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Abdome Agudo Inflamatório
OBJETIVOS
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico da apendicite aguda
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico de apendicite aguda na infância
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico da diverticulite aguda
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico da colecistite aguda de acordo com o Tokyo Guidelines
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico de colecistite aguda na infância
· Identificar os aspectos relevantes no diagnóstico da peritonite
APENDICITE AGUDA
· Algo obstrui o lúmen do apêndice vermiforme → ocorre hiperproliferação bacteriana secundária a obstrução → inflamação do apêndice → isquemia e perfuração, em casos mais avançados
· Obstrução da luz proximal por bandas fibrosas, hiperplasia linfoide, fecalitos, cálculos ou parasitas há muito tempo vem sendo considerada a principal causa da apendicite aguda.
· A obstrução luminar resulta, inicialmente, em aumento da contração apendicular com vasodilatação e aumento da secreção mucosa, havendo proliferação bacteriana, o que inicia o processo inflamatório agudo
· O aumento da pressão intraluminar, a diminuição da drenagem linfática, vasodilatação e transudação resultam em agravamento do edema de parede apendicular, ocorrendo, a seguir, oclusão venosa e arterial apendicular
· A obstrução do lúmen faz gerar a hiperplasia linfoide
· Há compressão dos vasos sanguíneos secundário a hiperplasia → baixa quantidade de O2 → gera isquemia
· A piora da isquemia da parede apendicular e a presença de infecção resultam em gangrena apendicular, que, dada a pressão intra-apendicular aumentada, pode provocar rotura apendicular e extravasamento de secreção para a cavidade abdominal, estabelecendo-se bloqueios intestinais e plastrões e, na ausência desses, peritonite generalizada
· A posição do apêndice pode gerar alterações no sintoma do paciente
· A inflamação do apêndice pode gerar peritonite localizada que pode se agravar em uma evolução desfavorável
· Normalmente, o quadro inicia com desconforto vago no meio do abdome ou periumbilical, seguido por náusea, anorexia e indigestão
· A dor é contínua, mas não intensa, com cólica leve ocasional
· Manifestações clínicas
· Desconforto em mesogastro ou periumbilical
· Desconforto abdominal generalizado que com o tempo se concentra no quadrante inferior direito
· Náusea, anorexia e indigestão
· Dor desloca-se para quadrante inferior direito
· Piora quando se movimenta, caminha ou tosse
· Indivíduos na fase inicial de apendicite (não perfurada) não têm aparência enferma (não tem sinais de toxemia) – sensibilidade dolorosa localizada sobre o ponto de McBurney é a base do diagnóstico
· Uma regra que ajuda muito nos casos atípicos é nunca colocar a apendicite abaixo do segundo lugar no diagnóstico diferencial de dor abdominal aguda em indivíduo previamente saudável – principalmente se for adulto jovem
· Exame físico
· Algum grau de defesa abdominal
· Dor a descompressão súbita ou sensibilidade dolorosa à percussão
· A administração de analgésicos opióides não afeta a acurácia do exame físico
· Exames laboratoriais
· Contagem de leucócito na maioria das vezes (90%) é acima de 10.000
· 3/4 dos pacientes a contagem diferencial mostra mais de 75% de neutrófilos
· EAS: poucos leucócitos e hemácias e ocasionalmente hematúria franca
· Apendicite retrocecal ou pélvica
· Pode confundir com infecção urinária
· Exame de urina é normal na maioria
· HIV apresenta a mesma síndrome que pacientes saudáveis, mas com contagem de leucócitos normal
· Exames de imagem
· Rx raramente ajuda no diagnóstico
· TC do abdome: pacientes com quadro clínico e exames laboratoriais não característicos
· Quando não há sinais de inflamação, a TC tem valor importante para confirmar ou descartar
· TC é o exame que ajuda no diagnóstico – exame de escolha
· Não necessita de contraste por VO
· Se TC positiva → indicação para apendicectomia
· USG: menos confiável do que as da TC
· Diagnóstico é clinico na maioria das vezes
· O diagnóstico de apendicite aguda pode ser difícil em pacientes nos extremos etários da vida, e nesses grupos o diagnóstico frequentemente é tardio 
· Lactentes apresentam apenas letargia, irritabilidade e anorexia nas fases iniciais, mas podem evoluir com vômitos, febre e dor à medida que a doença progride
· Os idosos podem não apresentar qualquer um dos sintomas clássicos, embora a evolução da apendicite seja mais virulenta nessa faixa etária
· Casos duvidosos: observar por 6h ou mais
· Uma característica da doença é ter piora gradativa com o decorrer do tempo
· Apendicite na gravidez é o quadro cirúrgico não obstétrico mais comum na gestação
· A apresentação é com sensibilidade dolorosa à palpação em quadrante inferior direito e leucocitose
· Laparoscopia é bem tolerada tanto pela gestante quanto pelo feto
· TC e RM são altamente específicas
· Escore de Alvarado
· 99% de sensibilidade de apendicite
· Baseado em 3 sintomas, 3 sinas e 2 achados laboratoriais
· 5-6: compatível com apendicite → observação
· 7-8: maior probabilidade de apendicite
· Laparotomia pode ser indicada
· 9-10: alta probabilidade da doença → abordagem cirúrgica
· Diagnóstico diferencial
· DIPA (doença inflamatória pélvica aguda) – mulheres 
· Ureterolitíase
· Diverticulite
· Complicações
· Perfuração – dor mais intensa e febre mais alta (em média, 38,3ºC)
· É raro que haja perfuração em menos de 12h
· Peritonite
· A peritonite localizada resulta de perfuração microscópica de um apêndice gangrenoso
· A peritonite generalizada na maioria dos casos implica perfuração macroscópica para o interior da cavidade peritoneal
· Aumento da sensibilidade à palpação e da rigidez da parede, distensão abdominal e íleo adinâmico são evidentes nesses pacientes
· Febre alta e toxemia grave assinalam a progressão desse quadro catastrófico
· Abcesso
· Se for encontrado um abscesso, o tratamento preconizado é aspiração percutânea guiada por imagem
· Pileflebite – acometimento hepático associado
· Calafrios, febre alta, icterícia de baixo grau e, tardiamente, abscesso hepático são os sinais característicos dessa grave, porém, felizmente, rara condição
· Indicam-se cirurgia imediata e terapia antimicrobiana
· Tratamento
· É cirúrgico 
· Antibiótico de amplo espectro (Ceftriaxona)
· Cirurgia aberta ou videolaparoscopia
· Se maior que 5 dias, costuma se fazer cirurgia aberta
· Pacientes submetidos à apendicectomia laparoscópica apresentam menos dor pós-operatória e 1 dia a menos de internação
· Prevenção
· Não há estratégia preventiva efetiva para a apendicite
· No passado, era comum realizar apendicectomia incidental em jovens no curso de uma cirurgia abdominal por outro motivo – desde que a exposição fosse adequada e não houvesse qualquer contraindicação específica
· Não há consenso nesses casos, com alguns cirurgiões preferindo remover o apêndice, enquanto outros optam por deixá-lo no local
· Nas crianças, não há necessidade de retirar o apêndice quando há diagnóstico incidental de apendicolito
APENDICITE AGUDA NA INFÂNCIA
· Principal causa de cirurgia abdominal na criança
· A possibilidade de diagnóstico deverá sempre ser considerada diante de queixa por dor abdominal
· É mais frequente após os 4 anos de idade, atingindo o pico máximo de incidência entre 8 e 12 anos e no adulto jovem
· As apendicites em crianças de pouca idade são de diagnóstico mais difícil
· Manifestações clínicas
· Dor epigástrica ou periumbilical
· Vômitos
· Febre
· Dor na fossa ilíaca direita
· Eliminações diarreicas – pode ser frequente, principalmente nos casos de apendicites pélvicas ou já avançadas, com abscessos – pode confundir o diagnóstico
· Exame físico
· Buscam-se sinais de processo inflamatório peritoneal localizado em fossa ilíaca direita, no ponto descrito por McBurney, ou hipogástrio
· Muitas vezes, ao simples movimento de tossir ou andar ou mesmo à trepidação da maca, a criança revela o ponto de maior intensidade da dor em fossa ilíaca direita
· A ausculta do abdome revelará ruídos hidroaéreos diminuídos na sua frequência ecom timbre pouco aumentado, não sendo rara, no entanto, a presença de ruídos hidroaéreos em número aumentado
· O hemograma pode revelar leucocitose, mas o achado de leucograma normal não é incomum
· Exame de imagem
· Radiológico
· Sinais indiretos, como borramento da gordura pré-peritoneal, apagamento do psoas direito, escoliose antálgica dextrocôncava, níveis hidroaéreos localizados em fossa ilíaca direita ou hipogástrio e presença de fecalito apendicular
· USG
· Pode revelar a presença de processo inflamatório apendicular em algumas circunstâncias, bem como de líquido ou abscessos intracavitários
· Diagnóstico diferencial
· Gastroenterocolites
· Adenite mesentérica
· Litíase urinária
· Infecção do trato urinário
· Pneumonia de base
· Anexite
· Diverticulite de Meckel
· Pielonefrite
· Torção de epíplon 
· Crises de falcização
· Tratamento
· O tratamento é cirúrgico, resumido por apendicectomia e tratamento das complicações sépticas abdominais ou do bloqueio estabelecido, e complementado pelo uso de antibióticos contra anaeróbios, dada a flora apendicular, e Gram-negativos, em casos de sepse abdominal
DIVERTICULITE AGUDA
· É diferente da doença diverticular
· Diverticulite é uma das complicações possíveis de quem tem doença diverticular
· Pessoa vive com isso, mas não há nenhuma repercussão ou complicação desse tipo de doença
· A diverticulite ocorre quando há inflamação dos divertículos
· Na maioria das vezes, a doença diverticular é assintomática
· Quando há sintomas, na maioria das vezes, é sangramento e, em menor parte, inflamação
· A diverticulite aguda decorre de perfuração micro ou macro de um divertículo, resultando em reação inflamatória
· Cólon sigmoide é o local mais comum de diverticulite (95%)
· A gravidade da doença varia desde inflamação leve restrita a um segmento da parede intestinal (microperfuração) até peritonite fecal (macroperfuração)
· Na maioria das vezes o tratamento da diverticulite é simples – 75% é não complicado
· A diverticulite complicada ocorre em 25% dos pacientes e corresponde à perfuração macroscópica com evolução para abscesso, peritonite, estenose ou fístula
· Média de idade é 62 anos
· Manifestações clínicas
· Classicamente se apresentam com dor e plenitude localizadas no quadrante inferior esquerdo
· "Apendicite aguda" no quadrante inferior esquerdo
· Constipação, diarreia ou ambas
· Mudanças do hábito intestinal são comuns
· Febre baixa
· Distensão abdominal leve
· Sensibilidade dolorosa à palpação do quadrante inferior esquerdo
· É possível haver massa palpável secundária à inflamação
· Leucocitose é comum
· É possível haver obstrução de intestino delgado se uma alça intestinal ficar presa no processo inflamatório
· A perfuração livre de um divertículo pode resultar em peritonite generalizada
· Episódios recorrentes de diverticulite podem produzir sintomas leves até que ocorra uma complicação, como estenose ou fístula, que obrigue o paciente a procurar atenção médica
· A recorrência em intervalo de 1 a 10 anos é em torno de 40%
· A evolução da diverticulite pode ser insidiosa, particularmente em idosos
· Dor abdominal vaga associada a abscesso, ou com infecções urinárias recorrentes em razão de fístula colovesical
· Se houver massa palpável e sinais de obstrução do intestino grosso, o diagnóstico diferencial com carcinoma do colo esquerdo deve ser lembrado
· Exames de imagem
· TC abdome e pelve com contraste intravenoso: modalidade inicial preferencial
· Não há indicação de colonoscopia para avaliação de paciente que se apresente com sinais e sintomas e imagens sugestivas
· Se for decidido que a endoscopia se faz necessária para a condução adequada do caso, deve-se dar preferência a exame tardio, após a atenuação do processo inflamatório. Se houver urgência, recomenda-se sigmoidoscopia com baixa insuflação em detrimento da colonoscopia para reduzir o risco de perfuração
· A classificação de Hinchey foi desenvolvida como auxiliar na tomada de decisões clínicas para pacientes com doença complicada e para padronização de laudos radiológicos
· Diagnóstico diferencial
· Apendicite
· Carcinoma colônico perfurado
· Obstrução com estrangulamento
· Isquemia do colo
· Doença de Crohn
· Colite infecciosa
· DIPA – gravidez tubária e abscesso tubo-ovariano
· Complicações
· Perfuração livre
· Abscesso
· Fístula
· Obstrução
· Tratamento 
· De acordo com a classificação de Hinchey
· Hinchey 0 e 1a
· Dieta líquida clara
· Ciprofloxacino e Metroinidazol
· Hinchey 1b
· Repouso intestinal
· Líquidos intravenosos
· Terapia antimicrobiana sistêmica de amplo espectro
· Betalactâmico/inibidor da betalactamase, carbapenêmico, ou a combinação de fluoroquinolona e metronidazol
· Dieta pobre em resíduos e depois dieta rica em fibras
· Mesalazina: reduziu os sintomas e a recorrência
· Há indicação de repetir a TC ou de intervir quando os pacientes não melhoram ou apresentam deterioração do quadro clínico após 48 horas do início do tratamento clínico
· Hinchey II
· Conduta intervencionista
· Drenagem percutânea
· Abscesso maiores (maior que 3cm)
· Intervenção cirúrgica definitiva de forma eletiva
· Hinchey III e IV
· As prioridades na cirurgia de urgência são:
· Controlar sepse
· Ressecar o tecido doente
· Restabelecer o transito intestinal, nessa ordem de importância
· Dentre as várias opções cirúrgicas
· Cirurgia em 2 tempos (com colostomia e drenagem na primeira etapa)
· Cirurgia de Hartmann
· Ressecção com anastomose primária com ou sem estomia de proteção
· Lavagem da cavidade pela via laparoscópica com reabordagem eletiva
# foi demonstrado que evitar nozes, pipoca e sementes não reduz o risco de diverticulite e, portanto, não há necessidade de orientar os pacientes nesse sentido.
# II em diante precisa retirar o cólon.
# II, III e IV vai ter abordagem cirúrgica em algum momento.
# aproximadamente 80% dos pacientes com diverticulite aguda não complicada (Hinchey 0 e Ia) podem ser tratados em regime ambulatorial.
# qualquer paciente necessitará de tratamento hospitalar se houver dor significativa, impossibilidade de alimentação por via oral ou evidência de doença sistêmica grave.
# abscessos maiores (> 3 cm) têm menor probabilidade de responderem ao tratamento conservador e devem ser drenados, se possível por via percutânea. 
· Acompanhamento
· Recomenda-se realizar colonoscopia de 6 a 8 semanas após a resolução dos sintomas e antes de ressecção cirúrgica eletiva para afastar outra doença subjacente, como intestino irritável e câncer
COLECISTITE AGUDA – TOKYO GUIDELINES
· Sintoma: dor abdomina no QSD, as vezes associada a dor referida na região escapular direita
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO
A) Sinais locais de inflamação:
· Sinal de Murphy positivo – parada súbita da respiração profunda enquanto matém comprimido o ponto cístico
· Defesa, dor ou massa palpável no quadrante superior direito
B) Sinais sistêmicos de inflamação:
· Febre
· Elevação do PCR
· Leucocitose
C) Exames de imagem:
· Espessamento da parede da vesícula biliar ≥ 0,5 cm
· Distensão da vesícula biliar 
· Líquido perivesicular
· Presença de traves dentro do líquido
· Sinal de Murphy ultrassonográfico (dor que ocorre quando a sonda é empurrada sobre a vesícula biliar)
· Imagem de detritos ecogênicos
· Imagem de gás
# Suspeita diagnóstica: 1 item A + 1 item B.
# Diagnóstico definitivo: 1 item A + 1 item B + C.
# Deve-se excluir hepatite agudam outras doenças abdominais agudas e colecistite crônica.
GRAU DE SEVERIDADE
# Deve ser feito dentro de 24 horas após o diagnostico e repetido a cada 24-48 horas.
· Grau I (leve):
· Não tem critério para Graus II e III
· Pode também ser definido como colecistite aguda em pacientes saudáveis, sem disfunção orgânica e com leves alterações inflamatórias na vesícula biliar, tornando a colecistectomia um procedimento seguro e com pouco riso
· Grau II (moderado):
· Está associada a qualquer uma das seguintes condições (pelo menos 1 um):
· Leucocitose (> 18.000/mm3)
· Palpação de massa no QSD
· Duração dos sintomas > 72h*
· Locais de inflamação local marcado (colecistite gangrenosa, abscessoperivesicular, abscesso hepático, coleperitônio, colecistite enfisematosa)
 *A laparoscopia deve ser realizada dentro de 96h do início da colecisite aguda.
· Grau III (grave)
· A colecistite aguda grau III está associada a qualquer disfunção dos seguintes órgãos/sistemas (pelo menos 1 um):
· Disfunção cardiovascular: hipotensão requerendo tratamento com dopamina ≥ 5μg/Kg/min, ou qualquer dose de norepinefrina
· Disfunção neurológica: diminuição do nível de consciência
· Disfunção respiratória: relação PaO2/ FiO2 < 300
· Disfunção renal: oligúria, creatinina > 2.0mg/dl
· Disfunção hepática: INR > 1,5
· Disfunção hematológica: contagem de plaquetas < 100.000/mm3
# A radiografia simples de abdome pode revelar alguns sinais indiretos: presença de ar na parede vesicular e existência de cálculos radiopacos. 
# A ultrassonografia (USG) de abdome é o exame de primeira escolha por ser pouco invasivo, amplamente disponível, e boa sensibilidade e especificidade. A presença do sinal de Murphy ecográfico, espessamento da parede vesicular, distensão vesicular, cálculo impactado, coleção pericolecística, edema da parede vesicular, caracteriza o processo inflamatório agudo da vesícula biliar.
# A tomografia computorizada e a ressonância nuclear magnética também ajudam na identificação de alterações mal diagnosticadas pelo USG. Se há mais de um sinal de gravidade a TC é recomenda para identificar a colecistite complicada e para melhor direcionar o tratamento.
# Fazer: USG. Caso necessário, solicitar TC e HIDA (exame de excreção de radionuclídeos).
TRATAMENTO
· Depois de estabelecer o diagnóstico e a severidade da colecistite aguda, o tratamento será baseado no grau de severidade e nos fatores de risco do paciente, usando os escores ASA (American Association of anestesistas) e CCI (Índice de Comorbidade de Charlson)
· ASA desenvolvida por anestesiologistas, determina o estado de saúde do paciente antes da cirurgia
· CCI relaciona o índice de mortalidade a longo prazo com a comorbidades do paciente. Cada categoria de doença recebe uma pontuação (1–6). À medida que o escore aumenta, a taxa de mortalidade prevista também se eleva
· O Tokyo Guidelines 2018 sugere o uso desses escores juntos para avaliar a condição do paciente depois de ter estabelecido o diagnóstico da colecistite aguda e decidir se é necessário uma colecistectomia precoce, tardia ou mesmo, outra modalidade de tratamento
# ASA II doenças leves sem limitações funcionais. Ex.: tabagista, uso de bebidas alcoólicas socialmente, grávidas, obesidade (30< IMC < 40), doença pulmonar leve, DM controlado.
# ASA III limitações funcionais, com uma ou mais doença severas. Ex.: DM pouco descompensado, DPOC, obesidade mórbida (IMC > 40), hepatite ativa, alcoólatra, pessoa com marcapasso, redução de fração de ejeção, DRC com diálise, criança prematura, historia (> 3meses) de AVC, IM, stents.
# ASA IV ex.: história (< 3meses) de IM, AVC, stent, presença de isquemia cardíaca ou disfunção severa em valva, redução severa na fração de ejeção, sepse, DRC que falta a diálise. 
# ASA V ex.: ruptura de aneurisma torácica/abdominal, trauma massivo, HIC, disfunção orgânica múltipla. 
· O tratamento da colecistite aguda deve começar através reposição volêmica, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e monitorização de sinais vitais (respiratório e hemodinâmica), além de analgesia e antibioticoterapia dirigida para os agentes patogênicos mais frequentes
· No entanto, o tratamento definitivo de eleição é a colecistectomia laparoscópica com colangiografia intra-operatória, no prazo ideal de até 72 horas após o início da sintomatologia, se as condições clínicas do doente forem favoráveis, isto é, doentes ASA ≤ 2 e (CCI) ≤ 5. Caso contrário, deverá ser realizada drenagem biliar percutânea por meio de colecistostomia ecoguiada
# A laparoscopia é mais indicada que a colecistectomia aberta.
· Tratamento de acordo com o grau de severidade:
· Grau I: colecistectomia laparoscópica (Lap-C) precoce se escores CCI e ASA sugerirem que o paciente consegue suportar a cirurgia (baixo risco cirúrgico). Se o paciente não consegue suportar a cirurgia, tratamento conservador deve ser realizado primeiro, para posteriormente programar a cirurgia (tardia) como tratamento definitivo
· Realizar Lap-C precoce dentro dos 7 primeiros dias, mas com preferência nas primeiras 72 horas
· Tto conservador: se não há melhora clinica ou há piora dentro de 24 horas, reconsiderar Lap-C se de 7 dias desde o início do sintoma ou drenagem biliar
· Grau II: idealmente a laparoscopia deve ser feita precocemente se escores CCI e ASA sugerirem que o paciente consegue suportar a cirurgia, e se o paciente estiver em um centro cirúrgico avançado. Contudo, deve tomar cuidado para evitar lesão durante a cirurgia, devido ao processo inflamatório vigente, devendo considerar conversão para colecistectomia aberta ou subtotal dependendo dos achados. Caso não haja condições clinicas do paciente para o tratamento cirúrgico, tratamento conservador e drenagem biliar devem ser considerados
· Realizar Lap-C precoce se paciente encontra-se em boas condições clinicas 
· Caso contrário, realizar drenagem biliar precoce ou Lap-C tardia
· Grau III: o grau de disfunção orgânica deve ser determinada e deve-se corrigir a disfunção orgânica, dar suporte clinico e administração de antimicrobianos. Médicos devem investigar fatores preditivos, como recuperação rápida de disfunção circulatória ou renal após tto iniciado e escores CCI ou ASA. Se paciente com condições cirúrgicas, realizar colecistectomia laparoscópica. Se for decidido que o paciente não pode suportar a cirurgia, tratamento conservador deve ser feito. Drenagem biliar pode ser considerada se não for possível controlar a inflamação da vesícula biliar
· Em pacientes sem resposta ao tratamento clínico ou com alto risco cirúrgico a drenagem biliar percutânea trans-hepática guiada por exame de imagem, deve ser realizada precocemente
# Obs.: Graus II e III solicitar cultura de sangue ou de bile, ou ambos.
# Qual fator de risco deve adiar a cirurgia?
- Grau I e II escores de CCI ≥ 6 e ASA ≥ 3
- Grau III fatores preditivos negativos de disfunção neurológica, disfunção respiratória e icterícia concomitante. Escores CCI ≥ 4 e ASA ≥3 indicando que o paciente talvez não suporte a cirurgia
# Palavras de Paulo ATB, analgesia e jejum. Baixo risco cirúrgico: Lap-C. Alto risco cirúrgico: observação e reavaliação dentro de 24-48h para avaliar a evolução. A depender, se tiver alto risco cirúrgico a ATB já resolve. Se alto risco e ATB não for suficiente para reverter o quadro, Lap-C.
# Palavras de Paulo ATB e suporte geral:
- ASA ≤ 2 abordagem precoce
- Risco cirúrgico elevado: iniciar com ATB e 2-3 meses depois: cirurgia eletiva
- Se o quadro só piorou: indicar drenagem da vesícula biliar o mais precoce possível 
COLECISTITE AGUDA NA INFÂNCIA
· Embora mais rara do que no adulto, a colecistite aguda vem apresentando incidência crescente na população infantojuvenil, seeja por incremento na incidência de fatores predisponentes, como dislipidemias e doenças hemolíticas, seja pelo progresso dos métodos diagnósticos
· Manifestam-se, nas crianças, colecistites agudas alitiásicas; colecistites associadas a uso estendido de nutrição parenteral prolongada, antibioticoterapia, processos infecciosos como salmonelose e leptospirose; e a colecistite aguda por áscaris, sendo crescente a associação a dislipidemias. Devem ser lembrados os pacientes com doenças hematológicas e frequentes quadros de hemólise, resultando em colecistopatia litiásica
· As colecistites alitiásicas ocorrem comumente em associação com doenças graves, como sepsis, queimaduras e politraumatismos
· O quadro clínico é semelhante ao do adulto. A busca de antecedentes pessoais e familiares pode contribuir com o diagnóstico
· A ultrassonografia é o método de eleição para diagnóstico
· A colecistectomia e a exploração radiológica das vias biliares estão indicadas aos casos em que haja litíase
· Em casos de colecistectomiasalitiásicas, colecistites após uso de antibióticos e nutrição parenteral prolongada, propõe-se o tratamento clínico, com a resolução da grande maioria dos casos
Referências bibliográficas utilizadas:
· CURRENT Cirurgia: Diagnóstico e Tratamento. 14ª edição. Capítulo 28: Apêndice
· CURRENT Cirurgia: Diagnóstico e Tratamento. 14ª edição. Capítulo 30: Intestino Grosso
· Guia de Cirurgia: Urgências e Emergências. Capítulo 13: Abdome Agudo na Infância
· Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis
· Aplicativo TG18

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