário que cada escola demonstre para a sociedade, o que ela faz, os projetos que desenvolve, a filosofia pedagógica que segue, as atribuições e responsabilidades de cada um dentro da escola, na divulgação para sociedade de todos os projetos desenvolvidos. Assim se “abre”, com possibilidades de acesso para todos em torno de informações gerais. Cada escola tem uma situação concreta que interfere no processo de gestão com tecnologias. Se atender a uma comunidade de classe alta ou de periferia com os mesmos princípios pedagógicos, terá que adaptar o seu projeto de gestão à realidade em que se insere. Na implantação de tecnologias, no ambiente escolar, o primeiro passo é garantir o acesso para que as tecnologias cheguem à escola, que estejam fisicamente presentes ou que professores, alunos e comunidade possam estar conectados. Para isso, o gestor educacional deverá encaminhar à Secretaria de Educação, projetos concisos, que demonstrem a necessidade da unidade escolar ser informatizada, ou seja, ser contemplada com um Laboratório de Informática Educacional, bem como, com os demais recursos tecnológicos que fazem parte das salas de multimeios. Mesmo ainda distantes do ideal, temos avançado bastante nos últimos anos na informatização das escolas. Mas a demanda por novos laboratórios, por conexões mais rápidas, por novos programas é incessante e isso deixa também amedrontado o gestor, porque não sabe se o investimento vale a pena diante da rapidez com que surgem novas soluções ou atualizações tecnológicas. O segundo passo na gestão tecnológica é o domínio técnico. É a capacitação para saber usar, é a destreza que se adquire com a prática. Se o professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais para dominálo do que se tivesse um computador sempre à sua disposição. O terceiro passo é o do domínio pedagógico e gerencial, realizável com as tecnologias, para facilitar o processo de aprendizagem, permitindo que alunos, professores e pais acessem mais facilmente as informações pertinentes. Nessa etapa costumamos utilizar as tecnologias como facilitação do que já fazíamos antes. Por exemplo: se fazíamos a ficha de cada aluno manualmente, agora adquirimos um programa que automatiza o registro desse aluno e o acesso a essas informações a qualquer momento. É um avanço, mas ainda fazemos as mesmas coisas que antes, só de uma forma mais fácil. O quarto passo é o das soluções inovadoras que seriam impossíveis sem essas novas tecnologias. No exemplo anterior, com a Internet, podemos não só facilitar o registro do aluno, mas o acesso remoto, o acesso do pai às notas dos alunos, a comunicação de alunos de várias escolas do mundo inteiro, a integração telemática dos pais e da comunidade na escola ou da escola em várias comunidades. A integração da gestão administrativa e pedagógica se faz de forma muito mais ampla com os computadores conectados em redes. No contexto das mudanças que invadiram o cenário educacional e, consequentemente, a gestão escolar, a 13/11/2015 APOSTILA GESTÃO http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostilagestao.html 21/23 formação continuada ganha progressiva importância, como sinal de que o aprendizado deve assumir caráter permanente e dinâmico na vida dos profissionais de qualquer organização humana. A formação passa a ser vista como instrumento fundamental para o desenvolvimento de competências, envolvendo valores, conhecimentos e habilidades para lidar com as mudanças aceleradas, com contextos complexos, diversos e desiguais, para aprender a compartilhar decisões, lidar com processos de participação e adaptarse permanentemente às novas circunstâncias e demandas institucionais (MACHADO, 1999). Portanto, a passos lentos a tecnologia começa a adentrar os espaços educacionais na formação de supervisores e inspetores escolares, na ação contextualizada nas experiências, conhecimentos e práticas. E estes, por sua vez, têm a oportunidade de inserir a tecnologia em sua prática, revendoa e reelaborandoa, colocando essa prática como foco da própria formação. O educador tem a tarefa de problematizar os conteúdos que a mídia e as tecnologias trazem para o processo de ensinoaprendizagem. "Pela comunicação aberta e confiante desenvolvemos contínuos e inesgotáveis processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social” (MORAN, 2000, p.25). Desta forma, os processos de interação e de comunicação têm papel fundamental na construção do conhecimento. A Gestão Participativa busca criar estruturas descentralizadas em que se faz necessário à sobrevivência da escola, em que o relacionamento cooperativo passa a ser uma ferramenta essencial para superar os conflitos internos nos processos de ensino e aprendizagem e as mudanças nas relações do trabalho. A consciência individual e coletiva exige de seus gestores e demais pessoas da escola visão de globalidade, isto é, saber o que sua tarefa significa na totalidade organizacional. Ao explorar as potencialidades das TIC no cotidiano, principalmente com o acesso à Internet, a escola abrese para novas relações com o saber, vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de informações com outros espaços do conhecimento que possuem os mesmos interesses. Essa abertura à articulação com diferentes espaços potencializa a gestão escolar e provoca mudanças substanciais no interior da instituição, nas quais o ensino, a aprendizagem e a gestão participativa podem se desenvolver em um processo colaborativo com os setores internos e externos da comunidade escolar. Porém, isoladamente, as tecnologias não podem gerar mudanças. Sua inserção no cotidiano da escola exige a formação contextualizada de todos os profissionais envolvidos, de forma que sejam capazes de identificar os problemas e as necessidades institucionais, relacionadas à implantação e uso de tecnologias. Realizada a identificação, seguese a busca de alternativas que lhes permitam a transformação do fazer profissional, com base em metodologias pautadas em novos paradigmas. Essa formação fortalece o papel da direção na gestão das TIC e na busca de condições que ajudem a articular o uso administrativo e pedagógico das tecnologias na escola. Formar profissionais que sejam capazes de articular e utilizar as novas tecnologias e mídias na sala de aula é papel da universidade; todavia, a formação continuada em serviço deverá ser proporcionada pela escola, ou
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