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Aula 1 O conceito de ética e a denição de filosofia

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15/05/2020 Disciplina Portal
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Filoso�a e Ética
Aula 1: O conceito de ética e a de�nição de
�loso�a
INTRODUÇÃO
O clássico livro Ética (1980), de Adolfo Sánchez Vázquez, já esclarece o primeiro ponto que iremos explorar: os
costumes que adotamos no dia-a-dia tornam-se parâmetros para nos orientar, diante de certos problemas. Só que
pequenas palavras podem esconder grandes problemas, ou grandes questões, e assim damos início à disciplina
Filoso�a e Ética.
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OBJETIVOS
Identi�car os conceitos ética e �loso�a;
Reconhecer a noção de ética a partir de um caso prático.
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INTRODUÇÃO
Perguntar se a vida pode ser mais justa, se os homens conseguem adotar comportamentos mais dignos, não é um
direito exclusivo dos que se ocupam de re�exões e ideias. A exigência de se bem conduzir, nas relações humanas e
pro�ssionais, abrange todos os setores da vida em sociedade. E, para concretizar este �m, nossos hábitos tornam-se
essenciais: alguns corretos, pois realizam bens diversos e reforçam a coesão social, outros incorretos, por realçarem
ganhos individuais sobre interesses coletivos, enfraquecendo elos da vida em comunidade.
Vamos começar nossa primeira conversa sobre Filoso�a e Ética a partir de uma situação hipotética sobre a qual você
deverá re�etir.
Fonte da Imagem:
Walter Kleinkz, alemão, foi convocado para fazer parte do
exército nazista. Seu amigo, Rudolph Splitzen, não foi,
apesar de este ser um grande entusiasta da ideologia
propagada por Adolph Hitler.
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Fonte da Imagem:
A primeira missão dada a Walter foi a de trabalhar no
campo de concentração Auschwitz, quando começou a se
dar conta das atrocidades cometidas naquele local.
Fonte da Imagem:
Chocado com a quantidade de pessoas mortas
barbaramente no campo de concentração, escreveu uma
carta ao amigo Rudolph dizendo que iria ajudar os judeus a
fugirem daquele lugar terrível.
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Fonte da Imagem:
Coloque-se no lugar de Rudolph e responda: será que ele
deve denunciar o amigo ao tribunal nazista por traição?
Pare para re�etir e, depois, siga para as próximas telas
desta aula.
O CONCEITO DE ÉTICA E A DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA
Fonte da Imagem:
Quando pensamos em como nos comportar diante de situações que envolvam e afetem nossos semelhantes,
deparamo-nos, em princípio, com normas que guiam nossas ações para a realização do que é verdadeiro, digno e
correto. 
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Atenção!
Logo, ao nos depararmos com o dever de cumprir uma promessa, denunciarmos um amigo
traidor ou dizermos sempre a verdade, estamos diante de comportamentos moldados pela
pressão de valores justos que regulam nosso modo de ser individual e social: três ocorrências
que envolvem regras para nossas ações, ou três problemas morais.
Circunstâncias especiais podem nos levar a rever uma promessa (quando vivemos uma situação de desespero, por
exemplo), ocultar a traição de alguém conhecido (quando ela é o único meio de sobrevivência de quem a cometeu, por
exemplo), ou omitir informações (não revelarmos a um conhecido seu estado terminal de saúde, por exemplo). A esta
re�exão que nos leva a decidir que juízos ou ponderações devem nos orientar numa situação e a justi�carmos a
decisão tomada, chamamos re�exão ética.
COMEÇANDO A ENTENDER O QUE É ÉTICA
Para Aristóteles (384 a.C–322 a.C), “toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão
unidos o prazer e a felicidade” (apud BOHADANA, SKLAR:2007,226). Mas o que Aristóteles tem a ver com ética?
Vejamos:
A PALAVRA ÉTICA
O termo ética deriva de éthos, que signi�ca modo de ser, e, por isto, de�niu-se com frequência ética como a doutrina dos
costumes ou hábitos adquiridos pelo homem.
ÉTICA EM ARISTÓTELES
Foi Aristóteles, �lósofo grego, que tornou a ética uma disciplina autônoma no domínio da �loso�a moral. Para ele, o campo ético
deveria investigar as características do bem, da perfeição e da felicidade que são atribuídas ao homem, com o �m de ajustá-los à
orientação prática da conduta humana.
AS VIRTUDES
Aristóteles condena tanto os prazeres sensíveis quanto as posse das riquezas. Ser ético, segundo ele, signi�caria viver conforme
manda a razão, voltando-se para a obtenção do bem e alcançando as “virtudes”:
a) Virtudes éticas – ordenam a vida em sociedade, sob as formas da justiça, amizade, valor, originando-se dos costumes e sendo
denominadas de virtudes do hábito ou tendências;
b) Virtudes intelectuais (ou dianoéticas) – englobariam, centralmente, a sabedoria e a prudência.
ENTENDA ARISTÓTELES
De acordo com o pensamento aristotélico, os comportamentos adotados pelos homens em sociedade (e com os quais se
acostumam) deveriam ser racionais, na medida em que contivessem �nalidades práticas, intelectuais; teríamos, assim, princípios
– normas gerais de ação – que guiariam todo o campo de nossa conduta moral.
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ÉTICA E MORAL
Ao longo da História da Filoso�a, a Ética, englobando o conceito de realidade moral, chega à seguinte de�nição:
“ciência que se ocupa dos objetos morais em todas as suas formas, a �loso�a moral” (cf. FERRATER MORA:1965,595).
Mas o que é moral? Selecionamos dois autores que assim a de�nem:
Para Lalande (1999,705), a conceituação de moral
abrange:
(a) os costumes, ou “regras de conduta admitidas
numa sociedade determinada”, sendo a observação e
constatação de seu conjunto e os juízos sobre os
mesmos o que se entende por “realidade moral”;
(b) o “estudo �losó�co do bem e do mal”;
(c) o “conjunto das regras de conduta admitidas
numa época ou por um grupo de homens”;
(d) o “conjunto das regras de conduta tidas como
incondicionalmente válidas”.
Para Sánchez Vázquez (2002, 84), “a moral é um
sistema de normas, princípios e valores, segundo o
qual são regulamentadas as relações mútuas entre
os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal
maneira que estas normas, dotadas de um caráter
histórico e social, sejam acatadas livre e
conscientemente, por uma convicção íntima, e não
de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.
Moral distingue-se do que é investigado no campo ético, na
medida em que “este último domínio se ocupa de uma
moral ligada aos fatos, incorporando valores aceitos pelos
homens ao se interrelacionarem socialmente”
(SKLAR:2008). Seguindo este sentido, Sánchez Vázquez
(2002, 23) de�ne a ética como “teoria ou ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade”.
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A DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA
A Filoso�a no Ocidente tem suas raízes históricas na Grécia Antiga. Entre os séculos XX a.C e II a.C, podemos
reconhecer a presença dessas raízes através dos seguintes períodos:
Como você viu na linha do tempo, a �loso�a resultou do estabelecimento de uma organização política, econômica e
administrativa que marcou a civilização grega: a pólis (cidade-Estado). Discussões em assembleias, no lugar do poder
em torno da realeza que dominou o período homérico, tornaram-se, então, necessárias, gerandoo ideal de cidadania: a
participação pública do cidadão nos destinos da cidade. Em formas acessíveis à inteligência, uma ordem humana
estabelecia seus alicerces.
Leitura
Para ler mais sobre a pólis, clique aqui (galeria/aula1/docs/polis_grega.pdf).
ATIVIDADE PROPOSTA
01
SÉCULOS XX A.C – XII A.C
Primeiros gregos, conhecidos como aqueus – posteriormente divididos em jônios e eólios – que ocuparam lentamente a Grécia
Continental, o Peloponeso e as ilhas do mar Egeu. A cidade de Micenas desponta, formando o que passou a ser conhecido como
civilização micênica.
02
SÉCULOS XII A.C – VIII A.C
Consolidação da civilização grega, ressaltando a �gura de Homero, que viveu possivelmente na Jônia do século IX a.C (daí a
denominação de tempos homéricos para esse período). Senhores formam a aristocracia de terras, o que agrava o sistema
escravista. Momento em que os aedos – poetas cantadores – conservam os acontecimentos concementes ao apogeu de
Micenas, sofrendo modi�cações em seus conteúdos graças a acréscimos resultantes do folclore popular, o que leva ao
surgimento da poesia épica grega (período da consciência mítica da história antiga).
03
SÉCULOS VII A.C - VI A.C
Período arcaico, em que o desenvolvimento da economia mercantil e alterações sociais e políticas levam ao aparecimento do
colônias (bases das cidades-estados ou póleis) que geravam produtos agrícolas e a compra e venda de mercadorias com outros
povos.
04
SÉCULOS V A.C – IV A.C
Período clássico, marcado pelo impulso nas artes, literatura e �loso�a. A cidadecde Atenas atinge seu mais alto grau de
desenvolvimento. Nessa época, viveram os so�stas, Sócrates, Platão e Aristóteles.
05
SÉCULOS III A.C – II A.C
Período helenístico, em que se inicia uma profunda decadência política na Grécia, a princípio provocada pela expansão do Império
Macedônico e, posteriormente, pela ascensão do Império Romano.
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Fonte da Imagem:
A crise do Tylenol
Em 1982, os executivos da Johnson&Johnson foram informados da ocorrência de envenenamentos, na área de
Chicago, aparentemente por ingestão de Tylenol em cápsulas. No dia seguinte a este trágico acontecimento, não foram
detectadas as causas do envenenamento; como foi relatado posteriormente, o processo de fabricação do remédio não
sofrera qualquer falha e os envenenamentos teriam ocorrido provavelmente depois que os produtos saíram da
empresa.
Embora a venda do Tylenol representasse um faturamento, na época, de US$100 milhões anuais, fornecendo
tratamento e�caz contra a dor, a empresa decidiu recolhê-lo do mercado.
Sua reintrodução tornou-se, em seguida, um marco de marketing. Segundo Nash, a Johnson&Johnson, obtendo um alto
prestígio do público pelo recolhimento do produto, bene�ciou-se da ampla publicidade decorrente de sua pronta reação
contra a ocorrência desastrosa. Relançado no mercado, o remédio foi substituído sem qualquer ônus a todos os
consumidores que alegassem tê-lo destruído. Assim, em dezoito meses, o tylenol retomou seu lugar no mercado.
Agora, perguntamos para você: será que tal postura da empresa teria sido puramente uma questão de marketing (com
uma pitada de cálculo de risco por parte dos administradores) ou envolveu um genuíno comportamento ético no
mundo dos negócios?
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