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Art. Raima

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1 
 
Análise dos impactos da Ocupação Espacial do 
Mangal 
Bairro Sangariveira - Cidade de Quelimane. 
 
Analysis of the impacts of the Mangal Space Occupation 
In Sangariveira - City of Quelimane. 
 
Analisi degli impatti dell'occupazione spaziale mangale 
A Sangariveira - Città di Quelimane. 
 
Raima Mário Lampião 
 
RESUMO 
O panorama de uso sustentável dos recursos naturais renováveis e não renováveis é 
um dilema referenciado a nível global. Pós verifica-se extração insustentável dos mesmos 
em áreas do mangal, com objectivos de ocupação dos espaços para construção de casa e 
no aproveitamento dos mesmos recursos para fins comerciais para a satisfação das 
necessidades básicas. Todavia, as comunidades exploram os recursos sem ter em conta a 
sua capacidade de regeneração. Com isso o presente artigo visa analisar os impactos sócio 
ambientais que podem advir da ocupação desenfreada do espaço do mangal, a partir de 
um estudo na comunidade de Sangariveira do município de Quelimane. 
A realização desta pesquisa foi uma contribuição na observância de todas as medidas 
de prevenção e mitigação de certos impactos ambientais advindos desta ocupação. Esta 
atitude levada a cabo por alguns moradores, chamou atenção à necessidade de conhecer 
a influência das dinâmicas sócio ambientais para o microclima que poderá se alterar e 
originar mudanças constantes de temperatura local, através do desequilíbrio ecológico 
que poderá ser causado, pelo assentamento na zona do mangal. E os resultados obtidos 
das analises feitas, relevam que houve alteração de ocupação de espaço do mangal para 
construção de casas na área de estudo, ao logo dos últimos dez anos. Os impactos sobre 
o meio manifestam-se na alteração da paisagem do mangal, aumento demográfico, 
criminalidade, alteração constante da temperatura, aumento do desemprego, poluição dos 
solos, erosão, desequilíbrio ecológico e conflitos sociais. Uma das estratégias de 
mitigação à redução deste fenómeno causado pela população, seria a criação de brigadas 
móveis com vista a sensibilizar as comunidades locais no uso, conservação e proteção do 
mangal e o devido replantio de espécies de mangal não existentes naquele local. 
PALAVRAS-CHAVE: Ambiente, Ocupação Espacial, Mangal. 
2 
 
 
ABSTRACT 
The panorama of sustainable use of renewable and non-renewable natural resources 
is a dilemma referenced at a global level. After that, there is an unsustainable extraction 
of them in mangrove areas, with the purpose of occupying the spaces for house 
construction and using the same resources for commercial purposes to satisfy basic needs. 
However, communities exploit resources without taking into account their capacity for 
regeneration. Thus, this article aims to analyze the socio-environmental impacts that may 
arise from the unrestrained occupation of the mangrove space, based on a study in the 
community of Sangariveira in the municipality of Quelimane. 
 The accomplishment of this research was a contribution in the observance of all the 
preventive measures and mitigation of certain environmental impacts arising from this 
occupation. This attitude carried out by some residents, drew attention to the need to 
know the influence of socio-environmental dynamics on the microclimate that may 
change and cause constant changes in local temperature, through the ecological imbalance 
that may be caused by the settlement in the area of mangrove. And the results obtained 
from the analyzes made, show that there was a change in the occupation of the mangrove 
space for the construction of houses in the study area, over the last ten years. The impacts 
on the environment are manifested in the alteration of the mangrove landscape, 
demographic increase, crime, constant temperature change, increased unemployment, soil 
pollution, erosion, ecological imbalance and social conflicts. One of the strategies to 
mitigate the reduction of this phenomenon caused by the population, would be the 
creation of mobile brigades in order to sensitize the local communities in the use, 
conservation and protection of mangroves and the due replanting of mangrove species 
that do not exist in that place. 
KEYWORDS: Environment, Space Occupation, Mangal. 
___________________________________________________________________ 
SOMMARIO 
 Il panorama dell'uso sostenibile delle risorse naturali rinnovabili e non rinnovabili è 
un dilemma cui si fa riferimento a livello globale. Successivamente, c'è un'insostenibile 
estrazione di essi nelle aree di mangrovie, allo scopo di occupare gli spazi per la 
costruzione di case e utilizzare le stesse risorse a fini commerciali per soddisfare le 
esigenze di base. Tuttavia, le comunità sfruttano le risorse senza tener conto della loro 
capacità di rigenerazione. Pertanto, questo articolo mira ad analizzare gli impatti socio-
ambientali che possono derivare dall'occupazione sfrenata dello spazio delle mangrovie, 
sulla base di uno studio condotto nella comunità di Sangariveira nel comune di 
Quelimane. 
 La realizzazione di questa ricerca è stata un contributo nel rispetto di tutte le misure 
preventive e mitigazione di alcuni impatti ambientali derivanti da questa occupazione. 
Questo atteggiamento assunto da alcuni residenti, ha attirato l'attenzione sulla necessità 
di conoscere l'influenza delle dinamiche socio-ambientali sul microclima che possono 
cambiare e causare cambiamenti costanti della temperatura locale, attraverso lo squilibrio 
ecologico che può essere causato dall'insediamento nell'area di Mangal. E i risultati 
3 
 
ottenuti dalle analisi effettuate mostrano che negli ultimi dieci anni si è verificato un 
cambiamento nell'occupazione dello spazio di mangrovie per la costruzione di case 
nell'area di studio. Gli impatti sull'ambiente si manifestano con l'alterazione del 
paesaggio delle mangrovie, aumento demografico, criminalità, costante cambiamento di 
temperatura, aumento della disoccupazione, inquinamento del suolo, erosione, squilibrio 
ecologico e conflitti sociali. Una delle strategie per mitigare la riduzione di questo 
fenomeno causato dalla popolazione sarebbe la creazione di brigate mobili per 
sensibilizzare le comunità locali all'uso, la conservazione e la protezione delle mangrovie 
e il dovuto reimpianto di specie di mangrovie che non esistono in quel luogo. 
PAROLE CHIAVE: Ambiente, Occupazione spaziale, Mangal. 
___________________________________________________________________ 
INTRODUÇÃO 
O crescimento demográfico registado nas ultimas décadas, na cidade de Quelimane 
tem impulsionado a população a ocupar em lugares inapropriados para habitação, a titulo 
de exemplo é o bairro Sangariveira verifica-se extração desenfreada dos recursos naturais 
na área do mangal, com objectivos de ocupação dos espaços em causa, para construção 
de casas e para o aproveitamento dos mesmos recursos para fins económicos, caso da 
pesca com redes de arasto, procura de combustível lenhoso e outros. Com isto, é notável 
observar a perda constante da biodiversidade devido ao elevado índice de ocupação 
espacial do mangal, para dar lugar à construção de habitação para uso de diversos fins, 
como é o caso do uso de troncos das árvores para construção de casas, pontes e produção 
de carvão vegetal. Este facto é impulsionado pelo êxodo rural, que tem acelerado a 
destruição do mangal. 
O mangal desempenha um papel fundamental na sustentabilidade do meio ambiente, 
sendo que cria condições para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna e flora, 
bem como contribui para a manutenção da biodiversidade. Neste contexto, a destruição 
do mangal para habitação e fins económicos pode conduzir às mudanças do microclima 
local. 
O presente artigo tem em vista analisar os impactos sócio ambientais da ocupação do 
espaço do mangal no bairro Sangariveira e propor às autoridades locais e municipais, de 
acordo com as condiçõeseconómicas governamentais, medidas sustentáveis para 
mitigação e prevenção de problemas ambientais que poderão advir desta ocupação 
espacial, uma vez que há evidências de extinção de certas espécies animais e vegetais. 
4 
 
MÉTODO - TÉCNICA DE PESQUISA 
O estudo foi realizado em Moçambique, na cidade Quelimane, que é a capital da 
província da Zambézia, localiza-se a cerca de 20 quilometro do oceano indico. A pesquisa 
é de carácter descritiva e qualitativa associada ao estudo de campo, e de revisão 
bibliográfica, observação directa e indireta, tendo-se recorrido à entrevista padronizada 
para recolha de dados no campo. 
LOCALIZAÇÃO CÓSMICA E ASTRONÓMICA DE SANGARIVEIRA 
O bairro Sangariveira localiza-se entre o paralelo 17o 52’ 46’’ de latitude Sul e 
meridiano 36º 55’ 10’’ de longitude Este. Geograficamente esta área encontra-se no 
extremo Este da cidade de Quelimane, na capital da província da Zambézia. 
http:/www.fcsh.unl.pt/cham/eve/contente.php? printconceito=823 em 06.04.2018. 
No entanto, o bairro Sangarriveira situa-se no Posto Administrativo Urbano 2 
denominado: Posto Administrativo Comunitário 7 de Abril, juntamente com os seguintes 
bairros: Coalane, Gogone, Icídua, Ivagalane, janeiro, Murropue, Torrone Novo, 7 De 
Abril e Sangarriveira. Tendo como limites: 
 A Norte: bairro Murropue; 
 A Sul: bairro Icídua e Nhanhibua; 
 A Este: bairro Ivagalane; e 
 A Oeste: bairro Coalane. 
5 
 
FIGURA 1 – CARTOGRAMA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO- 
SANGARIVEIRA. 
 
Fonte: organizada pelo Autor 
O estudo é de domínio ambiental, ou por outra, enquadra-se na linha de pesquisa 
virada ao Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 
A escolha do tema deste artigo cientifico resultou da observação de práticas que 
conduzem à destruição do mangal, levadas a cabo pelos moradores de forma recorente, 
através da ocupação indevida para dar lugar a construção de casas. Durante algumas 
visitas realizadas pela autora, na área de estudo, e aquando da elaboração de trabalhos de 
natureza cintífica, ficou evidente a degradação exponencial do mangal por razões 
anteriormente descrtitas. 
Esta atitude por parte dos moradores chamou atenção à autora, a necessidade de 
conhecer a influência das dinâmicas sócio ambientais para o microclima que poderá 
alterar-se e originar mudanças constantes de temperaturas locais, através do desiquilibrio 
ecológico que poderá ser causado pelo assentamento na zona do mangal. A ser assim, 
pela caracterização do problema e seus possíveis impactos, este tema se presa relevante, 
oportuno e de actualidade, além de que tem sido preocupação fundamental da agência 
internacional de meio ambiente, do Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento 
Rural e de vários seguimentos da sociedade um pouco por todo mundo. 
6 
 
O tema tem grande importância na conjuntura social com destaque para os 
pesquisadores da linha de pesquisa de ambiente e desenvolvimento sustentável e para os 
professores de Geografia que, de certa maneira devem educar os alunos na observância 
de todas as medidas de prevenção e mitigação de certos impactos ambientais. Também, 
ajudará na melhoria da qualidade de saúde pública, estética e ecológico deste espaço. 
Diante destas razões, surgiu a necessidade de desenvolver o estudo que em parte seja uma 
contribuição na identificação dos possíveis impactos que poderão assolar a população 
local tanto regional em destaque a comunidade de Sangariveira. 
MARCO TEÓRICO 
No âmbito do tema proposto a desenvolver no presente artigo cientifico é necessário 
fazer um enquadramento do mesmo, assim como considerar e analisar os vários conceitos 
e perspetivas teóricas subjacentes. A essência do marco teórico é de permitir melhor 
compreensão e articulação da questão em estudo, efetuou-se alguns conceitos com base 
nas ideias de alguns autores que salientam a temática do impacto ambiental e do mangal, 
trazendo sugestões que venham sustentar sobre os possíveis impacto que poderão surgir 
com o passar dos tempos nestas áreas através de sua ocupação. 
Meio ambiente 
O termo meio ambiente de forma mais simples ou em termos antropogénicos 
representa o conjunto de tudo que se encontra ao nosso redor, isto é, meio físico, sócio-
económico e cultural. Porém, em termos mais genérico a lei de ambiente nº 20/97 de 1 de 
outubro do Artigo 1, define meio ambiente como: 
“O meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre 
si e com o próprio meio e inclui o ar, a terra, a água, os ecossistemas, 
a biodiversidade e relações ecológicas, todas matérias orgânicas e 
inorgânicas, toas condições sócio-culturais e económicas que afectam 
a vida das comunidades”. 
 
De acordo com TRIGO (2003: 229): 
O termo “meio” (do latim médium) se refere ao lugar onde pode 
ser encontrado qualquer ser vivo, enquanto o termo “ambiente” (do 
latim ambire) se refere que envolve este lugar. Dessa forma o termo 
ambiente completa a ideia de meio entorno ou de realidade física que 
envolve todos os seres vivos do planeta 
7 
 
Portanto, o meio ambiente pode ser um espaço natural (florestas, formações 
montanhosas, meio aquático, entre outros), assim como, pode ser meio em que houve 
intervenção do ser humano (ambiente com assentamentos humanos, com particular 
destaque para as áreas urbanas). 
Impacto 
Antes de prolongar as discussões sobre o tema cabe a vez de compreender 
inicialmente a essência do termo impacto e ambiente. Empiricamente pode-se dizer que 
o impacto é o acto de impactar, colidir. 
No sentido mais amplo (SÁNCHEZ, 2006:15) afirma que: 
“O impacto de uma actividade é um desvio (uma mudança) de uma 
situação base causada por essa actividade. A situação base é a situação 
ambiental existente ou condição na ausência de uma actividade e estas 
podem ser: água (quantidade, qualidade acesso, sazonalidade), solos 
(erosão, produtividade da cultura, salinidade, nutrientes), flora 
(composição e densidade da vegetação natural produtividade, espécies 
chave), fauna (populações, habitat), saúde (vectores de doenças, 
patogenia) e ecossistemas especiais.” 
Nesta ordem de ideia fica claro compreender e perceber que o impacto é a alteração 
dos elementos água, solo, fauna, flora, saúde e ecossistemas especais que são ecossistema 
de uma área protegida, por exemplo, através de actividades exercidas com maior pressão 
sobre esses mesos elementos. 
Impacto Ambiental 
O impacto ambiental para além de estar inserido na relação sociedade/natureza, diz 
respeito às alterações, de modo que pode ser inserido em dinâmicas de rupturas em 
processos que se desestruturam ou se reestruturam, surgindo novas mudanças. 
Nestes moldes, nota-se que o impacto ambiental refere-se exclusivamente aos efeitos 
da acção humana sobre o meio ambiente. No contexto do bairro em estudo, o impacto 
ambiental poderá levar à degradação ambiental a qual ocorre quando há perda de 
adaptação das características físicas e biológicas. 
Ocupação de espaço 
8 
 
Segundo a lei de terras nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 1, a ocupação se refere a 
forma de aquisição do direito de uso e aproveitamento da terra por pessoas singulares 
nacionais que, de boa-fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos, ou pelas 
comunidades locais. 
De acordo com a mesma lei de terras acima citada no Artigo 3, a Terra é propriedade 
do Estado e não deve ser vendida ou, por qualquer outra forma, alienada, hipotecada ou 
penhorada. Como meio universal de criação da riqueza e do bem-estar social, o uso e 
aproveitamento de terra é direito de todo povo moçambicano. 
Todavia está ainda patente na presente lei de terra nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 
9, que o direito de uso e aproveitamento da terra, não pode ser concedido nas zonas de 
protecção total e parcial, visto tratar-se de zonas de domínio publico (zonas destinadas à 
satisfação do interesse público). Nestas zonas só é permitido o exercício de determinadasactividades mediante emissão de licenças especiais. 
O que nos leva ainda a perceber que a ocupação da área do mangal não só é proibida 
por lei, mas como uma área de protecção não se deve ocupar, vender, ou dada por herança 
ou outra forma de transpasse, pois, são lugares de preservação e não de ocupação. 
De acordo com a lei de terra nº 19/97 de 1 de Outubro do Artigo 1, 
“Zona de protecção da natureza é um bem do domínio público, 
destinado à conservação ou preservação de certas espécies animais ou 
vegetais, da biodiversidade, de monumentos históricos, paisagísticos e 
naturais, em regime de maneio preferencialmente com a participação 
das comunidades locais, determinado em legislação específica.” 
Dai que para a área de estudo, fazendo parte da zona de protecção total de acordo 
com Artigo 7 da mesma lei acima citada, não pode ser adquirida direito de uso e 
aproveitamento da terra, podendo, no entanto, ser emitidas licenças especiais para o 
exercício de actividades determinadas nestas áreas. 
Importância dos mangais 
Segundo HOGARTH (2015:10), os mangais providenciam uma série de serviços 
ecológicos e sócio-económicos importantes para as comunidades costeiras e não só. 
Ecologicamente são um local de grande biodiversidade, incluindo plantas, animais, 
bactérias, fungos e outros grupos tróficos importantes. 
9 
 
As florestas do tipo mangal estão entre os ecossistemas mais produtivos e 
biologicamente importantes do mundo, pois fornecem bens e serviços dos ecossistemas 
importantes para a sociedade humana e os sistemas costeiros e marinhos. 
O mesmo autor afirma que, os caranguejos de mangal, são considerados como 
espécies chave pelo facto de desempenharem um papel muito importante na perturbação 
que facilita a aeração do solo, bem como na decomposição da folhagem do mangal, 
contribuindo desta forma, na formação e manutenção das propriedades do solo, as quais 
são a base para a sobrevivência do mangal. 
Para FAO (2007:41), os Mangais ajudam também a proteger os recifes de coral, 
tapetes de ervas marinhas e rotas de navegação por aprisionamento de sedimentos 
transportados por erosão das terras altas. Esta é uma função-chave na prevenção e redução 
da erosão costeira e fornece comunidades próximas a protecção contra os efeitos do vento, 
ondas e correntes de água. 
Segundo KATHIRESAN (2000:38), uma grande parte do serviço ecológico 
desempenhado pelo mangal está ligada a protecção da costa em relação a radiação 
Ultravioleta-B, efeito de estufa e fúria dos ciclones, inundações, elevação do nível do 
mar, acção das ondas e erosão costeira. Os pântanos do mangal funcionam, portanto como 
armadilhas de sedimentos. 
Para a área em estudo, os mangais são de grande importância, servindo como fonte 
de rendimento de certas famílias na extração de estacas para produção de carvão vegetal, 
lenha, pesca, no controle e regularização da temperatura local e protecção contra erosão. 
Causas da ocupação do mangal 
A ocupação do mangal está ligada aos vários aspectos desde a exploração de lenha, 
produção de carvão vegetal, construção de habitação. Sendo esta ocupação contra lei, 
estão por outra, associados a factores como pobreza, êxodo rural e o crescimento 
demográfico. 
Pobreza 
A pobreza foi inicialmente relacionada com a falta de rendimentos (dinheiro) 
necessários para a satisfação das necessidades básicas. Porque esta definição monetarista 
10 
 
não cobria todas as vertentes da pobreza, foi-se alargando o conceito para abarcar 
aspectos como a falta de acesso à educação, saúde, água e saneamento, entre outros. 
A pobreza implica uma forte dependência dos recursos naturais a qual esta ligada a 
sobrevivência das pessoas. A isto alia-se a elevadas taxas de crescimento e concentração 
populacional, conduzindo a índices de degradação preocupante dos recursos. (MOJANE, 
1996). 
Para área de estudo a pobreza faz com que haja uma forte dependência nos recursos 
do mangal, tanto que ocupam áreas da mesma para implantação de casas, isto porque a 
maior parte da população é do sector primário (pesca com rede de arrasto) e do sector 
terciário (comércio de produtos de primeira necessidade, transportadores de pessoas 
denominados taxista e pequenas prestações de serviço nas actividades económicas). 
Crescimento demográfico 
O aumento da urbanização e de habitantes nas áreas urbanas faz crescer a degradação 
do meio ambiente, porque a urbanização traz mudanças e impactos ao meio ambiente, ao 
ser humano, a economia e a vida social. 
A população ocupa sempre um espaço geográfico definido, sobre o qual exerce a sua 
influência transformadora, através da interação do homem com o meio ambiente. O 
homem actua sobre o ecossistema mangal, ao ocupar um espaço físico por meio de 
instalação dos assentamentos humanos e pela utilização da floresta como recurso, para 
satisfazer as suas necessidades socioeconómicas. O uso dos recursos florestais ocorre 
independentemente do crescimento e distribuição da população, influenciando apenas a 
sua intensidade. (ARAÚJO 1997). 
Portanto, parte considerável da população do bairro Sangariveira, imigrou de certos 
lugares da província (em particular a província da Zambézia) em busca de melhores 
condições de vida, saindo do campo para centros urbanos, com expectativas de 
encontrarem melhores postos de trabalho. 
FONTOURA, (2013:8) afirma que 
“O crescimento populacional é um factor que provoca mudanças na 
dinâmica de uma cidade, o que necessita de uma infra-estrutura para suprir as 
necessidades da densidade populacional vigente, visto que a demanda e a 
11 
 
procura pelos serviços essenciais como saúde, educação, segurança, casas 
habitacionais também aumentam.” 
A ocupação do espaço em áreas indevidas como o caso do bairro em estudo, é uma 
prática comum em algumas cidades, ocasionada principalmente pelo acelerado 
crescimento populacional e utilização de áreas consideradas impróprias à construção de 
casas pelo processo intenso de urbanização, causando desequilíbrio ambiental no espaço 
urbano. 
Êxodo rural 
O êxodo rural, como se pode perceber, desencadeia uma intensa migração 
populacional 
rural-urbana, levando ao arranjo desordenado da população nas cidades até então 
existentes e/ou contribuindo para o surgimento de novos aglomerados populacionais. 
A comunidade da área de estudo sendo na sua maioria, provenientes de vários pontos 
da província da Zambézia, recorrem a áreas com desenvolvimento de mangal para 
fixarem suas residências. Nestes moldes, ficam desfavorecidos de certos serviços 
municipais como qualidade no abastecimento de água, valas de drenagens, lixeiras, entre 
outros. 
Impactos sócio ambientais da ocupação do mangal 
As consequências mais notórias advindas da ocupação do mangal destacam-se a 
insegurança sanitária, devido o fraco saneamento do meio, e aliado a isso está a má gestão 
dos resíduos sólidos, a qual afecta directamente a saúde da população contraindo assim 
doenças diarreicas. 
O crescimento populacional no bairro em estudo deu-se através da ocupação do 
espaço de mangal para construção de casas, desconsiderando qualquer valor ambiental 
que este ecossistema pudesse representar. 
As mudanças climáticas podem afetar o ecossistema através das mudanças nos 
diferentes factores do clima e seus impactos no meio do mangal e nos processos 
ecológicos que nele têm lugar. (MICOA 2007). Em suma, estes problemas consequentes 
da ocupação espacial da área do mangal, deve-se principalmente pela localização da área 
ocupadas. 
12 
 
A destruição do mangal além de diminuir os seus potenciais produtos e serviços tem 
um impacto nos processos ecológicos a eles inerentes. Por exemplo a sua destruição 
provoca ruptura na cadeia alimentar o que pode originar uma maior pressão sobre a 
microflora e sobre os diferentes tipos de fauna que deles dependem. (LITULO et al 2000). 
No mesmo local de estudo, nota-se também a retirada deestacas para uso em 
construções de casas e no fabrico de carvão vegetal, deixando áreas devastadas e mais 
propensas a ventos fortes, uma vez que a estes espaços fica completamente desprotegidos. 
ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTDOS 
Após a recolha e codificação dos dados, fez-se a apresentação e de seguida a respetiva 
análise dos resultados da entrevista dirigidas aos moradores e secretário do bairro 
Sangariveira assim como o chefe do posto. 
A quanto tempo vive neste bairro. 
 Já para esta questão responderam todos moradores entrevistados, sendo que M2, M7 
e M18 “A 1 ano que vivo aqui”. M14 “1 ano, estou a vir do Gilé”. M3 e M4 “A 2 anos”. 
M13 “3 anos vivia antes de vir aqui em Inhassunge”. M16 “3 anos venho de distrito e 
Nicoadala”. M22 e M19 “3 anos”. M30 “A 4 anos só. Somos naturais de Gilé”. M8 e M17 
“5 anos”. M15 “5 anos porque antes vivia na Maganja da Costa”. M6 “6 anos” M26 “7 
anos”. M20 “9 anos”. M1 “A 11 anos que estou a viver aqui neste bairro”. M27 “15 anos”. 
M23 “Já faz muito tempo que vivo aqui desde 2002, vivo a 16 anos praticamente”. M21 
“20 anos”. M10 “Aqui estou desde 1996, vivia no Chinde, então estou aqui a 22 anos 
mesmo”. M25 “Desde que eu era criança com 4 anos de idade, naquele tempo. Vivo a 29 
anos aqui neste bairro”. M5, M9 e M17 “Mais de 30 anos”. M24 “Desde que eu nasci 
vivia aqui com meus pais a 49 anos estou aqui”. 
Com esta pergunta, percebeu-se que a maioria dos moradores está pelo menos neste 
bairro, mais de dez anos; o que nos leva a compreender que a maior parte da população 
deste bairro começou a habitar no bairro na década de 90. Facto que implica dizer que os 
entrevistados já têm conhecimento sobre a ara em estudo e evolução deste problema, 
carregando factos ocorridos do processo de ocupação destas áreas. 
As formas de uso do espaço no bairro Sangariveira. 
13 
 
Neste ponto, procurou-se apresentar e analisar, o envolvimento dos moradores no uso 
insustentável do espaço, no que tange ao uso e aproveitamento de terra, para perceber dos 
moradores em relação a sua utilização e protecção. 
Como adquiriu este espaço e se as autoridades municipais sabem. 
Responderam para esta questão todos moradores entrevistados, sendo que M1, M14, 
M17, M2o M22 e M27 responderam “Comprei de alguém, sim sabem”. M2, M3, M4, M5 M8, 
M10, M19, M23, M26 e M30 “Comprei e município não sabe”. M6, M13, M16, M21 e M24 
“Peguei, não município não sabe”. M9 “Dado por alguém, sim município sabe”. M11 
“Deixado como herança dos pais. Sim sabem”. M12 “Herdei do meu pai, não sabe”. M15 
“Dado por alguém, não município não sabe”. M25 “Meus pais compraram, nós somos de 
Chinde. Nada as autoridades não sabem”. M28 “Meu tio comprou era grande depois 
cortou para mim, mas tive que lhe dar um dinheirinho nem. Nada, não sabe”. M29 “Este 
espaço na altura meus pais foram oferecidos com o regulo daqui da zona. Não, faz muito 
tempo”. 
Contudo, percebeu-se que a maiorias dos moradores adquiriram o espaço já a bastante 
tempo sem o conhecimento das autoridades locais ou municipais, e com o passar do 
tempo, iniciaram a venda para outras famílias e transpassando-se também, de pai para 
filho como herança. 
Gosta de viver neste local (mangal). 
Já nesta questão, responderam todos os 30 moradores entrevistados, onde M1, M2, 
M4, M8, M12, M14, M16, M20, M23 e M30 responderam “Sim gosto”. M7, M10, M26 e M27 
“Sim gosto não tenho outra alternativa”. M9, M11, M18, M24, M25, M28 e M29 “Sim 
questão de hábito”. M3, M6, M13, M15, M19 e M22 “Não, falta de alternativas”. M5, M16 e 
M21 “Não porque está perto do mangal e não oferece condições”. 
Com isso, percebeu-se que a maioria dos moradores não gostam de viver neste local, 
porque que não cria condições mínimas para implantação de habitações, mas por falta de 
alternativas e meio económicos elas acabaram não tendo muitas opções senão habitar 
naquelas condições e dizer que gosta de viver la. Por outra, aos moradores que diz sim, 
vê-se sem muitas alternativas de escolha. 
Tem noção dos riscos que corre habitando neste local (mangal). 
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Responderam para esta questão, todos os 30 moradores entrevistados, sendo que M1, 
M4, M6, M7, M8, M12, M13, M14, M15, M16, M17, M19, M20, M21, M22, M27 e M28 
responderam “Sim tenho conhecimento”. M3, M5, M9, M11 e M18 “Sim, mas não tenho 
alternativa”. M10 “Risco, sim claro, porque aqui é no mangalo”. M23 “Sim tenho porque 
ultimamente sofremos muito”. M26 “Sim tenho, até porque tenho medo”. M29 “Bem todos 
estamos expostos, mas temos prevenido”. E os restantes M2, M25 e M30 responderam” 
Não”. 
Contudo, percebeu-se que os moradores têm noção dos riscos que correm habitando 
nestas áreas do bairro, uma vez que há falta de condições para efectuar a devida mudança 
para lugares seguros, embora que uma minoria dos entrevistados afirmou que não sabe se 
correm risco algum, o que é preocupante. 
Na sua opinião o que é mangal e qual é sua importância. 
Para avaliar a importância do mangal para sociedade no geral, em relação ao uso 
sustentável colocou-se a pergunta acima referenciada, onde responderam a essa questão 
todos os moradores entrevistados, sendo que M1 e M26 responderam “Mangal é um lugar 
que serve como habitat dos animais e plantas com solos salgados. E a importante na 
variação, as árvores protegem a erosão, pesca e mais”. M2, M15, M21 e M25 “Não sei o 
que é mangal. É importante para fazer necessidade maior”. M3, M4, M5 e M30 “Mangal 
é um lugar que se usa para pescar. É importante porque nos dá peixe”. M6, M8, M10 e 
M16 “O mangal serve para nos dar peixe, paus para lenha e carvão”. M7, M9, M13, M14, 
M17, M22, M27 e M28 “É importante porque nos dá peixe, areia usamos para maticar 
casas, tira paus para casa, carvão”. M12 e M18 “Mangal e um lugar que não é para se 
viver, mas não temos como”. M20, M23, M24 e M29 “Mangal é um lugar onde há água 
salgada e tipo de árvores diferentes e animai 
O que quer dizer que, mesmo os moradores sabendo dos benefícios que o mangal 
pode trazer, como para além de satisfação de certas necessidades: pesqueira, aquisição de 
combustível lenhoso e mais, tem a questão de estética, a prática do turismo e outros, 
mesmo assim a população converte estas áreas para implantação de habitação, sem olhar 
no prejuízo que os pode trazer e nem o período de regeneração, acabando por devastar 
grandes áreas para posterior ocupação. 
Conhece os problemas que resultam do corte do mangal 
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Já para esta questão responderam a esta questão todos os moradores, sendo que M1, 
M6, M7, M14, M15, M16, M19, M22, M23 e M26 “provoca erosão do solo, animais fogem, 
ventos fortes, mudanças de temperatura e perda de pescado”. M28 e M3 “Sim, provoca 
erosão, ventos fortes, correntes de águas dos mares altos e com medo de nossas crianças 
se afogarem”. M8 “Procura de lenha, paus para carvão”. M10 e M29 “Os problemas é 
que agora não se apanha, mas caranguejo aqui, nem todwe esta fugir porque população 
toda hora esta aqui a cortar paus, a cavar matope para casa”. M18, M18 e M25 “Erosão, 
ventos fortes e cheias porque andam a cavar o mangal”. M23 e M24 “Quando s corta 
mangal ficamos sem paus para lenha nem carvão, começa vir muito chuva também chega 
muito forte e enche aqui todo lado. M30 “Sim quando se corta árvore provoca erosão, 
calor aumenta e frio porque a árvore nos ajuda na respiração, o rio aumenta de tamanho 
também cada vez mais”. E os restantes M2, M5, M11, M12, M13 e M27 responderam “Não 
sabe”. 
Diante disto percebeu-se que o ecossistema mangal está sofrendo uma forte pressão 
por parte dos moradores daquele bairro, uma vez que o mangal tem sido o foco das 
pessoas com falta de fundos monetários para aquisição de espaço no meio urbano, 
criando-se assim, um desequilíbrio ecológico. 
Qual é a principal causadora desse problema 
Responderam a esta questão todos os moradores entrevistados, sendo que M1, M4, 
M9, M17, M19, M20, M25, M28 e M29 responderam “É o homem, nósaqui na zona. 
Porque não temos dinheiro, nós não trabalhamos”. M3 “Os causadores são correntes de 
água”. M6, M10, M14, M15, M16, M26 e M30 “Nos as pessoas que cortamos as árvores”. 
M7, M8, M18, M21, M23 e M24 “Pessoas que cavam para tirar areia e água da maré”. E 
por último responderam M2, M5, M11, M12, M13, M23 e M27 “Não sabe”. 
Diante disto, nota-se que o Homem sendo ele elemento morador da área de estudo, é 
o principal causador destes problemas, desde o memento que ele passou a ocupar áreas 
semelhantes para construção de suas residências, dai que, acaba interferindo no sistema 
todo que constitui o habitat, deixando-o vulnerável ao abandono de certas espécies da 
área. 
Discussão dos resultados 
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Os resultados apresentados acima, mostram que os moradores de certa forma ocupam 
este espaço por falta de condições monetárias, que lhes possa facilitar na aquisição de 
novos espaços e que sejas estes, seguros para sua habitação. Contudo, percebeu-se que 
esses por sua vez, estão neste bairro desde muito tempo, ocupando este espaço de mangal 
de forma ilegal, o que quer dizer que a fiscalização desta área não tem sido rigorosa nem 
levada a sério, senão, não haveria igual número de moradores que há hoje, onde uns 
vendem o espaço às outras famílias oque é proibido por lei, e outros deixaram para seus 
ente-queridos como herança. 
Percebeu-se também, que os moradores daquele bairro têm noção dos riscos 
ambientais a qual estão expostos, mas mesmo assim ainda procuram fixar suas casas em 
lugares semelhantes. Os moradores passaram a entulhar seus quintais com resíduos 
sólidos que tem sido produzido localmente como um costume geral na área de estudo sem 
olhar nas regras básicas de higiene e saúde. 
Mediante esta situação percebeu-se que os moradores têm informação sobre a 
conservação da área do mangal, pois o governo local tem dado a conhecer sobre o uso 
desenfreado do ecossistema mangal e da sua ocupação para construção de casas, mas, os 
moradores não têm aplicado estas normas, visto que, os mesmos alegam que o mangal 
tem sido útil para eles, pois serve de fonte de renda para certas famílias. 
Para finalizar, os principais impactos constatados durante a elaboração do presente 
trabalho advindos da ocupação espacial do mangal, foram: o aumento populacional, o 
aumento do desemprego, mudança da temperatura local, diminuição do pescado, erosão 
e cheias das marés. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os impactos das actividades humanas sobre o mangal são negativos, pois, alguns 
moradores não demostram tanta preocupação no que diz respeito a conservação e 
preservação do mangal, porque os impactos sobre o mangal têm efeitos directos, locais e 
futuramente podem ser regionais de grande significância. 
Portanto, o crescimento socioeconómico e a concentração populacional no bairro em 
questão, é um dos factores que contribui para a procura e ocupação do espaço de mangal, 
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sendo este que faz com que haja uma pressão no uso desenfreado desse ecossistema sem 
ter em conta a capacidade de regeneração, e esta prática afecta o sistema local e global. 
Na questão referente a preferência ou não de estabelecer uma moradia naquela zona 
de mangal, conclui que os moradores na sua maioria não gostam de viver neste lugar, 
visto que se trata de zonas de influências de marés, tanto que passam ao longo do ano 
entulhando com resíduos sólidos não selecionados produzidos em suas residências como 
forma de elevar o espaço para não sofrer com estas enchente. 
Esta prática danifica o solo, causando poluição do ar e consequentemente a 
transmissão de doenças diarreicas. Dai que estes espaços não sendo adequados para o 
implante de residências por serem do tipo mangal e sendo por outra, contra lei de 
conservação, é pertinente a retirada dos moradores destes lugares. 
Conhecendo-se os problemas que resultam do corte do mangal constatei também que 
os moradores sofrem com esta prática, sentindo a necessidade de se mudarem para lugares 
condicionados para habitação mais por falta de fundos monetários sentem-se limitados e 
sem opção, logo mantêm-se nestes lugares. 
Os impactos negativos que se manifestam a partir da conversão da área do mangal 
para construção de casas destacam-se: impactos sociais: crescimento populacional, 
contribui no aumento da criminalidade, aumento do desemprego, conflitos, choques 
culturais. E dos impactos ambientais: destacam-se alteração do micro clima, extinção da 
microflora e fauna local, intensidades das correntes marítimas influenciadas pelas subidas 
do nível do mar e degradação 
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