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1 Análise dos impactos da Ocupação Espacial do Mangal Bairro Sangariveira - Cidade de Quelimane. Analysis of the impacts of the Mangal Space Occupation In Sangariveira - City of Quelimane. Analisi degli impatti dell'occupazione spaziale mangale A Sangariveira - Città di Quelimane. Raima Mário Lampião RESUMO O panorama de uso sustentável dos recursos naturais renováveis e não renováveis é um dilema referenciado a nível global. Pós verifica-se extração insustentável dos mesmos em áreas do mangal, com objectivos de ocupação dos espaços para construção de casa e no aproveitamento dos mesmos recursos para fins comerciais para a satisfação das necessidades básicas. Todavia, as comunidades exploram os recursos sem ter em conta a sua capacidade de regeneração. Com isso o presente artigo visa analisar os impactos sócio ambientais que podem advir da ocupação desenfreada do espaço do mangal, a partir de um estudo na comunidade de Sangariveira do município de Quelimane. A realização desta pesquisa foi uma contribuição na observância de todas as medidas de prevenção e mitigação de certos impactos ambientais advindos desta ocupação. Esta atitude levada a cabo por alguns moradores, chamou atenção à necessidade de conhecer a influência das dinâmicas sócio ambientais para o microclima que poderá se alterar e originar mudanças constantes de temperatura local, através do desequilíbrio ecológico que poderá ser causado, pelo assentamento na zona do mangal. E os resultados obtidos das analises feitas, relevam que houve alteração de ocupação de espaço do mangal para construção de casas na área de estudo, ao logo dos últimos dez anos. Os impactos sobre o meio manifestam-se na alteração da paisagem do mangal, aumento demográfico, criminalidade, alteração constante da temperatura, aumento do desemprego, poluição dos solos, erosão, desequilíbrio ecológico e conflitos sociais. Uma das estratégias de mitigação à redução deste fenómeno causado pela população, seria a criação de brigadas móveis com vista a sensibilizar as comunidades locais no uso, conservação e proteção do mangal e o devido replantio de espécies de mangal não existentes naquele local. PALAVRAS-CHAVE: Ambiente, Ocupação Espacial, Mangal. 2 ABSTRACT The panorama of sustainable use of renewable and non-renewable natural resources is a dilemma referenced at a global level. After that, there is an unsustainable extraction of them in mangrove areas, with the purpose of occupying the spaces for house construction and using the same resources for commercial purposes to satisfy basic needs. However, communities exploit resources without taking into account their capacity for regeneration. Thus, this article aims to analyze the socio-environmental impacts that may arise from the unrestrained occupation of the mangrove space, based on a study in the community of Sangariveira in the municipality of Quelimane. The accomplishment of this research was a contribution in the observance of all the preventive measures and mitigation of certain environmental impacts arising from this occupation. This attitude carried out by some residents, drew attention to the need to know the influence of socio-environmental dynamics on the microclimate that may change and cause constant changes in local temperature, through the ecological imbalance that may be caused by the settlement in the area of mangrove. And the results obtained from the analyzes made, show that there was a change in the occupation of the mangrove space for the construction of houses in the study area, over the last ten years. The impacts on the environment are manifested in the alteration of the mangrove landscape, demographic increase, crime, constant temperature change, increased unemployment, soil pollution, erosion, ecological imbalance and social conflicts. One of the strategies to mitigate the reduction of this phenomenon caused by the population, would be the creation of mobile brigades in order to sensitize the local communities in the use, conservation and protection of mangroves and the due replanting of mangrove species that do not exist in that place. KEYWORDS: Environment, Space Occupation, Mangal. ___________________________________________________________________ SOMMARIO Il panorama dell'uso sostenibile delle risorse naturali rinnovabili e non rinnovabili è un dilemma cui si fa riferimento a livello globale. Successivamente, c'è un'insostenibile estrazione di essi nelle aree di mangrovie, allo scopo di occupare gli spazi per la costruzione di case e utilizzare le stesse risorse a fini commerciali per soddisfare le esigenze di base. Tuttavia, le comunità sfruttano le risorse senza tener conto della loro capacità di rigenerazione. Pertanto, questo articolo mira ad analizzare gli impatti socio- ambientali che possono derivare dall'occupazione sfrenata dello spazio delle mangrovie, sulla base di uno studio condotto nella comunità di Sangariveira nel comune di Quelimane. La realizzazione di questa ricerca è stata un contributo nel rispetto di tutte le misure preventive e mitigazione di alcuni impatti ambientali derivanti da questa occupazione. Questo atteggiamento assunto da alcuni residenti, ha attirato l'attenzione sulla necessità di conoscere l'influenza delle dinamiche socio-ambientali sul microclima che possono cambiare e causare cambiamenti costanti della temperatura locale, attraverso lo squilibrio ecologico che può essere causato dall'insediamento nell'area di Mangal. E i risultati 3 ottenuti dalle analisi effettuate mostrano che negli ultimi dieci anni si è verificato un cambiamento nell'occupazione dello spazio di mangrovie per la costruzione di case nell'area di studio. Gli impatti sull'ambiente si manifestano con l'alterazione del paesaggio delle mangrovie, aumento demografico, criminalità, costante cambiamento di temperatura, aumento della disoccupazione, inquinamento del suolo, erosione, squilibrio ecologico e conflitti sociali. Una delle strategie per mitigare la riduzione di questo fenomeno causato dalla popolazione sarebbe la creazione di brigate mobili per sensibilizzare le comunità locali all'uso, la conservazione e la protezione delle mangrovie e il dovuto reimpianto di specie di mangrovie che non esistono in quel luogo. PAROLE CHIAVE: Ambiente, Occupazione spaziale, Mangal. ___________________________________________________________________ INTRODUÇÃO O crescimento demográfico registado nas ultimas décadas, na cidade de Quelimane tem impulsionado a população a ocupar em lugares inapropriados para habitação, a titulo de exemplo é o bairro Sangariveira verifica-se extração desenfreada dos recursos naturais na área do mangal, com objectivos de ocupação dos espaços em causa, para construção de casas e para o aproveitamento dos mesmos recursos para fins económicos, caso da pesca com redes de arasto, procura de combustível lenhoso e outros. Com isto, é notável observar a perda constante da biodiversidade devido ao elevado índice de ocupação espacial do mangal, para dar lugar à construção de habitação para uso de diversos fins, como é o caso do uso de troncos das árvores para construção de casas, pontes e produção de carvão vegetal. Este facto é impulsionado pelo êxodo rural, que tem acelerado a destruição do mangal. O mangal desempenha um papel fundamental na sustentabilidade do meio ambiente, sendo que cria condições para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna e flora, bem como contribui para a manutenção da biodiversidade. Neste contexto, a destruição do mangal para habitação e fins económicos pode conduzir às mudanças do microclima local. O presente artigo tem em vista analisar os impactos sócio ambientais da ocupação do espaço do mangal no bairro Sangariveira e propor às autoridades locais e municipais, de acordo com as condiçõeseconómicas governamentais, medidas sustentáveis para mitigação e prevenção de problemas ambientais que poderão advir desta ocupação espacial, uma vez que há evidências de extinção de certas espécies animais e vegetais. 4 MÉTODO - TÉCNICA DE PESQUISA O estudo foi realizado em Moçambique, na cidade Quelimane, que é a capital da província da Zambézia, localiza-se a cerca de 20 quilometro do oceano indico. A pesquisa é de carácter descritiva e qualitativa associada ao estudo de campo, e de revisão bibliográfica, observação directa e indireta, tendo-se recorrido à entrevista padronizada para recolha de dados no campo. LOCALIZAÇÃO CÓSMICA E ASTRONÓMICA DE SANGARIVEIRA O bairro Sangariveira localiza-se entre o paralelo 17o 52’ 46’’ de latitude Sul e meridiano 36º 55’ 10’’ de longitude Este. Geograficamente esta área encontra-se no extremo Este da cidade de Quelimane, na capital da província da Zambézia. http:/www.fcsh.unl.pt/cham/eve/contente.php? printconceito=823 em 06.04.2018. No entanto, o bairro Sangarriveira situa-se no Posto Administrativo Urbano 2 denominado: Posto Administrativo Comunitário 7 de Abril, juntamente com os seguintes bairros: Coalane, Gogone, Icídua, Ivagalane, janeiro, Murropue, Torrone Novo, 7 De Abril e Sangarriveira. Tendo como limites: A Norte: bairro Murropue; A Sul: bairro Icídua e Nhanhibua; A Este: bairro Ivagalane; e A Oeste: bairro Coalane. 5 FIGURA 1 – CARTOGRAMA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO- SANGARIVEIRA. Fonte: organizada pelo Autor O estudo é de domínio ambiental, ou por outra, enquadra-se na linha de pesquisa virada ao Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A escolha do tema deste artigo cientifico resultou da observação de práticas que conduzem à destruição do mangal, levadas a cabo pelos moradores de forma recorente, através da ocupação indevida para dar lugar a construção de casas. Durante algumas visitas realizadas pela autora, na área de estudo, e aquando da elaboração de trabalhos de natureza cintífica, ficou evidente a degradação exponencial do mangal por razões anteriormente descrtitas. Esta atitude por parte dos moradores chamou atenção à autora, a necessidade de conhecer a influência das dinâmicas sócio ambientais para o microclima que poderá alterar-se e originar mudanças constantes de temperaturas locais, através do desiquilibrio ecológico que poderá ser causado pelo assentamento na zona do mangal. A ser assim, pela caracterização do problema e seus possíveis impactos, este tema se presa relevante, oportuno e de actualidade, além de que tem sido preocupação fundamental da agência internacional de meio ambiente, do Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural e de vários seguimentos da sociedade um pouco por todo mundo. 6 O tema tem grande importância na conjuntura social com destaque para os pesquisadores da linha de pesquisa de ambiente e desenvolvimento sustentável e para os professores de Geografia que, de certa maneira devem educar os alunos na observância de todas as medidas de prevenção e mitigação de certos impactos ambientais. Também, ajudará na melhoria da qualidade de saúde pública, estética e ecológico deste espaço. Diante destas razões, surgiu a necessidade de desenvolver o estudo que em parte seja uma contribuição na identificação dos possíveis impactos que poderão assolar a população local tanto regional em destaque a comunidade de Sangariveira. MARCO TEÓRICO No âmbito do tema proposto a desenvolver no presente artigo cientifico é necessário fazer um enquadramento do mesmo, assim como considerar e analisar os vários conceitos e perspetivas teóricas subjacentes. A essência do marco teórico é de permitir melhor compreensão e articulação da questão em estudo, efetuou-se alguns conceitos com base nas ideias de alguns autores que salientam a temática do impacto ambiental e do mangal, trazendo sugestões que venham sustentar sobre os possíveis impacto que poderão surgir com o passar dos tempos nestas áreas através de sua ocupação. Meio ambiente O termo meio ambiente de forma mais simples ou em termos antropogénicos representa o conjunto de tudo que se encontra ao nosso redor, isto é, meio físico, sócio- económico e cultural. Porém, em termos mais genérico a lei de ambiente nº 20/97 de 1 de outubro do Artigo 1, define meio ambiente como: “O meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio e inclui o ar, a terra, a água, os ecossistemas, a biodiversidade e relações ecológicas, todas matérias orgânicas e inorgânicas, toas condições sócio-culturais e económicas que afectam a vida das comunidades”. De acordo com TRIGO (2003: 229): O termo “meio” (do latim médium) se refere ao lugar onde pode ser encontrado qualquer ser vivo, enquanto o termo “ambiente” (do latim ambire) se refere que envolve este lugar. Dessa forma o termo ambiente completa a ideia de meio entorno ou de realidade física que envolve todos os seres vivos do planeta 7 Portanto, o meio ambiente pode ser um espaço natural (florestas, formações montanhosas, meio aquático, entre outros), assim como, pode ser meio em que houve intervenção do ser humano (ambiente com assentamentos humanos, com particular destaque para as áreas urbanas). Impacto Antes de prolongar as discussões sobre o tema cabe a vez de compreender inicialmente a essência do termo impacto e ambiente. Empiricamente pode-se dizer que o impacto é o acto de impactar, colidir. No sentido mais amplo (SÁNCHEZ, 2006:15) afirma que: “O impacto de uma actividade é um desvio (uma mudança) de uma situação base causada por essa actividade. A situação base é a situação ambiental existente ou condição na ausência de uma actividade e estas podem ser: água (quantidade, qualidade acesso, sazonalidade), solos (erosão, produtividade da cultura, salinidade, nutrientes), flora (composição e densidade da vegetação natural produtividade, espécies chave), fauna (populações, habitat), saúde (vectores de doenças, patogenia) e ecossistemas especiais.” Nesta ordem de ideia fica claro compreender e perceber que o impacto é a alteração dos elementos água, solo, fauna, flora, saúde e ecossistemas especais que são ecossistema de uma área protegida, por exemplo, através de actividades exercidas com maior pressão sobre esses mesos elementos. Impacto Ambiental O impacto ambiental para além de estar inserido na relação sociedade/natureza, diz respeito às alterações, de modo que pode ser inserido em dinâmicas de rupturas em processos que se desestruturam ou se reestruturam, surgindo novas mudanças. Nestes moldes, nota-se que o impacto ambiental refere-se exclusivamente aos efeitos da acção humana sobre o meio ambiente. No contexto do bairro em estudo, o impacto ambiental poderá levar à degradação ambiental a qual ocorre quando há perda de adaptação das características físicas e biológicas. Ocupação de espaço 8 Segundo a lei de terras nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 1, a ocupação se refere a forma de aquisição do direito de uso e aproveitamento da terra por pessoas singulares nacionais que, de boa-fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos, ou pelas comunidades locais. De acordo com a mesma lei de terras acima citada no Artigo 3, a Terra é propriedade do Estado e não deve ser vendida ou, por qualquer outra forma, alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de criação da riqueza e do bem-estar social, o uso e aproveitamento de terra é direito de todo povo moçambicano. Todavia está ainda patente na presente lei de terra nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 9, que o direito de uso e aproveitamento da terra, não pode ser concedido nas zonas de protecção total e parcial, visto tratar-se de zonas de domínio publico (zonas destinadas à satisfação do interesse público). Nestas zonas só é permitido o exercício de determinadasactividades mediante emissão de licenças especiais. O que nos leva ainda a perceber que a ocupação da área do mangal não só é proibida por lei, mas como uma área de protecção não se deve ocupar, vender, ou dada por herança ou outra forma de transpasse, pois, são lugares de preservação e não de ocupação. De acordo com a lei de terra nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 1, “Zona de protecção da natureza é um bem do domínio público, destinado à conservação ou preservação de certas espécies animais ou vegetais, da biodiversidade, de monumentos históricos, paisagísticos e naturais, em regime de maneio preferencialmente com a participação das comunidades locais, determinado em legislação específica.” Dai que para a área de estudo, fazendo parte da zona de protecção total de acordo com Artigo 7 da mesma lei acima citada, não pode ser adquirida direito de uso e aproveitamento da terra, podendo, no entanto, ser emitidas licenças especiais para o exercício de actividades determinadas nestas áreas. Importância dos mangais Segundo HOGARTH (2015:10), os mangais providenciam uma série de serviços ecológicos e sócio-económicos importantes para as comunidades costeiras e não só. Ecologicamente são um local de grande biodiversidade, incluindo plantas, animais, bactérias, fungos e outros grupos tróficos importantes. 9 As florestas do tipo mangal estão entre os ecossistemas mais produtivos e biologicamente importantes do mundo, pois fornecem bens e serviços dos ecossistemas importantes para a sociedade humana e os sistemas costeiros e marinhos. O mesmo autor afirma que, os caranguejos de mangal, são considerados como espécies chave pelo facto de desempenharem um papel muito importante na perturbação que facilita a aeração do solo, bem como na decomposição da folhagem do mangal, contribuindo desta forma, na formação e manutenção das propriedades do solo, as quais são a base para a sobrevivência do mangal. Para FAO (2007:41), os Mangais ajudam também a proteger os recifes de coral, tapetes de ervas marinhas e rotas de navegação por aprisionamento de sedimentos transportados por erosão das terras altas. Esta é uma função-chave na prevenção e redução da erosão costeira e fornece comunidades próximas a protecção contra os efeitos do vento, ondas e correntes de água. Segundo KATHIRESAN (2000:38), uma grande parte do serviço ecológico desempenhado pelo mangal está ligada a protecção da costa em relação a radiação Ultravioleta-B, efeito de estufa e fúria dos ciclones, inundações, elevação do nível do mar, acção das ondas e erosão costeira. Os pântanos do mangal funcionam, portanto como armadilhas de sedimentos. Para a área em estudo, os mangais são de grande importância, servindo como fonte de rendimento de certas famílias na extração de estacas para produção de carvão vegetal, lenha, pesca, no controle e regularização da temperatura local e protecção contra erosão. Causas da ocupação do mangal A ocupação do mangal está ligada aos vários aspectos desde a exploração de lenha, produção de carvão vegetal, construção de habitação. Sendo esta ocupação contra lei, estão por outra, associados a factores como pobreza, êxodo rural e o crescimento demográfico. Pobreza A pobreza foi inicialmente relacionada com a falta de rendimentos (dinheiro) necessários para a satisfação das necessidades básicas. Porque esta definição monetarista 10 não cobria todas as vertentes da pobreza, foi-se alargando o conceito para abarcar aspectos como a falta de acesso à educação, saúde, água e saneamento, entre outros. A pobreza implica uma forte dependência dos recursos naturais a qual esta ligada a sobrevivência das pessoas. A isto alia-se a elevadas taxas de crescimento e concentração populacional, conduzindo a índices de degradação preocupante dos recursos. (MOJANE, 1996). Para área de estudo a pobreza faz com que haja uma forte dependência nos recursos do mangal, tanto que ocupam áreas da mesma para implantação de casas, isto porque a maior parte da população é do sector primário (pesca com rede de arrasto) e do sector terciário (comércio de produtos de primeira necessidade, transportadores de pessoas denominados taxista e pequenas prestações de serviço nas actividades económicas). Crescimento demográfico O aumento da urbanização e de habitantes nas áreas urbanas faz crescer a degradação do meio ambiente, porque a urbanização traz mudanças e impactos ao meio ambiente, ao ser humano, a economia e a vida social. A população ocupa sempre um espaço geográfico definido, sobre o qual exerce a sua influência transformadora, através da interação do homem com o meio ambiente. O homem actua sobre o ecossistema mangal, ao ocupar um espaço físico por meio de instalação dos assentamentos humanos e pela utilização da floresta como recurso, para satisfazer as suas necessidades socioeconómicas. O uso dos recursos florestais ocorre independentemente do crescimento e distribuição da população, influenciando apenas a sua intensidade. (ARAÚJO 1997). Portanto, parte considerável da população do bairro Sangariveira, imigrou de certos lugares da província (em particular a província da Zambézia) em busca de melhores condições de vida, saindo do campo para centros urbanos, com expectativas de encontrarem melhores postos de trabalho. FONTOURA, (2013:8) afirma que “O crescimento populacional é um factor que provoca mudanças na dinâmica de uma cidade, o que necessita de uma infra-estrutura para suprir as necessidades da densidade populacional vigente, visto que a demanda e a 11 procura pelos serviços essenciais como saúde, educação, segurança, casas habitacionais também aumentam.” A ocupação do espaço em áreas indevidas como o caso do bairro em estudo, é uma prática comum em algumas cidades, ocasionada principalmente pelo acelerado crescimento populacional e utilização de áreas consideradas impróprias à construção de casas pelo processo intenso de urbanização, causando desequilíbrio ambiental no espaço urbano. Êxodo rural O êxodo rural, como se pode perceber, desencadeia uma intensa migração populacional rural-urbana, levando ao arranjo desordenado da população nas cidades até então existentes e/ou contribuindo para o surgimento de novos aglomerados populacionais. A comunidade da área de estudo sendo na sua maioria, provenientes de vários pontos da província da Zambézia, recorrem a áreas com desenvolvimento de mangal para fixarem suas residências. Nestes moldes, ficam desfavorecidos de certos serviços municipais como qualidade no abastecimento de água, valas de drenagens, lixeiras, entre outros. Impactos sócio ambientais da ocupação do mangal As consequências mais notórias advindas da ocupação do mangal destacam-se a insegurança sanitária, devido o fraco saneamento do meio, e aliado a isso está a má gestão dos resíduos sólidos, a qual afecta directamente a saúde da população contraindo assim doenças diarreicas. O crescimento populacional no bairro em estudo deu-se através da ocupação do espaço de mangal para construção de casas, desconsiderando qualquer valor ambiental que este ecossistema pudesse representar. As mudanças climáticas podem afetar o ecossistema através das mudanças nos diferentes factores do clima e seus impactos no meio do mangal e nos processos ecológicos que nele têm lugar. (MICOA 2007). Em suma, estes problemas consequentes da ocupação espacial da área do mangal, deve-se principalmente pela localização da área ocupadas. 12 A destruição do mangal além de diminuir os seus potenciais produtos e serviços tem um impacto nos processos ecológicos a eles inerentes. Por exemplo a sua destruição provoca ruptura na cadeia alimentar o que pode originar uma maior pressão sobre a microflora e sobre os diferentes tipos de fauna que deles dependem. (LITULO et al 2000). No mesmo local de estudo, nota-se também a retirada deestacas para uso em construções de casas e no fabrico de carvão vegetal, deixando áreas devastadas e mais propensas a ventos fortes, uma vez que a estes espaços fica completamente desprotegidos. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTDOS Após a recolha e codificação dos dados, fez-se a apresentação e de seguida a respetiva análise dos resultados da entrevista dirigidas aos moradores e secretário do bairro Sangariveira assim como o chefe do posto. A quanto tempo vive neste bairro. Já para esta questão responderam todos moradores entrevistados, sendo que M2, M7 e M18 “A 1 ano que vivo aqui”. M14 “1 ano, estou a vir do Gilé”. M3 e M4 “A 2 anos”. M13 “3 anos vivia antes de vir aqui em Inhassunge”. M16 “3 anos venho de distrito e Nicoadala”. M22 e M19 “3 anos”. M30 “A 4 anos só. Somos naturais de Gilé”. M8 e M17 “5 anos”. M15 “5 anos porque antes vivia na Maganja da Costa”. M6 “6 anos” M26 “7 anos”. M20 “9 anos”. M1 “A 11 anos que estou a viver aqui neste bairro”. M27 “15 anos”. M23 “Já faz muito tempo que vivo aqui desde 2002, vivo a 16 anos praticamente”. M21 “20 anos”. M10 “Aqui estou desde 1996, vivia no Chinde, então estou aqui a 22 anos mesmo”. M25 “Desde que eu era criança com 4 anos de idade, naquele tempo. Vivo a 29 anos aqui neste bairro”. M5, M9 e M17 “Mais de 30 anos”. M24 “Desde que eu nasci vivia aqui com meus pais a 49 anos estou aqui”. Com esta pergunta, percebeu-se que a maioria dos moradores está pelo menos neste bairro, mais de dez anos; o que nos leva a compreender que a maior parte da população deste bairro começou a habitar no bairro na década de 90. Facto que implica dizer que os entrevistados já têm conhecimento sobre a ara em estudo e evolução deste problema, carregando factos ocorridos do processo de ocupação destas áreas. As formas de uso do espaço no bairro Sangariveira. 13 Neste ponto, procurou-se apresentar e analisar, o envolvimento dos moradores no uso insustentável do espaço, no que tange ao uso e aproveitamento de terra, para perceber dos moradores em relação a sua utilização e protecção. Como adquiriu este espaço e se as autoridades municipais sabem. Responderam para esta questão todos moradores entrevistados, sendo que M1, M14, M17, M2o M22 e M27 responderam “Comprei de alguém, sim sabem”. M2, M3, M4, M5 M8, M10, M19, M23, M26 e M30 “Comprei e município não sabe”. M6, M13, M16, M21 e M24 “Peguei, não município não sabe”. M9 “Dado por alguém, sim município sabe”. M11 “Deixado como herança dos pais. Sim sabem”. M12 “Herdei do meu pai, não sabe”. M15 “Dado por alguém, não município não sabe”. M25 “Meus pais compraram, nós somos de Chinde. Nada as autoridades não sabem”. M28 “Meu tio comprou era grande depois cortou para mim, mas tive que lhe dar um dinheirinho nem. Nada, não sabe”. M29 “Este espaço na altura meus pais foram oferecidos com o regulo daqui da zona. Não, faz muito tempo”. Contudo, percebeu-se que a maiorias dos moradores adquiriram o espaço já a bastante tempo sem o conhecimento das autoridades locais ou municipais, e com o passar do tempo, iniciaram a venda para outras famílias e transpassando-se também, de pai para filho como herança. Gosta de viver neste local (mangal). Já nesta questão, responderam todos os 30 moradores entrevistados, onde M1, M2, M4, M8, M12, M14, M16, M20, M23 e M30 responderam “Sim gosto”. M7, M10, M26 e M27 “Sim gosto não tenho outra alternativa”. M9, M11, M18, M24, M25, M28 e M29 “Sim questão de hábito”. M3, M6, M13, M15, M19 e M22 “Não, falta de alternativas”. M5, M16 e M21 “Não porque está perto do mangal e não oferece condições”. Com isso, percebeu-se que a maioria dos moradores não gostam de viver neste local, porque que não cria condições mínimas para implantação de habitações, mas por falta de alternativas e meio económicos elas acabaram não tendo muitas opções senão habitar naquelas condições e dizer que gosta de viver la. Por outra, aos moradores que diz sim, vê-se sem muitas alternativas de escolha. Tem noção dos riscos que corre habitando neste local (mangal). 14 Responderam para esta questão, todos os 30 moradores entrevistados, sendo que M1, M4, M6, M7, M8, M12, M13, M14, M15, M16, M17, M19, M20, M21, M22, M27 e M28 responderam “Sim tenho conhecimento”. M3, M5, M9, M11 e M18 “Sim, mas não tenho alternativa”. M10 “Risco, sim claro, porque aqui é no mangalo”. M23 “Sim tenho porque ultimamente sofremos muito”. M26 “Sim tenho, até porque tenho medo”. M29 “Bem todos estamos expostos, mas temos prevenido”. E os restantes M2, M25 e M30 responderam” Não”. Contudo, percebeu-se que os moradores têm noção dos riscos que correm habitando nestas áreas do bairro, uma vez que há falta de condições para efectuar a devida mudança para lugares seguros, embora que uma minoria dos entrevistados afirmou que não sabe se correm risco algum, o que é preocupante. Na sua opinião o que é mangal e qual é sua importância. Para avaliar a importância do mangal para sociedade no geral, em relação ao uso sustentável colocou-se a pergunta acima referenciada, onde responderam a essa questão todos os moradores entrevistados, sendo que M1 e M26 responderam “Mangal é um lugar que serve como habitat dos animais e plantas com solos salgados. E a importante na variação, as árvores protegem a erosão, pesca e mais”. M2, M15, M21 e M25 “Não sei o que é mangal. É importante para fazer necessidade maior”. M3, M4, M5 e M30 “Mangal é um lugar que se usa para pescar. É importante porque nos dá peixe”. M6, M8, M10 e M16 “O mangal serve para nos dar peixe, paus para lenha e carvão”. M7, M9, M13, M14, M17, M22, M27 e M28 “É importante porque nos dá peixe, areia usamos para maticar casas, tira paus para casa, carvão”. M12 e M18 “Mangal e um lugar que não é para se viver, mas não temos como”. M20, M23, M24 e M29 “Mangal é um lugar onde há água salgada e tipo de árvores diferentes e animai O que quer dizer que, mesmo os moradores sabendo dos benefícios que o mangal pode trazer, como para além de satisfação de certas necessidades: pesqueira, aquisição de combustível lenhoso e mais, tem a questão de estética, a prática do turismo e outros, mesmo assim a população converte estas áreas para implantação de habitação, sem olhar no prejuízo que os pode trazer e nem o período de regeneração, acabando por devastar grandes áreas para posterior ocupação. Conhece os problemas que resultam do corte do mangal 15 Já para esta questão responderam a esta questão todos os moradores, sendo que M1, M6, M7, M14, M15, M16, M19, M22, M23 e M26 “provoca erosão do solo, animais fogem, ventos fortes, mudanças de temperatura e perda de pescado”. M28 e M3 “Sim, provoca erosão, ventos fortes, correntes de águas dos mares altos e com medo de nossas crianças se afogarem”. M8 “Procura de lenha, paus para carvão”. M10 e M29 “Os problemas é que agora não se apanha, mas caranguejo aqui, nem todwe esta fugir porque população toda hora esta aqui a cortar paus, a cavar matope para casa”. M18, M18 e M25 “Erosão, ventos fortes e cheias porque andam a cavar o mangal”. M23 e M24 “Quando s corta mangal ficamos sem paus para lenha nem carvão, começa vir muito chuva também chega muito forte e enche aqui todo lado. M30 “Sim quando se corta árvore provoca erosão, calor aumenta e frio porque a árvore nos ajuda na respiração, o rio aumenta de tamanho também cada vez mais”. E os restantes M2, M5, M11, M12, M13 e M27 responderam “Não sabe”. Diante disto percebeu-se que o ecossistema mangal está sofrendo uma forte pressão por parte dos moradores daquele bairro, uma vez que o mangal tem sido o foco das pessoas com falta de fundos monetários para aquisição de espaço no meio urbano, criando-se assim, um desequilíbrio ecológico. Qual é a principal causadora desse problema Responderam a esta questão todos os moradores entrevistados, sendo que M1, M4, M9, M17, M19, M20, M25, M28 e M29 responderam “É o homem, nósaqui na zona. Porque não temos dinheiro, nós não trabalhamos”. M3 “Os causadores são correntes de água”. M6, M10, M14, M15, M16, M26 e M30 “Nos as pessoas que cortamos as árvores”. M7, M8, M18, M21, M23 e M24 “Pessoas que cavam para tirar areia e água da maré”. E por último responderam M2, M5, M11, M12, M13, M23 e M27 “Não sabe”. Diante disto, nota-se que o Homem sendo ele elemento morador da área de estudo, é o principal causador destes problemas, desde o memento que ele passou a ocupar áreas semelhantes para construção de suas residências, dai que, acaba interferindo no sistema todo que constitui o habitat, deixando-o vulnerável ao abandono de certas espécies da área. Discussão dos resultados 16 Os resultados apresentados acima, mostram que os moradores de certa forma ocupam este espaço por falta de condições monetárias, que lhes possa facilitar na aquisição de novos espaços e que sejas estes, seguros para sua habitação. Contudo, percebeu-se que esses por sua vez, estão neste bairro desde muito tempo, ocupando este espaço de mangal de forma ilegal, o que quer dizer que a fiscalização desta área não tem sido rigorosa nem levada a sério, senão, não haveria igual número de moradores que há hoje, onde uns vendem o espaço às outras famílias oque é proibido por lei, e outros deixaram para seus ente-queridos como herança. Percebeu-se também, que os moradores daquele bairro têm noção dos riscos ambientais a qual estão expostos, mas mesmo assim ainda procuram fixar suas casas em lugares semelhantes. Os moradores passaram a entulhar seus quintais com resíduos sólidos que tem sido produzido localmente como um costume geral na área de estudo sem olhar nas regras básicas de higiene e saúde. Mediante esta situação percebeu-se que os moradores têm informação sobre a conservação da área do mangal, pois o governo local tem dado a conhecer sobre o uso desenfreado do ecossistema mangal e da sua ocupação para construção de casas, mas, os moradores não têm aplicado estas normas, visto que, os mesmos alegam que o mangal tem sido útil para eles, pois serve de fonte de renda para certas famílias. Para finalizar, os principais impactos constatados durante a elaboração do presente trabalho advindos da ocupação espacial do mangal, foram: o aumento populacional, o aumento do desemprego, mudança da temperatura local, diminuição do pescado, erosão e cheias das marés. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os impactos das actividades humanas sobre o mangal são negativos, pois, alguns moradores não demostram tanta preocupação no que diz respeito a conservação e preservação do mangal, porque os impactos sobre o mangal têm efeitos directos, locais e futuramente podem ser regionais de grande significância. Portanto, o crescimento socioeconómico e a concentração populacional no bairro em questão, é um dos factores que contribui para a procura e ocupação do espaço de mangal, 17 sendo este que faz com que haja uma pressão no uso desenfreado desse ecossistema sem ter em conta a capacidade de regeneração, e esta prática afecta o sistema local e global. Na questão referente a preferência ou não de estabelecer uma moradia naquela zona de mangal, conclui que os moradores na sua maioria não gostam de viver neste lugar, visto que se trata de zonas de influências de marés, tanto que passam ao longo do ano entulhando com resíduos sólidos não selecionados produzidos em suas residências como forma de elevar o espaço para não sofrer com estas enchente. Esta prática danifica o solo, causando poluição do ar e consequentemente a transmissão de doenças diarreicas. Dai que estes espaços não sendo adequados para o implante de residências por serem do tipo mangal e sendo por outra, contra lei de conservação, é pertinente a retirada dos moradores destes lugares. Conhecendo-se os problemas que resultam do corte do mangal constatei também que os moradores sofrem com esta prática, sentindo a necessidade de se mudarem para lugares condicionados para habitação mais por falta de fundos monetários sentem-se limitados e sem opção, logo mantêm-se nestes lugares. Os impactos negativos que se manifestam a partir da conversão da área do mangal para construção de casas destacam-se: impactos sociais: crescimento populacional, contribui no aumento da criminalidade, aumento do desemprego, conflitos, choques culturais. E dos impactos ambientais: destacam-se alteração do micro clima, extinção da microflora e fauna local, intensidades das correntes marítimas influenciadas pelas subidas do nível do mar e degradação REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ARAUJO, M. G. M. 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