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Resumo - Spitz - Doenças de carência afetiva do bebê

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De acordo com Spitz (p. 272, 2004) as doenças de carência afetiva são de 
caráter quantitativo e recebem menor influência da personalidade da mãe, visto que, 
geralmente, são causadas pela ausência física da mãe, cujo substituto é inadequado 
ou praticamente inexistente. Assim, a criança, privada do afeto materno, sofre de 
doenças de carência afetiva, cujo dano é proporcional à duração da privação. O autor 
classifica as doenças de carência afetiva do bebê em privação afetiva parcial 
(depressão anaclítica) e privação afetiva total (hospitalismo). 
 
Privação Afetiva Parcial ou Depressão Anaclítica 
Em um estudo realizado com crianças de uma creche, o autor observou 
crianças separadas da mãe na metade do primeiro ano de vida que, antes felizes e 
sociáveis, apresentavam, após a separação, comportamento choroso e retraimento, 
deitavam-se de bruços no berço e escondiam o rosto e ignoravam o contato. O quadro 
piorava gradativamente – algumas crianças emagreciam demais, sofriam de insônia 
e precisavam ser isoladas das outras crianças, apresentando maior fragilidade a 
resfriados, além de um atraso no desenvolvimento da personalidade, seguido por um 
declínio gradual. O choro, mais tarde, era substituído por uma rígida expressão facial, 
rosto frio e imóvel, olhar distante e inexpressivo. 
 
Imagem 1 – Sintomatologia da Depressão Anaclítica 
Fonte: SPITZ, 2004, p. 275 
 
Quanto maior a duração da separação, maior o dano ao desenvolvimento da 
criança. Após três mês de afastamento da mãe, os sintomas tornam-se mais 
marcantes e se consolidam. Por outro lado, se a mãe retornar, os sintomas 
desaparecem e a maioria das crianças consegue se recuperar. Já se o afastamento 
prevalecer por mais de cinco meses, há maior deterioração da condição da criança: a 
sintomatologia é alterada drasticamente e a síndrome parece se configurar como 
privação afetiva total (ou hospitalismo). 
O autor estabelece como condição necessária para o desenvolvimento da 
depressão anaclítica a experiência de boas relações com a mãe antes da separação, 
já que crianças com más relações maternas apresentavam outros tipos de distúrbios 
– que Spitz classifica como “depressão suave” – já que é mais difícil substituir um 
objeto de amor satisfatório do que um insatisfatório. 
 
Privação Afetiva Total ou Hospitalismo 
Em contraste com a depressão anaclítica – na qual pode haver rápida 
recuperação se o objeto de amor retorna à criança – na privação total, as crianças, ao 
serem privadas da mãe por mais de cinco meses durante o primeiro ano de vida, 
apresentarão sintomas de progressiva deterioração praticamente irreversíveis. 
Em outro estudo realizado por Spitz, desta vez em uma casa para crianças 
abandonadas, o autor observou que as crianças amamentadas pelas mães até o 
terceiro mês apresentavam desenvolvimento similar às outras. Após a separação das 
mães, as crianças permaneciam no abrigo, onde recebiam todo o necessário – 
alimentação, higiene, acompanhamento médico, remédios, etc. – porém, eram 
emocionalmente carentes, careciam do afeto materno. 
Estas crianças passavam pelos estágios de deterioração da depressão 
anaclítica, apresentando grande atraso motor, passividade, inércia, sem coordenação 
para virarem-se de bruços, de expressão facial vaga e olhos descoordenados, 
estranhos movimentos de dedos repetitivos e um declínio progressivo do quociente 
de desenvolvimento. Spitz observou crianças de quatro anos que não conseguiam 
ficar em pé, andar ou falar, e um aumento nos índices de mortalidade. 
Os cuidados maternos propiciam à criança oportunidade para desenvolvimento 
de relações objetais. A ausência da mãe resulta em carência emocional, levando à 
deterioração progressiva, atraso e interrupção do desenvolvimento físico e psicológico 
da criança, predisposição a enfermidades, marasmo e até mesmo à morte. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SPITZ, R. Doenças de carência afetiva do bebê. In: _______. O primeiro ano de 
vida. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

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