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Adicional de insalubridade - Material completo - HC

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ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
Professor Henrique Correia 
Procurador do Trabalho 
Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora Juspodivm 
 
 
Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia 
www.youtube.com/c/HenriqueCorreiaprofessor 
Carreiras Trabalhistas:carreirastrabalhistascomElissoneHenrique - Site: www.henriquecorreia.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.editorajuspodivm.com.br/concursos-publicos-direito-do-
trabalho-2019 
 
 
1. Adicional de insalubridade 
Atividades insalubres são aquelas que expõem o empregado a agentes nocivos à 
sua saúde e que ultrapassam o seu limite de tolerância. Exemplo: agentes químicos 
(chumbo), biológicos (bactérias) e físicos (ruídos). Para a obtenção do adicional de 
insalubridade, há necessidade de preencher dois requisitos: 
a) Atividade nociva deverá ser constatada via perícia
1
 por profissional habilitado, médico 
ou engenheiro do trabalho
2
. 
b) É necessário que o agente nocivo à saúde esteja incluído na relação oficial do Ministério 
do Trabalho. Se a atividade desenvolvida pelo empregado não estiver prevista nessa 
listagem, há entendimento majoritário de que o empregado não terá direito ao adicional
3
. 
 
1.Orientação Jurisprudencial nº 278 da SDI-I do TST: “A realização da perícia é obrigatória para verificação de 
insalubridade. Quando não for possível sua realização como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador 
utilizar-se de outros meios de prova.” 
2.Orientação Jurisprudencial nº 165 da SDI-I do TST. “O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o 
médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a 
elaboração do laudo ser profissional devidamente qualificado.” 
3.Súmula nº 448 do TST. I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o 
empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação 
oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo 
de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja 
o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria 
do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano. 
https://www.editorajuspodivm.com.br/concursos-publicos-direito-do-trabalho-2019
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ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
Professor Henrique Correia 
Procurador do Trabalho 
Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora Juspodivm 
 
 
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Aliás, eventual reclassificação ou descaracterização da insalubridade, pelo Ministro do 
Trabalho (autoridade competente), repercutirá no recebimento do adicional, ou seja, o 
empregado somente receberá enquanto a atividade desenvolvida estiver enquadrada como 
insalubre
4
. Exemplo: exposição a raios solares é atividade insalubre, mas não há previsão 
na listagem do Ministério do Trabalho. Diante disso, o empregado que trabalhe exposto ao 
sol não terá direito ao adicional de insalubridade. O mesmo raciocínio é utilizado para o 
empregado que retira lixo urbano em residências e escritórios
5
. 
ATENÇÃO: 
NÃO tem direito ao recebimento do adicional de insalubridade: 
– Empregado que retira lixo urbano em residências e escritórios; 
– Trabalhador a céu aberto submetido a radiação solar. 
No entanto, tem assegurado o direito ao adicional de insalubridade nas seguintes 
hipóteses: 
– Empregado que realize a limpeza de banheiros públicos ou de uso coletivo de 
grande circulação; 
– Trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, 
incluindo em ambiente a céu aberto. 
 
1.1. Base de cálculo 
O adicional de insalubridade era calculado com base no salário mínimo, variando 
de acordo com a agressividade do agente nocivo, 10% (grau mínimo), 20% (grau 
médio) e 40% (grau máximo). Está previsto no art. 192 da CLT: 
Art. 192 da CLT: O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de 
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
 
4.Súmula nº 248 do TST: “A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade 
competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da 
irredutibilidade salarial.” 
 
5.OJ nº 173 da SDI – I do TST. Adicional de insalubridade. Atividade a céu aberto. Exposição ao sol e ao calor. 
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto por 
sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria nº 3.214/78 do MTE). II – Tem direito à 
percepção ao adicional de insalubridade o empregado que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de 
tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria 
nº 3.214/78 do MTE. 
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respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) 
do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. 
Ocorre, entretanto, que o Supremo Tribunal Federal – STF –, em abril de 2008, 
proibiu que o salário mínimo servisse de base de cálculo (indexador) do adicional de 
insalubridade. De acordo com a Súmula Vinculante nº 4 do STF: 
Súmula Vinculante nº 4 do STF: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário 
mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor 
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. 
O primeiro posicionamento foi do próprio TST, via Súmula nº 228, editado logo 
após o julgado do STF. De acordo com o tribunal trabalhista, a base de cálculo do 
adicional de insalubridade seria o salário contratual do empregado, aplicando por 
analogia o art. 193, § 1º, da CLT, cujo percentual é de 30% sobre o salário-base, ou 
seja, o cálculo não leva em conta outros acréscimos. Esse posicionamento, sem dúvida, 
é o mais coerente e lógico, para utilização enquanto persistir a lacuna deixada pelo 
legislador. A Súmula nº 228 do TST encontrava-se suspensa por uma liminar na 
Reclamação nº 6.266, ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI −, pois o 
STF proibiu a substituição da base de cálculo do adicional por decisão judicial. Nesse 
sentido: 
Súmula nº 228 do TST. A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula 
Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado 
sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. 
Sobre a área do processo do trabalho, importante destacar que caberá ação 
rescisória da decisão que julgar o pedido de adicional de insalubridade com base na 
remuneração do empregado. Não há essa previsão em lei. Além disso, o judiciário não 
poderá fixar, como já visto, a base de cálculo do adicional de insalubridade. Nesse 
sentido, prevê a jurisprudência do TST: 
Orientação Jurisprudencial nº 2 da SDI – II do TST. Viola o art. 192 da CLT decisãoque acolhe pedido de adicional de insalubridade com base na remuneração do empregado. 
O segundo posicionamento, que já vinha sendo adotado pelo TST
6
 e agora 
corroborado por decisão do Supremo Tribunal Federal em abril de 2018, estabelece que 
até que seja editada norma legal ou convencional estabelecendo parâmetro distinto do 
salário-mínimo para calcular o adicional de insalubridade, continuará a ser 
considerado o salário-mínimo para o cálculo desse adicional. 
Nesse sentido, o ministro do STF Ricardo Lewandowski, cassou parte da súmula 
nº 228 do TST, que estipula o salário básico do trabalhador como base de cálculo do 
 
6.AR-26089-89.2010.5.00.0000. 
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adicional de insalubridade. Ainda segundo o ministro, o judiciário não poderia adotar 
um critério até que seja superada a inconstitucionalidade do art. 192 da CLT, que adota 
o salário mínimo como base de cálculo para a incidência de referido adicional
7
. 
Há necessidade de lei para fixar o novo patamar, seja no valor do salário 
contratual ou um valor nominal. É possível que acordos e convenções coletivas fixem 
essa base de cálculo, deixando claro e expresso que se trata de parâmetro para fins de 
adicional de insalubridade. O TST8 já adotou posicionamento no sentido de que 
enquanto não houvesse lei específica, ou ainda norma coletiva que fixasse 
expressamente a base de cálculo, o salário mínimo continuaria sendo utilizado conforme 
previsto no art. 192 da CLT. Em que pese inexistir súmula ou OJ do TST sobre esse 
tema, o entendimento encontra-se sumulado na jurisprudência de cinco Tribunais 
Regionais diferentes, conforme destacado: 
Súmula nº 16 do TRT da 2ª Região. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. 
Diante do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, até que nova base de 
cálculo seja fixada pelo Legislativo, o adicional de insalubridade deve ser calculado com 
base no salário mínimo. 
Súmula nº 46 do TRT da 3ª Região. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. 
A base de cálculo do adicional de insalubridade é o salário mínimo, enquanto não sobrevier 
lei dispondo de forma diversa, salvo critério mais vantajoso para o trabalhador estabelecido 
em norma coletiva, condição mais benéfica ou em outra norma autônoma aplicável. 
Súmula nº 62 do TRT da 4ª Região. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. 
A base de cálculo do adicional de insalubridade permanece sendo o salário mínimo 
nacional enquanto não sobrevier lei dispondo de forma diversa, salvo disposição contratual 
ou normativa prevendo base de cálculo mais benéfica ao trabalhador. 
Súmula nº 28 do TRT da 8ª Região. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. 
A base de cálculo do adicional de insalubridade é o salário mínimo, até que haja definição 
legal (Resolução TST nº 185/2012). 
Súmula nº 24 do TRT da 9ª Região. Adicional de insalubridade. Base de cálculo. 
Após a edição da Súmula Vinculante 4, do STF, até que se edite norma legal ou 
convencional, a base de cálculo do adicional de insalubridade deve ser o salário mínimo 
nacional. 
 
 
7. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI278458,91041-
Lewandowski+anula+parte+de+sumula+do+TST+sobre+base+de+calculo+do>. Acesso em 19 abr. 2018. 
8. Sobre o assunto, confira o Informativo nº 89 do TST. 
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1.2. Enquadramento do grau de insalubridade (Reforma Trabalhista) 
Antes da Reforma Trabalhista, a responsabilidade pela normatização e da 
fiscalização acerca do enquadramento do grau de insalubridade era do Ministério do 
Trabalho. Nesse sentido: 
Atualmente podemos dizer que cabe ao MTE a responsabilidade pela quase 
totalidade da normatização de segurança e saúde nos ambientes laborais onde ocorre 
trabalho subordinado (há um empregador, ou tomador de serviço, responsável pelo 
empreendimento). O órgão tem também a atribuição legal de verificar o cumprimento 
destas normas, por intermédio das inspeções realizadas pelos seus AFTs em todos os 
estados da Federação, nos seus mais diversos municípios
9
. 
As atividades ou operações insalubres são dispostas na Norma Regulamentadora 
nº 15 do Ministério do Trabalho, a qual estabelece os graus de estabilidade em máximo 
(com adicional de 40% sobre o salário), médio (com adicional de 20% sobre o salário) e 
mínimo (com adicional de 10% sobre o salário). 
Com a Reforma Trabalhista, o enquadramento do grau de insalubridade em 
máximo, médio e mínimo poderá ser objeto de instrumento coletivo de negociação: 
Art. 611-A, CLT(acrescentado pela Lei nº 13.467/2017). A convenção coletiva e o acordo 
coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
(…) 
XII – enquadramento do grau de insalubridade. 
Entendemos que, apesar do reconhecimento dos acordos e convenções coletivas 
em âmbito constitucional (art. 7º, XXVI, Constituição Federal/1988
10
), os instrumentos 
de negociação coletiva não podem prevalecer sobre normas de ordem pública, de caráter 
cogente, que, portanto, versam sobre direitos indisponíveis. 
 
9.SANTOS, Adolfo Roberto Moreira. O Ministério do Trabalho e Emprego e a Saúde e Segurança no Trabalho. In: 
IPEA. Saúde e Segurança no Trabalho: Aspectos Institucionais, Sistemas de Informação e Indicadores. Brasília, 
2011. Disponível em: <http://www.cpn-nr18.com.br/uploads/documentos-gerais/livro_sst_ipea_e_fundacentro.pdf>. 
Acesso em: 5 mai. de 2017. 
10.Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
(…) 
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; (…) 
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Este é o caso das normas de segurança e saúde no trabalho. Elas passaram a ter o 
status constitucional reconhecido com o advento da Carta Magna de 1988. Sobre o 
assunto, veja o entendimento de Edwar Abreu Gonçalves: 
Oportuno ressaltar que, com o advento da Constituição Federal brasileira de 1988, as 
normas preventivas de saúde, higiene e segurança do trabalho, que possuíam embasamento 
jurídico limitado à legislação ordinária, adquiriram status constitucional, em razão do 
disposto no inciso XXII do art. 7º de nossa Lei Maior
11
 (…)
12
. (grifo nosso) 
O TST já se posicionou acerca da impossibilidade de se conferir supremacia a 
instrumentos de negociação coletiva, quando eles afrontam normas que tutelam a 
dignidade do trabalhador. Nesse sentido, cita-se excerto de um acórdão proferido em 
Recurso de Revista: 
No âmbito do Direito Coletivo do Trabalho, o princípio da autonomia privada coletiva (art. 
7º, XXVI, da Constituição Federal) autoriza que os próprios interlocutores sociais criem 
normas, mediante concessões recíprocas, inclusive com a possibilidade de eventual 
supressão dedireitos patrimoniais disponíveis dos empregados, em prol de algum outro 
benefício. O princípio em apreço, todavia, não ostenta feição absoluta, razão por que não se 
admite que as cláusulas negociadas em âmbito coletivo se sobreponham a direitos 
indisponíveis, tais como normas relativas à higiene, saúde e segurança no trabalho e outras 
relacionadas à própria dignidade humana do empregado
13
. (grifo nosso) 
Assim sendo, pode-se afirmar que a mudança legislativa é prejudicial aos 
trabalhadores, pois abre a possibilidade de um tema tão delicado como trabalho em 
ambientes insalubres ser regulamentado por sindicato e empresa. 
Entendemos que, sendo possível o enquadramento do grau de insalubridade desde 
que respeitado o exposto na NR-15, tendo em vista se tratar de norma sobre segurança e 
saúde do trabalhador. Assim sendo, uma atividade considerada de grau máximo não 
poderá ser “transformada”, via instrumento coletivo, em grau médio ou mínimo. 
Além disso, o art. 611-B, XVII, da CLT prevê que as normas acerca de saúde, 
higiene e segurança do trabalho, inclusive aquelas previstas em normas 
regulamentadoras do Ministério do Trabalho, não podem ser objeto de negociação 
coletiva. Trata-se, portanto, de contradição do legislador a previsão que permite a 
 
11. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
(…) 
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; (…) 
12. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 25. 
13. RECURSO DE REVISTA Nº TST-RR-12184-33.2014.5.03.0084. 
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alteração do grau de insalubridade, pois é uma disposição que está prevista na NR-15 do 
Ministério do Trabalho. 
Caso haja conflito entre os art. 611-A e 611-B, deve sempre prevalecer o art. 611-
B, que traz os limites à negociação coletiva. Dessa forma, assegura-se princípios básicos 
constitucionais como a dignidade da pessoa humana, a máxima eficácia do texto 
constitucional e o princípio protetivo. 
 
1.3. Reflexos nas demais parcelas 
Esse adicional, pago com habitualidade, integra as demais verbas trabalhistas
14
. 
Lembre-se de que o valor do adicional de insalubridade e periculosidade não refletem 
no Descanso Semanal Remunerado, porque esses dois adicionais são pagos 
mensalmente, já incluído, portanto, o valor do DSR. Nesse sentido, prevê a 
jurisprudência do TST: 
Orientação Jurisprudencial nº 103 da SDI – I do TST. O adicional de insalubridade já 
remunera os dias de repouso semanal e feriados. 
Vale ressaltar que o trabalho eventual em condições insalubres não dá direito ao 
adicional. Entretanto, se executado em caráter intermitente (descontínuo, mas diário), 
terá direito à percepção do adicional de insalubridade, conforme previsto na Súmula 
nº 47 do TST
15
. Lembre-se de que é necessária a perícia de profissional habilitado para 
comprovar esse caráter intermitente. 
Por fim, há discussão quanto ao pagamento do adicional de insalubridade no caso 
de faltas dos empregados. De acordo com a jurisprudência trabalhista, se a falta for 
injustificada, o empregado não receberá o adicional de insalubridade proporcionalmente 
aos dias que tiver faltado. Lembre-se de que esse adicional é modalidade de salário-
condição e somente é devido quando o empregado está exposto a agente insalubres: 
Adicional de insalubridade. Faltas injustificadas. O adicional de insalubridade tem 
natureza de salário-condição, devendo ser pago enquanto perdurar a situação que justifica 
sua instituição. Caso em que, a despeito de alegar a ocorrência de ausências injustificadas 
do empregado aptas a autorizar o pagamento proporcional da parcela, a empregadora 
deixou de comprovar a efetiva ocorrência de tais faltas, desautorizando os descontos 
efetuados. Recurso da reclamada desprovido no aspecto. (RO nº 0021168-
 
14.Súmula nº 139 do TST. “Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os 
efeitos legais.” 
15.Súmula nº 47 do TST: “O trabalho executado, em caráter intermitente, em condições insalubres não afasta, só por 
essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional”. O mesmo raciocínio é utilizado para o adicional de 
periculosidade, conforme prevê a Súmula nº 364, I, do TST. 
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27.2016.5.04.0401 – TRT da 4ª Região – Relator: Wilson Carvalho Dias – Data de 
julgamento: 30/11/2017) 
Adicional de insalubridade. Desconto dos dias de falta injustificada. O adicional de 
insalubridade não possui natureza indenizatória, mas de salário-condição, devendo o 
empregado sofrer a dedução do adicional proporcional às eventuais faltas, quando 
injustificadas. (RO nº 0000807-78.2013.5.04.0373 – TRT 4ª Região – Relator: Manuel Cid 
Jardon – Data de julgamento: 02/04/2014) 
 
1.4. Ambientes insalubres e horas extras 
Ao tratar de horas extras em atividades insalubres, importante ressaltar que, em 
maio de 2011, o TST cancelou a súmula que admitia a compensação de jornada sem 
prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com a antiga 
súmula: 
Súmula nº 349 do TST (CANCELADA). A validade de acordo coletivo ou convenção 
coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da 
inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, 
da CF/1988; art. 60 da CLT). 
A Súmula nº 349 tratava especificamente da compensação. Nesse regime, o 
empregado trabalha além da jornada normal em alguns dias para descansar em outros 
(art. 59, § 2º, da CLT). Trata-se, portanto, de uma espécie de prorrogação da jornada. 
O art. 60 da CLT prevê requisito específico para autorizar a prestação de serviços 
extraordinários em atividades insalubres. De acordo com a CLT, deve-se obter a prévia 
autorização da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, 
no caso, o Ministério do Trabalho e Emprego. Aliás, prevê o art. 60 da CLT que 
“quaisquer prorrogações” nessas atividades insalubres somente poderão ser acordadas 
mediante prévia autorização: 
Art. 60, CLT: Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros 
mencionados no capítulo “Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, ou que neles venham 
a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer 
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades 
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos 
necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer 
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, 
com quem entrarão em entendimento para tal fim. 
Aliás, mesmo antes do cancelamento da Súmula nº 349, já havia corrente na 
Magistratura do Trabalho e no MPT que defendiam a recepção do art. 60 da CLT, 
conforme abaixo transcrito: 
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Enunciado nº 49 da 1ª Jornada de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho do 
TST: O art. 60 da CLT não foi derrogado pelo art. 7º, XIII, da CF/88, pelo que é inválida 
cláusula de Convenção ou Acordo Coletivo que não observe as condições nele 
estabelecidas. 
Nesse mesmo sentido, o TRT da 4ª Região já tinha editado o posicionamento 
abaixo, que previa a necessidade de autorização do Ministério do Trabalho para a 
compensação em atividade insalubre: 
Súmula nº 67 do TRT da 4ª Região: Regime de compensação horária. Atividade 
insalubre. 
É inválido o regime de compensação horária em atividade insalubre quando não atendidas 
as exigências do art. 60 da CLT. 
Antes da Reforma Trabalhista o TST havia pacificado o assunto ao prever que era 
indispensável a realização da inspeção prévia e da autorização da autoridade competente 
para que seja válido o acordo de compensação de jornada em atividade insalubre. 
Assegurou-se, portanto, a constitucionalidade do art. 60 da CLT em relação ao art. 7º, 
XIII, CF/88: 
Súmula nº 85, VI, do TST: Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade 
insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e 
permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT. 
Além disso, havia sido estabelecido que, mesmo mediante norma coletiva, não era 
possível afastar a exigência do artigo em apreço. A inspeção prévia e autorização da 
autoridade competente têm a finalidade de assegurar a saúde e segurança do trabalhador 
e, portanto, não seria possível a flexibilização de sua exigência por instrumento coletivo 
de trabalho. 
Com a Lei nº 13.467/2017, a prorrogação da jornada e o regime de compensação 
passam a ser admitidos em atividades insalubres independentemente da autorização dos 
órgãos fiscalizatórios competentes quando autorizados por instrumento coletivo de 
trabalho. Tal entendimento choca-se com o conteúdo da Súmula nº 85, VI do TST: 
Art. 611-A da CLT. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência 
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
(…) 
XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades 
competentes do Ministério do Trabalho; 
Diante dessa alteração legislativa, a Súmula nº 85, VI do TST pode ser alterada 
em breve para prever a possibilidade de supressão da licença prévia da autoridade 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
Professor Henrique Correia 
Procurador do Trabalho 
Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora Juspodivm 
 
 
Twitter: @profcorreia / Instagram: Prof_correia 
www.youtube.com/c/HenriqueCorreiaprofessor 
Carreiras Trabalhistas:carreirastrabalhistascomElissoneHenrique - Site: www.henriquecorreia.com.br 
 
competente na hipótese de trabalho extraordinário em atividade insalubre quando 
celebrados convenção ou acordo coletivos de trabalho. 
Destaca-se que a necessidade de autorização pelo Ministério do Trabalho para que 
houvesse prorrogação e compensação de jornada representava salvaguarda àquele que 
trabalha em condições prejudiciais à sua segurança e saúde. A alteração promovida pela 
Reforma Trabalhista, nesse sentido, é prejudicial ao trabalhador e reduz o papel 
fiscalizatório do Ministério do Trabalho. 
 
Texto retirado do livro DIREITO DO TRABALHO. 5ª 
EDIÇÃO/2019. COLEÇÃO CONCURSOS PÚBLICOS 
 
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publicos-direito-do-trabalho-2019 
 
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