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| PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 9 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Ricardo Amore Camillo Anauate Netto Hugo Roberto Lewgoy Érika Priscila Siqueira André Ricardo Paoli do Carmo INTRODUÇÃO O constante avanço tecnológico dos materiais adesivos em Odontologia tem propiciado melhoria significativa na interação dos materiais restauradores resinosos com as ultraestru- turas dentais e o consequente aumento da longevidade das restaurações com resinas compostas. Assim, com a crescente valorização da estética pelos pacientes e cirurgiões- dentistas (CDs) e devido aos avanços conquistados nas propriedades gerais das resinas com- postas, existe, atualmente, uma forte tendência para que todas as restaurações diretas se- jam estéticas e, em consequência, realizadas com esse tipo de material. Aborda-se, neste artigo, a realização com excelência de restaurações diretas com resinas compostas em dentes anteriores, procurando fornecer para o clínico geral todas as infor- mações quanto às técnicas e o moderno arsenal disponível para isso. Em se tratando de restaurações estéticas, a mimetização do material restaurador com a estrutura dental é muito importante, momento em que o tripé cor, anatomia e textura torna-se funda- mental para o sucesso estético. 10 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS OBJETIVOS Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de § reconhecer os principais conceitos relativos à cor, de modo a restaurar dentes anterio- res com grau de excelência estética, sendo eles matiz, saturação ou croma, luminosi- dade ou valor, opacidade, translucidez, refração e reflexão; § identificar as principais diferenças entre as diversas marcas e características de resinas compostas disponíveis no mercado; § reconhecer as características de superfície dos dentes, como forma, tamanho, pro- porção e textura, de modo a devolver essas características durante a reconstrução estética de dentes anteriores; § identificar as novas tecnologias disponíveis no mercado odontológico para o diag- nóstico da cor; § reconhecer as limitações das resinas compostas quanto ao restabelecimento das pro- priedades da luz, resistência mecânica e textura, bem como a manutenção do brilho de superfície. ESQUEMA CONCEITUAL Caso clínico 1 Caso clínico 2 Principais conceitos Escolha da cor Espectrofotômetro de refletância Forma, tamanho, proporção e textura de superfície Procedimentos finais da restauração estética Casos clínicos Caso clínico 3 Caso clínico 4 Conclusão | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 11 PRINCIPAIS CONCEITOS O conceito de estética tem sido responsável por profundas mudanças na Odontologia. Nesse contexto, a escolha da cor tem um papel fundamental e a sua importância é incontestável e relatada desde a Grécia antiga, quando era chamada de “A arte da percepção”. A correta escolha da cor de uma resina composta é uma das maiores dificuldades encontradas pelos profissionais em restaurações estéticas de dentes anteriores, pois o diagnóstico da cor se constitui em uma análise prévia subjetiva do procedi- mento restaurador, visto que a cor não é uma propriedade do objeto, e sim da luz que é captada pelos olhos. Entre todos os fatores que interferem no restabelecimento da harmonia de um sorriso es- tão as características inerentes a: § sua forma; § sua simetria; § sua proporção; § seu tamanho. Além dessas características, há outras que diferenciam o indivíduo, como a personalidade e o estado emocional. Porém, a cor é um item primordial desse conjunto. Dois conceitos são fundamentais para o início do estudo da cor: a refração e a reflexão. A refração é o conceito utilizado na análise dos aspectos internos do dente no que diz respeito à sua qualidade histológica. A penetração da luz e o seu retorno à retina demonstram as cores de todas as camadas que foram penetradas. A visão do interior de um dente pode demonstrar as diferentes camadas e suas cores devido às influências internas e algumas vezes também externas. A reflexão é o ângulo que o raio luminoso forma entre a incidência e a sua saída. Quando esse ângulo é igual, caracteriza-se a reflexão especular. Quando o ângulo é diferente, tem-se a reflexão difusa. A luz solar possui todos os comprimentos de onda que o olho humano pode cap- tar, por isso se constitui na melhor fonte para a escolha da cor de um dente. Na superfície dentária, os feixes de luz sofrem refração e reflexão, traduzindo, assim, a sua coloração e textura. Os feixes também podem destacar determinadas áreas anatômicas e contribuir na impressão da largura ou do comprimento do dente, por meio dos diferentes comprimentos de onda refletidos. 12 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A luz penetra com maior facilidade pelo esmalte, que é translúcido, atingindo a dentina, que é a principal fonte de dissipação da luz e detecção de seus pigmentos. A dentina tem a capacidade de opacificar a passagem de luz, impedindo que ela atinja a polpa e reproduza sua coloração. O seu grau de opacidade, maior ou menor, dependendo da região, dá um aspecto de naturalidade aos dentes.1 Como foi dito antes, só existe cor quando existe luz. Sendo assim, o comprimento e a frequência de uma onda eletromagnética são fundamentais na determinação da percep- ção da cor pelo olho humano. As cores perceptíveis ao olho humano dividem-se dentro do chamado espectro visível de cores em diferentes comprimentos de onda medidos em nanômetros (nm) (Quadro 1). Quadro 1 ESPECTRO VISÍVEL DE CORES Cor Comprimento de onda (em nm) Azul De 360 a 480nm Verde De 480 a 560nm Amarelo De 560 a 590nm Laranja De 590 a 630nm Vermelho De 630 a 700nm A Figura 1 apresenta o espectro de cores com os respectivos comprimentos de onda. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 13 As três principais características de uma fonte luminosa são:1 § o matiz; § a saturação; § a luminosidade. O matiz é a cor propriamente dita, é a identidade do objeto. O matiz indica a presença de um comprimento de onda dominante. Pensando na cor azul, por exemplo: qualquer de suas nuances, da mais profunda à mais pálida, pode ser facil- mente identificada com o matiz azul, e esse matiz tem um comprimento de onda específico. O matiz pode ser definido por meio da Escala de Cores Vita, utilizando-se letras que desig- nam a cor do dente propriamente dita (A, B, C e D), conforme o indicado no Quadro 2. Figura 1 – Comprimento de onda eletromagnética e cor correspondente. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Quadro 2 ESCALA DE CORES VITA Letra Indicação de cor A Amarelo-amarronzada B Amarelo-alaranjada C Amarelo-acinzentada D Amarelo-rosada 14 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A saturação ou croma é o grau de pureza e concentração de um matiz. A saturação indica a concentração e pureza em torno do comprimento de onda dominante ou matiz. É a quantidade de pigmento dentro de um matiz qualquer. A saturação (croma) na Escala Vita consiste na variação numérica, como, por exemplo, A1, A2, A3, A31/2 e A4. Transferindo essa análise para a boca dos pacientes, os dentes policromáticos demon- stram diferenças em seus terços quanto à saturação de seu matiz, isto é, no terço cervical a saturação (croma) é maior, diferentemente dos terços médio e incisal, que possuem menos dentina e mais esmalte translúcido, principalmente o terço incisal. Quanto mais espesso e com maior quantidade de dentina for o dente, mais saturado será o seu matiz. Isso não impede que dentro de um mesmo dente existam matizes diferentes; porém, normalmente o que varia é a saturação e a luminosidade. A luminosidade ou o valor indica o quanto a cor é mais escura ou mais clara. Fisi- camente, ela indica a amplitude do comprimento de onda.2 Em outras palavras, é a adição de cor preta ou de branca, passando pela cor cinza em uma cor (matiz) qualquer. A Escala Vita pode ser utilizadade acordo com o matiz ou de acordo com a luminosidade, ou seja, ordenada das cores com maior luminosidade, B1, A1, B2, D2 e A2, até a cor com menor luminosidade, C4 (Figuras 2 e 3). Figura 2 – Cores da Escala Vita dispostas de acordo com o matiz. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 3 – Cores da Escala Vita dispostas de acordo com a luminosidade. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 15 A interação entre esses três conceitos pode ser exemplificada da seguinte forma: a cor A1 tem o mesmo matiz da cor A3; entretanto, a cor A3 tem maior saturação (croma) e menor luminosidade (valor) do que a cor A1. Entretanto, a cor A2 (marrom) tem matiz diferente da cor C2 (cinza), sendo que nessa comparação a cor A2 tem maior luminosidade (valor). A dimensão croma só pode ser usada na comparação de cores do mesmo matiz. O valor é o grau da cor branca do matiz e se classifica como alto valor e baixo valor. O valor mais alto são os matizes claros e o mais baixo são os matizes escuros. Os dentes mais escuros se diferenciam com facilidade dos claros, e vice-versa. O valor é melhor visualizado sem a interferência da cor em fotos preto e branco que não necessitam de muita luz, e, como são variações do claro e do escuro, dependem mais da cor preta e da cor branca2 (Figura 4). Após a definição do matiz, da saturação e da luminosidade, a translucidez e a opacidade dental devem ser determinadas. A translucidez é o grau de passagem da luz ou quantidade de refração que a luz pode realizar sobre uma determinada superfície. A translucidez, assim como a opacidade, não é bem um componente da cor e de- pende diretamente da passagem de luz sobre a superfície dental. A translucidez é um dos aspectos mais difíceis de ser analisado, pois, como a passagem de luz (refração) e o seu retorno (reflexão) estão intimamente ligados à observação da cor, ela passa a ser um componente da cor. A área incisal de dentes jovens é o maior exemplo de Figura 4 – Observe a maior saturação e opacidade dos caninos inferiores, inclusive em relação aos cani- nos superiores. Observe também o matiz “A” e a maior luminosidade dos incisivos laterais superiores em relação aos incisivos centrais superiores, que se mostram, em função disso, ligeiramente mais claros. O oposto pode ser observado em relação aos incisi- vos centrais inferiores, que demonstram maior valor em relação aos incisivos laterais inferiores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 16 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS regiões translúcidas dos dentes.3 A translucidez é uma propriedade em que a luz ultrapassa uma superfície, apresentando feixes de retorno ou de reflexão que diferem da transpar- ência. O esmalte dental apresenta alta translucidez, refletindo uma pequena quantidade de luz (Figuras 5 e 6). Em pacientes jovens, os terços incisais pouco desgastados apresentam-se, frequentemente, nas cores azuis, violetas ou cinzas, devido à translucidez do esmalte e à ausência de dentina nessas bordas.4 Na realidade, o que ocorre é a passagem da luz evidenciando o fundo escuro da boca, uma região com baixa luminosidade. Entretanto, a cor dos dentes muda com o passar dos anos em função do desgaste do esmalte e da maior visualização da dentina, devido à sua deposição fisiológica e/ou devido à pigmentação por corantes. Nos casos de bordas incisais mais desgastados de pacientes idosos e em problemas relacionados à disfun- ção oclusal, ocorre uma grande diminuição da luminosidade, em geral tornando a coloração mais escura (Figuras 7 e 8). Figura 5 – Dentes com alta luminosidade e translu- cidez acentuada no terço incisal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 6 – Representação da translucidez acentuada no terço incisal de pacientes jovens. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 17 Após a definição do matiz dos dentes, deve-se imaginar um mapa cromático, analisando as regiões em que a saturação se diferencia (terço cervical, médio e incisal – ver Figura 9, no próximo tópico, “Escolha da cor”). Como descrito anteriormente, a escolha da resina composta deve se basear no terço médio dos dentes. 1. O que o constante avanço tecnológico dos materiais adesivos em Odontologia tem propiciado? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo Figura 7 – Vista frontal dos dentes superiores ante- riores destacando a maior transparência do esmalte e visualização da dentina. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 8 – Vista frontal dos dentes superiores ante- riores destacando a maior transparência do esmalte e visualização da dentina – detalhe. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 18 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS 2. Por que existe, atualmente, uma forte tendência para que todas as restaurações diretas sejam estéticas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 3. Por que a correta escolha da cor de uma resina composta é uma das maiores dificulda- des encontradas pelos profissionais em restaurações estéticas de dentes anteriores? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 4. Em relação aos conceitos físicos importantes na restauração estética, assinale a alterna- tiva correta. A) Entre os fatores que interferem no restabelecimento da harmonia de um sorriso, as características que diferenciam o indivíduo, a sua personalidade e o seu estado emocional são primordiais. B) A reflexão é o conceito utilizado na análise dos aspectos internos do dente no que diz respeito à sua qualidade histológica. C) A reflexão especular caracterizada quando o ângulo reflexivo que o raio luminoso forma entre a incidência e a sua saída é diferente. D) O comprimento e a frequência de uma onda eletromagnética são fundamentais na determinação da percepção da cor pelo olho humano. Resposta no final do artigo 5. Qual é a melhor fonte luminosa para a escolha da cor de um dente? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 19 6. Qual é o papel da refração e da reflexão na superfície dentária? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 7. Em relação à cor dos dentes, assinale a alternativa correta. A) O esmalte é quem determina a cor dos dentes. B) Transparente, o esmalte determina a cor dos dentes com uma pequena interferên- cia da dentina. C) A dentina é quem, de fato, determina a cor dos dentes. D) A dentina é menos opaca do que o esmalte. Resposta no final do artigo 8. Em relação às cores do espectro visível de corese os respectivos comprimentos de onda, correlacione a primeira e a segunda colunas. (1) Azul (2) Verde (3) Amarelo (4) Laranja (5) Vermelho ( ) De 560 a 590nm ( ) De 590 a 630nm ( ) De 480 a 560nm ( ) De 630 a 700nm ( ) De 360 a 480nm Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 3 – 4 – 2 – 5 – 1. B) 4 – 2 – 1 – 3 – 5. C) 5 – 1 – 3 – 4 – 2. D) 2 – 5 – 4 – 1 – 3. Resposta no final do artigo 9. Quais são as três principais características de uma fonte luminosa? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 20 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS 10. Sobre os principais conceitos a serem considerados em restauração estética, assinale a alternativa correta. A) O matiz é o nome da cor, o nome do pigmento. No caso da Odontologia, A, B, C ou D. B) A luminosidade ou o brilho é a quantidade de cor branca ou preta no matiz. Indica o quanto uma cor é mais clara ou mais escura. C) A saturação ou croma é a qualidade de pigmento em um matiz. D) A reflexão é a passagem da luz de um meio para outro. Refração é o seu retorno. Resposta no final do artigo 11. Em relação ao valor de uma fonte luminosa, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) O valor mais alto são os matizes claros e o mais baixo são os matizes escuros. ( ) Fisicamente, o valor indica a frequência do comprimento de onda. ( ) O valor não é bem visualizado sem a interferência da cor em fotos preto e branco. ( ) O valor é o mesmo que a luminosidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – V – F – V. B) V – F – V – F. C) F – F – V – V. D) V – F – F – V. Resposta no final do artigo 12. Em relação aos aspectos que devem ser considerados na análise para uma correta esco- lha de cor dos dentes, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Quanto mais espesso e com maior quantidade de dentina for o dente, menos satu- rado será o seu matiz. ( ) Em pacientes idosos, os terços incisais desgastados apresentam-se, frequentemente, nas cores azuis, violetas ou cinzas. ( ) Após a definição do matiz dos dentes, deve-se imaginar um mapa cromático, anal- isando as regiões em que a saturação se diferencia. ( ) A área incisal de dentes jovens é o maior exemplo de regiões translúcidas dos dentes. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – V – V – F. B) V – F – V – F. C) F – F – V – V. D) V – F – F – V. Resposta no final do artigo | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 21 ESCOLHA DA COR Para o correto diagnóstico da cor, é preciso estar: § com a visão relaxada sobre tons pastéis; § sem a interferência de cores fortes que podem estar presentes no consultório ou até mesmo na roupa do paciente. A cor e a luz do ambiente influenciam o que é visto na boca. Após uma observação demorada de determinado dente, ocorre diminuição da acuidade visual provocada pela fadiga. A observação a distância de um objeto de cor verde ou azul favorece a recuperação da visão.5 A cor da resina deverá ser escolhida em ambiente com luz natural de um dia claro e enso- larado, de preferência entre 10 e 16h. Isso nem sempre é possível, mas os horários notur- nos devem ser evitados. A luz do refletor não deve ser utilizada durante a tomada da cor, pois determina maior reflexo da superfície dental e apresenta um espectro de luz limitado em relação à luz natural.6 Definido o matiz “A” (Figura 9), a próxima etapa é a escolha da saturação que pode ser diferente para cada dente analisado. Figura 9 – Definição do matiz “A”. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Na Figura 10, pode-se observar a escolha da cor A3 para o canino superior direito (matiz “A” e saturação “3”). 22 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Na Figura 11, observa-se a escolha da cor A2 para o incisivo central superior direito. Figura 10 – Definição da cor A3 para o canino supe- rior direito (Escala Vita). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Na Figura 12, com o mesmo matiz, a definição da saturação “1” para o incisivo lateral su- perior esquerdo. Figura 11 – Escolha da cor A2 para o incisivo central superior direito (Escala Vita). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 12 – Escolha da cor A1 para o incisivo lateral superior esquerdo (Escala Vita). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 23 Muitas vezes, para o acerto da cor final dos dentes é necessária a obtenção de um efeito para o esmalte, de características mais claras e mais translúcidas, e um outro efeito para a dentina, de características mais saturadas e opacas, sendo esse processo conhecido como efeito dupla camada.5,6 Na realidade, o número de camadas pode variar ainda mais, pois, na definição das cores, muitas vezes é necessário à formação de um corpo interno de den- tina mais opaca, um corpo externo da dentina mais suave, um corpo de transição para o esmalte e uma camada superficial de esmalte translúcido, além da possibilidade de efeitos diferentes para o bordo incisal. Na escolha da cor, devem-se utilizar dentes e escala molhados. O canino é o melhor dente para a definição da saturação. Um teste final de cor consiste em adaptar e fotopolimerizar sobre o dente uma pequena quantidade de resina composta selecionada previamente (Figura 13). O mesmo se faz com outros dois ou três incrementos, variando-se a saturação. Se o dente for muito claro, com pouco pigmento, o teste deve ser feito variando-se a luminosidade da resina composta. Esse teste é importante, pois é feito com a própria resina composta que vai ser utilizada. Como visto anteriormente, o fenômeno da cor resulta de uma interação entre: § uma fonte de energia; § um objeto; § um observador individual. Figura 13 – Adaptação de pequenas porções de resinas compostas na superfície dental para a de fi- ni ção da cor. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. grupoa Realce Autores: é o mesmo que borda? se sim, precisamos padronizar. SIM, A MESMA COISA grupoa Realce Essas duas frases são da atividade 15 e foram inseridas aqui para dar suporte para responder as questões. A inserção está ok? SIM, PODE MANTER, MUITO INTERESSANTE 24 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A combinação desses três elementos é a chamada situação de observação. Todavia, além do olho humano ter limitações fisiológicas, a fotossensitividade pode variar muito de pessoa para pessoa, principalmente em relação a: § sexo; § idade; § condição psicológica. Alguns estados emocionais têm como resposta física a dilatação ou a contração das pupilas, e isso resulta em maior ou menor captação da luz emitida por um objeto na percepção visual. Em relação ao sexo, normalmente as mulheres têm uma percepção visual superior para cores em relação aos homens. Com o envelhe- cimento, é normal um decréscimo na percepção de cor em todas as pessoas. Apesar de a cor ser um fenômeno puramente físico, não é de resultado exato e carrega um certo grau de subjetividade individual, pois um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por pessoas diferentes em momentos diferentes. 13. Quais precauções devem ser tomadas para um correto diagnóstico da cor? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 14. Qual estratégia é recomendada para a recuperação da visão em caso de fadiga visual? __________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 25 15. Em relação à escolha da cor de resina composta, assinale a alternativa correta. A) Deve-se utilizar o mínimo de luz natural. B) O horário do dia não interfere na tomada de cor da resina composta. C) Tanto a escala quanto o dente devem estar secos no momento da escolha da cor. D) O canino é o melhor dente para a definição da saturação. Resposta no final do artigo 16. O que é o efeito dupla camada? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 17. Em relação aos aspectos envolvidos na escolha da cor, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) O fenômeno da cor resulta de uma interação entre uma fonte de energia, um ob- jeto e um observador individual. ( ) A variação da fotossensitividade de pessoa para pessoa resume-se à idade. ( ) Normalmente, os homens têm uma percepção visual superior para cores em relação às mulheres. ( ) Um teste final da análise da cor consiste em adaptar e fotopolimerizar sobre o dente uma pequena quantidade de resina composta selecionada previamente. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) V – F – F – V. B) F – F – V – V. C) V – F – V – F. D) F – V – V – F. Resposta no final do artigo 26 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS ESPECTROFOTÔMETRO DE REFLETÂNCIA Um recurso que vem ganhando força como auxiliar para o diagnóstico da cor é a espectro- fotometria. O espectrofotômetro de refletância é um dispositivo que ainda não tem o seu uso popularizado, mas que pode ser um excelente auxiliar na escolha da cor, pois mede o montante de luz refletida por uma superfície como uma função de comprimento de onda (em muitos intervalos de banda curta no comprimento de onda), resul- tando em um espectro de refletância.7,8 O espectrofotômetro permite uma análise padronizada da cor dos substratos dentais. Além disso, existem aparelhos que possibilitam a mensuração cromatogênica sempre sob um mesmo ângulo de incidência, o que aumenta muito a fidelidade do diagnóstico. Assim, os espectros de cor originados são mais precisos e, quando necessário, podem ser mutuamente comparados em momentos diferentes. Além disso, esses equipamentos não se limitam a uma única escala de cores, e, por serem portáteis, permitem a utilização diretamente na boca dos pacientes. A operação de um espectrofotômetro é basicamente de iluminar a amostra com luz branca e calcular o montante de luz que é refletido pela amostra em cada intervalo do compri- mento de onda. Os dados são medidos em diferentes intervalos de comprimento de onda centrados entre 400 e 700nm, isso é feito passando-se a luz refletida através de filtros de interferência ou de uma grade de difração que dividem a luz em intervalos separados de comprimentos de onda.7,8 O instrumento é calibrado usando-se uma cerâmica branca de refletância conhecida em cada comprimento de onda e comparada a uma superfície que permita uma perfeita difusão. A refletância de uma amostra é expressa: § entre 0 e 1 (como uma fração); § entre 0 e 100 (como uma percentagem). Deve-se compreender que os valores de refletância obtidos são valores relativos e, para amostras não fluorescentes, são independentes da qualidade e quantidade de luz usada para iluminar a amostra. Os espectrofotômetros de refletância baseiam seus resultados no espaço de cores esta- belecido em 1976 pela Commission Internationale d’Eclairag [Comissão Internacional de Iluminantes (CIE)]. Para uso em cores de superfície, foi estabelecido o espaço de cores CIE 1976 (L*a*b*) ou CIELab. O espaço CIELab suporta a teoria da percepção de cor com base em três receptores separados red, green e blue (RGB), e representa um espaço de cor | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 27 uniforme, com iguais distâncias que correspondem a iguais percepções de cor, em que L* é uma medida da luminosidade de um objeto e varia do 0 (para o preto) até 100 (branco ou luminosidade máxima) (Figura 14). Figura 14 – Espaço CIELab estabelecido em 1976 pela CIE, mostrando a luminosidade variando do preto para o branco (0 a 100), o eixo a* variando do vermelho para o verde e o eixo b* variando do amarelo para o azul. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. As outras duas coordenadas representam, respectivamente, a mudança de cor do ver- melho para o verde e do amarelo para o azul, em que a* é uma medida do vermelho (a* positivo) ou do verde (a* negativo); e b* é uma medida do amarelo (b* positivo) ou do azul (b* negativo). Essas coordenadas (a* e b*) aproximam-se do 0 para cores neutras (branco, cinza e preto). Os espectrofotômetros também podem utilizar o sistema CIELCh que é o mesmo que o espaço CIELab, com a exceção da descrição da localização no espaço, que é fundamentada em coordenadas polares, enquanto, no espaço CIELab, a descrição é feita com coordenadas cartesianas. No CIELCh, a mensuração de L* é idêntica à do CIELab; o C* representa uma medida de sat- uração ou croma e indica a distância do eixo neutro (vermelho/verde); e o h* é uma medida da tonalidade (amarelo/azul), sendo representada por um angulo de 0º a 360º. Os ângulos entre 0º e 90º indicam vermelhos, laranjas e amarelos. Os ângulos de 90º a 180º indicam os amarelos, amarelo-esverdeados e verdes. Os ângulos de 180º a 270º indicam os verdes, azul-esverdeados e azuis. Os ângulos de 270º a 360º são os azuis, púrpuras, magentas e novamente os vermelhos. Um valor de h* igual a 360º indica um resultado semelhante a 0º. 28 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A operação clínica dos aparelhos é relativamente fácil, não exigindo grandes treinamentos, apenas uma adaptação à nova forma de tomada de cor. Nas Figuras 15 a 22, pode ser obser- vada a tomada de cor por meio do espectrofotômetro EspectroShadeTM Micro (MHT Medical High Tecnology, Itália) e da análise da cor pelo sistema CIELCh no software do programa. Figura 15 – Utilização do espectrofotômetro para diagnóstico da cor antes da troca de restaurações de resina composta. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 16 – Espectrofotômetro. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 29 Figura 18 – Contorno do dente a ser analisado. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 19 – Definição da cor de acordo com a escala selecionada. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 17 – Sistema do espectrofotômetro. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 30 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS FORMA, TAMANHO, PROPORÇÃO E TEXTURA DE SUPERFÍCIE Apesar de todo avanço tecnológico e da possibilidade da utilização da espectrofotometria, quando se trabalha com a estética de dentes anteriores, para atingir o equilíbrio em relação à face dos pacientes, deve-se dar atenção especial à forma, ao tamanho e à proporção de todas as estruturas envolvidas. Outros fatores de fundamental importância são a observação cuidadosa dos lábios e da linha do sorriso e a análise detalhada dos dentes, verificando:9,10 Figura 20 – Predominância da cor por terços: cervical, médio e incisal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 21 – Mapa detalhado com todas as cores da superfície dental. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 22 – Translucência da superfície dental. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 31 § cor; § textura; § translucidez; § tipo da borda incisal; § tamanho das ameias; § alinhamento; § nivelamento; § inclinaçãoaxial em relação ao arco dental. A direção de reflexão da luz que incide sobre o dente é muito importante na deter- minação da forma dos dentes anteriores. As formas retas, chapadas e lisas refletem a luz diretamente nos olhos do observador, criando um aspecto de maior proximi- dade, amplitude e largura. As formas mais arredondadas e irregulares refletem a luz para todas as direções, dando uma sensação de distância, maior verticalidade e menor largura.11,15 As bordas incisais dos incisivos laterais superiores são menores em relação aos incisivos centrais superiores. A altura da cúspide dos caninos normalmente se apresenta no mesmo plano ou acima das bordas incisais dos centrais. Os pacientes jovens apresentam mamelões nas bordas incisais dos incisivos bem evidentes. Em pacientes adultos, os mamelões quase desaparecem e, no idoso, o plano incisal normalmente se apresenta desgastado, com ângu- los incisais praticamente retos. A forma dos dentes depende também das ameias dentais, que são espaços localizados nas faces proximais entre dois dentes adjacentes em relação à área de contato proximal. A região localizada para incisal, em relação à área de contato proximal entre dois dentes adjacentes, denomina-se sulco interdental ou ameia incisal/oclusal. A região localizada para cervical em relação à área de contato proximal (que aloja a papila interdental) chama-se es- paço interproximal ou ameia cervical. Para vestibular e lingual, em relação à área de contato proximal, formam-se as ameias vestibular e lingual, respectivamente.11,12 A ausência das ameias incisais nos dentes anteriores determina um aspecto muito reto dos dentes, dando a impressão de um teclado de piano, além de dificultar o escoamento dos alimentos. Algumas imperfeições no alinhamento e nivelamento dos dentes podem dar um aspecto natural ao sorriso. A forma dos ângulos incisais determina a abertura das ameias incisais. As ameias menores fazem os dentes parecerem mais largos, enquanto as ameias maiores podem torná-los mais estreitos.12 A textura de superfície talvez seja a caracterização mais importante quando se deseja atingir um aspecto natural na reconstrução estética de den- tes anteriores.13-15 As irregularidades superficiais, como depressões, elevações, fissuras ou 32 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS linhas, definem a textura da superfície, como demonstrado nas Figuras 23 e 24 de dentes naturais íntegros. Figura 23 – Incisivos centrais com irregularidades de superfície que pronunciam o aspecto natural aos dentes – detalhe. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 24 – Incisivos centrais com irregularidades de superfície que pronunciam o aspecto natural aos dentes. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A textura superficial modifica-se com o envelhecimento dos dentes. Os pacientes adultos e idosos apresentam uma superfície mais lisa e uniforme devido ao desgaste natural que ocorre com o passar dos anos. Já os pacientes mais jovens apresentam maiores irregulari- dades e asperezas na face vestibular de seus dentes. Essas características de superfície estão diretamente relacionadas com a forma de reflexão da luz que modifica, como já foi salien- tado, a forma e a cor final do dente.15 Como a superfície vestibular dos dentes anteriores raramente se apresenta totalmente lisa e regular, com frequência o clínico necessita de algum artifício de técnica para restaurar os dentes anteriores com as características anatômicas do dente natural.14,15 Com auxílio de pontas diamantadas ou pincéis são criadas linhas verticais, horizontais e irregularidades na superfície das restaurações, com o intuito de reproduzir, com o máximo de fidelidade, as características e a texturização do dente homólogo. As Figuras 25 a 28 destacam a atuação dos pincéis e das pontas diamantadas na reprodução das irregularidades de superfície dos dentes homólogos. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 33 Figura 25 – Utilização de um pincel chato “Sable Touch” para texturização da superfície vestibular com linhas horizontais. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 26 – Restauração concluída com texturização semelhante ao dente homólogo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 27 – Utilização de uma ponta diamantada de pouca abrasividade para a texturização da superfí- cie vestibular, criando uma linha vertical ou sulco de desenvolvimento que se estende do terço incisal ao final do terço médio. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 28 – Observe que os sulcos de desenvolvim- ento deixam um efeito ótico semelhante ao dente natural. Nesse caso, os sulcos longos tentam equili- brar a relação entre largura e altura. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 34 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A ilusão de ótica é um fator que deve sempre ser utilizado quando se trabalha com es- tética. Os dentes com a mesma largura, porém com alturas diferentes, parecem ter dife- rentes larguras. As linhas verticais, como os lóbulos de crescimento, acentuam a altura e dissimulam a largura. As linhas horizontais, como as periquimáceas, acentuam a largura e escondem a altura. Um dente muito largo é muito mais evidente que um dente mais longo. A claridade é outro fator relacionado com a ilusão de ótica. Em dois dentes do mesmo ta- manho, o mais claro aparecerá mais largo, pois o branco se destaca e, consequentemente, será mais evidente. As Figuras 29 a 33 destacam a importância da forma, do tamanho, da proporção, da con- vexidade, das ameias e da textura de superfície no perfil estético de cada paciente. Figura 29 – Incisivos centrais com formato triangu- lar apresentando as cristas marginais, mesial e distal bem definidas e a crista central pouco desenvolvida, características que deixam a face vestibular plana e ampla, salientando a largura em relação à altura. Entretanto, como as cristas mesiais são mais proemi- nentes, com arestas que se destacam em relação às faces distais, a largura dos incisivos centrais é atenu- ada. O formato dos ângulos e a abertura da ameia incisal entre os incisivos centrais conferem aspecto de dentes femininos. As ameias incisais entre os in- cisivos centrais e laterais são menores, mas com for- mato de “v” invertido, também uma característica de dentes femininos. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 30 – Incisivos centrais com formato triangu- lar apresentando as cristas marginais, mesial e dis- tal bem definidas, característica que normalmente acentuaria a largura em relação à altura. Entretanto, a presença de linhas verticais ou sulcos de desen- volvimento longos que atingem os terços, médio e incisal, além de uma crista central também muito desenvolvida, confere ao dente um equilíbrio entre altura e largura. Há duas grandes depressões forma- das entre as cristas concentrando os feixes lumino- sos. As linhas horizontais e irregularidades dispostas nessas depressões tornam a reflexão difusa, dando um aspecto natural aos dentes. As bossas distais dos incisivos centrais são muito proeminentes e se sobrepõem às mesiais dos incisivos laterais, caracter- ísticas que também acentuam a largura, que, nesse caso, são dissimuladas pela presença de ameias in- cisais maiores, que fazem o dente parecer mais es- treito. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 35 Figura 31 – Incisivos centrais com formato retangu- lar normalmente valorizando a altura em relação à largura. Entretanto, a presença de cristas marginais, mesial e distal bem definidas e afastadas dissimulam a altura e acentuam a largura. A presença de linhas verticais que se estendem apenas do terço incisal até o início do terço medial, se analisadas isolada- mente, pouco contribuiriam para a dissimulação da largura. Entretanto, esses sulcos de desenvolvim- ento, associados à presença de uma crista central, acabam por formar, principalmente no terço mesial, uma depressãoque concentra os feixes luminosos, Figura 32 – Incisivos centrais largos com formato oval apresentando cristas centrais bem pronuncia- das e cristas marginais quase imperceptíveis, evi- denciando uma dupla convexidade cervicoincisal e mesiodistal que dissimula a largura dos dentes. O incisivo central esquerdo parece ser mais estreito do que o direito, efeito ótico causado pela pequena vestibularização do seu terço mesial. Observe que nos incisivos centrais o reflexo da luz está na crista central, enquanto, no incisivo lateral direito, a luz é refletida na aresta mesial. A largura dos incisivos dissimulando, parcialmente, a largura. Algumas linhas horizontais e irregularidades presentes nessa região também contribuem para uma reflexão difusa da luz. Com relação às ameias incisais, duas análises antagôni- cas podem ser estabelecidas: as ameias incisais entre os incisivos centrais são pequenas, fazendo os dentes parecerem mais largos; as ameias incisais entre os incisivos centrais e os incisivos laterais são bem maiores, fazendo os dentes parecerem mais estreitos. Esse detalhe entre os incisivos centrais e laterais é particular- mente importante, pois as bossas distais dos incisivos centrais são muito proeminentes e sobrepõem as mesiais dos incisivos laterais, característica que acentua a largura dos dentes. Os incisivos laterais apresentam dupla convexidade, cervicoincisal e mesiodistal, detalhe que realça a altura em relação à largura. Porém, o fato de ter a distal vestibularizada, característica relativamente comum em arcadas femininas, torna o dente aparentemente mais largo e contribui para que a largura predomine em relação à altura em uma visão mais ampla dos dentes. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. centrais também é atenuada pela presença de um pequeno diastema entre os dentes. O incisivo lateral superior direito mostra um equilíbrio entre a altura e a largura. O formato arredondado da borda incisal dos incisivos e as ameias incisais maiores em forma de “v” invertido atenuam a largura e conferem suavidade aos dentes de aspecto feminino. O incisivo lateral esquerdo destoa do seu homólogo, mostrando-se menor em todos os sentidos. A altura cervical não deixa dúvidas da sua menor extensão cervicoincisal. Pela vista frontal, o dente aparenta ser mais estreito em virtude da pequena giroversão para mesial. As assimetrias destacadas não comprometem a beleza do sorriso. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 36 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS A harmonia é uma combinação de elementos individualizados e diferentes quanto à forma, ao volume e à proporção, que pode produzir sorrisos belos e agradáveis, com equilíbrio de cores, tons e nuances. O fundo escuro da boca enfatiza a forma do dente, salientando defeitos e alte- rando sua tonalidade, devendo ser mascarado durante a realização da restauração em resina composta, pois a evidenciação do fundo da boca por uma translucidez exagerada da resina traz resultados estéticos desfavoráveis, com marcação dos limi tes da restauração.15 PROCEDIMENTOS FINAIS EM RESTAURAÇÃO ESTÉTICA O acabamento e o polimento finais são executados em sessão posterior para possibilitar que as resinas polimerizem totalmente, sofram expansão higroscópica e possibilitem melhor vedamento marginal, evitando sempre o superaquecimento que provocaria a abertura da interface dente-material restaurador. O polimento realizado 24h após o término da restauração proporciona melhor lisura de superfície do que o realizado logo após o término da restauração, pois nesse período ocorre sorção de água e a consequente expansão higroscópica, que também favorece a adaptação marginal. Figura 33 – Incisivos centrais com formato retan- gular apresentando discreta crista central e cristas marginais praticamente imperceptíveis. A dupla convexidade cervicoincisal e mesiodistal é marcante, valorizando a altura em relação à largura. Os lóbu- los, mesial e central, normalmente definidos por linha ou sulco de desenvolvimento, nesse caso, são demarcados por uma discreta depressão, mas rica em linhas horizontais que se estendem do terço médio ao terço cervical, concentrando os feixes de reflexão, atenuando a altura e conferindo naturali- dade. Os incisivos laterais seguem o padrão dos inci- sivos centrais, mas são assimétricos, detalhe que não desequilibra o conjunto. O resultado é um sorriso belo com riqueza de linhas que valorizam os tons e as gradações. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 37 O polimento da restauração tem como objetivos: § a finalização do ajuste oclusal; § a promoção de grande lisura de superfície e melhor adaptação marginal, estabel- ecendo um contorno fisiológico que dificulte o acúmulo de placa bacteriana, a mi- croinfiltração e a impregnação de pigmentos ou corantes; § o aumento da resistência ao desgaste; § a melhora da aparência final da restauração; § o aumento do conforto do paciente, que traduz muitas vezes o polimento como um dos quesitos para definir um trabalho satisfatório ou insatisfatório. O polimento da restauração também possibilita melhor estética, pois permite uma ade- quada reflexão da luz, de forma semelhante ao esmalte dental adjacente. É importante a proservação periódica das restaurações com resina composta para que se possa observar: § a integridade da anatomia; § a cor e lisura de superfície; § as relações de contato; § o posicionamento dental no arco; § o vedamento marginal. As resinas compostas suportam reparos que, em muitas ocasiões, podem ser real- izados sem maiores problemas, desde que constatadas vantagens nesses procedi- mentos em relação à substituição total da restauração. 18. Quais são as vantagens do espectrofotômetro de refletância? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 38 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS 19. Em relação à espectrofotometria, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) O espectrofotômetro de refletância é um excelente auxiliar na escolha da cor, razão pela qual seu uso é muito popularizado. ( ) A operação de um espectrofotômetro é basicamente de iluminar a amostra com luz branca e calcular o montante de luz que é refletido pela amostra em cada intervalo do comprimento de onda. ( ) Os dados do espectrofotômetro são medidos em diferentes intervalos de compri- mento de onda centrados entre 360 e 480nm. ( ) A refletância de uma amostra é expressa entre 0 e 1 (como uma fração) ou entre 0 e 100 (como uma percentagem). Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) V – V – F – F. B) F – V – F – V. C) V – F – F – V. D) F – V – V – F. Resposta no final do artigo 20. De que forma o espectrofotômetro é calibrado? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 21. O que são os sistemas CIELab e CIELCh? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 39 22. Sobre os principais conceitos relacionados à restauração estética nos dentes anteriores, assinale a alternativa correta. A) A direção de reflexão da luz que incide sobre o denteé muito importante na deter- minação da forma dos dentes anteriores. B) As formas retas, chapadas e lisas refletem a luz diretamente nos olhos do observa- dor, criando um aspecto de maior proximidade, amplitude e largura. C) As bordas incisais dos incisivos laterais superiores são menores em relação aos inci- sivos centrais superiores. D) As formas mais arredondadas e irregulares refletem a luz para todas as direções, dando uma sensação de distância, menor verticalidade e maior largura. Resposta no final do artigo 23. Cite três exemplos de ameias dentais. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 24. Qual é a impressão que a ausência de ameias dentais causa nos dentes? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 25. Sobre os aspectos relacionados à forma dos dentes, considere as afirmativas a seguir. I – A forma dos ângulos incisais determina a abertura das ameias incisais. II – Os perfeitos alinhamento e nivelamento dos dentes podem dar um aspecto natural ao sorriso. III – As ameias menores fazem os dentes parecerem mais largos, enquanto ameias maiores podem torná-los mais estreitos. Quais estão corretas? A) Apenas a I e a II. B) Apenas a I e a III. C) Apenas a II e a III. D) A I, a II e a III. Resposta no final do artigo 40 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS 26. Em relação à textura de superfície, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) A textura de superfície é item de fundamental importância para se atingir um as- pecto natural na reconstrução estética de dentes anteriores. ( ) A textura de superfície é definida por irregularidades superficiais, como depressões, elevações, fissuras ou linhas. ( ) Os pacientes adultos e idosos apresentam maiores irregularidades e asperezas na face vestibular de seus dentes, devido ao desgaste natural que ocorre com o passar dos anos. ( ) As características de superfície estão diretamente relacionadas com a forma de ref- ração da luz que modifica a forma e a cor final do dente. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) V – V – F – F. B) F – V – F – V. C) V – F – F – V. D) F – V – V – F. Resposta no final do artigo 27. Quais são as vantagens para o clínico do uso de pontas diamantadas ou pincéis? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 28. A ilusão de ótica é um fator que deve sempre ser utilizado quando se trabalha com estética. A esse respeito, assinale a alternativa correta. A) Os dentes com a mesma altura, porém com larguras diferentes parecem ter diferen- tes alturas. B) As linhas verticais, como os lóbulos de crescimento, acentuam a largura e dissimu- lam a altura. C) As linhas horizontais, como as periquimáceas, acentuam a largura e escondem a altura. D) Em dois dentes do mesmo tamanho, o mais escuro aparecerá mais largo. Resposta no final do artigo | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 41 29. Qual é a definição de harmonia em restaurações estéticas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 30. Por que o fundo escuro da boca deve ser mascarado durante a realização da restauração em resina composta? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo 31. Por que é recomendado que o polimento seja realizado 24 horas após o término da restauração? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Resposta no final do artigo CASO CLÍNICO Serão apresentados quatro casos clínicos que abrangem os tópicos discutidos neste artigo. 42 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 34 – Fratura parcial da restauração ex- tensa no incisivo central superior direito. Há também restauração na mesial do incisivo central esquerdo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. O paciente apresenta fratura de dente. Na sequência clínica das Figuras 34 a 39, pode- se observar como o fundo escuro destaca os defeitos e altera a tonalidade, demon- strando que o grau de opacidade da resina composta selecionada não foi suficiente para mascará-lo. Figura 35 – Concluídas as restaurações e com os dentes ocluídos, a impressão inicial é de que as restaurações ficaram satisfatórias. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 36 – Com o início da hidratação das res- taurações e de acordo com o ângulo de incidên- cia e de reflexão da luz, o fundo escuro destaca a translucidez excessiva que evidencia os limites das restaurações. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 43 Figura 37 – A principal causa é a falta de opaci- dade da resina composta utilizada como cor de dentina. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 38 – Restaurações concluídas satisfatoria- mente após a utilização de resina composta de maior opacidade para substituir a dentina per- dida. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 39 – Restaurações concluídas – detalhe. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 44 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 40 – Notar a falta de proporção, contorno apropriado, forma e textura, além de divergên- cia de cor. Na primeira sessão, foi removida uma coroa metaloplástica no dente 22 e confeccio- nada uma coroa provisória. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Paciente com dentes anteriores superiores reconstruídos com resina composta (Figuras 40 a 42). Figura 41 – Vista ampliada dos dentes 11 e 21 destacando a falta de proporção, contorno apro- priado, forma e textura dos dentes. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 42 – Imagem após higienização e recon- strução dos dentes 11 e 21 devolvendo forma, proporção, contorno e textura de superfície. A harmonia completa é quebrada pela coroa pro- visória do dente 22 com tonalidade diferente, mas observe que a diferença de cor por toda ex- tensão cervicodistal do dente 21 pouco interfere no resultado estético, visto que, há uma combi- nação de elementos diferentes e individualizados produzindo uma sensação agradável e de har- monia. Ou seja, a harmonia não é caracterizada apenas por linhas simétricas e tons iguais. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 45 Figura 43 – Restauração insatisfatória de Classe IV no dente 21. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. O paciente apresenta restauração insatisfatória (Figuras 43 a 53). Figura 44 – Muralha de silicone usada como referênciade altura e contorno incisal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 45 – Imagem após a remoção da resina composta deixando visível o limite entre dentina e esmalte com alta translucidez. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 46 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 46 – Prova da muralha de silicone desta- cando a área a ser restaurada. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 47 – Preenchimento do contorno incisal e palatino com fina camada de resina de alta translucidez. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 48 – Imagem ampliada com fundo escuro destacando a alta translucidez da resina compos- ta utilizada para reconstrução da face palatina e da borda incisal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 49 – Utilização de resina de alta translu- cidez para a caracterização semelhante ao dente homólogo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 47 Figura 50 – Vista de dois diferentes tipos de compósitos translúcidos para a reconstrução dessa característica. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 51 – Imagem ampliada destacando o efeito obtido com a utilização da resina compos- ta de alta translucidez. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 52 – Após a aplicação de uma resina com alto valor para dente clareado, realização do po- limento do contorno distal. Já é possível observar a semelhança de cor, com destaque para o alo opaco e as áreas translúcidas. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 53 – Imagem final demonstrando um resultado estético muito satisfatório. Observe a naturalidade e semelhança com o dente homólo- go determinadas pela texturização de superfície. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 48 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Um erro muito comum que leva a falhas, como demonstrado nas imagens anteriores, é quando o clínico utiliza uma resina de maior saturação com o objetivo de atingir maior opacidade. Os conceitos são completamente diferentes. Como descrito ante- riormente, a saturação é a quantidade de pigmento de um determinado matiz. Já a opacidade é a propriedade que impede, total ou parcialmente, a passagem da luz. Por- tanto, resinas compostas com maior saturação não são necessariamente mais opacas. Da mesma forma, resinas compostas menos saturadas não são obrigatoriamente mais translúcidas (Figuras 54 e 55). Figura 54 – Imagem destacando alta transluci- dez e baixa opacidade do objeto. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 55 – Imagem destacando a opacidade total do objeto. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Na Figura 56, são descritas as principais diferenças entre quatro diferentes resinas compostas de diferentes fabricantes quanto ao matiz, à saturação, à opacidade e à translucidez. grupoa Realce Autores: aqui continua sendo caso clínico? NÃO. FOTOS IUSTRANDO AS PROPRIEDADES TRANSLUCIDEZ E OPACIDADE, RESPECTIVAMENTE COMO NA LEGENDA | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 49 A primeira resina composta é caracterizada pelo matiz amarelo-amarronzado e con- tém pouca quantidade de pigmento e apresenta alta translucidez. Trata-se de uma resina de esmalte que não pode ser utilizada como único material em cavidades de dentina (não tem opacidade para substituir a dentina perdida). A segunda resina com- posta também tem matiz marrom. A saturação é baixa, mas com maior intensidade em relação à primeira resina. Trata-se de um material com baixa translucidez. Apesar de ser uma resina composta de cor de esmalte, pode ser utilizada para substi- tuir a dentina, quando ela for de baixa pigmentação e média opacidade. A terceira, também com matiz marrom, tem maior saturação em relação às outras e predomínio da opacidade em relação à translucidez. A quarta resina composta, também indicada como cor de esmalte, tem matiz marrom, baixa quantidade de pigmento (saturação) e alta translucidez, porém é menos translúcida do que a primeira resina. O mais importante para o clínico, além de perceber as diferenças entre as resinas com- postas da Figura 56, é saber que todas são resinas compostas de cor “A2”, Durafill VS® (Heraeus Kulzer), Esthet-X® (Dentsply/Caulk), Herculite® XRV (Kerr) e FiltekTM Z250 (3M ESPE), respectivamente. Isso mostra que não basta ao clínico conhecer apenas as propriedades da cor e a importância da forma, do tamanho, da proporção, da texturização, entre outras, na reconstrução estética de um dente. É preciso conhecer diferentes resinas compostas e de diferentes fabricantes. Figura 56 – Resinas compostas com diferentes graus de saturação, opacidade e translucidez. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 50 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 57 – Incisivo central superior, extraído por motivo de doença periodontal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Remodelação de um incisivo central extraído (Figuras 57 e 58). Figura 58 – Incisivo central superior do mesmo paciente, extraído por motivo de doença peri- odontal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Na sequência apresentada a seguir, o incisivo central esquerdo foi mantido íntegro e utilizado como referência. Já o incisivo central direito foi desgastado quase que inte- gralmente, mantendo-se apenas a dentina axial como estrutura remanescente e, em seguida, reconstruída com diferentes tipos de resinas compostas, buscando o policro- matismo existente no dente natural (Figuras 59 a 74). | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 51 Figura 59 – Desgaste do incisivo central superior direito mantendo-se apenas um núcleo como referência. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 60 – Início da reconstrução do terço cervi- cal com a inserção de um incremento de resina composta de matiz “A” e alta opacidade (cor de dentina). O opaco selecionado impede a passa- gem da luz, não permitindo que o fundo escuro interfira na restauração. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 61 – A mesma cor opaca de dentina foi utilizada para o preenchimento interno dos ter- ços cervical e médio. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 62 – Vista lateral após o preenchimento parcial com resina opaca. Notar o espaço que foi mantido para a inserção de cores de esmalte. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 52 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 63 – Incremento de cor “A2” de esmalte, com alta translucidez até a borda incisal, inici- ando a reconstrução dos mamelos. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 64 – Vista lateral que ainda evidencia es- paço para a definição da cor e do volume ves- tibular. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 65 – Preenchimento com resina compos- ta incisal de alta translucidez na borda incisal e nos contornos mesial e distal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 66 – Inserção de três incrementos vertic- ais de resina composta de alta luminosidade para a caracterização dos mamelos ou lóbulos de de- senvolvimento, de acordo com as características do incisivo central homólogo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 53 Figura 67 – Inserção de um incremento de resina composta de cor “D2” de esmalte, definindo o contorno cervical. A seleção da resina composta foi fundamentada no matiz “A” previamente definido, porém com maior saturação por se tratar da região cervical. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 68 – Preenchimento dos terços médio e incisal com resina composta de cor “A2” de es- malte com alta luminosidade. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 69 – Inserção do último incremento de resina composta de cor “A1” de esmalte de- finindo os contornos mesial, distal, vestibular e incisal. Nesse caso, para o último incremento, foi utilizada uma resina composta microparticu- lada, que possibilita a texturização da superfície com pincéis especiais. Poderiater sido utilizada, também, uma resina nanoparticulada para esse último incremento, pois ambas possibilitam um bom polimento de superfície. O objetivo é con- seguir uma superfície vestibular com a presença de irregularidades, porém polidas, como o dente natural. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 54 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS Figura 70 – A imagem evidencia a presença de manchas hipoplásicas no terço cervical do inci- sivo central superior esquerdo, que serão repro- duzidas no incisivo central direito reconstruído. As manchas esbranquiçadas evidentes na face vestibular, principalmente nas cristas mesial e distal, são decorrentes da desidratação do dente natural. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 71 – Desgaste no terço cervical do incisivo central direito com auxílio de uma ponta esférica. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 72 – Inserção de um incremento de re- sina composta de alta opacidade e coloração branca para a caracterização do terço cervical, imitando o dente homólogo. Recomenda-se que seja deixado um pequeno espaço vestibular para a inserção de uma fina camada de resina trans- lúcida que confere, nesses casos, naturalidade à caracterização. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 55 32. Sobre as resinas compostas, assinale a alternativa correta. A) As resinas compostas com maior saturação são sempre mais opacas. B) As resinas compostas menos saturadas são obrigatoriamente mais translúcidas. C) As resinas compostas com maior valor são mais translúcidas. D) As resinas compostas com maior saturação não são necessariamente mais opacas. Resposta no final do artigo Figura 73 – Restauração concluída após a inser- ção de uma fina camada de resina translúcida no terço cervical. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 74 – Restauração concluída. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 56 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS CONCLUSÃO A realização de uma restauração estética em dentes anteriores é, de fato, procedimento complicado, tendo em vista os diversos conceitos envolvidos e o policromatismo dental. O constante avanço tecnológico dos materiais adesivos em Odontologia tem propiciado aumento da longevidade das restaurações com resinas compostas. Além disso, existe, atu- almente, uma forte tendência para que todas as restaurações diretas sejam estéticas e, consequentemente, realizadas com esse tipo de material. O clínico geral deve estar atualizado com todas as informações, as técnicas e o moderno arsenal disponível para a realização de restaurações diretas com resinas compostas em den- tes anteriores com excelência. Em se tratando de restaurações estéticas, a mimetização do material restaurador com a estrutura dental é muito importante, momento em que o tripé cor, anatomia e textura torna-se fundamental para o sucesso estético. Além disso, são fundamentais o acabamento e o polimento finais, que devem ser executados em sessão pos- terior. O polimento da restauração possibilita melhor estética, pois permite uma adequada reflexão da luz, de forma semelhante ao esmalte dental adjacente. É importante a proservação periódica das restaurações com resina composta para que se possa observar a integridade da anatomia, a cor e a lisura de superfície, as relações de contato, o posicionamento dental no arco e o vedamento marginal. As resinas compostas suportam reparos que, em muitas ocasiões, podem ser realizados sem maiores problemas, desde que constatadas vantagens nesses procedimentos em relação à substituição total da restauração. Não basta ao clínico conhecer apenas as propriedades da cor e a importância da forma, do tamanho, da proporção, da texturização, entre outras, na reconstrução estética de um den- te. É preciso conhecer diferentes resinas compostas e de diferentes fabricantes. O clínico não precisa e, obviamente, não deve comprar todos os kits assim que são lançados no mercado odontológico. Mas precisa, entretanto, testar, conhecer e organizar um kit pessoal com resinas compostas de diferentes matizes, saturações, luminosidades e opacidades. Deve-se pensar em composições para a região cervical e terços médio e incisal dos dentes, e avaliar os resultados insatisfatórios e repetir até que o objetivo seja alcançado. RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 1 Resposta: O constante avanço tecnológico dos materiais adesivos em Odontologia tem propiciado melhoria significativa na interação dos materiais restauradores resinosos com as ultraestruturas dentais e o consequente aumento da longevidade das restaurações com resinas compostas. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 57 Atividade 2 Resposta: Com a crescente valorização da estética pelos pacientes e CDs, e devido aos avan- ços conquistados nas propriedades gerais das resinas compostas, existe, atualmente, uma forte tendência para que todas as restaurações diretas sejam estéticas e, em consequência, realizadas com esse tipo de material. Atividade 3 Resposta: A correta escolha da cor de uma resina composta é uma das maiores dificuldades encontradas pelos profissionais em restaurações estéticas de dentes anteriores, pois o diag- nóstico da cor se constitui em uma análise prévia subjetiva do procedimento restaurador, visto que a cor não é uma propriedade do objeto, e sim da luz que é captada pelos olhos. Atividade 4 Resposta: D Comentário: Entre todos os fatores que interferem no restabelecimento da harmonia de um sorriso estão as características inerentes à sua forma, à simetria, à proporção e ao tamanho. Além dessas características, há outras que diferenciam o indivíduo, a sua personalidade e o seu estado emocional; porém, a cor é um item primordial desse conjunto. O conceito utilizado na análise dos aspectos internos do dente, no que diz respeito à sua qualidade histológica, é a refração. A reflexão é o ângulo que o raio luminoso forma entre a incidência e a sua saída. Quando esse ângulo é igual, caracteriza-se a reflexão especular. Quando o ângulo é diferente, tem-se a reflexão difusa. Atividade 5 Resposta: A luz solar possui todos os comprimentos de onda que o olho humano pode cap- tar, por isso se constitui na melhor fonte para a escolha da cor de um dente. Atividade 6 Resposta: A refração é o conceito utilizado na análise dos aspectos internos do dente no que diz respeito à sua qualidade histológica. A penetração da luz e o seu retorno à retina demonstram as cores de todas as camadas que foram penetradas. A visão do interior de um dente pode demonstrar as diferentes camadas e suas cores devido às influências internas e algumas vezes também externas. A reflexão é o ângulo que o raio luminoso forma entre a incidência e a sua saída. Quando esse ângulo é igual, caracteriza-se a reflexão especular. Quando o ângulo é diferente, tem-se a reflexão difusa. Atividade 7 Resposta: C Comentário: A luz penetra com maior facilidade pelo esmalte, que é translúcido, atingindo a dentina, que é a principal fonte de dissipação da luz e detecção de seus pigmentos. A den- 58 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS tina tem a capacidade de opacificar a passagem de luz, impedindo que ela atinja a polpa e reproduza sua coloração. O seu grau de opacidade, maior ou menor, dependendo da região, dá um aspecto de naturalidade aos dentes. Atividade 8 Resposta: A Comentário: Os comprimentos de onda das cores do espectro visível são: azul – 360 a 480nm; verde – 480 a 560nm; amarelo – 560 a 590nm; laranja – 590 a 630nm; e vermelho – 630 a 700nm. Atividade 9 Resposta: As três principais características de uma fonte luminosa são o matiz, a saturação e a luminosidade. Atividade 10 Resposta: A Comentário: O matiz é o nome da cor, o nome do pigmento. No caso da Odontologia, A, B, C ou D. A luminosidade ou o valor é a quantidade de cor branca ou preta no matiz. O brilho está relacionado à característicaespecular do objeto e indica quanto uma cor é mais clara ou mais escura. A saturação ou croma é a quantidade de pigmento em um matiz. A refração é a passagem da luz de um meio para outro e a reflexão é o seu retorno. Atividade 11 Resposta: D Comentário: A primeira e a quarta afirmativas são verdadeiras. A segunda afirmativa é falsa, porque, fisicamente, o valor indica a amplitude do comprimento de onda. A terceira afirma- tiva é falsa porque o valor é melhor visualizado sem a interferência da cor em fotos preto e branco que não necessitam de muita luz e, como são variações do claro e do escuro, depen- dem mais do preto e do branco. Atividade 12 Resposta: C Comentário: A primeira afirmativa é falsa, pois quanto mais espesso e com maior quanti- dade de dentina for o dente, menos saturado será o seu matiz. A segunda afirmativa é falsa porque é em pacientes jovens que os terços incisais, pouco desgastados, apresentam-se frequentemente nas cores azuis, violetas ou cinzas, devido à translucidez do esmalte e à ausência de dentina nessas bordas. A terceira e a quarta afirmativas são verdadeiras. | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 59 Atividade 13 Resposta: Para o correto diagnóstico da cor, é preciso estar com a visão relaxada sobre tons pastel e sem a interferência de cores fortes que podem estar presentes no consultório ou até mesmo na roupa do paciente. Atividade 14 Resposta: A cor e a luz do ambiente influenciam o que é visto na boca. Após uma observa- ção demorada de determinado dente, ocorre diminuição da acuidade visual provocada pela fadiga. A observação a distância de um objeto de cor verde ou azul favorece a recuperação da visão. Atividade 15 Resposta: D Comentário: A cor da resina deverá ser escolhida em ambiente com luz natural de um dia claro e ensolarado, de preferência entre 10 e 16h. Isso nem sempre é possível, mas os horários noturnos devem ser evitados. A luz do refletor não deve ser utilizada durante a to- mada da cor, pois determina maior reflexo da superfície dental e apresenta um espectro de luz limitado em relação à luz natural. Devem-se utilizar dentes e escala molhados. Atividade 16 Resposta: Para o acerto da cor final dos dentes, é necessária a obtenção de um efeito para o esmalte, de características mais claras e mais translúcidas, e um outro efeito para a den- tina, de características mais saturadas e opacas, sendo esse processo conhecido como efeito dupla camada. Atividade 17 Resposta: A Comentário: A primeira e a quarta afirmativas são verdadeiras. A segunda afirmativa é falsa porque, além da idade, a variação de fotossensitividade de pessoa para pessoa pode ocorrer também devido ao sexo e às condições psicológicas. Alguns estados emocionais têm como resposta física a dilatação ou a contração das pupilas, e isso resulta em maior ou menor cap- tação da luz emitida por um objeto na percepção visual. A terceira afirmativa é falsa porque normalmente as mulheres têm uma percepção visual superior para cores em relação aos homens. Com o envelhecimento, é normal um decréscimo na percepção de cor em todas as pessoas. Atividade 18 Resposta: O espectrofotômetro de refletância é um dispositivo que ainda não tem o seu uso popularizado, mas que pode ser um excelente auxiliar na escolha da cor, pois mede o montante de luz refletida por uma superfície como uma função de comprimento de onda 60 COR EM DENTÍSTICA – DESMISTIFICANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS (em muitos intervalos de banda curta no comprimento de onda), resultando em um espectro de refletância. O espectrofotômetro também permite uma análise padronizada da cor dos substratos dentais. Atividade 19 Resposta: B Comentário: A primeira afirmativa é falsa porque o espectrofotômetro de refletância é um dispositivo que ainda não tem o seu uso popularizado, mas que pode ser um excelente auxiliar na escolha da cor. A segunda e a quarta afirmativas são verdadeiras. A terceira afir- mativa é falsa porque os dados do espectrofotômetro são medidos em diferentes intervalos de comprimento de onda centrados entre 400 e 700nm. Atividade 20 Resposta: O instrumento é calibrado usando-se uma cerâmica branca de refletância con- hecida em cada comprimento de onda e comparada a uma superfície que permita uma perfeita difusão. Atividade 21 Resposta: O espaço CIELab suporta a teoria da percepção de cor com base em três recep- tores separados RGB, e representa um espaço de cor uniforme, com iguais distâncias que correspondem a iguais percepções de cor, em que L* é uma medida da luminosidade de um objeto e varia do 0 (para o preto) até 100 (branco ou luminosidade máxima). O sistema CIELCh é o mesmo que o espaço CIELab, com a exceção da descrição da localização no espaço, que é fundamentada em coordenadas polares, enquanto, no espaço CIELab, a de- scrição é feita com coordenadas cartesianas. Atividade 22 Resposta: A Comentário: A direção de reflexão da luz que incide sobre o dente é muito importante na determinação da forma dos dentes anteriores. As formas retas, chapadas e lisas refletem a luz diretamente nos olhos do observador, criando um aspecto de maior proximidade, am- plitude e largura. As formas mais arredondadas e irregulares refletem a luz para todas as direções, dando uma sensação de distância, maior verticalidade e menor largura. As bordas incisais dos incisivos laterais superiores são menores em relação aos incisivos centrais supe- riores. Atividade 23 Resposta: A forma dos dentes depende também das ameias dentais, que são espaços lo- calizados nas faces proximais entre dois dentes adjacentes em relação à área de contato proximal. A região localizada para incisal, em relação à área de contato proximal entre dois grupoa Realce Autores: inserimos essa palavra. Está correto? SIM | PRO-ODONTO ESTÉTICA | CICLO 10 | VOLUME 4 | 61 dentes adjacentes, denomina-se sulco interdental ou ameia incisal/oclusal. A região local- izada para cervical em relação à área de contato proximal (que aloja a papila interdental) chama-se espaço interproximal ou ameia cervical. Para vestibular e lingual, em relação à área de contato proximal, formam-se as ameias vestibular e lingual, respectivamente. Atividade 24 Resposta: A ausência das ameias incisais nos dentes anteriores determina um aspecto muito reto dos dentes, dando a impressão de um teclado de piano, além de dificultar o escoa- mento dos alimentos. Atividade 25 Resposta: B Comentário: A primeira e a terceira afirmativas estão corretas. A segunda afirmativa é incor- reta porque o que ocorre é o oposto: são algumas imperfeições no alinhamento e nivela- mento dos dentes que podem dar um aspecto natural ao sorriso. Atividade 26 Resposta: A Comentário: A primeira e a segunda afirmativas são verdadeiras. A terceira afirmativa é falsa porque os pacientes que apresentam maiores irregularidades e asperezas na face vestibular de seus dentes são os mais jovens, enquanto adultos e idosos apresentam uma superfície mais lisa e uniforme devido ao desgaste natural que ocorre com o passar dos anos. A quarta afirmativa é falsa porque as características de superfície estão diretamente relacionadas com a forma de reflexão da luz, que modifica a forma e a cor final do dente. Atividade 27 Resposta: A superfície vestibular dos dentes anteriores raramente se apresenta totalmente lisa e regular, e com frequência o clínico necessita de algum artifício de técnica para restau- rar os dentes anteriores com as características anatômicas do dente natural. Com auxílio de pontas diamantadas ou pincéis, são criadas linhas verticais, horizontais e irregularidades na superfície das restaurações, com o intuito de reproduzir, com o máximo de fidelidade, as características e a texturização do dente homólogo. Atividade 28 Resposta: C Comentário: Os dentes com a mesma largura, porém com alturas diferentes, parecem ter diferentes larguras. As linhas verticais, como os lóbulos de crescimento, acentuam a altura e dissimulam a largura. As linhas horizontais,
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