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CIENCIAS POLÍTICAS E TEORIA GERAL DO ESTADO-TIO--1o semestre-v5

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EMENTA: Conceito de Ciência Política e Teoria do estado. Origens da sociedade. Contratualismo. Origem e Evolução do Estado. Teorias da Origem Natural e do contratualismo. Origem e Evolução do Estado. Estado Moderno: conceito, características e evolução. Poder limitador do Estado e o Direito à liberdade. Vontade de todos e Vontade geral segundo Rousseau.
CIÊNCIAS POLÍTICAS E TEORIA GERAL DO ESTADO 
A ciência política é uma disciplina que lida com o estudo em torno dos sistemas de governo e a análise, entre outras, da atividade política e do comportamento político e seu estudo tem raízes antigas[footnoteRef:1], que podem ser rastreadas de volta para as obras de Aristóteles e Platão, escritos cerca de 2500 anos atrás. Como nos explica a doutrinadora Marjorie Corrêa Marona[footnoteRef:2] “pode-se conceber a Ciência Política como o conhecimento ordenado, racional, objetivo e metódico de uma realidade política, a ser recepcionado pela Teoria do Estado, permitindo-se saber se é possível, e de que modo o Estado deve atuar diante da sociedade civil, uma estrutura real e histórica”. Em sintonia com esse papel mais amplo da Ciência Política, a união com a disciplina Teoria Geral do Estado se conectam, pois é o Estado em si mesmo, e, como sabemos se tratar de um fato social, de ordem que nos rodeia; a necessidade consiste em analisar todas as suas regras sob diversos ângulos. Conclui-se “que se deve manter a autonomia da disciplina, evitando-se confusão de conteúdo, dado que a TGE possui objeto próprio, qual seja, a realidade da vida estatal que nos rodeia, sua estrutura e funções, seu dever histórico”. [1: Artigo: Falando sobre o Curso de Política. Disponível em: < http://www.ciadamonografia.com.br/temas-para-politica.asp>.] [2: MARONA, Marjorie Corrêa. Teoria do Estado, Ciência Política e Direito Constitucional. Artigo disponível em <https://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/23618/teoria-do-estado-ciencia-politica-e-direito-constitucional>.] 
Assim, o intuito deste capítulo é demonstrar, brevemente, a relação entre pontos relevantes encontrados nas cenas do filme “O Limite da Traição”, com as abordagens pedagógicas destas duas disciplinas.
ORIGENS DA SOCIEDADE. TEORIAS DA ORIGEM NATURAL E DO CONTRATUALISMO
	
	Antes de adentrarmos aos temas trazidos pela análise do filme, é necessário apontar um breve destaque à origem da sociedade. Sobre a sua origem existem duas correntes de opiniões: a ideia da sociedade natural, ou seja, fruto da natureza humana; e ainda a posição de que a sociedade é consequência de um ato de escolha. Para Aristóteles, filósofo grego do período clássico da Grécia antiga, defendia que “o homem é um animal político”, assim o homem é o único animal que durante vários anos depois do nascimento não consegue obter sozinho os seus alimentos, ainda na modernidade consumimos alimentos produzidos por outros. As necessidades humanas, (físicas, afetivas etc.), só podem ser atendidas por meio do convívio em sociedade, logo o homem é um ser social por natureza.[footnoteRef:3] [3: OLIVEIRA, Danilo Junior de. AULA 03-SAP-Ciencia Política e TGE - Professor Danilo Oliveira - Aula 1. São Paulo, 2020, pg. 02.] 
	O filosofo político, Thomas Hobbes, defendia que só pela vontade humana se pode justificar a existência de uma sociedade. Outro importante filósofo político contratualista Jean-Jacques Rousseau, diverge da tese central de Hobbes, pois no que se refere ao contrato social, em seu ponto analítico “o homem nasce bom, porque quem corrompe o homem é a sociedade”. Para esse filósofo político, o homem se torna ruim com as experiencias ruins, com os seus exemplos ruins, não sendo essa não a natureza humana. O pensamento político de John Locke, que foi considerado um dos filósofos mais importantes na defesa da liberdade, é um contraponto às ideias de Thomas Hobbes, pois em seu raciocínio a soberania não residia no Estado, e sim em um povo. 
	Percebemos que, desde muito tempo, os grandes pensadores apresentavam ideias que envolviam inúmeros aspectos geográficos e social de uma certa comunidade. Por esse motivo, os pensadores políticos tiveram papéis importante na prática, pois ajudaram a implementar mudanças políticas nos lugares em que viviam. Não podemos deixar de citar os exemplos de Rousseau que influenciou a revolução Francesa e de John Locke foi grande inspiração de estímulo para a revolução inglesa.[footnoteRef:4] [4: OLIVEIRA, Danilo Junior de. Aula SAP - SAP-Ciencia Política e TGE - Professor Danilo Oliveira - Aula Ciência Política 31.03.20 Parte 01. Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=n6d6Y64v7L8&feature=youtu.be>.] 
O PODER LIMITADOR DO ESTADO E O DIREITO À LIBERDADE
	Retomando acerca da análise do filme “O limite da traição”, inicia-se uma pressão para a advogada, Jasmine Bryant, efetuar um acordo com a acusada por meio de sua confissão no crime. Tal imposição Estatal se torna mais evidente quando o promotor informa que, caso houvesse a desistência do acordo, pediria ao tribunal do júri a sua prisão perpétua, ou até mesmo a pena de morte.	A problemática a ser discutida se mostra de modo relevante, quando de um lado observamos que deveria existir a correta proporção do Estado no seu papel de punir, que se justifica por ser garantidor da ordem social, utilizado por meio do Direito em instituir regras e limites, (com o objetivo de que não sejam ultrapassados e feridos os direitos alheios), e do outro lado, a acusada impedida de exercer o seu pleno direito a ampla defesa, ao ter os seus direitos constitucionais desrespeitados.
	Em outra cena do filme, em que se corrobora o poder limitador do Estado ao direito à liberdade e ao exercício da ampla defesa, observamos o momento a advogada é presa por desacato a autoridade, pois durante o final do julgamento, não aceita efetuar as suas conclusões, por entender que a sua cliente teria direito a exercer os devidos questionamentos à sua testemunha chave. Neste episódio a advogada é presa e só seria solta se pedisse desculpas ao juiz por tal comportamento. Demonstra-se a imposição somada a uma forte centralização do poder estatal e nesse detalhe, percebe-se que “o Estado não só tem um poder, mas é um poder”, conforme afirma Dalmo de Abreu Dallari, ‘’(...) e por isso seus atos obrigam; mas ele é poder abstrato, e por isso não é afetado pelas modificações que atingem seus agentes. Enfim, se ele dura tanto, a despeito das contingências históricas, é porque encarna uma ideia, a imagem de ordem que é o próprio fundamento do poder.’’[footnoteRef:5] [5: DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, pg. 110.] 
	Trata-se de questões atinentes ao uso de poder do Estado, por meio de sua interferência no coletivo e na vida individual, impondo suas restrições e muitas vezes, reprimindo os comportamentos, e alguns direitos e liberdade das pessoas. A partir daqui, será necessário abordar como se deu a origem e a evolução do Estado para compreensão de sua importante atuação na sociedade.
ESTADO: ORIGEM E EVOLUÇÃO, TEORIAS DEMOCRÁTICAS
Ainda em análise ao enredo do filme, em que a sociedade, ao atribuir ao Estado a tarefa de punição ao infrator da lei e detentor do poder, exige a punição da acusada, que, por sua vez, o Estado ainda o faz de forma arbitrária. 
	De acordo com alguns pensadores filósofos políticos, seguindo com o que foi a perspectiva de o homem sair desse estado de natureza, o meio encontrado pela sociedade foi a razão. Por meio de escolher entre abandonar as paixões e os instintos contido no estado de guerra, para atingir seus objetivos de forma racional, buscando acima de tudo preservar a sua vida, de forma a adquirir a paz no convívio social. O Estado diante da função protetora, atua com o seu uso de força por meio do Judiciário, do Ministério Público, e caso for, do aparato policial, representando assim a “lei da força” no sentido amplo da palavra. É assim que os homens dão vida ao Estado, mediante um acordo de vontades, um contrato social fictício e, assim, cedem alguns deseus direitos e de seus poderes individuais e se submetem as regras, que serão pactuadas em troca de proteção e da realização do bem comum. 
	Outro momento a destacar, na última parte do filme em que são encontradas mulheres presas no porão da casa de Sarah, amiga da acusada Grace Waters, a polícia descobre todo o plano em que o ex marido de Grace, Shannon e sua mãe Sarah, sequestravam mulheres idosas tomavam seus bens e as mantinham em cárcere privado, como reféns para confiscar sua aposentadoria, e Grace Waters, a acusada foi uma de suas inúmeras vítimas. Descobre-se que os dois personagens criminosos exploram tais mulheres idosas, para pegar todos os seus bens, atendendo a seus interesses, movidos pela luxuria e o egoísmo. Nesse final do filme, é abordado exatamente a concretização do cumprimento pactuado entre a sociedade e o Estado, assim como ocorre no filme, fato que, com a captura dos criminosos, as vítimas retomam a sua liberdade e segurança.
	
ESTADO MODERNO: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO
	Estudiosos nos explicam que o Estado está presente na vida de todo ser humano e que ninguém jamais o viu, mas não se pode negar que é uma realidade, sendo considerado como sinônimo de sociedade política e ter a denominação de “Estado” como algo recente. Resumidamente, convém discorrer sobre este período que foi conhecido inicialmente pela fragmentação do sistema político feudal e a afirmação da supremacia absoluta dos monarcas na ordem temporal. O absolutismo em comunhão com novos ideais políticos acarretou um novo modelo de sociedade, veemente a despersonalização do poder. 
Conforme nos aponta o mestre Fernando Menegueti Chaparro[footnoteRef:6] “nesse período, historicamente ocorreram a edição das grandes codificações do direito, regulamentando inúmeras situações de direito privado”. [6: CHAPARRO, Fernando Menegueti. Breves notas sobre a formação do estado moderno: a origem dos novos modelos hermenêuticos. Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-123/breves-notas-sobre-a-formacao-do-estado-moderno-a-origem-dos-novos-modelos-hermeneuticos/ >.] 
	Assim, podemos observar que neste período, até os dias atuais, não se obedece a pessoa, mas a regra instituída e o poder se torna instituição, despersonalizada e dissociada da autoridade, onde o indivíduo o exerce por meio do domínio racional-legal. O Estado só é legitimo se quem controla o Estado é o povo (votos, canais participativos), e nesse sentido, enquanto, para Hobbes o Estado pode ser até usar da tirania para controlar a sociedade, para Rousseau, o controle dessa mesma sociedade, se dá pela soberania popular, por ideias democráticas, podendo até ser governado por um ente fictício, porém com o pleno exercício da soberania popular[footnoteRef:7]. [7: OLIVEIRA, Danilo Junior de. Aula 04-SAP-Ciência Política e TGE - Professor Danilo Oliveira - Aula 07.04.20 - São Paulo, 2020, pg.9.] 
VONTADE DE TODOS E VONTADE GERAL SEGUNDO ROSSEAU
Em outra passagem do filme, no dia do julgamento, a ré acusada de homicídio doloso perante o Tribunal do Júri, observamos a promotoria com fortes argumentações tentando convencer os jurados de que a condenação da ré seria o melhor para a sociedade. Pode-se notar, principalmente, desde o início do filme o quão é evidente a vontade de todos; e, no final, após as investigações efetuadas pela advogada, ao investigar os fatos e encontrar as provas materiais que constituíram o crime, e após todo um processo de averiguação de provas, o Estado não teve como negar a liberdade de Grace Waters, aplicando a vontade geral do qual certamente, não pôde manter a privação dos seus direitos constitucionais.
Quando a sociedade, tacitamente, obedece, pratica e concorda com o conjunto de normas previstas na constituição de uma nação, passa então a conviver sob os conceitos que envolvem a vontade geral, ou seja, a soma de todas as vontades individuais a frente dos interesse privados, para se alcançar o que seria melhor ao país. Da mesma maneira, podemos afirmar que os cidadãos, como únicos possuidores da soberania nacional, sede da vontade geral, são representados pelo Estado, que deve conduzir-se ao interesse comum, impossibilitando assim a transferência total de tal soberania popular. Segundo Rousseau seria interessante que o Estado se dirigisse e focasse para a vontade geral, que não agrada a todos, pois as opiniões se divergem. Sua visão ainda define que existem vários níveis de vontade: a vontade geral, que se trata da vontade do corpo formado por toda a comunidade política (por todos os cidadãos); a vontade particular de um indivíduo ou de um grupo formado apenas por uma pequena parcela dos indivíduos da sociedade; e a vontade de todos, que é a soma de todas as vontades particulares e que não deve ser confundida com a vontade geral. A vontade geral, somente pode existir e ser estabelecida por uma comunidade política legítima, dentro de uma República.[footnoteRef:8] [8: Artigo: Parte IV - Vontade geral essência da soberania popular e da democracia. disponível em: http://m.sabedoriapolitica.com.br/news/vontade-geral-essencia-da-soberania-popular-e-da-democracia/] 
 Atualmente, um exemplo prático do exercício da vontade geral que podemos citar a elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, desenvolvida por uma Assembleia Nacional Constituinte, e que pertence ao povo soberano brasileiro. Importante ressaltar que tal texto demonstra o quão importante a afirmação dessa vontade geral, do qual à época foi considerado bastante avançado nas questões sociais e nas garantias das liberdades individuais. A sua promulgação, além de ter inaugurado o período democrático no Brasil reafirma, nas palavras do doutrinador André Singer, “o cidadão precisa participar da confecção das leis para que a República se realize. Em suma, ao se proclamarem republicanos Rousseau, Madison e Hamilton concordam com algo fundamental: o bom governo é aquele que emana do povo.[footnoteRef:9] 	 [9: SINGER, André. Rousseau and the federalist papers. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, nº 51. São Paulo, 2000. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452000000300004>. ]

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