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APOSTILA GESTÃO ESCOLAR

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13/11/2015 APOSTILA GESTÃO
http://materialalunos.blogspot.com.br/2012/09/apostila­gestao.html 1/23
18th September 2012
O GESTOR ESCOLAR – GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
"A educação sozinha não  transforma a sociedade, sem ela  tampouco a
sociedade muda."                                                               Paulo Freire
[http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/]
1 ­ Gestão Democrática
O sentido etimológico do  termo gestão vem do “gestio", que por  sua vez vem de "gerere"
(trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora de si (alheio), “mas também é algo que
traz em si porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal
maior  da  democracia".  (CURY:  1997).  O mundo  atual  está  sendo marcado  por  profundas  mudanças
devido  ao  processo  de  reestruturação  capitalista  e  de  internalização  e  globalização  da  economia.  Em
conseqüência disso, é natural que o modo de pensar de cada pessoa acompanhe estas transformações, no
sentido  de  fazer  reflexões  e  ir  em  busca  de  soluções  para  os  problemas  encontrados  no  decorrer  da
história do Brasil.
A  gestão  da  escola  pública  no  Brasil  é  o  resultado  do  movimento  de  profissionais  da
educação  que  se  empenham  para  ter  o  reconhecimento  estabelecido  por  lei.  Embora  a  gestão
democrática  da  educação  figure  como  a  norma  jurídica  desde  a  Constituição  Federal  de  1988,  sua
interpretação  é  variada  de  acordo  com  o  local  e  o  pensamento  das  pessoas  envolvidas.  Inúmeras
propostas  no  campo  educacional  surgiram  na  década  de  90,  principalmente  com  relação  'a  gestão  da
educação, pois estas propostas comportam preocupações em torno dos objetivos, meios e fins, aos quais,
a  educação  pública  deve  atender.  São  discussões  que  envolvem um  enorme  conjunto  de  problemas  e
questões  da  gestão  da  educação  os  quais  não  se  restringem  somente  aos  aspectos  e  característica  do
ensino formal e regular, mas vão além desses limites, abrangendo também o ensino informal.
A  movimentação  em  torno  das  reformas  administrativas  no  setor  educacional  é  intensa.
Vive­se atualmente em constantes debates em torno da gestão da educação. Isso se torna o ponto central
das discussões,  devido a necessidade de  se  tomar  conhecimento dos problemas  existentes,  para  tentar
resolvê­los com certa urgência, pois as mudanças acontecem rapidamente o maior desafio é abordar os
grandes temas e procurar desvendar os seus aspectos mais nebulosos.
Vale ressaltar que a gestão democrática do ensino público exige que os projetos e as ações
sejam  elaborados  e  executados  com  mais  transparência,  para  que  todos  possam  ter  conhecimento  e
participem do processo administrativo da escola. Em hipótese alguma, o administrador escolar deve agir
como se fosse o dono da situação. O que se propõem na verdade é que as decisões administrativas sejam
socializadas,  para  que  todos  possam  assumir  as  conseqüências  dos  seus  atos  com  consciência  e
responsabilidade. Enfim, o administrador precisa saber que não é o senhor absoluto da razão e que existe
uma complexidade social muito grande dentro e fora do âmbito escolar, que precisa de esclarecimentos
educativos.
Agindo  assim,  certamente  estará  contribuindo  para  o  desenvolvimento  crítico  e  social  do
indivíduo e consequentemente para o progresso do País. Diante dessa  realidade, compreende­se que a
educação é o principal meio para se ter acesso às grandes transformações sociais pelas quais o mundo
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está passando, visto que as exigências quanto à qualificação das pessoas para o mercado de trabalho está
se intensificando e as escolas precisam acompanhar esta evolução, capacitando os seus alunos de acordo
com as exigências atuais. Portanto, independente dos seus interesses governamentais que são mínimos e
muitas vezes até  ilusórios, cabe aos profissionais da educação fazerem valer o sue papel de educador,
dando ênfase a um ensino mais democrático, com diálogos abertos,  com  informações que provoquem
reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. 
É importante que se trabalhe sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado
a criar situações que facilitarão o seu aprendizado. A participação da comunidade na escola, como todo
processo democrático, é um caminho que se  faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se
refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação.
(PARO 1997 P17).
Neste  sentido,  a  gestão  democrática,  por  sua  vez  requer,  dentre  outras,  a  participação  da
comunidade  nas  ações  desenvolvidas  na  escola.  Visto  que  envolver  a  comunidade  escolar  é  tarefa
complexa, pois articula interesses, sentimentos e valores diversos. Nem sempre é fácil, mas compete às
equipes gestoras pensar e envolver estratégias para motivar as pessoas a participarem da vida da escola.
O espaço escolar
Sendo a escola um espaço de livre articulação de ideologias, a classe dominante utiliza dela
para exercer o domínio sobre a classe dominada. É bom lembrar que a ideologia é um sistema de idéias e
representações favoráveis à classe dominante e a escola por sua vez é um espaço de livre articulação da
mesma. Com isso, a educação  torna­se um meio eficaz para a  reprodução de uma sociedade burguesa
sem  conflitos  entre  as  classes,  o  que  garante  à  classe  dominante  o  maior  controle  no  processo
educacional.
Diante  dessa  realidade,  pode­se  perceber  também  que  existem  dentro  da  escola  alguns
intelectuais  que  agem  em  busca  do  desenvolvimento  de  práticas  educacionais  e  em  busca  da
democratização. HORA (1994:34) assim comenta:
“A  escola  como uma  instituição  que  deve  procurar  a  socialização  do  saber,  da  ciência,  da
técnica  e  das  artes  produzidas  socialmente,  deve  estar  comprometida  politicamente  e  ser
capaz  de  interpretar  as  carências  reveladas  pela  sociedade,  direcionando  essas  necessidades
em função de princípios educativos capazes de responder as demandas sociais”.
Dessa forma, a função da escola é a de preparar o indivíduo para a vida, buscando suprimir
as  necessidades  apresentadas  pelo  mesmo,  contribuindo  para  a  sua  formação  social.  Para  isso,  é
necessário que a escola tenha um comprometimento político com a sociedade, localizando as carências
evidenciadas,  trabalhando  os  seus  princípios  educativos  a  fim  de  que  possam  amenizar  os  devaneios
sociais.  Diante  do  contexto,  percebe­se  que  a  gestão  democrática  em  educação  apresenta  um
compromisso social­político, onde o interesse de todos que permanece, por mais que estejam além dos
limites institucionais, pois para que se obtenha resultados satisfatórios, é necessário que a comunidade
interna da escola esteja socializada com a comunidade externa.
Sabe­se que é fundamental a contribuição da escola para a sociedade em geral, pois faz com
que  o  indivíduo  compreenda  o  mundo,  perceba  a  importância  da  sua  relação  com  a  sociedade  e  a
necessidade  de  se  exercer  a  cidadania,  para  que  se  tenha  um mundo melhor. Contudo,  nota­se  que  a
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escola precisa ter uma administração coletiva, onde exista a participação de toda a comunidade escolar
nas decisões do processo educativo, desenvolvendo assim, a democratização das relações que existem na
mesma,  facilitando  bastante  o  desempenho  administrativo  pedagógico  da  instituição. O  administrador
por sua vez, deverá estar ciente do seu papel administrativo, o qual deveter uma dimensão política, com
a  ação  participativa,  deixando  de  ser  autoritário,  burocrático  e  alienado.  Neste  contexto,  é  notória  a
necessidade de uma nova prática administrativa. A dimensão política do gestor­administrador traduz­se
num compromisso com uma ação educativa revolucionária que assim nos diz PARO (1990: 150­151):
Quer  pela  transmissão  de  um  saber  objetivo,  quer  pela  promoção  de  uma  consciência  crítica  da
realidade social, visa precisamente
servir de um instrumento de superação da dominação e da exploração vigente na sociedade.
Numa  gestão  democrática  o  administrador  precisa  ser  comprometido  com  a  educação,
mostrar para o indivíduo que além do conhecimento, é necessário que se tenha uma consciência crítica
do seu contexto social, político e econômico, que lute para superar a dominação da classe exploradora na
sociedade, com segurança e responsabilidade. Somente assim, a classe trabalhadora está fortalecida para
o desenvolvimento da sociedade brasileira.
A prática da gestão democrática requer a participação efetiva de pais, educadores, alunos e
funcionários da escola. Todos juntos trabalham em prol de uma educação melhor, procurando solucionar
os problemas da escola e buscando sempre desenvolver uma consciência crítica no aluno, a fim de que o
mesmo desperte o seu potencial e haja com autonomia no momento de uma tomada de decisão. Assim ,
o  que  se  vê  atualmente  são  escolas  reprodutoras  de  uma  ideologia  dominante,  que  age  como
manipuladora  de  uma  classe  popular.  Essa  classe  se  apresenta  carente  de  conhecimentos  e  deixa­se
enganar por umas ideias distorcidas da verdadeira realidade do mundo. Isso contribui para o crescimento
do poder de uma classe dominante na sociedade. Para que tenha uma escola transformadora; é necessário
que  essa  transformação  seja  feita  no  setor  administrativo,  bem  como  na  distribuição  do  trabalho  no
interior da escola, pois o que temos hoje. Segundo PARO (1997:11) é:
Um  sistema  hierárquico  que  pretensamente  coloca  todo  o  poder  nas  mãos  do  diretor.  Não  é
possível  falar  das  estratégias  para  transformar  o  sistema  de  autoridade  no  interior  da  escola,  em
direção  a  uma  efetiva  participação  de  seus  diversos  setores,  sem  levar  em  conta  a  dupla
contradição que vive o diretor de escola hoje. Esse diretor, por um lado, é consideradas autoridade
máxima no interior da escola, e isso pretensamente, lhe daria um grande poder e autonomia; mas,
por  outro  lado,  ele  acaba  se  constituindo,  de  fato,  em  virtude  de  sua  condição  de  responsável
último pelo cumprimento da lei e da ordem na escola, em mero, preposto do Estado.
Portanto, é  fundamental que a escola  tenha autonomia, assim poderá alcançar os objetivos
educacionais articulados com os interesses da comunidade escolar e juntos lutarem por uma organização
no  interior  da  escola,  fortalecendo  o  movimento  do  grupo  como  um  todo,  procurando  alcançar  os
objetivos almejados no  decorrer do processo educacional. O diretor, por sua vez precisa estar de acordo
com os  interesses  da  população,  distribuindo  autoridade  entre  os  vários  setores  da  escola  e  dividindo
responsabilidades. Com isso, a escola estará conquistando a sua autonomia.
2 ­ O GESTOR ADMINISTRATIVO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA
DINAIR  DA  HORA  (2000)  o  processo  de  democratização  das  relações  administrativas
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dentro da escola e sua função com a comunidade é um ponto importante para a busca da participação na
realidade escolar. Neste sentido a administração democrática e a participação da comunidade, longe de
ser um dado consumado, são na maioria das vezes, um horizonte a ser buscado, pois como diz a autora o
caminho é um aprendizado coletivo. Para o êxito desse aprendizado podem colaborar o diretor da escola,
a comunidade escolar e todos os demais envolvidos.
A autora comenta que o diretor da escola, antes de ser um educador comprometido com a
formação  do  educando  se  depara  com  situações  na  qual  passa  a  ser  um mero  repassador  de  ordens,
usando  uma  burocracia  sendo  atado  atrás  de  mesas  e  assinando  papéis  de  pouco  significado  para  a
educação, sendo obrigado a cumprir certos programas educacionais que muita das vezes não levam em
conta o conhecimento, a realidade e necessidade da comunidade escolar, quando declara.
Entretanto, isso está sendo mudado através do novo panorama de mobilização da sociedade
brasileira que vem alcançando uma amplitude capaz de impulsionar mudanças significativas nas relações
de  poder  em  todas  as  áreas  de  ações  políticas  do  País.  Neste  sentido,  é  possível  entender  que  a
consolidação de uma gestão democrática no interior da escola não é um processo espontâneo e fácil, pois
a  dinâmica  das  relações  do  poder  poderá  entravar  o  avanço  do  processo,  sendo  necessário  que  o
permanente esforço humano seja coletivo e esteja caminhando sempre em função de decisões de grupos
e não de indivíduos.
A gestão democrática em educação nos remete a possibilidade de uma ação administrativa
coletiva exigindo a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, o que
resultará na democratização das ações desenvolvidas na escola, contribuindo para o aperfeiçoamento da
administração  e  da  parte  pedagógica,  fazendo  com  que  a  escola  como  instituição  social  tenha  a
possibilidade de construir a democracia como forma política de convivência humana. Na concepção de
KIMBROUGH, o gestor está em interação contínua com os cidadãos de sua comunidade escolar. Neste
sentido, em qualquer acontecimento, prontamente vemos algumas oportunidades abertas ao gestor para
exercer liderança com o corpo docente ou com os pais e cidadãos de sua área de assistência. O gestor
está numa posição importante exercer liderança cívica em relação aos líderes de sua área de atuação.
Assim,  trabalhando  em  coordenação  com  os  professores,  outros  gestores  e  educadores  de
escolas  podem  gerar  uma  força  política  visando  o  progresso  escolar,  pois  os  gestores  e  professores
podem ser um vínculo muito importante no grupo profissional.
Portanto,  o  papel  de  liderança  do  gestor  administrador  não  está  totalmente  devotado  ao
processo de mudança e de progresso, pois em um número de comunidades muito maior do que aquele
que  gostaríamos  de  admitir,  os  gestores  escolares  são  forçados  a  resistir  aos  tipos  de  mudanças
almejadas  pelos  grupos  extremistas,  sendo  que  há  exemplos  notáveis  em  que  os  grupos  extremistas
“tomaram conta'' dos Conselhos Escolares e das associações de pais e mestres.
Como  conseqüência  o  administrador  deve  fornecer  uma  liderança  cívica  eficiente  para
resistir  a  alguns  grupos,  tendo  em  vista  o  interesse  dos  princípios  educacionais  bem  fundados. Neste
sentido, KIMBROUGH  (1997:  107)  afirma  que: Os  educadores,  algumas  vezes,  dão  a  impressão  de
serem cidadãos preocupados apenas com as condições escolares, não levando em conta as necessidades
dos outros setores.
Esta é uma tendência natural e indica o interesse vital dos professores pelo empreendimento
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educacional. Ainda assim, a tendência de isolar a vitalidade da educação da natureza do sistema de poder
das  comunidades  constitui  um  erro  grave,  pois  a  vitalidade  da  educação  morre  aos  poucos  a  cada
momento em que se negam a um cidadão as oportunidades para ascender no sistema sócio econômico da
nação.
Porém,  percebe­se  que  em muitos  distritos  escolares  a  democracia  é  um  ideal  de  poucas
pessoas  ao  invés  de  ser  a  realidade  de  muitos.  Partindo  da  reflexão  do  autor  que  resulta  o
desenvolvimento de todos os indivíduos até atingirem sua total potencialidade é,em essência, o nosso
motivo forte para defender a existência da democracia dentro de um espaço escolar.
O  papel  do  gestor  na  escola  não  requer  somente  executar  decisões  mas  sim  preparar
condições,  estimular,  organizar  as mudanças  que  advirem  no  decorrer  do  processo  administrativo.  A
função administrativa é uma função comum a todas as organizações e requer indivíduos especialmente
preparados para exercê­la.
Em cada  tipo de organização  ela  se  apresenta  com características  próprias,  pois  cada uma
busca alcançar os seus objetivos. Sob esta perspectiva LUCK relata que: O diretor eficaz é um líder que
trabalha  para  desenvolver  uma  equipe  composta  por  pessoas  que  juntamente  são  responsáveis  por
garantir o sucesso da escola. A ênfase principal da liderança está no papel de ensino, pois o líder deve
ajudar a desenvolver as habilidades nos outros, para que compartilhem a gestão na unidade. (2000:45)
Dentro deste contexto, a função do gestor é de coordenar e dirigir todas as ações, tanto dos
professores  quanto  dos  outros  membros  que  fazem  parte  do  sistema  escolar.  Deve  alertá­los  para  o
processo  de mudança  no mundo  globalizado,  criando  situações  favoráveis  para  que  tenham  um  bom
desempenho nas atividades realizadas a partir de uma realidade educacional.
Percebe­se  que  o  administrador  escolar  tem  um  papel  fundamental  na  escola,  pois  é  o
principal responsável pelo desenvolvimento de todas as atividades a serem realizadas no âmbito escolar.
Daí pode­se afirmar que o gestor, antes de ser um administrador, deve ser um educador mais ainda, um
educador por excelência. Neste sentido, NAURA diz que:
Um processo de gestão que construa coletivamente um projeto pedagógico de  trabalho  tem já, na
sua  raiz,  a  potência  da  transformação.  Por  isso,  é  necessário  que  atuamos  na  escola  com maior
competência,  para  que  o  ensino  realmente  se  faça  e  que  a  aprendizagem  se  realize,  para  que  as
convicções  se  construam  no  diálogo  e  no  respeito  e  as  práticas  se  efetivam  coletivamente,  no
companheirismo e na solidariedade. (2000:113).
Nesse contexto, vale afirmar que o gestor deve desempenhar o seu papel assumindo funções
administrativas  e  funções  pedagógicas.  Sendo  que,  no  ponto  de  vista  administrativo,  compete­lhe:  a
organização  e  a  articulação  de  todas  as  unidades  competentes  da  escola,  o  controle  dos  aspectos
materiais e financeiros da escola, a articulação e controle dos recursos humanos, a articulação escola X
comunidade,  a  articulação da escola  com o nível  superior de administração do  sistema educacional,  a
formulação  de  normas,  regulamentos  e  adoção  de medidas  condizentes  com os  objetivos  e  princípios
propostos, a supervisão e orientação todos aqueles a quem são delegados responsabilidades.
3­ O DESAFIO DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA
O  êxito  de  uma  organização  depende  da  ação  construtiva  conjunta  de  seus  componentes,
pelo  trabalho  associado,  mediante  reciprocidade  por  uma  vontade  coletiva  como  fala  LUCK:  O
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entendimento  do  conceito  de  gestão  já  pressupõe,  em  si,  a  idéia  de  participação,  isto  á,  do  trabalho
associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas
em conjunto. (1996 p.15).
A literatura sobre a gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea
é  altamente  complexa,  assim  como  seus  problemas.  No  final  da  década  de  70,  os  educadores  e
pesquisadores de todo o mundo começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa
na eficácia das escolas como organizações.
Nesse  sentido,  não  é  possível  para  o  gestor  administrador  solucionar  sozinho  todos  os
problemas e questões relativas à sua escolha, adotaram a abordagem participativa fundada no principio
de  que,  para  a  sua  organização  ter  sucesso  é  necessário  que  os  diretores  busquem  o  conhecimento
especifico e experiência dos seus companheiros de trabalho. Os gestores participativos baseando­se no
conceito  da  autoridade  compartilhada,  por  meio  do  qual  o  poder  é  delegado  aos  representantes  da
comunidade em conjunto.
A  abordagem  participativa  na  gestão  escolar  demanda  maior  participação  de  todos  os
interessados no processo decisório da escola, envolvendo­os também na realização das múltiplas tarefas
de  gestão.  Esta  abordagem  também  amplia  a  fonte  de  habilidades  e  experiências  que  podem  ser
aplicadas  na  gestão  das  escolas  por  não  haver  uma  única  maneira  de  se  implantar  um  sistema
participativo de gestão escolar.
Democratizar  o  ensino,  no  entanto,  não  é  só  instalar  uma  escola  publica  atendendo  aos
reclames da população. É processo garantir, não só que as crianças tenham acesso a escola, mas também
que aprendam, com vontade e prazer de aprender e não desistam depois de certo tempo. Por isso é que,
defende­se  a  proposta  de  que  é  preciso  universalizar  o  acesso  e  garantir  a  permanência  dos  alunos,
oferecendo ensino de boa qualidade. Para isso, a escola precisa funcionar bem, tornando­se democrática.
Para assegurar a reflexão buscamos VEIGA que nos diz: A gestão democrática exige a compreensão em
profundidade  dos  problemas  postos  pela  prática  pedagógica.  E  visa  romper  com  a  separação  e
execução, entre pensar e fazer, entre a teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do
produto de trabalho pelos educadores.(1997,p.18).
Diante desse pensamento, entende­se que a gestão ou a administração de uma escola publica
é  alvo  que  deve  ser  exercido,  principalmente,  por  educador,  que  chegue  nesse  cargo,  através  de  uma
eleição direta, onde a própria comunidade faca a sua escolha. Entretanto, sabe­se que não é só dele, essa
tarefa de administrar, mas, principalmente de todos os envolvidos no processo de educação.
No  pensar  da  gestão  democrática,  a  comunidade  está  sendo  chamada  para  participar  das
tomadas de decisões, por varias razões. Uma delas é próprio processo de democratização da sociedade,
ampliando os canais de participação. Outra grande razão é que a escola não está isolada, mas, inserida
numa comunidade concerta, cuja população tem expectativas e necessidades específicas.
Partilhando a gestão com a comunidade, a escola fixa raízes, vai alem da busca de soluções
próprias, mais adequadas às necessidades e às inspirações dos alunos e de suas famílias, conquistas, aos
poucos, autonomia para definir seu projeto. Como comenta NAURA A direção se constrói e se legitima
na participação do exercício da democracia da construção coletiva do projeto pedagógico que reflita o
projeto de homem e da sociedade que se quer. (2000, p 113).
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Por  isso,  pode­se  dizer  que  quando  se  almeja  algo,  não  pode  se  estar  só,  e  sim
compartilhando  das  decisões  da  escola.  Isso  prova  que  a  realidade  começa  a mudar  para  uma  gestão
democrática, uma vez que se acredita que juntos temos mais chances de encontrar caminhos para atender
as expectativas da sociedade. A atuação da escola passa a ser compartilhada por todos. Por isso, diz que,
que quando ampliamos o numero de pessoas que participam da vida da escola,  é possível  estabelecer
relação mais flexível e menos autoritária entre educadores e clientela escolar.
Percebe­se  também,  no  interior  da  escola,  que  a  consciência  do  direito  de  participar  das
decisões sobre “que fazer” da escola, ainda não está disseminada entre os seguimentos que a constituem
e que a construção de democracia, participativa, é um processo lento, o que se confirma quando afirmam
ROMÃO e PADILHA (1997, p. 23).
A gestão democrática não  é  um processo  simples,  de  curto prazo, mas  também,não  é  um processo  tão
complexo  ou  irrealizável.  Elaboração  do  projeto  político  pedagógico  da  escola,  a  implementação  de
conselhos  de  escolas  que  efetivamente  influenciou  a  gestão  escolar  como  um  todo,  à  medida  que,
garantem  a  autonomia  administrativa,  pedagógica  e  financeira  da  escola,  sem  eximir  o  Estado  de  suas
obrigações com o ensino publico.
Entretanto  esse  processo  democrático  na  sua  complexibilidade,  ou  seja,  assegura  a  sua
efetividade, num contexto mais amplo, onde as exigências  imediatas de ações concretas esbarram nas
limitações  da  autonomia  administrativa  e  até  mesmo  nas  políticas  paternalistas,  empreendidos  pelos
próprios gestores, preocupados em manter o cargo (embora  letivo), é que, percebe­se a dificuldade de
um gestor escolar enfrenta no seu cotidiano escolar.
4 ­ CAMINHOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO
A  democratização  supõe  a  convivência  e  o  dialogo  entre  pessoas  que  pensam  de  modo
diferente  e  querem  coisas  distintas.  O  aprendizado  democrático  implica  a  capacidade  de  discutir,
elaborar e aceitar regras coletivamente, assim como a superação de obstáculos e divergências, por meio
do dialogo, para a construção de propósitos comuns. Na escola não é diferente.
Encontramos  também a diversidade e o conflito de  interesses. Uma gestão participativa de
ensino público busca, pelo dialogo e pela mobilização das pessoas, a criação de um projeto pedagógico
com base em formas colegiadas e princípios de convivência democrática.
Muitas são as concepções sobre a gestão e democracia. Certamente a ideia da gestão escolar
democrática está vinculada à  função social que a escola deve cumprir.  Inicialmente, definimos gestão
democrática como um tipo de gestão político­ pedagógica e administrativa orientada por processos de
participação das comunidades local e escolar. Vejamos melhor essa questão, porque tanto a Constituição
Brasileira, quanto a LDB estabelecem a gestão democrática como o modo próprio de gerir  as escolas
públicas e os sistemas de ensino.
O principio de gestão democrática do ensino publico, estabelecido na constituição brasileira,
foi regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ­ LDBEN (Lei n.º 9.394 / 96 ).
Ao estabelecer a gestão democrática do ensino, o texto constitucional institui, ao mesmo tempo, o direito
e  o  dever  de  participar  de  todos  os  que  atuam  nos  sistemas  e  nas  escolas  publicas.  A  constituição
relacionada à gestão democrática com as demais formas de gestão.
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A Constituição cita os princípios a serem observados na gestão das
escolas que são:
Art. 206 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II– liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III  –  pluralidade  de  idéias  e  de  concepções  pedagógicas,  e  coexistência  de  instituições  publicas  e
privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais;
V  –  valorização  dos  profissionais  de  ensino,  garantido,  na  forma  da  Lei,  planos  de  carreira  para  o
magistério publico, com piso salarial profissional e  ingresso, exclusivamente, por concurso publico de
provas e títulos, assegurado regimento jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI – gestão democrática do ensino publico, na forma da Lei;
VII – garantia de padrões de qualidade.
Assim, a Constituição Federal brasileira estabeleceu a gestão democrática do ensino publico
como um entre os sete princípios necessários para se ministrar o ensino em nosso País e, por extensão,
para gerir as escolas publicas. Igualdade, liberdade, pluralismo,gratuidade, valorização dos profissionais
de  ensino.  Este  princípio  constitucional  constitui  uma  das  garantias  do  direito  à  participação.  Ele
possibilita  as  pessoas,  independentemente  de  sua  situação  social  e  cultural,  intervir  na  construção  de
políticas e na gestão das instituições educacionais.
O conhecimento e a  interpretação da LDBEN 9394/96 é  fundamental para  todos os atores
cidadãos e, particularmente, para as equipes gestoras.ela contem as diretrizes e as bases que norteiam a
educação nacional, trazendo elementos importantes para a construção de uma nova escola,democrática e
de qualidade para todos.
Veja o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN 9394/96 de dezembro de
l996.
Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino publico na educação
básica, de acordo com os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II–participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes;
Art.  15 Os  sistemas de  ensino  assegurarão  às  unidades  escolares  públicas  de  educação básica que os
integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira pública.
Cada  sistema  de  ensino  tem  autonomia  para  a  elaboração  de  normas  próprias  de  gestão
democrática. Em todos, no entanto, a participação dos profissionais da educação deve ser assegurada e
incentivada na preparação do projeto pedagógico da escola,  assim como a das comunidades escolar  e
local nos órgãos de decisão colegiada. A gestão das escolas e dos sistemas de ensino deve contar com a
participação de pais,  alunos  e  professores  (comunidade  escolar), mas  também com  representantes  das
associações do poder público e de outras entidades existentes em seu estado ou sua cidade (comunidade
local).
As  dificuldades  de  democratização  do  sistema  público  quanto  às  formas  de  gestão,  as
tentativas  de  aproximação  da  população  com  a  escola,  em  sua  maioria  não  foi  bem  sucedida,
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evidenciando o fracasso, o que veio demonstrar que a natureza dos problemas encontrados e a superação
deles não se limitam a troca ou proposta de canais mais adequados tendo em vista gestão democrática
capaz  de  envolver,  efetivamente,  professores,  alunos  e  pais.  Assim,  a  dificuldade  reside  na  distancia
entre  representantes  e  representados.  Pois,  a  prática  democrática  não  se  resume  na  indicação  de
representantes  que  imediatamente  se  desligam de  seus  representados. Então,  torna­se  também preciso
aliar as práticas representativas com práticas democráticas diretas, no sentido da ampliação do espaça de
discussão e de decisão a envolver setores mais amplos, muitas vezes construindo sem possibilidade de
ampla participação.
Não obstante a existência, sob o ponto de vista estratégico, de interesses comuns, a luta pela
real  democratização  da  educação  destinada  à  classe  trabalhadora,  à  maioria  da  população,  é  preciso
reconhecer que os sujeitos envolvem o conflito entre as partes e a diversidade de orientações deve ser
explicitada.
Segundo BASTOS (1999 p23):
As  relações entre os gestores das  atividades educativas devem estar  abertas  ao conflito, pois o  consenso
não é ponto de partida para a interação dos gestores, pois, apenas obscurece a diversidade, sendo que ele
deve ser buscado numa trajetória que comporte a discussão e o conflito, enfim, o consenso e as decisões
devem ser construídos coletivamente.
Neste  sentido,  o  quadro  dos  atores  coletivos,  professores,  alunos,  população  escolar,as
maiores dificuldades residem na relação do interior da unidade escolar com os estudantes e suas formas
de organização, em grande parte inexistentes ou veladamente proibidas. Mas, residem, principalmente,
entre pais, moradores e demais forcas sociais que atuam nos movimentos populares. Para tanto, resta, na
maioria  das  vezes,  aos  pais  e moradores  apenas  a  colaboração  na  prestação  de  pequenos  serviços,a
contribuição financeira ou o encargo de assumir penas disciplinares “compartilhadas” com professores e
direção, uma vez que a  atividade educativa  torna­se  tarefa  cada vez mais  complexa diante da qual os
educadores tendem a não encontrar respostas inovadoras e preferem assumir muitas vezes as saídas mais
fáceis.
É preciso, assim, ousar, lutar por um novo projeto que estamos delinear, e construí­lo ao lado
de uma trajetória recentemente iniciada, isto significa que é preciso ter em conta a possibilidade real de
serem tomadas decisões e, sobretudo, o reconhecimento de interesses das partes envolvidas no processo
de democratização escolar das escolas públicas do Brasil.
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA
Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de
Educação  (PNE)  indicam  que  os  sistemas  de  ensino  definirão  as  normas  da  gestão  democrática  do
ensino  público  na  educação  básica  obedecendo  aos  princípios  da  participação  dos  profissionais  da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e
locais em conselhos escolares. Devemos enfatizar então que a democracia na escola por si só não tem
significado. Ela só faz sentido se estiver vinculada a uma percepção de democratização da sociedade.
Na Gestão  democrática  deve  haver  compreensão  da  administração  escolar  como  atividade
meio  e  reunião  de  esforços  coletivos  para  o  implemento  dos  fins  da  educação,  assim  como  a
compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o
Plano  Político  pedagógico  (PPP)  deve  ser  elaborado  através  de  construção  coletiva  e  que  além  da
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formação  deve  haver  o  fortalecimento  do  Conselho  Escolar.  A  gestão  democrática  da  educação  está
vinculada  aos  mecanismos  legais  e  institucionais  e  à  coordenação  de  atitudes  que  propõem  a
participação social:
No planejamento e elaboração de políticas educacionais;
Na tomada de decisões;
Na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição;
Na execução das resoluções colegiadas;
Nos períodos de avaliação da escola e da política educacional.
Com  a  aplicação  da  política  da  universalização  do  ensino  deve­se  estabelecer  como
prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como a
garantia  da  qualidade  social  da  educação.  As  atitudes,  os  conhecimentos,  o  desenvolvimento  de
habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de
ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o
processo  de  ensino/aprendizagem na  sua  escola. Os  gestores  devem  também possuir  habilidades  para
diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de  trabalho,  ter
habilidades  e  competências  para  a  escolha  de  ferramentas  e  técnicas  que  possibilitem  a  melhor
administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional.
O  Gestor  deve  estar  ciente  que  a  qualidade  da  escola  é  global,  devido  à  interação  dos
indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. O gestor, que pratica a gestão com liderança
deve  buscar  combinar  os  vários  estilos  como,  por  exemplo:  estilo  participativo  que  é  uma  liderança
relacional que se caracteriza por uma dinâmica de relações  recíprocas; estilo perceptivo/flexível que é
uma  liderança  situacional  que  se  caracteriza  por  responder  a  situações  específicas;  estilo
participativo/negociador que é uma liderança consensual que se caracteriza por estar voltada a objetivos
comuns,  negociados;  e  estilo  inovador:  que  é  uma  liderança  prospectiva  que  se  caracteriza  por  estar
direcionada  à  oportunidade,  isto  é,  à  visão  de  futuro.  O  gestor  deve  saber  integrar  objetivo,  ação  e
resultado,  assim  agrega  à  sua  gestão  colaboradores  empreendedores,  que  procuram o  bem  comum de
uma coletividade.
2 ­ Princípios
Os princípios que norteiam a Gestão Democrática são:
Descentralização  [http://pt.wikipedia.org/wiki/Descentraliza%C3%A7%C3%A3o]  :  A
administração [http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o] , as decisões, as ações devem
ser  elaboradas  e  executadas  de  forma  não  hierarquizada  [http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia]  .  A
descentralização  caracteriza­se  quando  um  poder  [http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder]  antes  absoluto
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Absoluto]  ,  passa  a  ser  repartido,  por  exemplo,  quando  uma  pessoa  ou  um
grupo  tinha  um  poder  total  e  absoluto,  e  depois  é  repartido  este  poder  com  outras  pessoas  ou  outros
grupos, ou seja ele foi descentralizado e repartido. Alta idade media: Corresponde ao periodo da genese
do feudalismo.
Participação:  Todos  os  envolvidos  no  cotidiano  escolar  devem  participar  da  gestão:
professores,  estudantes,  funcionários,  pais  ou  responsáveis,  pessoas  que  participam  de  projetos
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto] na escola, e toda a comunidade ao redor da escola.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descentraliza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Absoluto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto
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Transparência  [http://pt.wikipedia.org/wiki/Transpar%C3%AAncia]  : Qualquer  decisão
e ação tomada ou implantada na escola tem que ser de conhecimento de todos. A Gestão Democrática é
formada por alguns componentes básicos:
    Constituição  do  Conselho  Escolar  [http://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Conselho_escolar&action=edit&redlink=1] ;
    Elaboração  do  Projeto  Político  Pedagógico  [http://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Projeto_Pol%C3%ADtico_Pedag%C3%B3gico&action=edit&redlink=1]  de  maneira  coletiva  e
participativa;
  Definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência
na  prestação  de  contas;  avaliação  [http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o]
institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica;
  Eleição [http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o] direta para diretor (a);
Conselhos escolares
O  Conselho  Escolar  (CE)  é  um  colegiado  com  membros  de  todos  os  segmentos  da
comunidade  escolar  com  a  função  de  gerir  coletivamente  a  escola.  Com  suporte  na  LDB
[http://pt.wikipedia.org/wiki/LDB]  ,  lei  nº  9394/96  no  Artigo  14,  que  trata  dos  princípios  da  Gestão
Democrática  no  inciso  II  –  "participação  das  comunidades  escolar  e  local  em  conselhos  escolares  ou
equivalentes",  esses  conselhos  devem  ser  implementados  para  se  ter  uma gestão  democrática.  Porém,
como diz Carlos Drummond Andrade: "as leis não bastam. Os lírios não nascem das leis" (SEED 1998,
p. 44). Dessa forma, os Conselhos Escolares podem servir somente para discutir problemas burocráticos,
ser compostos apenas por professores e diretor(a), como um ‘Conselho de Classe’, mas se estiver dentro
dos princípios da Gestão Democrática esse Conselho terá que discutir politicamente os problemas reais
da escola e do lugar que ela está inserida com a participação de todos os sujeitos do processo. Para que
se  garanta  a  constituição  de  um  Conselho  Escolar  com  essas  características,  Antunes  (SEED,  1998)
aponta alguns parâmetros importantes a serem considerados:
Natureza  do  Conselho  Escolar:  Deve  ser  deliberativa,  consultiva,  normativa  e
fiscalizadora.
Atribuições fundamentais: Elaborar seu regimento interno; elaborar, aprovar, acompanhar
e  avaliar  o  projeto  político­pedagógico;criar  e  garantir  mecanismos  de  participação  efetiva  e
democrática  da  comunidade  escolar;  definir  e  aprovar  o  plano  de  aplicação  financeiros  da  escola;
participar de outras instâncias democráticas, como conselhos regional, municipal, e estadual da estrutura
educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políticas educacionais.
Normas de funcionamento: O Conselho Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme
a necessidade da escola, para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função
do membro do CE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por metade mais um dos
votos dos presentes da reunião.
Composição:  Todos  os  segmentos  existentes  na  comunidade  escolar  deverão  estar
representados no CE, assegurada a paridade (número igual de representantes por segmento); o diretor é
membro nato do conselho.
Processo de escolha dos membros: A eleição dos membros e suplentes deverá ser feita na
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transpar%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conselho_escolar&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Projeto_Pol%C3%ADtico_Pedag%C3%B3gico&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/LDB
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unidade escolar, por votação direta, secreta e facultativa.
Presidência do Conselho Escolar: Qualquer membro efetivo do conselho poderá ser eleito
seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil.
Critérios  de  participação:  Participam  do  Conselho  com  direito  a  voz  e  voto  todos  os
membros eleitos por seus pares; os representantes dos estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10
anos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por força legal, sejam restritivos aos que
estiverem no gozo de sua capacidade civil; poderão participar das reuniões do Conselho, com direito a
voz e não voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas, representantes de entidades
conveniadas,  Grêmio  Estudantil,  membros  da  comunidade,  movimentos  populares  organizados  e
entidades sindicais.
Mandato: Um ano, com direito à recondução.
Projeto político pedagógico
Assim  como  o  Conselho  Escolar,  o  PPP  também  tem  leis  para  assegurá­lo.  Na  LDB,  o
Artigo  12  dispõe:  "Os  estabelecimentos  de  ensino  (..)  terão  incumbência  de:  (Inciso  I:)  elaborar  e
executar sua proposta pedagógica". Também no Artigo 13 das incumbências dos docentes, o Inciso I lê:
"participar  da  elaboração  da  proposta  pedagógica  do  estabelecimento  de  ensino";  e  o  Inciso  II  lê:
"elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino".
Percebe­se, porém, que a palavra ‘político’ é descartada, como se qualquer PPP não tivesse
uma  ideologia  e  concepções  que  o  cerceiem.  Dessa  forma,  a  lei  assegura  que  se  faça  um  Projeto
Pedagógico da escola, mas deixa aberto para que se faça um documento somente técnico, sem a devida
discussão, que muitas vezes é feito só para cumprir a lei, tornando­se assim um instrumento meramente
burocrático e bem longe da realidade esperada.
Para  que  se  tenha  êxito  em  fazer  um  Projeto  Político­Pedagógico,  com  a  participação  da
comunidade, e para que sua implementação esteja presente na realidade escolar, algumas características
são fundamentais:
Comunicação  eficiente:  Um  projeto  deve  ser  factível  e  seu  enunciado  facilmente
compreendido.  Adesão  voluntária  e  consciente  ao  projeto:  Todos  precisam  estar  envolvidos.  A  co­
responsabilidade é um fator decisivo no êxito de um projeto.
Suporte  institucional e  financeiro: Tem que  ter  vontade política,  pleno  conhecimento de
todos e recursos financeiros claramente definidos.
Controle,  acompanhamento  e  avaliação  do  projeto:  Um  projeto  que  não  pressupõe
constante avaliação não consegue saber se seus objetivos estão sendo atingidos.
Credibilidade: As  idéias  podem  ser  boas, mas,  se  os  que  as  defendem não  têm prestígio,
comprovada competência e legitimidade, o projeto pode ficar bem limitado.
Eleição para diretor
A história do processo de escolha democrática de dirigentes escolares começa no Brasil na
década  de  60,  quando,  nos  colégios  estaduais  do Rio Grande  do  Sul,  foram  realizadas  votações  para
diretor a partir das listas tríplices. Foi então que, no movimento da democratização, principalmente com
o  Fórum  Nacional  em  Defesa  da  Escola  Pública  [http://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=F%C3%B3rum_Nacional_em_Defesa_da_Escola_P%C3%BAblica&action=edit&redlink=1]  ,  a
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=F%C3%B3rum_Nacional_em_Defesa_da_Escola_P%C3%BAblica&action=edit&redlink=1
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eleição direta  tornou­se uma das  importantes bandeiras da  educação,  e pela qual não  foi  incorporada,
como outras (pelo menos em parte), nas legislações principais (Constituição e LDB). É por essa razão
também que a história da eleição direta para diretores é marcada por constantes avanços e retrocessos,
dependendo da vontade política de dirigentes, para se aparar em leis estaduais e municipais.
Na Gestão Democrática o dirigente da escola só pode ser escolhido depois da elaboração de
seu  Projeto  Político­Pedagógico.  A  comunidade  que  o  eleger  votará  naquele  que,  na  sua  avaliação,
melhor pode contribuir para implementação do PPP. Porém, existem outras formas de escolha de diretor,
que são a realidade da maioria das escolas públicas do Brasil.
DESAFIOS DO GESTOR PARA A MUDANÇA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA
As constantes mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas no mundo requerem que a
escola atenda às exigências impostas pelo novo modelo de sociedade: a Sociedade do Conhecimento. Na
atualidade,  as  organizações  escolares  estão  passando  por  vários  desafios  e  mudanças,  já  que  a  nova
sociedade  incita essas  transformações,  tornando relevantes aspectos como inovação, competitividade e
produtividade.
Nesse contexto, urge a importância de refletir sobre os desafios do gestor escolar, para gerar
um  processo  de  mudança  nas  organizações  escolares  que  buscam  se  adequar  aos  novos  padrões  da
sociedade atual, por meio da inovação e da prática de gestão participativa. Deste modo, é preciso investir
na transformação da atitude dos profissionais da escola, no sentido de orientar suas práticas pedagógicas
e administrativas para a garantia de uma educação formal contínua e de qualidade.
De  acordo  com  Penin  &  Vieira  (2002,  In:  VIEIRA,  2002)  a  escola  sofre  mudanças
relacionando­se  com  os  momentos  históricos.  “Sempre  que  a  sociedade  defronta­se  com  mudanças
significativas em suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”.  Assim,  o
papel  da  escola  deve  estar  de  acordo  com  os  interesses  da  sociedade  atual,  ou  seja,  a  escola  precisa
assumir as características de uma instituição que atenda às exigências geradas por esses fatores. Sendo
assim, a gestão da escola precisa se empenhar para  reestruturar desta  instituição, pois a aprendizagem
agora ocupa toda a vida das pessoas, além da escola, adquirem­se conhecimentos em diversos espaços,
no familiar, no social e no virtual. Desse modo, se faz necessário discutir a atuação da gestão escolar na
busca pela mudança organizacional da escola para que a mesma proporcione um ensino de alto nível aos
seus alunos.
Transformação da Atitude das Pessoas
Na  análise  de  Kisil  (1998,  p.  1)  “um  dos  grandes  marcos  do  mundo  contemporâneo  é  o
fenômeno da mudança”. Sabendo disso, a escola e seus profissionais devem cada vez mais investir em
conhecimento e socializá­lo para que a organização escolar aumente suacapacidade de criar e de inovar,
já  que  “mudar  é  confrontar  a  organização  com  novas  perspectivas,  iniciativas  e  modelos  mentais
(paradigmas); usar o pensamento sistêmico e desenvolver o aprendizado colaborativo entre pessoas de
capacidade equivalente”.  (SENGE,1998 citado por MOTTA, 2001, p. 137). Porém, qualquer mudança
gera  resistência.  Assim,  cabe  ao  gestor  da  organização  escolar  fazer  com  que  essa  resistência  seja
vencida de maneira construtiva, não impondo o novo modelo, mas gerando comprometimento para que
seja adotado e cultivado.
Para que o gestor escolar consiga enfrentar mudanças significativas que elevem o padrão da
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escola,  é  preciso  que  ocorra  uma mudança  radical  na  atitude  das  pessoas,  com  o  objetivo  de  que  as
mesmas passem a encarar a inovação como um desafio e sintam­se estimuladas pela motivação pessoal
e,  assim,  se  tornem  capazes  de  ir  além  dos  seus  próprios  limites.  “Atitude  é  uma  predisposição
subliminar  da  pessoa,  resultante  de  experiências  anteriores,  da  cognição  e  da  afetividade,  na
determinação  de  sua  reação  comportamental  em  relação  a  um  produto,  organização,  pessoa,  fato  ou
situação”. (MATTAR, 1999, p. 199). Portanto, torna­se imprescindível que o gestor analise a atitude das
pessoas que  trabalham na escola, em relação às práticas pedagógicas e administrativas da organização
educacional, a fim de diagnosticar o grau de interesse profissional com a instituição a qual fazem parte.
O gestor escolar deve atuar como líder, ou seja, formar pessoas que o acompanhem em suas
tarefas  e  prepará­las  para  serem  abertas  às  transformações.  Nesse  sentido,  necessita  ter  motivação,
responsabilidade, dinamismo, criatividade e capacidade de atender às necessidades mais urgentes. Isso
requer  um  constante  aprendizado,  para    se  atualizar  e  conhecer  as  mais  recentes  contribuições  dos
educadores  sobre  os  processos  de  capacitação  de  lideranças  educacionais.  Sendo  assim,  “os  gestores
devem ter consciência de que seu papel na escola de hoje é muito mais de um líder que de um burocrata.
Espera­se dele que assuma a direção como um membro ativo da comunidade escolar”. (SANTOS, 2002,
p. XVI). É dessa forma que a escola deve ser administrada, uma vez que a mesma tem que acompanhar a
evolução  da  sociedade  global,  pois  “as  escolas  atuais  necessitam  de  líderes  capazes  de  trabalhar  e
facilitar  a  resolução  de  problemas  em  grupo,  capazes  de  trabalhar  junto  com  professores  e  colegas,
ajudando­os  a  identificar  suas  necessidades  de  capacitação  e  a  adquirir  as  habilidades  necessárias”
(LÜCK et al., 2002, p. 34).
É  um  grande  desafio  para  o  gestor  escolar  atuar  como  líder  e  desenvolver  formas  de
organização  inovadoras,  empreendedoras  e  participativas,  mas  isto  é  indispensável.  Algumas  das
importantes e atuais  funções do gestor escolar  são prever e  se antecipar às mudanças, assim, o gestor
deve  saber  ir  além  e  intuir  as mudanças,  aprender  a  pesquisar,  avaliar  e  enfrentar  os  novos  desafios.
Sendo assim, o gestor para  liderar as mudanças e  implantá­las deve  ter a consciência da existência de
riscos  para  que  assim  possa  evitar  possíveis  erros,  por  meio  de  um  planejamento  bem  elaborado  e
participativo.  No  entanto,  os  erros  e  acertos  do  passado  podem  ser  fundamentais  para  direcionar  as
decisões futuras.
Segundo  Lück  et  al.  (2002,  p.  35)  liderança  é  “a  dedicação,  a  visão,  os  valores  e  a
integridade que inspira os outros a trabalharem conjuntamente para atingir metas coletivas”. De acordo
com  a  autora  “a  liderança  eficaz  é  identificada  como  a  capacidade  de  influenciar  positivamente  os
grupos e de  inspirá­los  a  se unirem em ações  comuns coordenadas”. Deste modo,  é  importante que a
liderança do gestor seja participativa, para que todos compartilhem a gestão da escola.
Implantação do processo de mudança
Um  modelo  de  gestão  não  pode  ser  analisado  de  forma  estagnada,  desvinculado  de  seu
contexto,  pois  perde  o  seu  sentido  se  considerado  fora  da  realidade  em  que  surgiu.  De  acordo  com
Glatter (1992, p. 146) o processo de mudança é dividido em três fases:
1) Iniciação: introduzir novas idéias e práticas e procurar o apoio institucional.
2) Implementação: operacionalizar as idéias.
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3) Institucionalização: constituí­las em normas e rotinas, para que se tornem parte integrante do
cotidiano escolar.
Nesse sentido, Santos (2002) diz que para implantar um processo de mudança na instituição
o gestor precisa elaborar um planejamento para que a escola consiga atender a aspectos como:
Responder às transformações impostas pela sociedade; compreender que a comunidade escolar é o
foco dessas mudanças;
Motivar os profissionais a encararem a mudança como um desafio pessoal;
Desenvolver  uma  cultura  organizacional  de  desafio  constante,  para  estar  preparada  para  reagir
imediatamente às novas mudanças;
Realizar reuniões com os seus participantes, visando detectar os fatos que podem ser considerados
geradores  de  mudanças  estratégicas  na  organização  e  apresentar  os  benefícios  que  poderão  tirar
disso.
Esses aspectos  são de extrema  importância para o  sucesso da organização, uma vez que o
grande  diferencial  competitivo  das  organizações  contemporâneas  são  seus  recursos  humanos.  Assim,
uma maneira para se obter melhores resultados é gerar um círculo de motivação a partir do estímulo da
capacidade de criação e superação, que permite ao indivíduo sentir­se mais gratificado, uma vez que o
investimento em recursos humanos, tecnologias, informações e na valorização de uma cultura aberta às
mudanças, torna a escola forte e dificilmente a leva a dificuldades.
Para  o  sucesso  da  organização,  considera­se  relevante  que  a  gestão  da  escola  busque  a
participação  de  todos  e  em  diferentes  cargos  (coordenadores,  professores,  técnicos,  administrativos  e
serviços gerais) para uma melhor  implantação dos objetivos almejados e um comprometimento maior.
Assim,  é  necessário  que  a  organização  escolar  possua  uma  gestão  participativa,  pois  a  principal
alternativa para  que  a  escola  se  transforme  em um ambiente  de  crescimento  contínuo  e  integrado  é  a
participação e o comprometimento de  todos. De acordo com Lück et  al.  (2002, p. 15) “o conceito de
gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer
representante da comunidade que esteja  interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.”
Ou seja,  trata­se do envolvimento de pessoas  interessadas nas questões da escola, no  seu processo de
tomada de decisões. No entanto, “não basta a tomada de decisões, mas é preciso que elas sejam postas
em  prática  para  prover  as melhores  condições  de  viabilização  do  processo  de  ensino/aprendizagem”.
(LIBÂNEO, 2001, p. 326).
As  atividades  escolares  devem  ser  produtos  da  reflexão  do  coletivo  da  escola,  pois  o
planejamento dessas atividades é indispensável para que a escola consiga desempenhar bem o seu papel.
Pois,  “isoladamente,  ainda  que  haja  competência  e  comprometimento,  os  resultados  do  trabalho
educacional são quase sempre insignificantes”. (BORGES, 2004, In:ANDRADE, 2004, p. 42). A partir
dessa reflexão surgirão os caminhos a serem seguidos na ação educacional, concretizados na forma de
proposta pedagógica, planos de curso e no plano de gestão escolar.
As  diretrizes  organizacionais  como  missão,  visão  e  objetivos  devem  ser  definidos  e
elaborados pela equipe escolar,  a partir da análise estratégica, mostrando que o planejamento,  se bem
aplicado,  pode  tornar  a  gestão  da  escola  maiscompetitiva,  atuando  como  um  instrumento  de
comunicação, de acompanhamento e principalmente de aperfeiçoamento do aprendizado na organização.
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Para Glatter (1992) a gestão de mudanças na escola é uma atividade necessária e complexa que requer
conhecimentos,  habilidades  e  competências,  pois  a  gestão  eficaz  é  uma  característica  das  melhores
escolas. Nesse sentido, como as mudanças são constantes e aceleradas, o gestor deve se preparar para
possuir a capacidade técnica de planejar, com uma visão clara, como diferenciar a sua instituição de seus
concorrentes, evitando ser facilmente suprimido por eles.
Segundo Santos  (2002,  p.  41)  os  gestores  escolares  possuem várias  e  importantes  funções
dentro da escola, atribuições estas que nem sempre são realizadas com satisfação. No entanto, pode­se
reverter este quadro com as seguintes ações:
1.  Efetivando  a  gestão  participativa,  envolvendo  todos  os  profissionais  da  escola  no
planejamento das atividades nos aspectos administrativos, pedagógicos, políticos e éticos;
2. Solucionando a insatisfação dos profissionais devido à sensação de impotência e inutilidade
diante do fracasso da escola em educar as novas gerações;
3. Conscientizando  todos de que somente a prática participativa e democrática pode provocar
mudanças significativas e benéficas para a escola.
As  responsabilidades  do  gestor  escolar  são  várias,  pois  ele  é  responsável  pelas  questões
pedagógicas, financeiras e administrativas e precisa coordenar e controlar todos os setores do ambiente
escolar, compreendendo sua atribuição como gestor, motivador e agente de transformação. Assim sendo,
o  gestor,  na  sua  figura  de  líder,  deve  despertar  o  potencial  de  cada  componente  da  instituição,
transformando a escola num ambiente de trabalho contínuo, onde todos cooperam, aprendem e ensinam
o tempo todo.
Na análise de Andrade (2004), para organizar melhor o seu trabalho e a escola o gestor e a
sua  equipe  poderão  começar  classificando  as  questões  mais  desafiadoras  da  eficácia  do  processo  de
mudança  rumo  ao  crescimento  organizacional.  É  importante  que  os  desafios  classificados  estejam
definidos  “no  Projeto  Pedagógico,  que  é  a  chave  da  gestão  escolar”.  (p.13).  É  importante  que  esses
desafios sejam periodicamente revistos, avaliando­se em qual questão a atuação da gestão da escola tem
sido  mais  ou  menos  expressiva,  fazendo  uma  autocorreção  e  buscando  novas  propostas  junto  à
comunidade  escolar,  para  reelaborar  as  ações  quando  necessário.  O  gestor  escolar  tem  o  dever  de
organizar reuniões com os demais profissionais, para que todos possam sugerir novas ideias, bem como
melhorar o acesso, a socialização e a produção do conhecimento entre os profissionais e os alunos da
escola,  colocando  o  conhecimento,  como  o  centro  da  atividade  pedagógica.  Pretende­se,  assim,
desenvolver  ao máximo  o  potencial  dos  profissionais  da  escola  e  promover  diálogos  abertos  com  os
interessados, dando ciência de todas as propostas de ações, qualificando­os para a tomada de decisões e
para a geração de conhecimentos mais elaborados.
Gestão inovadora da escola
As mudanças necessárias, visando à eficácia da educação na sociedade atual implicam numa
nova organização da escola, no que se refere à melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, das
estruturas  físicas  e  dos  equipamentos,  uma vez  que  “as  organizações  são  sempre  focos  de mudanças,
pela utilização de tecnologia ou pelas transformações impostas pela sociedade”. (SANTOS, 2002, p. 29).
Deste  modo,  a  escola  deve  oferecer  uma  estrutura  com  espaços  diversificados  para  facilitar  a
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aprendizagem,  como  bibliotecas  com  acervos  atualizados,  laboratórios  de  informática  com  acesso  à
Internet,  entre  outros.  Porém,  “as  novas  tecnologias  colocam  desafios  organizacionais  na  escola  [...]
Essas  mudanças  não  são  fáceis”.  (DOWBOR,  2001,  p.  53).  No  entanto,  as  escolas,  mesmo  as  que
tenham carência de recursos financeiros, precisam inovar utilizando as tecnologias possíveis.
Segundo Moran  (2003)  as  escolas  para  se  tornarem  inovadoras  precisam  incluir  as  novas
tecnologias e utilizá­las nas atividades pedagógicas e administrativas, garantindo o acesso à informação
a toda a comunidade escolar. Entretanto, o gestor após adquirir computadores, softwares e Internet deve
informatizar a instituição, integrando todas as informações da escola em bancos de dados, possibilitando
registrar  e  atualizar  instantaneamente  a  sua  documentação  para  facilitar  as  tarefas  administrativas  da
organização. Para  isso, o gestor precisa  investir em seu domínio técnico e dos demais profissionais da
escola, ou seja, capacitá­los para a utilização consciente e de forma prática dos computadores conectados
à  Internet  e,  ainda,  incentivar  os  professores  a  adquirirem  domínio  pedagógico,  para  articular  as
tecnologias com o processo de ensino­aprendizagem.
A  inserção  das  novas  tecnologias  na  gestão  escolar  é  fundamental,  uma  vez  que  “hoje  é
necessário que cada escola mostre sua cara para a sociedade, que diga o que está fazendo, os projetos
que desenvolve, a filosofia pedagógica que segue, as atribuições e responsabilidades de cada um dentro
da escola”. (MORAN, 2003, p. 3). Assim, a participação dos pais e alunos é facilitada, bem como a troca
de  informações e experiências com a comunidade e a discussão e  tomada de decisões compartilhadas.
Neste  sentido,  muitas  escolas  estão  desenvolvendo  homepages e webmails  para  o  acesso  do  público
interno e externo às informações das instituições por meio de ambientes virtuais. Deste modo, “devemos
abrir a escola para o mundo que a cerca”. (DOWBOR, 2001, p. 46). Mas, para Dowbor (2001), abrir a
escola para as novas tecnologias não é apenas organizar “um laboratório de informática, com o dono da
chave do laboratório, horários estritos de uso, e uma “disciplina” de informática, como se fosse uma área
de estudo”. (p. 50). O que se pretende é que alunos e professores se familiarizem e aprendam a trabalhar
com  as  novas  tecnologias,  através  do  acesso  direto  a  informação,  extraindo  delas  informações
pertinentes e transformando­as em conhecimento.
Portanto, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são ferramentas valiosas para
a educação. A utilização desses recursos constitui uma maneira de contrapor o insucesso escolar. Assim,
o  conhecimento  em  informática  é  uma  das  novas  competências  que  devem  ser  adquiridas  e
desenvolvidas  na  escola,  já  que  os  instrumentos  tecnológicos  motivam  o  aprendizado  e,  além  disso,
avaliam o que se aprende e ajudam a fazer descobertas.
Neste estudo foi possível compreender que a comunidade escolar precisa se empenhar para
elevar o nível intelectual da escola, por meio da gestão participativa e pela inovação do ambiente escolar
em  todos  os  aspectos.  Para  isso,  o  gestor  que  exerce  importantes  atribuições  deve  gerar  um clima de
transformação de atitudes e estimular os integrantes da organização escolar para o seguirem em direção
a  uma  escola  reflexiva.  Para  tanto,  investir  em  práticas  de  gestão  participativa,  em  técnicas
motivacionais  e  reestruturação  da  instituição  torna­se  um  caminho  eficaz  para  a  concretização  da
educação na sociedade contemporânea.
O GESTOR ESCOLAR E AS NOVAS TECNOLOGIAS
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 O uso de novas  tecnologias na mediação escolar é cada vez mais um fator preponderante
para  que  o  processo  de  ensino  e  aprendizagem  seja  contextualizado  e  contemporâneo.  O  presente
trabalho  visa  apresentar  qualdeve  ser  o  papel  do  gestor  educacional  frente  às  novas  tecnologias
educacionais  e  como  contribuirá  para  que  estes  recursos  sejam  incorporados  à  prática  pedagógica  do
professor.
As  condições  de  gerenciamento  de  muitas  das  escolas  públicas  são  precárias.  Infraestrutura  deficiente,
professores  mal  preparados,  classes  barulhentas.  É  difícil  falar  em  gestão  inovadora  nessas  condições.  Mesmo
reconhecendo essa dificuldade estrutural, a competência de um diretor de escola pode suprir boa parte das deficiências.
A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na escola contribui para expandir o
acesso  à  informação  atualizada  e,  principalmente,  para  promover  a  criação  de  comunidades  colaborativas  de
aprendizagem  que  privilegiam  a  construção  do  conhecimento,  a  comunicação,  a  formação  continuada  e  a  gestão
articulada entre as áreas administrativa, pedagógica e informacional da escola.
Desde  a  implantação  da  Lei  Nº.  9394/96  nos  deparamos  com  uma  verdadeira  revolução  na  gestão  da
escola e da figura do gestor escolar, pois  inúmeras responsabilidades, competências e habilidades são exigidas em sua
atuação  administrativa,  pedagógica  e  comunitária,  a  partir  dos  princípios  de  gestão democrática  no  âmbito  da  escola
pública. O gestor  escolar,  a partir desse momento, passou a gerenciar,  coordenar,  acompanhar  e  executar  atribuições
que anteriormente não ressoavam no âmbito da escola e da comunidade com tal força, tal como o evidenciamos com o
advento da referida lei.
O  contato  com  a  tecnologia  é  diário,  pois  esta  se  encontra  incorporada  nas  empresas,  nos  bancos,  nos
comércios, enfim, em vários setores de nossa sociedade moderna. Nossas crianças  já  sentem o efeito da sociedade da
informação, pois as mesmas "brincam" com a tecnologia, fruto de suas curiosidades e da ausência do "medo" de errar.
Este  trabalho  buscar  identificar  o  papel  do  gestor  escolar  na  implantação  das  novas
tecnologias  educacionais  no  ambiente  escolar,  a  fim  de  que  se  possa  determinar  qual  é  influência  do
gestor  educacional  junto  aos  demais  membros  da  escola  para  a  utilização  das  novas  tecnologias
educacionais.
O papel do gestor educacional frente às novas tecnologias
Quando falamos em tecnologias costumamos pensar imediatamente em computadores, vídeo, softwares e
Internet. Sem dúvida são as mais visíveis e que influenciam profundamente os rumos da educação. Mas, antes, é bom
lembrar que o  conceito de  tecnologia  é muito mais  abrangente. Tecnologias  são  os meios,  os  apoios,  as  ferramentas
que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços
isso também é tecnologia.
Evidenciamos,  neste  século XXI,  o  apogeu  das  novas  tecnologias  da  informação  e  da  comunicação  no
âmbito  da  sociedade  moderna,  pois  a  convergência  das  inovações  da  informática,  da  comunicação  e  das
telecomunicações está presente nos artefatos tecnológicos que variam desde o telefone celular ao computador, capazes
de  possibilitar  aos  usuários,  o  envio  e  recebimento  de mensagens,  ouvir  a  programação  da  rádio,  assistirem  vídeos,
produzirem fotos e proporcionar ainda a comunicação audiovisual entre sujeitos em diferentes partes do mundo.
No  entanto,  em  relação  aos  nossos  educadores,  principalmente  àqueles  com ampla  experiência  docente,
evidenciamos  um  verdadeiro  "pânico"  em  desenvolverem  atividades  com  o  auxílio  de  tais  artefatos  tecnológicos.
Segundo Pretto (1996):
[...] "não podemos pensar que a pura e simples incorporação destes novos recursos na
educação seja garantia imediata de que se está fazendo uma nova educação, uma nova
escola,  para  o  futuro  [...]  vivemos  um  momento  histórico  especial,  em  que  surgem
novos valores na sociedade”.
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Não  obstante  os  avanços  alcançados  nos  últimos  anos  com  a  melhoria  no  nível  dos  indicadores
educacionais e, principalmente, com o salto obtido na meta de universalização do acesso ao ensino fundamental, muito
ainda tem que ser feito para qualificar esse acesso e vencer a tendência histórica de exclusão social do sistema.
Na  sociedade,  as  novas  tecnologias  são  incorporadas  velozmente,  mas  persistem  na  escola  uma  grande
desconfiança,  morosidade  e  ausência  de  incorporação  da  tecnologia.  E,  por  isso,  há  necessidade  de mudarmos  uma
prática  cada  vez mais  constante  no  âmbito  das  escolas  públicas:  os  equipamentos  tecnológicos  ficam  “trancados”!  É
bem  verdade  que  tal  fato  decorre  da  falta  de  infra­estrutura  das  escolas  na  salvaguarda  dos  equipamentos;  mas,
entendemos que além da capacitação dos docentes, há também a necessidade de participação dos gestores nos cursos de
qualificação  para  o  uso  das  novas  tecnologias,  no  sentido  de  que  possam  incentivar  a  presença  da  tecnologia  no
contexto administrativo e pedagógico na escola, ou seja, os gestores precisam participar do processo de inclusão digital
ou de alfabetização tecnológica.
Ao Gestor Escolar cabe a capacidade de planejamento, liderança, iniciativa, de criação de espaços e clima
de  reflexão  e  experimentação,  pois  a  Gestão  escolar  consiste  num  espaço  de  mobilização  da  competência  e  do
envolvimento das pessoas coletivamente para que, por sua participação ativa e competente, promovam a realização dos
objetivos educacionais.
A transformação da escola acontece com maior frequência em situações nas quais diretores e comunidade
escolar  (funcionários, professores, alunos, pais e comunidade) se envolvem diretamente no  trabalho realizado em seu
interior.
De acordo com Almeida (2004, p. 2),
O  envolvimento  dos  gestores  escolares  na  articulação  dos  diferentes  segmentos  da
comunidade escolar, na liderança do processo de inserção das TIC na escola em seus
âmbitos administrativo e pedagógico e, ainda, na criação de condições para a formação
continuada  e  em  serviço  dos  seus  profissionais,  pode  contribuir  e  significativamente
para os processos de transformação da escola em um espaço articulador e produtor de
conhecimentos compartilhados.
Para  isso,  é  necessário  que  haja  o  comprometimento  e  envolvimento  do  gestor  escolar  no  processo  de
formação continuada para o uso das novas tecnologias e mídias na educação. Será o gestor o principal responsável para
que os novos recursos tecnológicos façam parte do cotidiano da escola.
O  objetivo  de  introduzir  novas  tecnologias  na  escola  é  para  originar­se  o  novo  e  pedagogicamente
importante, que não se pode realizar de outras maneiras.
O  aprendiz,  utilizando  metodologias  adequadas,  poderá  utilizar  essas  tecnologias  na  integração  de
matérias  estanques.  A  escola  passa  a  ser  um  lugar  mais  interessante  que  prepararia  o  aluno  para  o  seu  futuro.  A
aprendizagem centra­se nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná­lo um usuário independente da
informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica.
Programas integrados de gestão administrativo­pedagógica
O gestor escolar e a sua equipe têm nas tecnologias, hoje, um apoio indispensável ao gerenciamento das
atividades  administrativas  e  pedagógicas.  O  computador  começou  a  ser  utilizado  primeiro  na  secretaria  para  depois
chegar à sala de aula. Neste momento há um esforço grande para que esteja em todos os ambientes e de forma cada vez
mais  integrada,  por  entender  que  na  escola  não  se  deve  separar  o  administrativo  e  o  pedagógico:  ambos  são
necessários.
De acordo com Vieira (2003, p.151),
Numa primeira etapa privilegiou­se o uso do computador para  tarefas administrativas:
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cadastro  de  alunos,  folha  de  pagamento.  Depois,  os  computadores  começaram  a  ser
instalados em um laboratório e se criaram algumas atividades em disciplinas isoladas,
em implementação de projetos. As redes administrativas e pedagógicas, nesta primeira
etapa,  estiveram  separadas  e  ainda  continuam  funcionando  em  paralelo  em  muitas
escolas. Encontramo­nos, neste momento, no começo da integração do administrativo e
do pedagógico do ponto de vista tecnológico.
O  administrativo  está  a  serviço  do  pedagógico  e  ambos  têm  de  estar  integrados,  de  forma  que  as
informações circulem facilmente – com as restrições de acesso necessárias –, para visualizar qualquer informação que
precisarmos checar ou para fazer previsões necessárias.
Nos  últimos  anos  tem  aumentado  muito  a  quantidade  da  informação  e  tem  havido  também  grandes
avanços  na  qualidade  das  informações  disponíveis on­line para  a  comunidade  escolar  e  para  o  público  em  geral. Os
grandes colégios constroem verdadeiros portais de informação, com áreas dedicadas aos professores, outras aos alunos,
aos pais e ao público em geral.
A  Internet  é  um  espaço  virtual  de  comunicação  e  de  divulgação.  Hoje  é  necessário  que  cada  escola
demonstre para a sociedade, o que ela faz, os projetos que desenvolve, a filosofia pedagógica que segue, as atribuições
e  responsabilidades  de  cada  um  dentro  da  escola,  na  divulgação  para  sociedade  de  todos  os  projetos  desenvolvidos.
Assim se “abre”, com possibilidades de acesso para todos em torno de informações gerais.
Cada escola tem uma situação concreta que interfere no processo de gestão com tecnologias. Se atender a
uma comunidade de classe alta ou de periferia com os mesmos princípios pedagógicos, terá que adaptar o seu projeto
de gestão à realidade em que se insere.
Na  implantação  de  tecnologias,  no  ambiente  escolar,  o  primeiro  passo  é  garantir  o  acesso  para  que  as
tecnologias cheguem à escola, que estejam fisicamente presentes ou que professores, alunos e comunidade possam estar
conectados.
Para  isso,  o  gestor  educacional  deverá  encaminhar  à  Secretaria  de  Educação,  projetos  concisos,  que
demonstrem  a  necessidade  da  unidade  escolar  ser  informatizada,  ou  seja,  ser  contemplada  com  um  Laboratório  de
Informática Educacional, bem como, com os demais recursos tecnológicos que fazem parte das salas de multimeios.
Mesmo ainda distantes do ideal, temos avançado bastante nos últimos anos na informatização das escolas.
Mas  a  demanda  por  novos  laboratórios,  por  conexões  mais  rápidas,  por  novos  programas  é  incessante  e  isso  deixa
também amedrontado o gestor, porque não sabe se o investimento vale a pena diante da rapidez com que surgem novas
soluções ou atualizações tecnológicas.
O segundo passo na gestão tecnológica é o domínio técnico. É a capacitação para saber usar, é a destreza
que se adquire com a prática. Se o professor  só  toca no computador uma vez por  semana demorará muito mais para
dominá­lo do que se tivesse um computador sempre à sua disposição.
O  terceiro passo  é  o  do domínio pedagógico  e  gerencial,  realizável  com as  tecnologias,  para  facilitar  o
processo  de  aprendizagem,  permitindo  que  alunos,  professores  e  pais  acessem  mais  facilmente  as  informações
pertinentes. Nessa etapa costumamos utilizar as tecnologias como facilitação do que já fazíamos antes. Por exemplo: se
fazíamos a ficha de cada aluno manualmente, agora adquirimos um programa que automatiza o registro desse aluno e
o acesso a essas informações a qualquer momento. É um avanço, mas ainda fazemos as mesmas coisas que antes, só de
uma forma mais fácil.
O  quarto  passo  é  o  das  soluções  inovadoras  que  seriam  impossíveis  sem  essas  novas  tecnologias.  No
exemplo anterior, com a Internet, podemos não só facilitar o registro do aluno, mas o acesso remoto, o acesso do pai
às notas dos alunos, a comunicação de alunos de várias escolas do mundo inteiro, a integração telemática dos pais e da
comunidade na escola ou da escola em várias comunidades. A integração da gestão administrativa e pedagógica se faz
de forma muito mais ampla com os computadores conectados em redes.
No contexto das mudanças que invadiram o cenário educacional e, consequentemente, a gestão escolar, a
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formação  continuada  ganha  progressiva  importância,  como  sinal  de  que  o  aprendizado  deve  assumir  caráter
permanente e dinâmico na vida dos profissionais de qualquer organização humana. A formação passa a ser vista como
instrumento  fundamental  para o desenvolvimento de  competências,  envolvendo valores,  conhecimentos  e habilidades
para  lidar com as mudanças aceleradas, com contextos complexos, diversos e desiguais, para aprender a compartilhar
decisões,  lidar  com  processos  de  participação  e  adaptar­se  permanentemente  às  novas  circunstâncias  e  demandas
institucionais (MACHADO, 1999).
Portanto,  a  passos  lentos  a  tecnologia  começa  a  adentrar  os  espaços  educacionais  na  formação  de
supervisores e inspetores escolares, na ação contextualizada nas experiências, conhecimentos e práticas. E estes, por sua
vez,  têm  a  oportunidade  de  inserir  a  tecnologia  em  sua  prática,  revendo­a  e  reelaborando­a,  colocando  essa  prática
como foco da própria formação.
O  educador  tem  a  tarefa  de  problematizar  os  conteúdos  que  a  mídia  e  as  tecnologias  trazem  para  o
processo  de  ensino­aprendizagem.  "Pela  comunicação  aberta  e  confiante  desenvolvemos  contínuos  e  inesgotáveis
processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social” (MORAN, 2000, p.25). Desta
forma, os processos de interação e de comunicação têm papel fundamental na construção do conhecimento.
A Gestão Participativa busca criar estruturas descentralizadas em que se faz necessário à sobrevivência da
escola,  em que o  relacionamento  cooperativo passa  a  ser uma  ferramenta  essencial  para  superar os  conflitos  internos
nos processos de  ensino e  aprendizagem e  as mudanças nas  relações do  trabalho. A consciência  individual  e  coletiva
exige  de  seus  gestores  e  demais  pessoas  da  escola  visão  de  globalidade,  isto  é,  saber  o  que  sua  tarefa  significa  na
totalidade organizacional.
Ao  explorar  as  potencialidades  das TIC  no  cotidiano,  principalmente  com o  acesso  à  Internet,  a  escola
abre­se  para  novas  relações  com  o  saber,  vivenciando  a  comunicação  compartilhada  e  a  troca  de  informações  com
outros espaços do conhecimento que possuem os mesmos interesses. Essa abertura à articulação com diferentes espaços
potencializa  a  gestão  escolar  e  provoca  mudanças  substanciais  no  interior  da  instituição,  nas  quais  o  ensino,  a
aprendizagem e  a  gestão participativa podem  se desenvolver  em um processo  colaborativo  com os  setores  internos  e
externos da comunidade escolar.
Porém,  isoladamente,  as  tecnologias  não  podem  gerar  mudanças.  Sua  inserção  no  cotidiano  da  escola
exige a  formação contextualizada de  todos os profissionais  envolvidos, de  forma que  sejam capazes de  identificar os
problemas e as necessidades institucionais, relacionadas à implantação e uso de tecnologias. Realizada a identificação,
segue­se a busca de alternativas que  lhes permitam a  transformação do fazer profissional, com base em metodologias
pautadas em novos paradigmas.
Essa  formação  fortalece  o  papel  da  direção  na  gestão  das  TIC  e  na  busca  de  condições  que  ajudem  a
articular o uso administrativo e pedagógico das tecnologias na escola.
Formar  profissionais  que  sejam  capazes  de  articular  e  utilizar  as  novas  tecnologias  e mídias  na  sala  de
aula  é  papel  da  universidade;  todavia,  a  formação  continuada  em  serviço  deverá  ser  proporcionada  pela  escola,  ou

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